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DO(A) ASSISTENTE SOCIAL EM EMPRESA

As reflexões tecidas no presente artigo tem como objetivo verificar as inovações que o
coaching traz para a atuação do(a) Assistente Social em empresa. No primeiro momento
aborda-se sobre a origem do coaching, seguindo com a apresentação das demandas
tradicionais e atuais dirigidas ao Assistente Social na área empresarial e destaca-se a
utilização do coaching como estratégia inovadora para a atuação do(a) Assistente Social
em empresa. Constatou-se a existência de similaridades dos elementos teóricos,
técnicos, processuais e metodológicos do coaching com a prática do(a) Assistente
Social.

O(a) Assistente Social é um profissional com caráter sócio-político, crítico e interventivo,


que utiliza um instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para
análise e intervenção nas questões sociais, isto é, no conjunto de desigualdades que se
originam do antagonismo entre o capital e o trabalho. Inserido nas mais diversas áreas
(saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, empresa, etc)
com papel de planejar, executar, avaliar, administrar e assessorar políticas, programas e
serviços sociais, o(a) assistente social efetiva sua intervenção nas relações entre os
homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-
educativo e de prestação de serviços (SERVIÇO SOCIAL, 2013).

Neste sentido, acredito que é uma estratégia inovadora o(a) Assistente Social utilizar as
teorias, metodologias e ferramentas do coaching em sua atuação, com destaque na área
empresarial, para a superação das demandas contemporâneas. O coaching pode auxiliar
o(a) Assistente Social a alinhar os interesses institucionais de onde atua com os dos
demais colaboradores, ampliando os espaços de participação, estimulando o surgimento
de lideranças, além de potencializar o desenvolvimento das equipes para gerar os
resultados desejados.
Contudo, o objetivo deste texto é responder à seguinte questão: Quais as inovações que o
coaching traz para a atuação do(a) Assistente Social em empresa?

Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver sua
capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de
preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano (IAMAMOTO,
2001, p.20).

Desde os anos 1940, com o desenvolvimento industrial algumas empresas já contavam


com a atuação profissional de assistentes sociais, porém, somente no início dos 1980,
houve um crescimento significativo do campo de atuação profissional do Serviço Social
nas empresas.
Segundo IAMAMOTO (2001, p.47): O Serviço Social sempre foi chamado pelas empresas
para eliminar focos de tensões sociais, criar um comportamento produtivo da força de
trabalho, contribuindo para reduzir o absenteísmo, viabilizar benefícios sociais, atuar em
relações humanas na esfera do trabalho.
Para LEMOS (2014) o(a) Assistente Social não é um profissional eminentemente
operacional. Este é um dos mitos que precisam ser reposicionados. O(a) Assistente Social
é um(a) estrategista social.
No âmbito do desenvolvimento sustentável e o da sustentabilidade corporativa, o(a)
Assistente Social subsidia a organização na formulação de políticas de gestão das
pessoas, demonstrando o impacto nos resultados de produtividade, lucratividade,
qualidade e imagem corporativa.
A importância do(a) Assistente Social é percebida quando além de identificar
condicionantes internas e externas à empresa, geradoras de situações sociais de risco,
estende essa informação aos seus pares, os gestores das áreas clientes internas e aos
demais processos de gestão de pessoas (Atração, Retenção, Engajamento e Transição),
para análise e ação integradas apoiadas na transdisciplinaridade (LEMOS, 2014).
Também são alvos da ação profissional do(a) Assistente Social, tanto as Organizações
Não-Governamentais – ONG`s, que precisam de profissionalização na sua gestão, quanto
o Voluntariado que recebe a assessoria na formulação de projetos de desenvolvimento
social, como também o público-alvo desses projetos, a sociedade em geral e em particular,
aquelas segmentações que demandam ações inclusivas, efetivas (LEMOS, 2014).
Portanto, você, seja Assistente Social ou profissional de outra área, compreende a
importância das inovações no mundo do trabalho? Sente-se preparado(a) para a
construção de possibilidades no âmbito profissional? Acredite na sua capacidade! Desafie
seus limites!
As possibilidades estão dadas na realidade, mas não são automaticamente transformadas
em alternativas profissionais. Cabe aos profissionais apropriarem-se dessas possibilidades
e, como sujeitos, desenvolvê-las transformando-as em projetos e frentes de trabalho
(IAMAMOTO, 2001, p.21).

