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II – As funções do Estado
ECONOMIA POLÍTICA II
Prisioneiro B
Nega Confessa
Prisioneiro A Nega (½; ½) (10,0)
Confessa (0;10) (5,5)
Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai
tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o
dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai
reagir?”
O facto é que pode haver dois vencedores no jogo, sendo esta
última solução a melhor para ambos, quando analisada em
conjunto. Entretanto, os jogadores confrontam-se com alguns
problemas: Confiam no cúmplice e permanecem negando o crime,
mesmo correndo o risco de serem colocados numa situação ainda
pior, ou confessam e esperam ser libertados, apesar de que, se ele
fizer o mesmo, ambos ficarão numa situação pior do que se
permanecessem calados?
Cada jogador é levado a escolher trair o outro, porque só pensa em
si, mas curiosamente ambos os jogadores obteriam um resultado
melhor se colaborassem. Infelizmente (para os prisioneiros), cada
jogador é incentivado individualmente para denunciar o outro,
mesmo após lhe ter prometido colaborar. Este é o ponto-chave do
dilema. A e B devem confessar, quer o outro negue ou confesse,
mas dois indivíduos, pensando apenas em si, não escolhem a
melhor solução. Deste modo, temos que este jogo tem como
solução:
Do ponto de vista do Óptimo de Pareto a estratégia A e B
negam;
Do ponto de vista do Equilíbrio de Nash a estratégia A e B
confessam. Neste caso, é o equilíbrio dominante.
ECONOMIA POLÍTICA II
ECONOMIA POLÍTICA II
Regulação eficiente
o Importância do Direito para a tomada de comportamentos
óptimos, nunca esquecendo a equidade e a justiça. Impõe-se
um trade-off racional entre comportamentos (eficiência e
justiça);
o Exemplos de regulação eficiente:
Criar instituições que diminuam os custos de
transacções, como normas jurídicas, por exemplo, em
matéria de Direito do Consumo;
Se ocorrer, num acidente de viação, um atropelamento
com concorrências graves, exige-se a adopção de um
comportamento óptimo como consequência, sem
beliscar a ideia de justiça;
Em matéria de Direito das Sucessões e da Família, o
legislador pode influenciar indicadores demográficos,
como as taxas de natalidade e fertilidade;
Regulação da concorrência, sem eliminar o poder de
algumas grandes empresas com elevado poder de
mercado (multinacionais), que aliás podem ter uma
estratégia de inovação tecnológica.
Não sancionamento de acordos tácitos entre agentes
económicos;
Recurso aos tribunais arbitrais em vez dos tribunais
comuns, com menores custos judiciais.
Função redistribuição
o Função que acolhe mais recursos do Estado;
o A solução de mercado, em princípio, será eficiente (excluem-
se, obviamente, bens públicos e externalidades), mas podem
verificar-se grandes disparidades na satisfação dos indivíduos,
o que pode ser resultado de uma distribuição pouco
equitativa. Tal realidade conduz à insatisfação dos mais
desfavorecidos;
o Em Portugal, 20% das famílias mais ricas detêm 45% do
rendimento produzido. Já os 20% mais pobres possuem
apenas 5,5 % do rendimento produzido;
o Portugal, entre os membros da Zona Euro, é o país com
maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos;
o O conceito de distribuição justa da riqueza difere de
sociedade para sociedade. Note-se que existem Estados
muito interventivos na redistribuição dos rendimentos, mas
também há Estados pouco interventivos. Tudo depende da
concepção de justiça social que se tenha. Não há um critério
melhor de justiça social;
ECONOMIA POLÍTICA II
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Aconselha-se a consulta, no sítio da Direcção-Geral do Orçamento, da Conta Geral do Estado 2008
(http://www.dgo.pt/cge/cge2008/index.htm) para verificar que a maior parte do dinheiro é aplicado na
função redistribuição, após a sua obtenção por via da tributação sobre os mais ricos. Estas receitas são
aplicadas em bens mistos fornecidos pelo Estado, como a Educação e a Saúde, de modo a garantir o seu
acesso a todos os cidadãos.
