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DIREITO PENAL

INFRAÇÃO PENAL: ELEMENTOS E ESPÉCIES


SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL
TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE E PUNIBILIDADE.

ILICITUDE:

A antijuridicidade, ou ilicitude, pode ser conceituada como a contrariedade da conduta com o


ordenamento jurídico. Isto porque temos que a antijuridicidade em seu significado literal quer
dizer: anti (contrário) juridicidade (qualidade ou caráter de jurídico, conformação ao direito;
legalidade, licitude), ou seja, é o que é contrário a norma jurídica.
Ilicitude Formal: mera contrariedade do fato ao ordenamento legal (ilícito), sem qualquer
preocupação quanto a efetiva danosidade social da conduta. O fato é considerado ilícito porque
não estão presentes as causas de justificação, pouco importando se a coletividade reputa-o
reprovável.

Ilicitude Material: contrariedade do fato em relação ao sentimento comum de justiça (injusto); O


comportamento afronta o que o homem médio tem por justo, correto. Há uma lesividade social
inserida na conduta, a qual não se limita a afrontar o texto legal, provocando um efetivo dano à
coletividade.

Ilicitude subjetiva: para esse conceito, a ilicitude está relacionada a capacidade do autor da
conduta. O fato só é ilícito se o agente tiver capacidade de avaliar seu caráter criminoso, não
bastando que, objetivamente, a conduta esteja coberta por causa de justificação. Segundo essa
corrente doutrinária, o penalmente incapaz não comete fato ilícito.

Ilicitude objetiva: independe da capacidade de avaliação do agente. Para existir ilicitude basta
inexistir causa excludente.

Causas de Exclusão da Ilicitude


Conforme abordado no item anterior, pressupõe-se, desde início, que todo fato típico é ilícito,
salvo se presente algo (uma causa) que exclua a dita ilicitude.
As causas de exclusão da ilicitude podem ser:
a) causas supra legais ou
b) causas legais.
Vamos agora analisar de forma resumida cada uma delas:
a) causa supra legais de exclusão da ilicitude
Muito embora a legislação imponha número determinado de causas que excluem a ilicitude, sabe-
se que o direito é o equilíbrio da vida social, sendo que este em virtude de costumes, impõe
normas que possibilitam a exclusão do antijurídico.
Isto quer dizer que as hipóteses que permitem a exclusão da ilicitude não são limitadas ao rol
legal, mas podem ser estendidas diante dos costumes da própria sociedade. Suponha que o recém
nascido de sexo feminino tem suas orelhinhas furadas para inserção de brinco. Os pais, o
farmacêutico, ou o médico, estariam praticando crime de lesão corporal? Evidentemente que não,
já que por costume social, a ilicitude nesse caso é excluída, não por causa legal (pois não esta
expressa na lei) mas por causa supra legal (advinda dos costumes da sociedade).
b) causas legais de exclusão da ilicitude
Consistem nas causas, expressas na legislação, que se constatadas excluem a ilicitude do fato, e
portanto, seu caráter de crime. São elas:
– estado de necessidade;
– legítima defesa;
– estrito cumprimento do dever legal e;
– exercício regular de um direito.

CULPABILIDADE:

Elementos da Culpabilidade e Causas de Exclusão

Causa de Exclusão são eventos que permitem anular a culpabilidade de um determinado agente em
uma determinada infração penal.

 Imputabilidade: o agente ativo da infração penal deve entender o caráter


ilícito (proibido) do fato cometido. São, assim, excluídas pessoas com:
 doença mental,
 desenvolvimento mental incompleto (incluindo menores de 18 anos e silvícolas),
 desenvolvimento mental retardado e embriaguez completa proveniente de fortuito
 ou força maior

 Potencial consciência de ilicitude: o agente deve reconhecer da ilicitude (proibição) do seu


ato. De acordo com o Artigo 21 do Código Penal "o desconhecimento da lei é inescusável"
(ou seja, ninguém pode dizer que cometeu uma infração penal por não saber que se tratava
de uma infração penal) . A exclusão ocorre, então, por Erro de Proibição Escusável: isto é, o
agente ativo da infração, diante das circunstâncias da situação, erra ao interpretar a lei,
julgando não ser infração o que realiza.
 Conduta de acordo com a lei: são punidos apenas os atos em que o agente tenha a
possibilidade de agir de acordo com a lei, mas preferiu cometer a infração. Desta forma,
há duas causas de exclusão da culpabilidade neste caso: coação moral irresistível e
obediência hierárquica (CP Art.22).
 Coação moral irresistível: é aquela em que há grave ameaça contra o agente infrator
e que por isto cometeu a infração. Não está incluída aqui a coação física (já que neste
caso o agente não possui a vontade de praticar o crime) e não se inclui, também, a
coação moral resistível (i.e. aquela em que é possível a oposição).
 Obediência Hierárquica: ocorre quando o agente pratica ato (não-
explicitamente) ilegal por ordem formal vinda de superior.

