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O ORIENTADOR EDUCACIONAL E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

No que diz respeito ao Projeto Político Pedagógico da instituição de educação


infantil, a LDB Nº9.394/96 determina também que é incumbência dessas
instituições de elaborar suas propostas pedagógicas, tendo em vista as definições
legais. E sendo este projeto político pedagógico um documento que apresenta a
instituição e que busca organizar o trabalho de cuidar e educar, estruturando de
conteúdos e disciplinas e outras considerações, como o conjunto de experiências da
criança sobre a direção da instituição. O Orientador tem um papel fundamental
para que este documento não fique arquivado, mas que seu conteúdo seja colocado
em prática.
Com isso, percebemos que o papel do orientador é de fundamental importância
para o fortalecimento do trabalho pedagógico. Uma vez que ele deve unir as
pessoas que fazem parte do processo educativo, em torno de objetivo comum, a
promoção da qualidade do ensino e do sucesso escolar dos alunos. Ou seja, ele é o
profissional da escola que media as relações entre professor/aluno, pais/escola,
professores/demais funcionários, aluno/sociedade, sociedade/aluno dentre várias
outras.
Deste modo os orientadores devem ajudar na elaboração/reelaboração e avaliação
do Projeto Político Pedagógico da instituição, tendo-se em vista que ele não e algo
pronto e acabado, afim de que ele esteja adequado às capacidades das crianças e
baseado em uma teoria e na prática educacional da primeira infância, bem como no
aprendizado que se considera importante.

Justificamos a pertinência do tema por compreendermos que a escola possui uma


identidade própria, que se constitui sob a influência da sua realidade local e das
diretrizes/teorias gerais da educação. Essa identidade nem sempre é explícita ou,
mesmo, reconhecida na própria escola, que acaba por reduzir sua função ao
repasse de conteúdos prontos e acabados, sem relacioná-los com o público ao qual
atende. A construção coletiva do Projeto Político Pedagógico é, justamente, uma
possibilidade de reconhecimento dessa identidade e de reflexão e mudança da
prática pedagógica. Temos que levar em conta que todos os envolvidos com a
instituição, pais, professores, coordenadores, orientador, cozinheira, faxineiro e
demais profissionais, devem conhecer o Projeto Político Pedagógico e se
responsabilizar por sua efetivação na prática. Deste modo, o orientador tem muito
a contribuir para que todos se sintam responsáveis por este documento e com isso
surge o interesse em pesquisar a relação do orientador com o Projeto Político
Pedagógico da escola.
No contexto atual da sociedade e da educação, espera-se confirmar a hipótese de
que o Orientador Educacional está totalmente integrado das questões referentes ao
Projeto Político Pedagógico, uma vez que este documento se constitui a identidade
da escola, seus objetivos e finalidades, o currículo e toda sua organização. Além
disso, o Orientador Educacional é aquele profissional que busca por meio de suas
ações diárias criar uma escola participativa em que todos os envolvidos com o
processo educativo estão inteirados e se responsabilizam por efetivar na pratica os
conteúdos do projeto político pedagógico da instituição, buscando uma escola de
qualidade para os alunos e funcionários.
2.1 O Projeto Político Pedagógico e sua importância

Segundo Veiga (1996), a escola é o lugar de concepção, realização e avaliação de


seu projeto educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico
com base em seus alunos. Nessa perspectiva, é fundamental que ela assuma suas
responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores tomem
essa iniciativa, mas que lhe dêem as condições necessárias para levá-la adiante.
Para tanto, é importante que se fortaleçam as relações entre escola e sistema de
ensino.

Com relação às definições de projeto político pedagógico, ressaltamos os dizeres de


Gadotti (1994) que aborda a definição de projeto no seu contexto geral:

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar
significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um
período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa
que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto
educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As
promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus
atores e autores ( GADOTTI, 1994, p.579).