ECONOMIA POLÍTICA II
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Note-se que a partir do cálculo do rendimento geral, podemos conhecer o rendimento disponível das
famílias
o Considere-se, igualmente, que o Estado não pode alterar a
procura e a oferta a seu bel-prazer, mesmo usufruindo de
moeda própria (situação mais propícia ao aumento
vertiginoso de dívida, o que conduziria ao aumento da
emissão de moeda e à inflação). A alteração do valor da
moeda conduz ao descrédito sobre a mesma e,
consequentemente, tal realidade traduz-se num drama para
o Estado em relação ao elemento fiduciário. Portanto, o valor
da moeda está indiscutivelmente dependente do crédito na
mesma.
o No que concerne à realidade portuguesa, não gozamos da
possibilidade de aumentar a moeda em circulação ou
desvalorizá-la, visto que a política económica está sob a
alçada do Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt;
o Teoricamente, o Estado não teria de equilibrar a Economia,
pois os próprios mercados tendem a criar uma estabilização
da mesma, no que respeita à oferta e à procura. Também, no
que concerne ao mercado de trabalho, a mesma lógica dever-
se-ia aplicar. Todavia, na prática, não é isto que sucede,
havendo grandes desajustamentos entre a oferta e a procura,
o que gera grande sofrimento aos indivíduos, tal como
defendeu John Maynard Keynes. Tal facto impõe a
intervenção do Estado, quando a oferta agregada for inferior
à procura ou, pelo contrário, a procura agregada for inferior à
oferta. O keynesianismo, teoria económica consolidada por
Maynard Keynes e que surgiu após a Crise de 1929 nos EUA
(também conhecida como “Grande Depressão), foi aplicado
por Adolf Hitler, responsável pelo “milagre económico” após
a I Guerra Mundial.
Quando a procura é superior à oferta, gera-se a subida
geral dos preços – inflação –, fenómeno maléfico que
significa que a moeda está a perder valor face aos bens,
sendo o consumidor incentivado a consumir o mais
depressa possível para a moeda não perder mais valor.
A inflação acaba por beneficiar os devedores, que são
incentivados a pagar mais tarde, dada a disparidade
entre o valor real da moeda e o valor nominal,
promovendo-se assim o incumprimento. Ora tal facto
conduz a uma situação desfavorável para os credores,
aumentando também o risco da economia em causa,
assolada por este fenómeno, e diminuindo a confiança
dos investidores. Portanto, a inflação deve ser
eficazmente combatida, devendo o Estado diminuir a
procura agregada, fazendo subir os impostos dos
particulares ou aumentando o consumo do Estado;
Por outro lado, quando a procura é inferior à oferta,
gera-se o fenómeno do desemprego, com a
diminuição, por parte das empresas, dos seus
trabalhadores, dada a diminuição das receitas. Com o
desemprego, diminui consequentemente o poder de
compra dos particulares. Tal sucedeu aquando da Crise
de 1929, motivada por crise de superprodução e pela
especulação bolsista. O Estado tentará aumentar a
procura, aumentando o consumo e investimento
públicos ou reduzindo os impostos.
ECONOMIA POLÍTICA II
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Estagflação é um termo criado nos anos 70 para definir uma situação em que se verifica a coexistência
de elevado desemprego de factores (estagnação) e de elevadas taxas de inflação. A explicação para uma
situação deste tipo encontra-se no facto do processo inflacionário ser caracterizado por alguma inércia,
ou seja, a partir do momento em que é despoletado o processo inflacionário verifica-se uma resistência
para que este termine.
o A política orçamental do Estado é defendida por Robert
Mundell, quando se verifica uma situação de recessão, não
devendo contudo ser utilizada numa situação de inflação. Em
alternativa, deve-se optar por:
Concertação social;
Política monetária (no caso português, da
responsabilidade do BCE). A política monetária
contraria a expansão da Economia, com o aumento da
taxa de juro. O contrário aplica-se numa situação de
auxílio à expansão da Economia, isto apesar de os
bancos fazerem aumentar o prémio de risco (spread).4
ECONOMIA POLÍTICA II
4
A utilização da política cambial para aumentar as exportações já não é possível com a adopção do euro
no mercado comum.
Não podemos utilizar a medida de preços correntes para medir o
valor da produção num determinado ano, já que se revela
enganador. Daí utilizar-se a medida de preços constantes;
A partir de meados do século XX, os níveis de produção de riqueza
nacionais dispararam. De todo o modo, verificaram-se ciclos
económicos de expansão, como também de recessão. A função
estabilização procura que os momentos de expansão sejam
contínuos. Também neste período, verifica-se um aumento da
dívida pública e da despesa primária (não inclui os juros da dívida
pública), em % de PIB. A despesa pública chegou a corresponder a
70% da riqueza gerada. Isto obrigou à contracção da dívida pública,
que hoje é oficiosamente superior a 100%. Nota-se, portanto, um
aumento dos gastos do Estado nas três funções que exerce;
Este fenómeno de crescimento das despesas efectivas no nosso país
também ocorreu nos outros países desenvolvidos. O aumento do
significado destas despesas em relação ao PIB (que pode ser gasto
pelo Estado ou pelo sector privado) revela um maior chamamento
por parte da população ao Estado. Tende-se, assim, a verificar um
maior peso da intervenção do Estado na Economia, que, apesar de
tudo, caminha para estagnar;
Despesas públicas do Estado Português:
o Despesas correntes em bens e serviços (principal despesa);
o Juros da dívida pública (têm-se agravado);
o Formação bruta de capital fixo (investimento estável, com
tendência para diminuir).
