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EXMO. SR. DR.

JUIZ FEDERAL DA 3ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DA


SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO-MT

PROCESSO N°: 19307-77.2016.4.01.3600


AUTOR: ADILSON ANTONIO CLAUDIO
RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

AUBECI DAVI DOS REIS, Engenheiro de Segurança do


Trabalho, registrado no CREA (MT) 08952/D – MT, perito nomeado e compromissado
nos autos da Reclamação Trabalhista do processo em epigrafe, tendo efetuados as
diligencias necessárias ao cumprimento de seu mandato, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência apresentar seu Laudo Pericial, com referência a CONCESSÃO DE
BENEFICIO PREVIDENCIÁRIO em local de trabalho do Reclamante, requer sua juntada
aos autos para os fins de direito nos fundamentando e razões como segue:
LAUDO PERÍCIAL

1.0 OBJETIVO
Adilson Antônio Claudio move Reclamação Trabalhista contra o Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, com pedido de CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO.
O objetivo da perícia é a avaliação do ambiente do trabalho, apurar as
condições de trabalho, e verificar se o Reclamante laborou em atividades sob condições
especiais, insalubres, perigosas e penosas a saúde.

2.0 DOCUMENTAÇÃO
Para realização da perícia e elaboração do Laudo Pericial tomou-se como base
dados existentes no Processo que tramita nesta Vara e a Legislação vigente sobre a
matéria.

3.0 FUNDAMENTAÇÃO
Tendo como base a hierarquização das Leis vigentes no País, fez-se uso das
seguintes consultas:
 Art. 7° inciso XXIII, da Constituição Federal de 1988;
 Capítulo V, da Segurança e Medicina do Trabalho – CLT;
 Enunciado 289/TST: Fornecimento do Aparelho de Proteção;
 Enunciado 293/TST: Agente Nocivo Diverso Apontado na Inicial;
 Enunciado 047/TST: Trabalho Intermitente em Condições Insalubres;
 Enunciado 271/TST: Substituição Processual;
 Sumula 460 STF: Enquadramento das Atividades Entre as Insalubres;
 Lei 6.514/77 e sua Portaria 3.214/78 em especifico:
o Norma Regulamentadora NR-6 – Equipamentos de Proteção
individual;
o Norma Regulamentadora NR-9 – Programa de Riscos Ambientais;
o Norma Regulamentadora NR-15 – Atividades e Operações
Insalubres;
o Norma Regulamentadora NR-16 - Atividades e Operações Perigosas;
 Portaria 3.311/89 MTb – Instrução para elaboração de Laudo de
Insalubridade e Periculosidade.

4.0 METODOLOGIA PERÍCIAL


A metodologia utilizada na elaboração desde laudo segue o prescrito nas NR
– Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e em especifico, o
item 15.6 da NR15 – “Atividades e Operações Insalubres” e seus Anexos – e NR16 –
Atividades e Operações Perigosas – Portaria n.° 3.214/78 e Portaria n.° 3.311/89 do
Ministério do Trabalho e Emprego – Instrução para Elaboração de Laudo de
Insalubridade e Periculosidade”.
4.1 Metodologia de Medição do Agente Físico Ruído
Medição feita com o uso de um medidor múltiplo (Termo-Higro Decibelímetro
Luxímetro), de marca INSTRUTHERM, modelo THDL-400, operando no circuito de
compensação “A” e circuito de resposta lenta (slow), para ruído continuo e intermitente.
O microfone do medidor de nível de pressão sonora foi colocado na altura do
ouvido do trabalhador exposto. E na direção da fonte geradora do ruído.
Os valores obtidos, pelo instrumento, foram comparados com os níveis de
pressão, sonora máxima permitida, em função do tempo de exposição a que o
trabalhador ficou submetido, de acordo com o anexo n.°01 da NR15 da portaria n.°
3,214/78 do MTE, utilizando desta forma a equação;
(%𝐷𝑜𝑠𝑒 × 𝑇𝑐)
𝐿𝑒𝑞 = log⁡{ } × 16,61 + 𝐿𝐶
(100)
Onde:
LC = Nível de Critério
%Dose = Valor da dose fornecida pelo aparelho
T = Tempo de medição do Ruído