Para Veiga (1996) no que diz respeito ao projeto político-pedagógico, este vai além
de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. O
projeto não é algo que é construído e em seguida arquivado ou encaminhado às
autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele
é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o
processo educativo da escola.
O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido
explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto
pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente
articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da
população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do
cidadão para um tipo de sociedade. A dimensão política se cumpre na medida em
que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica. Na dimensão
pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que
é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e
criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características
necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade
(VEIGA, 1996).
Marques (1990) também argumenta que o Projeto Político Pedagógico tem uma
significação indissociável. Sendo considerado como um processo permanente de
reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à
efetivação de sua intencionalidade, que não é descritiva ou constatativa, mas é
constitutiva. Se constituindo em um processo democrático de decisões, preocupa-
se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os
conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias,
rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que
permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da
divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão.
Como referenda Veiga (1996), o projeto político-pedagógico tem a ver com a
organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola
como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o
contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. Nesta
caminhada será importante ressaltar que o projeto político-pedagógico busca a
organização do trabalho pedagógico da escola na sua globalidade.
A construção do projeto político-pedagógico, para gestar uma nova organização do
trabalho pedagógico, passa pela reflexão anteriormente feita sobre os princípios.
Acreditamos que a análise dos elementos constitutivos da organização trará
contribuições relevantes para a construção do projeto político-pedagógico. Sendo
construído com o envolvimento de todos, pela discussão, análise e posicionamento,
e se organiza a nível pedagógico e político.(VEIGA, 1996).
Veiga (1996) afirma ainda que o projeto político-pedagógico, ao mesmo tempo em
que exige dos educadores, funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de
escola que intentam, requer a definição de fins. Assim, todos deverão definir o tipo
de sociedade e o tipo de cidadão que pretendem formar. As ações específicas para
a obtenção desses fins são meios. Essa distinção clara entre fins e meios é
essencial para a construção do projeto político- pedagógico. Neste contexto, como a
própria organização do trabalho pedagógico da escola, a construção do projeto
político-pedagógico parte dos princípios de igualdade, qualidade de liberdade,
gestão democrática e valorização do magistério. A escola é concebida como espaço
social marcado pela manifestação de práticas contraditórias, que apontam para a
luta e/ou acomodação de todos os envolvidos na organização do trabalho
pedagógico.
Entendendo-se que o projeto político-pedagógico é, essencialmente, um fórum de
discussões que direciona o trabalho da escola, torna-se, também, um espaço de
formação profissional, junto com vários outros momentos como os cursos de
formação e capacitação, a resolução de problemas diários da escola. E sua
elaboração/reelaboração neste sentido deve ser pensada de forma coletiva.

2.2 O Orientador Educacional e o Projeto político Pedagógico

Polez afirma que (2004) no momento atual, é esperado dos educadores-


professores, orientadores, supervisores, um trabalho em conjunto na construção de
projetos que permitam aos alunos encarar o futuro com confiança e
responsabilidade. Os profissionais da educação devem ser agentes de mudança e o
Orientador Educacional em suas ações diárias deve ser um dos profissionais que
está diretamente ligado a esse processo, mediando, articulando os profissionais da
instituição para que realizem um trabalho interativo, para que se cumpram os
conteúdos do Projeto Pedagógico da escola, para assim ter uma escola de qualidade
para os alunos, funcionários, pais e comunidade.
Grinspun (2002) também comunga das idéias de Polez (2004) pois, para ela, a
orientação possui papel mediador junto aos demais educadores da escola,
buscando assim o resgate de uma educação de qualidade nas escolas. Da ênfase ao
individual de antes, passa-se, agora, a reforçar o aspecto coletivo, sem deixar de
levar em conta que este é formado por pessoas com pensamentos e contextos
sociais diferentes que as levam a pensar de maneira própria sobre as questões que
lhes cercam, devendo elas chegarem a realizações bem sucedidas.

