Análise Computacional da Propagação do Campo
Eletromagnético em Meios Móveis usando o Método
FDTD
Rodrigo César Fonseca da Silva, Elder Eldervitch
Carneiro de Oliveira e Pedro Carlos de Assis Júnior
Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas
Universidade Estadual da Paraíba
Patos, Brasil
r.c.fonseca@uepb.edu.br
Resumo — O estudo da eletrodinâmica de meios móveis
exerce um papel fundamental para a aplicação em comunicações
entre dispositivos móveis. Para tais aplicações, correções nas
equações de Maxwell são necessárias e tais correções são feitas
usando os princípios da Teoria da Relatividade Especial. Este
trabalho visa apresentar resultados de simulações numéricas
unidimensionais da propagação de Ondas Eletromagnéticas
monocromáticas e linearmente polarizadas, através de um meio
linear, homogêneo e isotrópico, com índice de refração η, que se
move a uma velocidade constante não relativística em relação a
um certo referencial de laboratório. As equações de Maxwell-
Minkowski são numericamente aproximadas utilizando como
base as características do Método Numérico FDTD e assim
mostra-se que o movimento do meio defasa a onda em relação ao
meio em repouso, e também que no meio móvel, o vetor de
Poynting é defasado em relação aos campos.
Palavras-Chave — Pulsos Eletromagnéticos; Equações de
Maxwell-Minkowski ; Método FDTD.
I. INTRODUÇÃO
Uma solução correta e completa de inúmeros problemas da
Física e Engenharia exige o uso de princípios da relatividade.
Esta observação permanece válida mesmo em sistemas de
baixas velocidades, uma vez que termos de primeira ordem em
(v / c), razão que aparece no fator de Lorentz, muitas vezes tem
um papel fundamental nas equações que descrevem os sistemas
em estudo [1], [2]. O início da descrição da Eletrodinâmica de
meios em movimento se deve a Minkowski (1908), com base
na Teoria da Relatividade Especial. Para um meio isotrópico
em movimento, o tratamento complementar foi dado por
Sommerfeld [3]. É fato notório que, quando a velocidade do
meio isotrópico em movimento é pequena em comparação com
a velocidade da luz, as equações de onda resultantes podem ser
bastante simplificadas [4]. Vários problemas técnicos
decorrentes dessas equações de onda já foram investigados,
desde então [5].
Na Engenharia Elétrica, em particular, verifica-se a
importância da relatividade no estudo da Eletrodinâmica dos
corpos em movimento, disciplina decisiva para engenheiros de
energia, que são confrontados com problemas tais como: a
justificativa de uma função de força (-dφ/dt) na equação de
circuito de um loop em movimento; Uma formulação correta
Marcelo da Silva Vieira e Tales Augusto Carvalho de
Barros
Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas
Universidade Estadual da Paraíba
Patos, Brasil
marcelo.mib00@gmail.com
das equações de Maxwell na rotação sistemas de coordenadas;
As correntes parasitas induzidas têm de ser tomadas em conta
corretamente para a modelagem e simulação de solenoides
atuadores de alta velocidade; Uma análise teoricamente
satisfatória de sistemas de levitação magnética, entre outros [6]
- [8].
Com o advento dos computadores, a nossa capacidade de
resolver as equações de Maxwell mudou radicalmente. As
soluções analíticas das Equações de Maxwell, em uma forma
fechada conhecida, ocorrem em um número muito limitado de
casos especiais, que dificilmente são aplicáveis aos problemas
do mundo real. Antes era vantajoso usar um esforço
considerável para evitar os cálculos, muitas vezes à custa de
manipulações analíticas longas com aplicabilidade severamente
reduzida. Mas com o auxílio dos computadores modernos, por
outro lado, é bem mais atraente a utilização de métodos que são
analiticamente simples, mas que podem exigir um grande custo
computacional. Tais métodos computacionais podem tratar
grandes classes de problemas sem modificações dos algoritmos
ou programas de computador. A parte do eletromagnetismo
que lida com métodos computacionais é conhecida como a
computação eletromagnética (CEM).
