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NBR 13894 JUN 1997

Tratamento no solo (landfarming)

ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas

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Rio de Janeiro
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NORMATÉCNICA

Procedimento
Origem: Projeto 01:603.06-002:1994
CEET - Comissão de Estudo Especial Temporária de Meio Ambiente
CE-01:603-06 - Comissão de Estudo de Tratamento de Resíduos Sólidos
Industriais
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NBR 13894 - Land treatment (landfarming) - Procedure
ABNT–Associação Brasileira Descriptor: Landfarming
de Normas Técnicas Válida a partir de 30.07.1997
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Todos os direitos reservados Palavra-chave: Tratamento no solo 10 páginas

SUMÁRIO 3.2 Camada reativa


1 Objetivo
2 Documento complementar Parte da zona de tratamento que possui as condições
3 Definições necessárias à degradação, transformação e imobilização
4 Condições gerais dos constituintes dos resíduos.
5 Condições específicas
6 Inspeção
3.3 Chuva de pico de 25 anos
ANEXO A - Seção transversal esquemática de uma
célula da unidade de tratamento no solo
(landfarming) Precipitação de maior intensidade com período de re-
ANEXO B - Equipamentos para mostrar a solução do corrência de 25 anos.
solo
3.4 Lisímetro de sucção
1 Objetivo
Equipamento destinado a amostrar a solução que percola
Esta Norma fixa as condições exigíveis para o tratamento e lixivia através do perfil do solo, na zona não saturada.
no solo de resíduos sólidos industriais suscetíveis à
biodegradação. 3.5 Plano de encerramento

2 Documento complementar Descrição dos procedimentos a serem realizados por


ocasião do encerramento das atividades da instalação,
Na aplicação desta Norma é necessário consultar: tais como:
NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação
a) medidas que irão promover a desativação;
3 Definições
b) operações de manutenção que devem ser
Os termos técnicos utilizados nesta Norma estão defi- observadas após o encerramento;
nidos em 3.1 a 3.13 e na NBR 10004.
c) estimativas da qualidade e da quantidade dos
3.1 Administrador da instalação resíduos dispostos até a data do encerramento;
Pessoa, órgão ou empresa responsável técnica e admi-
nistrativamente pelo funcionamento da instalação. d) usos do local após o término das operações.
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3.6 Solo testemunha 4 Condições gerais

3.6.1 Em unidades a serem implantadas 4.1 Critérios para localização da unidade de tratamento

Terreno onde deve ser instalada a zona de tratamento 4.1.1 O local destinado ao tratamento de resíduos no solo
antes de receber resíduos de qualquer natureza. deve ser tal que:

3.6.2 Em unidades já implantadas e em operação a) o impacto ambiental causado pela instalação da


unidade seja o menor possível;
Terreno com características semelhantes às da zona de
b) esteja de acordo com a lei de zoneamento da
tratamento antes desta haver recebido resíduos de
região.
qualquer natureza.

4.1.2 Para a avalização da adequabilidade do local devem


3.7 Solução do solo
ser feitas algumas considerações técnicas, a saber:

Fase líquida do solo denominada solução por apresentar- a) topografia - característica importante que pode
se constituída por uma fase aquosa contendo substâncias possibilitar a melhor aplicação do resíduo e
orgânicas e inorgânicas dissolvidas. redução da velocidade de escoamento superficial
das águas contaminadas;
3.8 Tratamento no solo (landfarming)
Nota: Recomendam-se locais com declividade inferior
Método de tratamento onde o substrato orgânico de um a 5%.
resíduo é degradado biologicamente na camada superior
do solo. Possui sinônimo, tais como land spreading, land b) solos e geologia - a seleção da área para insta-
application, sludge farming, land disposal e soil cultivation. lação da unidade de tratamento deve basear-se
nas características pedológicas e geológicas
Nota: Os íons metálicos possivelmente presentes nos resíduos, locais, a fim de assegurar a atenuação de po-
assim como os subprodutos orgânicos de degradação, luentes;
são liberados durante o tratamento e incorporados ao
solo, de modo a não haver contaminação das águas c) recursos hídricos - na localização da unidade de
subsuperficiais (ver seção transversal esquemática no
tratamento, devem ser considerados e observados
Anexo A).
os seguintes aspectos:

