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APOSTILA 2015

QUÍMICA

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2013 Página 0


QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 1
Soluçoes
Soluções são misturas de duas ou mais substâncias que apresentam
aspecto uniforme, ou seja, são sistemas homogêneos formados por uma ou
mais substâncias dissolvidas (solutos) em outra substância presente em maior
proporção na mistura (solvente). Nesses tipos de soluções, a água é o solvente
mais utilizado, sendo conhecida por solvente universal. Essas soluções são
denominadas soluções aquosas.

Em uma mesma quantidade de solvente, se comparar dois solutos


diferentes pode se perceber que cada soluto terá um limite de solubilidade.
Portanto, diferentes solutos se dissolvem em diferentes proporções.

Existem três tipos de solução:

Solução saturada: contém a máxima quantidade de soluto numa dada


quantidade de solvente, a uma determinada temperatura.

Solução não-saturada ou insaturada: Uma solução com quantidade de


soluto inferior ao limite de solubilidade é denominada.

Solução supersaturada: Submetendo uma solução saturada a aquecimento,


ao adicionar maior quantidade de solvente (que a solução suportaria a
temperatura ambiente) aumenta-se a solubilidade do soluto, tornando a
solução supersaturada. Mas ao resfria-la ela volta a ser uma solução
saturada, agora com corpo de fundo.

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Exercícios
1) O gráfico representa as curvas de Determine a massa em gramas desse sal,
solubilidade das substâncias A, B e C: nessa temperatura, necessária para
satura 80 g de H2O.
3) O brometo de potássio apresenta a
seguinte tabela de solubilidade:

Qual a massa de brometo de


potássionecessária para saturar:
a) 100 g de água a 50 ºC;
b) 200 g de água a 70 ºC.
4) Usando as informações do exercício
Com base no diagrama, responda: anterior responda:
a) Qual das substâncias tem sua Uma solução foi preparada, a 30°C,
solubilidade diminuída com a elevação da dissolvendo-se 40 g de brometo de
temperatura? potássio em100 g de água. Essa solução é
b) Qual a máxima quantidade de A que saturada?
conseguimos dissolverem 100 g de H2O a 5) (Unicamp-SP) "Os peixes estão
20°C? morrendoporque a água do rio está
c) Considerando apenas as substâncias B sem oxigênio, masnos trechos de
e C, qual delasé a mais solúvel em água? maior corredeira a quantidade de
oxigênio aumenta”.
d) Considerando apenas as substâncias A
e B, qual delasé a mais solúvel em água? Ao ouvir esta informaçãode um técnico
do meio ambiente, umestudante que
e) Qual é a massa de C que satura 500 g
passava pela margem do rioficou confuso
de água a100°C? Indique a massa da
e fez a seguinte reflexão:
solução obtida (massado soluto + massa
do solvente). "Estou vendo a água no rio e sei que a
águacontém, em suas moléculas,
f) Uma solução saturada de B com 100 g
oxigênio; entãocomo pode ter acabado o
de água, preparadaa 60°C, é resfriada até
oxigênio do rio?".
20°C. Determine a massade B que irá
precipitar, formando o corpo de fundo a) Escreva a fórmula das substâncias
a20°C. mencionadaspelo técnico.
2) O coeficiente de solubilidade de um sal b) Qual a confusão cometida pelo
éde 60 g por 100 g de água a 80°C. estudanteem sua reflexão?

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Concentração das Soluções
Para facilitar o trabalho, adotaremos o índice 1 para indicarmos o soluto,
o índice 2 paraindicarmos o solvente, e os dados relacionados à solução não
conterão índices.

Assim:

Concentração comum (C)


É a relação entre a massa do soluto e o volume da solução:

Densidade da solução (d)


É a relação entre a massa da solução e o seu volume:

Concentração em mol/L ou concentração molar ou


molaridade

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Observações:

