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FACULDADE KURIOS – FAK

INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO – ISE

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA CONSTRUÇÃO DO


IMAGINÁRIO INFANTIL

JANAÍNA DOS REIS RODRIGUES

MARANGUAPE – CE

2017

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JANAÍNA DOS REIS RODRIGUES

A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA CONSTRUÇÃO DO


IMAGINÁRIO INFANTIL

Artigo apresentado à Coordenação


do Curso de Licenciatura em
Pedagogia da Faculdade Kurios –
FAK, como requisito parcial para
obtenção do título de licenciado em
Pedagogia.

Orientador: Pedro dos Santos Junior

MARANGUAPE-CE
2017

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TERMO DE APROVAÇÃO

JANAÍNA DOS REIS RODRIGUES

A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA CONSTRUÇÃO DO


IMAGINÁRIO INFANTIL

Artigo apresentado à Coordenação do Curso de Licenciatura em Pedagogia da


Faculdade Kurios – FAK, como requisito parcial para obtenção do título de
licenciado em Pedagogia.

Data de aprovação: ___/___/_____ Nota: _______

___________________________________________________
Janaína dos Reis Rodrigues

Banca Examinadora:

______________________________________________________
Prof. Esp. Pedro Marinho dos Santos Junior - UNIFOR
Orientador

______________________________________________________
Prof ͣ . Mestra. Rosangela Marques Duarte Castro
Coordenadora Acadêmica do Curso de Pedagogia

MARANGUAPE – CE

2017

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A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA CONSTRUÇÃO DO
IMAGINÁRIO INFANTIL

RODRIGUES, Janaína dos Reis. ¹

JUNIOR, Pedro Marinho dos Santos. ²

RESUMO

O referido artigo apresenta como foco principal a contribuição dos contos de


fadas para o desenvolvimento do imaginário infantil. Portanto, com objetivo de
sistematizar que algumas sugestões podem ser tomadas no momento de roda
de leitura nas instituições de ensino infantil, com a pretensão de instigar o
interesse das crianças pela leitura, quando se pensa formá-lo como leitor, é
que esta pesquisa vem aperfeiçoar cada vez mais o perfil do estudo que se
deve executado em sala de aula, viabilizando assim, a narração de histórias
como processo de uma atividade em seus diferentes papéis. Sendo assim, a
função da escola, e principalmente dos professores do ensino infantil, é que se
deve realizar um trabalho conjuntivo e eficaz em tudo aquilo que esteja ao
alcance em ambas às partes para melhor desenvolva uma aprendizagem mais
adequada e precisa em volta de tantos obstáculos que o discente depara com
seus estudantes no dia-a-dia. Por tanto a leitura de histórias de ficção deve
funcionar como facilitadora para a aprendizagem de tudo aquilo que esteja ao
ponto alvo da criança tornando-a como leitora que sabe e deve redescobrir
novas ideias para a nova descoberta da leitura, enfatizando a importância
dentro dos mecanismos da construção social do homem e da sociedade. A
pesquisa bibliográfica teve como base os seguintes teóricos: Brandão (2011),
Charmeux (2000), Ramos (2011) e Coelho (2000). De acordo com os pontos
analisados a pesquisa foi desenvolvida para refletir sobre a contação de
histórias para despertar o desejo das crianças pela leitura.
Palavras-chave: Contos de fadas; Educação Infantil; Narração de histórias;

ABSTRACT
This article presents as main focus the contribution of fairy tales to the
development of the children's imagination. Therefore, in order to systematize
that some suggestions can be made at the moment of reading in the institutions
of pre-school education , with the pretension of instigating the children's interest
in reading, when one thinks of forming it as a reader, is that this research
___________________
Janaína dos Reis Rodrigues do Curso de Licenciatura em Pedagogia, e-mail:
janainarodriguesyasmim@gmail.com.
Pedro Marinho dos Santos Junior. Prof. Especialista do curso de Licenciatura em Pedagogia
da Faculdade Kurios – FAK , email: pedromarinho307@yahoo.com.br.

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comes To improve more and more the profile of the study that is carried out in
the classroom, thus enabling, the narration of stories as a process of an activity
in its different roles. Thus, it is the role of the school, and especially of the
teachers of early childhood education, that effective and connective work must
be done in all that is available to both parties to better develop a more adequate
and precise learning around so many Obstacles that the student encounters
with his students in the day-to-day. Therefore reading fiction stories should act
as a facilitator for learning everything that is at the children's target point making
it a reader who knows and must rediscover new ideas for the new discovery of
reading, emphasizing the importance within the mechanisms The social
construction of man and society. The bibliographic research was based on the
following theorists: Brandão (2011), Charmeux (2000), Ramos (2011) and
Coelho (2000). According to the analyzed points the research was developed to
reflect on the storytelling to awaken children's desire for reading.