3.9 Tratabilidade de resíduos - o uso das águas superficiais e subterrâneas.


Áreas que favoreçam a alteração da qualidade
Quaisquer fenômenos que alterem as características dessas águas não devem ser utilizadas;
físico-químicas dos resíduos, quer por degradação ou
transformação, ou, ainda, que imobilizem seus cons- - áreas não sujeitas a inundações em períodos de
tituintes na zona de tratamento. recorrência de 100 anos;

3.10 Valor de fundo do solo - a distância mínima de 200 m de qualquer coleção


hídrica, que a critério do Órgão Estadual de Con-
Identifica a composição física, química e biológica do trole Ambiental pode ser alterada;
solo em seu estado natural, anterior a incorporação de
resíduos. Também chamado de valor de background. - a superfície do solo deve manter a distância
mínima de 3 m acima do nível sazonal mais ele-
3.11 Zona não saturada vado do lençol freático, que a critério do Órgão
Estadual de Controle Ambiental pode ser alte-
rada;
Porção de perfil do solo cujo volume de poros pre-
enchidos por água é menor que o volume total de poros.
d) vegetação - o estudo macroscópico da vegetação
é importante, uma vez que esta pode atuar favora-
3.12 Zona saturada velmente, reduzindo as proporções do fenômeno
de erosão, da formação de poeira e da propagação
Porção de perfil do solo cujos poros estão totalmente de odores;
preenchidos por água.
e) vias de acesso - têm evidente importância no
3.13 Zona de tratamento projeto, uma vez que são utilizadas durante toda
a operação;
Parte da zona não saturada a partir da superfície do solo,
na qual se pretende manter as condições necessárias f) distância a núcleos populacionais - deve ser ava-
para que, efetivamente, se processe a degradação, trans- liada a partir dos limites da área útil da unidade
formação e/ou imobilização dos constituintes perigosos. de tratamento.
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4.2 Demonstração de tratabilidade dos resíduos 4.3.3 Os constituintes perigosos que existem nos resíduos,
especialmente os constantes na NBR 10004, devem ser
4.2.1 Deve ser demonstrado que os resíduos podem ser degradados, transformados e/ou imobilizados na zona
degradados, transformados e/ou imobilizados na zona de tratamento, assim como os eventuais produtos de sua
de tratamento, de modo a não comprometer a qualidade degradação e/ou transformação.
ambiental. Essa demonstração pode ser efetuada através
de: 4.3.4 A profundidade máxima da zona de tratamento,
medida a partir da superfície do solo, não deve ser maior
a) dados disponíveis em literatura técnica específica; que 1,50 m, que a critério do Órgão Estadual de Controle
b) ensaios e análises de laboratório; Ambiental pode ser alterada.

c) ensaios de campo; 4.3.5 A profundidade máxima da camada reativa, medida


a partir da superfície original, não deve ser maior que
d) dados de operação. 0,50 m.

4.2.2 Quaisquer ensaios de campo ou de laboratório 4.4 Requisitos de projeto e operação


efetuados para fins de demonstração de tratabilidade
devem: 4.4.1 O projeto, a construção, operação e a manutenção
da unidade devem ser realizados de forma a elevar ao
a) simular exatamente as características e condições máximo a degradação, a transformação e/ou imobilização
de operação para a unidade de tratamento pro- de constituintes na zona de tratamento, respeitando todas
posta, incluindo: as condições de projeto e operação utilizadas na de-
monstração de tratabilidade dos resíduos (ver 4.2).
- caracterização do resíduo;
4.4.2 O projeto da unidade de tratamento deve conter no
- características do solo da zona de tratamento;
mínimo as seguintes condições preestabelecidas:
- clima do local;
a) taxa, freqüência e método de aplicação do resíduo
- topografia do local; na zona de tratamento, bem como os critérios
estabelecidos para sua definição;
- práticas de operação a serem adotadas na
unidade; b) medidas de controle do pH do solo;

