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ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas
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NORMATÉCNICA
Procedimento
Origem: Projeto 01:603.06-002:1994
CEET - Comissão de Estudo Especial Temporária de Meio Ambiente
CE-01:603-06 - Comissão de Estudo de Tratamento de Resíduos Sólidos
Industriais
Copyright © 1997,
NBR 13894 - Land treatment (landfarming) - Procedure
ABNT–Associação Brasileira Descriptor: Landfarming
de Normas Técnicas Válida a partir de 30.07.1997
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Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados Palavra-chave: Tratamento no solo 10 páginas
3.6.1 Em unidades a serem implantadas 4.1 Critérios para localização da unidade de tratamento
Terreno onde deve ser instalada a zona de tratamento 4.1.1 O local destinado ao tratamento de resíduos no solo
antes de receber resíduos de qualquer natureza. deve ser tal que:
Fase líquida do solo denominada solução por apresentar- a) topografia - característica importante que pode
se constituída por uma fase aquosa contendo substâncias possibilitar a melhor aplicação do resíduo e
orgânicas e inorgânicas dissolvidas. redução da velocidade de escoamento superficial
das águas contaminadas;
3.8 Tratamento no solo (landfarming)
Nota: Recomendam-se locais com declividade inferior
Método de tratamento onde o substrato orgânico de um a 5%.
resíduo é degradado biologicamente na camada superior
do solo. Possui sinônimo, tais como land spreading, land b) solos e geologia - a seleção da área para insta-
application, sludge farming, land disposal e soil cultivation. lação da unidade de tratamento deve basear-se
nas características pedológicas e geológicas
Nota: Os íons metálicos possivelmente presentes nos resíduos, locais, a fim de assegurar a atenuação de po-
assim como os subprodutos orgânicos de degradação, luentes;
são liberados durante o tratamento e incorporados ao
solo, de modo a não haver contaminação das águas c) recursos hídricos - na localização da unidade de
subsuperficiais (ver seção transversal esquemática no
tratamento, devem ser considerados e observados
Anexo A).
os seguintes aspectos:
4.2 Demonstração de tratabilidade dos resíduos 4.3.3 Os constituintes perigosos que existem nos resíduos,
especialmente os constantes na NBR 10004, devem ser
4.2.1 Deve ser demonstrado que os resíduos podem ser degradados, transformados e/ou imobilizados na zona
degradados, transformados e/ou imobilizados na zona de tratamento, assim como os eventuais produtos de sua
de tratamento, de modo a não comprometer a qualidade degradação e/ou transformação.
ambiental. Essa demonstração pode ser efetuada através
de: 4.3.4 A profundidade máxima da zona de tratamento,
medida a partir da superfície do solo, não deve ser maior
a) dados disponíveis em literatura técnica específica; que 1,50 m, que a critério do Órgão Estadual de Controle
b) ensaios e análises de laboratório; Ambiental pode ser alterada.
b) ser capazes de provar que os constituintes do re- c) manejo adequado do solo para otimizar parâme-
síduo a ser ensaiado devem ser degradados, trans- tros ambientais que cortam as reações micro-
formados e/ou imobilizados na zona de tratamento biológicas e químicas (por exemplo: fertilização,
da unidade proposta; removimento da terra);
c) ser efetuados de maneira a proteger a saúde pu- d) indicação do teor de umidade do resíduo a ser
blica e o meio ambiente, considerando: disposto na zona de tratamento;
4.4.6 A instalação deve ser projetada, construída e ope- 4.6.1.2 Devem ser estabelecidos os constituintes a serem
rada de forma a prevenir os efeitos de uma chuva de pico monitorados, bem como os seus valores de fundo, con-
de 25 anos. siderando que:
4.4.7 As instalações de captação e retenção (por exemplo: a) os valores de fundo do solo devem ser estabele-
tanques ou bacias) do sistema de drenagem de águas cidos através de um número de amostras estatis-
superficiais devem ser esvaziadas ou controladas pron- ticamente significativas, podendo se basear em
tamente depois das chuvas para manterem a capacidade campanha de amostragem no próprio local ou em
de operação do sistema. terreno limítrofe com características semelhantes;
4.4.8 Se o sistema solo-resíduo da camada reativa con- b) os valores de fundo da solução do solo devem ser
tiver material particulado que possa estar sujeito à dis- estatisticamente significativos e baseados em
persão pelo vento, deve ser providenciado o controle campanha de amostragem no próprio local;
dessa dispersão.
c) os valores de fundo devem ser expressos de forma
4.4.9 A unidade deve ser inspecionada a cada aplicação a possibilitar a análise estatística de alterações
do resíduo e após as chuvas, de modo a identificar, re- na concentração dos constituintes monitorados;
gistrar e corrigir eventuais irregularidades.
d) para determinação dos valores de fundo na amos-
4.4.10 No caso de constatadas irregularidades, devem
tragem devem ser empregadas técnicas e proce-
ser tomadas as medidas cabíveis para corrigi-las, no dimentos apropriados (ver Anexo B).
menor tempo possível.
