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VII SEPRONE “A Engenharia de Produção frente ao novo contexto de

desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?”


Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012

LOGÍSTICA REVERSA: DIMINUIÇÃO DE CUSTOS E MELHORIAS NA


PARTE ECONÔMICA E SOCIAL

Jonas Ferreira da Silva (UFPB) - jonas_f_silva@hotmail.com


Francisco de Tarso Ribeiro Caselli (UFPB) - franciscodetarso@yahoo.com.br
Eufrasio Junior (UFPB) - eufrasiovieira@hotmail.com
Daiana Martins Vitório (UFPB) - mvdaiana@hotmail.com

Resumo: Este artigo tem por finalidade buscar e expor, teoricamente, os benefícios encontrados
com o uso da logística reversa como estratégia de aproveitamento de produtos em seu estado de
pós-consumo, visando à conscientização da sociedade para a preservação do meio ambiente, tendo
como conseqüência à amenização dos efeitos provocados pela exploração excessiva de recursos
naturais (renováveis e não renováveis), os danos provocados pelo consumo demasiado devido aos
padrões impostos pela mídia para a sociedade, como também mostrar os benefícios e a diminuição
de custo que a organização irá ter se optar pelo canal de distribuição reverso. Metodologicamente
se utilizou referências bibliográfica, realizada por meio de levantamentos em fontes secundárias
como consultas em livros e artigos científicos, possibilitando uma visão geral da importância da
Logística Reversa na organização, como uma percepção contemporânea dos benefícios
estabelecidos. Concluindo que A logística reversa é uma maneira de ambas as partes ganharem, a
sociedade ganha com benefícios voltada para elas, questões como qualidade de vida, preservação,
respeito.
Palavra-Chave: Logística Reversa; Meio Ambiente; Redução de Custos.

1. INTRODUÇÃO
O Com o ambiente de competitividade em considerável crescimento, a Logística passa por um
processo de desenvolvimento conceitual para poder acompanhar as constantes mudanças presentes
no mercado globalizado. Nessa perspectiva contata-se que inúmeras abordagens estão sendo
desenvolvidas como meio de manutenção do efetivo poder mercadológico das empresas.
Assim, percebe-se que as empresas estão buscando novos canais de distribuição com objetivo de
obter maior aproveitamento de seus materiais através de estratégias logísticas que as beneficiam em
alguns aspectos como, por exemplo, o tempo de vida do produto, o reaproveitamento de materiais,
entre outros. Como conseqüência da utilização dessas estratégias, as empresas adquirem uma
imagem ecologicamente correta, como também a redução dos custos.
Analisando as situações de impactos ambientais e prejuízos decorrentes do processo de produção e
consumo percebe-se a necessidade da minimização e/ou eliminação desses problemas. A partir
dessa necessidade surgiriam oportunidades de geração de novos negócios para a empresa, visto que
se encontraria, na Logística Reversa, possíveis solução para as questões ambientais ameaçadas. A
partir de então, o que antes não agregava valor, hoje em dia seria reutilizado e reintegrado no
processo de produção. Nessa óptica, os itens reaproveitados deixariam de ser apresentados como
perdas e desperdício, assumindo assim, um caráter de estratégias inovadoras para a organização
envolvida.
No que diz respeito ao processo logístico é possível observar que o seu ciclo não encerra com a
entrega do produto ao cliente final, mas até o momento em que o mesmo não tem mais utilização
para o cliente, ou seja, ao pós-consumo. A partir de então a logística reversa entra no ciclo como
uma forma de fazer que o produto que era tratado como lixo, dejeto, refugo, passe a ser inserido no
ciclo de produção. Por esse viés, é conveniente destinar os resíduos de tal forma que resultem em
lucro financeiro e tenham a integração com a visão de reciclagem.
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desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?”
Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012