b) ser capazes de provar que os constituintes do re- c) manejo adequado do solo para otimizar parâme-
síduo a ser ensaiado devem ser degradados, trans- tros ambientais que cortam as reações micro-
formados e/ou imobilizados na zona de tratamento biológicas e químicas (por exemplo: fertilização,
da unidade proposta; removimento da terra);

c) ser efetuados de maneira a proteger a saúde pu- d) indicação do teor de umidade do resíduo a ser
blica e o meio ambiente, considerando: disposto na zona de tratamento;

- as características do resíduo a ser ensaiado; e) medidas de controle do teor de umidade na zona


de tratamento;
- as medidas de operação e monitoramento to-
madas durante o ensaio; f) plano de operação da unidade de tratamento, con-
tendo registro da taxa e freqüência de aplicação
- a duração do ensaio; do resíduo;
- o volume de resíduo empregado no ensaio;
g) plano de inspeção e manutenção da unidade de
- a taxa de migração de constituintes perigosos tratamento, contendo registro das ocorrências;
para as águas subterrâneas e superficiais.
h) plano de monitoramento;
4.3 Programa de tratamento
i) plano de emergência.
4.3.1 O administrador da instalação deve estabelecer um
4.4.3 As condições preestabelecidas no projeto podem
programa de operação da unidade de tratamento que
ser alteradas posteriormente, visando a otimização da
assegure a degradação, a transformação e/ou imobili-
tratabilidade dos resíduos, mediante a autorização do
zação dos constituintes perigosos dispostos na zona de
Órgão Estadual de Controle Ambiental.
tratamento.
4.4.4 A instalação deve ser projetada, construída e ope-
4.3.2 O programa de tratamento deve definir:
rada de forma a reduzir ao máximo o processo de dre-
a) os resíduos tratáveis na unidade, segundo de- nagem superficial dos constituintes e resíduos, durante o
monstração prescrita em 4.2; seu tratamento e após o encerramento das atividades no
local.
b) as medidas de projeto e práticas de operação
necessárias para atingir a máxima eficiência na 4.4.5 Devem ser especificadas as instalações de captação,
zona de tratamento; retenção e tratamento dos efluentes líquidos provenientes
da rede de drenagem de águas superficiais. No caso de
c) as prescrições sobre monitoramento das zonas efluentes contaminados, deve ser especificado o sistema
saturada e não saturada. de tratamento e de destinação dos mesmos.
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4.4.6 A instalação deve ser projetada, construída e ope- 4.6.1.2 Devem ser estabelecidos os constituintes a serem
rada de forma a prevenir os efeitos de uma chuva de pico monitorados, bem como os seus valores de fundo, con-
de 25 anos. siderando que:

4.4.7 As instalações de captação e retenção (por exemplo: a) os valores de fundo do solo devem ser estabele-
tanques ou bacias) do sistema de drenagem de águas cidos através de um número de amostras estatis-
superficiais devem ser esvaziadas ou controladas pron- ticamente significativas, podendo se basear em
tamente depois das chuvas para manterem a capacidade campanha de amostragem no próprio local ou em
de operação do sistema. terreno limítrofe com características semelhantes;

