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10testesleya 141108111441 Conversion Gate01 PDF
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Índice
Introdução – O projecto Página Seguinte 10.º ano ..................................................... 3
– Manual .................................................................................................................... 4
– Aula digital ............................................................................................................... 6
– Bases para Transparências .......................................................................................... 6
– Caderno de Apoio ao Professor ..................................................................................... 6
– CD Áudio do Professor ................................................................................................. 6
– Caderno de Actividades .............................................................................................. 6
Avaliação .................................................................................................................... 10
Estimados colegas
Agradecemos o privilégio de contar com a vossa atenção para, mais uma vez, podermos sujeitar o nosso
trabalho à vossa cuidada consideração e experiência profissional.
Desde o ano de 2003, ano do lançamento do primeiro projecto Página Seguinte, procurámos concretizar o
espírito do Programa de Português, relativamente às competências nucleares aí enunciadas, entrecruzando-as
com recursos scripto-áudio-visuais variados e diversos.
Assim, à semelhança dos projectos anteriores, o novo Página Seguinte concretiza, de forma equilibrada e
harmoniosa, as competências nucleares do programa, desenvolvendo-as pertinentemente.
MANUAL
O Manual está estruturado de acordo com as cinco sequências do Programa, havendo ainda uma sequên-
cia inicial – Sequência 0.
SEQUÊNCIAS CONTEÚDOS
INFORMAÇÃO
A sequência inicial – Sequência 0 – DIAGNOSTICAR – apresenta três testes, de acordo com o espírito do
programa:
«O 10.º Ano de escolaridade é um ano em que a orientação e as estratégias de recuperação e de acompa-
nhamento devem ter uma grande relevância, com particular incidência nas primeiras semanas de aulas. Deve,
pois, prever-se um módulo inicial que equacione os problemas relacionados com as competências nucleares
da disciplina, que contribua para a aquisição de um patamar comum mínimo a partir do qual seja possível pôr
em prática o programa do Ensino Secundário. O diagnóstico da aquisição das competências essenciais é fun-
damental e pode ser concebido a partir dos seguintes itens:
Leitura Leitura e análise de textos das tipologias textuais propostas pelo Programa
O Manual apresenta propostas de soluções para a Oralidade, para a Orientação de Leitura e para o Funcio-
namento da Língua, sugestões metodológicas, remissões para Informação e para o Caderno de Actividades.
6 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
AULA DIGITAL
Este recurso põe à disposição dos docentes múltiplos recursos que poderão ser utilizados de acordo com a
organização das suas aulas e as características específicas das turmas que leccionam.
Possui diversas valências, evidenciando-se: Manual Multimédia, Preparação de aulas para Quadro Interac-
tivo, Áudios, Vídeos, Testes Interactivos, Apresentações em PowerPoint, Bases para Transparências, Avaliação
Interactiva.
CD ÁUDIO DO PROFESSOR
Canções, declamações, crónicas radiofónicas, entrevistas, leitura expressiva de contos.
CADERNO DE ACTIVIDADES
Complemento do estudo com exercícios de aplicação de conhecimentos:
• sistematização e esquematização de conteúdos;
• 19 fichas com exercícios de:
– Leitura;
– Orientação de Leitura;
– Funcionamento da Língua;
– Escrita;
• soluções.
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Funcionamento da Língua
• Actos de fala ou actos ilocutórios
• Adequação discursiva
• Lexicografia
1.o • Morfologia
Período • Classes de palavras
• Sintaxe
Aula Digital
AVALIAÇÃO
Funcionamento da Língua 3 blocos
• Actos de fala ou actos
ilocutórios OFICINA DE
• Princípios reguladores ESCRITA
da interacção 1 bloco
discursiva
• Modos de relato do discurso
• Texto (continuidade,
progressão, coesão
e coerência)
• Protótipos textuais
• Morfologia
• Classes de palavras
• Sintaxe
TOTAL = 22 blocos
9
RESUMO
Funcionamento da Língua
• Língua, comunidade
linguística, variação Caderno de
e mudança Actividades
• Referência deíctica: deixis
(pessoal, temporal e espacial);
anáfora e co-referência
• Interacção discursiva (actos
de fala ou actos ilocutórios)
• Texto (continuidade,
progressão, coesão
e coerência)
• Protótipos textuais
• Comunicação não-verbal
• Morfologia
• Classes de palavras
• Sintaxe
• Relações entre palavras –
relações semânticas
(antonímia, sinonímia,
hiperonímia, hiponímia) TOTAL = 18 blocos
10 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
AVALIAÇÂO
«A avaliação da aprendizagem em Português deverá contemplar os seguintes aspectos:
– adequar técnicas e instrumentos aos objectivos e conteúdos, e ao processo de ensino-aprendizagem;
– especificar, de forma clara, o objecto da avaliação, os critérios e as estratégias;
– considerar como objecto de avaliação processos e produtos;
– propiciar a auto-avaliação e a co-avaliação;
– equacionar o percurso individual e o colectivo, considerando ajustamentos e correcções, de forma a reo-
rientar as práticas pedagógicas;
– fornecer ao aluno um feedback em tempo útil.
Através da avaliação, nas suas diferentes modalidades (diagnóstica, formativa e sumativa), será possível,
utilizando os instrumentos adequados, proceder à despistagem das dificuldades e dos erros que, numa pers-
pectiva formativa, servirão de suporte a uma prática pedagógica diferenciada. (…)
A observação directa, questionários, textos orais e escritos são elementos que fornecem ao professor dados
a ter em conta no momento da atribuição de uma classificação. Caberá ao professor seleccionar aqueles que
melhor se adequam ao objecto a ser avaliado: compreensão e expressão oral e escrita, bem como o funciona-
mento da língua, transversal a todos os domínios.
Por exemplo, para observação da execução de uma tarefa, será útil recorrer a listas de verificação; para a
avaliação do desempenho oral e escrito serão adequadas escalas de classificação (numéricas, de frequência e
descritivas) onde constem os critérios de desempenho, tais como as competências linguística, discursiva e
sociolinguística. (…)
A atribuição de uma classificação ao aluno deverá decorrer dos vários dados recolhidos em momentos de
avaliação formais e informais (…) de várias produções do aluno, tais como elaboração de dossiês de vários
tipos, projectos de escrita e de leitura, trabalhos realizados fora da sala de aula, cadernos diários, etc.»
Programa de Português, Departamento de Ensino Secundário, Ministério da Educação, 2001.
11
Teste de Avaliação 1
Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo
Lê atentamente os textos.
Texto A
1.o – O Prémio Literário Correntes D’Escritas, instituído no dia 11 de Fevereiro de 2004, destina-se a galar-
doar, anualmente, um Conto ou um Poema inéditos, em português, escritos por jovens com idades compreen-
didas entre os 15 e os 18 anos, naturais de países de expressão portuguesa.
2.o – O valor do Prémio Literário Correntes D’Escritas é, em 2010, de 1000 € (mil euros). Para além disso, o
5 Conto / Poema premiado será publicado na edição seguinte da Revista Correntes d’Escritas.
3.o – O Prémio será atribuído nos anos pares a Conto e nos anos ímpares a Poesia. Assim, em 2010, o Pré-
mio distinguirá Prosa.
4.o – A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, como organizadora do Correntes D’Escritas designará os
elementos do Júri.
10 5.o – O Júri será constituído por três elementos, só podendo decidir com a presença de todos os membros.
(…)
Regulamento do Prémio Literário Juvenil Correntes D’Escritas
Texto B
Entre Vendecar, Sociedade de Compra e Venda de Veículos Usados, adiante designada por 1.o Contraente,
e João Manuel Oliveira Antunes, portador do Bilhete de Identidade número 1935211, adiante designado por
2.o Contraente, é celebrado o presente contrato de compra e venda de veículo usado, que se rege pelas
seguintes claúsulas:
5 1.a – Pelo presente contrato, o 1.o Contraente vende ao 2.o Contraente o veículo automóvel com as caracte-
rísticas e nas condições acordadas, que este aceita comprar para seu uso pessoal.