Keywords: Fairy tales; Child education; Storytelling;

INTRODUÇÃO

Nossos processos de aprendizagem passam por contar e escutar as


mais diversas histórias. Desde o início da humanidade nossos antepassados
realizavam essas ações como forma de transmitir conhecimentos e fortalecer
os laços sociais.
O sentar em círculo com ou sem livros, trocar informações e construir
conhecimentos são ações importantes para o desenvolvimento infantil. Com a
chegada da informática e a vivência em um mundo cada vez mais individualista
os contos de fadas são ferramentas importantes para desenvolver habilidades
únicas para o processo de ensino e aprendizagem.
O conto de fadas é o primeiro contato que temos com a literatura.
Mesmo sem saber ler a criança inicia seu processo de assimilação dos fatos a
partir do momento em que a mesma se depara com um livro ilustrado ou ao
ouvir uma história contada pela professora ou pelos pais. Partindo desse
conceito, a criança inicia seu processo de desenvolvimento do imaginário.
O desenvolvimento da curiosidade e imaginação necessários para
despertar o desejo de aprender, encontra nos ensinamentos presentes nos
contos de fada uma alternativa viável para a televisão e o computador.
O presente trabalho de natureza bibliográfica aborda a importância da
utilização dos contos de fada no processo de educação infantil.
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DE ONDE VIERAM OS CONTOS?

Os contos de fadas surgiram desde a antiguidade, partindo da tradição


oral e diferentes culturas no mundo. Iniciaram-se de histórias contadas de pais
para filhos e se espalhando pela sociedade. Podem ser encontrado nas mais
diferentes tribos indígenas e culturas fora da Europa, cada qual com suas
características culturais específicas.
Entretanto, somente no período da idade média, quando os conceitos
rudimentares sobre a infância começaram a surgir, foi que as histórias
começaram a ser registradas e feitas para elas.
Até então, as crianças eram vistas como um adulto em miniatura e que
não tinham uma função na sociedade, existindo apenas histórias voltadas para
os adultos e não existindo um conhecimento que hoje conhecemos como
infância que se da pelo processo de desenvolvimento das crianças.
Antes do livro a tradição oral era a forma de transmitir e manter viva as
tradições e ensinamentos presentes nos contos que davam identidade ao
grupo social.
Para o pesquisador Le Goff (1996), a memória de um povo faz com
que ele possa ficar com um sentimento de pertencimento em grupo, também
ela fornece as características culturais de um grupo e entra nas histórias
produzidas por eles e dessa forma podem compreender melhor ou questionar
sobre o mundo que vivem. Para este autor a memória social pode ser
preservada no conhecimento e tradição das histórias contadas e recontadas.
Precisamos também perceber que os contos estão presentes nas
culturas africanas e nos índios brasileiros, porem ainda pouco valorizados,
então é possível afirmar que as fadas apesar do nome e tradição de origem
europeia, estão presentes com outros nomes nas mais diversas culturas e suas
histórias guardam ensinamentos valiosos para a educação.
Também nos estudos de Pettit (2015) apesar da desvalorização dos
ocidentais pela sabedoria africana a oralidade dos contos africanos guarda
formas interessantes de maneiras de transmitir e criar conhecimentos.
Encontramos a figura dos griots enquanto transmissores da sabedoria
ancestral desempenharam papel fundamental para construir o sentimento de

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pertencimento africano mesmo quando esses povos foram escravizados e
trazidos para o Brasil. Nessa tradição de sabedoria existia a figura do mestre
contador de histórias chamado de griot e era escolhido desde a época da
infância para realizar esse importante trabalho (PETIT, 2015).
Para Bâ (2003), o conto narrado em um contato humano de
ensinamento é capaz de mostrar o poder das palavras e realizar a preservação
dos ensinamentos que muitas vezes não eram registrados no papel. Esse
momento era especial, pois, o “[...] mestre contador de histórias não se limitava
a narrá-las, mas podia também ensinar sobre numerosos outros assuntos [...]”
(BÂ, 2003, p.174), dessa forma era um professor e sábio e também era
possível cumprir um papel social de sabedoria na relação de respeito das
crianças com os mais velhos.
Com o surgimento dos livros, os contos relatados nos livros foram
construídos para atender os adultos e obedecia aos costumes e a igreja. Sua
comercialização era tímida.
Com o avanço das concepções acerca do que é ser criança, antes
pensada como sendo um adulto em miniatura, segundo Àries (1981), mas
modificada a partir dos séculos XVII e XVIII, período em que passou a ser
considerada e entendida como um ser que precisa de cuidados e
conhecimentos é que os conteúdos abordados nos livros passaram a se
preocupar com o público infantil surgindo então os primeiros livros de contos de
fadas e histórias folclóricas. Somente por meio da veiculação de livros infantis
para promover interesse em sua leitura é que a criação desses métodos
literários se expandiu (MATTOS, 2009).
Os criadores mais reconhecidos dos livros infantis são os Irmãos Jacob
Grimm e Wilhelm Grimm, que fez muito sucesso até os dias atuais com suas
histórias e seus contos. Além das ótimas histórias e das atribuições para
desenvolver o imaginário das crianças, os irmãos Grimm também auxiliaram
para a língua alemã com um vocabulário e, assim, estabeleceram um estudo
mais fundamentado da língua e do folclore em modesta parte. As mais incríveis
obras dos irmãos Grimm são representadas em contos e lendas para os
pequenos (Bettelheim, 2002, p. 351).
Os contos para as crianças, na realidade, eram contos destinados às
pessoas adultas, o que ocorreu por muitos anos somente depois é que os