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Exercícios
• Concentração comum c) Forneça a concentração em mg/cm3 da
1) Uma solução foi preparada solução contida no recipiente C.
adicionando-se40 g de NaOH em água d) Se toda a água presente na solução
suficiente para produzir400 mL de original, após a retirada das três
solução. Calcule a concentraçãoda amostras, fosse evaporada, qual seria a
solução em g/mL e g/L. massa de soluto obtida?
2) Considere o texto: • Densidade da solução
“Uma solução que apresenta 5) Considere o texto:
concentração60 g/L apresenta .... gramas
“Uma solução aquosa apresenta
de soluto, porlitro de solução. Portanto,
densidadeigual a 1,2 g/mL. Logo, a massa
em 10 litros dessasolução devem existir
de cada mililitrodessa solução é igual a ....
.... gramas de soluto.” . Assim, umlitro dessa solução apresenta
Identifique as palavras que preenchem uma massade .... .”
aslacunas corretamente. Identifique as palavras que preenchem
3) Ao chorar convulsivamente, uma corretamenteas lacunas.
pessoa eliminou 5mL de lágrima. 6) Uma solução foi preparada
Considerando que essa solução misturando-se 20 gde um sal em 200
apresenta concentração de sais iguala g de água. Considerando-seque o
6 g/L, determine a massa de sais volume da solução é igual a 200
eliminadosna crise de choro. mL,determine sua densidade em g/mL
4) Considere o esquema a seguir, do qual e g/L.
foramretiradas três alíquotas A,B,C, a 7) Uma solução cuja densidade é 1 150
partir de umamesma solução aquosa. g/L foipreparada dissolvendo-se 160 g
de NaOH em760 cm3 de água.
Determine a massa dasolução obtida
e seu volume.(Dado: densidade da
água = 1,0 g/cm3)
• Concentração em mol/L
8) Considere o texto:
"Uma solução 2,0 mol/L, ou 2,0 M, de
Responda às seguintes questões: NaOHapresenta .... mol de soluto para
cada litrode solução. Assim, em 10 L
a) Qual a massa de soluto existente no
dessa soluçãoencontramos .... mol de
recipiente A?
soluto."
b) Calcule a concentração em g/mL da
Identifique as quantidades que
solução contida no recipiente B.
preenchem corretamente as lacunas.

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9) Calcule a concentração em mol/L ou (Dado: NaCl = 58,5 g/mol)
molaridadede uma solução que foi
preparada dissolvendo-se 18 gramasde a) 0,5 b) 0,4 c) 0,3
glicose em águasuficiente para
produzir 1 litro da solução.(Dado: d) 0,2 e) 0,1
massa molar da glicose = 180 gmol–1)
13) Calcule as concentrações molares dos
10) Observe o frasco abaixo que contém íons presentes nas soluções 0,002
uma solução aquosa de ácido sulfúrico mol/L das seguintes substâncias:
(H2SO4), utilizada em laboratório, e HClO4, Ba(OH)2, Al(NO3)3.
responda às questões a seguir,
• Relações entre os diferentes tipos de
sabendo que o volume da solução
concentração
contida no frasco é 2,0 L.
14) (UFCE) Qual é a molaridade de uma
I — Qual o número de mol do soluto
solução aquosa de etanol (C2H6O) de
presente nessa solução?
concentração igual a 4,6 g/L? (massa
II — Determine a massade molar do etanol = 46 g mol–1)
soluto presentenessa solução.
a) 4,6 b) 1,0 c) 0,50
III — Qual é o volumedessa
solução que contém 0,01 molde d) 0,20. e) 0,10
H2SO4?
IV — Calcule a massa de soluto presente 15) (UFRS) O formol é uma solução
em500 mL dessa solução.(Dado:massa aquosa de metanal (HCHO) a 40%, em
molar do H2SO4 = 98 g mol–1) massa, e possui densidade de 0,92
g/mL. Essa solução apresenta:
11) (Cesgranrio-RJ) O metal mercúrio (Hg)
é tóxico,pode ser absorvido, via a) 920 g de metanal em 1 L de água.
gastrintestinal,pelos animais e sua b) 40 g de metanal em 100 mL de água.
excreção é lenta. Aanálise da água de
c) 4 g de metanal em 920 g de solução.
um rio contaminado revelouuma
concentração molar igual a 5,0x10–5 M d) 4 g de metanal em 10 g de solução.
de mercúrio. Qual é a e) 9,2 g de metanal em 100 mL de água.
massaaproximada, em mg, de
mercúrio ingerida porum garimpeiro,
ao beber um copo contendo250 mL 16) (PUC-MG) Num refrigerante do tipo
dessa água? "cola", a análise química determinou
(Dado: massa molar do Hg = 200 g mol ) –1 uma concentração de ácido fosfórico
igual a 0,245 g/L. A concentração de
12) (UFV-MG) Em 100 mL de um soro ácido fosfórico em mol/L, nesse
sanguíneohumano, há 0,585 g de refrigerante, é igual a:
cloreto de sódio(NaCl). A concentração
em quantidade dematéria deste sal no a) 2,5x10–3 b) 5,0x10–3 c) 2,5x10–2
sangue é, em mol/L:
d) 5,0x10–2 e) 2,5x10–1

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Diluição de soluções
Uma solução pode ser preparada adicionando-se solvente a uma solução
inicialmente mais concentrada. Este processo é denominado diluição. A adição
de mais solvente provoca aumento no volume da solução; a quantidade de
soluto, porém, permanece constante.