O objetivo central desse artigo é expor, teoricamente, os benefícios encontrados com o uso da
logística reversa como estratégia de aproveitamento de produtos em seu estado de pós-consumo,
visando à conscientização da sociedade para a preservação do meio ambiente, tendo como
conseqüência à amenização dos efeitos provocados pela exploração excessiva de recursos naturais
(renováveis e não renováveis), os danos provocados pelo consumo demasiado devido aos padrões
impostos pela mídia para a sociedade, como também mostrar os benefícios e a diminuição de custo
que a organização irá ter se optar pelo canal de distribuição reverso.
2. LOGÍSTICA REVERSA
O Até pouco tempo, a logística era responsável apenas pela distribuição dos produtos aos clientes,
não sendo de responsabilidade dos fabricantes os com os produtos pós-venda. Como os fabricantes
não se preocupavam com a coleta posterior, esses produtos quando não inclusos, novamente, no
ciclo produtivo, resultariam no acúmulo de matérias e assim podendo ultrapassar o limite máximo
de estocagem. (JUNIOR, 2009).
Assim como a Logística, o conceito de Logística Reversa – Green Logistic - passou por
desenvolvimentos. O que antes era apenas um canal de distribuição de produtos do consumidor até
o produtor, atualmente sofreu desenvolvimento como é definido por Rogers e Tibben-Lembke
como processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente com baixo custos
relativos a matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas,
partindo do ponto de consumo até a origem, buscando a recuperação de valor ou descarte correto
para coleta e tratamento dos resíduos.
Para a Council Supply Chain Managemente Profissionals – CSCMP, o Green Logistic ou logística
reversa é uma parte (especializada) da logística com foco na movimentação e no gerenciamento de
produtos e recursos após a venda e também após entrega ao consumidor, adicionando a isso o
retorno de produtos e reparos. Deixando claro que a logística reversa é a parte especializada da
Logística, no retorno dos produtos.
Já Pires (2004) afirma que esse ramo da logística trata do fluxo de materiais ao longo de uma SCM
(Supply Chain) no seu sentido a jusante. Não esquecendo que ainda abrande mais dois fluxos: os
das embalagens e recipientes utilizadas nos transporte e o os produtos no fim da vida útil. Ou seja, o
caminha inverso dos produtos, em sentido a montante. Há várias razões para a implantação da
Logística Reversa, como mostra o Quadro 1:
RAZÕES PARA APLICAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA

Maior preocupação por parte dos consumidores em poder utilizarem os recursos


Conscientização hoje sem comprometer o futuro. Questão que afeta diretamente os canais de
distribuição reversa.

A legislação sob os resíduos sólidos, que antes eram de responsabilidade do


Legislação
Estado, agora passou para os fabricantes.

Produtos com rápida A diminuição do ciclo de vida dos produtos que resultam no aumento de
Obsolescência resíduos sólidos e/ou produtos ultrapassados.

A imagem de uma empresa ecologicamente correta, que possui um programa de


Selo Verde
devolução dos produtos obsoletos, utilizando o Marketing Ambiental.

Economia pode ser feita a partir da utilização de embalagens retornáveis,


Redução de Custos
reaproveitamento de materiais, entre outros.

