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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ELI EDSON CABRAL DE LIMA JÚNIOR

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA SUPERINTENDÊNCIA DE


INFRAESTRUTURA DA UFRN

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

NATAL, RN
2016
ELI EDSON CABRAL DE LIMA JÚNIOR

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA


SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA DA UFRN

Relatório de Estágio Curricular


Supervisionado apresentado ao curso de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.
Orientador: Prof. Dr. José Alberto Nicolau de
Oliveira
Supervisor: Engenheiro Marcos Antônio Alves
da Silva

NATAL, RN
2016
IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO

• Aluno: Eli Edson Cabral de Lima Júnior.


◦ Matrícula UFRN: 2012939851
◦ Endereço: Rua Iraci Medeiros da Cunha, 133, Bairro Esplanada. Jardim do
Seridó, RN.
◦ Telefone: (84) 9 9943 – 4068.
◦ E-mail: eliedsoncljr@hotmail.com
• Local do Estágio: Superintendência de Infraestrutura – Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.
◦ Endereço: Superintendência de Infraestrutura – Campus Universitário –
Lagoa Nova, Natal – RN, Brasil.
◦ Telefone: (84) 3342 – 2399.
◦ Data de Início: 19/10/2016.
◦ Data de Término: 07/12/2016.
◦ Carga Horária: 30 horas semanais.
• Supervisor: Marcos Antônio Alves da Silva.
◦ Cargo: Coordenador de manutenção.
◦ Telefone: (84) 9 9193 – 6386.
◦ E-mail: MarcosAlves_1@hotmail.com
• Orientador: José Alberto Nicolau de Oliveira.
◦ Cargo: Professor.
◦ Telefone: (84) 9 9693 – 4824.
◦ E-mail: nicolau@ufrnet.br
RESPONSABILIDADE PELAS INFORMAÇÕES

Assumo inteira responsabilidade perante a Universidade Federal do


Rio Grande do Norte, pela veracidade das informações contidas no relatório sob
análise. Declaro estar ciente de que qualquer dado ou informação inexata poderá
sujeitar-me às sanções cabíveis, podendo a instituição fazer uso de qualquer meio
legal hábil à comprovação das informações nele prestadas.

Eli Edson Cabral de Lima Júnior


Matrícula: 2012939851
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Foto do prédio principal da Superintendência de Infraestrutura da UFRN..........................11

Figura 2 –Foto das instalações da DIMAN........................................................................................... 12

Figura 3 – Exemplo da estrutura do plano de manutenção..................................................................15

Figura 4 – Estrutura de exemplificação do problema para o estudo de proteção.................................17

Figura 5 – Tela inicial do Software SuperCoord...................................................................................29


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atividades mínimas e periodicidades para a manutenção de transformadores..................25

Tabela 2 – Atividades mínimas e periodicidades para a manutenção de disjuntores...........................27


LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica


CONCURA Conselho de Curadores
CONSAD Conselho de Administração
CONSEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
CONSUNI Conselho Universitário
COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte
DEC Duração de Interrupção Equivalente por Consumidor
DIMAN Diretoria de Manutenção
DMA Diretoria de Meio Ambiente
DPO Diretoria de Projetos e Obras
FEC Frequência de Interrupção Equivalente por Consumidor
GVO Grande Volume de Óleo
PVO Pequeno Volume de Óleo
TC Transformador de Corrente
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................8
2 A EMPRESA..............................................................................................................9
2.1 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS.................................................................................10
2.2 MISSÃO.................................................................................................................10
2.3 A SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA..............................................10
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................................13
3.1 PLANO ANUAL DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DAS SUBESTAÇÕES
ABRIGADAS DE 13,8 KVA.........................................................................................13
3.2 ESTUDO DE PROTEÇÃO....................................................................................15
4 CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS.........................................................................19
4.1 ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO.................................................19
4.2 ESTUDO DE PROTEÇÃO....................................................................................28
5 DIFICULDADES ENCONTRADAS E PROSPECTIVAS.........................................31
6 CONCLUSÕES........................................................................................................32
REFERÊNCIAS...........................................................................................................33
8
1 INTRODUÇÃO

O estágio é necessário à formação de qualquer profissional e tem papel


fundamental na construção do conhecimento, atendendo às expectativas do
mercado de trabalho onde o profissional atuará. Esta etapa visa, ainda, fortalecer a
relação entre a teoria e a prática através da oportunidade de aplicar os conceitos
absorvidos durante a graduação em problemas reais. Sendo assim, o estágio
constitui um importante instrumento de conhecimento e de integração do aluno na
realidade social, econômica e do trabalho em sua área profissional.
O presente relatório visa demonstrar as atividades realizadas e
conhecimentos adquiridos no estágio curricular supervisionado do curso de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com
duração de 180 horas, concretizando-se a partir da inserção do aluno em um
ambiente de trabalho, em áreas de atuação da Engenharia Elétrica, como forma de
lhe propiciar experiência profissional específica e de contribuir, de forma eficaz, para
a sua capacidade de inserção no mercado de trabalho.
O estágio supervisionado descrito neste relatório teve início em 19 de outubro
de 2016, e término em 7 de dezembro de 2016. Sendo realizado de segunda-feira a
sexta-feira, com carga horária de 30 horas semanais, na Superintendência de
Infraestrutura da UFRN. Teve como supervisor o Engenheiro Marcos Antônio da
Silva Alves e como orientador acadêmico o Professor Dr. José Alberto Nicolau de
Oliveira.
O presente relatório descreverá a empresa onde realizou-se o estágio, no
capítulo 2. Posteriormente, descreverá as atividades desenvolvidas, no capítulo 3.
No capítulo 4, serão citados os conhecimentos adquiridos no estágio. O capítulo 5
tratará das dificuldades enfrentadas e, por fim, serão construídas as conclusões
pertinentes, no capítulo 6.
9
2 A EMPRESA

