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A Pesca de Camarão em Conceição Da Barra, Es PDF
A Pesca de Camarão em Conceição Da Barra, Es PDF
VITÓRIA
2006
LEANDRO BONESI RABELO
VITÓRIA
2006
A PESCA DO CAMARÃO EM CONCEIÇÃO DA BARRA, ES, COMO UM ESTUDO
MULTIDISCIPLINAR DO COLAPSO DE UM SISTEMA PESQUEIRO
por
Oceanógrafo
na
Dezembro de 2006
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Agnaldo Silva Martins
Orientador
________________________________________
Prof. Dr. Jaime Roy Doxsey
________________________________________
Msc. Nilamon de Oliveira Leite Júnior
Vitória, ____de___________________de______.
AGRADECIMENTOS
A minha família que sempre esteve ao meu lado me apoiando para meu
sucesso, mesmo que nos últimos tempos estejamos um pouco separados.
A Carla que me fez enxergar o mundo com novos olhos, e acho que sem ela
esse trabalho não seria possível, um eterno obrigado.
Ao pessoal da 4ª turma também, que tive que ser agregado por motivos de...
digamos, Física II.
RESUMO .............................................................................................. 1
1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 2
1.1. HISTÓRICO DA PESCA............................................................................2
1.2. A PESCA NO ESPÍRITO SANTO..............................................................3
1.3. A ESPÉCIE-ALVO .....................................................................................3
1.4. A ATIVIDADE PESQUEIRA DO CAMARÃO.............................................4
1.5. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DE CONCEIÇÃO DA BARRA........5
1.6. O PROJETO RECOS ................................................................................6
1.7. OBJETIVO GERAL ....................................................................................8
1.8. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................................................8
2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .. 9
3. METODOLOGIA............................................................................. 12
3.1. FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS....................................................12
3.2. COLETA DOS DADOS ............................................................................13
3.3. ANÁLISE DOS DADOS ...........................................................................16
4. RESULTADOS ............................................................................... 18
4.1. DESENVOLVIMENTO DA PESCA NO MUNICÍPIO ...............................18
4.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS INDÚSTRIAS DE PESCA ...................20
4.3. SÓCIOECONOMIA DA PESCA DO CAMARÃO.....................................22
4.3.1. A arrecadação de impostos ................................................................23
4.4. ASPECTOS POLÍTICOS DE CONCEIÇÃO DA BARRA ........................24
4.5. DECADÊNCIA DA PESCA ......................................................................27
4.6. EROSÃO DA BUGIA ...............................................................................29
4.7. ANÁLISE INTEGRADA DOS ASPECTOS ENVOLVIDOS NA PESCA DO
CAMARÃO ......................................................................................................31
4.8. PROPOSTAS DE MANEJO ....................................................................37
5. DISCUSSÃO................................................................................... 39
6. REFERÊNCIAS .............................................................................. 43
RESUMO
1
1. INTRODUÇÃO
A pesca é uma das atividades mais antigas realizada pelo ser humano. Porém,
somente com a invenção do motor e do casco de metal, obtidos após a
revolução industrial, que tornaram as condições favoráveis para a expansão do
setor, através da maior autonomia e eficiência na captura (Paes, 2002).
A partir da década de 1950, que a pesca obteve seu maior crescimento, devido
ao desenvolvimento da indústria pesqueira especializada, e do alto valor
econômico de certas espécies, como camarões da família Penaeidae (Leite Jr.
& Petrere Jr., 2006).
2
1.2. A PESCA NO ESPÍRITO SANTO
1.3. A ESPÉCIE-ALVO
Segundo Lopes (1996) o X. kroyeri possui crescimento rápido, com até 30 dias
para superar a fase larval e ciclo de vida em torno de 18 meses; um tipo de
3
reprodução que assegura a fertilização das fêmeas, independente da época de
maturação gonodal; e amplo período de desova, sendo o verão e o outono as
épocas preferenciais (Neiva, 1970). Essas características permitem um fator de
proteção apesar da forte pressão a que estão submetidos pelos seus
predadores e pela pesca.