2.a – O veículo automóvel, objecto do presente contrato, é usado, apresentando um desgaste e envelheci-
mento inerentes aos seus anos e quilometragem. O 1.o Contraente responde pelo bom estado e bom funciona-
mento do veículo, pelo prazo de um ano, a contar da data da sua entrega.
10 3.a – Antes da sua revenda, o 1.o Contraente inspeccionou o veículo automóvel e verificou as suas condi-
ções de funcionamento, corrigindo as anomalias detectadas, não inerentes ao desgaste e envelhecimento do
veículo.
4.a – O preço de venda do veículo consta da Cláusula 6.a. Este deverá ser pago pelo 2.o Contraente nos ter-
mos aí determinados.
12 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
2. Atenta no texto A.
2.1 Identifica o seu emissor e o seu destinatário.
2.2 Esclarece o seu interesse para o destinatário.
2.3 Transcreve a expressão que mostra que a entidade regulamentadora pretende atribuir o prémio de
forma plural.
3. Relê o texto B.
3.1 Refere outra designação para as duas entidades envolvidas neste tipo de compromisso.
3.2 Substitui a expressão «corrigindo as anomalias detectadas» (l. 11) por outra equivalente.
II
1. Estabelece a correspondência entre a coluna A e a coluna B, identificando as palavras sinónimas:
Coluna A Coluna B
2. Considera a seguinte frase do texto A: «O Júri será constituído por três elementos, só podendo decidir com
a presença de todos os membros.»
2.1 Regista a classe e subclasse gramatical dos vocábulos sublinhados.
3. Faz corresponder à expressão da coluna A a substituição dos nomes por pronomes pessoais, escrevendo na
tua folha de resposta a alínea correcta da coluna B:
Coluna A Coluna B
III
Quem não defende os direitos à vida, à liberdade e à igualdade como intocáveis? O problema é fundamen-
tar racionalmente essa pretensão. Porque não posso atentar contra a vida de meu semelhante? Porque não
posso usar da força para submeter as outras pessoas ao meu serviço?
José Luís Ames
http://user.hotlink.com.br/fico/2005/11/locke-os-direitos-naturais-do-home-html
Relembra a Declaração dos Direitos do Homem e num texto expositivo, com oitenta a cento e vinte pala-
vras, responde à questão ou às questões colocadas no enunciado transcrito.
Aplica as regras da textualidade.
14 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Proposta de correcção
I
1.1 Texto A – Regulamento; Texto B – Contrato.
1.2 O texto A é constituído por cinco artigos. O texto B apresenta a abertura e quatro cláusulas.
1.3 O texto A regulamenta um concurso de carácter literário. O texto B estabelece um acordo entre duas
partes – vendedor e comprador.
2.1 Emissor – Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Destinatário – «Jovens com idades compreendidas
entre os 15 e os 18 anos, naturais de países de expressão portuguesa.»
2.2 Poder ser distinguido com o Prémio Literário Correntes D’Escritas.
2.3 «só podendo decidir com a presença de todos os membros.»
3.1 Outorgantes.
3.2 Eliminando as deficiências encontradas.
II
1. a) 6; b) 4; c) 2; d) 1; e) 3; f) 5.
3. b)
III
Resposta livre.
15
Teste de Avaliação 2
Textos de Carácter Autobiográfico
Lê atentamente os textos.
Texto A
Pittsburgh
8 de Junho, 1873
Meu querido amigo
Esperei todos os dias, durante esta semana, vê-lo em Pittsburgh, tendo ficado desiludida.
5 Suponho que recebeu a minha carta e penso que, pelo menos, se não veio podia ter-me respondido.
Tenho estado muito ansiosa porque, como adoeci desde o meu regresso, receei que também adoecesse,
sozinho, numa terra estranha, o que me fez sentir pior, pensar que pudesse estar doente num hotel.
Mas porque não vem a Pittsburgh? Respondi imediatamente à sua carta dizendo-lhe que me sentia quase
louca por vê-lo e não apareceu.
10 Estou por isso exasperada e não lhe escreverei mais até o ver, o que espero acontecerá muito brevemente.
Muito sinceramente
Mollie
in Cartas de Amor (…) Para José Maria Eça de Queirós (…), Assírio & Alvim, 1998
Texto B
10 Eu, João José Campos da Silva, 35 anos, residente na rua das Acácias n.o 125, no Porto, com o telefone
n.o 25221000, venho por este meio solicitar a consideração da minha candidatura ao lugar de Director de
Obras, de acordo com o aviso publicado no Público do dia 14/6/2010.
Sou Engenheiro Civil e possuo um perfil profissional condicente com o definido no aviso supracitado,
como facilmente se comprovará pelo Curriculum Vitæ apresentado em anexo.
15 Declaro-me disponível para uma entrevista em dia e hora considerados adequados.
Subscrevo-me com a máxima consideração,
João José Campos da Silva
16 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
II
III
Ester Olivé de Puig, Auto-Retrato
Proposta de correcção
I
1. Texto A: carta informal / carta pessoal
Texto A: carta formal / carta oficial.
1.1 A saudação inicial do texto A, «Meu querido amigo», a mensagem contida no corpo da carta e a despe-
dida, «Muito sinceramente», revelam uma ligação afectiva e de cumplicidade entre o locutor e o interlo-
cutor. No texto B, o emissor dirige-se formalmente ao destinatário, «Exmo. Sr. Director», e a
despedida, «Subscrevo-me com a máxima consideração», traduz distanciamento e tratamento de corte-
sia adequado ao teor da missiva.
1.2 Texto A – local e data, saudação inicial, corpo da carta, despedida, assinatura.
Texto B – identificação do remetente, identificação do destinatário, local e data, saudação inicial, corpo
da carta, despedida, assinatura.
2.1 Os sentimentos são: desilusão, ansiedade, receio, preocupação, dúvida, saudade e desespero.
O emissor esperava ver o destinatário da carta, o que não aconteceu; não sabe o motivo por que não se
encontraram, colocando a hipótese de ele estar doente.
2.2 Hipérbole. Ela manifesta uma ansiedade de o ver, próxima do desespero.
3. Sim. Mollie expõe os seus sentimentos em relação ao destinatário da carta que designa por «Meu querido
amigo»; relata situações do seu quotidiano; as formas verbais encontram-se na 1.a pessoa do singular; são
utilizados determinantes possessivos e pronomes pessoais da 1.a pessoa.
II
1. a) Acto directivo. b) Acto declarativo.
1.1 Na expressão do texto A a intencionalidade é perguntar, pretendendo obter uma resposta. Na expres-
são do texto B a intencionalidade é declarar.
III
Resposta livre.
18 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Testes de Avaliação 3
Textos de Carácter Autobiográfico
Lê atentamente o texto.
2. Interpreta os versos 3 e 4.
II
2. Escreve duas frases onde utilizes o vocábulo «Fortuna» com acepções diferentes.
3. Classifica as orações:
a) «Se torna» (v. 4)
b) «Que quase é outra cousa» (v. 10)
c) «Porque os dias / Têm o primeiro gosto já danado» (vs. 10-11)
3.1 Regista a função sintáctica dos vocábulos sublinhados.
III
Elabora um texto de cáracter autobiográfico, de cento e vinte a duzentas palavras, desenvolvendo apenas um
tema.
A – «Eu, Camões, me confesso…»
B – «Eu, Camões, nasci em 1524, em Lisboa…»
C – «A linguagem dos meus sentimentos.»
20 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Proposta de correcção
I
1.1 Contínuas e obsessivas lembranças do passado que se presume serem muito agradáveis e que permanecem
para sempre na memória do «eu» poético.
