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1 O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR

O papel do Gestor Escolar não é apenas de cumprir e se fazer cumprir as


ordens, seguir as leis e demandas, os prazos previamente estipulado e tampouco
passar esses comandos aos demais componentes da comunidade escolar afim de
que o trabalho seja executado.

Segundo Luck (2004, p 32):

é do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à


consecução eficaz da política educacional do sistema e
desenvolvimento plenos dos objetivos educacionais, organizando,
dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido e
controlando todos os recursos para tal.

Por estar no centro das atividades escolares, seu papel exerce fortes
influências, positivas e/ou negativas, nos demais setores da escola. O gestor deve
trabalhar de forma democrática ouvindo e abrindo espaço para que toda a
comunidade escolar participe ativamente de todas as decisões da entidade.

As funções do trabalho do gestor estão diretamente relacionadas à


organização e gestão da escola. O processo de organização escolar dispõe, portanto,
de funções, propriedades comuns ao sistema organizacional de uma instituição, com
base nos quais se definem ações e operações necessárias ao funcionamento
institucional. Esse sistema é composto pelas seguintes funções constitutivas: a)
planejamento; b) organização: racionalização de recursos humanos, físicos, materiais,
financeiros, criando e viabilizando condições e maneiras para realizar o que foi
planejado; c) direção/coordenação: coordenação do esforço humano coletivo do
pessoal da escola; d) avaliação e comprovação do funcionamento.

Portanto gerir uma escola é um ato político, pois implicam em tomadas de


posições dos educandos, pais, educadores, funcionários e toda a comunidade
envolvida no ambiente escolar. Já que o objetivo principal da escola é melhorar cada
vez mais os resultados educacionais ali propostos, a entidade educativa visa
consolidar gradativamente os laços que a unem com a comunidade, propiciando
dessa maneira uma gestão democrática de qualidade.

É nítida a importância e as várias atribuições que o Gestor desenvolve


frente a direção de uma instituição escolar. Cabe a ele ainda articular todos os setores
e ter habilidade suficiente para influenciar o ambiente de forma positiva, de modo que
todos sintam – se envolvidos e estimulados a desempenhar suas funções de forma
harmônica e amistosa.

Um gestor líder é capaz de desenvolver o potencial de trabalho de toda sua


equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso
todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino.

O gestor competente sempre tem um propósito a ser concretizado e uma


estratégia de ação para conquistar seus objetivos. Esse é o ponto de partida para que
as ações da equipe escolar sejam bem sucedidas e quando uma de suas estratégias
falha, o gestor escolar incentiva sua equipe a descobrir o que é necessário fazer para
dar um passo a diante. Ele deve ter consciência de que sua equipe não se limita a
alunos, professores e demais funcionários internos da instituição. A equipe escolar é
composta também pelos pais dos alunos e por toda a comunidade de forma geral, que
deve ser mobilizada para que juntos possam promover o principal objetivo de toda
equipe escolar: a aprendizagem dos alunos.

Não há mais espaço para o Gestor autoritário, que só ele opina, define e
resolve. Lück (1998, p. 49) descreve que "a motivação é a parte central de um
ambiente de trabalho com qualidade, a qual os professores não podem ensinar
efetivamente, os alunos não podem aprender e nem as escolas ser plenamente
eficazes”.

Segundo Chanlat (2008, p. 41) os gestores devem ser "geradores de


exemplos a seguir e de atitudes a interiorizar; como catalisadores que favoreçam a
formação de grupos, a cooperação e a colaboração". Os gestores educacionais
exercem influência não somente sobre professores, mas alunos, funcionários, sobre
as famílias dos alunos e órgãos representativos da comunidade. Para que isso ocorra
é necessário que ele seja considerado "um líder" que está sempre aberto para o
diálogo e para o trabalho cooperativo a fim de superar possíveis situações
problemáticas.

Portanto o Gestor é peça principal na condução do processo educativo na


escola, garantindo o exercício de uma liderança efetiva com expansão dos ideais de
democratização. As dificuldades para o gestor são muitas, mais com perspectivas de
mudanças, sabendo olhar a frente, enxergando o futuro não há barreiras que possa
atrapalhar o seu desenvolvimento com um bom resultado. Utilizar uma nova filosofia
de gestão resulta na dissociação de práticas tradicionalistas e nos leva a gestão
democrática que supostamente vem sendo adotada em algumas escolas públicas do
Brasil.

Há pessoas trabalhando na escola, especialmente em postos de direção, que


se dizem democratas apenas porque são “liberais” com alunos, professores,
funcionários ou pais, porque lhes “dão abertura” ou “permitem” que tomem
parte desta ou daquela decisão. Mas o que esse discurso parece não
conseguir encobrir totalmente é que, se a participação depende de alguém
que dá abertura ou permite sua manifestação, então a prática em que tem
lugar essa participação não pode ser considerada democrática, pois
democracia não se concede, se realiza: não pode existir “ditador
democrático”. (PARO, 2001, p. 18-19)

Não basta “permitir” formalmente que os pais de alunos participem das


tomadas de decisões da escola. Em uma real democracia, todos possuem direitos
iguais e não há espaço para um superior que dê a palavra final. É impossível que a
democracia realmente exista em um ambiente onde não há pessoas democráticas
para exercê-la em sua plenitude.