Quadro 1: Razões para aplicação da Logística Reversa


Fonte: Adaptado de Leal et al (2002)
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Conforme o Quadro 1, pode-se observar que as empresas, atualmente, estão buscando sempre
atender as novas exigências de mercado, seja de uma forma espontânea, como uma questão de
conscientização ou de forma obrigada pela legislação vigente. Essa obrigação, que antes era
competência do Estado, hoje em dia cabe ao fabricante o processo de recolher os produtos da pós-
venda.
Conclui-se que o processo logístico reverso é um ciclo que não se deve parar. Esse processo possui
dois caminhos a serem percorrido, um é o processo já existente e outro é o desenvolvimento de uma
via única para esse segmento.
Partindo do pressuposto que a logística apresenta uma facilidade para o gerenciamento do fluxo de
produtos de origem até o consumidor final, Ballou (2001) afirma que existe em muitas empresas um
canal logístico reverso que necessita, também de ser gerenciado. A vida do produto não encerra
com a entrega ao consumidor, ele pode sofrer avarias, passar do período de validade, tornar-se
obsoleto. A partir daí, pode-se perceber que na logística reversa encontra-se uma subdivisão, como
é exposto na Figura 2.
A logística reversa pode ser dividia em duas subdivisões: a Logística Reversa da Pós-Venda que se
trata da área da logística que direcionada para o planejamento, o controle e a destinação dos
produtos sem e/ou pouco uso, e que devem retornar a cadeia de distribuição; e a Logística Reversa
do Pós-Consumo ocupa-se a tratar dos produtos que se encontra no final do ciclo de vida útil ou os
que ainda podem ser reutilizados como, por exemplo, algumas embalagens. (GUARNIERI et al,
2006).
A Logística Reversa (ou Logística Verde) tem sido vista como uma oportunidade no mercado, uma
continuidade de seus projetos e planos traçados pelas empresas. Ela apresenta a criação e
consolidação de uma imagem, perante a sociedade, de uma empresa correta, que pensa nos seus
colaboradores, no meio ambiente e na qualidade de vida, não só dos presentes, mas também das
gerações futuras.

Cadeia de Distribuição Direta

Consumidor

Bens de Pós Venda Bens de Pós Consumo

Logística Reversa de Pós Venda: Logística Reversa de Pós


seleção, coleta e consolidação. Consumo: reciclagem, desmanche,
reuso, coleta e consolidação.
Figura - 1:Áreas de Atuação e Etapas da Logística Reversa
Fonte: Adaptado de Leite (2002)
Esse processo tem trazido consigo grandes retornos para as empresas, sejam eles sociais ou
econômicos. Esse processo é atualmente aplicado pelas empresas de materiais eletrônicos, como
HP, e a Xerox, ou pelas empresas que visam à preservação do meio ambiente e querem passar uma
imagem à sociedade de uma empresa que tem uma gestão ambiental, visando sustentabilidade
(CSCMP, 2007).
Em Logística Reversa, as empresas passam a ter responsabilidade pelo retorno do produto à
empresa, quer para reciclagem, quer para descarte. Seu sistema de custeio deverá, portanto, ter uma
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abordagem bastante ampla, como é o caso do Custeio do Ciclo de Vida Total. Para Batalha et al.
(2002), este sistema permite aos gerentes administrar os custos “do berço ao túmulo”.
Com o desenvolvimento da logística reversa e com a sua subdivisão fica possível perceber a
preocupação do setor com os custos dos processos como também com os descartes de resíduos
sólidos no meio ambiente. Assim a Logística Reversa exerce uma considerável participação na
redução dos custos da empresa e também na imagem de uma organização ecologicamente correta
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa foi descrito com base na pesquisa descritiva, que tem como função observar,
registrar, analisar e correlacionar os fatos ou fenômenos sem manipulá-los e sem a interferência dos
pesquisadores. Apoiado nesta contextualização, o aporte teórica para a fundamentação da pesquisa
foi baseada em referências bibliográfica, realizada por meio de levantamentos em fontes
secundárias como consultas em livros e artigos científicos, possibilitando uma visão geral da
importância da Logística Reversa na organização, como uma percepção contemporânea dos
benefícios estabelecidos.
É possível evidenciar, ao longo da pesquisa bibliográfica, os valores econômicos e sociais que as
organizações conseguem utilizando a Logística Reversa como, por exemplo, a reciclagem de
produtos usados, danificados e/ou vencidos que antes não agregavam valor algum, e com a atuação
da Logística Reversa conseguem agregar valor perceptível para as organizações, como também para
o cliente final.
4. IMPLICAÇÕES DA LOGÍSTICA REVERSA
4.1. Custos Reduzidos
A utilização de embalagens retornáveis ou do reaproveitamento de material para a produção tem
trazido ganhos cada vez maiores para as empresas, estimulando cada vez mais novas iniciativas.
Melhorias no desenvolvimento da área de Logística Reversa, pode também justificar os
investimentos feitos, realizados como um retorno a longo prazo.