Por outro lado, de acordo com o mesmo autor, a espécie possui duas
fragilidades: i) apresenta um estágio larval sensível, livre e natante; e ii) a pós-
larva tem forte tendência a nadar próxima ao fundo mole, ficando vulnerável ao
revolvimento pelas redes de arrasto.
4
1.5. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DE CONCEIÇÃO DA BARRA
5
inaugurou a sua usina para a produção de açúcar (Lima, 1995).
De uma maneira geral, a pesca artesanal é aquele tipo de pesca realizada pelo
próprio pescador, ou seja, aquela atividade em que ele é patrão, empregado e
sócio. E em meio a este universo, especialmente nos últimos anos, a pesca
artesanal sente sua própria existência ameaçada pela pesca industrial-
empresarial, que disputa os recursos pesqueiros de uma mesma área
(Diegues, 1983).
6
de pescarias ao longo da costa brasileira, assim como na costa capixaba, ou o
que se chamou de "SISTEMAS PESQUEIROS", e levantar elementos
científicos necessários para poder sugerir modelos de manejo mais adequados
às agências governamentais, resultando assim no Grupo Temático Modelo
Gerencial de Pesca (MPG) do Projeto RECOS – Uso e Apropriação dos
Recursos Costeiros (Instituto do Milênio, 2006).
7
na localidade e por fim realizar propostas para solução do problema.
8
2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
18°36'16,42"
América
do Sul
200 m
Minas Bahia
Gerais
Espírito
Santo
Foz do
Rio Doce
Vitória
18°38'07,37"
39°44'33,69" 39°41'56,00"
Figura 01: Localização de Conceição da Barra.
9
naquele trecho (Martin et al., 1997).
10
O clima da região é úmido no verão e seco no inverno, apresentando média
anual próxima dos 24ºC e precipitação de cerca de 1300 mm anuais.
11
3. METODOLOGIA
12
3.2. COLETA DOS DADOS
13
possível a construção de um mapa conceitual com as relações existentes entre
os atores sociais, que auxiliou na coleta de dados (figura 02).
14
PESCADORES
PEIXARIAS
COLÔNIA DE
PESCADORES
ASSOCIAÇÃO DE
PESCADORES
ATRAVESSADORES
PREFEITURA
SOCIEDADE
CIVIL
Figura 02: Mapa conceitual, contendo os atores da pesca artesanal do camarão em Conceição da Barra.
15
Abaixo pode ser visualizado um desenho esquemático (figura 03) das etapas
seguidas durante a coleta das informações, segundo Yin (2004).
16
Questões específicas sobre as dinâmicas (ecológicas,
sociais, econômicas, políticas) - multidisciplinar
17
4. RESULTADOS
“Sr. Getúlio e Sr. Antônio de Pádua trabalhavam no sul do estado e vieram para o
município quando informados da fartura. Montaram a Friesp. Começaram com um
Barracão, depois uma fabriqueta de gelo na colônia. A partir daí, começaram a vir
outros pescadores e empresários. A prefeitura controlava a venda do pescado. Era
abastecida a cidade para depois ser vendido aos atravessadores”.
18
ser observado na fala de um pescador e antigo empregado de uma das
empresas:
Além disso, na segunda metade da década de 1980, a foz do rio Cricaré sofria
um processo de assoreamento do canal principal impedindo a entrada e saída
de barcos com calado maior, sendo possível a navegação desses barcos
maiores apenas na preamar.
O resultado de todos esses fatores foi o fechamento dos Frigoríficos que mais
produziam no local, Barrapesca e Friesp, ocorrido no final da década 1980.
“[...] A Associação dos pescadores foi fundada pela primeira vez faz 15 anos (1989). A
Associação sobrevivia da produção dos pescadores, e era vendido para Rio de
Janeiro. Com as mudanças na administração, as gestões não iam dando certo. A
desonestidade foi o principal fator para que entrasse em falência”.
19
ao longo dos anos de funcionamento. Com o desânimo, os pescadores
deixaram de se filiar à entidade e ela fechou as portas até o ano de 2000,
quando foi reaberta com o intuito de ser um entreposto para que os pescadores
pudessem vender o pescado.