Como:

Quantidade inicial de soluto = Quantidade final de soluto

Podemos ter as seguintes relações entre a solução inicial e a final:

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Exercícios
1. (UFPI) A uma amostra de 100 mL de uma distribuição equitativa do soro,
NaOH de concentração 20 g/L foi quantos gramas de NaClteriam sido
adicionada água suficiente para ingeridos por cada pessoa?
completar 500 mL. A concentração, em c) Uma maneira que os navegadores
g/L, dessa nova solução é igual a: usavam para obter água potável adicional
era recolher água de chuva.
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 8
Considerando-se que a água da chuva é
2. (Unicamp-SP) Um dos grandes originária, em grande parte, da água do
problemas das navegações do século mar, como se explica que ela possa ser
XVI referia-se à limitação de água usada como água potável?
potável que era possível transportar 3. (Fuvest-SP) Se adicionarmos 80 mL de
numa embarcação. Imagine uma água a 20 mL de uma solução 0,1
situação de emergência em que molar de hidróxido de potássio,
restaram apenas 300 litros (L) de água obteremos uma solução de
potável (considere-a completamente concentração molar igual a:
isenta de eletrólitos). A água do mar
não é apropriada para o consumo a) 0,010 b) 0,020 c) 0,025
d) 0,040 e) 0,050.
devido à grande concentração de
NaCl(25 g/L), porém o soro fisiológico 4. (UERJ) Diluição é uma operação muito
(10 g NaCl/L) é. Se os navegantes empregada no nosso dia-a-dia,
tivessem conhecimento da quando, por exemplo, preparamos
composição do soro fisiológico, um refresco a partir de um suco
poderiam usar a água potável para concentrado. Considere 100 mL de
diluir água do mar de modo a obter determinado suco em que a
soro e assim teriam um volume maior concentração do soluto seja de
de líquido para beber. 0,4 mol/L. O volume de água, em mL,
que deverá ser acrescentado para que
a) Que volume total de soro seria obtido
a concentração do soluto caia para
com a diluição se todos os 300 litros de
0,04 mol/L, será de:
água potável fossem usados para este
fim? a) 1 000 b) 900 c) 500.
b) Considerando-se a presença de 50 d) 400
pessoas na embarcação e admitindo-se

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Termoquímica
Vamos estudar as trocas de energia, na forma de calor, envolvidas nas
reações químicas e nas mudanças de estado físico das substâncias. Esse estudo
é denominado termoquímica.

São dois os processos em que há troca de energia na forma de calor: o


processo exotérmico e o endotérmico.

Processo exotérmico é aquele que ocorre com liberação de calor.

Processo endotérmico é aquele que ocorre com absorção de calor.

Não se conhece nenhuma maneira de determinar o conteúdo de energia


térmica (entalpia = H) de uma substância. Na prática, o que conseguimos medir
é a variação da entalpia (∆H) de um processo. Essa variação corresponde à
quantidade de energia liberada ou absorvida durante o processo, realizado a
pressão constante.

O cálculo da variação da entalpia é dado pela expressão genérica:

Nas reações exotérmicas, como ocorre liberação de calor, a entalpia dos


produtos (HP) é menor do que a entalpia dos reagentes (HR).

Genericamente, temos:

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Logo, a reação pode ser representada por:

Nas reações endotérmicas, como ocorre absorção de calor, a entalpia


dos produtos (HP) é maior do que a entalpia dos reagentes (HR).

Genericamente, temos:

Logo, a reação pode ser representada por:

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Entalpia Padrão
A variação de entalpia de uma reação depende da temperatura, da
pressão, do estado físico, do número de mol e da variedade alotrópica das
substâncias envolvidas. Por esse motivo foi criado um referencial para fazermos
comparações: a entalpia padrão. Dessa maneira, as entalpias serão sempre
avaliadas em relação a uma mesma condição (condição padrão ou estado
padrão).

O estado padrão de uma substância corresponde à sua forma mais


estável, a 1atm, a 25°C. A entalpia padrão de uma substância é indicada
por H°.

Por convenção foi estabelecido que:

Toda substância simples, no estado padrão e na sua forma alotrópica


mais estável (mais comum), tem entalpia (H) igual a zero.

As substâncias simples H2(g), O2(g), Fe(s), Hg(l), Cl2(g), no estado padrão


(25 ºC a 1atm), apresentam entalpia H° = 0.

Os gráficos a seguir nos mostram as diferenças de entalpia encontradas


em algumas variedades alotrópicas.

Equação termoquímica
A entalpia de um elemento ou de uma substância varia de acordo com o
estado físico, a pressão, a temperatura e a variedade alotrópica do elemento.
Logo, numa equação termoquímica, devemos indicar:

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• a variação de entalpia (H);

• os estados físicos de todos os participantes e, também, as variedades


alotrópicas, caso existam;

• a temperatura e a pressão nas quais a reação ocorreu;

• o número de mol dos elementos participantes.

Veja dois exemplos e suas respectivas interpretações:

1º exemplo:

A interpretação dessa equação termoquímica é dada por: a 25 ºC e


1 atm, 1 mol de carbono grafite (Cgraf) reage com 1 mol de gás oxigênio (O2),
produzindo 1 mol de gás carbônico (CO2) e liberando 394 kJ.

Normalmente, não são indicadas a pressão e a temperatura em que a


reação se realizou, pois se admite que ela ocorreu no estado padrão, ou seja, à
pressão constante de 1 atm e a 25 ºC.