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) origina-se da


Universidade do Rio Grande do Norte, criada em 25 de junho de 1958, através de lei
estadual, e federalizada em 18 de dezembro de 1960. A Universidade do Rio
Grande do Norte, instalada em sessão solene realizada no Teatro Alberto Maranhão,
em 21 de março de 1959, foi formada a partir de faculdades e escolas de nível
superior já existentes em Natal, como a Faculdade de Farmácia e Odontologia; a
Faculdade de Direito; a Faculdade de Medicina; a Escola de Engenharia, entre
outras.
A partir de 1968, com a reforma universitária, a UFRN passou por um
processo de reorganização que marcou o fim das faculdades e a consolidação da
atual estrutura, ou seja, o agrupamento de diversos departamentos que,
dependendo da natureza dos cursos e disciplinas, organizaram-se em Centros
Acadêmicos.
Nos anos 70, teve início a construção do Campus Central, numa área de 123
hectares. O Campus abriga atualmente um arrojado complexo arquitetônico,
circundado por um anel viário que o integra à malha urbana da cidade de Natal.
A estrutura da UFRN foi modificada, novamente, por meio de um Decreto de
1974 (N° 74.211), constituindo-se, também, a partir de então do Conselho
Universitário (CONSUNI), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE),
Conselho de Curadores (CONCURA) e Reitoria.
Uma reforma do Estatuto da UFRN, concluída em 1996, estabeleceu a
estrutura em vigor hoje na Universidade, acrescentando-se aos conselhos existentes
o Conselho de Administração (CONSAD) e criando, na estrutura acadêmica, as
Unidades Acadêmicas Especializadas e os Núcleos de Estudos Interdisciplinares.
Atualmente, a UFRN oferece 84 cursos de graduação presencial, 9 cursos de
graduação a distância e 86 cursos de pós-graduação. Sua comunidade acadêmica é
formada por mais de 37.000 estudantes (graduação e pós-graduação), 3.146
servidores técnico-administrativos e 2 mil docentes efetivos, além dos professores
substitutos e visitantes.
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2.1 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

Os princípios e objetivos da UFRN são:


• Universidade pública e gratuita com gestão democrática colegiada e
descentralização administrativa e acadêmica;
• Desenvolver atividades de ensino (graduação e pós-graduação), pesquisa
e extensão;
• Ministrar formação intelectual e profissional de qualidade;
• Produzir e difundir o conhecimento científico universal que promova o
desenvolvimento econômico e social.

2.2 MISSÃO

A missão da UFRN é:
• Educar, produzir e disseminar o saber universal;
• Contribuir para o desenvolvimento humano;
• Compromisso com a justiça social, a democracia e a cidadania.

2.3 A SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA

A Superintendência de Infraestrutura é a unidade responsável pelo


planejamento, coordenação, regulação, execução e controle das atividades
relacionadas à gestão de infraestrutura física e de apoio na UFRN. Para tanto,
coordena programas e desenvolve suas atividades operacionais, em parceria com
as demais unidades acadêmicas, visando à melhoria das condições necessárias
para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão. Na Figura 1 têm-se a foto
do seu prédio principal.
11
Figura 1 – Foto do prédio principal da Superintendência de Infraestrutura da UFRN.

Fonte: Autoria própria.

A atuação da Superintendência de Infraestrutura vai além da estrutura física


da Universidade: seu trabalho é fundamental para execução das ações
desenvolvidas nas áreas acadêmica, administrativa, organizacional e financeira,
proporcionando as condições estruturais necessárias para o desenvolvimento das
atividades fins da Universidade.
A Superintendência de Infraestrutura é organizada da seguinte forma:
• Superintendência de Infraestrutura;
• Diretoria de Projetos e Obras (DPO);
• Diretoria de Meio Ambiente (DMA);
• Diretoria de Manutenção de Instalações (DIMAN).

As atividades desenvolvidas foram realizadas na DIMAN, que é responsável


pela coordenação do planejamento, da execução e da avaliação das atividades de
manutenção das instalações físicas da UFRN. Na figura 2 têm-se a foto de suas
instalações.
12
Figura 2 –Foto das instalações da DIMAN.

Fonte: Autoria própria.


13
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Este capítulo apresenta uma visão detalhada das atividades desenvolvidas


durante o estágio supervisionado. Nesse contexto, é importante mencionar que parte
do dia a dia do estágio era lidar com o estudo das placas dos equipamentos das
subestações, essencialmente, transformadores e disjuntores, aplicando a teoria de
manutenção, como ficará mais claro a seguir.