4.2 Metodologia de Medição do Agente Físico Calor


Medição feita com o uso de um medidor múltiplo (Termo-Higro Decibelímetro
Luxímetro), de marca INSTRUTHERM, modelo THDL-400.
As leituras foram efetuadas na altura do abdome próximo ao ponto onde o
trabalhador desenvolvia as suas atividades laborais. O critério adotado foi para
ambientes externos com carga solar conforme anexo n.° 3 – NR15, utilizando desta
forma a equação:
Ambientes internos ou externo sem carga solar
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 = 0,7𝑡𝑏𝑛 + 0,3𝑡𝑔
Onde:
IBTGU = índice de bulbo úmido – termômetro globo
tbn = temperatura bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
Comparação dos Valores obtidos na equação, com os limites de tolerância para
exposição ao calor contidos no quadro n.° 1 do Anexo da Norma Regulamentadora NR15.
4.3 Equipamentos Utilizados
O equipamento da INSTRUTHERM (THDL-400) atende as normas e
especificações vigentes, tendo com isso a necessária confiabilidade nas leituras
efetuadas e respectivas conclusões:

 Display de cristal líquido (LCD)


de 3 ½ dígitos;
 Funções: Termômetro,
higrômetro, decibelímetro e
luxímetro;
 Termômetro:
- 20ºC ~ 750ºC (duas faixas);
- 4ºF ~ 1400ºF (duas faixas);
 Resolução: 0,1ºC / 0,1ºF; 1ºC /
1ºF;
 Precisão:
± 3% da leitura + 2ºC;
± 3% da leitura + 2ºF;
 Tipo de sensor: Termopar tipo K
 Higrômetro: 25% ~ 95% RH
-Resolução: 0,1% RH;
-Precisão: ± 5% RH;

 Decibelímetro: 35dB ~ 130dB, em 4 faixas


-Resolução: 0,1dB;
-Ponderação: A e C;
-Precisão: ± 3,5dB;
 Luxímetro: 0 ~ 20000 Lux, em quatro faixas
-Precisao: ± 5% da leitura + 10 dígitos (calibrado à temperatura de cor de
2856K);
-Repetibilidade: ± 2%;
-Fotocélula: Fotodiodo de silício com filtro;
 Taxa de atualização: 1,5 vezes por segundo, nominal;
 Temperatura de operação: 0ºC ~ 40ºC, < 80% RH;

5.0 EMPRESA EM QUE O RECLAMANTE LABOROU


Pessoa Jurídica de Direito Privado, que tem como suas atividades, exames
clínicos laboratoriais.
Nome: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A
Função: Operador de Subestações
Local: Coordenadoria Regional de Serviço Operações Rondonópolis
Endereço: Rondonópolis – MT
Período: 30/10/1990 a 30/11/2004
Nome: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A
Função: Despacho de COR I
Local: Coordenadoria Regional de Serviço Operações Rondonópolis
Endereço: Rondonópolis – MT
Período: 01/12/2004 a 30/06/2007

Nome: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A


Função: Técnico Eletricidade I
Local: Coordenadoria Regional de Serviço Operações Rondonópolis
Endereço: Rondonópolis – MT
Período: 01/07/2007 a 31/03/2008

Nome: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A


Função: Operador de Sistema COR III
Local: Coordenadoria Regional de Serviço Operações Rondonópolis
Endereço: Rondonópolis – MT
Período: 01/04/2008 a 30/04/2013

Nome: ENERGISA MATO GROSSO – DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S. A.


Função: Técnico de Redes e Linhas II
Local: Coordenadoria Regional de Serviço Operações Rondonópolis
Endereço: Rondonópolis – MT
Período: 01/05/2013 até a presente data