(...) a Orientação Educacional hoje, em termos de teoria e pratica da educação,


posiciona-se como uma prática político-pedagógica que procura respostas para as
perguntas: Por que e para quê faço Educação?" (GRINSPUN, 2002, p. 46)
Hoje o Orientador Educacional, no discurso de GRINSPUN (2002), não atua mais
por ser uma profissão que deva existir pela "obrigação", pois na Lei 9394/96 não há
a obrigatoriedade da Orientação,
mas por efetiva consciência profissional, o orientador tem espaço próprio junto aos
demais protagonistas da escola para um trabalho pedagógico integrado,
compreendendo criticamente as relações que se estabelecem no processo
educacional. (GRINSPUN, 2002, p.28)

Na condição de especialista em educação e de membro do corpo de funcionários da


escola, cabe ao Orientador Educacional participar, assistindo à direção da mesma,
da elaboração e da implementação do Projeto Pedagógico da escola. Pois,
participando do planejamento e da caracterização da escola e comunidade o
Orientador Educacional poderá contribuir, significativamente, para decisões que se
referem ao processo educativo como um todo.
(GIACAGLIA, 2009,p.19)
A Orientação educacional busca os meios necessários para que a escola cumpra seu
papel de ensinar/educar com base em seu projeto político-pedagógico, promovendo
as condições básicas para formação da cidadania dos alunos. O orientador de hoje,
é aquele que discute as questões da cultura escolar promovendo meio/estratégias
para que sua realidade não se cristalize em verdades intransponíveis, mas se
articule com prováveis verdades vividas no dia-a-dia da organização escolar.
(FREITAS, 2009)

O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma cidadania


crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto pedagógico. Isso
significa ajudar nosso aluno ?por inteiro? (grifo da autora): com utopias, desejos e
paixões. (...) a Orientação trabalha na escola em favor da cidadania, não criando
um serviço de orientação (grifo da autora) para atender aos excluídos (...), mas
para entendê-lo, através das relações que ocorrem (...) na instituição Escola.
(GRINSPUN, 2002, p. 29)

Segundo Grinspun (2002) a Orientação não deveria exercer um papel na escola que
caracterizasse um "serviço à parte", com preocupações voltadas apenas para
resolver problemas. Ao contrário, a função do Orientador seria de auxiliar na
elaboração do projeto político-pedagógico a ser desenvolvido na escola, e de
preferência que este fosse pensado de forma coletiva, numa perspectiva de que
todos se sentissem co-responsáveis tanto pelos fracassos quanto pelas vitórias.
Assim, a orientação deveria ajudar a desmistificar esse discurso científico, em que a
escola abre caminhos para que o aluno internalize esse fracasso como algo pessoal,
social ou biológico. Para Grinspun (2002), o trabalho do Orientador Educacional não
deveria ser reduzido apenas a técnicas que favoreçam diagnosticar os alunos em
um lado do processo de aprendizagem. A Orientação deveria ser a parceira
competente da escola para refletir sobre soluções que minimizem o fracasso
escolar. Assim, seu papel estaria muito mais relacionado a promover discussões e
debates na escola a respeito de seus alunos e professores, das suas relações, do
currículo e dos objetivos de seu projeto político-pedagógico etc.
O orientador faz a análise, junto com todos os protagonistas da escola sobre o
cotidiano, para que se tenha, tanto quanto possível, uma visão mais objetiva do
que ocorre nesse dia-a-dia, analisando, refletindo e discutindo os acontecimentos
marcantes, duvidas dos professores e pais. Se a Orientação deve estar
compromissada com o projeto político-pedagógico da escola, a forma de melhor
atuar nele, garantindo a qualidade, é conhecer sua cotidianidade. (ibid, 2002).
Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o sujeito/aluno de forma ampla, um
ser que é que constituído de história, crenças e valores, e por isso a escola deve ter
um projeto político-pedagógico, onde nele implícito ou explicitamente, deve ser
refletido a questão da formação do sujeito. O Orientador deve, portanto, buscar os
meios necessários para que a escola cumpra seu papel de educar, mediante ao seu
projeto político-pedagógico.
Segundo a Orientadora Alaíse Farias citado por Freitas (2009) "a orientação
educacional no trabalho pedagógico é de fundamental importância para o
fortalecimento do trabalho pedagógico. Trata-se de um articulador que une as
pessoas que fazem parte do processo educativo, em torno de objetivo comum, a
promoção da qualidade do ensino e do sucesso escolar dos alunos".
De acordo com Grispun (2002), o desenvolvimento do trabalho do Orientador na
escola junto com cada membro, proporcionaria:
? Junto aos alunos: o seu desenvolvimento pessoal, visando à participação dele na
realidade social.
? Junto aos professores: a colaboração e participação na construção do projeto
político pedagógico da escola, contribuindo para a discussão sobre as questões
técnico-pedagógicas da escola.
? Junto à direção: participando junto tanto nas decisões tomadas pela direção com
à obtenção de dados inerentes aos aspectos administrativos. O Orientador deve
participar de toda a prática que organiza a escola.
? Junto aos pais: fazer com que eles participem da escola do projeto da escola de
diferentes formas, desde o planejamento do projeto pedagógico até as decisões que
a escola deve tomar.
Para que haja a construção de uma escola de qualidade deve haver um projeto
coletivo, que requer ação coordenada e participação de todos. Numa escola de
qualidade deve existir uma discussão sobre as finalidades da educação, a atuação
do professor, as metodologias e até o abandono de alunos e professores (ibid,
2002).