3.1 PLANO ANUAL DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DAS SUBESTAÇÕES


ABRIGADAS DE 13,8 KVA

A atividade de elaboração do plano anual de manutenção consistia,


primeiramente, em estudar as placas dos equipamentos das subestações abrigadas
de 13,8 kV. Posteriormente, procurar seus manuais e/ou informações relevantes,
quando os manuais não eram encontrados.
Após a verificação das placas dos equipamentos, de acordo com as
características dos mesmos, para cada subestação, era elaborado um plano de
manutenção preventiva. Esse plano foi elaborado de acordo com as normas
presentes no Plano Mínimo de Manutenção da Agência Nacional de Engenharia
Elétrica (ANEEL).
O Plano Mínimo de Manutenção define as atividades mínimas de manutenção
preditiva e preventiva e suas periodicidades para transformadores de potência e
autotransformadores, reatores, capacitores, disjuntores, chaves seccionadoras,
transformadores para instrumentos, para-raios e linhas de transmissão.
Para a elaboração do plano foi necessário entender a rotina para a execução
das inspeções relativas a manutenção preventiva de equipamentos elétricos, que
envolve a observação visual de algumas de suas condições específicas, bem como,
quando possível, os reparos necessários que podem ser realizados no campo. A
frequência destas inspeções depende, sobretudo, da importância crítica do
equipamento em questão, das condições ambientais, e/ou das condições
operacionais.
14
Atitudes simples, como verificar se há ventilação suficiente e efetuar a
limpeza frequentemente são fatores da maior importância. Além disto, é necessário
intervir imediatamente ao surgirem ou ao serem notados quaisquer indicativos de
anormalidades. No caso de máquinas rotativas tem-se, por exemplo: vibrações
excessivas, batidas de eixo, resistência de isolamento decrescente, indícios de
fumaça e fogo, faiscamento ou forte desgaste no comutador ou coletor e escovas
(se houverem), variações bruscas de temperatura nos mancais e outros.
A primeira providência a ser tomada nestes casos é desligar o equipamento e
examinar todas as suas partes, tanto mecânicas como elétricas. Deste modo, o
conhecimento adequado de alguns sintomas, suas causas e efeitos é de suma
importância pois permite evitar a evolução de problemas indesejáveis que tornam
necessária uma ação corretiva com prejuízos financeiros elevados.
Naturalmente, quaisquer planos de inspeção devem ser determinados de
acordo com a natureza critica ou não do funcionamento dos equipamentos. Através
de uma boa manutenção preventiva, muitas falhas podem ser evitadas uma vez que
o diagnóstico aparece antes que a mesma ocorra.
As subestações analisadas foram:
• Subestação Biblioteca;
• Subestação Biociências;
• Subestação NUPLAM;
• Subestação C&T;
• Subestação CCET;
• Subestação Geologia e Física;
• Subestação Setor 3 e 4;
• Subestação SINFO;
• Subestação Engenharia Têxtil;
• Subestação CCHLA;
• Subestação Setor 2;
• Subestação Setor 5;
• Subestação Metrópole;
• Subestação Restaurante.
15
Para melhor análise e identificação por parte dos responsáveis a execução do
plano, sua estrutura foi dividida semanalmente, onde era indicada a atividade
exercida, o equipamento, o período e o local da manutenção. Pode-se ver essa
estrutura na figura 3.

Figura 3 – Exemplo da estrutura do plano de manutenção.

Fonte: Autoria própria.

3.2 ESTUDO DE PROTEÇÃO

A proteção de qualquer sistema elétrico é feita com o objetivo de diminuir ou


evitar risco de vida e danos materiais, quando ocorrer situações anormais durante a
operação do mesmo.
Geralmente, os sistemas elétricos são protegidos contra sobrecorrentes
(curtos-circuitos) e sobretensões (internas e descargas atmosféricas).
A proteção contra curtos-circuitos, que foi o objetivo de trabalho, é feita,
basicamente, empregando-se fusíveis e relés que acionam disjuntores. O
equipamento fundamental para proteção contra sobretensões é o para-raios.
As funções básicas de um sistema de proteção são:
• Salvaguardar a integridade física de operadores, usuários do sistema e
animais;
• Evitar ou minimizar danos materiais;
16
• Retirar de serviço um equipamento ou parte do sistema que se apresente
defeituoso;
• Melhorar a continuidade do serviço;
• Diminuir despesas com manutenção corretiva;
• Melhorar os índices DEC (duração de interrupção equivalente por
consumidor) e FEC (frequência de interrupção equivalente por
consumidor).

As principais propriedades de um sistema de proteção são:


• Confiabilidade: probabilidade do sistema de proteção funcionar com
segurança e corretamente, sob todas as circunstâncias.
• Seletividade: o sistema de proteção que possui esta propriedade é capaz
de reconhecer e selecionar as condições que deve operar, a fim de evitar
operações desnecessárias.
• Velocidade: um sistema de proteção deve possibilitar o desligamento do
trecho ou equipamento defeituoso no menor tempo possível.
• Sensibilidade: um sistema de proteção deve responder às anormalidades
com menor margem possível de tolerância entre a operação e não
operação dos seus equipamentos.