4.4.8 Se o sistema solo-resíduo da camada reativa con- b) os valores de fundo da solução do solo devem ser
tiver material particulado que possa estar sujeito à dis- estatisticamente significativos e baseados em
persão pelo vento, deve ser providenciado o controle campanha de amostragem no próprio local;
dessa dispersão.
c) os valores de fundo devem ser expressos de forma
4.4.9 A unidade deve ser inspecionada a cada aplicação a possibilitar a análise estatística de alterações
do resíduo e após as chuvas, de modo a identificar, re- na concentração dos constituintes monitorados;
gistrar e corrigir eventuais irregularidades.
d) para determinação dos valores de fundo na amos-
4.4.10 No caso de constatadas irregularidades, devem
tragem devem ser empregadas técnicas e proce-
ser tomadas as medidas cabíveis para corrigi-las, no dimentos apropriados (ver Anexo B).
menor tempo possível.
4.6.1.3 No estabelecimento do plano de monitoramento
4.5 Registro de operação da unidade de tratamento
do solo e da solução do solo, imediatamente abaixo da
zona de tratamento, devem ser consideradas também a
4.5.1 A instalação deve possuir um registro de operação
freqüência, a taxa de aplicação de resíduos e a per-
que deve ser mantido até o fim de sua vida útil, incluindo
meabilidade do solo da zona de tratamento.
o período de pós-encerramento.
4.6.1.4 Devem ser adotados procedimentos de amos-
4.5.2 O registro deve conter as seguintes informações:
tragem e de análise que assegurem resultados capazes
de fornecer uma indicação da qualidade da solução do
a) descrição, quantidade e origem de cada resíduo
solo e a constituição química do solo abaixo da zona de
recebido e a data de sua aplicação;
tratamento.
b) indicação do local onde o resíduo foi disposto,
bem como sua quantidade e o respectivo número 4.6.1.5 Cada vez que se realizar o monitoramento do solo
de manifesto de carga, se houver; e o monitoramento da solução do solo, deve ser verificada
a ocorrência de variação estatisticamente significativa
c) taxa e freqüência de aplicação; dos valores de fundo para os constituintes a serem moni-
torados, considerando que:
d) análises efetuadas nos resíduos;
a) a variação do constituinte é determinada em re-
e) inspeções realizadas e incidentes ocorridos com lação a seu valor de fundo;
as respectivas datas, assim como os procedimen-
tos adotados para solucionar tais incidentes; b) o método a ser utilizado é o da comparação de
duas médias (estatística t de Student) conforme a
f) dados referentes ao monitoramento; descrição a seguir:

g) ocorrências importantes referentes a equipa- - a variância do valor natural é determinada por:


2
mentos, movimentação de terra e processamento  X - Xb 
dos resíduos. Sb2 = ∑  b1 
 Nb - 1 
4.6 Plano de monitoramento Onde:

O plano de monitoramento tem por objetivo verificar a


qualidade ambiental, registrando possíveis alterações. Sb2 = variância do valor natural

4.6.1 Monitoramento da zona não saturada Xb1 = valor de cada amostragem 1 do


parâmetro
4.6.1.1 Devem ser monitorados o solo e a solução do solo
para determinar se ocorre migração procedente da zona
de tratamento, através de um número suficiente de pontos Xb = média aritmética de todos os valores
de amostragem, em locais e profundidades apropriadas disponíveis do valor natural
para fornecerem amostras que representem a composição
físico-química do solo e da solução do solo, a critério do N b = número de observações dos valores
Órgão Estadual de Controle Ambiental. naturais
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- a estatística t para todos os parâmetros, com ex- 4.6.2 Monitoramento da zona saturada
ceção do pH, é definida por:
4.6.2.1 A instalação deve possuir sistema de monitora-
Xm - X b mento de águas subterrâneas, podendo este sistema,
t* = em alguns casos, ser dispensado, a critério do Órgão
Sm2 S2
+ b Estadual de Controle Ambiental.
Nm Nb
4.6.2.2 A instalação deve ser construída e operada de for-
ma a manter a qualidade das águas subterrâneas. Tendo
Onde:
em vista o seu uso predominante para o abastecimento
público, esta Norma considera que a qualidade das
X m = média aritmética dos valores médios águas subterrâneas, na área da instalação, deve atender
do parâmetro no ponto a ser compa- aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação
rado vigente.
4.6.2.3 Nos casos em que o aqüífero apresentar natu-
Sm2 = variância desses valores (análoga à
ralmente qualquer um dos parâmetros listados na le-
variância do valor natural)
gislação vigente, em concentrações superiores aos limites
recomendados, ou ainda quando o(s) poluente(s) prin-
N m = número de observações do parâmetro cipal(is) contido(s) no resíduo não estiver(em) citado(s)
no ponto a ser comparado nesta legislação, o Órgão Estadual de Controle Ambiental
pode estabelecer padrões para cada caso, levando em
- o t crítico é calculado por: conta:

Wb t b + Wmtm a) a concentração do constituinte;


tc =
Wb + Wm b) os usos atuais e futuros do aqüífero;
Onde: c) os constituintes perigosos existentes nos resíduos;

tb = valor tabelado de t (monocaudal) para d) a detectabilidade destes constituintes;


(Nb - 1) graus de liberdade e 0,05 de e) o potencial de efeito adverso na qualidade destas
nível de significância águas e corpos d’água superficiais conectados
hidraulicamente com o aqüífero.
tm = valor tabelado de t (monocaudal) para
4.6.2.4 Os poços de monitoramento devem ser em número
(Nm - 1) graus de liberdade e 0,05 de
suficiente e instalados adequadamente, de forma que as
nível de significância
amostras retiradas representem a qualidade da água exis-
tente no aqüífero mais alto, na área da instalação,
Sb2 devendo ser observado o seguinte:
Wb =
Nb a) o sistema de poços de monitoramento deve ser
constituído de no mínimo quatro poços, sendo um
a montante e três a jusante no sentido do fluxo de
Sm2 escoamento preferencial das águas subter-
Wm =
Nm râneas;

b) os poços devem ter diâmetro mínimo de


Notas: a)Se t* for igual ou maior que tc, pode-se concluir que 101,6 mm (4 pol.), suficiente para coleta de
houve aumento significativo no parâmetro. amostras, e ser revestidos e tampados na sua parte
superior para se evitar a contaminação.
b) Para o parâmetro pH o teste é bicaudal; t* é tomada
4.6.2.5 A instalação deve ser monitorada durante a sua
em seu valor absoluto e tc calculado para t bicaudal. A
comparação é feita da mesma maneira que a anterior. vida útil, incluindo o tempo de pós-encerramento.
4.6.2.6 Caso o padrão estabelecido em 4.6.2.2, seja ex-
4.6.1.6 Caso se verifique, de acordo com 4.6.1.5, que está cedido, o proprietário da instalação é obrigado a recupe-
ocorrendo uma variação estatisticamente significativa de rar a qualidade do(s) aqüífero(s) contaminado(s). Para
constituintes monitorados abaixo da zona de tratamento, tanto, deve apresentar ao Órgão Estadual de Controle
devem ser adotadas as seguintes medidas: Ambiental um plano de correção do problema baseado
em diagnóstico previamente realizado no local. O progra-
a) notificar de imediato essa ocorrência ao Órgão ma de monitoramento da instalação deve:
Estadual de Controle Ambiental informando os
a) indicar os parâmetros a serem monitorados,
constituintes que apresentaram variação;
considerando os seguintes aspectos:

b) cessar a aplicação dos resíduos ou implantar um - os tipos, quantidades e concentrações dos cons-
método alternativo de operação, a fim de elevar tituintes dos resíduos a serem dispostos;
ao máximo os efeitos favoráveis com processos
de degradação, transformação ou imobilização na - a mobilidade, a estabilidade e a persistência
zona de tratamento. desses constituintes;
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- o limite de detecção do indicador e possíveis - o t crítico é calculado por:


produtos de reações que ocorram no aqüífero;
Wb tb + Wmtm
- parâmetros traçadores que indiquem a presença tc =
Wb + Wm
da pluma de contaminação;
Onde:

b) estabelecer e citar os procedimentos para coleta, tb = valor tabelado de t (monocaudal) para