Figura - 2. Processo Logístico Direto e Reverso


Fonte: Lacerda (2000, p.2)
Na Figura 1, é demonstrado o processo Logístico Direto e o Reverso. O sistema de produção
normal, tradicional, utiliza os recursos, obtendo suprimentos para a produção, concluindo-se na
distribuição.
O processo Logístico Reverso reaproveita os materiais que foram utilizados, retornando-os ao
processo tradicional de suprimento, sendo utilizado de novo no ciclo, imitando o ecossistema. A
empresa realiza atividades de coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou
obsoletos até os locais de reprocessamento, revenda ou descarte.
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Na Figura 3, são apresentadas as atividades típicas, comuns da Logística Reversa. Dependendo do


estado em que se encontra o produto quando entra nesse processo, ele pode retornar ao fornecedor
se houver um acordo das partes; pode ser revendido se tiver em condições de comercialização, em
perfeito estado; pode ser recondicionado se não tiver muitos gastos para fazer isso; pode ser
reciclado; ou, se não tiver recuperação e em último caso, ele pode ir ao descarte.

Retornar ao
Fornecedor

Revender
Secundários
MateriaisSecundários

Recondicionar Expedir Embalar Coletar


Materiais

Reciclar

Descarte

Figura - 3. Atividades típicas da Logística Reversa


Fonte: Lacerda (2000, p.3)
Apesar de existir um consenso quanto aos lucros empresariais e os benefícios ao meio ambiente, o
conceito de Logística Reversa ainda está em formação. Muitas empresas o interpretam de acordo
com a sua realidade e seu tipo de produção. Desta forma, cada seguimento da indústria aplica este
conceito de forma diferenciada.
4.2. Fator Social
A sociedade como um todo vem ampliando sua visão acerca da responsabilidade social e ambiental
atreladas aos processos produtivos de bens e serviços. Esse movimento todo, esta em prol de
modelos de desenvolvimento mais equilibrados, capazes de viabilizar uma relação harmônica entre
fatores econômicos, sociais e ambientais.
De acordo com Donaire (1999), as organizações tem recentemente sofrido uma profunda mudança,
na medida em que deixam de ser organismo economicus, papel sócio político. É neste novo cenário
que surge a responsabilidade social das organizações, bem como a necessidade de uma gestão de
impactos ambientais causados por processos produtivos. (Gibbert; Bezerra 2007, p.76)
As organizações têm sido apontadas como uma parcela dos impactos negativos causados no meio
ambiente devido à utilização de seus recursos para sua produção de bens e serviços. As
organizações têm procurados meios, processos que equilibre, minimize custos e atenda as
expectativas das partes interessadas, suavizando sua imagem perante a sociedade.
Segundo Ferreira e Bartholo (2005) o conceito de Responsabilidade Social empresarial associa-se
do fato de que uma organização é responsável pelos impactos que suas práticas e ações gerenciais
produzem no universo situado além do mercado, que não se referem somente ao âmbito da empresa
em si.
O instituto Ethos de Empresa e Responsabilidade Social corrobora com esse pensamento ao afirmar
que a responsabilidade social empresarial é a forma de gestão ética e transparente da empresa com
todos os públicos com os quais ela se relaciona estabelecendo metas empresariais que buscam o
desenvolvimento sustentável (Instituo Ethos, 2005)
Uma das maiores preocupações das empresas é de possuir valores, éticas, o respeito ao meio
ambiente, a comunidade, ao governo, aos acionistas, funcionários, clientes, consumidores dentre
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outros. O objetivo da responsabilidade social é promover o desenvolvimento sustentável e a


