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RESUMO- PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

DA ESCOLA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA


(Ilmar Passos Veiga)

FEVEREIRO 12, 2014 POR MATEUSNIKEL

RESUMO- PROJETO POLÍTICO-


PEDAGÓGICO DA ESCOLA: UMA
CONSTRUÇÃO COLETIVA (Ilmar
Passos Veiga)

Veiga (1998) demonstrar neste estudo o entendimento do projeto político-


pedagógico como a própria organização do trabalho pedagógico da
escola como um todo.

Usualmente, o projeto político-pedagógico é construído e em seguida


arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do
cumprimento de tarefas burocráticas. Nota-se aí um grande erro, já que este
plano deve ser construído e vivenciado em todos os momentos, por todos
os envolvidos com o processo educativo da escola.
Todo projeto político-pedagógico é um projeto “político”, já que todo
planejamento deve estar intimamente ligado aos compromissos sócio-
políticos e com os interesses reais e coletivos da população majoritária.
Deve também estar obrigatoriamente ligado com a formação de um
indivíduo crítico voltado para uma sociedade cada vez mais articulada.

Somado a tudo isto, devemos salientar o plano como um “processo


permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de
alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, que não é
descritiva ou constatativa, mas constituitiva” (pg 13). Sua
principal garantia de efetivação passa pela autonomia da escola, e a sua
capacidade de identificar os vícios e virtudes da mesma. É a unidade escolar
que detém o conhecimento relativo à vivência de seus membros. Não
competindo aos órgãos tecnocratas a imposição de termos e essências não
comuns às instituições.

O ponto que nos interessa reforçar é que a escola não tem mais possibilidade
de ser dirigida de cima para baixo e na ótica do poder centralizador que dita
as normas e exerce o controle técnico burocrático. A luta da escola é para a
descentralização em busca de sua autonomia e qualidade.
(Veiga, Ilmar Passos Alencastro; 1998 pg 15)
Cinco princípios norteiam a o projeto político-pedagógico: Igualdade,
Qualidade, Gestão Democrática, Liberdade e Valorização. A seguir os
analisaremos.

Devemos ter em mente que há uma desigualdade no ponto de partida dos


nossos educandos, porém, a IGUALDADE do ponto de chegada deve ser
garantida pela mediação escolar. Deste modo, temos o princípio
da Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

O projeto político-pedagógico tem o desafio de propiciar


uma QUALIDADE educacional para todos. Atualmente, apenas uma
parcela privilegiada da população (aquela que tem direito aos bens tanto
matérias quanto simbólicos) detém esta forma de educação. Salientamos que
a melhoria do ensino deve ser qualitativa e não quantitativa, como tanto
divulga os órgãos governamentais.

A GESTÃO DEMOCRÁTICA implica no repensar da estrutura de poder


na escola, tendo em vista a sua socialização. Tenta-se com isso anular vários
fatores negativos que impedem a escola de ser um organismo mais social e
acolhedor.
A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que
atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da
solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência
de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais da quais a
escola é mera executora.
(Veiga, Ilmar Passos Alencastro; 1998 pg 18)

A VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO é um princípio central na


discussão do projeto político-pedagógico. Além de melhores salários, os
profissionais devem lutar para uma melhor qualidade do local de trabalho,
assim como pelo direito da formação continuada de seus estudos.

As relações de poder na escola, mais as características descritas


anteriormente, forma o lado simbólico da instituição escolar. É a junção
destes somatórios que podemos tirar as questões epistemológicas do projeto.

Após esta breve descrição de ideias, finalizamos com as


conclusões que:

– a organização escolar deve ser pesada de “dentro para fora”.


Para que isto ocorra, a escola dever utilizar seu corpo coletivo
para a construção de seu projeto coletivo, rompendo assim,
com o existente para avançar.

– é preciso entender o projeto político-pedagógico como uma


reflexão do cotidiano escolar. Para tanto, ela precisa de um
tempo razoável de reflexão/ação, com o intuito de se ter um
mínimo necessário à consolidação de sua proposta.

BIBLIOGRAFIA

VEIGA, Ilmar Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola:


uma construção coletiva, in Projeto político-pedagógico da escola: uma
construção possível. Ed Cortez, 1998.

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