2º exemplo:

A interpretação dessa equação é: a 25 ºC e 1 atm, 1 mol de gás amônia


(NH3) se decompõe, originando 1/2 mol de gás nitrogênio (N2) e 3/2 mol de gás
hidrogênio (H2) e absorvendo 46,1 kJ.

A quantidade de energia liberada ou consumida é proporcional à quantidade


das substânciasenvolvidas.
Na queima de 1 mol de C3H8, por exemplo, são liberados 2046 kJ:

Portanto, se efetuarmos a combustão de 10 mol de C3H8, ocorrerá a liberação


de 20460 kJ(10 · 2046 kJ).

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Exercícios

Entalpia de formação
São denominadas reações de formação aquelas em que ocorre a
formação (síntese) de 1 mol de uma substância a partir de substâncias simples,
no estado padrão.

A variação de entalpia (H) nessas reações pode receber os seguintes


nomes: entalpia de formação, calor de formação, H de formação ou
entalpia padrão de formação.

Entalpia de formação é o calor liberado ou absorvido na formação de


1 mol de uma substância a partir de substâncias simples, no estado
padrão, com H = 0.

Para estudarmos a entalpia dessas reações, convém lembrar que a 25 ºC


e 1 atm:

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Agora, vamos representar as equações termoquímicas que caracterizam
a formação de algumas substâncias bastante comuns, indicando os valores dos
H determinados experimentalmente:

• Água líquida — H2O(l)

• Ácido sulfúrico líquido — H2SO4(l)

Conhecendo a equação de formação de uma substância e o valor do H


dessa reação, podemos estabelecer um novo conceito. Para isso vamos analisar
a formação do gás carbônico [CO2(g)]:

Como já sabemos que tanto o Cgraf como o O2(g) apresentam no estado


padrão H0 = 0, podemos representar a reação de acordo com o gráfico abaixo.

Como a entalpia de formação do CO2(g) é –394 kJ/mol, a análise do gráfico


permite concluir que esse valor corresponde à entalpia do CO2:

Generalizando, temos:

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1. O resultado negativo não significa que o CO 2(g) tem “energia negativa”, mas
sim que seu conteúdoenergético (entalpia) é menor do que as entalpias do C graf e do
O2(g), as quais, por convenção,são iguais a zero.

2. Qualquer outra reação em que ocorra a formação de CO2(g), de modo


diferente do que foi apresentado,não indica a entalpia de formação do CO 2(g). Veja,
por exemplo:

Note que o ΔH (395,9 kJ/mol) desta reação é diferente do ΔH de formação


(394 kJ/mol).

Os valores das entalpias de formação normalmente são apresentados em


tabelas:

Esse tipo de tabela é muito útil, pois permite calcular a entalpia de muitas
outras substâncias, assim como o ΔH de um grande número de reações. Para
efetuarmos corretamente esses cálculos, devemos lembrar que:

a) ΔH de formação = H da substância

b) ΔH = HP – HR

Vamos ver um exemplo de cálculo da entalpia de uma substância, ou


seja, da sua entalpia de formação, a partir de uma equação termoquímica.

A equação de decomposição do mármore pode ser representada por:

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Na tabela, encontramos as entalpias:

HCaO(s) = –635,5 kJ/mol

HCO2(g) = –394 kJ/mol

No entanto, não encontramos a entalpia de HCaCO3(s), que pode ser


determinadada seguinte maneira:

Entalpia de combustão
São classificadas como reações de combustão aquelas em que uma
substância, denominada combustível, reage com o gás oxigênio (O2),
denominado comburente. Por serem sempre exotérmicas, as reações de
combustão apresentam ΔH < 0. Veja alguns exemplos:

• Combustão completa do gás hidrogênio (H2)

• Combustão completa do gás butano (C4H10)

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Quando os combustíveis são formados por carbono, hidrogênio e
oxigênio, os produtos das reações (combustões completas) serão sempre CO 2(g)
e H2O(l).

A variação de entalpia na combustão completa pode ser denominada


entalpia de combustão, H de combustão, calor de combustão ou entalpia
padrão de combustão.

Entalpia de combustão é a energia liberada na combustão completa de


1 mol de uma substância no estado padrão.
Vejamos um exemplo:

Combustão completa do álcool etílico (C2H6O):

Pela equação, podemos concluir que na combustão completa de 1 mol de


C2H6O(l) ocorre a liberação de 1368 kJ:

entalpia de combustão do C2H6O(l) = –1 368 kJ/mol

Exercício Resolvido
(Fuvest-SP) Considere a reação de fotossíntese e a reação de combustão da glicose
representadas a seguir:

6
Sabendo que a energia envolvida na combustão de um mol de glicose é 2,8 · 10 J,
ao sintetizar meio mol de glicose, a planta irá liberar ou absorver energia? Determine o
calor envolvido nessa reação.