transparências das atividades das organizações, suprir as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de futuras gerações.
Transparência significa ausência de corrupção que não é muito confiável com a competição que
sustenta o mercado livre e saudável. Uma empresa transparente atrai investidores, dar confiança aos
empreendedores. Empresa transparente significa dar ouvidos e ouvir os stackholders: instituições,
comunidades outras pessoas, fornecedores, consumidores, empregados pessoas que opera, trabalha
e vive em uma sociedade.
A logística reversa anda lado a lado com a sustentabilidade, dar credibilidade, consolida o nome da
empresa, a marca, muda a imagem de suas atividades perante os consumidores, como uma empresa
100% correta, que pensa na qualidade de vida, e etc. Faz com que a empresa passe uma ética de
suas atividades interna para as pessoas que estão fora dos limites da empresa, disponibilizando a
transparência de seus programas, seus objetivo, seu compromisso com a sociedade como um todo e
reforçando com padrões mais éticos nos negócios.
4.3. Fator Ambiental
Com a preocupação com meio ambiente, a questão ambiental fica evidente e até cobrado que as
empresas se encarreguem, sejam responsáveis pelo que elas produzem, isto é, fique responsável por
todo o ciclo do produto. Desde a retirada dos insumos, transformação, saída até o destino final, o
descarte. Qual será o impacto dele no meio ambiente. Outro fator cobrado é a consciência ecológica
dos consumidores, que estão cada vez mais cobrando das empresas que elas reduzem os impactos
ambientais, ou trabalhe de maneira sustentável, correta, fazendo uma produção limpa.
A produção mais limpa envolve a aplicação contínua de estratégias ambientais aos processos e
produtos de uma indústria, com o intuito de reduzir riscos ao meio ambiente e ao ser humano.
(BATALHA et. al., 2001).
Essa estratégia visa prevenir a geração resíduos, efluentes e emissões bem como minimizar o
consumo de matérias - primas e energias. Os clientes acreditam que uma empresa que possui uma
política de retorno dos produtos, essa sim é uma empresa correta, clara de visão que pensa na
sociedade, no meio ambiente interno e externo, na sustentabilidade na qualidade de vida.
A vida de um produto fabricado não termina com a entrega do cliente. Hoje pensa aonde vai ser
descartado aquele produto, qual será o destino dele. Os Produtos danificados, quebrados, devem
retornar ao seu ponto de partida, de origem, para serem descartados, reparados ou reaproveitados.
No âmbito financeiro as organizações terão que aplicar além de custos de compra de matéria-prima,
de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida do produto inclui também outros custos,
que estão relacionados com o gerenciamento de fluxo reverso. Do ponto de vista ambiental, esta é
uma forma de avaliar qual o verdadeiro impacto que aquele produto traz para o meio ambiente
durante todo seu ciclo de vida.
Essa abordagem sistêmica é importante para planejar todas as etapas do ciclo de vida do produto, a
utilização dos recursos logísticos.
Neste caso podemos dizer que logística reversa como sendo o processo de planejamento,
implementação e controle do fluxo, matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados
(fluxo de informação), do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar
valor ou realizar um descarte adequado. Aproveitando tudo, em todas as etapas do ciclo do produto.
A natureza do processo da logística reserva vai depender do tipo de material e do motivo pelo qual
este entra no sistema. Os materiais podem ser divididos em dois grandes grupos: Produtos e
embalagens.
Produtos - Muitas organizações não perdem tanto as vendas, porque aceitam a devolução de itens
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com defeito ou que tenha a necessidade de reparos. O custo de devolução embora seja significativo,
sabe-se que a empresa perderia bem mais se não adotasse esse tipo de método. O Fluxo de logística
reserva de produto se dá isso, pode também ser usado para manter os estoques reduzidos,
diminuindo o risco com a manutenção de itens de baixo movimento comercial. Exemplo disso a
empresa fonográfica que trabalha com grande numero de itens de lançamentos e isto pode criar um