20
três cais de desembarque; duas câmaras de espera com capacidade total de
100 t; duas câmaras de estocagem de pescado com capacidade total de 170 t;
dois túneis de congelamento com capacidade total de 29 t; três fábricas de gelo
com produção diária total de 30 t; um silo de estocagem de gelo com
capacidade de 18 t; três salas de lavagem com um total de quatro cilindros; e
três áreas de processamento de pescado com um total de 20 mesas para
classificação e descascamento do camarão.
1400
1213
1200 1120
Pessoal empregado
1063 1040
983
1000
800 651
600 431
400
200 101
0
1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977
Ano
21
gelo.
Por fim essas indústrias foram substituídas por peixarias menores que
compram e beneficiam o camarão, com número de empregos fixos reduzido.
As esposas dos pescadores tiveram novamente oportunidade de emprego. Os
22
pescadores artesanais passaram a vender a produção para essas peixarias,
adotando o sistema de partes.
23
Tabela 02 – Resumo dos principais depoimentos relacionados ao NAC
Representante Depoimento
"O NAC prejudicou. O imposto era muito maior do que a
arrecadação. Muitas peixarias não tinham nota fiscal, muitas
fecharam".
"A Barra tinha 40 peixarias, hoje tem apenas 10".
Proprietário de peixaria
"Os atravessadores não compram camarão de Conceição da
Barra por causa do NAC, eles vão direto à Bahia".
"O imposto sobre o camarão dificulta o escoamento da
produção para fora do estado e mesmo para fora do município".
"O NAC está fechado por motivo de falta de segurança para os
Representante político
fiscais, trabalho do governo".
"O NAC talvez com boa teoria, mas impraticável na realidade".
Representante da ASPEB "O NAC gerou concorrência desleal. No período de vigência de
25 peixarias sobraram aproximadamente 10".
Período Administrador
1951-1955 Ítalo Benso
1955-1959 Bento Daher
1959-1963 Edward Abreu do Nascimento
1
1963-1967 Mário Vello Silvares
1967-1971 José Luiz da Costa
1971-1973 Bento Daher
1973-1977 Gentil Lopes da Cunha
1
Mário Vello Silvares foi eleito, mas devido a sua precária condição de saúde não chegou a
ser empossado sendo substituído por Edgard Cabral da Silva que renunciou antes de terminar
seu mandato, assumindo o presidente da câmara Gastão Kock da Cunha.
25
Tabela 04 - Administrações de Conceição da Barra a partir de 1977
Período Administrador
1977-1983 Humberto de Oliveira Serra
1983 - Aluisio Feu Smiderle2
1983-1988 Oribes Storch
1989-1992 Humberto de Oliveira Serra3
1992-1993 João Alves dos Santos
1993-1996 Mateus Vasconcelos
1997-2000 Nélio Ribeiro Nogueira4
2000-2004 Francisco Carlos Donato Júnior
2005 - Manoel Fonseca (atual prefeito)
Os principais reflexos do desvio de verba não estão no que muitos pensam que
seria a oportunidade de dinamizar novamente a pesca e conseqüentemente a
economia local. Seu principal impacto foi o fato de desarticular e fazer a
população desacreditar na possibilidade de poder driblar e conseqüentemente
mudar o quadro político ali instalado há décadas.
2
Aluisio Feu Smiderle administrou por apenas 45 dias, falecendo num acidente
automobilístico, assumindo seu vice Oribes Storch que administrou até 1988.
3
Humberto de Oliveira Serra renunciou antes de terminar seu mandato, assumindo João
Alves dos Santos seu vice.
4
Nélio Ribeiro Nogueira foi afastado pela câmara 3 meses antes de terminar seu mandato e
com a renúncia do vice prefeito Sebastião Farias que iria disputar eleição, assumiu o
presidente da câmara Edmundo Thomaz Soares Norberto.
26
Figura 05: Foto aérea de Conceição da Barra evidenciando assoreamento
Fonte: Projeto Caranguejo
As explicações e opiniões para tal fato são diversas, mas a grande maioria dos
entrevistados acredita que o assoreamento do canal fluvial foi o principal fator
de queda nos desembarques locais.
Há também aqueles que acreditam que a pesca chegou nessa situação pela
sobrepesca ou pela falta de gestão, seja com artes predatórias de pesca,
grande aumento da frota camaroneira, ou falta de gerenciamento das
empresas.