A UFRN possui muitas subestações e diversos equipamentos de proteção.


Aproveitando-se disso, foi realizada a tarefa de construção de um estudo de
proteção, com o objetivo de parametrizar e coordenar os relés das subestações do
Núcleo de Tecnologia Industrial (NTI) e de Caicó com a proteção de retaguarda para
cada caso, para as funções 51 (proteção temporizada de sobrecorrente de fase),
51N (proteção temporizada de sobrecorrente de neutro), 50 (proteção instantânea
de sobrecorrente de fase) e 50N (proteção instantânea de sobrecorrente de neutro).
Para realizar o estudo de proteção, seguiu-se as propriedades definidas
anteriormente para um sistema de proteção. O estudo exemplo de proteção pode
ser visto na Figura 4.
17
Figura 4 – Estrutura de exemplificação do problema para o estudo de proteção.

Fonte: <http://super.tectos.com.br/download/manual.pdf>.
Acesso em: 01/12/2016.

Os passos para o estudo de proteção feito podem ser organizados em:


• Aquisição dos dados da Superintendência de Infraestrutura, para o estudo
do NTI, e da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN),
para o estudo de Caicó. Com relação a proteção de retaguarda:

◦ As correntes de curto no ponto de entrega;


◦ A impedância da rede;
◦ Curvas da proteção da subestação.

• Aquisição dos dados de onde se quer proteger (proteção principal):

◦ Demanda;
◦ Dados dos transformadores;
◦ Cabo de entrada.

Com esses dados em mãos realizou-se diversos cálculos e ajustes:


• Cálculo da corrente de curto na barra de média tensão;
• Cálculo das correntes de curto no secundário dos transformadores;
• Dimensionamento do TC (Transformador de Corrente) de proteção;
• Ajuste das curvas de proteção de fase e neutro da proteção principal;
• Montagem do coordenograma, contendo os itens:
18
◦ Curvas da proteção da retaguarda;
◦ Curvas da proteção principal.

E assim, permitiu-se a verificação do gráfico para validar a seletividade e


coordenação do sistema, permitindo a montagem do estudo, e a futura aplicação em
campo.
19
4 CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS

Este capítulo descreve de forma geral os conhecimentos adquiridos durante o


período de estágio. Principalmente, no tocante ao plano de manutenção, que foi algo
totalmente novo, e que permitiu a construção de um novo conhecimento.
E com relação ao estudo de proteção, consolidou os conhecimentos
adquiridos na academia e permitiu uma visão das dificuldades enfrentadas no
processo.

4.1 ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO

A elaboração do plano de manutenção permitiu adquirir conhecimentos sobre


a área de manutenção, tanto geral, como específica, no caso de subestações.
Serviços e planejamento de manutenções são áreas de extrema importância e
mercado em Engenharia Elétrica. Mas, apesar disso não há um contato direto no
curso.
Contudo, o estágio permitiu esse contato, construindo não só um
conhecimento teórico, mas também estabelecendo um alicerce prático, no tangente
a elaboração do plano de manutenção das subestações e suas diretrizes.
A análise do plano envolveu as rotinas de inspeção básicas para
equipamentos elétricos em operação normal, que envolvem, de uma forma geral,
avaliar:

Corrente: O aquecimento de um equipamento elétrico depende de sua


capacidade térmica. O controle de sua temperatura de operação se reveste de
elevada importância pois, quando o mesmo opera acima do nível máximo de
temperatura permitido pela classe de isolamento, ocorre um decréscimo na sua
expectativa de vida. Por exemplo, um equipamento com isolamento classe B ou F,
operando com 8 °C a 10 °C acima de sua temperatura normal de trabalho, tem sua
expectativa de vida reduzida à metade. Estes fatos reforçam a necessidade de um
monitoramento adequado das condições de carregamento, ou seja, da corrente de
carga e das temperaturas associadas, para evitar eventuais sobrecargas;
20
Tensão: A tensão aplicada a um equipamento deve ser monitorada de forma
similar à corrente de carga. Sobre e subtensões, tensões desequilibradas e/ou com
conteúdo harmônico são fatores que afetam o seu isolamento e o seu desempenho
em muitos casos;
Limpeza: É importante que o equipamento fique isento de poeiras, teias de
aranha, fiapos de algodão, óleo, ou seja, sujeira em geral. A sujeira cria uma
camada nos enrolamentos e/ou carcaça diminuindo a troca de calor com o
ambiente, além de reter umidade e provocar um curto-circuito, bem como, ser um
elemento propagador de incêndios. Desta forma, é conveniente limpar externamente
o equipamento e, logo após, as suas partes internas. Para tanto, usa-se ar
comprimido seco e limpo, soprando-se o pó e os resíduos do seu interior. É
importante certificar-se que todas as passagens de ar estão livres e desimpedidas.