Dessa forma, percebemos a real importância e função do Orientador Educacional


nas escolas. Uma vez, que o orientador é um mediador entre professor-aluno,
aluno-professor, aluno-sociedade, sociedade-aluno, é responsável por levar
possibilidades de desenvolvimento cognitivos, culturais e emocionais para o espaço
escolar e de fazer transformações necessárias para uma sociedade mais justa e
humana.

Além dos objetivos acima, várias outras são apresentadas e estão relacionadas ao
suporte de aulas práticas do curso de graduação. Portanto, podemos perceber que
o LDI além de atender as crianças estimulando todas as áreas de conhecimento,
também tem por objetivo promover palestras, cursos, apoiar pesquisas, envolver a
família, avaliar a criança, entender sobre teorias do desenvolvimento humano e
atender as aulas da graduação de cursos da UFV, o que faz com que a instituição
tenha características diferenciadas das demais, como no caso da orientadora que
além que cumprir as funções específicas do orientador, auxilia nas aulas práticas.
Ao longo do período de observação constatei que a orientadora auxilia as
professoras no planejamento de algumas atividades, principalmente as relacionadas
com aula prática. E com relação a este aspecto PPP aborda no item 6 a organização
do cotidiano e do trabalho da seguinte maneira:
A estrutura curricular dessa proposta consiste em apresentar caminhos que, por
meio de experiências e materiais diversos, poderão contribuir para o
desenvolvimento integral da criança. Nesse sentido, essa proposta foi elaborada
considerando, como eixo norteador, os três tipos de conhecimento, ou seja o
conhecimento físico, o conhecimento lógicomatemático e o conhecimento social. A
partir dos tipos de conhecimento, o currículo foi organizado nos seguintes
conteúdos: ciências, ciências sociais, matemática e linguagens (oral e escrita,
corporal, musical, plástica e imagética).