Existem inúmeras áreas de aplicação para CEM, como a
análise e concepção de máquinas elétricas, geradores,
transformadores, e escudos. Em aplicações na área de micro-
ondas, a CEM é uma ferramenta mais recente, usada para a
concepção de redes, fornos de micro-ondas e antenas. A análise
e otimização de seções transversais de radar (RCS) para
dispositivos furtivos tem sido a força motriz para o
desenvolvimento de muitas novas técnicas de CEM [9]. As
frequências de clock dos microprocessadores modernos estão
se aproximando da região onde os circuitos ocupam uma
grande fração de um comprimento de onda. Neste aspecto, a
teoria comum de circuitos já não se aplica e pode ser necessário
o desenvolvimento de processadores menores e mais rápidos
para resolver as equações de Maxwell. O aumento da procura
de compatibilidade eletromagnética (EMC) também coloca
novos problemas computacionais.
Dentre os métodos computacionais conhecidos com bons
resultados no tratamento das Equações que regem a
Eletrodinâmica, destaca-se o Método das Diferenças Finitas
(FD) geralmente no domínio do tempo, que são as simples ( ) ( )
discretizações das equações de Maxwell na forma diferencial,
utilizando os componentes de campo, ou os potenciais, de uma onde U é o vetor campo magnético ou elétrico, Δx, Δy e Δz são
grade de pontos estruturados como incógnitas (grid). As as dimensões da célula, é o intervalo entre as varreduras, i, j
Diferenças Finitas em geral, e o Método das Diferenças Finitas e k são os índices que localizam a célula no grid e n o índice da
no Domínio do Tempo (FDTD), em particular, são muito amostra no tempo. Em coordenadas cartesianas, temos uma
eficientes e exigem poucas operações por ponto de grade. O grade retangular que permite a seguinte representação
FDTD é um dos métodos mais comuns na CEM, e pode ser geométrica:
aplicado a uma grande variedade de problemas de micro-ondas,
por exemplo.
O método FDTD define quantidades de campo nos nós da
grade e as equações de Maxwell são aproximadas por aplicação
direta e explícita do esquema de diferenças finitas. Uma vez
que a alteração do tamanho da célula não altera a definição de
componente de campo, o método característico à base é
considerado como sendo uma abordagem numérica mais
adequada para resolver os problemas que envolvem a dispersão
dos Campos Eletromagnéticos variáveis no tempo, tais como o
movimento em um meio dielétrico.
O propósito deste artigo é apresentar os resultados de uma
investigação computacional sobre os efeitos relativísticos
observados na propagação de uma onda eletromagnética no
espaço livre, porém, em um meio em movimento uniforme.
Com este objetivo em mente destacamos a simulação numérica
Fig.1 - Célula de Yee contendo as componentes dos Campos Elétrico e
bem sucedida de casos específicos com grande valor didático e Magnético no Método FDTD.
científico. O trabalho está divido na seguinte forma: A seção II
está voltada para o desenvolvimento das Equações de Maxwell
em meios móveis e as principais etapas da construção do B. Formulação Unidimensional
Método FDTD; Na seção III temos a apresentação das
simulações em FDTD do modelo unidimensional estudado. A propagação de Campos Eletromagnéticos na região livre
de fontes é regido pelas bem conhecidas equações de
II. DESENVOLVIMENTO Maxwell:
⃗
A. O método numérico FDTD ⃗ ⃗ (1.a)
A técnica principal de soluções numéricas a ser investigada
neste trabalho é o Método da Diferença Finita no Domínio do
Tempo (FDTD), desenvolvido por K. S. Yee [10] e tem como ⃗
⃗ ⃗ (1.b)
base as Equações de Maxwell na forma diferencial, e que
resolve problemas que admitem soluções numéricas para um
dado domínio espacial tais como os Campos Elétricos e ⃗ ⃗ (1.c)
Magnéticos que evoluem com o tempo, tal como descrito pelas ⃗ ⃗ (1.d)
Equações de Maxwell. A ferramenta FDTD pode ser utilizada
para analisar ondas eletromagnéticas reais por meio de onde: ⃗ e ⃗ são, respectivamente, as intensidades dos Campos
simulações em uma região espacial finita, através de dados de Elétrico e Magnético; ⃗ ⃗ e ⃗ ⃗ são as Densidades
amostras análogas às ondas propagando-se em um “espaço de de fluxo Elétrico e Magnético; e são as constantes
dados computacionais”. fundamentais, permissividade elétrica e permeabilidade
magnética no vácuo.