QUESTÕES DE CONCURSO

O crime de extravio, sonegação ou inutilização de doc. público não prevê a modalidade culposa, o
agente praticou o ato de forma culposa, portanto o crime é ATÍPICO.

Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica


É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que
absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão
responsável pela prática criminosa.

ABSOLVIÇÃO IMPROPRIA: sentença que declara a conduta como tipica e ilícita, mas o autor da
infração penal é inimputável, o autor não cumprirá pena e sim medida de segurança.

O princípio da confiança funda-se na premissa de que todos devem esperar que as outras pessoas
sejam responsáveis e atuem de acordo com as normas da sociedade, visando evitar danos a
terceiros.

 extinguir a prescrição retroativa (apenas em relação à etapa de investigação


criminal [período compreendido entre a data do crime e a do recebimento da denúncia],
dado que, por força de alteração do texto primitivo do projeto de lei, ela continua a
subsistir quanto à fase deinstrução processual [interstício que medeia o recebimento da
ação penal e a prolatação da sentença]).
 aumentar, de 2 para 3 anos, o menor prazo prescricional, estabelecido no inciso VI do art.
109.
 Indulto (coletivo): o Decreto (Presidencial) de indulto exclui a pena/punibilidade, mas não
o crime (então não exclui sequer os efeitos penais, como a reincidência);
 Anistia: a lei da anistia exclui o crime para determinado agente. Para ele, exclui os efeitos
penais (como a reincidência), mas não afasta os efeitos extrapenais ou civis (como a
obrigação de reparar o dano).
 Abolitio criminis: a lei que revoga o tipo penal, exclui o crime (para todos). Exclui os efeitos
penais (como a reincidência), mas não afasta os efeitos extrapenais ou civis( como a
obrigação de reparar o dano).

No crime de peculato exclusivamente em sua modalidade culposa, se houver reparação do dano


no curso do inquérito policial, extinguir-se-á a punibilidade do agente.

Art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em...
Parágrafo 2º - O fato deixa de ser punível se antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
No tocante aos crimes de atentado ou empreendimento, tem-se que são aqueles em que a
tentativa é punível como crime. Desse modo, para o mundo dos fatos, a tentativa por si só faz com
que haja consumação do crime.
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança
detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Não é possível a concessão de anistia, graça ou indulto àqueles que tenham praticado crimes
hediondos.

ERRO DE TIPO E ERRO PROIBIÇÃO


Erro
de

Tipo
1) Essencial: recai sobre as elementares do tipo (Elemento Objetivo(verbo),Elemento
Normativo(juízo de valor),Elemento Subjetivo(dolo ou culpa))
a) vencível: afasta somente o dolo
b) invencível/inevitável: afasta o dolo e a culpa
2) Acidental: recai sobre os dados acessório
a) sobre o objeto(quer roubar uma coisa e rouba outra): não afasta a existência do crime
b) sobre a pessoa(deseja matar uma pessoa e mata outra): não afasta a existência do crime
c) sobre o nexo causal(acha q a pessoa está morta e joga ela em um rio):não afasta a existência do
crime
d) sobre o resultado(soco derruba pessoa que cai e bate cabeça e morre):não afasta a existência
do crime

Erro de Proibição
1) Evitável: não afasta a existência do crime
2) Invencível/inevitável: afasta a existência do crime
O erro inevitável:
1) Erro de Tipo,Espécie Essencial, do tipo invencível: afasta-se o DOLO e a CULPA da conduta e é
excludente da tipicidade (ok)
2) Erro de Proibição,tipo inevitável: afasta o crime e é excludente de culpabilidade (ok)

a - ou é tentativa perfeita ou crime falho( realizou todos os atos para consumação do crime e esse
não aconteceu) ou é desistência voluntária( desistir de prosseguir com o ato, mesmo podendo).

b - Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente,
a pena será reduzida de um a dois terços.

e - Crimes unissubsistentes: não admitem desistência voluntária, uma


vez que, praticado o primeiro ato, já se encerra a execução, tornando impossível

Os crimes habituais, os preterdolosos, os culposos, os unissubisistentes e os omissivos próprios


não admitem a tentativa.
DISCRIMINANTE PUTATIVA: será isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.

