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A invenção da juventude:
Introdução
Conforme foi dito acima, parece haver na história uma tendência à eclosão de
crises e tensões, quando observamos períodos de grande (re) pressão sobre os homens,
como tentou-se demonstrar. Essa pressão pode tomar diversos aspectos, ser exercidas de
diversas formas nos mais diferentes campos da vida humana. Carlo Guinzburg nos
aponta que todas as relações humanas estão transpassadas, regem-se ou se operam
1 Temos aqui uma variável importante que é a consideração do que seria esse “contingente
populacional jovem”. Quem poderia ser considerado jovem? Seria possível utilizar-se de
parâmetros etários para classificar a juventude presente e atuante nos diferentes movimentos
sociais ocorridos na década de 1960? Acreditamos que questões como estas somente possam ser
respondidas, através de estudos sociológicos e estatísticos mais aprofundados, mas que no
momento não nos esclarecem a análise, pois fica-nos a pergunta: mesmo dispondo de dados que
nos digam o que é a juventude em termos de faixa etária, ainda assim, este dado objetivo, tornado
conceito sob a forma da expressão juventude, traduziria de forma satisfatória as questões
relacionadas à esta nova categoria social? E ainda, considerando que um bom conceito deve ser
plástico o suficiente para se moldar à diferentes realidades históricas, sem no entanto perder sua
essência, seria possível que um tal conceito se aplicasse de modo geral aos diferentes contextos em
que a juventude se faz presente na década de 60?
através de “relações de força”. Logo, a momentos de pressão e repressão, sucedem-se
igualmente o exercício de forças contrárias, buscando alcançar maior liberdade.
Bibliografia
ABRAMO, Helena Wendel. Cenas Juvenis. São Paulo: Página Aberta Editora, 1994.
RAMOS, Eliana Batista. Anos 60 e 70: Brasil, juventude e rock. São Paulo: Revista
Ágora, Vitória, n.10, 2009, p.1-20