preservação e análise das amostras; (Nb - 1) graus de liberdade e 0,05 de
nível de significância
c) estabelecer valores de fundo para todos os pa- tm = valor tabelado de t (monocaudal) para
râmetros do programa. Estes valores podem ser (Nm - 1) graus de liberdade e 0,05 de
definidos pela tomada de amostras em poços si- nível de significância
tuados a montante da instalação após o início de
operação e, preferivelmente, pela amostragem do
lençol antes deste início. Por uma questão de re- Sb2
Wb =
presentabilidade estatística, o valor natural deve Nb
ser estabelecido a partir de pelo menos quatro
amostragens realizadas em intervalos de 90 dias; Sm2
Wm =
Nm
d) para se avaliar possíveis variações dos valores
de fundo nos poços a jusante, seguir o critério da Nota: Se t* for igual ou maior que tc, então é possível que
comparação de duas médias (estatística t de tenha havido aumento significativo no parâmetro.
Student) conforme descrição a seguir: Para o parâmetro pH o teste é bicaudal, t* é tomada
em seu valor absoluto e tc calculado para t
bicaudal. A comparação é feita da mesma maneira
- a variância do valor natural é determinada por: que a anterior.
2
 X - Xb  e) prever uma análise de todos os parâmetros a serem
S = ∑  bi
2
b
 monitorados, pelo menos duas vezes ao ano, em
 Nb - 1 
cada poço durante o período de vida ativa da insta-
Onde: lação;

f) conter o registro do nível do lençol freático a cada


X bi = valor de cada amostragem i do pa- coleta realizada e, pelo menos uma vez ao ano,
râmetro determinar a velocidade e o sentido do escoa-
mento do lençol freático.

Xb = média aritmética de todos os valores 4.7 Análise de desempenho do sistema


disponíveis do valor natural (poço(s) a
O administrador da instalação deve enviar ao Órgão
montante)
Estadual de Controle Ambiental um relatório anual
contendo:
N b = número de observações dos valores
naturais a) quantidade de resíduos, taxa e freqüência de
aplicação;

Sb2 = variância do valor de fundo b) análises efetuadas nos resíduos;

c) dados relativos ao monitoramento;


- a estatística t para todos os parâmetros, com ex-
d) dados sobre a acumulação dos constituintes do
ceção do pH, é definida por:
resíduo no solo e a capacidade de degradação
do solo, no decorrer das aplicações.
Xm - X b
t* = 4.8 Segurança da unidade de tratamento
2 2
Sm Sb
+
Nm Nb A unidade de tratamento deve ser operada e mantida de
forma a minimizar a possibilidade de fogo, explosão ou
Onde: derramamento/vazamento de resíduos perigosos ou
substâncias perigosas no ar, água superficial ou solo,
Xm = média aritmética dos valores médios que possam constituir ameaça à saúde publica ou ao
do parâmetro no poço a ser comparado meio ambiente.

4.8.1 Segregação
Sm2 = variância desses valores (análoga à
Resíduos ou substâncias que quando se misturam pro-
variância do valor de fundo)
vocam efeitos indesejáveis, tais como fogo, liberação de
N m = número de observações do parâmetro gases tóxicos ou, ainda, facilitam a lixiviação de substân-
no poço a ser comparado cias tóxicas, não devem ser colocados em contato.
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4.8.2 Plano de emergência 4.8.2.3.2 Organismos que devem ser contatados em caso
de emergência:
Em caso de acidentes devem ser tomadas, coordena-
damente, medidas que minimizem ou restrinjam os a) bombeiros:
possíveis efeitos danosos decorrentes. Tal seqüência de
- endereço;
procedimentos é discriminada no chamado Plano de
Emergência, que deve conter:
- telefone;

a) informações sobre possíveis incidentes e sobre b) Órgão Estadual de Controle Ambiental:


as providências a serem tomadas;
- endereço;
b) indicação da pessoa que deve atuar como coorde-
nador nas situações de emergência e seus res- - telefone;
pectivos telefones e endereços. Estes devem estar
c) pronto-socorro/médicos:
sempre atualizados;
- endereço;
c) lista de todo equipamento de segurança existente,
incluindo localização, descrição do tipo e ca- - telefone;
pacidade.
d) defesa civil/polícia:
4.8.2.1 Coordenador de emergência
- endereço;