"Erro de proibição, ao contrário do erro de tipo (excludente de tipicidade), é temática afeta à


culpabilidade, e incide exatamente porque o agente não ignora a lei, mas ignora que seu
comportamento esteja contrariando a lei.
No erro de proibição o agente, no momento da ação, não tem a potencial consciência da ilicitude
de seu comportamento (que é um dos elementos constitutivos do 3° substrato do crime, a
Culpabilidade) e, por isso, deve ser absolvido, uma vez que se extinguiu a culpabilidade pela
inexistência de um de seus elementos.

IMPUTABILIDADE PENAL
CONCURSO DE PESSOAS

Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
O ABORTO PREVE UM CRIME PARA CADA PARTICIPE OU AUTOR, DIFERENCIANDO-SE DO CP
NESSE CASO E SEGUIND A TEORIA DUALISTA OU TEORIA MONISTAS DE FORMA “MATIZADA OU
TEMPERADA”.
Na autoria colateral dois agentes praticam a conduta ao mesmo tempo, mas não há qualquer
vínculo subjetivo entre eles, ou seja, eles não agem em conluio, não há combinação entre ambos.
Ausente o liame subjetivo, ou seja, o vínculo de vontade entre ambos, não há concurso de
pessoas.
O código penal prevê a cooperação dolosamente distinta (também chamada de desvio subjetivo
de condutas), prevista no art. 29,§ 2 do CP. A cooperação dolosamente distinta impede que
alguém responda por um fato que não estava na sua esfera de vontade ou de conhecimento, ou
seja, o agente (coautor ou participe) que quis participar de um crime menos grave, deve ser
aplicado a pena deste crime menos grave no concurso de pessoas.
Autoria colateral – Ocorre quando duas ou mais pessoas realizam simultaneamente uma conduta
sem que exista entre elas liame subjetivo. Cada um dos autores responde por seu resultado,visto
não haver, nesse caso, co-autoria.
Autoria incerta – Ocorre quando, na autoria colateral, não se sabe quem produziu o resultado. A
conseqüência é a responsabilização de todos os autores por tentativa, visto que não se sabe qual
deles provocou o resultado (princípio in dubio pro reo).
Aquele que se utiliza de menor de dezoito anos de idade para a prática de crime é considerado
seu autor mediato.
Autoria por convicção: “as hipóteses em que o agente conhece efetivamente a norma, mas a
descumpre por razões de consciência, que pode ser política, religiosa, filosófica, etc.”
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.
É possível, do ponto de vista jurídico-penal, participação por omissão em crime comissivo.

DA LEGITIMA DEFESA:
OBS: O excesso está presente em todas as excludentes.
Intensivo: quando a injusta agressão (no caso da legítima defesa) ainda existir.
Extensivo: quando a injusta agressão (no caso da legítima defesa) não existia mais.

GRAÇA, ANISTIA E INDULTO:

A anistia é concedida pelo Congresso Nacional, por meio de lei, enquanto a graça e o indulto são
concedida pelo Presidente, por meio de decreto.

a graça e o indulto não podem ser recusados, salvo quando comutar a pena ou no caso de indulto
condicionado, que ele aquele que impõe certas condições para sua concessão. Após a concessão da
Anistia, Graça ou Indulto, os benefícios não poderão ser revogados.

Anistia refere-se a fatos. Graça (individual) e Indulto (coletivo) beneficia determinados indivíduos.
"A anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação irrecorrível; a graça e
o indulto pressupões o trânsito em julgado da sentença condenatória".
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Coação moral irresistível é excludente de culpabilidade diferente da coação física irresistível que é
excludente da tipicidade
As excludentes de ilicitude são: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do
dever legal e exercício regular de direito.

"Inserir ou facilitar, o funcionário AUTORIZADO, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir


indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano"
O tutor ou depositário judicial que recebe coisa alheia móvel nessa qualidade e dela apropria-se
comete o crime de apropriação indébita. Estes não são agente públicos, por isso não se trata de
peculato.

Prevaricação imprópria
Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou
com o ambiente externo.

Perdão Judicial - Efeitos da Condenação


A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo
qualquer efeito condenatório.