Solução:
A reação de combustão de um mol de glicose pode ser representada por:

Já a sua síntese (reação inversa) pode ser representada por:

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Podemos perceber que, para sintetizar 1 mol de C6H12O6, a planta absorve
6
2,8 · 10 J. Assim, temos:

Exercícios

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LEI DE HESS
Para irmos do acampamento A ao
acampamento B, a distância a ser percorrida
depende do caminho escolhido, mas a
diferença de altitude depende, exclusivamente,
das altitudes dos dois acampamentos, ou seja,
dos estados inicial e final. Da mesma maneira, a
variação de entalpia (H) numa dada reação só
depende dos estados inicial e final e independe
dos estados intermediários.

A entalpia de muitas reações químicas não pode ser determinada


experimentalmente em laboratórios. Não é possível, por exemplo, determinar a
entalpia de formação do álcool comum (etanol ou álcool etílico — C2H6O), pois
não conseguimos sintetizá-lo a partir da combinação entre carbono, hidrogênio
e oxigênio. Assim, a entalpia desse tipo de reação pode ser calculada a partir da
entalpia de outras reações, utilizando-se uma lei estabelecida pelo químico
suíço G. H. Hess, em 1840:

Lei de Hess: para uma dada reação, a variação de entalpia é sempre a


mesma, esteja essa reação ocorrendo em uma ou em várias etapas.
Um exemplo simples da aplicação da lei de Hess consiste na passagem de
1 mol de H2O(l) para o estado gasoso nas condições do estado padrão. Isso pode
ser feito em uma única etapa:

Poderíamos também obter H2O(g) em duas etapas:

a) decomposição de 1 mol de H2O(l):


b) formação de 1 mol de H2O(g):

Como a reação global corresponde à soma dessas duas reações, o H da


reação globaltambém corresponde à soma dos H das reações envolvidas:

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 20


A lei de Hess permite concluir que o valor do H do processo direto é a
soma de todos os H intermediários.

H = H1 + H2 + ..................... Esse mesmo processo pode ser


representado das seguintes maneiras:

1. Quando uma equação termoquímica é multiplicada por um determinado valor, seu


ΔH tambémserá multiplicado pelo mesmo valor.
2. Quando uma equação termoquímica for invertida, o sinal de seu ΔH também será
invertido.

Exercício Resolvido
(Fuvest-SP) De acordo com os dados:

Qual é o calor em kcal envolvido na vaporização de 120 g de Cgraf?(massa molar


do C = 12 g mol–1)

Solução:
A equação que representa a entalpia de vaporização do Cgraf é:

Para determinarmos o ΔH da reação devemos:


a) manter a equação I; b) inverter a equação II.

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Exercícios

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Eletroquímica
Eletroquímica é o estudo das reações químicas que produzem corrente
elétrica ou sãoproduzidas pela corrente elétrica.

Na formação de uma ligação iônica, um dos átomos cede


definitivamenteelétrons para o outro.

Por exemplo:

Dizemos, então, que o sódio sofreu oxidação(perda de elétrons) e o cloro


sofreu redução(ganhode elétrons). Evidentemente, os fenômenos de oxidação e
redução são sempre simultâneose constituema chamada reação de oxi-redução
ou redox. São exatamente essas trocas de elétrons que explicamos fenômenos
da Eletroquímica.

Assim, dizemos, resumidamente, que:

Oxidação é a perda de elétrons.

Redução é o ganho de elétrons.

Reação de oxi-redução é quando há transferência de elétrons.

-
No exemplo dado (Na+ +Cl → NaCl), a oxidação do sódio foi provocada
pelo cloro, por isso chamamos o cloro de agente oxidante ou simplesmente
oxidante. A redução do cloro foicausada pelo sódio, que é denominado agente
redutor ou simplesmente redutor.

Oxidante é o elemento ou substância que provoca oxidações (ele


próprio irá reduzir-se).

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Redutor é o elemento ou substância que provoca reduções (ele próprio
irá oxidar-se).

Número de oxidação (Nox)


O número de oxidação nos ajuda a entender como os elétrons estão
distribuídos entre os átomos que participam de um composto iônico ou de uma
molécula.

Nos compostos iônicos, o Nox corresponde à própria carga do íon. Essa


carga equivale ao número de elétrons perdidos ou recebidos na formação do
composto.

Nos compostos moleculares, não existe transferência definitiva de


elétrons. Assim,o Nox corresponde à carga elétrica que o átomo iria adquirir se
a ligação fosse rompida.

Números de oxidação usuais


a. o número de oxidação de um elemento ou substância simples é zero;
b. nos compostos, temos os seguintes valores usuais:

• o número de oxidação do hidrogênio é sempre +1 (exceto nos hidretos


metálicos, como NaH,CaH2, etc., nos quais é -1);

• o número de oxidação do oxigênio é sempre -2 (exceto nos peróxidos,


como H2O2, Na2O2,etc., nos quais é -1);

• o número de oxidação dos elementos das colunas A da classificação


periódica dos elementos pode ser deduzido do próprio número da
coluna, de acordo com o esquema a seguir:

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 24


É fácil calcular o número de oxidação de um elemento que aparece numa
substância, lembrando que a soma dos números de oxidação de todos os
átomos, numa molécula, é zero.