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mesmo foram reformulados somente para as crianças. Os irmãos Grimm, na
real história, transformaram a imaginação ligada para os pequenos. “Todos os
livros de contos de fadas dos Irmãos Grimm foram analisados com respeito às
origens de cada história, seus diversos episódios em todo o mundo, suas
relações com outras lendas e contos de fadas” (BETTELHEIN, 2002, p. 351).
Com isso foram surgindo histórias que são consideradas hoje em dia
antigas, mas que auxilia no processo de aprendizagem da criança como, temos
como exemplo, a história de João e Maria, Chapeuzinho vermelho, A Bela e a
Fera.
No século XX, o ensino infantil passou a ter como objetivo não só de
cuidar como também de educar. Tais mudanças colaboraram para o
distanciamento da leitura por prazer, aplicada de forma lúdica que ampliasse a
imaginação literária da criança (CASTRO, 2008).
A partir dos anos 1970, o país teve uma grande colaboração de
escritores interessados na imaginação infantil, dentre eles, citamos Monteiro
Lobato com suas fantásticas histórias que deixavam e deixam até hoje as
crianças e os adultos deslumbrados com os encantos do Sítio do Pica–Pau
Amarelo. Suas inúmeras obras proporcionaram o acesso ao mundo leitor de
modo lúdico, uma vez que, possibilitavam o pensamento do sujeito mediante
sua vivência social (CASTRO, 2008).

O SURGIMENTO DAS FADAS

A palavra fada surgiu do latim fatum e significa (destino, fatalidade,


oráculo), Quintas (2008). Elas tiveram origem nos povos célticos, germânicos e
nórdicos, porém popularmente consideram que as fadas são de tempos bem
mais antigos do que a existência da terra, que ainda estava na formação de
rios, montanhas, mares e não havia surgido nem a espécie humana.
As fadas ocupam um lugar no imaginário das crianças até nos dias
atuais, e são consideradas mitos e também fazem parte dos contos populares.
Muitas pessoas acreditam que elas tenham o poder de realizar sonhos e até de
mudar o destino dos seres humanos. Essas criaturas fantásticas exibem muita
beleza e aparecem sob a forma feminina.

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É atribuído também as fadas os efeitos que acontecem na natureza,
como a chuva, sol, raios entre outros, elas também exercem a função de
protetoras de bosques, árvores, rios até mesmo uma pequena florzinha pode
ter o espirito protetor de uma fada.
As fadas são como os deuses e outros espíritos da natureza, seres
imaginários da cultura popular que a tradição conserva e enriquece através dos
contadores de histórias. Os contos infantis e a literatura da idade média nos
mostram que as fadas são seres do sexo feminino e cheias de poderes
sobrenaturais, seus traços físicos são jovens, com uma beleza exuberante e
sempre muito bem trajada, carregam consigo uma varinha com uma estrela na
ponta, tal objeto é dotado de poderes mágicos. Popularmente se crer que as
fadas tinham poderes para encarnar o mal e virarem bruxas.
Entende-se também que as fadas tinham poderes sobre o destino dos
seres humanos, a elas cabiam a responsabilidade de tecer o fio da vida, que
começava com o nascimento que elas assistiam dos bebês e os presenteavam
com dons como, beleza, sabedoria, inteligência entre outros.
Elas também teriam a missão de cortar esse fio e assim romper a vida,
porém antes de fazer isso ela os leva para um incrível passeio pelo mundo das
fadas e após anunciam a morte dos humanos.

Literatura e contação de histórias no ensino infantil

Algumas condições variáveis e múltiplas como a leitura na escola,


requer o olhar sensível e nuançado para as especificidades de cada fase de
formação e também para as peculiaridades das intervenções que envolvem
cada segmento da escolaridade. Intermédios que acontecem nos espaços e
tempos dedicados à leitura na escola.
Na educação infantil não poderia ser diferente. Nesta fase, a leitura
literária e a contação de histórias conta em grande medida com a mediação de
professores e bibliotecários, em atividades de narração de histórias e leituras
de imagens e poemas, que possibilitem a construção de sentidos por esse
leitor, do qual ainda não se espera que saiba ler sozinho.

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Espera-se que nesse segmento da escolaridade, as crianças
tenham contato permanente com esses bens culturais que são
os livros de ficção, para que se familiarizem com eles de modo
a interagir com a linguagem literária, nos textos e nas
ilustrações, preparando-se para compreender esses usos
sociais da escrita (RAMOS, 2011, p. 20).