6.0 ATIVIDADES EXERCIDAS PELO RECLAMANTE


A parte reclamante, de acordo com as informações presentes nos autos, e
pelas informações prestadas durante a diligência, exerceu seu vínculo empregatício nas
funções de Operador de Subestações, Despacho de COR I, Técnico Eletricidade I,
Operador de Sistema COR III e atualmente exerce sua função no cargo de Técnico de
Redes e Linhas II.
De acordo com processo supracitado, o Reclamante desenvolvia
habitualmente as atividades descritas abaixo na seguinte empresa:
a) Empresa: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A
Função: Operador de Subestações:
 Operar Equipamentos da subestação e controle geral do sistema interligado de
transmissão e transformação de energia elétrica;
 Observar os mostradores dos instrumentos de medição de grandezas elétricas
verificando a permanência dentro dos limites e normas técnicas de segurança na
operação do sistema;
 Transcrever relatórios padronizados de sistemas de instrumentos de registros
elétricos de demanda, tensão e frequência;
 Realizar manobras de paralelismo entre entradas de linhas de transmissão;
 Elaborar relatório de desarranjos na operação das subestações;
 Informar as condições de carga da subestação;
 Inspecionar todos os equipamentos da subestação (bucha dos transformadores,
isoladores, para-raios, TC – Transformadores de Corrente, vazamento de óleo,
virações normais, isoladores defeituosos;
 Comunicar superior imediato da detecção de defeitos nos equipamentos da
subestação;
 Correção imediata de equipamento, desde que dentro dos conhecimentos
próprios;
 Zelar pela manutenção, ordem e limpeza da subestação.
b) Empresa: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A
Função: Despacho do COR I:
 Atendimento telefônico a clientes;
 Preenchimento de NR’s analise e digitação;
 Aprovação e preenchimento de formulários técnicos (PSM, SSM, LTO, PES, SD,
PM, OM, PA, AES);
 Anotações de ocorrências em livro de registros;
 Emissão de aviso ao público;
 Preenchimento do BDI analise e digitação;
 Confecção e escala de plantão (eletricista e COR);
 Analise e controle de DEC e FEC, diário, semanal, mensal e anual;
 Elaboração de relatórios de ocorrências para os superiores;
 Controle TMA e análise de gráficos;
 Emissão de cópia de BDI, NR’s através de disquete;
 Auxiliar o DIS na definição da área do COR;
 Emissão de relatório DOI e DJS para DDI e AGM;
 Controle da comutação de TAP’s da S/E 100 e S/E interligado;
 Controle de leituras dos saga 1000 das S/E interligadas;
 Controle do racionamento e geração da UTS da regional;
 Emissão de curva de cargas dos alimentadores;
 Controle de nível de tensão;
 Emissão mensal do relatório de DJ em manutenção;
 Atualização dos diagramas unifilares;
 Atualização do bloco de cargas;
 Leitura horária de painéis e pátio de S/E 100;
 Manobras de aberturas e fechamentos de CS – S/E 100;
 Recebimento e emissão de leituras PCM’s interligado;
 Gerenciamento de trafos e leituras de carregamento de tensão;
 Gerenciamento dos dados dos arquivos;
 Controle de desligamentos da RRO;
c) Empresa: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A
Função: Técnico Eletricidade I:
 Realizar, sob orientação, atividades de apoio a área comercia, tirando e
distribuindo OS’s para as equipes de campo, e acompanhamento da execução
das mesmas desde a abertura até a baixa no sistema;
 Monitorar a execução das OS’s interagindo com a equipe de campo e demais
áreas comerciais para garantir o cumprimento dos prazos;
 Elaborar e analisar relatórios e demonstrativos gerais da área, bem como
alimentar os sistemas específicos conforme orientações recebidas;
 Dar suporte ao atendimento do CAC, monitorando as ligações e sistemas