Isto revela um crescimento muito grande da intervenção do Estado
na Economia de Mercado;
Análise da Conta Geral do Estado 2008
o Principais despesas do Estado são em5:
Administração directa – organismos que dependem
directamente do Estado;
Fundos e serviços autónomos – administração indirecta
com autonomia para gerar receita própria;
5
Vide «http://www.dgo.pt/cge/cge2008/CGE_2008_vol1.pdf» (pág. 15)
Administração central e Segurança Social – cerca de 70
mil milhões de euros.
Tributação
o Corresponde ao custo, para os cidadãos, das despesas do
Estado. A tributação não é a única receita do Estado, mas é a
mais importante;
o Na lição de Teixeira Ribeiro, o imposto é definido como uma
“prestação pecuniária ou patrimonial, coactiva e unilateral,
sem o carácter de sanção, estabelecida pela Lei ou exigida
pelo Estado e outro ente público, com vista à realização de
fins públicos e ainda tendo objectivos de ordem económico-
social”, uma vez que se trata de uma prestação em dinheiro
ou equivalente, cujo montante é estabelecido na lei ou por
força de lei, a que não corresponde qualquer contraprestação
por parte do Estado (pelo menos em sentido sinalagmático e
imediato) e desprovido da natureza de penalidade (como, v.g.
as coimas ou as multas). Como exemplo de imposto com
6
Vide «http://www.dgo.pt/cge/cge2008/CGE_2008_vol1.pdf» (pág. 15)
7
Vide «http://www.dgo.pt/cge/cge2008/CGE_2008_vol1.pdf» (pág. 22)
8
Vide «http://www.dgo.pt/cge/cge2008/CGE_2008_vol1.pdf» (pág. 52)
objectivos de ordem económico-social, temos os impostos
especiais de consumo (sobre bebidas alcoólicas ou tabaco,
por exemplo) e o Imposto de Pigou;
o O imposto distingue-se da multa, dado que esta tem carácter
de sanção, como também se diferencia da taxa, visto que
esta constitui uma espécie de preço, impondo uma relação
bilateral, com benefícios associados. Exemplos de taxas são as
portagens ou a taxa sobre a recolha de lixo urbano.
o O património do Estado (bens públicos e privados) é
constituído por uma diversidade de elementos, tais como
participações (acções/títulos financeiros) em empresas,
recursos ambientais (como eucaliptos, para a indústria de
papel e celulose) ou imóveis;
o Os impostos representam cerca de 75% das receitas do
Estado e podem agrupar-se em:
Impostos directos – incidem directamente sobre o
rendimento apurado para um agente económico
(sujeito passivo) num determinado período de tempo,
seja ele dos indivíduos, seja das empresas. São mais
visíveis, através dos recibos de vencimentos. Em
Portugal, temos como mais importantes impostos
sobre o rendimento:
IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares);
IRC (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas)
ECONOMIA POLÍTICA II
Equidade ou Igualdade
Horizontal – sujeitos passivos em igual situação
devem ser tratados da mesma forma;
Vertical – sujeitos passivos, em situação
diferente, devem ter tratamento diverso.
o Imposto proporcional cumpre equidade
vertical – com um imposto de 10%: um
indivíduo com rendimento de 100€, paga
10€ de imposto; um indivíduo com
rendimento de 1000€, paga 100€ de
imposto;
o Imposto progressivo (o imposto sobe à
medida que o rendimento é mais elevado)
cumpre equidade vertical – a um
indivíduo com um rendimento de 100€, é-
lhe aplicado um imposto de 5%; a um
indivíduo com um rendimento de 1000€,
é-lhe aplicado um imposto de 10%;
o Imposto regressivo (o imposto baixa à
medida que o rendimento é mais elevado)
cumpre equidade vertical – a um
indivíduo com um rendimento de 100€, é-
lhe aplicado um imposto de 20%; a um
indivíduo com um rendimento de 1000€,
é-lhe aplicado um imposto de 5%;
O problema é saber qual a melhor
equidade vertical, o que varia de
sociedade para sociedade.
Normalmente, afasta-se o imposto
regressivo.