Vamos, por exemplo, calcular o número de oxidação do fósforo, na


substância H3PO4. Lembre-se de que o Nox do hidrogênio é +1 e o Nox do
oxigênio é-2. Chamando de x o Nox do fósforo e considerando o número de
átomos de cada elemento, teremos a seguinte equação algébrica:

Para calcular o número de oxidação de um elemento formador de um íon


composto, devemos lembrar que a soma dos números de oxidação de todos os
átomos, num íon composto, é igual à própria carga elétrica do íon. Por exemplo:

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Exercícios
1. O que é oxidação? 7. (Cesgranrio-RJ) Identifique, entre as
opções abaixo, a fórmulado composto
2. O que é redução?
no qual o fósforo está no maior
3. O que é agente oxidante? estadovde oxidação.
4. O que é agente redutor? a) H3PO3 b) H2PO3 c) H3PO2
5. Quais são os números de oxidação d) H4P2O5 e) HPO3
do cloro nas substâncias Cl2, NaCl, 8. (Unifor-CE) O átomo de cromo
KClO e HClO4? apresenta número deoxidação +3 em
qual espécie?
6. (Ufac) O número de oxidação do
átomo de nitrogênionos compostos: a) Cr2O3 b) CrO c) Cr
- -
N2O5; NO; HNO3 e NaNO2 é, d) CrO42 e) Cr2O72
respectivamente:
9. O enxofre participa da constituição
de váriassubstâncias e íons, tais como:
S8, H2S, SO2,H2SO3, SO3, H2SO4, SO42–,
Na2S2O3 eAl2(SO4)3. Determine o Nox
do enxofre em cadauma dessas
espécies químicas.

Variação do nox nas reações de óxi-redução


Tomando como exemplo a reação entre o cobre e a solução aquosa de
nitrato de prata e associando-o ao conceito de Nox, temos:

A semi-reação em que ocorre perda de elétrons é denominada reação de


oxidação. A semi-reação em que ocorre ganho de elétrons é denominada reação
de redução.

Neste exemplo, o cobre (Cu) sofre oxidação e é denominado agente


redutor, pois, ao ceder elétrons aos íons prata (Ag+), provoca sua redução. Os
íons prata (Ag+) sofrem redução e agem como agente oxidante, pois, ao
receberemelétrons do cobre (Cu), provocam sua oxidação.

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 26


Para esta reação, temos:

Exercícios
1. (Fuvest-SP) Na reação: H2S + I2 →S + 2 reações representadas a seguir:
HI as variações dos números de
oxidação do enxofre e do iodo são,
respectivamente:
a) +2 para zero e zero para +1. Considerando as reações no sentido
b) zero para +2 e +1 para zero. direto, pode-seafirmar que ocorre
oxidação do nitrogênio:
c) zero para –2 e –1 para zero.
a) apenas em I.
d) zero para –1 e –1 para zero.
b) apenas em II.
e) –2 para zero e zero para –1.
c) apenas em I e II.
2. (UFRS) Por efeito de descargas
d) apenas em I e III.
elétricas, o ozônio pode ser formado,
na atmosfera, a partir da sequência de e) em I, II e III.

Balanceamento de reações redox


Como nas reações de óxido-redução ocorre transferência de elétrons,
para balanceá-las devemos igualar o número de elétrons perdidos e recebidos.
Para isso, devemos inicialmente determinar o número de elétrons perdidos ou
recebidos para cada espécie química, que corresponde à variação do Nox
(∆Nox).

A seguir devemos igualar o número de elétrons:

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 27


Esses números de átomos correspondem aos coeficientes dessas
espécies; a partir deles determinamos os coeficientes das outras espécies,
obtendo a equação balanceada:

Exercícios
1. (UFV-MG) No processo de obtenção do Após o balanceamento, qual será o
aço, ocorre a reação representada por: coeficiente do agente oxidante?
Fe2O3 + CO → CO2 + Fe 3. Dada a equaçãoresponda:
I - Qual elemento sofre redução? MnO–4 + H+ + C2O42→ Mn2+ + CO2 + H2O
II - Qual elemento sofre oxidação? I — Qual elemento se oxida?
III - Qual substância é o agente redutor? II — Qual elemento se reduz?
IV - Qual substância é o agente oxidante? III — Qual o agente oxidante?
V - Acerte os coeficientes da equação. IV — Qual o agente redutor?
2. (UC-GO) Dada a reação: V — Determine os menores
coeficientesinteiros para a reação
MnO2+ HCl→MnCl2 + H2O + Cl2
devidamentebalanceada.

Células eletroquímicas
Existem dois tipos de células eletroquímicas, as pilhas (ou células
galvânicas) e a eletrólise (ou células eletrolíticas). Ambas envolvem reações de
oxirredução, onde há produção ou consumo de energia elétrica.