Para cada unidade de tratamento deve ser designado - telefone.


um funcionário que, lotado na própria instalação ou em
local de rápido acesso, tem a responsabilidade de Nota: Estes endereços e telefones devem estar em um quadro
coordenar todas as medidas necessárias para o controle instalado em local visível.
de casos de emergência. Este coordenador deve estar
familiarizado com o plano de emergência, com as ope- 4.8.2.3.3 Listar todos os indivíduos qualificados a atuarem
rações existentes nas instalações e a localização e ca- como coordenadores em casos de emergência em ordem
racterísticas dos resíduos manuseados, assim como deve de prioridade:
ter autoridade para liberar os recursos necessários para
a consecução de tal plano. a) nome e cargo;

b) endereço;
4.8.2.2 Equipamentos de segurança
c) telefones (residência e escritório).
A unidade de tratamento deve ser equipada e manter
adequadamente todos os equipamentos de segurança 4.8.2.3.4 Listar todos os equipamentos de emergência da
necessários aos tipos de emergências possíveis de unidade de tratamento e sua localização, e fazer a des-
ocorrer; por exemplo: equipamentos de combate a incên- crição física de cada item.
dio onde houver possibilidade de fogo. Além disso, um
sistema de comunicação com a polícia, defesa civil e/ou 4.8.2.3.5 Procedimentos de emergência:
corpo de bombeiros deve obrigatoriamente existir na ins-
talação. a) indicar as prováveis situações de emergência:

- incêndio;
4.8.2.3 Apresentação de plano de emergência
- explosão;
4.8.2.3.1 Indicar os equipamentos, aparelhos e métodos
utilizados na unidade de tratamento para: - liberação de gases;

a) alarme e comunicação interna; - vazamento de líquidos;

- outros;
b) comunicação externa;
b) apresentar o manual de procedimentos a serem
c) controle de emergência: seguidos em cada emergência.

4.8.2.4 Acesso ao plano de emergência


- equipamento para controle de incêndio;
A unidade de tratamento deve manter uma cópia do “Pla-
- equipamento para controle de derramamento; no de Emergência”, em local de fácil acesso, e garantir
que todos os funcionários tenham conhecimento do seu
- equipamento de descontaminação; conteúdo e estejam devidamente treinados para utilizar
os equipamentos de proteção individual à sua disposição
- outros (especificar). e cumprir as tarefas que lhe forem designadas.
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4.9 Encerramento e) continuar a respeitar quaisquer proibições ou con-


dições relativas ao cultivo de produtos agrícolas;
4.9.1 Após o término da aplicação de resíduos, o admi-
nistrador da instalação deve: f) continuar o monitoramento da zona não saturada;

a) continuar todas as operações necessárias para g) continuar a avaliar as alterações estatisticamente


elevar ao máximo a degradação, transformação significativas na concentração dos constituintes
ou imobilização de constituintes perigosos dentro monitorados; caso comprovada a alteração, pro-
da zona de tratamento; ceder conforme 4.6.1.6;

b) continuar todas as operações na zona de trata- h) solicitar autorização ao OECA para qualquer nova
mento para reduzir ao mínimo os processos de utilização da área.
arraste superficial dos constituintes dos resíduos;
5 Condições específicas
c) manter o sistema de drenagem de águas su-
perficiais não contaminadas;
5.1 Requisitos especiais para resíduos inflamáveis ou
reativos
d) manter o sistema de drenagem de águas su-
perficiais contaminadas;
Não se deve aplicar qualquer resíduo inflamável ou rea-
e) controlar a dispersão de resíduos perigosos tivo à zona de tratamento, a menos que ele seja:
causada pelo vento;
a) imediatamente incorporado ao solo, de modo que
f) continuar a respeitar quaisquer proibições ou o resíduo, mistura ou dissolução de material re-
condições relativas ao cultivo de produtos agrí- sultante deixe de corresponder à definição de re-
colas; síduo inflamável ou reativo;