Através da contação de histórias, se feito de maneira adequada quando


as crianças iniciam a sua trajetória escolar, é uma oportunidade de desenvolver
o imaginário, o gosto pela leitura e o interesse por livros, e pode ainda
contribuir consideravelmente para a etapa posterior, quando o aluno aprenderá
a ler e escrever, pelo fato deste já ter participado de situações escolares de
leitura.
Mas para que isso ocorra, essas experiências precisam ser bem
sucedidas, de modo a aguçar a vontade de ler mais e conhecer outros livros
que compõem o grande acervo de obras da cultura escrita endereçado a
crianças.
Nas situações de leitura mediadas que ocorrem na educação infantil,
vale ressaltar uma relação mais cúmplice e aproximada, em que o mediador
também escute as manifestações, palavras ou gestos das crianças, uma vez
que na escuta compreensiva e nada passiva que elas realizam pode-se
conduzir melhor a leitura e a mediação.
Várias atividades podem ser desenvolvidas em sala de aula com os
livros, além da contação de histórias, também, com os livros da biblioteca,
como: após a leitura pela professora, as crianças podem representar em
desenhos partes da narrativa, fábula ou conto de fadas, as mesmas lidas pela
professora podem ser dramatizadas pelos pequenos, as crianças podem
apresentar e ler um livro de imagem para os colegas de uma outra sala, os
alunos devem recontar oralmente uma história que foi lida pela professora, os
discentes realizam ainda uma memorização e/ou recitação de poemas curtos,
também podem preparar um cartaz de propaganda de um livro de que tenham
gostado, para expô-lo na biblioteca e incentivar colegas a procura-los.
Além disso a professora, em parceria com a pessoa responsável pela
biblioteca, pode orientar o empréstimo de livros para as crianças, com dois
objetivos principais: para que familiares leiam o livro para a criança, para que

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as crianças contem a seus familiares folheando o livro, a história que foi lida
pela professora.
A variedade do acervo aponta para a pluralidade de abordagens dos
livros em atividades na sala de aula e nos espaços das bibliotecas. Por isso a
opção ler com as crianças pode ser o método mais interessante na educação
infantil.

Leituras de imagens a partir de histórias contadas

O uso da imaginação se torna amplamente importante na condução de


conhecimento da criança de maneira que as histórias de ficção vão surgindo
gradativamente em sua vida através do aprendizado em sala de aula, desde a
menos fascinante até a mais encantadora. Estes são fatores estabelecidos que
possibilitam que a criança desperte a criatividade, atenção, e o interesse pela
leitura e respectivos livros, proporcionando assim a conquista e a formação de
sua identidade.

Observar é dar uma direção intencional à nossa percepção,


percebendo as coisas, distinguindo-as das demais, em
definitivo, descobrindo-as. Observar é um ato comum nos
humanos, mas, para ser um bom observador é necessário
conjugar outras habilidades e capacidades de associar ideias e
imagens (CHARMEUX, 2000, p. 19).

As ações através da contação de histórias devem ser contextualizadas,


para determinar uma nova descoberta que sempre se transformam em uma
nova imaginação, em nova forma de imaginar.
Quando o aluno só observa, sem entender capta muitas informações e
associa-as respeito, no entanto, a leitura de imagens pode ser benéfica para
estimular seu crescimento cognitivo, tanto na comunidade escolar quanto no
ambiente familiar.
Como podemos perceber, as ilustrações são recursos inesgotáveis de
socialização lúdica e afetiva, pois tudo o que está ao redor da criança é
observado pela mesma.
Entretanto para uma aprendizagem satisfatória é necessário que o aluno
produza o conhecimento, associe os conteúdos. E a leitura de imagens a partir

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de histórias é um recurso essencial para auxiliar na aprendizagem, neste
sentindo.

A percepção é a capacidade de perceber ou conceber pelos


sentidos, aprender, compreender, criar uma ideia sobre alguma
coisa. Se quiséssemos ser poéticos poderíamos dizer que
perceber é fazer uma colheita das ideias que estão contidas
(CHARMEUX, 2000, p.18)