específicos, bem como acompanhando e divulgando internamente os
indicadores da área;
 Elaborar, controlar, organizar e tratar documentos;
 Realizar as atividades do cargo sob acompanhamento e orientação de
colaboradores mais experientes;
 Efetuar medições nas obras em execução, avaliando a percentagem dos
trabalhos executados para liberação dos pagamentos;
 Efetuar o levantamento físico do material aplicado nas obras para fim de
fechamento físico e contábil;
 Realizar inspeções de projetos particulares de cabines de alta tensão e padrões
de baixa tensão;
d) Empresa: CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSE S/A
Função: Operador de Sistema COR III:
 Executar e monitorar manobras nas redes de distribuição urbanas e rurais
mediante pedidos de desligamentos e intervenções de contingências;
 Elaborar ordens de manobras por meio de análise dos pedidos de desligamentos;
 Despachar OS’s geradas pelo CAC às equipes no atendimento de campo e
agências através do e-mobile, fax, telefone e rádio;
 Baixar as OS’s coletivas (intervenções) através do retorno das mesmas pelas
equipes de campo e agências;
 Elaborar síntese da rede de distribuição mediante análise das principais
ocorrências das últimas 24 horas;
 Abrir nota de aviso de anomalia e aviso de emergência no sistema para
acionamento da manutenção;
 Realizar manobra no EU-Mapa para contabilização de indicadores;
 Elaborar relatórios de sinistro para envio às áreas de ressarcimento de danos e
segurança;
 Acompanhar trabalhos em linha viva ou morta no sistema de distribuição;
e) Empresa: ENERGISA MATO GROSSO – DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S. A
Função: Operador de Sistema COR III:
 Orientar colaboradores menos experientes nas atividades de rotina;
 Elaborar analisar e/ou atualizar projetos;
 Gerar e acompanhar o tramite das OS’s;
 Assegurar o cumprimento das normas técnicas e de segurança nas fiscalizações
das obras;
 Realizar a medição nas obras executadas, bem como monitorar a qualidade dos
serviços contratados;
 Apoiar equipes de campo;
 Realizar inspeção e manutenção preventiva e corretiva em redes de linhas de
distribuição;
 Montagem de processos ODI (Ordem de Imobilização) e ODD (Ordem de
Desmobilização);
 Atuar nas requisições e controle de materiais e equipamentos necessários para
a execução de obras e manutenção do sistema elétrico;
 Tratar os processos de ressarcimento cumprindo prazos e procedimentos ANEEL;
 Solicitar perícia técnica para autuações em caso de perdas;
 Acompanhar indicadores técnicos/operacionais;
 Programar equipamentos de medição (registradores) de clientes de média
tensão; Tratar processos internos via sistema especifico;
 Realizar a medição nas obras executadas, bem como monitorar a qualidade dos
serviços contratados, preparando o “As Built” da obra, atualizando o sistema da
concessionária de acordo com o “AS Built”, georeferenciando os mub’s
(mapeamento) dos municípios e vilas;
 Elaborar relatórios diversos e alimentar sistemas específicos da área de atuação;
 Estabelecer diretrizes para análise da consulta de acesso mediante análise dos
critérios da qualidade do fornecimento;
 Assegurar o cumprimento da meta do Tempo Médio de estudo da consulta de
acesso, através de gestão de planejamento, análise da consulta de acesso e
especificações de adequações necessárias no sistema de fornecimento de
energia elétrica;
 Realizar medições em equipamentos de distribuição energizados (Reguladores
de Tensão, Religadores e Transformadores de Distribuição) através de estudos
dos critérios da qualidade do fornecimento de energia elétrica;
 Realizar levantamento em campo de rede de distribuição, através de estudos
realizados na análise de consulta de acesso.