4.6.1.3 No estabelecimento do plano de monitoramento
4.5 Registro de operação da unidade de tratamento
do solo e da solução do solo, imediatamente abaixo da
zona de tratamento, devem ser consideradas também a
4.5.1 A instalação deve possuir um registro de operação
freqüência, a taxa de aplicação de resíduos e a per-
que deve ser mantido até o fim de sua vida útil, incluindo
meabilidade do solo da zona de tratamento.
o período de pós-encerramento.
4.6.1.4 Devem ser adotados procedimentos de amos-
4.5.2 O registro deve conter as seguintes informações:
tragem e de análise que assegurem resultados capazes
de fornecer uma indicação da qualidade da solução do
a) descrição, quantidade e origem de cada resíduo
solo e a constituição química do solo abaixo da zona de
recebido e a data de sua aplicação;
tratamento.
b) indicação do local onde o resíduo foi disposto,
bem como sua quantidade e o respectivo número 4.6.1.5 Cada vez que se realizar o monitoramento do solo
de manifesto de carga, se houver; e o monitoramento da solução do solo, deve ser verificada
a ocorrência de variação estatisticamente significativa
c) taxa e freqüência de aplicação; dos valores de fundo para os constituintes a serem moni-
torados, considerando que:
d) análises efetuadas nos resíduos;
a) a variação do constituinte é determinada em re-
e) inspeções realizadas e incidentes ocorridos com lação a seu valor de fundo;
as respectivas datas, assim como os procedimen-
tos adotados para solucionar tais incidentes; b) o método a ser utilizado é o da comparação de
duas médias (estatística t de Student) conforme a
f) dados referentes ao monitoramento; descrição a seguir:
- a estatística t para todos os parâmetros, com ex- 4.6.2 Monitoramento da zona saturada
ceção do pH, é definida por:
4.6.2.1 A instalação deve possuir sistema de monitora-
Xm - X b mento de águas subterrâneas, podendo este sistema,
t* = em alguns casos, ser dispensado, a critério do Órgão
Sm2 S2
+ b Estadual de Controle Ambiental.
Nm Nb
4.6.2.2 A instalação deve ser construída e operada de for-
ma a manter a qualidade das águas subterrâneas. Tendo
Onde:
em vista o seu uso predominante para o abastecimento
público, esta Norma considera que a qualidade das
X m = média aritmética dos valores médios águas subterrâneas, na área da instalação, deve atender
do parâmetro no ponto a ser compa- aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação
rado vigente.
4.6.2.3 Nos casos em que o aqüífero apresentar natu-
Sm2 = variância desses valores (análoga à
ralmente qualquer um dos parâmetros listados na le-
variância do valor natural)
gislação vigente, em concentrações superiores aos limites
recomendados, ou ainda quando o(s) poluente(s) prin-
N m = número de observações do parâmetro cipal(is) contido(s) no resíduo não estiver(em) citado(s)
no ponto a ser comparado nesta legislação, o Órgão Estadual de Controle Ambiental
pode estabelecer padrões para cada caso, levando em
- o t crítico é calculado por: conta:
b) cessar a aplicação dos resíduos ou implantar um - os tipos, quantidades e concentrações dos cons-
método alternativo de operação, a fim de elevar tituintes dos resíduos a serem dispostos;
ao máximo os efeitos favoráveis com processos
de degradação, transformação ou imobilização na - a mobilidade, a estabilidade e a persistência
zona de tratamento. desses constituintes;
Cópia não autorizada
6 NBR 13894/1997
4.8.1 Segregação
Sm2 = variância desses valores (análoga à
Resíduos ou substâncias que quando se misturam pro-
variância do valor de fundo)
vocam efeitos indesejáveis, tais como fogo, liberação de
N m = número de observações do parâmetro gases tóxicos ou, ainda, facilitam a lixiviação de substân-
no poço a ser comparado cias tóxicas, não devem ser colocados em contato.
Cópia não autorizada
NBR 13894/1997 7
4.8.2 Plano de emergência 4.8.2.3.2 Organismos que devem ser contatados em caso
de emergência:
Em caso de acidentes devem ser tomadas, coordena-
damente, medidas que minimizem ou restrinjam os a) bombeiros:
possíveis efeitos danosos decorrentes. Tal seqüência de
- endereço;
procedimentos é discriminada no chamado Plano de
Emergência, que deve conter:
- telefone;
b) endereço;
4.8.2.2 Equipamentos de segurança
c) telefones (residência e escritório).