27
Tabela 05 – Resumo dos principais depoimentos sobre a decadência da
pesca
Representante Depoimento
"A falência é em todo tipo de pesca".
"A decadência da pesca é pela pesca predatória praticada
Pescador pelos pescadores de fora da cidade".
"A decadência da pesca é também pela falta de incentivos do
governo".
"A pesca está em decadência pelo alto custo (ex: óleo
R$1,60/L, e o camarão R$1,50/kg)".
Peixeiro
"A pesca está em decadência pelo assoreamento do rio.
Acredito que pode ser resolvida com a dragagem".
"Houve uma queda na pesca, na década de 80 devido ao
Secretário de Meio
assoreamento da foz do rio, impedindo os barcos maiores de
Ambiente e Turismo
navegar".
28
4.6. EROSÃO DA BUGIA
Em épocas de alta descarga fluvial, o fluxo da água junto à desembocadura de um rio pode
constituir uma barreira natural, que tende a bloquear o transporte de sedimentos levados
por correntes litorâneas paralelas à linha de costa, como um molhe artificial. Como
resultado ocasionará acumulação de sedimentos a barlamar da foz, ocorrendo a
progradação da praia, enquanto que a sotamar, a corrente de deriva litorânea poderá atuar
sobre a praia, erodindo-a. No entanto, em períodos de baixa descarga fluvial, o obstáculo
representado pelo fluxo fluvial, irá praticamente desaparecer e conseqüentemente, a meia-
cúspide construída a barlamar, irá erodir em processo acelerado, originando um esporão
arenoso que tenderá a obstruir parcialmente a foz (Martin et al., 1997).
Assim era a barra fluvial do rio Cricaré (Bugia), no ano de 1970, com
aproximadamente um quilômetro de extensão e 375m de largura, vegetada e
sem ocupação humana (Vale, 1999).
Uma baixa descarga fluvial foi observada por Vale (1999) entre os anos de
1986 e 1989, quando as médias pluviométricas apresentaram uma queda
considerável. Como conseqüência, em 1991, já era possível observar intenso
processo de erosão da meia-cúspide, causada pela perda de parte da barra
fluvial. O que repercutiu na erosão, e assim passando a consumir arruamentos
e edificações instalados sobre a formação. Após esse evento, sem a barra
como obstáculo natural, iniciou-se um processo erosivo ao longo de toda a
praia da sede do município, chegando até mesmo a destruir casas, bares,
restaurantes e calçamentos da orla.
Como supracitado, a Bugia era uma barra fluvial do rio Cricaré onde estava
instalado um bairro residencial, predominantemente de pescadores, além de
várias peixarias. E esses eventos de erosão/ assoreamento do canal fluvial no
final da década de 1980 até os dias atuais, tiveram grandes conseqüências no
29
cotidiano dos pescadores, obrigando a mudarem-se para bairros distantes dos
locais de desembarque. Além disto a Bugia era uma proteção natural contra o
vento sudeste e frentes frias, evitando avaria nas embarcações.
30
Tabela 06 – Resumo dos principais depoimentos sobre a erosão da Bugia
Representante Depoimento
"A transferência dos pescadores da Bugia para Santo Amaro e para
Proprietário de Santana dificultou o acesso aos pontos de desembarque".
peixaria
“A retirada dos pescadores da Bugia foi a melhor coisa que ocorreu”.
"Havia um banco arenoso, com apenas um canal que era fundo, por
onde passavam os barcos. Esse banco, era móvel e teve uma
ocupação desordenada. Com o desmatamento da mata ciliar na bacia
de drenagem, para retirada de madeira de lei, desde a década de 30,
a vazão do rio diminuiu, provocando erosão do banco. Até a década
de 50 navios navegavam até São Mateus, hoje as pequenas
Secretário de Meio embarcações que conseguem navegar esperaram a preamar para
Ambiente entrar ou sair da barra. Mas há um manuscrito datado de 1845 que
retrata a foz do rio exatamente como está atualmente, mostrando que
esses movimentos são cíclicos".
"O PDU propõe a desapropriação e reflorestamento da Bugia. Propõe
também recuperação da área aterrada do manguezal, com remoção
das famílias que vivem no local".