É através da percepção visual que a criança amplia seu relacionamento


social, pois é por meio das atividades lúdicas que a criança começa a
expressar-se com menos dificuldade, ouvir, observar, concordar e discordar de
opiniões, procedendo a seu questionamento próprio, sendo questionado e
socializando sua vontade de interagir.
A criança observa tudo aquilo que está presente no seu ambiente, extrai
o seu imaginário lúdico do seu cotidiano, por tanto, as crianças sendo
estimuladas a observar, estarão mais preparadas inteiramente para limitar suas
ações e emoções em meio ao ambiente social, absorvendo assim conceitos
positivos para resolver situações da sua vida.
Durante a infância, as crianças desenvolvem habilidades integrantes que
as descrevem como seres que observam e imaginam o universo de uma forma
muito do seu jeito. Mediante as interações que elas determinam desde cedo
com os indivíduos que lhes são mais próximos e com o meio que as rodeiam,
elas revelam seu esforço para entender o ambiente em que vivem por meio dos
seus anseios e desejos.
Muitos educadores percebem que nos dias de hoje a criança quando
chega à escola já é uma experiente leitora do mundo pelo simples fato de
chegar observando tudo e fazendo questionamentos do que está sendo
observado. No entanto ela começa desde cedo a atribuir meios aos seres e
conceitos do mundo ao seu redor. No intuito de compreender e interpretar o
meio, essa busca de perspectivas interpretada pelos alunos deve ser
compreendida pela professora como instrumento que, assimilado a rotina
pedagógica, pode despertar o aprendizado da criança.
A leitura do livro através de imagens ou amostra de ilustrações é
considerada como um método que dever ser permanente e continuado, que
inicia no momento em que o aluno é capaz de ter percepção de sinais e
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discernir significados que vai acompanha-lo por toda vida. Além da interação
que a contação de histórias, as imagens e ilustrações proporcionam, elas são
fundamentais como mecanismo para desenvolver o imaginário, a habilidade, a
atenção, a capacidade, a criatividade, a habilidade de criatividade para melhor
despertar o interesse pela aprendizagem.
Ouvindo histórias e lendo as imagens que ela traz o aluno terá
oportunidade de desenvolver capacidades precisas futuramente em sua
atuação profissional, como: atenção, afetividade, compreendendo regras, tendo
costume de concentrar-se, entre outras capacidades.
Segundo Benjamin (1984) em um livro repleto de ilustrações as crianças
desenvolvem melhor sua atenção e percepção, e criam um cenário ilusório
sobre os personagens e ambiente que ali se expressam. Nessa perspectiva, a
leitura de imagens através de histórias contadas pela professora vem contribuir
inteiramente para o aprendizado do aluno.
Para Cruz (2009), o processo de leitura é organizado na experiência
com os símbolos gráficos que despertam ideias e abrem espaços para um
mundo de possibilidades e pensamentos.
Percebe-se que a leitura de qualquer forma que ela esteja representada
é uma capacidade da pessoa não importando a idade, porém mais voltada na
fase da infância, na qual ela deve ser vivida, não só como meio didático, mas
com intuito de despertar as capacidades dos alunos, visto que o aprendizado é
interpretado pelas relações empíricas e interpessoais e combinações
recíprocas que se demonstram mediante toda a formação cognitiva da criança.
Considera-se que toda imagem é um texto, porém passível de leitura.
Nesse contexto para se propor uma boa leitura através de imagens e
ilustrações é necessário primeiramente realizar “descrições visuais”,
manualmente ou mentalmente, com intuito de destacar as linhas e formas que
constituem a imagem. Em seguida, identificar os elementos essenciais, as
condutas relacionais presentes no plano de expressão e realizar a união entre
eles com o objetivo de explorar o plano do conteúdo, esse que estimula os
efeitos de sentido que uma respectiva imagem produz, e que por sua vez
determina seu significado.
Portanto, a introdução da contação de histórias com a leitura de imagens
e práticas lúdicas no dia a dia escolar se torna muito interessante, devido a

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sequencia que os mesmo exercem frente ao aluno, pois no momento eles se
sentem envolvidos na operação, torna-se mais fácil e atrativo no processo de
ensino aprendizagem. Pois para as crianças a aprendizagem também está na
prática de leitura de imagens, considera-se que o ato de ler ultrapassa
habilidades de simples decodificação de palavras.
O método de leitura a partir imagens tem chamado atenção dos
professores, desde que novas abordagens trouxeram a imagem da contação
de histórias para a sala de aula. Porem nem sempre esse assunto tem sido
discutido de maneira a considerar o sujeito da leitura: a criança. A imagem, por
cultura própria, é vista como um código decifrável pelos alunos. Cada ilustração
representa uma única unidade de ação e leitura, o que possibilita aos leitores a
compreensão do texto e a utilização de um dicionário adaptado às situações
propostas em seu dia-a-dia.
Consideramos que a contação de histórias é um instrumento de ensino
ativo, tem a capacidade de ligar diretamente a inteligência e o imaginário da
criança e que tem um significado que permite ao leitor e ouvinte adentrar por
seu conhecimento da vida pessoal, tanto histórica como cultural, permitindo
novas experiências e recitações no qual a exploração do imaginário, da
ludicidade, das fantasias, que são objetivos de interação participativa da
criança com o conteúdo, onde possa leva-lo a experimentar o sabor literário.
A leitura de imagens através de histórias contadas pela professora
possibilita que a criança desperte o desejo pela leitura e desenvolva outras
habilidades, pois uma vez que a mesma assista uma contação de historias
através de imagens, ela obviamente irá querer representa-la através de
desenhos, pinturas, questionamentos ou até mesmo gestos realizados pelos
personagens que ali atuam. Com isso estimula o aluno a ser participativo das
atividades propostas, a socializar com o ambiente escolar e com outros
ambientes, além do mais que auxilia no desenvolvimento mental da criança.
Neste sentido, deve haver uma valorização da criança como um ser
ativo. Pois segundo a autora a professora não deve dar uma resposta pronta,
mas fazer com que o aluno pense, reflita e tire suas próprias conclusões do
que está sendo observado, considerando que cada criança como um ser único
de inúmeras possibilidades de aprender e expressar-se por meio de seu
emocional, sentimento relacionado à sensibilidade.