O método FDTD é utilizado para analisar os principais
parâmetros eletromagnéticos de um elemento irradiante Surge, então, a necessidade de modificar as relações
qualquer. Os fatores limitantes do método FDTD são constitutivas para resolver problemas que envolvem Campos
basicamente a memória e a velocidade de processamento do Eletromagnéticos inseridos em um meio em movimento.
computador. Além do uso para antenas, o método é ainda Adotando as novas formas para as densidades de fluxo
utilizado para simular o comportamento de circuitos de micro- Elétrico e Magnético, ⃗ ⃗ ( ) ⃗ e ⃗ ⃗
ondas, interação biológica com ondas eletromagnéticas, ótica e
sistemas de radar [10]-[12]. ( ) ⃗ [6], onde é o índice de refração do meio e o
O método FDTD calcula, assim, o campo em tempos e campo de velocidade do meio. As equações rotacionais,
posições discretas dentro de um grid. Os campos podem ser normalizadas e dependentes do tempo de Maxwell para os
representados como uma função de índices inteiros, f (i,j,k, n) Campos Elétrico e Magnético se propagando em um meio que
= f (i Δx, j Δy, k Δz, n Δt), e como esse método usa diferenças
centrais [4], temos que:
se move com uma velocidade uniforme ̂ , na ausência reduz a um simples caso unidimensional, onde teremos a
de fontes, são: sequencia estrutural de intercalações mostrada na Fig. 2.
Em uma simulação em FDTD o tempo, representado pelo
⃗ ⃗ índice “n”, fica implícito no código, ao contrário do espaço,
⃗ ⃗ (2.a) representado pelo índice “i”, e um programador experiente
poderá fazer uso dessa característica por meio das várias
e opções de linguagem de programação para elaborar as mais
⃗ ⃗ (2.b) diversas simulações, sendo que a única diferença a ser
⃗ ⃗ observada é a mudança da especificação da posição no vetor
no programa ( e é reescrito como i e ).

onde ( ) ̃ ̂ . Temos também que ⃗ e ⃗ são

vetores em três dimensões de maneira que, as equações (2.a) e
(2.b) representam três equações cada. Iremos analisar o caso
de uma onda plana viajando com velocidade uniforme v na
direção-z, onde o Campo Elétrico está orientado na direção-x
e, por sua vez, o Campo Magnético está orientado na direção-
y. Adotaremos as formas normalizadas para os Campos:
⃗ √ ⃗ e ⃗ √ ⃗ , e apenas os tensores
diagonais para que nosso problema se reduza a um simples
caso unidimensional, onde teremos:
[ ] (3.a)
̃

(3.b)
̃
Fig.2 - Intercalação dos Campos E e H no espaço e tempo na formulação
FDTD. Para Calcular Hy(i+1/2), por exemplo, os valores vizinhos de Ex em i e
i+1 são necessários. De uma forma similar, para calcular Ex(i+1), o valor de
e a componente de Campo Elétrico, =constante, que Hy em i+1/2 e i+1+1/2 são necessários.
admitiremos ser nula. Aplicaremos agora as aproximações da E assim, as equações (3.a) e (3.b) podem ser rearranjadas
teoria das diferenças centrais para as derivadas temporais e na forma de um algoritmo iterativo:
espaciais nas equações (3.a) e (3.b) [13] [14]:
(5.a)
( ) () (4.a) () () ( )
() ()
(5.b)
( ) ( ) (4.b) () () ( )
() ()
onde listamos abaixo os valores das constantes fundamentais
do problema relativístico:
() () (4.c)
̃ (6.a)

e ̃ (6.b)

( ) ( ) (4.d)
É importante enfatizar que cálculos são intercalados no
espaço e no tempo de maneira que, para determinarmos o novo
valor de na equação (5.a), por exemplo, necessitamos do
O tempo agora é especificado pelo índice “n”, isto é, o valor prévio de e do valor recente de . Trata-se do
meio atual no tempo t=nΔt. dimensões de maneira que, as
paradigma fundamental do método FDTD. Apesar da
equações (2.a) e (2.b) representam três equações cada. Iremos
similaridade das equações (5.a) e (5.b), elas diferem por uma
analisar o caso de uma onda plana, onde o Campo Elétrico
considerável ordem de magnitude devido aos valores das
está orientado na direção-x e o Campo Magnético está
constantes fundamentais, e , e isso provocará uma
orientado na direção-y, viaja com velocidade uniforme v na
direção-z. Com estas considerações iniciais, nosso problema se diferença significativa nos valores de e Daí a
necessidade da adoção das unidades Gaussianas.
