Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
D
outoranda em Educação pelo PPGEDU/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Mestre em Educação. Professora do Curso de Pedagogia e de Educação a Distância da
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA-RS). Pedagoga e Psicopedagoga.
D
outora em Educação. Professora do Curso de Pedagogia e de Educação a Distância da
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA-RS). Pedagoga.
N
esta aula abordaremos as vertentes que embasam o processo de planejamento de ensino e
aprendizagem do professor, vistas numa dimensão crítica da Educação, objetivando o conhe-
cimento das vertentes que nutrem a ação docente do professor e as modalidades de planeja-
mento que as sustentam.
Vertentes do planejamento
do processo de ensino e aprendizagem
O planejamento de ensino e aprendizagem, dirigido por uma ação pedagógica crítica e trans-
formadora, dará ao professor maior segurança na sua prática educativa para atender às demandas que
ocorrem na sala de aula, na escola, na comunidade e na sociedade em geral. Assim, o planejamento se
configurará pela ação pedagógica orientada a se vincular dialeticamente ao que é concreto ao aluno,
buscando transformá-lo.
As vertentes que embasam o processo de planejamento do processo de ensino e aprendizagem são:
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN);
as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN);
o Projeto Político Pedagógico da escola e/ou plano global, projeto de escola, proposta peda-
gógica ou plano educacional;
o regimento escolar;
os planos de estudos e/ou proposta pedagógica;
o plano de trabalho;
o plano de aula.
Observação: o nome dos documentos varia conforme decisão dos órgãos oficiais de cada estado
da Federação.
Conhecer a importância do processo de planejamento em seus diferentes níveis é um exercício
que ajudará a comunidade escolar a identificar as reais necessidades da escola e, a partir daí, consi-
derar o planejamento um suporte para o encaminhamento das mudanças que se fazem necessárias,
como ajudar, num esforço que vai do individual ao coletivo e vice-versa, a concretização das utopias
(do sonho), como também procurar cumprir com a função social da escola e do professor em sala de
aula.
Toda essa articulação tem em sua base a melhoria da qualidade do ensino – destacando-se que o
foco deste século é o da qualidade da Educação – que será evidenciada quando diminuírem os índices
de evasão e repetência, quando se efetivarem as políticas de inclusão social, quando não houver mais
87
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
1 A opção deve levar em (MEC) e têm como objetivo estabelecer uma referência curricular nacional aos
conta as contradições
existentes na sociedade e na estabelecimentos de ensino, principalmente aos professores, e servir de eixo
escola, ter clareza que ela não
é uma entidade neutra.
norteador na elaboração e reelaboração dos currículos para os diferentes níveis de
ensino do Brasil.
88
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
prática pedagógica e seu planejamento por meio dos seguintes documentos: Projeto
Político Pedagógico; regimento escolar, plano de estudos e plano de trabalho ou
de atividades2.
Regimento escolar
É o instrumento formal e legal que regula a organização e o funcionamento
da instituição quanto aos aspectos pedagógicos, com base na legislação do ensino
em vigor.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê que o regimento escolar
deve disciplinar os seguintes assuntos: a quem cabe elaborar e executar a Proposta
Pedagógica e quem tem autonomia para sua revisão; incumbência dos docentes; estudos
de recuperação; reclassificação, considerando a normatização do sistema de ensino;
dias letivos e carga horária anual equivalente; classificação; sistema de controle e de
2 De acordo com Parecer
598/2005, do CEED/RS, apuração de frequência; expedição de documentos escolares; e jornada de trabalho
o plano de atividades é o escolar. (MENEZES; SANTOS, [s.d])
documento que apresenta a
90
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
-social na qual está inserida, buscando através destes a formação humana. Nesse sentido, vale
reforçar que tais planos também devem ser pensados no coletivo
da escola e previstos no Projeto Político Pedagógico.
Maria Beatriz Abdulmassil; Gláucia Queiroz Gonçalves.
91
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
Plano de trabalho
Conforme o artigo 12, inciso IV, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
os estabelecimentos de ensino devem “velar pelo cumprimento do plano
de trabalho de cada docente”. Por sua vez, os professores devem “elaborar e
cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino” (LDB, art. 13, II).
Elaborados o Projeto Político Pedagógico e o plano de estudos da escola,
cabe ao professor planejar a sua ação docente, partindo dos objetivos propostos no
planejamento da escola.
5 A parte diversificada
a ser complementada
no currículo da Educação
Para planejar sua prática, o professor precisa conhecer a realidade em que
está inserida a escola: as necessidades e expectativas dos alunos, a filosofia da
Básica (Lei 9.394/96, art.
