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Dias depois, o mesmo homem voltou a ser preso, desta vez por passar o pênis em
uma passageira, novamente dentro de um coletivo. Neste segundo caso, foi
decretada sua prisão preventiva. O assunto gerou polêmica e dividiu opiniões,
inclusive entre especialistas em direito criminal, sobre quais crimes teria cometido a
agente.
A dúvida de muitos é: por que na primeira vez o rapaz foi solto e na segunda ficou
preso? Muitas pessoas acreditaram que o motivo foi a repercussão social e a
pressão da mídia. Entretanto, essa não foi a razão pela qual o homem ficou preso.
Primeiramente devemos analisar os dois tipos penais que incidiram sobre os fatos:
o crime de estupro e a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor.
O crime de estupro está previsto no Código Penal, no artigo 213, com pena de
reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
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Ouso discordar de quem afirma que não houve constrangimento. Vale lembrar que
o termo "constrangimento", no direito, significa fazer contra a vontade. É
importante ressaltar que aqui, constranger não significa deixar a pessoa
envergonhada ou embaraçada, mas sim forçada. É fato que a ejaculação foi contra
a vontade da vítima, portanto, houve constrangimento, sim.
Entretanto, (aqui concordo com o juiz) que o constrangimento não foi realizado
mediante VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA.
O Código Penal não exige apenas o constrangimento, mas também que ele seja
realizado mediante violência ou grave ameaça . No caso, não houve nem ameaça
nem violência. O autor do fato, na primeira prisão, depois de ejacular, apenas
tentou fugir sem agredir nem ameaçar ninguém. Por isso, não houve estupro.
O juiz do caso em que o homem ejaculou na passageira, entendeu não ser estupro,
portanto, aplicou ao fato a tipificação prevista no artigo 61 de Lei de Contravenções
Penais.
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Segundo a advogada, Doutora em Direito pela USP, Maíra Zapater houve de fato o
crime de estupro, posto que a ejaculação, por si só, configuraria uma forma
violência.
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Para eles, quando o autor surpreendeu a vítima com uma ejaculação dentro de um
transporte coletivo, ficou evidente o uso de meio que impediu a livre manifestação
de vontade da vítima para praticar contra ela ato libidinoso.
Vale ressaltar que neste caso, seria possível a decretação de prisão preventiva pelo
juiz, posto que o crime possui pena máxima maior que 04 anos.