C. O Método FDTD e a Estabilidade das Simulações
Uma onda eletromagnética não pode viajar mais veloz que
a velocidade da luz. Para se propagar na distância de uma
célula, ela requer um tempo mínimo de , onde é
a velocidade da luz no espaço livre. Quando temos uma
simulação em duas dimensões, uma vez que o tamanho da
célula Δz for escolhido, é preciso garantir que a propagação da
onda ocorra na direção diagonal então o passo de tempo fica
determinado por √ . Obviamente, em simulações
em três dimensões teremos √ . A generalização
desta argumentação nos conduz à conhecida “Condição de
Courant”:
(7)
√ Terra. Os efeitos podem variar de acordo com a altitude da
onde “N” é o número de dimensões. Por uma questão de
simplicidade nos cálculos, iremos considerar √ =2 no espaço
livre para nossos problemas unidimensionais.
D. Condições de Contorno Absorvedoras em Uma Dimensão
As condições de contorno absorvedoras são necessárias
para garantir a reflexão dos Campos ⃗ e ⃗ no problema
espacial. Normalmente, no cálculo do Campo ⃗ , necessitamos
conhecer os valores em torno de ⃗ . Trata-se da principal
hipótese do método FDTD. Na extremidade do problema
espacial não haverá valores para um dos lados.
Entretanto, nós temos uma vantagem, porque sabemos que
não existem fontes fora do espaço do problema. Portanto, os
campos na borda deve ser estar se propagando para fora.
Usaremos esses dois fatos para estimar o valor no final, usando
o valor próximo a ele. Supondo que estamos olhando para uma
condição de contorno, no final, onde i=0. Se a onda se propaga
na direção da fronteira do espaço livre, com velocidade .
Então, em um passo de tempo do algoritmo FDTD, ela
percorre:
(8)
A equação (8), basicamente, explica que é necessário dois
passos de tempo para uma frente de onda atravessar uma
célula. Uma condição de contorno aceitável pode ser:
( ) ( ) (9)
que é relativamente fácil de ser implementado, simplesmente
armazenando um valor de ( ) para dois passos de tempo
que é, então, alocado em ( )
III. SIMULAÇÕES UNIDIMENSIONAIS
Um pulso eletromagnético é um fenômeno físico oriundo
de fenômenos naturais, tais como explosões solares ou
estelares, explosões nucleares ou mesmo de grandes correntes
elétricas. Tecnicamente, denomina-se dessa forma os pulsos
de alta energia e de largo espectro, propagando-se
uniformemente pelo espaço gerando um Campo Elétrico
defasado de um Campo magnético.
Dentre as diversas aplicações, podemos citar o uso como
uma forma de perfurar placas de aço e outros metais, com os
Campos Eletromagnéticos, e isso é aplicado na indústria
automobilística e em estamparias de metais. Os Pulsos
Eletromagnéticos mostram-se aproximadamente sete vezes
mais eficientes do que o laser para este fim, e no quesito
acabamento, ainda efetuam cortes sem deixar rebarbas nas
chapas.
Além disso, podem ser usados para emissão de radiação
em computadores e para explosões termonucleares na alta
atmosfera. O ser humano já tem conhecimento dos efeitos
dessa tecnologia quando usados com fins bélicos. Nesses
termos, os pulsos são ocasionados pela detonação de uma
bomba de centenas de quilômetros acima da superfície da
detonação, rendimento da energia dispersa e interação total
com o campo magnético natural da Terra.