O peculato desvio, em proveito de terceiro, pelo prefeito municipal, tem enquadramento específico
como crime de responsabilidade, não se constituindo, o término do mandato, em causa extintiva da
punibilidade, ou de readequação típica dos fatos.

Art 3º Constitui contravenção penal, a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.

- subdivisão dos crimes funcionais:


- próprios – são aqueles cuja exclusão da qualidade de funcionário público torna o fato
atípico - ex.: “prevaricação” (provado que o sujeito não é funcionário público, o fato
torna-se atípico).
- impróprios – excluindo-se a qualidade de funcionário público, haverá desclassificação
para crime de outra natureza - ex.: peculato (provado que o sujeito não é funcionário
público, desclassifica-se para “furto” ou “apropriação indébita”)

Corrupção ativa: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Corrupção passiva: Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa,
o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional.
"MOTIVO TORPE: É o moralmente reprovável, demonstrativo de depravação espiritual do sujeito. Torpe é o
motivo abjeto, desprezível". É, pois, o motivo repugnante, moral e socialmente repudiado. Exs. (Prof.
Damásio de Jesus): homicídio de esposa por negar-se à reconciliação; para obter quantidade de maconha;
matar a namorada por saber que não era mais virgem; luxúria, etc.

"MOTIVO FÚTIL: É o insignificante, apresentando desproporção entre o crime e sua causa moral". É, pois, o
motivo banal, ridículo por sua insignificância. Exs. (Damásio de Jesus): incidente de trânsito; rompimento de
namoro; pequenas discussões entre familiares; fato de a vítima ter rido do homicida; discussão a respeito de
bebida alcoólica, etc.

Peculato Culposo - Reparação do dano:

 Antes do trânsito em julgado: extingue a punibilidade;


 Depois do trânsito em julgado: reduz a pena pela metade.

Coação física irresistível: exclui o crime


Coação moral irresistível: exclui a culpabilidade.

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.2 - Legítima Defesa Sucessiva
Este tipo de defesa acontece quando o agressor realiza uma atitude ilícita perante a vítima, e esta
reage praticando atos que ultrapassam os limites da legítima defesa
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A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

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O indulto pode ser pleno ou parcial, sendo que o indulto pleno extingue totalmente a pena, enquanto
que o indulto parcial impõe a diminuição da pena ou a sua comutação. Veja-se, assim, que
a comutação da pena é a substituição de uma sanção por outra menos gravosa, uma espécie de
indulto parcial.

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Somente se considera qualificado o crime se o obstáculo não é parte integrante do bem furtado.
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Crime omissivo próprio é o que descreve a simples omissão de quem tinha o dever de agir (o agente
não faz o que a norma manda. Exemplo: omissão de socorro – CP, art. 135). NÃO ADMITE
TENTATIVA
Crime omissivo impróprio (ou comissivo por omissão) é o que exige do sujeito uma concreta atuação
para impedir o resultado que ele devia (e podia) evitar. O agente responde pelo crime omissivo
impróprio porque não evitou o resultado que devia e podia ter evitado. ADMITE TENTATIVA
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Arrependimento eficaz só pode ser verificado quando não há a consumação do


crime.

Por sua vez, o artigo 15 do CP, estabelece que o agente deve moldar sua conduta no
sentido de desistir de: “prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza”.

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Quem subtrai coisa sua, que se encontra em legítima posse de terceiro, pratica exercício arbitrário das
próprias razões

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Certo. Crime funcional impróprio ou misto é aquele que, caso não seja praticado pelo
funcionário público, opera uma atipicidade relativa (o fato enquadra-se em outro tipo penal), a
exemplo do peculato que só pode ser cometido por funcionário público, todavia, se praticado
em outro âmbito, por particular, a conduta pode ser tipificada como furto ou apropriação
indébita.

Assim, não há que se falar em crime próprio, pois este só pode ser cometido por funcionários públicos
e a ausência de tal qualidade torna a conduta atípica (ex: prevaricação - art. 319). Já nos crimes
funcionais impróprios ou mistos, repita-se, a ausência dessa qualidade faz com que o fato seja
enquadrado em outro tipo penal. À vista disso, prevalece o gabarito oficial assinalado para o item."

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Contra animais não há legitima defesa e sim Estado de Necessidade, mas se o animal for
utilizado como meio para cometer o delito aí sim estaremos diante de legítima defesa, ou seja se uma
pessoa utilizar-se do animal para lhe atacar neste e caso será legítima defesa.
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aberratio ictus, em Direito penal, significa erro na execução ou erro por acidente. Ex.: Quero atingir
uma pessoa ("A") e acabo matando outra ("B").