2. A passagem do tempo é inexorável para o ser humano que vai envelhecendo sem poder regressar à sua
juventude, ao contrário da natureza, que se renova ciclicamente.
3. Sentimento de desespero.
4.1 Segundo o sujeito poético, os anos estão a passar muito rapidamente. Contudo, não tem experienciado
a sua vida como desejaria.
6. São consideradas entidades «espias». O destino implacável compraz-se com o sofrimento e infelicidade do
«eu» poético; o «Tempo» inexorável não pára, envelhecendo-o, degradando o único remédio (a juventude)
que poderia mudar a sua vida, oferecendo-lhe novas oportunidades.
7. Personificação: «a Fortuna e o Tempo errado/ Que do contentamento são espias» (vs. 13-14).
Anástrofe: «Com que esperança inda me enganais?» (v. 2). Anáfora: «Nem todos pera um gosto são iguais/
Nem sempre são conformes as vontades» (vs. 7-8).
7.1 Personificação: a Fortuna e o Tempo representam os obstáculos à felicidade do «eu» poético.
Anástrofe: o «eu» poético identifica e evidencia a razão do seu sofrimento: as obsessivas saudades do
tempo passado criam-lhe vãs esperanças de voltar a ser feliz, mas ele sabe que isso é ilusório, enganador,
impossível.
Anáfora: a repetição (em alternância) revela a negatividade dos efeitos da passagem dos anos vivenciados
sob diferentes estados de espírito.
II
2. Exemplo:
Ele ganhou uma fortuna no totoloto.
Ofereceram-me uma estatueta da Fortuna.
III
Resposta livre.
21
Teste de Avaliação 4
Textos Expressivos e Criativos
Lê atentamente o texto.
4. Transcreve o vocábulo que mais se repete ao longo do texto e interpreta a sua reiteração.
5. Explica o sentido da frase: «Tão musicais / no fluvial e transbordante / ardor de cada dia.»
II
Estabelece a correspondência correcta entre os elementos da coluna A e os da coluna B:
Coluna A Coluna B
III
Elabora um texto expressivo e criativo, de cento e cinquenta a duzentas palavras, subordinado ao título: Um
livro inesquecível.
23
Proposta de correcção
I
1. Os livros são ternos, aconchegantes, tranquilizantes, íntimos, fiéis, confidentes, ou seja, os livros estão sem-
pre disponíveis para os leitores seja qual for o motivo e o momento em que se deseje lê-los.
3. A figura de estilo predominante é a personificação. É utilizada porque o sujeito poético dá «vida» aos
livros, considerando-os uma excelente companhia, amados por ele como os melhores amigos.
4. O vocábulo que mais se repete é «tão». A sua reiteração pretende superlativar as qualidades dos livros, no
panegírico que o sujeito poético lhes faz.
5. A frase significa que os livros concedem alegria de viver o dia-a-dia a quem os lê.
II
a) 3; b) 1; c) 2; d) 7; e) 5
III
Resposta livre.
24 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Teste de Avaliação 5
Textos Expressivos e Criativos
Lê atentamente o poema.
Navio naufragado
Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.
4. Regista do texto uma comparação e uma hipérbole, referindo o seu valor expressivo.
II
1. Apresenta sinónimos de: «nítido» (v. 2), «suspenso» (v. 4), «espalhados» (v. 14), «videntes» (v. 18).
3. Identifica a relação semântica existente entre «corpos» (v. 14) e «olhos» (v. 17).
4. Escreve duas frases em que utilizes palavras homónimas de «guarda» (v. 3) e de «são» (v. 13).
5. Integra na classe e subclasse os vocábulos: «agora» (v. 3), «seu» (v.3), «branco» (v. 5), «duas» (v. 7) e «Que»
(v. 17).
6. Refere a função sintáctica dos elementos constituintes do verso «E agora o mar o guarda no seu fundo» (v. 3).
III
Elabora um texto expressivo e criativo, de cem a duzentas palavras, subordinado ao título: Uma magnífica pai-
sagem.
26 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Proposta de correcção
I
1.1 À superfície (Terra) – «Sonoro, nítido e denso»; Fundo do mar – «Silencioso e suspenso».
1.2 O espaço terreno é descrito como um lugar onda há sonoridade de coisas, objectos e seres concretos,
não transfigurados. O fundo do mar é um lugar aquático, caracterizado pela ausência de sonoridades
onde objectos, coisas, animais e corpos flutuam.
2.1 O «eu» transfigura poeticamente o capitão, descrevendo-o como um ser que já pertence ao mundo marítimo,
envolvido pelos elementos marinhos, que dele fazem parte integrante. O capitão fundiu-se nesse ambiente,
por isso a sua pele tomou já a cor branca das areias, na mão segura duas conchas, está envolvido por algas e o
coração é uma medusa. Há como que uma perda da sua identidade humana, hibridamente confundida com
a de um belo ser marinho. O intenso visualismo é transmitido pelo enquadramento do capitão num cenário
em que as flores, o movimento suave dos animais e das sereias conferem profunda beleza e magia.
3. Grutas, flores, animais, corpos e sereias.
3.1 As sereias são seres imaginários que conferem à descrição o poder de evocar um espaço de beleza mágica
e perfeita.
4. Comparação: «E verdes como os olhos de videntes» – Os olhos das sereias são descritos como os olhos de
visionários, olhos extraordinários com o poder de adivinhação.
Hipérbole: «as grutas de mil cores» – No fundo do mar, o cromatismo é soberbo, nele as águas transparen-
tes ganham infinitas tonalidades.
5. O título justifica-se pela presença do capitão e de corpos (provavelmente marinheiros) espalhados no fundo
do mar. O navio naufragou, mergulhando os seus ocupantes na profundidade das águas marítimas, tendo
perdido a vida. Sob essa massa de água, os cadáveres, com destaque para o capitão, um esqueleto, adqui-
rem uma estranha beleza, algo sedutora e mágica.
II
1. Límpido, pendente, dispersos, visionários.
2. «areias», «conchas», «medusa», «águas», «sereias».
3. Relação de meronímia – «olhos», merónimo de «corpos».
4. O meu prédio tem um guarda à porta.
Mantém uma alma sã num corpo são.
5. Classe / Subclasse.
«agora» – advérbio de predicado, valor temporal
«seu» – determinante; possessivo
«branco» – adjectivo; qualificativo pós-nominal
«duas» – quantificador; numeral
«que» – pronome; relativo
6. «agora» – modificador «o guarda» – predicado
«o mar» – sujeito simples «no seu fundo» – modificador
«o» – complemento directo
III
Resposta livre.
27
Teste de Avaliação 6
Textos dos Media
Lê atentamente o texto.
Artes visuais
Júlio Resende: pintura sem idade
Rocha de Sousa
Sou um persistente visitante da pintura de Júlio 30 sem, não minimizariam – esse monumento catártico
Resende, sem dúvida um dos mais importantes artistas que ensaia um enorme travelling pela vida de uma
contemporâneos portugueses. Desde uma longínqua população urbana, ou da margem, ou do Norte, ou da
exposição na Galeria Divulgação, à Estefânia, passando melancolia meridional e da escassez, feito de encadea-
5 pelos livros que entretanto reproduziam coisas anterio- dos entre o negro, o branco e admiráveis cinzas de
res, tudo fui seguindo na medida do possível, não 35 admiráveis trânsitos visuais, síntese, desdobramento,
exaustivamente, mas no tempo que podíamos partilhar, um ruído que apenas desabrocha no interior das nos-
o artista e eu, incluindo a notícia, as ilustrações vindas sas cabeças, e o resto, que é tudo, serve para um olhar
do Porto, do Brasil, de Cabo Verde, um testemunho lateral e comovido, paragens, fragmentos deslumbran-
10 patrimonial já sem idade, páginas da História, o futuro, tes, a realidade, o sonho, a faina fluvial, o Douro, as
os afectos entretanto. Por isso é que não tomo como 40 fotografias meio rasgadas e sobrepostas na mente: Do
crítica de arte este artigo feito demasiado sobre a hora, rio, no rio, o barco antigo descobre os acenos. Crian-
mas antes como a carta que se escreve ao amigo e nela ças. Mulheres carregadas. Cães vadios e sombras e
o saudamos por estar presente, por já viver fora das arcadas e travessas de madeira, âncoras do mundo.