Segundo Luck 1988 (ibdem p. 36) eis alguns dos principais papeis do
gestor:
 Promotor da educação aberta;
 Demonstrador de orientação pró ativa;
 Formador de equipes participativas;
 Facilitador e estimulador da participação de pais, alunos,
comunidade e demais funcionários nas tomadas de decisões
relacionadas à escola;
 Gerador de dinamismo, energia e entusiasmo;
 Motivador da capacitação de funcionários e de todos da escola.

Mas não é raro encontrar gestores que abusam da condição que lhe é
atribuída, fazendo uso do autoritarismo, descompromisso, descaso, individualismo e
negligência. Portando faz-se necessário a exigência de uma formação especifica para
o exercício de tal função a fim de obter um resultado satisfatório no que se relaciona
à gestão escolar.

Na nossa realidade há uma questão que dificulta de certa forma a


implementação e efetivação da gestão democrática, é a nomeação de gestores, os
quais são indicados pelos poderes executivos e não pela eleição direta, e isso se torna
de certa forma é um fator prejudicial, pois os mesmos são indicados para atender
interesses políticos e não o interesse da comunidade escolar. O diretor escolar
assume uma série de funções seja de ordem administrativa quanto pedagógica,
Libâneo (2008, p.111) diz que “o diretor de escola é o responsável pelo funcionamento
administrativo e pedagógico, portanto, necessita de conhecimentos tanto
administrativos quanto pedagógicos”. Esse autor destaca outras razões ao papel do
diretor.
 O crescimento da população e a urbanização da sociedade têm
levado á instalação de escolas maiores, tornando mais complexas as
tarefas de organização e gestão;
 As mudanças na sociedade envolvendo uma ligação maior da
escola com outras realidades tais como os meios de comunicação e
informação, a automoção, implicando uma ligação mais explícita da
escola com outros organismos da comunidade;
 A necessidade de vínculo maior com as famílias, uma vez que
responsabilidades que antes correspondiam aos pais e mães vão
sendo conferidas às escolas: orientação psicológica, orientação
sexual, orientação para novas necessidades da vida urbana,
educação para o trânsito, educação para o lazer, educação ambiental
etc. (LIBÂNEO, 2008, p. 112)

Nessa perspectiva o gestor desempenha vários papéis dentro do contexto


escolar, cabendo a ele a articulação de todos os setores e aspectos. É o seu
desempenho e habilidade que de certa forma influencia a qualidade do ambiente e o
desempenho de seu pessoal e a qualidade do processo de ensino aprendizagem.
Para construir uma cultura democrática é preciso a participação de alunos, pais e
professores na tomada de decisões e na resolução dos diversos problemas. Mas
deve-se levar em consideração que essas atribuições não devem ser impostas única
e exclusivamente ao gestor.
As ações específicas relativas à liderança do gestor escolar estão
diretamente associadas às escolas eficazes, àquelas que fazem a diferença no
aprendizado dos seus alunos. Para tal, torna-se necessário que exista uma
comunicação também eficaz entre os líderes e os seus liderados, criando um
ambiente útil de confiança e de interação, luminar da motivação e da busca pelas
realizações de todos, tendo o aluno como norte de todo o trabalho desenvolvido.

Nem toda a situação exige a liderança participativa, algumas vezes a


determinação e o pulso forte têm que ser empreendido no desenvolvimento da gestão
escolar. Os diretores de escolas eficazes relacionam o estilo de liderança adequado
de acordo com a situação, mas nunca poderão fugir do diálogo: o saber ouvir é mais
importante, às vezes, do que o ordenar.

A gestão democrática e participativa que se deseja na unidade escolar é


muito mais do que um dever fazer simplesmente, ela é uma construção social e
histórica que cria raízes fortes na formação plena do aluno, como ser humano,
cidadão, autônomo e ético, pronto para viver em sociedade.

1.1 O PAPEL DO DIRETOR DE ESCOLA

A implementação de práticas alternativas de organização e gestão da


escola depende bastante da atuação da direção e da coordenação pedagógica. Há
uma diversidade de opiniões sobre o papel do diretor, principalmente, sobre se lhe
cabe tarefas apenas administrativas ou também tarefas pedagógicas, em sentido mais
restrito. Preferimos optar pela seguinte posição: o diretor de escola é o responsável
pelo funcionamento administrativo e pedagógico, portanto, necessita de
conhecimentos administrativos quanto pedagógicos. Entretanto, na escola, ele
desempenha predominantemente a gestão geral da escola e, especificamente, as
funções administrativas relacionadas com o pessoal, com a parte financeira, com o
prédio e os recursos materiais, com a supervisão geral das obrigações, da rotina do
pessoal, relações com a comunidade, delegando a parte pedagógica ao coordenador
ou coordenadora pedagógicos.
Segundo Libâneo (2014, pág. 96) há outras razões para destacar o papel
do diretor:
 O crescimento da população e a urbanização da sociedade têm levado à
instalação de escolas maiores, tornando mais complexas as tarefas de
organização e gestão;

 As mudanças da sociedade envolvendo uma ligação maior da escola com


outras realidades tais como os meios de comunicação e informação, a
automoção, implicando uma ligação mais explicita da escola com outros
organismos da comunidade;

 A necessidade maior com as famílias, uma vez que responsabilidades que


antes correspondiam aos pais e mães vão sendo conferidas às escolas:
orientação psicológica, orientação sexual, orientação para novas necessidades
da vida urbana, educação para o trânsito, educação para o lazer, educação
ambiental etc.