Nas máquinas elétricas rotativas, também é interessante verificar-se:

Vibrações ou ruídos: Deve-se atentar para a ocorrência de vibrações


anormais ou ruídos estranhos para máquinas rotativas em perfeito estado de
funcionamento. Elas podem ser indicativos de problemas de origem elétrica e
mecânica;
Temperatura dos mancais: Para bom desempenho de suas funções a
temperatura do mancal de máquinas rotativas deve ser, no máximo, 800 °C, 850 °C.
Assim, é conveniente verificá-la através de termômetro. Ressalta-se que, também
neste caso, a vida útil diminui com a temperatura;
Superfície do estator e do rotor: Inspeção visual para determinar a presença
de alguma contaminação ou ferrugem, bem como lascas, borbulhas e arranhões.

Muitas informações foram adquiridas, e que podem ser resumidas nos tópicos
a seguir.
21
4.1.1 Tipos de Manutenção

A manutenção é o procedimento de se manter um dado equipamento ou


sistema em perfeitas condições de funcionamento, desta forma deve-se entender
que a manutenção também busca manter o funcionamento do processo. Com base
no conceito de manutenção, pode-se dividir a manutenção em alguns tipos
principais, conforme aponta Kardec e Nascif (1999):
• Manutenção Corretiva Não-Planejada;
• Manutenção Corretiva Planejada;
• Manutenção Preventiva;
• Manutenção Preditiva;
• Manutenção Detectiva.

A manutenção corretiva caracteriza-se pela atuação em fato já ocorrido, seja


este uma falha ou um desempenho menor do que o esperado. Não há tempo para
preparação do serviço (KARDEC e NASCIF, 1999).
A manutenção Corretiva Planejada é a correção do desempenho menor do
que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, isto é, pela atuação em função
de acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra (KARDEC e
NASCIF, 1999).
A manutenção preventiva visa reduzir ou evitar, tanto a falha quanto a queda
de desempenho, obedecendo a um plano estratégico previamente elaborado, e
baseado em intervalos de tempo definidos (KARDEC e NASCIF, 1999).
A manutenção preditiva visa realizar manutenção somente quando as
instalações precisarem dela. Essa manutenção pode incluir monitoramentos
contínuos que serviriam de base para uma eventual programação (SLACK;
CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).
A manutenção detectiva é a atuação feita com sistemas de proteção para
detectar falhas ocultas ou não perceptíveis. Os sistemas projetados para atuar
automaticamente na iminência de desvios que possam comprometer as máquinas
ou a produção (KARDEC e NASCIF, 1999).
22
4.1.2 Manutenção Preventiva em Subestações

A manutenção preventiva de qualquer equipamento elétrico, pode ser


considerada como um dos ramos da técnica que mais evolui na atualidade, pois se
constitui em uma poderosa ferramenta para garantir o funcionamento continuo das
instalações responsáveis pelo suprimento e aproveitamento de energia elétrica.
A avaliação precisa dos custos envolvidos em qualquer tipo de interrupção de
processo, principalmente, quando se trabalha com conceitos estatísticos, sem
sombra de dúvida, resulta na necessidade de implantação de programas de
manutenção preventiva.
Neste caso, os objetivos principais são adequar a cada intervalo de tempo, as
condições da instalação e seus equipamentos a um novo período ininterrupto de
funcionamento. Isto permite reduzir os custos dos problemas intempestivos, que
eventualmente ocorram durante os períodos de operação normal.
Observa-se que executar a manutenção preventiva de um equipamento não
implica necessariamente na abertura, desmonte e remonte, nem ensaio do mesmo,
mas na realização de uma série de procedimentos padrão. Estes, por sua vez,
devem se basear nas características técnicas e operativas, normalmente,
suportadas por estudos estatísticos.
Deste modo, inspeções de rotina, objetivando o levantamento de dados de
corrente, tensão, temperatura e parâmetros capazes de indicar a existência ou
evolução de problemas internos ao equipamento também se inserem dentro das
práticas de manutenção preventiva.
O objetivo das inspeções visando a manutenção preventiva dos
equipamentos elétricos é salvaguardá-los contra interrupções e danos através da
detecção e eliminação de causas potenciais de defeitos.
Neste sentido, a manutenção periódica deve possibilitar muitos anos de
operação livre de problemas.
Um plano de manutenção preventiva deve conter um conjunto de medições
tecnicamente adequadas, as quais devem ser selecionadas entre uma grande
variedade de alternativas, sendo necessário que se associe confiabilidade e custo
com um programa de atividades compatíveis. Medições sofisticadas nem sempre
23
propiciam resultados mais efetivos que os obtidos com testes rotineiros, porém, seus
custos, tempo despendido e pesquisa para implementação são sempre maiores.
Neste caso, a relação custo/benefício poderá ser muito alta. Inclusive, tais medições
não devem ser tão complexas que os resultados sejam de difícil análise e
compreensão.
As atividades mínimas de manutenção preditiva em subestações consistem
em:
• Inspeções Visuais;
• Inspeções Termográficas nos equipamentos e em suas conexões;
• Ensaios do Óleo Isolante dos equipamentos.

As inspeções visuais devem ser realizadas regularmente visando verificar o


estado geral de conservação da subestação, incluindo a limpeza dos equipamentos,
a qualidade da iluminação do pátio e a adequação dos itens de segurança (por
exemplo, extintores e sinalização). Durante as inspeções visuais devem ser
verificados, entre outras coisas, a existência de vazamentos de óleo nos
equipamentos e de ferrugem e corrosão em equipamentos e estruturas metálicas, a
existência de vibração e ruídos anormais, o nível de óleo dos principais
equipamentos e o estado de conservação dos armários e canaletas e as condições
dos aterramentos.
As inspeções termográficas em subestações devem ser realizadas, no
mínimo, a cada seis meses, devendo ser avaliados não apenas as conexões, mas
todos os equipamentos da subestação.