15 cronologias e dos pragmatismos. Aqui não há tempo nem espaço para falar desta
A exposição de parte da obra de Júlio Resende, 45 obra mal-amada E assim não é difícil perceber, num
colecção do Millennium, foi organizada na Sociedade pequeno texto de Resende para este catálogo, as
Nacional de Belas-Artes e sobre ela muito pouco se seguintes palavras:
disse. (…) Resende foi aparecendo muito de passagem, «Toda a repreensão em causa própria seria inútil».
20 não há um grande filme sobre ele, mas todos nos lem- «Como se constata, percurso longo que a natureza
bramos de Helena Almeida, Julião Sarmento, Júlio 50 aleatória da apresentação não especifica, nem essa era a
Pomar. E desta vez, em Lisboa, com a colecção a que intenção. Compensando tal hiato, a Ribeira Negra,
nos referimos, é exposta a grande obra parietal Ribeira obra de 1984, é apresentada em Lisboa, com os seus
Negra, um percurso que envolve 120 m2 e cuja grandeza 120 m2. Aconteceu num registo instintivo que motivou
25 estética tem um lugar único no nosso moderno patri- um mural em grés fixado ulteriormente na cidade do
mónio deste domínio. 55 Porto. Não é de forma intrusa que figura na presente
mostra, porque confirma os fins últimos da Pintura
que sempre defendi: o seu objectivo mural».
Ribeira Negra Lemos isto, com esta simplicidade, e da moral fala-
remos um dia.
A peça mural não grita entre restos de uma guerra in Jornal de Letras,
feia, como a Guernica, mas os espanhóis, se a possuís- 26 de Abril a 9 de Maio de 2006
28 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
I
1. Rocha de Sousa avalia a pintura de Júlio Resende e afirma que este artigo não pode ser considerado pro-
priamente «crítica de arte». Justifica.
2. Identifica o motivo pelo qual, na opinião de Rocha de Sousa, a pintura de Júlio Resende tem sido devida-
mente valorizada. Justifica a resposta.
4. Na parte do artigo designada por Ribeira Negra, o autor utiliza um discurso valorativo que assenta em
várias figuras de estilo. Transcreve expressões que evidenciem o uso de:
a) enumeração
b) antítese
c) polissíndeto
4.1 Distingue as figuras de sintaxe das de nível interpretativo. Justifica.
II
1. Na expressão «a carta que se escreve a um amigo e nela o saudamos» (ls. 13-14), identifica os elementos
anafóricos que sustentam a coesão do enunciado.
4. Quando nos deslocamos, lenta e gravemente, ao longo da Ribeira Negra, sabemos que há muitas mais
obras expostas na sala.
4.1 Classifica as orações da frase.
4.2 Identifica as funções sintácticas dos vocábulos sublinhados, estabelecendo a correcta correspondência
entre a coluna A e a coluna B:
Coluna A Coluna B
III
Imagina uma entrevista a uma pessoa que admires (ex.: professor, cientista, artista, desportista).
Escreve o texto, aplicando os teus conhecimentos sobre essa tipologia textual.
29
Proposta de correcção
I
1.1 O articulista afirma estar ligado a Júlio Resende por uma enorme admiração, avaliando a obra do pintor
de forma pouco isenta.
2. Rocha de Sousa afirma que não, pois os órgãos de comunicação social pouco se debruçaram sobre a expo-
sição organizada pela Sociedade Nacional de Belas-Artes (colecção do Millennium). Afirma, ainda, que
Ribeira Negra é uma «obra mal-amada».
3.1 Esta extraordinária obra de arte reflecte e perspectiva a(s) forma(s) de vida da população, proporcio-
nando a quem observa a uma análise purificadora.
3.2 A realidade, o sonho, a faina fluvial, o Douro.
3.2.1 Crianças, mulheres carregadas, cães vadios.
5. «Sem dúvida (…) portugueses» (ls. 2-3); «um testemunho patrimonial já sem idade» (ls. 9-10); «o sauda-
mos (…) pragmatismos» (ls. 14-15); «é exposta a grande obra parietal» (l. 23); «e cuja grandeza deste
domínio» (ls. 24-25); «os espanhóis, se a possuíssem, não a minimizariam» (ls. 30-31) «esse monumento
catártico» (l. 30); «admiráveis» (l. 35); «fragmentos deslumbrantes» (ls. 38-39); «obra mal-amada» (l. 45).
II
1.1 «Nela» e «o».
3.1 Parónimas.
4.1 «Quando nos deslocamos, lenta e gravemente ao longo da Ribeira Negra» – subordinada adverbial tem-
poral; «sabemos» – subordinante; «que há muitas mais obras expostas na sala» – subordinada substan-
tiva completiva.
4.2 a) 3; b) 1; c) 2.
III
Resposta livre.
30 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Teste de Avaliação 7
Textos dos Media
Lê atentamente o texto.
Cafés
O Café foi e continua a ser – continuaria a ser se os Cafés não estivessem a desaparecer da geografia de
Lisboa – um local de conversa ou de sossego, de tranquilidade total, por isso mesmo de criação. Não sei
se Bocage escreveu algumas poesias sobre as mesas do seu Café, mas é natural que o tenha feito. Ele e tan-
tos, tantos outros poetas, já que de poetas se trata. «As mesas do Café endoideceram feitas de ar.», dizia
5 Sá-Carneiro. E na «Apoteose»: «Sereno / em minha face assenta-se um estrangeiro / Que desdobra o
Matin». No Café passa gente que nunca mais vemos, e que desdobra o Matin ou qualquer outro jornal.
Ou reúnem-se pessoas conhecidas-desconhecidas que conversam. Bocage, que morreu conformista e a
fazer traduções para subsistir – ainda frequentaria o Nicola nessa altura? Ficaria decerto espantado se cá
pudesse voltar e encontrasse um Banco (Já houve um que teria oferecido 14 000 contos de trespasse…).
10 Não tenho nada contra os Bancos mas, vendo bem, não deveria o Nicola ser preservado, com os seus qua-
dros evocativos? Há tempos uma amiga brasileira de visita a Lisboa, depois de ir ao Jerónimos, à Torre de
Belém e às Janelas Verdes, foi aos Irmãos Unidos ver o retrato de Fernando Pessoa pintado por Almada e
olhar demoradamente o local onde o poeta passara tanto do seu tempo. Porquê esta morte violenta dos
Cafés de Lisboa? É certo que a cidade cresce, muda de face, actualiza-se – mas para que há-de ela repetir
15 por suas mãos (é um modo de dizer) a catástrofe de 1755 que quase nada deixou atrás de si? Por que não
poupar algumas casas que têm recordações, que têm história? Quando, no liceu, comecei a aprender Lite-
ratura, lembro-me de ver o nome do Nicola ou de o ouvir citar a propósito de Bocage. O poeta situava-se,
pois, em Lisboa, ali, em pleno Rossio, era muito vivo assim. Agora, se o Nicola desaparece, vai-se com ele
um pouco do poeta do Sado. Eis Bocage com residência fixa para todo o sempre em Setúbal, sua terra
natal.
Maria Judite de Carvalho
I
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionário.