"A erosão da Bugia afetou a vida dos pescadores, por não haver mais
a proteção natural contra os ventos Sul e Sudeste, que afundam
alguns barcos".
Representante da
ASPEB "Os moradores que foram deslocados para Santana ficam distantes
da Bugia, aproximadamente 8km, o que desanima sair 02:00h da
madrugada de casa para pescar. Muitos deles têm que se deslocar a
pé".
32
Trabalho
Humano
Políticas
$
$
Pesca
Detritos CAMARÃO artesanal do
camarão
Fatores Centros
Ambientais consumidores
Pesca
Industrial
Legenda
- Fonte de energia - Produtores - Consumidores - Perda de energia
33
O evento de implantação do NAC gerou conseqüências em toda cadeia produtiva,
pois pescadores diminuíram as atividades por não haver demanda pelo produto.
Os atravessadores deixaram de comercializar no município para comprar camarão
do Sul da Bahia, gerando relações negativas entre Prefeitura e pescadores,
Prefeitura e peixarias e entre Prefeitura e atravessadores e, inclusive Prefeitura e
Associação de pescadores (figura 08). A única entidade que permaneceu com
boas relações com a Prefeitura municipal foi a Colônia de pescadores Z-1, devido
à interesses políticos por parte do Presidente da Colônia.
34
PREFEITURA
EROSÃO/ NAC
SOBREPESCA
ASSOREAMENTO
ASSOCIAÇÃO DE
PESCADORES
Legenda
Figura 07: Mapa conceitual, contendo os principais fatores que resumem a problemática da pesca local.
35
PESCADORES
PEIXARIAS
COLÔNIA DE
PESCADORES
ASSOCIAÇÃO DE
PESCADORES
ATRAVESSADORES
PREFEITURA
SOCIEDADE
CIVIL
Relações
Negativas
Positivas
Figura 08: Mapa conceitual, contendo as principais relações entre os atores da pesca artesanal do camarão em Conceição da Barra.
36
4.8. PROPOSTAS DE MANEJO
“É necessário trabalhar o social em primeiro lugar, pois o pescador não tem princípios
administrativos. Ele não sabe administrar a renda captada no verão e chega a passar
necessidade no inverno. É necessário trabalhar o associativismo e corporativismo. A
colônia tem papel muito importante nesse sentido, mas não faz esse trabalho”.
(técnico do Incaper/ Conceição da Barra)
38
5. DISCUSSÃO
39
em diagnósticos, como do Espírito Santo (1981, 1988), quando se referem ao
aumento dos parques industriais pesqueiros capixabas, e aumento de frota.
A partir dos resultados, foi possível observar que ao final da década de 1980
ocorreu uma grande queda nos desembarques de camarão em Conceição da
Barra, e diversas fontes (Brasil, 1988; Paiva, 1997; Dias Neto, 2002; Martins &
Doxsey, 2006; FAOSTAT, 2006) mostram também, quedas nos desembarques
nacionais, estaduais e locais, apontando para a sobreexplotação dos estoques
como um dos principais fatores de desencadeamento da situação de crise.
5
Neste estudo, o conceito de capital social é traçado como características que facilitam ações
coordenadas de um determinado grupo social, como confiança, normas e sistemas, que
contribuem para aumentar a eficiência da sociedade (Putnam, 1993 p. 166).
40
assoreamento, impedindo embarcações maiores de navegar. Situação
parecida com que a pesca da sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)
viveu ao final da década de 1980, na qual fatores como a variação na estrutura
oceanográfica e a sobrepesca do estoque desovante causaram o colapso
desta pescaria (Paiva, 1997).
Viu-se que este modelo até então adotado, principalmente para uma pescaria
sem dados bio-ecológicos, voltada a poucas espécies, e dependentes de
fatores ambientais, não pode ser repetido, tornando-se necessária a
implantação de um modelo em menor escala e multiespecífico, permitindo a
renovação dos estoques.
42
6. REFERÊNCIAS
44
de Janeiro e do Espírito Santo. Belo Horizonte: CPRM, 1997.
45
Espírito Santo. Vitória, 2004.
46
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