O diretor ou diretora da escola tem uma importância muito significativa para


que a escola seja respeitada pela comunidade, pois autonomia, participação,
democracia não significa ausência de responsabilidades. Uma vez tomadas as
decisões coletivamente, participativamente, é preciso colocá-las em prática. Nessa
hora, a escola precisa estar bem coordenada e administrada. Não se quer dizer com
isso que o sucesso da escola unicamente na pessoa do diretor ou numa estrutura
administrativa autocrática, aquela em que o diretor centraliza todas as decisões. Ao
contrário, trata-se de entender o papel do diretor como um líder, uma pessoa que
consegue aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar
e articular a adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão de
um projeto comum. Como gestor da escola, como dirigente, o diretor te uma visão de
conjunto e uma atuação que apreende a escola nos seus aspectos pedagógicos,
culturais e administrativos.
Em razão disso, a escolha do diretor de escola requer muita
responsabilidade do sistema de ensino e da comunidade escolar. Infelizmente,
predomina ainda no sistema escolar público brasileiro a nomeação arbitrária de
diretores pelo governador ou prefeito, geralmente para atender conveniência e
interesses político-partidários, colocando o diretor como representante desses
interesses, inibindo seu papel de coordenador e articulador da equipe docente.
Descartando-se a escolha por nomeação, que é o procedimento mais
prejudicial à gestão democrática na escola, outras formas de escolha são o concurso
público e a eleição pelo voto direto ou representativo, Se for adotada a eleição, a
melhor forma de escolha é um sistema combinado: (a) exigência de que os candidatos
submetam-se a provas escritas; (b) avaliação da formação profissional e competência
técnica; (c) eleição, na qual participa a comunidade escolar. Isso significa que a equipe
escolar precisa estabelecer condições prévias para os candidatos, relacionados à
qualificação e competência profissional e experiências na área educacional. Além,
disso, os candidatos deverão comprovar liderança e capacidade de gestão,
apresentando um programa de trabalho (Romão e Padilha, 1997).

1.2 O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

O coordenador pedagógico responde pela viabilização, integração e


articulação do trabalho pedagógico-didático em ligação direta com os professores, em
função da qualidade do ensino. A coordenação pedagógica tem como principal
atribuição a assistência pedagógico-didática aos professores, para se chegar a uma
situação ideal de qualidade de ensino, auxiliando-os a conceber, construir e
administrar situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais
dos alunos. De acordo com estudos recentes sobre formação continuada de
professores, o papel do coordenador pedagógico é de monitoramento sistemático da
prática pedagógica dos professores, sobretudo, mediante procedimentos de reflexão
e investigação.
Segundo Libâneo (2013, pág. 180), pode-se destacar alguma atribuições
de coordenação pedagógica:

 Responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares da


escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula, visando a
níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa do processo de ensino e
aprendizagem;
 Supervisionar a elaboração de diagnósticos e projetos para a elaboração do
projeto pedagógico-curricular da escola e outros planos e projetos;

 Propor para discussão junto ao corpo docente, o projeto pedagógico-curricular


da unidade escolar;

 Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo, incluindo a


assistência direta aos professores na elaboração dos planos de ensino, escolha
de livros didáticos, práticas de avaliação da aprendizagem;

 Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com professores visando a


promover a inter-relação horizontal e vertical entre disciplinas, estimular a
realização de projetos conjuntos entre os professores, diagnosticar problemas
de ensino e aprendizagem e adotar medidas pedagógicas preventivas, adequar
conteúdos, metodologias e práticas avaliativas;
,
 Organizar as turmas de alunos designar professores para as turmas, elaborar
o horário escolar, planejar e coordenar o Conselho de Classe;

 Propor e coordenar atividades de formação continuada e de desenvolvimento


profissional dos professores;

 Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem (procedimentos,


resultados, formas de superação de problemas etc.)

 Cuidar da avaliação do corpo docente;

 Apoiar diretamente os alunos com dificuldades transitórias nas aprendizagens


instrumentais de leitura, escrita e cálculo, para além do tempo letivo, para
integrar-se ao nível da turma;

Portanto, as funções de coordenação pedagógica podem ser sintetizadas


nessa formulação: planejar, coordenar, gerir e acompanhar e avaliar todas as
atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola e da sala de aula, visando
atingir níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa das aprendizagens dos
alunos.

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