g) continuar o monitoramento da zona não saturada, b) disposto de modo a ficar protegido contra qualquer
pelo período de um ano, após a última aplicação material ou condições que possam fazê-lo in-
do resíduo na zona de tratamento, período este flamar-se ou reagir.
que, a critério do OECA, pode ser alterado;
5.2 Requisitos especiais para resíduos incompatíveis
h) estabelecer uma cobertura vegetal sobre a parte
da instalação que estiver sendo encerrada, em Não se devem aplicar resíduos incompatíveis entre si ou
uma ocasião tal que essa cobertura não impeça resíduos e materiais incompatíveis na mesma zona de
substancialmente a degradação, transformação tratamento.
ou imobilização de constituintes perigosos na zona
de tratamento. A cobertura vegetal deve ser capaz 5.3 Requisitos para resíduos perigosos
de desenvolver-se sem necessidade de grande
manutenção.
Os resíduos perigosos F020, F021, F022, F023, F026 e
F027 (ver NBR 10004) não devem ser dispostos em uni-
4.9.2 Após a desativação da unidade, o administrador da
dades de tratamento no solo.
instalação deve:

a) manter uma cobertura vegetal sobre as partes 6 Inspeção


encerradas da instalação;
6.1 O administrador da instalação deve inspecionar a
b) manter o sistema de drenagem de águas su- instalação de modo a identificar e eliminar defeitos e irre-
perficiais não contaminadas; gularidades que possam interferir negativamente no pro-
cesso ou causar acidentes prejudiciais à saúde pública
c) manter o sistema de drenagem de águas su- e ao meio ambiente.
perficiais contaminadas;
6.2 Deve ser estabelecido um plano de inspeção para
d) controlar a dispersão de resíduos perigosos pelo verificação da integridade de todos os elementos
vento; constitutivos da instalação.

/ANEXO A
Cópia não autorizada
NBR 13894/1997 9

ANEXO A - Seção transversal esquemática de uma célula da unidade


de tratamento no solo (landfarming)

/ANEXO B
Cópia não autorizada
10 NBR 13894/1997

ANEXO B - Equipamentos para mostrar a solução do solo

B.1 Lisímetros de sucção B.2 Lisímetro PAN

B.1.1 Aplicação B.2.1 Aplicação

Amostrar a solução do solo quando o fluxo de água se dá Amostrar a solução do solo quando o fluxo de água se dá
por diferença de potencial hidráulico (obedecendo à Lei através dos macroporos, em velocidade superior à
de Darcy). observada através da lei de Darcy.
B.1.2 Aspecto construtivo
B.2.2 Aspecto construtivo
Consiste, basicamente, em uma cápsula porosa adaptada
a um tubo hermeticamente fechado (ver Figura). A cápsula Constitui-se de um bloco de vidro perfurado em sua face
pode ser constituída de cerâmica ou vidro sinterizado, superior, a qual é recoberta por uma manta de reves-
sendo o tubo de PVC ou teflon. No interior do equipa- timento (filtro).
mento dois tubos capilares de náilon são adaptados para
aplicação de vácuo e condução da amostra. B.2.3 Princípio de funcionamento

B.1.3 Princípio de funcionamento Intercepta e armazena a água que flui pelos macroporos
do solo. A coleta de amostras é feita posteriormente
O vácuo é aplicado no interior do equipamento através através de sucção, por meio de aplicação de vácuo em
de um dos tubos capilares, o que promove o movimento frasco conectado ao equipamento.
da solução do solo em direção à cápsula. A amostra
assim coletada é extraída do lisímetro por meio da apli- Nota: Derivações dos modelos aqui apresentados podem ser
cação de ar comprimido no mesmo tubo capilar, fazendo desenvolvidas, mantendo-se porém o mesmo princípio
a amostra fluir através do segundo tubo. de funcionamento.

Figura - Lisímetro de sucção - Aspecto construtivo e forma de instalação

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