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Resumo
O presente artigo conceitua atos intencionados ou não intencionados cometidos nas entidades denominados de
fraudes e erros em auditoria. Tendo este como objetivo demonstrar o posicionamento e quais cuidados o auditor
deve tomar perante tais fatos. Outro destaque deste estudo é evidenciar se um sistema contábil e de controle
interno eficaz reduz a probabilidade de distorção das demonstrações resultante de fraude ou erro. Destaca-se
também o Caso Enron, onde permite uma visualização das conseqüências da falta de controle interno adequado e
da omissão dos auditores diante das demonstrações, levando-a a falência.
Introdução
Pode perceber até mesmo no sentido literal da palavra a diferença entre erro e fraude,
segundo o Dicionário Brasileiro Globo (1996, p. 255-302)
“Erro, ato de errar; incorreção; desvio do caminho reto; falso; opinião; engano; falta;
culpa; equívoco. Fraude, dolo; burla; engano; contrabando”.
De acordo com La Rocque (1999, p. 51) “os erros conscientes ou não levam a empresa
para má situação, levando a penalidade do fisco e acarretando muitas perdas. Os erros são
injustificáveis, uma vez que feita auditoria por pessoas qualificadas”.
O erro pode ser considerado como uma ação involuntária, sem o intuito de causar
dado. Embora possam ocorrer sobre os mesmos fatos e documentos (balanços, balancetes,
livros comerciais etc.) são de características diferentes. A amplitude de erro e fraude vai além
do que foi colocado acima, variando do tipo e escopo de serviço.
No Brasil, os erros e as fraudes quase nunca eram percebidos devido à elevada
inflação, que mascaravas as perdas financeiras incorporando-os aos custos de produção e
repassados ao consumidor. Com a estabilização da moeda, este problema tornou-se mais
visível para a maioria das organizações.
Franco e Marra (2001, p. 215) definem:
“Muitos erros e fraudes são dissimulados na escrituração enquanto outras
irregularidades, praticadas contra o patrimônio, não são contabilizadas, somente podendo ser
apurados por ocasião da conferencia física dos valores patrimoniais”.
Quando a auditora de uma firma é também a sua consultora, portanto parte interessada
nos seus destinos escancara-se o risco de uma cumplicidade atentatória à ética empresarial, se
não à lei. O que vai determinar se o auditor cumpriu as normas de auditoria é a adequação dos
procedimentos de auditoria adotados nas circunstâncias e do seu parecer com base nos
resultados desses procedimentos. O risco de não detectar fraude é maior do que o risco de não
detectar erro, porque a fraude normalmente envolve atos planejados para ocultá-la.
A existência de sistema contábil e de controle interno eficaz reduz a probabilidade de
distorção das demonstrações contábeis resultante de fraude ou erro, ainda que possa existir
algum risco de que os controles internos não funcionem como planejado. Além disso,
qualquer sistema contábil e de controle interno pode ser ineficaz contra fraude que envolva
empregados. Certos níveis da administração podem estar em condição de burlar controles que
previnam fraudes similares por parte de outros empregados; por exemplo, instruindo
subordinados para registrar transações incorretamente ou ocultá-las, ou sonegando
informações relativas a transações.
Algumas formas que podem detectar erros e fraudes:
• Por acaso;
• Canais de “hot line”;
• Denúncias internas;
• Denúncias externas;
• Por controles e sistemas de gerenciamento de risco;
• Auditoria interna;
• Risk Management (administração de risco).
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Controle Interno
O controle interno pode ser definido como uma política de procedimentos, métodos,
planos de organização adotados pela empresa estando presente em todos os departamentos
afim de:
• Verificar a exatidão das informações e relatórios;
• Proteger a empresa contra desperdício;
• Prevenir a organização contra erros e fraudes;
• Promover maior agilidade e eficiência do pessoal;
• Maior cumprimento das leis.
De acordo com Franco e Marra, (2001, p. 267),
Entre os casos de fraudes contábeis que fizeram parte das manchetes dos jornais em
todo o mundo, estava o caso da gigante norte-americana do setor de combustíveis e energia
Enron, que entrou em concordata em 2001 após ter sido alvo de uma série de denúncias sobre
fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de aproximadamente US$ 13 bilhões, o grupo
levou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria.
Segundo pesquisas, a Enron criava parcerias com empresas e bancos que permitiram
modificar o balanço financeiro e esconder sua real situação um débito de mais ou menos US$
25 bilhões, ou seja, os contadores mentiram nos balanços. O ex-executivo-chefe da Enron,
Jeffrey Skilling, e o fundador da empresa, Kenneth Lay, foram julgados culpados por
conspiração e fraude. Um júri, formado por oito mulheres e quatro homens, julgou Skilling
culpado em 20 acusações de conspiração, fraude, prestação de declarações de resultados
falsos e por vazar de informações privilegiadas. Foi considerado inocente em outras oito
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Conclusão
Para que não aconteça o que se passou com a Enron, e conseqüentemente com todas as
outras instituições que de alguma maneira, direta ou indiretamente tinham qualquer tipo de
ligação com ela, é imprescindível observar a conduta e desempenho de todas as pessoas que
“manipulam”, ou fazem parte de seu gerenciamento. É bem provável que se existir um
controle interno eficaz boa parte desses problemas desaparecerão.
Referências
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Globo. 1996.
FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4 ed. São Paulo. Atlas. 2001.
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internet via: www.diarioonline.com.br. Capturado em 17 de julho de 2006.
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Brasileira de Contabilidade, Brasília, n. 98, p. 4-5, mar/abril 1996.
NASI, Antonio Carlos. Riscos, Qualidade, Ética e Responsabilidade Social do Auditor
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