A unidade de tratamento deve ser equipada e manter
adequadamente todos os equipamentos de segurança 4.8.2.3.4 Listar todos os equipamentos de emergência da
necessários aos tipos de emergências possíveis de unidade de tratamento e sua localização, e fazer a des-
ocorrer; por exemplo: equipamentos de combate a incên- crição física de cada item.
dio onde houver possibilidade de fogo. Além disso, um
sistema de comunicação com a polícia, defesa civil e/ou 4.8.2.3.5 Procedimentos de emergência:
corpo de bombeiros deve obrigatoriamente existir na ins-
talação. a) indicar as prováveis situações de emergência:
- incêndio;
4.8.2.3 Apresentação de plano de emergência
- explosão;
4.8.2.3.1 Indicar os equipamentos, aparelhos e métodos
utilizados na unidade de tratamento para: - liberação de gases;
- outros;
b) comunicação externa;
b) apresentar o manual de procedimentos a serem
c) controle de emergência: seguidos em cada emergência.
b) continuar todas as operações na zona de trata- h) solicitar autorização ao OECA para qualquer nova
mento para reduzir ao mínimo os processos de utilização da área.
arraste superficial dos constituintes dos resíduos;
5 Condições específicas
c) manter o sistema de drenagem de águas su-
perficiais não contaminadas;
5.1 Requisitos especiais para resíduos inflamáveis ou
reativos
d) manter o sistema de drenagem de águas su-
perficiais contaminadas;
Não se deve aplicar qualquer resíduo inflamável ou rea-
e) controlar a dispersão de resíduos perigosos tivo à zona de tratamento, a menos que ele seja:
causada pelo vento;
a) imediatamente incorporado ao solo, de modo que
f) continuar a respeitar quaisquer proibições ou o resíduo, mistura ou dissolução de material re-
condições relativas ao cultivo de produtos agrí- sultante deixe de corresponder à definição de re-
colas; síduo inflamável ou reativo;
g) continuar o monitoramento da zona não saturada, b) disposto de modo a ficar protegido contra qualquer
pelo período de um ano, após a última aplicação material ou condições que possam fazê-lo in-
do resíduo na zona de tratamento, período este flamar-se ou reagir.
que, a critério do OECA, pode ser alterado;
5.2 Requisitos especiais para resíduos incompatíveis
h) estabelecer uma cobertura vegetal sobre a parte
da instalação que estiver sendo encerrada, em Não se devem aplicar resíduos incompatíveis entre si ou
uma ocasião tal que essa cobertura não impeça resíduos e materiais incompatíveis na mesma zona de
substancialmente a degradação, transformação tratamento.
ou imobilização de constituintes perigosos na zona
de tratamento. A cobertura vegetal deve ser capaz 5.3 Requisitos para resíduos perigosos
de desenvolver-se sem necessidade de grande
manutenção.
Os resíduos perigosos F020, F021, F022, F023, F026 e
F027 (ver NBR 10004) não devem ser dispostos em uni-
4.9.2 Após a desativação da unidade, o administrador da
dades de tratamento no solo.
instalação deve:
/ANEXO A
Cópia não autorizada
NBR 13894/1997 9
/ANEXO B
Cópia não autorizada
10 NBR 13894/1997
Amostrar a solução do solo quando o fluxo de água se dá Amostrar a solução do solo quando o fluxo de água se dá
por diferença de potencial hidráulico (obedecendo à Lei através dos macroporos, em velocidade superior à
de Darcy). observada através da lei de Darcy.
B.1.2 Aspecto construtivo
B.2.2 Aspecto construtivo
Consiste, basicamente, em uma cápsula porosa adaptada
a um tubo hermeticamente fechado (ver Figura). A cápsula Constitui-se de um bloco de vidro perfurado em sua face
pode ser constituída de cerâmica ou vidro sinterizado, superior, a qual é recoberta por uma manta de reves-
sendo o tubo de PVC ou teflon. No interior do equipa- timento (filtro).
mento dois tubos capilares de náilon são adaptados para
aplicação de vácuo e condução da amostra. B.2.3 Princípio de funcionamento
B.1.3 Princípio de funcionamento Intercepta e armazena a água que flui pelos macroporos
do solo. A coleta de amostras é feita posteriormente
O vácuo é aplicado no interior do equipamento através através de sucção, por meio de aplicação de vácuo em
de um dos tubos capilares, o que promove o movimento frasco conectado ao equipamento.
da solução do solo em direção à cápsula. A amostra
assim coletada é extraída do lisímetro por meio da apli- Nota: Derivações dos modelos aqui apresentados podem ser
cação de ar comprimido no mesmo tubo capilar, fazendo desenvolvidas, mantendo-se porém o mesmo princípio
a amostra fluir através do segundo tubo. de funcionamento.