4. Explica o motivo pelo qual Maria Judite de Carvalho evoca a «catástrofe de 1755».
6. A interrogação retórica é uma figura de estilo de grande significado. Explicita o seu valor expressivo.
II
1. Transcreve, da primeira frase do texto, os vocábulos do campo semântico de «paz».
2. Classifica o acto ilocutório presente na frase «Porquê esta morte violenta dos Cafés de Lisboa» (ls. 13-14)?
2.1 Esclarece a sua intencionalidade comunicativa.
4. Considera a seguinte frase: «Não sei se Bocage escreveu algumas poesias sobre as mesas do seu Café, mas é
natural que o tenha feito.» (ls. 2-3)
4.1 Integra, na classe e subclasse a que pertencem, os vocábulos sublinhados.
4.2 Identifica:
a) a oração coordenada adversativa;
b) a oração subordinante;
c) as orações subordinadas substantivas completivas.
4.3 Refere a função sintáctica das palavras:
a) Bocage
b) natural
c) o
III
Resume o texto a seguir transcrito, constituído por duzentas e sessenta e duas palavras, num texto de
setenta a cento e dez palavras.
Proposta de correcção
I
1.1 Como um espaço de descontracção, propenso ao acto criativo.
1.2 Bocage, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, porque Bocage frequentava o café Nicola e Fernan-
do Pessoa o café Irmãos Unidos.
2.1 Encontram-se.
2.2 Porque o café é um espaço cosmopolita onde os conhecidos e os desconhecidos confraternizam.
3.1 Uma amiga brasileira do sujeito de enunciação, estando de visita a Lisboa, inclui no mesmo roteiro
turístico os Jerónimos, a Torre de Belém e o café Irmãos Unidos.
3.2 Por ser frequentado assiduamente por Fernando Pessoa, encontrando-se aí o retrato do poeta.
4. Porque o terramoto de 1755 destruiu Lisboa e na actualidade é o homem que destrói casas de referência
histórica pelas suas próprias mãos.
5. A perda da ligação de Bocage a Lisboa.
6. O texto é opinativo e argumentativo. A interrogação retórica surge como um processo retórico para envol-
ver o leitor na argumentação apresentada de modo a este aderir à tese defendida pela cronista: o café, espaço
cultural a preservar.
7. a) V; b) F; c) F; d) V; e) F; f) V.
II
1. Conversa, sossego, tranquilidade.
2. Acto directivo.
2.1 Perguntar.
3. 1 c); 2 b); 3 d); 4 a).
3.1 1. Conector discursivo de oposição / restrição; 2. conector discursivo de causa; 3. operador discursivo:
função de reforço; 4. estruturador da informação.
4.1 Não – advérbio de negação; algumas – quantificador indefinido; mesas – nome comum, contável; seu
– determinante possessivo; que – conjunção subordinativa integrante; o – pronome pessoal.
4.2 a) mas é natural;
b) Não sei;
c) Se Bocage escreveu algumas poesias sobre as mesmas do seu café; que o tenha feito.
4.3 a) Bocage – sujeito;
b) natural – predicativo no sujeito; c) o – complemento directo.
5. A presença destes sinais auxiliares de escrita justificam-se pois entre aspas aparecem nas citações poéticas.
Entre parênteses são apresentadas informações complementares e um aparte.
III
Em Portugal, até metade do séc. XIX a figura do Natal era o presépio. A partir de 1834, a Árvore de Natal
chegou ao povo. Só em 1960, através dos media, é que é feita a grande divulgação da Árvore de Natal e do Pai
Natal, representativo do consumismo, sobrepondo-se à essência do espírito natalício.
Com o casamento de D. Maria II com D. Fernando, mudaram os hábitos da corte. Estes tiveram muitos
filhos que a rainha educou com esmero. Afirmou-se, desde então, a tradição da Árvore de Natal na noite de
Natal, o rei vestia-se de S. Nicolau e oferecia presentes aos filhos num ambiente familiar.
34 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Teste de Avaliação 8
Contos do Século XX
Lê atentamente o texto.
Foi por estas alturas que se apresentou Domigos, o primeiro pretendente sério de Amância. Demasiado
sério, ai!
Demasiado sério: Era um rapaz dos seus vinte e cinco anos, moreno e simpático, talvez já um pouco pesado.
Aliás de boa figura, mas vulgar, sem atractivos especiais para uma bela rapariga moderna. Filho único do mais
5 bem afreguesado ourives da terra, já empregado na loja que viria a herdar – toda a gente achou que era óptimo
partido para a filha de um modesto amanuense. Os próprios pais de Amância o acharam; mas sem se atreverem
a tentar qualquer pressão sobre o espírito da filha. Porque logo a filha revelou espíritos por de mais alevanta-
dos na filha de um modesto amanuense, declarando não corresponder Domingos ao seu «ideal». Além de que
não estava disposta a casar tão nova! Queria gozar a sua juventude, e, sem se comprometer, recolher incenso
10 dos vários turíbulos… Ora Domingos pretendia casar-se quanto antes. Há mais de um ano que Amância dera
pela sua paixão. Há mais de um ano que ria, simultaneamente lisonjeada e sempre um tanto desdenhosa, ao
cruzar procurando os seus, onde quer que se encontrassem, esses olhos leais e súplices de tímido… Não era
caso para rir! Demasiado sério, talvez já um pouco pesado, muito apegado ao trabalho, muito metido consigo
como quase todos os tímidos e surdos (pois também era um pouco duro de ouvido), Domingos podia muito
15 bem saber amar com uma energia e uma delicadeza cada vez mais raras. Por isso mesmo, porém, que futuro
poderia esperar a sua futura mulher? O de uma dona de casa vivendo para o marido, para os filhos, para os
cuidados domésticos. Adeus liberdade de viver como a borboleta, espanejando os seus brilhos ao ar e ao sol!
Mesmo que Domingos lhe agradara (e não era bem o caso), muito dificilmente pudera resolver-se Amância a
aceitar tão nova a prisão dos seus braços honrados. Assim Amância ria. Não era caso para rir! Mas quem pode-
20 ria zangar-se com o riso de Amância? Não mostrava ela tão lindos dentes, iguais e pequeninos? E não era ele
natural, nessa deliciosa boca suculenta, como o colorido numa flor ou a frescura na água de uma fonte?
Por fim, a instâncias do enamorado, teve o pai de Amância de dar uma resposta: que a filha ainda era
muito nova, e não queria sujeitar-se tão cedo aos cuidados do matrimónio. Agradecia a honra que lhe era
feita, reconhecia as excelentes qualidades do seu pretendente, desejava-lhe todas as felicidades com aquelou-
25 tra que não teria dificuldade em achar… O amanuense havia estudado este pequeno discurso. Domingos fez-
-se, primeiro, muito vermelho; e cravara no seu interlocutor uns olhos vidrados, fixos, que pareciam
examiná-lo e em verdade o não viam. Depois, ficou pálido como um cadáver. Por fim respondeu, com uma
voz presa e baixa, descendo os olhos sobre as mãos que tremiam torturando-se uma na outra:
– Diga-lhe que esperarei. Ela há-de cansar-se de se divertir…
30 O amanuense não gostou desta insinuação.
– Pois que espere! – disse Amância quase desabridamente, quando o pai lhe transmitiu o recado. E conti-
nuou a rir com uns e outros, recolhendo incenso de diversos turíbulos.
José Régio, «Os Namorados de Amância», Contos,
Publicações Europa-América (excerto)
I
1. «Demasiado sério» (ls. 1-2), assim é apresentado «o primeiro pretendente sério de Amância».
1.1 Faz o retrato de Domingos.
1.2 Refere o processo de caracterização que predomina na sua descrição. Exemplifica.
2. Refere a opinião de «toda a gente» e dos pais de Amância sobre este pretendente.
2.1 Apresenta a opinião da jovem, relativamente ao filho do «ourives da terra».
35
3. Indica o sentimento que tinha Domingos para com a rapariga e como se revelava.
5. «Assim Amância ria. Não era caso para rir!» (ls. 19-20).