risco de estoque muito alto nos varejistas. As organizações para incentivar a compra do mix de
produtos aceitam devolução de itens que não estiverem em bom estado e defeito utilizando a
estratégia q foi citada acima. Para cativar e fidelizar mais clientes, consumidores as empresas se
sujeitam a dotar este método.
Embalagens – O fluxo de logística reserva basicamente ocorre por causa da reutilização ou por
causa de normas e regras estipuladas para serem cumpridas. Vários países como a Alemanha exige
e impede o seu descarte no meio ambiente, as organizações são obrigadas a se preocuparem com o
destino de seus produtos e responsáveis por qualquer impacto ambiental que seu produto oferecer
tanto para meio - ambiente quanto para seres humanos.
4.4. Análise de Caso
Existem países em que as leis ambientais são mais brandas como é o caso do Brasil onde as
embalagens de transporte são escolhidas e utilizadas de acordo com os princípios da organização,
ou seja, de acordo com os princípios éticos e morais de cada empresa. Existem algumas empresas
no Brasil que já estão trabalhando com a questão da sustentabilidade dos seus produtos para o
mercado, a exemplo disso, temos: o óleo trifásico de uma grande empresa de cosmético, que
denominamos EMPRESA “X”, para preservar o seu anonimato.
A mesma obtve no ano de 2007, o premio de melhor embalagem na categoria popular. Os frascos
são feitos de 30% de PET reciclado atendendo o conceito dos três R’s (redução, reutilização e
reciclagem) que norteia o desenvolvimento de embalagens da empresa. O material que teria o
destino para o lixo, hoje ele é reaproveitado, as novas embalagens do Óleo Trifásico são produzidos
a partir das garrafas PET já usadas, fios, fitas e outros produtos plásticos.
Para garantir a certificação do produto o mesmo passa por um sistema de segurança onde são
realizados testes de citotoxicidade, microbiologia do produto, microbiologia da embalagem, envase
e transporte. Para reaproveitar as garrafas PETI, a empresa utiliza uma tecnologia alemã chamada
“Stehning Bottle to Bottle Process”, testada e aprovada por órgãos internacionais como o Food and
Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e o Instituto Fraunhofer, da Alemanha.
No contra-rótulo, agora, vem informado à porcentagem de material reciclado e reciclável. O
objetivo deles é cada vez mais, aumentar esses números nas outras embalagens da empresa. E
informar para o consumidor. Pois essa medida indica para sociedade que a empresa é
ecologicamente correta, investe na sustentabilidade e que ela está reduzindo todos os desperdícios.
4. CONCLUSÕES
A proposta desse artigo foi mostrar os benefícios do desenvolvimento da Logística Reversa como
também, os conceitos dado da logística reversa por vários autores. Mostrando sua importância, seja ela
econômica ou social. Econômica referindo-se a redução de custo, desperdícios, materiais que antes não
agregavam valores que era considerado despesas, prejuízos, como: materiais com defeitos que hoje em
dia pode ser utilizados através da cadeia de logística reversa.
Salientando que a Logística Reversa tem como foco a redução da poluição do meio ambiente e os
desperdícios de insumos, assim como a reutilização e reciclagem de produtos. E o fator social que é
explorar de maneira certa os recursos naturais renováveis e não – renováveis sempre pensando em
futuras gerações, que irão querer desfrutar do mesmo. Até porque a as normas ambientais estão ficando
mais severas contras às empresas, pois elas são responsáveis pelo que produzem.
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Desde a retirada dos insumos da natureza, do berço melhor dizendo, até a entrega do produto ao cliente
passando ao descarte final, quando material volta a terra. Isso tudo hoje em dia faz parte da
responsabilidade da empresa.
A logística reversa é uma maneira de ambas as partes ganharem, a sociedade ganha com benefícios
voltada para elas, questões como: qualidade de vida, preservação, respeito. As empresas com:
credibilidade, conhecimento, redução de custos, visão futura, ganhos a longo prazo, fortalecimento
da marca entre outros fatores. Passará a ter uma relação harmônica entre os fatores sociais,
econômicos e ambientais.
REFERÊNCIAS
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