ECONOMIA POLÍTICA II
ECONOMIA POLÍTICA II
(Quinta-Feira, 08 de Abril de 2010, 9h30-11h – Teórica)
o O custo do bem-estar dos consumidores e
dos produtores é superior ao valor do
imposto;
o Dever-se-ia tributar mais os bens que
apresentam menor elasticidade e tributar
menos os bens que apresentam maior
elasticidade – lição de eficiência. Todavia,
do ponto de vista da equidade, em relação
aos consumidores, esta situação não é
favorável, dada a necessidade de consumo
de bens de 1.ª necessidade. Instala-se,
aqui, mais um conflito entre equidade e
eficiência;
o Os custos de bem-estar no mercado
existem com a variação de consumos dos
indivíduos, o que resultará também na
variação dos preços dos produtos sujeitos
a tributação;
o Com imposto
proporcional – taxa
marginal e taxa média
são coincidentes. A taxa
média é constante com
o aumento de
rendimentos;
o Com imposto
progressivo – taxas
marginais crescentes,
com rendimentos
crescentes.
o Estrutura das taxas de tributação do
imposto sobre o rendimento de pessoas
físicas
Escalões de Mais de
0-1000 1000-2000
Rendimento 2000
Carga Fiscal
Imposto
Taxa Média
proporcional
Taxa Marginal
Carga Fiscal
Imposto
Taxa Média
progressivo
Taxa Marginal 5% 10% 25%
Carga Fiscal
Imposto
Taxa Média
regressivo
Taxa Marginal
Escalões de Mais de
0-1000 1000-2000
Rendimento 2000
Carga Fiscal
Imposto
Taxa Média
proporcional
Taxa Marginal 10% 10% 10%
Carga Fiscal
Imposto
Taxa Média
progressivo
Taxa Marginal 5% 10% 10%
Carga Fiscal
Imposto
Taxa Média
regressivo
Taxa Marginal 15% 5% 5%
ECONOMIA POLÍTICA II
Flat tax
1.º Lado – Zona de subsídios
2.º Lado – Zona de imposto
Rm – r x y i = 0
yi = Rn / r
sendo que o yi é o B (breakeven
income)
Exemplo:
Sabendo-se que:
yi = 0€
r = 50%
Está definido que todo o cidadão
com rendimento inferior a 800€ não
paga imposto.
Aplicando-se a fórmula:
T = r (B – yI)
ECONOMIA POLÍTICA II
Se se prescindisse da tributação do
rendimento, mantendo e agravando
a tributação sobre o consumo,
penalizar-se-ia os indivíduos
reformados que aproveitam a sua
condição para usufruir de bens e
serviços, criando-se uma situação de
injustiça;
Prevê-se para o futuro a adopção do
flat tax e, se esta se revelar uma
experiência mal sucedida, recorrer-
se-á ao Imposto Pessoal sobre o
Consumo;
A evasão fiscal constitui um grave
problema da sociedade, que conduz
ao descrédito na política, na
democracia e na justiça,
possibilitando-se aos mais ricos
(como os profissionais liberais ou os
empresários) fugir ao pagamento de
impostos. Tal realidade leva ao
desagrado das classes baixas e
médias e ao descrédito face ao
sistema actual, que é urgente
reformar;
Loja:
Registo do fato com custo
120;
Considerando o valor
acrescentado (custos),
associado à renda da loja e
aos salários dos funcionários,
a loja vende o fato a 144€;
IVA = 0,21X144=30,2 → valor
recebido pela loja;
30,2 – 25,2 (valor pago ao
armazenista) = 5 → valor
entregue ao Estado;
Valor total com IVA →
144+30,2 = 174,2
Há como que uma antecipação do
pagamento do imposto pelos
diferentes vendedores. Trata-se de
um sistema favorável ao Estado,
pois:
Recebe o imposto
antecipadamente, garantindo
a receita fiscal;
Diminui a evasão fiscal, pois o
Estado nunca perde o
imposto todo, o que não
sucedia com o imposto sobre
o último vendedor, apenas;
Também através de um
encontro de contabilidades, é
possível ao Estado detectar
uma possível fraude, passível
de medida penal (encontra-se
criminalizada). Compete às
empresas declarar o conjunto
de compras e vendas totais
devidamente registadas.
