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  • MORAES, A. C. R. - Território e História No Brasil (Cap. 5)

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    CaPiTULO V O ESTADO TERRITORIAL NO CONTEXTO PERIFERICO la ou Michel Feveault brand, Fest vos habitantes de uma delimitads por ius habitants inerorizom este sentiment oro bet apo 0 de expago, Port. hi nevessdade de gu de peamuniade de interesses, enfin que asim a doutrinagto pettencimento ae dade nacional. D Tem e reproducam aide los aparehos ideokigios do Estado, nota tic ealizad pe pat Thrente pelo sistema formal de ensino do pols Scipinas d hsti © 20 graia € esencic. A ni tha antes de tudo, sm espa50 © ns aga ¢ uma constugo social sults detrm eit Estat rest lise histica € sempre a dos de sua Epoca * sjstes, esqoeeitmentos€ mesmo Infsieagpes.! Max Weber jécomentava gue € por iss0 de se 16 1 hist poi a inerpretagées veicua Jaci wemporaineos. A istria da eins jusficadora dos interesses cont mss, sempre uma afirmagio da nacionalidade, que no Tite ercicio legit anbsm, de por Sacve i fromteiras, sendo mesmo algads lesitimadar dos ‘digo de tio ei alguns tones ~ srio de cada pov de uma magio ¢ sev dominio . dude himeria pods legitimar aud devia, ites vores, incdmoda, Daf 0 Fao de, nee ae -as amidde virem ao centro dos discursos que de passa sion 9 Esta snail. E no contexto de paises mam 0 Estado nac nsdn io que em quasquer outros, que das identidades Abia, 60 sto pulses gue se formaraim sum TERRITORIO EHHSTERUA NO BRAS Drocesso de continua cangusta de expagos, nui adigdo ters ao p send, se process, bre © qual em muitos easos, vio apoar-se 05 movimnentos de om in, em tis paises, Estado © primeira ined respeito & pri observado nesse equacionmento diz ia consttuigo das sociedades que operam tal 2880, Marcadss por um nivel tio alto de desigualdad mesmo que forma de um todo nacional ue agrupusse um sezmento significativo da populace come cestatal, As mass ‘excltsio sociais, Uma iéentidade vi nee fragmentadora que slvide @soviedade exatamente pela qualificasio e distibuigho de Alieitos poli A vigéncia do escrivismo, por exemplo, opera tm secciona mento bisico tal i ratural zs sociedades onde vigora eta relat impossvel que todo 0 efetivo demos pafs seja qualifieado como povo, uma vez que os individ nore no se apresertavam na area Pébliea como sujeitos politicos e sim como mereadorls, iso & como propriedades de alguéim, Nesse sentido, mtade do cativo 6 anus < ‘nose etiam mecenismos ideolsio 1% da leita da ondem insta ara convenes lad (anes £0 convencimenta «do excravo tna por mecanismo bisico de obeditnciao casio este pelouriho o insrumento pedagogic por excelncia nas ee des cnravocrata, Est estrturar-se, por tal deterinagso see, como soeiedades de violencia institcionalizads, qe tem t vigilineia como trea civtarn ih igsnci de rlagoesexcravisas mate a estate soci como vi todo, cam suas determinagoes indo além do relacto- mente entre senor © eseravo. Na verdad, todas as Felagics ars populagao nio escrava so marcadas pela presengé da pevidaa, que indu nesse segmento a geragio de lagos Je lugs recontecend: idenidade por diferenciagto. Isto &, 0s ind ane rinna igvnis na oposig & condigao dé eSCT2O, cindo 8 ceamapontolagosienttris ete o ites. © compadio met carve principal deste lagosexcludents, agregtndo proprictios rnnidade de interesses apoiada uabalhadores lives numa «cea identdade negativaS Com base N0 Comp rere de clientes, em eujo pice assent figura do lider bal Miregional 0 eoronel ou eaudilho. Essa rede alimente-se do danse ds abrigagées de obedisneia pessoais, compondo 0 werehsial do tecido politico de muitos Estados periféricos cesetJamente na América Latina, onde coronelismo ou caudl buléio politico). Thismo xe tornaram sermos centras do voed Tem sociedades que tém a diferenciagde como norma de estrutaragao politico social, 0 discurse liberal elissico enconta Sineuldades paras estabeleser como jstiiativa formal do poder seed, Hi uma impossibilidade estrutural de compatibilizar Froposesunversaliss ede airmago de uma kidd coma aorv desigualdade fundante da vida social, Neste conexto, 0 Tincatisano fea deslocado, aparecendo como um discBfS0 Ora au, sam reexéncia imediat na prética poiienreatizada.