26) envolve os conteúdos
escola, a singularidade da comunidade, e a disponibilidade de recursos físicos e
complementares, escolhidos materiais que terá disponível.
por cada sistema de ensino e
I. Dados de Identificação
Disciplina: indicar o nome correto da disciplina.
Série ou módulo: lembrar que o plano de trabalho deve ser por série ou semestre.
Carga horária total: consultar tabela disponível na escola ou buscá-la junto à supervisão ou
coordenação do curso.
Professor responsável: escrever o nome completo dos professores responsáveis pela disciplina neste ano
e que participaram da elaboração desse plano de trabalho.
II. Objetivo
Escrever o objetivo geral da disciplina, devendo estar de acordo com a ementa da disciplina existente
nos planos de estudo do curso.
a) Conhecimentos
Listar os conhecimentos – conteúdos específicos da disciplina – a serem trabalhados na série.
b) Competências, atitudes e habilidades
Listar as competências, atitudes e habilidades a serem desenvolvidas na disciplina. Elas devem estar de
acordo com o que consta nos planos de estudo do curso. Um material interessante para consulta são os
PCN.
III. Metodologia
Descrever a metodologia de trabalho na disciplina de forma clara, objetiva e que expresse a forma
como de fato funcionam as aulas.
IV. Recursos
a) Materiais
Listar os materiais usados na disciplina, tais como vídeos, filmes, músicas, sucatas, reportagens de
jornais e revistas, calculadoras, instrumentos de desenho etc.
b) Referências bibliográficas
Listar referências bibliográficas utilizadas na disciplina como livros, artigos, periódicos etc. Procurar
colocar a referência seguindo as normas da ABNT, conforme consta nas fichas catalográficas.
93
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
Lembretes
Planos de estudo são feitos por nível de ensino e expressão do currículo.
Listam as disciplinas com ementa, cargas horárias e as competências e habili-
dades a serem desenvolvidas por cada uma delas.
Os planos de trabalho são anuais (ou semestrais) e por série (antigos planos
de curso). Devem seguir as diretrizes dos planos de estudo.
Os planos de aula são feitos para cada dia de aula a partir dos planos
de trabalho.
Plano de aula
O plano de aula ou de um conjunto de aulas consiste no detalhamento da
proposta do professor para uma aula ou um conjunto de aulas e está necessa-
riamente articulado ao plano de trabalho do professor. Segundo Vasconcellos
(2000, p. 148), “corresponde ao nível de maior detalhamento e objetividade
do processo de planejamento didático. É a orientação para o que fazer no
cotidiano.”
O professor deverá ser um facilitador das aprendizagens dos alunos, orga-
nizador do ambiente escolar, sendo o elemento chave da ação didática, pois é o
responsável pela condução do processo e condutor do conjunto de normas, regras
e decisões que organizam a ação didática em aula.
A ação didática deve trabalhar em cada momento, a cada etapa educativa,
com os diferentes níveis do conhecimento escolar, adequando-o a cada contexto,
atendendo aos processos e procedimentos e tomando o cuidado de não cometer o
equívoco de exigir uma apropriação “apressada” e superficial dos conhecimentos,
nem a mera aprendizagem de um conjunto de fatos e fenômenos que não possuam
finalidade ou utilidade clara para a aprendizagem dos alunos.
O quadro a seguir apresenta os documentos que dão suporte às atividades
e correspondente base legal.
94
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
Regimento escolar
Relacionamento dos
Realidade
Plano de estudos aspectos intra com
circundante
os extraescolar
Plano de trabalho do professor
1. Responda às questões a seguir com as alternativas V para verdadeiro e F para falso. Todas as
questões F devem ser justificadas teoricamente.
a) ( ) Os planos de estudos devem ser esboçados nas Secretarias de Educação dos Estados e
Municípios, sem participação da comunidade escolar – professores, alunos etc.
95
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
b) ( ) Para planejar sua prática, o professor não precisa conhecer a realidade em que está inse-
rida a escola.
Não se pode generalizar, mas não são raras as ocasiões em que ouvimos queixas com relação
à forma como o planejamento vem sendo realizado: “eu não concordo com a importância que dão ao
planejamento; eu, sinceramente, julgo-o desnecessário”, ou “eu sou de opinião que um planejamento
bem feito pode ser aproveitado durante anos. Para que serve a fotocópia? O que é bom deve ser apro-
veitado sempre.”
Em sua opinião, por que os professores assim se manifestam em relação ao planejamento?
Onde e como identificar as causas? E como é possível resolver essa questão?
96
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96). Brasília: MEC, 1996.
_____. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
_____. Diretrizes Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1998.
ARROYO, Miguel G. Imagens Quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. 4. ed. Petrópolis:
Vozes, 2007.