O condenado que foge do presídio sem violência contra a pessoa e sem causar dano ao patrimônio
público comete falta grave.
Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato
mediante falsificação de cheque.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

CONCEITO GERAIS:

CRIANÇA – até 12 anos incompletos

ADOLESCENTE – entre 12 e 18 anos

JOVEM ADULTO – Entre 18 e 21 anos (excessão)

ATO INFRACIONAL – Crime ou contravenção penal

MEDIDAS PROTETIVAS – crianças (quando pratica ato infracional e quando fere os direitos, adolescentes
(somente quando fere seus direitos)

MEDIDAS SOCIO-EDUCACIONAIS – Adolescentes

PRINCÍPIOS:

PROTEÇÃO INTEGRAL

RESPONSABILIDADE TRIPARTIDA

PRIORIDADE ABSOLUTA

CONDIÇÃO PECULIAR DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO

GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO

Art.28: A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente
da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos dessa lei.

REGULARIZA A POSSE
GUARDA: TEMPORÁRIA
EXCEPCIONAL
DIREITOS DE DEPENDENTE (INCLUSIVE PREVIDENCIARIOS).

PRÉVIA DECRETAÇÃO DE PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR


TUTELA: IMPLICA GUARDA
NÃO DESFAZ VÍNCULO FAMILIAR
MEDIDA EXCEPCIONAL E IRREVOGÁVEL
ADOÇÃO: CONCLUSÃO DO PROCESSO COM CONSENTIMENTO (SE) FOR ADOLESCENTE (<12)
ATRIBUI CONDIÇÃO DE FILHO
REGRAS DE ADOÇÃO: não podem ascendente ou irmãos
Adoção conjunta: casados ou unidos
Adotante no mínimo 16 anos mais velho que o adotando.

DOS CONSELHOS:

COMPOSIÇÃO: NACIONAL/ESTADUAL/MUNICIPAL
FORMAÇÃO PARITÁRIA (PODER PUB. E SOCIEDADE)
CONSELHOS DE
DIREITOS: IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS
COMPETENCIAS: PRESIDIR ESCOLHA DOS CONS. TUTELARES
REGISTRO DE ENTIDADES DE ATENDIMENTO

COMPOSIÇÃO: MUNICIPAL
5 MEMBROS
5 MEMBROS
CONSELHO TUTELAR:
APLICAR MEDIDAS
ATENDER E ACONSELHAR
APLICAR MEDIDAS
COMPETENCIAS: ATENDER
PROMOVEE AS DECISÕES
ACONSELHAR
FISCALIZARAS
COMPETENCIAS: PROMOVE ASDECISÕES
ENTIDADES
FISCALIZAR AS ENTIDADES

MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS:

ADVERTÊNCIA

OBRIGAÇÃO REPARAÇÃO DO DANO -> comprovado o dano/sendo possível suportar a medida

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO COMUNITÁRIO -> máximo de 6 meses com 8 horas semanais.

LIBERDADE ASSISTIDA -> mínimo de 6 meses (pessoa nomeada pelo juiz para acompanhamento)

INSERÇÃO EM REGIME SEMI-LIBERDADE -> Aplicabilidade direta/progressão

1. ATO INFRACIONAL COM GRAVE AMEAÇA


INTERNAÇÃO EM ESTABELECIMENTO EDUCACIONAL OU VIOLENCIA;
BREVIDADE/EXCEPCIONALIDADE 2. REITERAÇÃO DE PRÁTICA DE ATOS
INFRACIONAIS GRAVES;
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à 3. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA.
educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Art. 117 ECA. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.

a)CORRETA - A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta
e cinco dias. (ART 108 ECA)

b)CORRETA - É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


socioeducativa. (SUM 265 STJ)
c)CORRETA - A medida aplicada por força de remissão poderá ser revista expressa e judicialmente, a
qualquer tempo. (ART 128 ECA)
d)CORRETA - A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse do menor é, em
princípio, do foro do detentor de sua guarda.(SUM 383 STJ)
e)ERRADA - Não É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, repasse de
recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção
internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (ART 54-A ECA)

Art. 171 (ECA)


O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo,
encaminhado à autoridade judiciária.