4.1.3 Manutenção em Transformadores

Os transformadores são máquinas estáticas que transferem energia elétrica


de um circuito para outro, mantendo a mesma frequência e, normalmente, variando
valores de corrente e tensão. Esta transferência de energia é acompanhada de
perdas que dependem basicamente da construção do transformador, do seu regime
de funcionamento e da manutenção nele efetuada.
24
De acordo com o Plano Mínimo de Manutenção da ANEEL para
transformadores têm-se os seguintes procedimentos:
• Análise dos gases dissolvidos no óleo isolante;
• Ensaio físico-químico do óleo isolante;
• Manutenção preventiva periódica.

A manutenção preventiva periódica de transformadores deve ser repetida em


período igual ou inferior a seis anos, com a realização, no mínimo, das seguintes
atividades:
• Inspeção do estado geral de conservação: limpeza, pintura e corrosão nas
partes metálicas;
• Verificação da existência de vazamentos de óleo isolante;
• Verificação do estado de conservação das vedações;
• Verificação do nível do óleo isolante do tanque principal;
• Verificação do aterramento do tanque principal;
• Verificação do funcionamento do relé de gás, do relé de fluxo e da válvula
de alívio de pressão do tanque principal;
• Verificação do estado de saturação do material secante utilizado na
preservação do óleo isolante;
• Verificação do estado de conservação das bolsas e membranas do
conservador;
• Verificação dos indicadores de nível do óleo isolante e dos indicadores de
temperatura;
• Verificação do funcionamento do sistema de circulação de óleo;
• Verificação do sistema de resfriamento;
• Medição de vibração e ruído de ventiladores e bombas do sistema de
resfriamento;
• Verificação do sistema de comutação manual e automática (se existente);
• Verificação do nível do óleo do compartimento do comutador;
• Inspeção da caixa de acionamento motorizado do comutador;
• Inspeção da fiação e das caixas de interligação;
25
• Ensaios de fator de potência e de capacitância das buchas com derivação
capacitiva.

Em função das manutenções preditivas e preventivas realizadas e do número


de comutação (em transformadores com comutador em carga) deve ser avaliada a
necessidade de realização das seguintes atividades na manutenção preventiva
periódica:
• Inspeção interna do comutador;
• Verificação do estado das conexões elétricas do comutador e do sistema
de isolação;
• Verificação do desgaste dos contatos elétricos e troca dos componentes
desgastados;
• Ensaio de relação de transformação nos pontos de comutação;
• Verificação do estado do óleo isolante dos comutadores (quando
aplicável);
• Verificação do mecanismo de acionamento do comutador;
• Ensaios de fator de potência, de resistência de isolamento e de resistência
ôhmica dos enrolamentos.

A Tabela 1 resume as atividades mínimas e periodicidades para a


manutenção de transformadores de potência e autotransformadores.

Tabela 1 – Atividades mínimas e periodicidades para a manutenção de transformadores.


Atividade Periodicidade Máxima (em meses)
Análise de gases isolantes 6
dissolvidos no óleo isolante
Ensaio físico-químico do óleo isolante 12
Manutenção preventiva periódica 72
Fonte: ANEEL.
26
4.1.4 Manutenção em Disjuntores

São dispositivos automáticos para proteção contra sobrecorrentes, podendo


estabelecer, conduzir e interromper correntes sob condições normais, bem como
anormais por um tempo especificado, sob condições determinadas. O disjuntor é
basicamente uma chave elétrica, constituída de contatos e dispositivos mecânicos,
formada por molas e alavancas, ficando a proteção sob responsabilidade de relés e
disparadores.
De acordo com o Plano Mínimo de Manutenção da ANEEL para a definição
da periodicidade da manutenção preventiva, os disjuntores foram divididos de
acordo com a concepção do sistema utilizado para extinção do arco elétrico, ou seja,
disjuntores a ar comprimido, disjuntores a grande volume de óleo – GVO –,
disjuntores a pequeno volume de óleo – PVO e disjuntores a SF6. Em todos os
casos, as atividades mínimas de manutenção preventiva consistem em:
• Verificação geral na pintura, estado das porcelanas e corrosão;
• Remoção de indícios de ferrugem e lubrificação;
• Verificações do sistema de acionamento e acessórios;
• Aferição de densímetros, pressostatos e manostatos;
• Verificações do circuito de comando e sinalizações e dos níveis de
alarmes;
• Verificação das caixas de interligações;
• Verificação de aperto de parafusos;
• Verificação de vazamento em circuitos hidráulicos e amortecedores;
• Verificação de vazamentos de gás ou óleo;
• Execução de ensaios de resistência de contatos do circuito principal;
• Execução de ensaios de operação mecânica;
• Execução de ensaios dielétricos no circuito principal;
• Execução de ensaios nos circuitos auxiliar e de controle;
• Execução de ensaios nas buchas;
• Execução de ensaios de condutividade;
27
• Medição dos tempos de operação: fechamento, abertura, abertura
fechamento, atuação das bobinas e sistema antibombeamento;
• Teste do comando local e a distância e acionamento do relé de
discordância de polos.