Com relação à Educação Continuada dos Profissionais o PPP considera que este "é
um processo integrado, parte do contexto diário, objetivando que a equipe
desenvolva com habilidade e conhecimento suas atividades. Existem formas
diversas de compartilhar informações, desenvolver essas habilidades e mudar
atitudes. (2005, p.73)
No LDI ocorrem dois tipos de treinamento, ou seja, o treinamento em serviço e o
de atualização. Dentre as ações relacionadas ao treinamento em serviço, destacam-
se: reuniões com a equipe técnica; reuniões com a equipe de apoio técnico;
reuniões com a equipe de serviços gerais; grupos de estudos; participação em
seminários, congressos e palestras; participação em cursos específicos sobre
educação infantil; acompanhamento das atividades nas salas e na área externa e
orientações.
Quanto a atualização, o LDI realiza, anualmente, o Curso de Capacitação de
Pessoal, com carga horária de 40 horas. O curso de capacitação conta com diversos
profissionais da área de Família e Desenvolvimento Humano da UFV e também da
comunidade Universitária e de Viçosa, além da participação dos pais, que, devido a
sua formação específica, ministram palestras. (p.73)
No que se refere a articulação do LDI com a família e comunidade, percebi pelas
observações que a orientadora está engajada em reunir-se com os pais, seja por
meio de reuniões ou de conferencias para discutir o funcionamento da instituição,
temas pertinentes a Educação Infantil, ou sobre o desenvolvimento de seu filho.
E de acordo com o PPP (p.86), este programa de e envolvimento da família ele se
estende em diferentes níveis de ação: reuniões de pais, conferências individuais,
participação da família nas atividades com as crianças, empréstimo de livros às
crianças, visitas domiciliares, empréstimo de livros aos pais, festas e
comemorações, informativos, palestras e seminários, excursões, participação das
famílias como membro da comissão de pais e representantes no Conselho de
Administração, contatos informais (NEVES et all, 1996). A seguir serão descritas as
ações que norteiam a implementação do programa de capacitação:
_ Reunião de pais ou responsáveis: Reuniões onde, são discutidos assuntos sobre o
desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Tem como objetivo, levantar
necessidades sentidas pelos pais, como o propósito de discutí-las e descobrir
caminhos que favoreçam uma melhor relação entre a família e a criança, a família e
a instituição e a criança e a instituição. Portanto, os temas a serem discutidos
podem ser programados com a participação dos pais ou responsáveis, no sentido
de atender às suas necessidades e expectativas. É importante salientar que as
devem objetivar a troca de experiências sobre assuntos relativos à criança de modo
que tanto a família quanto a instituição de educação infantil caminhem em sintonia.
_ Conferência individual: Esta reunião é realizada entre a coordenadora, a
supervisora e os pais ou responsável podendo, ainda, participar a professora da
criança. A finalidade é discutir, com pais ou responsável aspectos específicos do
desenvolvimento e da aprendizagem do seu filho, podendo ser solicitada pelos pais,
pela professora da criança ou pela coordenadora e supervisora da instituição.
A conferência exige treinamento e fundamentação teórica da equipe técnica que
deve ter habilidade para ouvir e falar, conhecimento teórico e prático das situações
comuns relacionadas ao desenvolvimento da criança em cada faixa etária. É
necessária também, vivência com a criança obtidas das observações da criança
para que possa discutir com os pais ou responsáveis sobre o desenvolvimento e
aprendizagem da criança e as possíveis orientações solicitadas pela família ou
demandadas pela instituição. Ao término da conferência, são registrados os dados
na ficha de acompanhamento da criança que será, usado com as outras fichas de
observação como subsídios para a avaliação do desenvolvimento e da
aprendizagem da criança.
_ Festas e comemorações: Visam promover maior integração entre as famílias,
crianças e instituição. Estes eventos são organizados e realizados com a
participação efetiva dos pais ou responsável.
- Visitas Domiciliares: O objetivo é observar e acompanhar a criança em seu
ambiente familiar, ampliando conhecimentos diversos sobre a criança em seu
cotidiano familiar. É utilizado um roteiro de observação e perguntas que é
preenchido após a visita onde relata todas as observações feitas. (2005, p.87)
O último Item (item 13.1, p. 92) que se refere às atribuições do orientador diz
respeito à avaliação do desenvolvimento integral da criança, uma vez que pude
perceber que ele auxilia e acompanha a professora neste processo. E de acordo
com o PPP a necessidade da observação do comportamento humano é um fator
reconhecido pelos profissionais da área, pois esta é um instrumento que nos
permite acompanhar o desenvolvimento da criança, informar e dar feed back aos
pais, bem como melhorar o programa.
Com relação ao desenvolvimento da criança, a observação nos ajuda a entender
melhor seu comportamento, revelando seu nível de desenvolvimento, nos
fornecendo indicadores para observação. Por meio de análises desses indicadores,
torna-se possível determinar se a criança está se desenvolvendo adequadamente e,
se o programa está estimulando esse processo.
As crianças são acompanhadas por meio de registros corridos, ou seja, registros
feitos em cadernos individuais sobre o seu comportamento, quando ele ocorre, de
modo claro e preciso, fornecendo dados que permitem ao professor visualizar a
situação tal qual ela ocorre.
São utilizados também listas para detectar aspectos do desenvolvimento da criança
que necessitam "reforço". São seqüências do desenvolvimento da criança, dividida
em áreas (cognitivo, social, etc.) e subdivididos em itens relacionados a
comportamento, habilidades e/ou situações. Tal instrumento contribui para um
quadro geral do desenvolvimento da criança.
As escalas são utilizadas como instrumentos indicadores do grau que cada criança
possui em relação à certa característica do comportamento.
O acompanhamento, embora sendo individual, é realizado em espaço dentro da
sala de atividades, permitindo aos professores estar com a criança sem interferir
demais nem sofrer interferência da dinâmica do grupo. Isto é feito porque
acreditam que o ambiente físico da sala favorece o estabelecimento de uma relação
mais espontânea entre as crianças e o professor.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Face aos dados coletados mediante a entrevista, as observações e suas análises,