Evasão Fiscal
o Implica a prática de um comportamento
fraudulento ilícito, de uma infracção à Lei;
o Distinga-se a evasão fiscal de dois outros
comportamentos diferentes, que
constituem actos legais:
Contrariando o espírito para que a
lei foi criado (comportamento
nocivo), aproveitando a falha do
sistema – abuso da Lei;
Uso da Lei de modo a pagar o
menos possível (por exemplo:
criação das Sociedades Gestoras de
Participações Sociais (SGPS)), dentro
dos limites impostos –
comportamento racional.
o A reprovação da evasão fiscal prende-se
com a impossibilidade de o sistema fiscal
cumprir a sua missão – obter as receitas
devidas –, constituindo também um modo
de criação de grandes desigualdades,
através da obtenção de benefícios ilícitos
(ou vantagens competitivas ilícitas). Esta
prática é, infelizmente, comum entre as
classes com maiores possibilidades
económicas. Para além do referido,
verifica-se que os autores dos ilícitos não
são punidos por tal, o que favorece a
generalização deste comportamento. Se
se pretender fazer vigorar os valores da
justiça e da democracia, importa
combater a evasão fiscal;
o A “economia subterrânea” pode atingir
valores superiores a 40%, sendo que, no
caso português, se produz mais de 20% do
que é conhecido e declarado. Trata-se de
um valor que se encontra a níveis
comparáveis com o da Grécia. Para
combater a evasão fiscal, importa realizar
uma análise custo-benefício nas medidas
tomadas para afastar este flagelo;
o Ainda assim, há uma racionalidade
relativa (Figura III.27) associada à fuga do
pagamento de impostos, visto que existe a
possibilidade de os ganhos serem
superiores aos prejuízos. Importa, aqui,
considerar a:
Possibilidade de o indivíduo ser
detectado (p) X penalidade marginal
= Custo marginal esperado (CMG)
ECONOMIA POLÍTICA II
ECONOMIA POLÍTICA II
Sistemas de votação:
o Comum – cada indivíduo tem direito a um
voto;
o “Approval voting” – trata-se de uma
proposta de alteração da regra comum,
em que cada indivíduo pode votar em
mais do que uma hipótese, permitindo-se
assim uma melhor expressão da
posição/vontade;
o Eleição por pontos – atribuição de pontos
a cada proposta, o que permite reflectir
muito melhor a preferência. A proposta
vencedora com este sistema pode não ser
aquela que resulte do sistema
comummente aplicado. Crítica: existe a
possibilidade de atribuição de pontos de
acordo com a preferência dos outros, de
modo estratégico, para precaver o receio
de vitória de uma proposta que não se
aprecie;
o Método da ordenação ou Borda count –
também constitui uma alternativa ao
sistema comum. Efectua-se uma
ordenação das propostas, atribuindo
pontos. Por exemplo:
1.º - 3 Pontos;
2.º - 2 Pontos;
3.º - 1 Ponto.
Paradoxo de Condorcet
o Com três eleitores e três possíveis
alternativas de escolha, tem-se que:
Opções
Eleitore X Y Z
s
A 3 2 1
B 1 3 2
C 2 1 3
Opções
Eleitore X Y Z
s
A 3 2 1
B 1 3 2
C 1 2 3
Confrontos:
Entre “X” e “Y”: 1 voto para “X” e 2
votos para Y” – ganha “Y”;
Entre “X” e “Z”: 1 voto para “X” e 2 votos
para “Z” – ganha “Z”;
Entre “Z” e “Y”: 1 voto para “Z” e 2 votos
para “Y” – ganha “Y”.
Opções
Eleitor X Y Z
C 2 1 3
Opções
Eleitor X Y Z
C 2 1 3
Propostas
Eleitores X Y
A -5 -5
B 6 -3
C -2 7
Propostas Públicas
Votantes X ou Y Z ou W
A 9 1 6 4
B 4 6 1 9
C 4 6 6 4
Propostas Públicas
Votantes YeZ XeW
A 7 13
B 7 13
C 12 8
ECONOMIA POLÍTICA II
E(U) = P(UX) – C + D
em que:
A ilusão fiscal
o Criação de sistema fiscal, por parte do
Estado, que faz com que as pessoas não se
apercebam da sobrecarga fiscal a que
estão sujeitos, principalmente em matéria
de impostos indirectos (que beneficiam o
crescimento do Estado);
o A atribuição de subsídio aos juízes não foi
abolida, mesmo com o fim da
obrigatoriedade de mudança regular de
Comarca.
ECONOMIA POLÍTICA II
ECONOMIA POLÍTICA II
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Jarda = fio de 914 milímetros (914 mm).
Em Inglaterra, um barril de vinho é trocado por 4 jardas
de algodão; em Portugal, um barril de vinho é trocado
por 1,5 jardas de algodão.
Vantagens comparadas:
Portugal – vinho (0,5 jardas/barril é melhor que 2
barris/jarda);
Resto do Mundo – algodão (0,67 jardas/barril é melhor
que 1,5 jardas/barril).
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