No caso de disjuntores a óleo:


• Ensaio de rigidez dielétrica do óleo.

No caso de disjuntores a GVO:


• Ensaios de fator de potência e resistência de isolamento do disjuntor.

No caso de disjuntores a ar comprimido:


• Ensaios nos reservatórios de ar comprimido.

No caso de disjuntores a SF6:


• Ensaios de fator de potência e capacitância dos capacitores;
• Verificação do tanque de ar e do óleo do compressor;
• Verificação de umidade e reposição de gás SF6.

A partir dos resultados das manutenções preditivas, preventivas e do número


de operações dos disjuntores, deve ser avaliada a necessidade de abertura da
câmara de extinção e da substituição de contatos, vedações, rolamentos, buchas,
molas, gatilhos, amortecedores e componentes elétricos do painel.
A Tabela 2 apresenta as periodicidades para a manutenção preventiva de
disjuntores.

Tabela 2 – Atividades mínimas e periodicidades para a manutenção de disjuntores.


Atividade Periodicidade Máxima (em meses)
Ar comprimido 72
GVO 36
PVO 36
SF6 72
Fonte: ANEEL.
28
4.2 ESTUDO DE PROTEÇÃO

Com relação ao estudo de proteção, a teoria já tinha sido explanada na


universidade, mas houve a consolidação da prática. Elaborar estudos de proteção é
uma prática comum e com mercado para Engenheiros Eletricistas. Ao fazer o estudo
de proteção, especificamente a parametrização do relé e o estudo de coordenação
entre o relé com o religador, foi possível vivenciar as nuances da profissão. A busca
por dados, a elaboração de um estudo e a consciência de que o que se está fazendo
tem uma aplicação e que contribuirá para uma causa maior.
Além disso, permitiu o contato com um software bem interessante, o
SuperCoord, que permite a construção de estudos de proteção de uma forma mais
rápida e intuitiva.

4.2.1 Software SuperCoord

O SuperCoord é um software desenvolvido utilizando décadas de experiência


de profissionais das áreas de estudo de proteção, coordenação da rede elétrica e
programação de softwares para desktop. Este software tem como função principal
auxiliar profissionais da área de elétrica a realizar o estudo de proteção e
coordenação da rede, permitindo executar de forma prática tarefas como:
• Calcular as correntes de curto circuito no ponto de entrega;
• Mostrar de forma gráfica e muito intuitiva, diversas curvas do padrão
IEC/IEEE, curvas de elo fusíveis, danos em cabo, ponto ANSI dos
transformadores, etc.;
• Dimensionamento do TC da proteção;
• Valores finais para ajuste do relé/religador da proteção.

O programa é dividido basicamente em duas ferramentas, uma para os


cálculos das correntes de curto circuito e ajustes do relé/religador e outra para a
criação do coordenograma.
Ao abrir o programa, será exibida a tela inicial, permitindo ao usuário escolher
qual ferramenta ele deseja fazer uso, como na Figura 5.
29
Figura 5 – Tela inicial do Software SuperCoord.

Fonte: <http://super.tectos.com.br/download/manual.pdf>.
Acesso em: 01/12/2016

Cada ferramenta gera um arquivo separado, podendo ser salvo e lido a


qualquer momento, as duas ferramentas não possuem ligação direta, o software não
trabalha como forma de “projeto”, por isso cada ferramenta possui seu próprio tipo
de arquivo.
O software é bem intuitivo, e permite realizar os principais cálculos de um
estudo de proteção, como por exemplo:
• Correntes de curto circuito na barra de média tensão levando em
consideração a impedância do cabo de entrada;
• Corrente de curto na barra de baixa tensão, ou seja, no secundário dos
transformadores;
• Dimensionar automaticamente o transformador de corrente da proteção;
• Ponto ANSI dos transformadores;
• Corrente de magnetização;
• Calcular automaticamente o ajuste das curvas de proteção do
relé/religador, tanto de fase como de neutro;
30
• Tempo de atuação dos relés;
• Montar um relatório com o resumo das informações;
• Montar um relatório com o memorial de cálculo;
• Gerar automaticamente o coordenograma.

Em resumo esta ferramenta permite ao usuário montar um cenário como o da


Figura 4, que foi exatamente o tipo de situação-problema encontrado. Fazer todos
os cálculos manualmente demanda tempo, trabalho, e principalmente muita atenção,
devido à quantidade de informações é muito fácil cometer um erro. Isso tudo piora
ainda mais quando este serviço é realizado esporadicamente, só quem já trabalhou
com isso sabe como é difícil lembrar-se de todos os detalhes após algum tempo sem
tocar no assunto.
Dessa forma o software permite reunir todas as informações necessárias de
forma organizada e metódica, facilitando todo o trabalho, além de fornecer
praticamente todos os dados exigidos pela concessionária. Proporcionando uma
forma de apoio para a construção dos estudos de proteção.
31
5 DIFICULDADES ENCONTRADAS E PROSPECTIVAS