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A percepção visual é o primeiro aspecto a assinalar. Para todos aqueles
que não são cegos, a leitura se faz com os olhos – nem os ouvidos nem a voz
têm algum papel a desempenhar nela. (CHARMEUX, 2000).
Conclui-se ainda que a criança mesmo antes de ser alfabetizada já
realiza leitura de imagem, identifica diversos fatores através da percepção
visual e nesta premissa vemos o quanto é importante trabalhar com ilustrações
na educação infantil, principalmente por que vivemos em um mundo cercado
por imagens.
No entanto, como educadores infantis devemos progredir a educação do
olhar, considerando a importância da construção e reconstrução do
conhecimento, além do que as imagens não estabelecem só a função de
informar, mas também de educar e desenvolver o aprendizado.

Como organizar a hora do conto

A roda de histórias na educação infantil é o momento que a professora lê


histórias, apresenta personagens e conversa com as crianças sobre o que foi
lido. E é tão importante quanto o incentivo a despertar o interesse dos alunos
pela leitura. No instante em que a professora começa o momento de contação
de histórias os alunos despertam sua curiosidade, imaginação e interação, bem
como se seus alunos não tiverem desenvolvido a leitura e ela mostrar somente
as imagens do livro os mesmo vão criar sua própria história e tirar suas
conclusões sobre ela.
E com o interesse que foi despertado pode-se incentivar a leitura dos
alunos proporcionando oportunidade deles paginarem livros e revistas
espalhados pela sala.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil “a criança igual a todo ser humano, é um ser histórico e social que faz
parte de uma composição familiar que está incluída em uma determinada
sociedade, com uma conceituada cultura, em um definido momento histórico”
(BRASIL, 1998, p.62).
A narração de histórias está diretamente ligada a imaginação da criança.
É uma ferramenta que não incentiva somente o imaginário como a interação do
aluno com a professora e colegas e desenvolve seu vocabulário. No momento

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da contação é importante que a professora tenha o objetivo de atrair a atenção
das crianças imitando as vozes dos personagens e gesticulando. É preciso
também preparar a sala para que as mesmas possam receber um mundo de
ideia sobre as histórias.
Sabe-se, no entanto que a narração de contos de fada é uma das
atividades mais antiga e que era vista como forma de distração para as
crianças. Mas hoje em dia ela é vista como forma de aprendizagem em
diversos aspectos no processo de construção de conhecimento das crianças
como: no vocabulário, imaginação, coordenação motora a partir de gestos em
situações que a história promove a interação da criança com a professora e os
demais colegas e sua vida social fora do ambiente escolar.
Hoje percebemos a evolução das histórias contadas em sala de aula,
pois a mesma é considerada como um auxílio precioso ao ensino pedagógico
de educadores do ensino infantil.
Ao ouvir histórias, as crianças descobrem, por tanto, que podem entrar
em um mundo de ficção, preenchendo uma necessidade vital, humana.
(QUEIRÓS, 2009).
A contação de história incita à imaginação, o vocabulário, a criatividade,
incentiva o gosto pela leitura, coopera na construção de identidade da criança
incluindo a socialização e a afetividade.
Assim as histórias contadas pela professora vão está colaborando
também na forma como a criança vai se socializar, se comportar mediante
situações cotidianas e transformar seu modo de pensar em relação algum
conflito. Contar histórias e recitar versos é práticas da cultura da humanidade
que antecipa o desenvolvimento e a formação da personalidade.
De acordo com Brandão e Rosa (2011) todas essas aprendizagens são
de natureza sociocultural, por tanto, não ocorrem espontaneamente como
decorrência do desenvolvimento biológico, mas resultam da participação de
crianças em praticas socialmente circunscritas, em que ouvem histórias, lidas
ou contadas, com a mediação de adultos.
Então o professor como papel do mediador deve contribuir para que
essas aprendizagens se tornem cada vez mais um fator coerente na vida da
criança. Pois até mesmo nós como adultos ao ouvirmos ou lermos histórias
reais ou não, nos emocionamos, paramos para refletir no que foi entendido, se