5.1 Tendo em conta a expressão sublinhada, classifica o narrador desta história:
5.1.1 quanto à presença;
5.1.2 quanto à posição.
5.2 Apresenta outro exemplo em que esteja presente a opinião do narrador.
6. Identifica os argumentos utilizados pelo pai de Amância, para recusar o pedido de casamento de Domingos.
6.1 Indica as diferentes reacções do rapaz.
6.2 Identifica a figura de estilo presente em «com uma voz presa e baixa» (ls. 29-30) e refere a sua expressi-
vidade.
6.3 Mostra como a resposta final do jovem é sinónimo de uma forte paixão.
7. O último parágrafo apresenta um traço caracterizador de Amância que perdurará no futuro. Identifica-o.
II
1. Transcreve do texto três co-referentes do nome Domingos.
3. «Era um rapaz dos seus vinte e cinco anos, moreno e simpático, talvez já um pouco pesado.» (ls. 3-4))
3.1 Integra os vocábulos sublinhados na classe e sublasse a que pertencem.
III
Num texto narrativo, de cento e cinquenta a duzentas palavras, imagina um final feliz para esta história de
amor.
36 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Proposta de correcção
I
1.1 Domingos era um rapaz de vinte e cinco anos, moreno, um pouco forte, um pouco surdo. Tinha uma
boa figura, mas não era sedutor. Era simpático, mas taciturno «sério». Trabalhava como ourives na loja
do pai da qual viria a ser dono.
1.2 Caracterização directa: «moreno e simpático», «um pouco pesado».
3. Uma paixão obsessiva; amor platónico. Esse sentimento revelava-se pelo olhar leal e suplicante de Domingos
que observava Amância com timidez.
II
1. «um rapaz dos seus vinte e cinco anos» (l. 3); «Filho único do mais bem afreguesado ourives» (ls. 4-5):
«pretendente» (l. 1).
III
Resposta livre.
37
Teste de Avaliação 9
Contos do Século XX
Lê atentamente o texto.
Miura
Palmas, gritos.
Desesperado, tornou a escarvar o chão, agora com as patas e com os galhos. O homem!
Mas o inimigo não desistia. Talvez para exaltar a própria vaidade aparentava dar-lhe mais oportunidades.
Lá vinha todo empertigado, a apontar dois pequenos paus coloridos, e a gritar como há pouco.
5 – Eh! toiro! Eh! boi!
Sem lhe dar tempo, com quanta alma pôde, lançou-se-lhe à figura, disposto a tudo. Não trouxesse ele o
pano mágico, e veríamos!
Não trazia. E, por isso, quando se encontraram e o outro lhe pregou no cachaço, fundas, dolorosas as duas
farpas que erguia nas mãos, tinha-lhe o corno direito enterrado na fundura da barriga mole.
10 Gritos e relâmpagos escarlates de todos os lados.
Passada a bruma que se lhe fez nos olhos, relanceou a vista pela plateia. Então?!
Como não recebeu qualquer resposta, desceu solitário à consciência do seu martírio. Lá levavam o mori-
bundo em braços, e lá saltava na arena outro farsante dourado.
Esperou. Se vinha sem a capa enfeitiçada, sem o diabólico farrapo que o cegava e lhe perturbava o enten-
15 dimento, morria.
Mas o outro estava escudado.
Apesar disso, avançou. Avançou e bateu, como sempre, em algodão.
Voltou à carga.
O corpo fino do toureiro, porém, fugia-lhe por artes infernais.
20 Protestos da assistência.
Avançou de novo. Os olhos já lhe doíam e a cabeça já lhe andava à roda.
Humilhado, com o sangue a ferver-lhe nas veias, escarvou a areia mais uma vez, urinou e roncou, num
sofrimento sem limites. Miura, joguete nas mãos de um Zé-Ninguém!
Num ímpeto, sem dar tempo ao inimigo, caíu sobre ele. Mas quê! Como um gamo, o miserável saltava a
25 vedação.
Desesperado, espetou os chifres na tábua dura, em direcção à barriga do fugitivo, que arquejava ainda do
outro lado. Sangue e suor corriam-lhe pelo lombo abaixo.
Ouviu uma voz que o chamava. Quem seria? Voltou-se. Mas era um novo palhaço, que trazia também a
nuvem, agora pequena e triangular.
30 Mesmo assim, quase sem tino e a saber que era em vão que avançava, avançou.
Deu, como sempre, na miragem enganadora.
Renovou a investida. Iludido, outra vez.
Parou. Mas não acabaria aquele martírio? Não haveria remédio para semelhante mortificação?
Num último esforço, avançou quatro vezes. Nada. Apenas palmas ao actor.
35 Quando? Quando chegaria o fim de semelhante tormento?
Subitamente, o adversário estendeu-lhe diante dos olhos congestionados o brilho frio de um estoque.
Quê?! Pois poderia morrer ali no próprio sítio da sua humilhação?! Os homens tinham dessas generosidades?!
Calada, a lâmina oferecia-se inteira.
Calmamente, num domínio perfeito de si, Miura fitou-a bem. Depois, numa arremetida que parecia ainda
40 de luta e era de submissão, entregou o pescoço vencido ao alívio daquele gume.
Miguel Torga, Bichos, Coimbra Editora
38 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
I
Apresenta, de forma bem estruturada, as respostas ao questionário.
II
Selecciona da coluna B a correspondência correcta com as alíneas da coluna A:
Coluna A Coluna B
III
Num texto narrativo, de cento e cinquenta a duzentas palavras, conta a história real ou fictícia de um ani-
mal que aprecies.
39
Proposta de correcção
I
1. O protagonista é Miura.
1.1 Miura era um touro desesperado devido à forma como era martirizado, em desafios sucessivos feitos
pelos toureiros. Doíam-lhe os olhos e tinha a cabeça entontecida. Sentia-se humilhado e dominava-o um
profundo sofrimento. Já desorientado, continuava a investir contra o agressor. Porém, cansado e desejoso
de acabar com o sofrimento a que estava a ser sujeito, entregou-se, submisso, para a morte.
1.2 a) o toureiro;
b) o público.
3. O espaço físico é uma praça de touros. O espaço social é o dos aficionados da tourada.
6. O texto termina com Miura dando-se por vencido e, de forma lúcida, entregando-se para morrer como
forma de pôr fim ao seu sofrimento. Miura escolheu a morte como forma de alívio, pois na tourada ele é o
mártir.
7. O narrador humaniza o touro para se colocar na sua perspectiva e criticar os seres humanos, tanto os que
se exibem à custa do sofrimento do animal (toureiros), como o público que se diverte e aplaude tamanha
crueldade.
II
a) 5; b) 8; c) 7; d) 1; e) 3.
III
Resposta livre.
40 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Sequência 2
Pág. 139 do Manual – Alma minha gentil, que te partiste
Orientação de Leitura
1.