Ao longo do período de estágio, algumas situações se destacaram pelo nível


de dificuldade apresentado. Tais ocasiões se mostraram não só desafiadoras, mas
também, grandes oportunidades de crescimento, por vezes exigindo o exercício de
criatividade e reflexão aprofundada. Em outros casos, desafios similares
evidenciaram alguma necessidade de aquisição de novo conhecimento e levaram ao
estudo de uma nova ferramenta.
Em ambas conjunturas os desafios se mostraram benéficos para o
desenvolvimento pessoal e profissional, podendo, sem dúvida, ser citados como
uma das maiores contribuições do estágio para com o aluno.
Nesse contexto temos o fato da dificuldade de analisar os dados dos
equipamentos, que em muitos casos não possuíam todos necessários. E para a
elaboração dos planos de manutenção os dados dos equipamentos são de suma
importância.
Além disso, são muitos equipamentos, com muitas informações dispersas, o
que faz com que seja necessária uma análise minuciosa, o que provoca um gasto de
tempo grande, prejudicando o andamento de outras tarefas.
Pra resolver esses problemas criou-se o plano estruturado como na Figura 1,
organizando as informações, e analisou-se os manuais dos equipamentos, para
verificar outras informações necessárias. A ressalva é que isso ainda ocasionou um
maior gasto de tempo.
Com relação ao estudo de proteção um problema foi a pesquisa de dados do
sistema de proteção de retaguarda para o estudo do NTI, correntes de curto, curvas
de ajuste, entre outros, que são necessários para se fazer o estudo de proteção.
Isso ocorreu devido à dificuldade de encontrar ou de acessar essas informações dos
bancos de dados da universidade, o que resultou no cálculo de alguns dados e na
suposição de outros, que podem vir a prejudicar, pois esses cálculos foram
baseados em dados “supostos” e não reais.
Para melhorar a situação relatada, uma sugestão, é a necessidade de uma
melhor organização e disseminação dos dados, permitindo livre acesso ao
conhecimento e diminuindo o gasto de tempo, aumentando a produtividade.
32
6 CONCLUSÕES

O estágio na Superintendência de Infraestrutura foi extremamente proveitoso


enquanto ferramenta de crescimento. Durante o período de realização do mesmo foi
possível desenvolver e aplicar conhecimento adquiridos ao longo da formação, bem
como aquisição de conhecimentos novos. Foi ainda possível o desenvolvimento de
conexões profissionais e pessoais importantes.
Com isso houve trocas de experiências de convivência em ambiente de
trabalho, o cumprimento de tarefas com prazos estabelecidos, o trabalho em
ambiente hierarquizado e com componentes cooperativistas ou corporativistas,
enfim, elementos fundamentais ao posicionamento como profissional e como
cidadão inserido no contexto da sociedade. O estágio foi um momento singular no
processo formativo em que houve uma maior aproximação com o exercício
profissional, devido, especialmente, à característica prática e à inerente imersão,
onde foi, talvez, a atividade de maior valor agregado ao longo de toda a graduação,
em termos de treinamento e aperfeiçoamento pessoal e profissional.
33
REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Plano Mínimo de Manutenção


em Subestações. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2014/022/documento/anexo_-
_plano_minimo_de_manutencao.pdf>. Acesso em: 20 de outubro de 2016.

ALMEIDA, Antonio Tadeu Lyrio de. Operação e Manutenção em


Transformadores. Itajubá: Escola Federal de Engenharia de Itajubá, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5356-1:


Transformador de potência parte 1: Generalidades. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
95 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7036: Recebimento,


instalação e manutenção de transformadores de potência para distribuição,
imersos em líquidos isolantes. Rio de Janeiro: ABNT, 1990. 17 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7037: Recebimento,


instalação e manutenção de transformadores de potência em óleo isolante
mineral. Brasil: ABNT, 1993. 17 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7070: Amostragem


de gases e óleo mineral isolantes de equipamentos elétricos e análise dos
gases livres e dissolvidos. Brasil: ABNT, 2006. 19 p.

CAMINHA, A. C. Introdução à proteção dos sistemas elétricos. São Paulo:


Edgard Blücher, 1977. 2011p.

COMISSÃO DE NORMAS TÉCNICAS. N-2475: Inspeção Termográfica em


Sistemas Elétricos. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 1998. 11 p.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: Função Estratégica. Rio de Janeiro:


Qualitymark, 1999.

MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas elétricos de potência.


Rio de Janeiro: Ltc, 2011b. 604 p.

SuperCoord. Manual SuperCoord. Disponível em:


<http://super.tectos.com.br/download/manual.pdf>. Acesso em: 5 de dezembro de
2016.

SLACK, N; CHAMBERS, S; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São


Paulo: Atlas, 2002.
34
UFRN. A UFRN – Missão, Estrutura e Desafios. Disponível em:
<https://sigaa.ufrn.br/shared/verArquivo?
idArquivo=698555&key=37dd261aac1f8ca942cacde32b051bcd>. Acesso em: 5 de
dezembro de 2016.

WEG. Disjuntores. Disponível em: <http://www.abraman.org.br/Arquivos/32/32.pdf>.


Acesso em: 10 de novembro de 2016.

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