Para o(a) Assistente Social atuar como coach interno em uma empresa precisará ter
implementado o coaching como parte da cultura da empresa, tendo disseminado este
conceito e prática em todos os níveis de gestão, além da obtenção da aceitação dos
mesmos, ressaltando a importância da confiabilidade e confidencialidade do processo.
Necessitará de uma formação de coaching em uma instituição reconhecida e respeitada,
que ensine não somente a parte teórica, mas também ferramentas de coaching, além de
oferecer o coaching supervisionado durante a formação (GUARIDO, 2014).

É importante que o(a) Assistente Social ao atuar como coach, esclareça a diferença do
processo de coaching com outras abordagens. Conforme Gil (2008) segue algumas delas:
Em relação à psicoterapia: essa enfoca o indivíduo e seus problemas enfatizam o
passado, enquanto que o coaching volta-se para problemas de desempenho pessoal ou
profissional, e se dirige ao futuro;
Em relação ao aconselhamento: esse busca lidar com colaboradores de uma empresa que
se encontram abaixo da média, tem dificuldade de cumprir prazos, e faz com que ele
reconheça a necessidade de mudar, enquanto que o coaching destina-se a qualquer
colaborador, e fornece elementos que convém à ele mesmo decidir se irá mudar ou não;

Em relação ao treinamento: esse é dirigido a um grupo, tem os objetivos definidos e


operacionais, enquanto que no coaching esse é individual e os objetivos são definidos ao
longo do processo;
Em relação ao mentoring: esse é aplicado àqueles colaboradores que tem muito potencial, e
que se revelam promissores, o mentor precisa ser escolhido entre as pessoas capazes de
representar os valores da organização.
E ainda complemento com relação à consultoria: realiza um diagnóstico da situação da
empresa e apresenta soluções, o coaching leva à própria pessoa encontrar as soluções
para alcançar seu objetivo.

Entretanto, o(a) Assistente Social ao utilizar o coaching em sua atuação, torna-se um


profissional diferenciado, por gerar benefícios efetivos à organização, como: criação de um
senso de propósito comum; práticas de aprendizagem compartilhadas; clareza nas
definições de papéis e necessidades de desenvolvimento de competências;
desenvolvimento de liderança; transparência na comunicação e compartilhamento das
informações; elevação da capacidade de lidar com adversidades; abertura para a inovação
e retenção de talentos; trabalho em equipe com relacionamentos confiáveis; maior
engajamento e capacidade criativa; aumento da produtividade e dos resultados desejados;
esclarecimentos sobre a rotatividade, o absenteísmo e a satisfação profissional;
alinhamento com plano de cargos e salários e programas de avaliação de desempenho;
assertividade nos investimentos e redução de custos (SOCIEDADE LATINO AMERICANA
DE COACHING, 2014).

Diante desse contexto, o(a) Assistente Social apresenta-se com extraordinária capacidade
em orientar a dinâmica da organização na qual está inserido. Orientar a dinâmica
empresarial quer dizer utilizar os recursos existentes da melhor forma, a fim de contribuir
para que a organização consiga realizar a sua visão, missão e valores, incluindo as
melhorias na qualidade de vida do corpo de pessoas que fazem parte integrante da
empresa. Isso não representa unicamente os interesses dos proprietários ou acionistas,
significa também atender as necessidades e expectativas das pessoas internas e externas
à organização.
Desse modo, percebo que uma estratégia inovadora do(a) Assistente Social é a utilização
das teorias, métodos e ferramentas de coaching na empresa onde atua.
Para PERON (2013) o processo de coaching é a disponibilidade para aprender a aprender
e apreender sobre si mesmo, seus padrões de pensamento, de ação, reconhecer-se em
suas relações interpessoais e intrapessoal. Um grande desafio é o de aumentar os
horizontes, tanto do ponto de vista do olhar, quanto da ação.

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