°E & regina do Estado bus iiase teoras qu, de fo, jst ima de quem a situagio existent, fazendo dessas sciedades U srry de formulagbes téricas conservadoras @ autoritérias. O amo vai emergit em muitas pares como uma teorizegH0 ae a squad para justfiear a ordem reinante, também o determinis democriticas, nesses argumentagdes das elites perf "afin, Eat diferenciagao e A exclusio ain ea pan come falar de nagao e de nacionalidade ¢ estabelecidios nos paises cen S modemos na condigio 2eriférica, “ Come vis partir das herangas colon oa sis existentes, seja no que importa go stems Ue producto, . esirutura politice-administatva, mes cefetivar © rompimento dos lagos coloniais, tais a : mies depart se com ums situagdo em qu dspéem de um teri an spdem de um terttrioe um projete lo. Essa isponibilidade ancorase num reconfesiment externa do processo de independéncia, 0 qual deve cont cenit imemaciona O dominio teritral¢ a existéneia do novo stad, portant, deperdem em parte dessi aceitagio externa Processos, 0s quais se coneluem com a consolidagic a edo exercicio do poder estatal internamente a0 pats were de suas fromteiras, “ pode ser detnio como triton. nas ifmente como nao. ral". Como pos le Estado, euja constidago passa pelo fomento de alguma forma de idemidace. E esta os amide buscada em elementos passives dle serem ineorporados numa doetrinagto patrétiea, como nigh 8 tia, «lingua ou 9 proprio teritrio. Quanto mais fortes e disseminadosfossem estes lags Henttéios, maior « fciidaden constrigio de uma unidade poltico-cultural. Onde faltavann elementos para qualgue nexo de e0es20, a identidade fot algads 2 concligio de prajeto, a ser consteuido junto com o préprio aparelho de Estas, Conforme as circunstincias, a expansio temitorial e/ow a veupagto do tertério puderam ser apresentaas como projeto nacional bésico, dotador de sentido ¢ de identidade para wexisténcia do Estado Em sintse, a formagto do Estado muitas vezes susentouse hum pucto em torn de am prejeto “nacional” voltado para o fat, Un pasto que amarrava as elites das repides colonia in corporadas no nova teri > num compromisso politic eomum, 6 qual feve sempre por fundamento supremo a teproducze do poder de mando dessas préprias elites sabre seus espagos de ominagio, 0 que scarrtave wma sia limitaglo para o referide projto, no gue diz respeitow mudangas subsiancsis na estrutura mservadora” da sociedad. Os conceitos de “madernizagi revolugdorestauragio” ransformagbes pelo alto”, buseam dar conta di esséneia do pacto conservador,o qual se exacerba sinbientes periféricos.? Perpetuagio oligirquica e Estado pati- monial so faces do mesmo processo que, de berg embarala interesses pions eprivados na gosto esata na prieria, Assim. internamente, a possibilidade de formulagdo de um projeto nacional conhcia mites politicos bern-demarcados. os quis cra vam elos de continuidade com a amerior ¢ poder colonial gm dos limites interno, labora de um projetosacio- rl também era Hiitada por determinagies externas, advindss da insergao do novo pais na divisio intemacional do trabalho. A co: digo periférien emerge como severa limitugio das potenci BRASH 8 Tidades vindas com a enaneipayio polities das ex-colbnis, repre nando mais forte elemento de continuidade entre a siacio| colonial e de pats indeperdente, Cabelembrar que a periferia no um estigio, ou um momento no processo de desenvolvimento «do capitalism, ¢ sim wina Fungo na esteutura de seu funeio ramen. Isto 6, a condio perifrica express uma posi subor dinada na bieraruia des lugares a eeonomia-mundo capitalist, qual se associam certs atrbuigdesespeciicas como a ealizai dos superlueros ligadns as diferentes formas de acumulagi Primitiva. Estas geralmente assentavam-se num erescimento extensivo da economis, ancorado na expansio territorial que incorporava novas tras 8 valoizagdo capitalist do espago s Estados constuidos sob tal determinagio apresentam ecuiardades iredutes,sendo a principal delas uma frail congénita decorrente dos limites (internos ¢ extemnos) ji exami \los. Trata-se, portato, de Estados frigels no sentido geral «das potenciatidades do poder estatal, 0 gue mio signtica que ni sejam ~ muitas vezes ~ despéticos com as populagdes sob sta \dominagao politi. S30 fracas compuraivamente a6s Estados dos nases cents, no senile de que nko realizam todo 0 espectio de ages por estes desempenhads. Esto feels, sobretudo, nas sados centrals. Enfim, os Estados petiféricas viveneiam com reaéncia uma soberania meramente formal sobre seu teria, nao send raras os casos de ingerSnca esrangeia direta em seus dominios. A sitwagto de suborinagao a outros Estados mais Poderosos (de quem se tornaim uma espécie de prot informal e a organismes supranceionas tabs aparecem com regents na perifera, ( motivo da subordinagio mencionada resid. primeira, ma ‘ependéncia econdmicavivida polos pases peifrieos, que tem arande parte de sua produsio comandada ou diteeionada por inteses externas, Tal fo aearreta uma performance da economia Aacional reativa aos dames internacionas, @ qual impede wm pleno planejamento