Nestas células ocorrem diferentes transformações de energia:

Na pilha há transformação de energia química em energia elétrica.


As pilhas são dispositivos que produzem energia elétrica a partir de
reações químicas que liberam energia, também são chamadas de células
galvânicas. A pilha mais conhecida no meio da química é a pilha de Daniell que
está ilustrada abaixo.

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 28


Na pilha de Daniell os dois eletrodos metálicos são unidos externamente
por um fio condutor, e as duas semicelas unidas por uma ponte salina, contendo
uma solução saturada de K2SO4(aq). Os elétrons fluem, no circuito externo, do
eletrodo de zinco para o eletrodo de cobre, ou seja, os elétrons, por
apresentarem carga negativa, migram para o eletrodo positivo (pólo positivo), que,
nesse caso, é a lâmina de cobre.

A equação global dos processos ocorridos nessa pilha pode ser obtida
pela soma das duas semi-reações:

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 29


Exercícios
Questões de 1 a 15: Considere o 16. (EFOA-MG) Considere a pilha
esquema referente à pilha a seguir: esquematizadana figura a seguir,
montada com barrasmetálicas de
mesmas dimensões.

1. O eletrodo B está sofrendo uma


oxidação ouuma redução?
2. O eletrodo B é denominado cátodo ou
ânodo?
3. O eletrodo B é o pólo positivo ou o
negativo?
O interruptor I foi fechado e, após algum
4. Escreva a semi-reação que ocorre no
tempo de funcionamento do circuito,
eletrodo B.
observou-se a diminuição da massa da
5. A concentração (quantidade) de íons lâmina de zinco e o aumento da massa da
B3+ aumentaou diminui? lâmina de cobre.
6. Ocorre deposição sobre o eletrodo B a) Explique, através de reações químicas,
ou suacorrosão? por que ocorrem variações das massas
das duas lâminas.
7. O eletrodo A está sofrendo uma b) Qual é o sentido do fluxo de elétrons
oxidação ouuma redução? pelo circuito externo que liga as lâminas
8. O eletrodo A é denominado cátodo ou de zinco e cobre? Justifique.
ânodo? 17. (Fuvest-SP) Deixando funcionar a
pilha esquematizadana figura a seguir, a
9. O eletrodo A é o pólo positivo ou o
barra de zinco vaise desgastando e a de
negativo?
chumbo fica maisespessa, em
10. Escreva a semi-reação que ocorre no conseqüência da deposição deátomos
eletrodoA. neutros de Pb.No início do experimento,
11. A concentração (quantidade) de íons as duas barras apresentavamas mesmas
A2+aumenta ou diminui? dimensões. Represente,através de
equações, o desgaste da barra dezinco e
12. Ocorre deposição sobre o eletrodo A o espessamento da barra de
ou suacorrosão? chumbo.Indique o sentido do fluxo de
13. Escreva a equação que representa a elétrons no fiometálico.
reaçãoglobal da pilha.
14. Escreva a notação oficial que
representa apilha.
15. A pilha é um processo espontâneo ou
nãoespontâneo?

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 30


Na eletrólise ocorre transformação de energia elétrica em energia
química.
Na eletrolise, uma reação química não espontânea é forçada a ocorrer
com introdução de energia elétrica. Uma fonte “arranca” elétrons do ânodo que
agora é o pólo positivo, e “introduz” no cátodo que agora é o pólo negativo.

Existem dois tipos de eletrólise, a primeira é a eletrólise ígnea, que


ocorre geralmente com sais fundidos como eletrólitos. A segunda é a eletrólise
aquosa, onde o eletrólito é uma solução aquosa de um sal.

Espontaneidade de uma reação


Nas pilhas, os elétrons fluem do eletrodo emque ocorre oxidação (ânodo)
para o eletrodo emque ocorre redução (cátodo), através do fioexterno. Se
colocarmos, nesse fio, um aparelhodenominado voltímetro, conseguiremos
medir aforça eletromotriz (femou E) da pilha.

O valor indicado pelo voltímetro, em volts(V), corresponde à força


eletromotriz da pilha.Nas pilhas comuns, este valor aparece indicadona
embalagem externa da pilha.

O ∆Ede uma pilha corresponde à diferença entre os potenciais de


redução ou de oxidação das espécies envolvidas, e seu cálculo pode ser feito
pelas equações a seguir:

∆E = Ecátodo – Eânodo
Todas as pilhas são reações espontâneas, e seu ∆Esempre apresenta
valor positivo. No caso das reações com ∆E negativo as reações não são
espontâneas, e para que ocorram é necessário o uso de uma célula eletrolítica,
ou seja, o uso de uma eletrólise, que forneça uma energia superior ao potencial
negativo da reação, por exemplo uma reação que tem ∆E= -1,0V, para que ela

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 31


ocorra é necessário fornecer um potencial superior a 1,0V, ou seja, 1,1V seria
suficiente.