Mulher amada
«gentil», «partiste / Tão cedo» (jovem), «Céu»,
«descontente», «Deus que teus anos «assento
encurtou» (jovem) etéreo» = Lá
Sujeito poético
«triste», «amor ardente», «(amor) tão
puro» (apaixonado),«dor que me ficou» «terra» = Cá
(atormentado), «Da mágoa, sem
remédio» (desesperado, aniquilado)
Sequência 3
Pág. 189 do Manual – You Are Welcome To Elsinore (Mário de Cesariny)
Orientação de Leitura
䉭
Liberdade
Muralha que habitamos Alegria
VIDA
䉭
䉭
MORTE
Tristeza
Dor 䉭
41
Nós Palavras
䉭
䉭 䉭
os emparedados denúncia
os impedidos solidariedade
os manietados liberdade
os solitários
os aprisionados
entre
Nós as palavras
䉭
䉭
dever (querer) falar = as palavras libertam o ser humano
Sequência 3
Pág. 241 do Manual
Orientação de Leitura
Mancha gráfica Texto na vertical. Caracteres maiúsculos na rubrica, Texto na vertical. Caracteres maiúsculos na
no título e na palavra VEREDICTO. rubrica e no título
Ficha técnica: caracteres mais pequenos Texto do artigo – caracteres de tamanho
Texto do artigo: caracteres de tamanho normal normal
Temas Descrição turística e poética da cidade de Lisboa Guia turístico da cidade de Lisboa
Desenvolvimento Caracterização do projecto como uma homenagem Relação estreita da publicação do guia com
dos temas ao poeta Fernando Pessoa; filme inspirado no guia o lançamento do DVD – documentário
escrito por Pessoa sobre a cidade de Lisboa; com o mesma temática: Lisboa turística;
apresentação viva de Lisboa – do passado à caracterização do livro como um texto
actualidade; apreciação crítica do texto escrito e dito inédito de Pessoa – visão arguta do poeta
e da inserção da banda sonora do filme; conclusão da capital no aspecto turístico; colaboração
positiva preciosa da especialista Teresa Rita Lopes
42 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Relação entre Texto ilustrado com a fotografia famosa de Fernando Em cima do lado esquerdo, em tamanho
texto e ilustração Pessoa, a caminhar no Rossio, ocupando uma pequeno, vê-se a capa do livro onde é
terceira coluna, ao longo do texto, na vertical, do lado possível ler-se o título que serve também
direito, revelando a cumplicidade e importância do de título ao artigo crítico. Em baixo, do lado
poeta na concretização do projecto direito, observa-se a fotografia de Pessoa
em movimento, autor do guia, como que
a passear, a visitar a sua amada Lisboa
Características Texto de extensão média e mais desenvolvido do Texto curto sucinto. Registo padrão;
do discurso que o relativo ao livro. Predomínio do registo padrão; presença de alguma adjectivação
presença de expressões conotadas, exs: «descrição expressiva, exs: «um surpreendente texto
poética do essencial», «de uma forma visionária»; inédito», «despojado de qualquer retórica».
alguma adjectivação expressiva, exs: «não se trata O discurso é claro e conciso
de uma Lisboa estática», «forma visionária», «mais
apurada e ritmada». O discurso é claro e conciso
Orientação de Leitura
Tema Ciência
Fenómenos observados / A geometria está em tudo: as estruturas orgânicas estão regidas, sobretudo, pelo pentágono
estudados e as estruturas inorgânicas por padrões hexagonais. A música rege-se pelas proporções rec-
tangulares e triangulares; nas criações humanas universais, por ex. Homem de Vitrúvio,
Pirâmide de Quéops, Sagrada Família.
As origens da Geometria como disciplina, a sua aplicação na arte pelos criadores
da antiguidade e da modernidade e a sua aplicação em Portugal pelos templários.
Conclusões Proporções geométricas harmoniosas têm regido as mais universais criações humanas e são
Interesse e actualidade estas as que perduram. As construções da actualidade têm desprezado os padrões e formas
geométricas.
Ilustração / Funções As ilustrações são textos icónicos paralelos ao texto verbal, utilizados como forma de
confirmação dos argumentos.
Orientação de Leitura
1.1
䉭
INTRODUÇÃO
䉭 Paradoxo: mais conhecimentos = mais dúvidas
2.a parte
Nova perspectiva do Mundo – Multiverso
䉭
DESENVOLVIMENTO
3.a parte
CONCLUSÃO Oposição: defensores das teorisa do Multiverso / detractores
«luta de galos»
44 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Sequência 5
Pág. 277 do Manual – «Os namorados de Amância»
B) PERSONAGENS
Carinho
䉭
Amância Pais
䉭
Amor
Afecto
䉭
Carinho e amizade
Indiferença
䉭
Amância Domingos
䉭
Paixão
Interesse
䉭
Diversão
Desconfiança
䉭
Diversão e sedução
Paixão
䉭
Amância Valério
䉭
Paixão e amor
Interesse
䉭
Diversão e sedução
Rivalidade
䉭
Raparigas da alta
Amância
䉭
sociedade + Lili
Inveja e ciúme
Sequência Tema(s) Data / / Turma Ano
45
46 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Desvalorização
do factor de
Aplicação
GRUPO III
(C + F — D)*
D
C F
(C + F)
F
C
(C + F)
F
GRUPO II
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
GRUPO I
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
(C + F)
F
C
Nome
Número
Domínio da temática
Sequencialização
lógica das ideias
Clareza
Rigor
Conteúdo
Capacidade
argumentativa*
Processos discursivos
adequados
Criatividade
* Nota: A observação deste aspecto tem de ter em conta a especificação e a adequação da temática a apresentar e/ou a desenvolver.
Riqueza vocabular
Propriedade vocabular
Estrutura sintáctica
Expressão
linguística Encadeamento frásico
Expressividade
linguística
Fluência
Pertinência das
intervenções
Entoação apropriada
Interacção
Autodomínio
discursiva
Disciplina
Expressão corporal
adequada
48 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Título: ____________________________________________________________________________________
Tema: _____________________________________________ Subtemas: _____________________________
Título: ____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
Realizador: ________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
Argumentista: ______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
(Data) , de de 201
Assinatura
51
Objectivos:
• problematizar temáticas;
• formular juízos críticos / argumentar;
• enriquecer os conhecimentos;
• reflectir sobre opiniões diversas;
• sintetizar ideias.
Acção preliminar:
1.° Escolher o tema:
• reflectir sobre o interesse e a pertinência do tema em discussão;
• preparar, investigando, o conteúdo teórico subjacente ao tema-fonte;
• apetrechar-se de opiniões sobre o assunto para poder intervir;
• estruturar a argumentação, validando a sua intervenção.
2.° Seleccionar um moderador, dois secretários e dois observadores.
3.° Reflectir sobre a forma de constituir grupos que defendam posições diferentes face ao tema:
• na sala de aula: dividir os alunos em dois grupos de posições distintas;
• ao nível da escola: convidar outras turmas para fazerem intervenções pertinentes, geradoras de
dinamismo no debate.
Dinâmica do debate:
Funções do moderador Funções dos secretários
• esclarecer de forma sucinta a temática a ser discutida; • registar o nome dos que desejam intervir, segundo a
• iniciar o debate; ordem do pedido da palavra;
• dar a palavra aos intervenientes, seguindo a ordem • fazer o relato do debate.
dos registos apontados pelos observadores;
• fazer o ponto da situação, através de pequenas
sínteses parcelares;
• clarificar ideias;
• evitar o ataque pessoal e a agressividade;
• apresentar as conclusões.
Escola: ___________________________________________________________________________________
Aluno(s) autor(es) do relatório:
Nome: _________________________________________________________ N.º: _______ Turma: _______
Nome: _________________________________________________________ N.º: _______ Turma: _______
Nome: _________________________________________________________ N.º: _______ Turma: _______
INTRODUÇÃO:
• Temática da visita: _________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
PARTE CENTRAL
• Apresentação dos factos ocorridos e seu enquadramento geográfico, histórico e sócio-cultural:
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
CONCLUSÃO:
• Balanço sintético dos conhecimentos adquiridos: ______________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
CONTRATO DE LEITURA
«No contrato de leitura cabe a ambas as partes – professor e aluno – estabelecer as regras fundamentais
para a gestão da leitura individual, procurando factores de motivação para que esta aconteça. Para além da
leitura individual, o contrato pode estipular a agregação por pequenos grupos de alunos que manifestem inte-
resse por um mesmo texto. O professor deve constituir-se como entidade facilitadora de práticas de leitura,
oferecendo aos alunos a possibilidade de encontro com textos interessantes e motivadores, procurando, con-
tudo, suscitar respostas por parte dos leitores durante e após a leitura desses textos. Estas respostas poderão
traduzir-se, por exemplo, nas seguintes actividades: apresentação oral dos textos lidos à turma, elaboração de
fichas de leitura e fichas biobibliográficas de autores, bases de dados de personagens, propostas de temas para
debates em aula, elaboração de ficheiros temáticos.»