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realmente conseguimos captar a mensagem transmitida pelo autor ou narrador
e se poderia ter tido outro fim, assim são as crianças ao se questionarem a si
mesmas sobre a história contada pela professora.
Uma estratégia interessante é trabalhar com metodologias ativas, “[...] a
roda de histórias possibilita que a constituição de uma identidade grupal faça
parte das práticas educativas [...] ” ( BRANDÃO e ROSA, 2011, p. 37) de
forma interativa na construção do conhecimento das palavras, dos enredos
para despertar a curiosidade sobre o final do conto.
Conseguir gerar e atrair a atenção das crianças pela narrativa textual,
utilizar o suspense e trabalhar com as questões sócias pode ser uma forma
viável para ampliar as capacidades cognitivas para a leitura e escrita.
Para Charmeux (2000) o aprendizado foi considerado por diversos anos
como modo de ocupar os espaços da aprendizagem através das informações
que o professor ministra, quase como fechar os buracos do conhecimento com
o saber do próprio docente.
A contação de histórias é considerada uma fonte inesgotável de prazer,
emoções e conhecimentos, em que a ludicidade e o encanto são pontes
condutoras no interesse a leitura e à formação de crianças leitoras. As histórias
despertam nas crianças a imaginação o encantamento, a emoção e o interesse
pela escrita e leitura. Ao ouvir uma história a criança começa a interpretá-la de
várias formas, ao desenhar, ao conversar, ao imitar personagens, ao identificar
nomes de pessoas, letras contidas no título da história. No entanto não se pode
afirmar que a contação de histórias não pode ser utilizada como método de
ensino, pois é uma ferramenta fundamental do aprendizado cognitivo das
crianças.
A autora Charmeux (2000), relata que “os discursos do professor, assim
como as leituras que são feitas, não se depositam tais e quais na mente do
aluno”. De fato, a cada informação ouvida se produz uma reorganização do
saber anterior, a partir de uma seleção inconsciente do que foi dito ou lido. No
entanto podemos observar que quando a professora ler uma história na sala o
aluno passa a construir seu próprio conhecimento. Contar histórias ajuda no
desenvolver a linguagem, mostra para a criança o mundo encantado da arte,
amplia os significados e estrutura instantes de interação entre a turma e os
professores.

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[...] embora pareça óbvio que ser capaz de ouvir histórias em
grupo seja uma conduta natural, não precisando ser ensinada,
evidências de pesquisa mostram justamente o contrário, ou
seja, que as crianças precisam aprender sobre o que é fazer
parte de uma roda de histórias para que sejam participantes
ativas dessa atividade. (BRANDÃO; ROSA, 2010, p.35).

De uma forma ou de outra somos nós os adultos que produzimos as


fantasias que as crianças vão absorver. Pois considerando a importância
cultural e até mesmo psicológica dessas fantasias para a infância o educador
tem sim, que ter em mente a responsabilidade que ele vai ter ao despertar a
imaginação da criança. Por isso se o intuito for trabalhar a literatura infantil, tem
que se realizar um trabalho bem feito, com base nas melhores teorias e
práticas, nas quais são abordados por muitos autores.

[...] ao contar histórias atingimos não apenas o objetivo, e sim o


nível de imaginação e, consequentemente as dimensões do
mítico-simbólico e do contexto oculto, [...] formamos leitores,
valorizamos etnias, mantemos a história viva e nos sentimos
vivos, encantamos e sensibilizamos o ouvinte ao estimular o
imaginário, a articular o sensível, a tocar o coração, a alimentar
o espírito e resgatar significados para a nossa existência [...].
(BUSATTO 2008, p. 45-46).

Apenas saber ler não é o suficiente, é preciso discutir, contestar ou


aceitar o conhecimento recebido para se construir um pensamento próprio e
novos pensamentos. No entanto, ao narrarmos uma história estaremos
elevando o nível de pensamento da criança, como também desenvolvendo seu
conhecimento em diferentes aspectos, no qual o principal é fazê-la refletir o
que foi lido despertando varias formas de pensamento da mesma.
As histórias de preferência das crianças são sempre aquelas que de
alguma forma respondem a questionamentos, a conflitos emocionais que elas
viveram ou estão vivendo. E é por isso que os livros e consequentemente as
histórias, não são só atividades pedagógicas, ou alguma forma de incentivar a
leitura, ou de aproximar a criança do livro ou por algum fim educativo, pois
considera-se que os livros são muito mais do que isso, entende-se que os
livros são uma forma das crianças resolverem seus próprios conflitos, a sua
identificação com sua personalidade e encontrando um jeito melhor de ser.

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Para que o trabalho incentivador da leitura dê certo terá que levar em
conta que a literatura atende a curiosidade infantil em diversos campos,
inclusive das disciplinas que compõem o conjunto de aprendizado da escola.
Além, disso os livros de ficção devem ser usados para complementar, introduzir
ou aprofundar conceitos de linguagem em qualquer que seja a disciplina.

[...] uma arte extremamente envolvente e que pede a


participação: a arte de ler oralmente e contar histórias. As
histórias refletem a expressão artística e o imaginário de uma
pessoa, uma comunidade ou um povo. Assim, ler e contar oral
e expressivamente são artes próximas do teatro. Uma arte
extremamente envolvente e que pede a participação: a arte de
ler oralmente e de contar histórias. (PACHECO 2007, p.57).

Esses momentos de aprendizagem cultural conseguem atrair adulto,


idosos e crianças, atividades que fazem avançar a formação e o
aprimoramento das capacidades mentais e permitem que a imaginação possa
sair do lugar comum. Despertar o interesse pela leitura e escrita podem
encontrar no conto um começo viável e acessível para a sensibilização do ato
de aprender.
A hora da contação deve ser um momento diferente no dia a dia da sala
de aula, repleta de objetos cênicos e lúdico, de preferência em círculo para que
todos possam ver e compartilhar as reações uns dos outros.