bem como as leituras feitas ao longo desta pesquisa, percebemos que o Projeto
Político Pedagógico deve ser considerado um importante instrumento dentro da
instituição sendo a identidade da mesma, um conjunto estruturado de todo o
funcionamento, que requer uma elaboração coletiva e dinâmica a fim de que todos
os envolvidos sintam-se colaboradores do processo educativo.
O papel do orientador na gestão do PPP, portanto, é o de mediar as relações dos
demais envolvidos na escola para que todos se sintam comprometidos com o bom
andamento da mesma, que tenham suas dúvidas esclarecidas, que saibam de todos
os acontecimentos. Que tenham no orientador um profissional que irá lhe auxiliar
no dia a dia para melhor alcance doa objetivos propostos no PPP, principalmente os
ligados ao desenvolvimento e aprendizagem da criança, relação com as famílias,
treinamento em serviço e as capacitações dos profissionais.
Em relação aos objetivos propostos durante este trabalho, considera-se que os
mesmos foram alcançados. Sugere-se que novas pesquisas sejam feitas sobre o
assunto abordando a opinião de um maior número de orientadoras. Além disso,
observou-se a necessidade de realizar uma pesquisa com um profissional
contratado como orientador Educacional, mesmo que não esteja atuando na
educação infantil.
Contudo, podemos dizer que as rápidas transformações presentes na sociedade
atual estão a requerer dos profissionais que nela atuam novas competências para
atender às exigências, não só do mercado de trabalho, mas da própria
sobrevivência numa comunidade onde conhecimentos cada vez mais diversificados
passam a ser necessários. As escolas como responsáveis pela formação dos sujeitos
que atuam nesta sociedade, precisam modificar-se para poder contribuir com a
formação de "cidadãos capazes de se informar, de ampliar esta informação, de
situar-se e mover-se no mundo do trabalho dentro de um viver ético, com
responsabilidades partilhadas (GATTI,1997). E talvez por este motivo os
profissionais tenham que desempenhar funções tão diversificadas como no caso
estudado.

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