Nesse sentido, iniciamos reescrevendo as equações (5.a) e
(5.b) na forma de código computacional (aceito em
Linguagem C, Matlab ou Maple), e obtemos as expressões:
(10.a)
(10.b)
O resultado apresentado nesta seção é a simulação
unidimensional de um Pulso Eletromagnético na forma
senoidal, gerado no centro do problema espacial:
( ) ( ) (11)
onde: A= amplitude do pulso, = e N= Quantidade de
Células do Espaço Computacional. A variação do parâmetro T
controla a propagação do pulso no espaço.
Garantimos a estabilidade da simulação com a adição das
Condições de Contorno Absorvedoras, tais como foram
definidas na Seção Anterior, no algoritmo gerador do Pulso
Eletromagnético. Como era previsto, os efeitos relativísticos
na propagação do Pulso apresentam uma diferença de fase em
relação ao caso não relativístico.
Usamos como parâmetros de simulação do caso
relativístico: v=1m/s, f=0.012 em unidades de 106Hz, N=200,
e .
 Fig.3 - Propagação do Campo Elétrico com T=100 Passos. Em vermelho
temos o caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
Fig.4 - Propagação do Campo Elétrico com T=150 Passos. Em vermelho
temos o caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
Fig.5 - Simulação Estável da Propagação do Campo Elétrico com T=250
Passos e Condições de Contorno Absorvedoras. Em vermelho temos o caso
não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
Fig.6 - Propagação do Campo Magnético com T=100 Passos. Em vermelho
temos o caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
Fig.7 - Propagação do Campo Magnético com T=150 Passos. Em vermelho
temos o caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
Fig.8 - Simulação Estável da Propagação do Campo Magnético com T=250
Passos e Condições de Contorno Absorvedoras. Em vermelho temos o caso
não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
O vetor de Poynting é uma grandeza muito importante na
Física e é a representação da densidade direcional do fluxo de
energia, ou a quantidade de energia transferida por unidade de
área ( ), de um Campo Eletromagnético. É
definido, matematicamente, pela operação:
⃗ ⃗ (12)
Entretanto, qualquer forma de energia tem sua direção de
movimento no espaço, bem como sua densidade. Então os
vetores de fluxo podem ser definidos para outros tipos de
energia também, como por exemplo, a Energia Mecânica.
A propagação desta grandeza pode ser visualizada nas Figs.
09 a 11:
Fig.9 - Representação do vetor de Poynting com T=100 Passos. Em vermelho
temos o caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
Fig.10 - Representação do vetor de Poynting com T=150 Passos. Em
vermelho temos o caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito
relativístico.

Fig.11 - Simulação Estável da Representação do vetor de Poynting com
T=250 Passos e Condições de Contorno Absorvedoras. Em vermelho temos o
caso não relativístico (v=0). Em azul temos o efeito relativístico.
IV. PERSPECTIVAS E CONCLUSÕES
Este estudo demonstrou que o método característico,
baseado numericamente na resolução equações de Maxwell-
Minkowski é bem eficiente, do ponto de vista didático, para a
descrição da propagação de Pulsos Eletromagnéticos em meios
que se movem unidimensionalmente em meios lineares,
homogêneos e isotrópicos. Alguns dos resultados
computacionais podem ser obtidos a partir desta iniciativa,
como o estudo da Propagação dos Campos em meios com
propriedades físicas diferentes.
Observa-se aqui, que a velocidade do meio faz com que a
onda se defase em relação a que se propagaria no meio em
repouso, e o mais importante, que o fluxo de energia da onda,
dado pelo vetor de Poynting, está fora de fase com os campos.
Já que a velocidade do meio controla a diferença de fase entre
o fluxo de energia e o vetor de onda, então poderá se ter uma
velocidade na qual o vetor de onda e o vetor de Poynting
estejam antiparalelos. Tal propriedade é encontrada em
metamateriais, e assim a relação entre a propagação de ondas
em meios móveis com a propagação destas em metamateriais
poderá ser explorada num trabalho futuro.
A generalização do código computacional elaborado para o
desenvolvimento deste trabalho, para problemas
tridimensionais, levando-se em conta rotações do meio, é um
objetivo futuro.
AGRADECIMENTOS
Os autores do trabalho agradecem ao CNPq sob o convênio
472098/2013-6, à CAPES pelo financiamento parcial e a
Universidade Estadual da Paraíba- UEPB.
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