Através da transmissão vocal a criança descobre não só


a especificidade da língua escrita – precisão do léxico e
peculiaridades da sintaxe – mas, principalmente, a sua
função. Ao escutar várias vezes o mesmo texto, ela vai
descobrir, pela repetição das mesmas palavras a sua
permanência. (BAJARD 2002, p. 185).

Ouvir história é uma das atividades preferida das crianças, pois elas se
envolvem com seu encantamento e adjetivos empregados que todo reconto é
bem aceito por eles. As histórias são responsáveis por desenvolver a
criatividade e estimular o lado intelectual, afetivo e moral. Além de outros
aspectos importantes ao desenvolvimento pleno da criança.
A narração de histórias é considerada um exercício que não ocupa
somente a imaginação das crianças, mas de qualquer pessoa, seja ela ouvinte

19
ou narrador. Ao narrar as histórias para os alunos a professora terá que
observar como seus alunos estão recebendo as informações, se todos estão
compreendendo, pausando e dando breves explicações de passagens que elas
terão dificuldade de entender, como o aluno está demonstrando suas emoções
e se aquele momento está sendo significativo para o desenvolvimento da
aprendizagem das crianças. Pois não basta somente narrar à história e deixar
que as crianças permaneçam com suas dúvidas e questionamentos, pois
aquele momento se torna muito importante até para as crianças que não
sabem ler ainda, que é a questão do letramento, onde as mesmas vão
identificar letras nos títulos das histórias associando-as ao seu nome próprio.
Transpondo estas ideias para o ensino infantil, podemos dizer que a
leitura de histórias de ficção tem objetivos semelhantes às outras atividades e
abrange a descrição, interpretação, compreensão na leitura, sendo ela narrada,
lida ou ouvida pelas crianças.
O contato com a literatura movimenta aspectos internos muito
importantes para a formação integral da criança como: caráter, raciocínio,
criatividade, senso crítico, e respeito. Permite aos professores sensibilizar as
crianças na intenção, em alguns casos, de conseguir mudanças
comportamentais, assim auxiliando-as a compreenderem as mensagens das
fábulas, contos e algumas histórias.
Podem aprender sobre as más atitudes que resultam em consequências
negativas e percebem que atitudes de respeito, solicitude, tolerância trazem
benefícios e uma vida construtiva e harmônica. “Desde as origens, a literatura
aparece ligada à função de atuar sobre as mentes, nas quais se decidem as
vontades ou as ações; e sobre os espíritos, nos quais se expandem as
emoções, paixões, desejos e sentimentos de toda ordem” (COELHO, 2000, p.
43).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conto de fadas é um exercício praticado a muito tempo pelos adulto,


mesmo antes de a criança ser vista como é nos dias de hoje. Porém, com as
transformações ocorridas durante o passar dos anos, esse método foi sendo
adaptado quase que exclusivamente para os pequenos, elemento que nos dias

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atuais contribui no processo de construção do imaginário e do conhecimento.
Praticado ainda nas instituições de ensino infantil.
Observa-se que o momento de narração da história é um assunto
ainda muito discutido, pois é considerado para o lúdico um método rico, de
grande importância e interessante de se praticar, pois é uma maneira de
despertar o imaginário e o interesse das crianças pela leitura onde eles possam
explorar mais o conhecimento e desenvolver uma boa aprendizagem.
Além disso, é de grande importância que o professor estimule seus
alunos, pesquisando e buscando a criatividade para fazer da roda de histórias
um momento único e mágico na vida das crianças, procurando elaborar um
planejamento estruturando que seja de fácil compreensão e de fácil
entendimento pelos seus alunos.
Escolher histórias em que primeiro o educador se encante para que
depois possa alcançar esse simples resultado nas crianças. E que no momento
de se pensar e planejar a roda de história o professor saiba o vai precisar, o
que se pode usar no momento, como por exemplo, criar uma música antes e
depois da contação como meio de fazer com que as crianças comecem
interagindo nesse momento, o uso dos fantoches, gestos na hora da contação,
imitar e inventar vozes dos personagens onde prenda a atenção das crianças,
criar ambientes contidos nas histórias e juntos com os alunos fazer de conta
que está explorando tais lugares, entre outras sugestões que possam ser
adotadas no momento da contação.
O presente estudo permitiu também verificar que através das histórias
de ficção pode-se aplicar atividades bem interessantes para crianças que não
sabem ler e escrever, atividades essas que contenha realização de desenhos,
identificação de letras nos títulos das histórias, atividade oral em que os alunos
expõem suas próprias ideias em relação ao que foi lido, ou as mesmas podem
narrar uma história através de ilustrações mostradas pela professora.
Concluímos ainda, que o uso da contação de histórias em sala de aula
ou biblioteca é tão necessário quanto às demais atividades na Educação
Infantil, pois em muitas instituições de ensino infantil é fundamental que o
professor adote esse método como uma das atividades de rotina e que não são
bem realizadas que de alguma forma que consiga chamar atenção dos alunos
despertando assim o interesse dos mesmos para os livros.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

.
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