7.0 INFORMAÇÕES DA PERÍCIA


7.1 Dados da Empresa Periciada
Empresa: Energisa Mato Grosso – Distribuidora de Energia S. A.
CNPJ: 03.467.321/0001-99
Nome Fantasia: Energisa/MT
Razão Social: Energisa Mato Grosso – Distribuidora de Energia S. A.
Endereço: Subestação de Energia Elétrica
Cidade: Rondonópolis/MT;
CNAE principal: Geração de energia elétrica (3511501);
CNAE secundário: Transmissão de energia elétrica (3512300).
Grau de Risco: Médio ou Alto.
7.2 Levantamento Dos Dados
Os dados retirados para análise das condições de trabalho se deu através da
análise qualitativa.
O Reclamante atuou com eletricista e seu posto de trabalho variava, mas
sempre com a presença de agente periculoso, no caso a energia elétrica.
Compareceram no início dos trabalhos:
 Perito do Juízo;
 Reclamada: não houve comparecimento do representante do INSS;
 O Reclamante: compareceu e não apresentou assistente técnico.
O local periciado é o mesmo constante no processo, onde o Reclamante labora
até os dias de hoje.
7.3 Data, Hora e Local das Perícias
Foi marcada e realizada na Subestação de Energia Elétrica, localizado em
Rondonópolis-MT, às 09h00min do dia 12 de fevereiro de 2018.
Não houve comparecimento de representante do INSS.
7.4 Relatório Fotográfico
7.5 Tempo de Exposição do Reclamante
A jornada de trabalho diária do reclamante, na referida função é de 08h:00m
diárias.
7.6 Equipamentos de Proteção
7.6.1 Dos EPI’s
Foi observado que o Reclamante fazia uso de óculos de proteção, capacete,
jaleco e luvas, EPI’s estes eficazes na proteção do Reclamante contra agentes
periculosos.
7.6.2 Dos EPC’s
Detectado no ambiente de trabalho do reclamante a existência de extintores,
cones e placas de sinalização e demais itens necessários. Atendendo suficientemente as
exigências das legislações vigentes.
7.7 Levantamento de Insalubridade
7.7.1 Riscos Físicos
7.7.1.1 Pressão Acústica (Ruído)
A avaliação realizada verificou ruídos de várias intensidades em muitos pontos
do ambiente de trabalho do Reclamante. Exposição intermitente, somente em atividade
externas as salas de controle. Ruído não se perfaz durante todo o tempo da jornada de
trabalho do reclamante que dispõe de protetor auricular.
Em conformidade com o Anexo n.° 1 da NR15 – Atividades e Operações
Insalubres, o limite de tolerância para nível de ruído continuo ou intermitente é de 85
dB(A), para uma exposição diária de 08h:00m, limite este mitigado com o uso de EPI’s.
7.7.1.2 Exposição ao calor
Avaliação realizada no interior da sala de operação que mantém aparelhos de
ar condicionado para a devida climatização abaixo dos 25 °C. Já em momentos
programados o trabalho se dá em exposição aos raios ultravioletas, mas em tempo
reduzido, não em toda carga horária do Reclamante.
Em conformidade com o Quadro n.° 3 do Anexo 3 da NR15 da Portaria 3.214/78
do MTE temos um Limite de Tolerância para Exposição ao Calor que é de 30 °C, para
atividade leve considerando regime de trabalho contínuo com descanso no próprio local
de trabalho (por período), e considerando o trabalho continuo, o limite de tolerância não
foi ultrapassado.
7.7.1.3 Radiações ionizantes
Não, a exposição a radiações ionizantes.
7.7.1.4 Radiações não-ionizantes
Há presença de agente físico radiação não-ionizante, o sol, mas não ocasiona
risco ao trabalhador reclamante que dispõe de EPI’s.
7.7.1.5 Vibrações
Há presença de agente físico vibração nos equipamentos elétricos de alta
potência (transformadores, reatores, etc.), mas limitando-se ao equipamento, não
ocasionando risco ao trabalhador reclamante.
7.7.1.6 Frio
Não, a exposição ao frio.
7.7.1.7 Umidade
Não, a exposição a umidade.
7.7.2 Riscos Químicos
Não, a exposição a agentes químicos.
7.7.3 Riscos Biológicos
Não, a exposição a agentes biológicos.
7.8 Levantamento de Periculosidade
O Reclamante laborou com instalações elétricas de alta tensão no sistema
elétrico de energia na transmissão e distribuição, mais exatamente nas atividades de
manutenção/operação dispositivos de manobras e equipamentos elétricos. A possível
energização acidental, próximo ou junto aos circuitos elétricos, expondo o Requerente
ao risco de choque elétrico por tensão de toque e indução, caracterizando o ambiente
e a atividade como PERICULOSA para o exercício da profissão.

8.0 CONCLUSÃO
De acordo com o exposto no Laudo Pericial, tivemos a oportunidade de
observar, os locais e as condições de trabalho, de forma análoga, onde são
desenvolvidas as atividades laborais do Reclamante, e concluímos que as condições SÃO
DE RISCO DE VIDA.
NR16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
Conforme o Anexo 4 – Atividades e operações com energia elétrica, item 1. –
Têm direito ao adicional de periculosidade os trabalhadores: b) que realizam atividades
ou operações com trabalho em proximidade, conforme estabelece a NR-10.
De acordo com os dados do ambiente análogo concluímos que:
Para caracterização da Periculosidade a atividade se enquadra no anexo 4
da NR16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS.
Portanto enquadrado na Lei n.° 6.514, de 22 de dezembro de 1977
regulamentada pela Portaria n.° 3.214, de 08 de junho de 1978, Normas
Regulamentadoras. O desenvolvimento da atividade em questão está contemplado na
NR16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS.
Este laudo técnico pericial é parte exclusiva deste processo, sendo elaboradas
em decorrência dos resultados das diligências, conferências, análises, avaliações,
pesquisas, e/ou interpretações técnicas correspondentes ao processo em pauta.
Portanto o aproveitamento deste Laudo Pericial, de forma total ou parcial em outros
processos, somente será possível com autorização do M.M. JUIZ ou deste profissional.