Programa de Português, Departamento de Ensino Secundário, Ministério da Educação, 2001
O(A) aluno(a)
____________________________________
55
• Nome: ______________________________________________________________________________________
• Referência bibliográfica: ______________________________________________________________________
• Dados biográficos:
Nascimento: _____________________________________ (data) _______________________________ (local)
Morte: __________________________________________ (data) _______________________________ (local)
Ocupações: __________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
Outras obras: ________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
• Texto:
literário ⵧ não literário ⵧ
• Género literário:
narrativo ⵧ dramático ⵧ poético ⵧ
• Tema:
actual ⵧ de outra época ⵧ
• Linguagem:
– Privilégio:
de denotação de conotação
– Vocabulário:
fácil e acessível rebuscado e difícil
– Registo de língua:
corrente cuidado popular familiar
– Construção sintáctica:
simples complexa
– Utilização de:
A) narração B) discurso directo
descrição discurso indirecto
discurso indirecto livre
I • O autor
Nome: _____________________________________________________________________________________
Referência bibliográfica: __________________________________________________________________
Dados biográficos
Nascimento: _____________________________________ (data) ______________________________ (local)
Morte: ___________________________________________ (data) ______________________________ (local)
Ocupações: ________________________________________________________________________________
Outras obras: ______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
II • A obra
1. Elementos presentes:
a) na capa: ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
b) na contracapa: _______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
c) na lom bada: __________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. Título: ____________________________________________________________________________________________
Apreciação: _____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
3. a) Índice: Presente r
Ausente r
b) Prefácio: Presente r – escrito pelo autor r
– escrito por alguém conhecedor da obra r
Ausente r
c) Posfácio: Presente r
Ausente r
d) Nota(s)
de rodapé: Presente(s) r
Ausente(s) r
e) Glossário: Presente r
Ausente r
58 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
4. Estrutura
Caracterização da estrutura externa: ______________________________________________________________
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___________________________________________________________________________________________________
Síntese de:
Introdução: ____________________________________________________________________________________
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Desenvolvimento: _____________________________________________________________________________
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Conclusão: ____________________________________________________________________________________
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A OFICINA DE ESCRITA
«Quanto à expressão escrita, pretende-se que seja instituída uma oficina de escrita, em que sejam trabalha-
das as tipologias textuais previstas, a partir das quais se desenvolverão as competências naturalmente envolvi-
das neste tipo de actividade. Propõe-se que esta oficina seja entendida como um trabalho laboratorial,
constituindo um espaço curricular em que a aprendizagem e a sistematização de conhecimentos sobre a lín-
gua e os seus usos se inscrevem como componentes privilegiadas.
Ao carácter complexo que esta competência envolve, causa possível de muitas dificuldades, acrescenta-se
o facto de a escrita, como actividade transversal ao curriculum, desempenhar também uma função relevante
na activação de processos cognitivos, facilitando toda a aprendizagem. É, pois, necessário promover, nas aulas
de Português, uma oficina de escrita que integre a reflexão sobre a língua e que, em interacção com as outras
competências nucleares, favoreça, numa progressão diferenciada, a produção, o alargamento, a redução e a
transformação do texto, bem como uma gestão pedagógica do erro.
A prática da oficina de escrita visa possibilitar a interacção e a interajuda, permitindo ao professor um
acompanhamento individualizado dos alunos, agindo sobre as suas dificuldades, assessorando o seu trabalho
de um modo planificado e sistemático. A oficina de escrita implica um papel activo por parte de professores e
alunos que, através do diálogo e da reflexão sobre o funcionamento da língua, se empenham num processo de
reescrita contínua, tendente ao aperfeiçoamento textual e ao reforço da consciência crítica.»
Programa de Português, Departamento de Ensino Secundário, Ministério da Educação, 2001
60 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Considerando que:
• a Humanidade tem testemunhado as suas vivências, através de múltiplas artes;
• a literatura é uma forma requintada do registo dessa herança;
• escrever é, para alguns, a necessidade imperiosa de o ser humano revelar todo o sofrimento e angústia
que decorrem da sua natureza física;
• escrever é, para outros, a concretização superior da evolução da aprendizagem humana;
• escrever é a expressão da inquietação da mente humana nas questões existenciais;
• escrever é legar para a posteridade o tesouro mais valioso que se constitui como o verdadeiro patri-
mónio cultural da Humanidade.
Finalidade
O projecto de «Regulamento da Oficina de Escrita» tem como finalidade promover o gosto pela escrita,
incrementando o prazer de escrever.
I • Objectivos gerais
São objectivos gerais da Oficina de Escrita:
• escrever textos de diferentes temáticas;
• dar a conhecer a produção escrita aos elementos da comunidade educativa.
II • Objectivos específicos
São objectivos específicos da Oficina de Escrita:
• apropriar-se dos mecanismos básicos que sustentam a escrita;
• utilizar a escrita de modo intencional e pessoal em situações diversificadas;
• concretizar actividades de escrita em contexto pedagógico, com:
– objectivos precisos de aprendizagem dos momentos da escrita (planificação, textualização e revi-
são);
– carácter instrumental (relatórios, actas, avisos, cartas, convites e outros);
– valor informativo, científico, argumentativo, literário, etc.;
• conhecer a arte de escrever de autores (portugueses e estrangeiros) antigos e modernos;
• permitir, em cada sessão, a permuta de experiências de vida entre os participantes da Oficina de Escrita;
• actualizar os conhecimentos (culturais) em áreas variadas:
– política;
– economia;
– história nacional e universal;
– cultura (arte, literatura);
• apresentar textos de vários tipos elaborados pelos alunos, sujeitando-os à crítica construtiva de todos
os elementos;
• organizar sessões de leitura dos textos escritos pelos alunos;
• apresentar informações sobre os últimos eventos na área cultural;
• divulgar iniciativas dirigidas aos jovens.
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IV • Direitos
São direitos dos elementos participantes na Oficina de Escrita:
• solicitar ao(à) professor(a) de Português o esclarecimento de dúvidas para concretizar as tarefas;
• expressar livremente as opiniões sobre os temas a desenvolver;
• criticar os trabalhos dos colegas com rigor, isenção e concisão;
• apresentar sugestões para aperfeiçoar o funcionamento da Oficina de Escrita;
• organizar eventos culturais para divulgação dos trabalhos na escola, na comunidade envolvente, no
país e na União Europeia;
• avaliar criticamente a evolução individual e a do grupo no processo da aprendizagem da expressão escrita.
V • Deveres
São deveres dos elementos participantes na Oficina de Escrita:
• respeitar todos os participantes da Oficina;
• cesenvolver as actividades com responsabilidade, exigência e brio pessoal;
• basear as opiniões críticas em critérios objectivos, com carácter científico-teórico correcto, decorrente
das competências adquiridas;
• apresentar os trabalhos, cumprindo os objectivos e os prazos estabelecidos;
• ter atitudes e comportamentos correctos para criar um ambiente de agradável convivência humana;
• ser assíduo e pontual nas sessões da Oficina de Escrita.
62 • Caderno de Apoio ao Professor Página Seguinte 10.o ano
Estrutura
1. Identificação (capa): Escola, nome do aluno, número, turma, ano de escolaridade, período
(lectivo ou de tempo estipulado), ano lectivo, título.
2. Índice
4. Testes de Avaliação
4.1 Enunciado
4.2 Prova de avaliação
4.3 Correcção da prova
4.4 Reflexão sobre a prova
5. Memória descritiva
5.1 Ficha de auto-avaliação
5.2 Ficha de hetero-avaliação
NOTA: Os trabalhos devem ser datados, de modo que os alunos possam verifcar a sua evolução.