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Direito Cambiário
Direito Cambiário
1. Títulos de Crédito
c) negociabilidade
1.2 Princípios
a) Cartularidade: é a garantia de que o sujeito que postula a satisfação do
crédito é mesmo o seu titular; por isso, o documento deve ser apresentado e
somente que exibe a cártula pode pretender exercer a satisfação. O exercício
do direito representado por um título de crédito pressupõe a sua posse.
“Dizem que o título incorpora de tal forma o direito creditício
mencionado, que a sua entrega a outra pessoa significa a transferência
da titularidade do crédito e o exercício das faculdades derivadas dessa
não se pode pretender sem a posse do documento”.
b) Literalidade: Somente produzem efeitos jurídico-cambiais os atos lançados
no próprio título de crédito. Esse princípio protege tanto o credor quanto o
devedor na medida em que apenas o que estiver escrito no título pode ser
cobrado; nem mais, nem menos.
c) Autonomia: quando um único título documenta mais de uma obrigação, a
eventual invalidez de qualquer delas não prejudica as demais. Os problemas
originados na relação originária do título só influem entre seus participantes,
não podem interferir minimamente com os direitos dos terceiros de boa-fé
para quem o título foi transferido.
>> abstração e inoponibilidade: subprincípios.
1.3 Classificação
A) Quando ao modelo:
Vinculados: somente produzem efeitos cambiais os documentos que
atendem aos padrões. O emitente não é livre para escolher a
disposição formal dos elementos essenciais à criação do título e deve
fazer uso do papel fornecido pelo banco sacado (cheque e duplicata).
Livres: não existe padrão, então o emitente pode dispor à vontade os
elementos essenciais e qualquer papel serve, desde que atendendo
aos requisitos estabelecidos em lei (letra de câmbio e nota
promissória).
B) Quanto à estrutura:
Ordem de pagamento: dá ensejo a 3 situações jurídicas: sacador
(ordenou o pagamento), sacado (para quem a ordem foi dada) e
tomador (beneficiário) – (cheque, duplicata, letra de câmbio)
Promessa de pagamento: enseja apenas 2 situações: promitente
(assume a obrigação de pagar) e beneficiário.
** Na ordem, o sacador manda que o sacado pague determinada
importância ao tomador; na promessa, o sacador assume o
compromisso de pagar o valor ao beneficiário.
C) Hipóteses de Emissão:
Causais: somente hipóteses autorizadas em lei (duplicata mercantil)
Limitados: não podem ser emitidos em algumas hipóteses definidas
em lei (letra de câmbio)
Não Causais: podem ser criados em qualquer hipótese (cheque e nota
promissória)
o Três categorias:
Ao portador: não ostentam nome do credor e circulam
por mera tradição
Nominativos à ordem: identificam o titular do crédito
e se transferem por endosso
Nominativos não à ordem: identificam o credor e
circulam por cessão civil de crédito.
** Ordem de pagamento.
** Como são situações jurídicas, uma pessoa pode ocupar mais de uma situação
(sacador e tomador, p. ex.), LU, art. 3.
Cláusula-mandato
O saque pode ser praticado por procurador, com poderes especiais.
É válido que o devedor nomeie a própria instituição financeira credora como
sua mandatária, hipótese comum nos bancos. Em caso de inadimplemento, o
banco estaria apto a sacar o dinheiro devido pelo cliente.
** Se o banco abusa de sua condição e emite título de valor superior ao que
lhe é devido, a cambial será inválida e desprovida de liquidez.
Título em Branco ou Incompleto
A letra de câmbio (e qualquer título de crédito) pode ser emitida e circular
validamente, em branco ou incompleta.
Quem assina título de crédito em branco ou incompleto outorga ao portador
mandato para o seu oportuno preenchimento.
Endosso
Ato responsável pela transferência do crédito a outro sujeito de direito.
O credor de um título com a cláusula à ordem transmite seus direitos a outra
pessoa.
Duas novas situações jurídicas: Endossante, quem transfere; endossatário, a
quem é transferido.
**O primeiro endossante da letra de câmbio é sempre o tomador.
** Não se admite com cláusula não à ordem.
Essa cláusula deve ser expressa.
O endosso é permitido tacitamente pela mera existência da letra de câmbio.
Dois efeitos: o endossatário torna-se o novo credor; o endossante torna-se
codevedor.
*** O endossante pode exonerar-se de responsabilidades através de cláusula
“sem garantia”, caso o endossatário aceite, e não será codevedor.
Endosso em branco: não identifica o endossatário (simples assinatura
do credor, no verso; ou assinatura no verso ou anverso + “pague-se”
ou equivalente). Torna-se título ao portador e circula por mera
tradição.
a) Inserir seu nome no endosso, para cobrança do crédito.
b) Inserir nome de outra pessoa, transferindo-lhe o crédito sem
assumir responsabilidade cambiária.
c) Endossar a letra em preto.
d) Endossar em branco.
e) Entregar o título a outra pessoa.
Endosso em preto: identifica o endossatário. (assinatura no verso ou
anverso + “pague-se a Fulano”)
** Não pode ser só assinatura no verso porque isso caracteriza-se
como Aval em branco.
Endosso Impróprio
Transfere a legitimidade da posse do título sem torna-lo credor.
O endossatário exerce todos os direitos, exceto o de transferir a
titularidade do crédito.
** Aplica-se ao endosso-caução, mas não inteiramente ao endosso-
mandato, o subprincípio da inoponibilidade das exceções pessoais
aos terceiros de boa-fé.
****O executado pode opor-se ao endossante-mandatário as
exceções que tiver contra o endossante-mandante, já que aquele o
aciona em nome deste!!
Aval
Ato pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas
mesmas condições que um devedor desse título (avalizado).
>> se o devedor é sociedade limitada, o credor normalmente exige que seu sócio
majoritário se comprometa pessoalmente com o pagamento da dívida.
>> Usualmente, o avalista garante todo o valor, mas a lei admite aval parcial.
Avalizado será sempre devedor da letra cambial (sacador, aceitante ou
endossante).
>>Lei cambial interna autoriza aval antecipado, antes do aceite ou endosso.
Assim, tomador que não conhece o sacado ou tenha dúvidas sobre o aceite pode
exigir aval.
Características principais:
a) Autonomia (se o credor não puder satisfazer, esse dever é do avalista); não
pode o avalista valer-se de exceções pessoais do avalizado, apenas das
próprias.
b) Equivalência (avalista é devedor do título nas mesmas condições do
avalizado). Não decorre identidade de condições, estabelece posição na
cadeia de regresso.
O aval se pratica:
a) Assinatura do avalista no anverso.
b) Assinatura do avalista, no verso ou anverso, com “por aval” ou similar.
c) Assinatura do avalista, no verso ou anverso, com “por aval de Fulano” ou
similar.
Quando o avalista não define em favor de quem prestou o aval, considera-se, em letra
de câmbio, o sacador.
O devedor cambial pode ter sua obrigação garantida por mais de um avalista.
**Apenas se verifica a solidariedade, entre devedores, em hipóteses excepcionais,
quando mais de uma pessoa se encontra na mesma situação jurídica. A mesma
solidariedade existirá entre coaceitantes, coendossantes e coavalistas.
Vencimento