de seus destinos sein algun tipo de ruptura om essa posigto subordinada, 2 orden ade de romper com gente expe a fragilidade central, Ponto de vista eopolico: a inferior béliea em face dos aparatos mili dos pases cents 105 ROMER ORAS io poueas vents, Estadastrinios em suas relag bes intermas devendo boa parte da manutengie de seu poder local a essa cidade nas relagdes com 0 exterior. Em sintese, quanto maior ' fraqueza do Estado, maior a possibilidade tanto de sua mani os comio de sua utiliza interna pulagio por intresses estan or interesses privados por inte ‘No geral observasc, sob a condigto peifria, ov a auséncia «da ago estatal na vide evondmica (que, nessa viens senta os assunos pblieos seme sssumnides por patiulares) ou sia ‘nipresenga (com o Estado aparecendo come tiniea negociador hnacional em face do mercado internacional). Tem-se, assim, 3s 1 a plena cenraizago ov forte fragmento situages antip do pte piso, Ou gti dum quo omit, ge lende a associar as caracteisticas negativas ds duas situagies autoritarsmo e subordinagdo 20s interessesprivades. Nao por seaso, a forma dtatorial de edanninante no mn {geralmente militar) ~ emerge como quase px do pertéico,E as fortunas pessoais amealhadas por ditadres dos diversos tipos aparece como a melhor ilustragio da interpreta Vale bem assinalaras rare que estimulam os pates cet do capitaismo a exeritarem continuamente esse controle poten «da petifria. Em peimelro luge, cabe apontar 0 acesso aos fundos deste modo de producto, A wilizagao stual ow fuura de wea raros edo eseassos detmands essa possbiidade de aesso as pat mbnios natura localizes ~ cm sua maior parte — nos tertbrios| petitéricos. Nessa paragens acumulamse os estoques de fontes mnineais, vegetal eanimais, passiveis de serem apropriadss cami > imperativo de exercer rereadorias pela produgio capitalist, Ds tum contol estatéico sobre estes espagas de expanso, amenizando ‘ou anulando as frontiase as soberaias estas vigentes.!9 Enfim, A segunda azto que motiva o controle dos Estados perifé- 'ieos pelos pases centnis deriva de uns fungio fundamental que deve ser opera wlaplar 0 tertt6rio nacional aos requerimentos postos pelos procs de acumulagioinernacionas, ead periods técien. Ito transformagio ~ demendam periédicas ajustes nas estruturas Produtivas alocadas na periferia © tas ajustes tm por agentes principais de difus2o os proprios stados periéices.!" Estes suprem seus tecitrio das inra-etruturas e equipments re 28 equipamentos reque ‘ides por cada nova oni de penetragio do capitalisino nagueles ada Estado da perferia, sobordinando-o por meio de Imecanismos variados, onde adquiren destague a dependénc financeirae a dvida eMerna, Vale lembrar a antighidade do wso dos mecanismas apontades, assinalando que 0 inicio do endivi= \lamento dos paises Ietino-americanos ocorreu em eazio Uo inancfamento dos proprios processos de independéncia, Outeas razdes poderiam ser levantadas, porém as das as na perspectiv ‘tad, Como observa, os paises peificos conhecem mudan 85 que nde alteram a dependéncia ea subordinacio, isto €, 4 contigo pefétiea pemtanece em mio ts transforma, justi ‘ano uma histéria especifica da sociedade ¢ do Estado na pert feria, Sua reaidades e seu movimento nio sio redtivels a inter rea «© conceitos gerados no estudo de process dcorrentes, fares, A condigéo petftea express, asst, um conjunto de pa tiulardades que necessiam ser consideradas na anise da histéria singular de cada pais exglobado em tal denominagao. Existem, Potato, mediagdes proprics qualifcadoras dessa condi, entre 85 quai us de cunho geogrifie alguien rele impar A histra do Bras ¢ exemplar no sentido mencionado. O Pais tem sido coneebids como um espage, cuja apropriagio & como projeta nacional hisieo — lgitimo a ago do Estado desde sua pénese, ste antes de tudo, tera poe trea fondamental 4 dofes da soberania sobre os fundos tetris ce seu espso e por meta sua oenpapio, Nesse quideo, a questo dt constnugo das fronteims agi importncia impar, pois incide no cere das a jumentagdes legitimadoras da identidade nacional. A consquista terior, posta eomo exo estrotorader da forma btileira, co nhecen vei formulagies legitmadors, uma das prncipas & ex press por mela de wm personage p Iilidade espacial expansva o seu elemento caracterizador:o "ban deicante"? Assim, © process histrico se exprime num tipo $0 cial especifico ao qual corresponde um tipo de rganizagao social peculia sfntese da motivagio expsnsionista fundante da Brasil Ness transposigdo ~ do processo a tipo ~ a domsinago espacial (elemento de causigao)trnaes impleita no argumento,passinde

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