BAFFI, Maria Adelia Teixeira. O Planejamento em Educação: revisando conceitos para mudar
concepções e práticas. Disponível em: <www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.htm>. Acesso em:
18 maio 2006.
BARBOSA, M.C.S. As crianças devem ingressar no ensino fundamental aos seis anos? Pátio Edu-
cação Infantil, Porto Alegre, v. 1, n. 1, abr.-jul. 2003, p. 36-37.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Conselho Nacional de Educação, Câmara de Edu-
cação Básica. Parecer CEB n. 04/98: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
Brasília: MEC/CNE, 1998b.
_____. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96. Diário Oficial da União, ano CXX-
XIV, n. 248, 23 dez. 1996.
_____. Ministério da Educação e Cultura. Disponível em: <www.mec.gov.br>. Acesso em: 16 ago.
2006.
_____. Parecer CEB 15/98: Estabelece as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio. Brasília, DF:
MEC, 01 jun. 1998.
_____. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 11.724, de
06 de fevereiro 2006: Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9
(nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm>. Acesso em:
19 set. 2012.
_____. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 10.172, de 9
de janeiro de 2001: Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Disponível em:
<www.google.com.br/#hl=pt-BR&site=&source=hp&q=10.172%2F2001&oq=10.172%2F2001&gs_l
=hp.3...2078.2078.0.3375.1.1.0.0.0.0.203.203.2-1.1.0...0.0...1c.2j1.N01YOeEIN8U&bav=on.2,or.r_gc.r_
pw.&fp=210cb441610b0070&biw=1152&bih=667>. Acesso em: 19 set. 2012.
CONTEÚDO ESCOLA: O portal do educador. Disponível em: <www.conteudoescola.com.br/>. Dis-
ponível em 19 set. 2012.
COSTA, Walkíria Perez. Proposta de Trabalho em Didática. Rio Grande: Furg, 1999.
DOMINGUES, José Luiz; TOSCHI, Nirza Seabra; OLIVEIRA, João Ferreira de. A Reforma do
Ensino Médio: a nova formulação curricular e a realidade da escola pública. Disponível em: <www.
scielo.br/pdf/es/v21n70/a05v2170.pdf>. Acesso em: 30 maio 2006.
97
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
Planejamento II
EIZIRIK, Marisa; COMERLATTO, Denise. A escola (in)visível: Notas para professores. In: SILVA,
Luiz Eron da. Reestruturação Curricular: novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais.
Porto Alegre: Sulina, 1996.
FERREIRA, Francisco Whitaker. Planejamento: sim e não – um modo de agir num mundo em
permanente mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FISS, Ana Jovelina Luzzardi; CALDIERARO, Ires P. Planos de Estudos: o pensar e o fazer pedagó-
gico. Porto Alegre: edição dos autores, 2001.
FURASI, José Cerchi. O Planejamento do Trabalho Pedagógico: algumas indagações e tentativas
de respostas. Disponível em: <www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf >. Acesso
em: 15 maio 2006.
GADOTTI, Moacir. O Projeto Político Pedagógico da Escola na Perspectiva de uma Educação
para a Cidadania. Disponível em: <www.cefetpe.br/cefetpe.br/novosite/Projeto_Politico_Ped_Ga-
dotti.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2009.
GUILLOT, Gérard. O Resgate da Autoridade em Educação. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa,
2004.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Dicionário Interativo da Educação
Brasileira. Disponível em: <www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=90>. Acesso em: 27
jun. 2006.
PRATI, Laíssa Eschiletti; EIZIRIK, Marisa Faermann. Da Diversidade na Passagem para a Quinta
Série do Ensino Fundamental. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/estpsi/v23n3/v23n3a08.pdf>.
Acesso em: 19 set. 2012.
PROJETO Pedagógico. Disponível em: <www.conteudoescola.com.br>. Acesso em: 30 maio 2006.
REGIMENTO ESCOLAR. In: MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Dicio-
nário Interativo da Educação Brasileira. São Paulo: Midiamix, [S.d]
RIO GRANDE DO SUL. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político pedagó-
gico elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 2000.
VASCONCELLOS, C.S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político pedagógico ao
cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.
_____. Planejamento: projeto político pedagógico – Elementos metodológicos para elaboração e rea-
lização. São Paulo: Libertad, 2000.
1.
a) F - Devem ser pensados e reestruturados no interior das escolas, comunidade escolar.
b) F - O professor necessita conhecer o entorno de sua instituição escolar, ou seja, a comunidade,
seus problemas sociais, econômicos e sua cultura.
c) V
d) V
98
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br