Para calcular o ∆E de uma reação, é necessário conhecer o E das semi-


reações, para isso pode-se consultar a tabela de potenciais que está
apresentada a seguir.

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 32


Exercícios
1. (PUC-MG) Calcule o valor do ∆E para a I2 + 2 e–→2 I–E = + 0,536 V
célula representada pela equação:
pede-se:
2 Ag+(aq) + Mg(s)→2 Ag(s) + Mg2+(aq)
a) escrever a equação que representa a
conhecendo-se os potenciais-padrão de reação global da célula;
redução:
b) calcular o potencial de eletrodo global
Ag+ + e–→Ag(s)E = +0,80V (E).
Mg+2 + 2 e–→Mg(s)E = –2,37V 3. Conhecidos os potenciais de redução:
2. (IME-RJ) Dadas as reações de meia Mn2+ + 2 e–→Mn°E = –1,18 V
célula:
Zn2+ + 2 e– →Zn° E = –0,76 V
Cu2+ + e–→Cu+E = + 0,153 V
Qual a reação global e a ddp da pilha?

Equilíbrio Químico
Muitas reações ocorrem completamente, ou seja, até que pelo menos
um dosreagentes seja totalmente consumido. Um exemplo desse tipo de reação
é a que acontecequando queimamos um palito de fósforo.

Existem sistemas, no entanto, em que as reações direta e inversa


ocorrem simultaneamente.Esses sistemas são denominados reversíveis e
representados por .

Essa situação acontece tanto em processos químicos como em processos


físicos.Um exemplo de processo reversível é o que ocorre com a água líquida
contida numfrasco fechado. Nesse sistema, temos moléculas de água passando
continuamente doestado líquido para o de vapor e do de vapor para o líquido.

QUÍMICA – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 Página 33


Quando a velocidade de vaporização (vd) se iguala à de condensação (vi),
dizemos que o sistema atingiu o equilíbrio. Graficamente, podemos representar
esse e outros equilíbrios por:

Uma conseqüência importante do fato de as duas velocidades serem


iguais na situação de equilíbrio é que as quantidades dos participantes são
constantes, porém não obrigatoriamente iguais.

Nas reações químicas reversíveis, a velocidade inicial (t = 0) da reação


direta é máxima, pois a concentração em mol/L do reagente também é máxima.
Com o decorrer do tempo, a velocidade da reação direta diminui ao passo que a
velocidade da inversa aumenta.Ao atingir o equilíbrio, essas velocidades se
igualam.

Para um equilíbrio homogêneo genérico representado por:

a expressão da constante de equilíbrio (Kc) é dada por:

Em equilíbrios heterogêneos em que existam participantes sólidos, eles


não devem ser representados na expressão da constante de equilíbrio (Kc),
pois suas concentrações são sempre constantes. Logo, nos equilíbrios a seguir,
temos:

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 Kc> 1 a concentração dos “produtos” (indicados no numerador) é maior
que a dos “reagentes” (indicados no denominador), informação que nos
permite observar que a reação direta prevalece sobre a inversa.
 Kc< 1 a concentração dos “reagentes”(denominador) é maior que a dos
“produtos”(numerador), o que nos indica que a reação inversa prevalece
sobre a direta.

O quociente de equilíbrio (Qc) é a relação entre as concentrações em mol/L


dos participantesem qualquer situação, mesmo que o equilíbrio ainda não
esteja estabelecido.É expresso da mesma maneira que a constante de equilíbrio
(Kc).

Se estabelecermos uma relação entre Qce Kc, podemos


ter:

Vamos considerar o equilíbrio a seguir, a 100 ºC e o valor da sua constante


igual a 0,2:

Considerando três experimentos realizados à temperatura de 100 ºC, temos:

Analisando os experimentos, vamos calcular o quociente de equilíbrioe


relacionar seus valores com Kc.

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Podemos então concluir que:

• no experimento II, o sistemaestá em equilíbrio (Kc= Qc);

• no experimento I, o sistemanão está em equilíbrio; paraatingi-lo, o valor de


Qc= 2deve igualar-se ao do Kc; isso ocorrerá com a diminuição da [NO2] e o
aumento da [N2O4];

• no experimento III, o sistema também não está em equilíbrio; para este ser
atingido,o valor de Qc= 0,1 deve igualar-se ao do Kc= 0,2; isso ocorrerá com o
aumento da[NO2] e a diminuição da [N2O4].

Até agora, a expressão do equilíbrio foi dada em termos de concentração


em mol/L(Kc). No entanto, em equilíbrios nos quais pelo menos um dos
participantes é um gás,a constante de equilíbrio pode ser expressa em termos
de pressões parciais dos gasesenvolvidos e, nesse caso, será representada por
Kp .

Assim, as expressões de Kce Kppara os equilíbrios a seguir são dadas por:

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Exercício Resolvido

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Exercícios

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