Art. 172 (ECA) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,


desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta
e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de
autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
Competente poderá aplicar ao adolescente as
Seguintes medidas:
I – Advertência;
II – Obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – Liberdade assistida;
V – Inserção em regime de semiliberdade;
VI – Internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e
o defensor.
Da internação:
A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,
compleição física e gravidade da infração.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da


responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de
semiliberdade e a internação.
Capítulo V – Dos Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhado, tio e sobrinho,
padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância
e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.

CORRUPÇÃO DE MENORES. CRIME FORMAL

"A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas."


O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios consolidou o entendimento de que se aplica o
princípio da identidade física do juiz ao procedimento de apuração de ato infracional.
I - No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula a desistência de outras provas
em face da confissão do adolescente.

II - A aplicação de medidas sócio-educativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da


competência exclusiva do Juiz.

III - É necessária a oitiva do adolescente infrator antes de decretar-se a regressão da medida


sócioeducativa.

IV - A prescrição penal é aplicável às medidas sócio-educativas.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A COMUNIDADE: MÁX. 6 MESES E 8 HORAS SEMANAIS.

LIBERDADE ASSISTIDA: MÍNIMO 6 MESES.


REGIME DE SEMILIBERDADE: SEM PRAZO DETERMINADO, APLICANDO NO QUE COUBER ÀS
DISPOSIÇÕES RELATIVAS À INTERNAÇÃO.
INTERNAÇÃO: SEM PRAZO DETERMINADO COM MÁX. 3 ANOS E REVISÕES A CADA 6 MESES.
A intimação da sentença que determina a internação ou aplica medida de semiliberdade será
feita, alternadamente, de duas formas, quais sejam: ao adolescente e ao seu defensor; quando não
for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. No §1º do
mesmo artigo, infere-se que se for outra medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa
do defensor."

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
Em caso de descumprimento reiterado e injustificado da medida de semiliberdade, é cabível ao juiz
aplicar ao adolescente a denominada internação-sanção, pelo prazo de até três meses.

No homicídio, o PERDÃO JUDICIAL É APLICADO AO HOMICÍDIO CULPOSO.

Art.121, § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as


consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Não confundir com homicídio privilegiado:

Art. 121, § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima,
ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Em qualquer das hipóteses de excludente de antijuridicidade, previstas na Parte Geral do Código


Penal, o agente responderá pelo excesso doloso ou culposo.
As imunidades penais, absolutas ou relativas, previstas no Capítulo VIII do Código Penal brasileiro,
são causas extintivas da punibilidade e/ou objetivas de procedibilidade. Tendo em vista a ampla
proteção cedida à harmonia e solidariedade familiar, o Direito Penal não pune aqueles crimes
praticados, sem violência, em detrimento de parentes próximos (cônjuge, filho, irmãos, etc...).
As imunidades penais absolutas incidem nos crimes praticados entre cônjuges, na constância da
sociedade conjugal, e entre ascendentes e/ou descendentes, enquanto as imunidades penais relativas
incidem nos crimes praticados entre cônjuges separados judicialmente, entre irmãos e entre tio e
sobrinho. As absolutas impedem a propositura da ação penal, enquanto as relativas tornam os crimes
de ação penal pública incondicionada em condicionada à representação do ofendido. Não incidira
qualquer das imunidades se a vítima for pessoa idosa, se o crime for cometido com violência ou grave
ameaça, nem se estende ao terceiro.

Em qual sistema penal a culpabilidade é concebida como o vínculo psicológico que une o autor ao
fato?
R. CLÁSSICO.

Quanto aos crimes imprescritíveis, a CF 88 elenca apenas 2, que são:


Racismo e Ação de grupo armado (civil ou militar) contra a Ordem constitucional e o Estado
democrático de direito.
Os T T T (tortura, terrorismo e tráfico de drogas) são na verdade inafiançáveis.
A renúncia é cabível em crimes de ação pena privada e ação penal pública condicionada à representação.

Abolitio criminis
Supressão da infração penal porque a lei posterior revoga a congênere que a definia. Ninguém pode
ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e
os efeitos penais da sentença condenatória.

Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Art 157, § 2°, V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. art. 148
(crime autônomo). Tem-se entendido que quando o sequestro da vítima ou a privação, restrição da
liberdade da vítima é usada como meio para subtração da coisa, caracteriza o roubo
circunstanciado.

O juizo de culpabilidade recai apenas sobre a conduta (Ação/omissão) do autor, não se falando em
personalidade.

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