9.0 QUESITOS
9.1 Quesitos do Juiz
Quesitos não elaborados pelo Juiz.
9.2 Quesitos do Reclamado
Quesitos não elaborados pelo Reclamado.
9.3 Quesitos do Reclamante
1. O Requerente, na função de eletricista, estava exposto a agentes nocivos a
saúde? Quais os agentes que podem ser identificados?
Resp.: Sim. Conforme item 7.8.
2. A descrição das atividades citadas nos Laudos técnicos, os quais apontam para a
exposição ao agente nocivo Energia Elétrica entre outros, pode ser reconhecido
como atividade penosa enquadrada no item 1.1.8 e 2.1.1 ANEXO I, do DECRETO
Nº. 83.080 de 24 de janeiro de 1979?
Resp.: Não.
3. Se negativa a resposta, qual a fundamentação para tanto?
Resp.: No Decreto nº 83.080 de 24/01/1979, já revogado pelo Decreto nº 3.048
- DE 6 DE MAIO DE 1999 - (DOU Nº 86 DE 07/05/99 - Seção I PG. 50 a 108 ) -
Republicado em 12/05/99, não constam no ANEXO I o item 1.1.8, último item
é o 1.1.6 – Trabalhos sob pressão atmosférica insalubre à vida; já o item 2.1.1,
não existe no Anexo I, apenas no Anexo II do decreto que classifica as
atividades por grupos profissionais, sendo as profissões liberais e técnicas das
áreas de engenharia química, metalúrgica e de minas. Com isso não sei o que
queriam que falasse destes itens, inexistentes, do decreto!
4. Na função exercida de eletricista, o Requerente estava exposto ao agente nocivo
Energia Elétrica acima de 250V, risco de choque elétrico, risco de acidente, calor,
e/ou demais agentes nocivos existentes na função exercida conforme descreve
o PPP anexo?
Resp.: Sim.
5. Quais os índices de incidência desses agentes nocivos na referida função?
Resp.: Classifica-se a exposição como perigosa a vida.
6. Os mais de 25 anos de labor junto a Rede Cemat – Centrais Elétricas Mato-
grossenses, hoje denominada Energisa S/A, pode ser considerada atividade
penosa, insalubre ou periculosa?
Resp.: Periculosa.
7. A exposição aos agentes nocivos, tanto no período anterior ou posterior à
05/03/1997, ocorreram de forma habitual e permanente, não ocasional e nem
intermitente?
Resp.: Respondido no item 7.8.
8. O período laborado na empresa Energisa S/A, pode ser considerado atividade
especial, para efeito de aposentadoria?
Resp.: Sim.
10.0 BIBLIOGRAFIA
 Manuais de Legislação Atlas – Segurança e Medicina do Trabalho. Editora Atlas
S/A – São Paulo/SP;
 NR15 – Norma Regulamentadora;
 NR16 – Norma Regulamentadora
 Sumula 460 STF: Enquadramento de atividade entre as insalubres;
 Portaria n.° 3.214/78. Norma Regulamentadora;
 Portaria n.° 3.311/89. Instrução para elaboração de laudos de insalubridade e
periculosidade – Decreto 55.649, de 28 de janeiro de 1965;
 Lei 8.270/91 Art. 12, Inciso II
 Lei n.° 8.863/94
 Decreto n.° 83.080 de 24/01/1979
 Constituição Federal de 1988;
 Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;

11.0 ENCERRAMENTO E HONORÁRIOS


Este laudo pericial foi elaborado em decorrência dos resultados das inspeções,
análises, avaliações, pesquisas e interpretações técnicas correspondentes, ao processo
de trabalho examinados e avaliado na empregadora visitada e ao processo em pauta,
portanto, o aproveitamento deste laudo, de forma total ou parcial em outros processos,
é possível para atividade e ambiente de trabalho paradigmas ao do autor, nos períodos
aqui indicado, com autorização do M.M. Juiz ou deste profissional e caso utilizado, este
profissional requer arbitramento de seus honorários por uso de prova emprestada.
Nada mais havendo lavrar, é encerrado o presente Laudo Pericial, composto
de 12 (doze) folhas digitadas que são parte exclusiva deste processo relatado pelo
signatário, ficando a disposição para responder a qualquer questionamento e ou o que
for determinado, vai devidamente assinado ilustra o presente Laudo Pericial os seus
anexos, requerendo ainda a liberação de seus honorários.

Cuiabá, __ de _________ de 2018


___________________________________
AUBECI DAVI DOS REIS
Eng° Sanitarista / Eng° de Segurança do Trabalho
CREA/MT: 120085208-7
aubecidavi@gmail.com

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