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Direito Penal Geral – Investigador PCRJ

EXERCÍCIOS – PCRJ

1-Relativamente ao tema da aplicação da lei penal no tempo, analise as afirmativas a seguir.

I. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

II. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, incidindo o princípio da abolitio
criminis aos crimes decorrentes de leis penais excepcionais e temporárias.

III. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado e já iniciada a execução
da pena. Está correto o que se afirma em

A) II, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

2-Joana caminhava pela rua, quando percebeu que um cachorro de grande porte se
desvencilhou da coleira de seu dono e correu ferozmente em direção a uma criança que
brincava na calçada. Com o objetivo de proteger a criança, Joana atirou uma pedra na cabeça
do animal, que veio a falecer. Considerando os fatos acima, Joana agiu em:

A) estado de necessidade, que afasta a culpabilidade de sua conduta;

B) legítima defesa de terceiro, que afasta a tipicidade de sua conduta;

C) estado de necessidade, que afasta a ilicitude de sua conduta;

D) legítima defesa de terceiro, que afasta a ilicitude de sua conduta;

E) estado de necessidade, que afasta a tipicidade de sua conduta.

3-Assinale a única alternativa que NÃO configura uma causa excludente da ilicitude:

A) Coação moral irresistível.

B) Exercício regular do direito.

C) Estrito cumprimento do dever legal.


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D) Legítima defesa.

E) Estado de necessidade.

4-Observando as afirmações sobre os princípios constitucionais penais, marque a alternativa


INCORRETA:

A) O princípio da legalidade veda a existência de crime sem lei que o defina e impede a
existência de pena sem cominação legal.

B) O princípio da anterioridade permite que o fato praticado anteriormente à vigência da lei


penal que o define como crime seja punido.

C) O princípio da legalidade ou da reserva legal impede a criação de crimes e a cominação


de penas por medidas provisórias.

D) O princípio da lesividade ou da exclusiva proteção de bens jurídicos impede que a lei


consagre como crime fato que não acarrete lesão ou perigo de lesão a bem jurídico de
terceiro.

E) Tipos penais que não definem com clareza o fato proibido, tornando-o evidente, violam o
princípio da legalidade.

5-No dia 01/03/2014, Vitor, 60 anos, desferiu um golpe de faca no peito de sua namorada
Clara, 65 anos, que foi a causa eficiente de sua morte, pois descobrira que a vítima mantinha
uma relação extraconjugal com o vizinho. Foi instaurado inquérito policial para apurar o
evento, entrando em vigor, no curso das investigações, a Leinº13.104/2015, passando a
prever a qualificadora do feminicídio. As investigações somente foram concluídas em
25/01/2021. Considerando apenas as informações expostas, a autoridade policial deverá
indiciar Vitor pela prática do crime de homicídio:

A) com causa de aumento de pena, sem a qualificadora pela condição de mulher da vítima;

B) sem qualquer causa de aumento de pena e sem a qualificadora pela condição de mulher
da vítima;

C) com a qualificadora pela condição de mulher da vítima, bem como causa de aumento de
pena;

D) com a qualificadora pela condição de mulher da vítima, sem qualquer causa de aumento
de pena;

E) com a qualificadora pela condição de mulher da vítima, além de causa de diminuição de


pena pelo relevante valor moral.
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6-Durante uma partida de futebol, Rogério agrediu Jonas com um soco, que lhe causou um
leve ferimento no olho direito. No dia seguinte, Jonas vai tirar satisfação com Rogério e, no
meio da discussão, saca uma arma de fogo e parte na direção de Rogério, que, então, retira
de sua mochila um revólver que carregava legalmente e dispara contra Jonas, causando sua
morte. Considerando a situação apresentada, com relação à morte de Jonas, Rogério:

A) responderá por homicídio, ficando, porém, isento de pena por ter atuado no exercício
regular de direito;

B) responderá por homicídio, pois provocou a situação em que se encontrava, afastando


eventual excludente de ilicitude;

C) não responderá por homicídio, considerando que agiu em legítima defesa, que é causa de
exclusão da culpabilidade;

D) responderá por homicídio culposo, pois agiu em excesso de legítima defesa;

E) não responderá por homicídio, pois agiu em legítima defesa, o que afasta a ilicitude de sua
conduta.

7-Joana caminhava pela rua, quando percebeu que um cachorro de grande porte se
desvencilhou da coleira de seu dono e correu ferozmente em direção a uma criança que
brincava na calçada. Com o objetivo de proteger a criança, Joana atirou uma pedra na cabeça
do animal, que veio a falecer. Considerando os fatos acima, Joana agiu em:

A) estado de necessidade, que afasta a culpabilidade de sua conduta;

B) legítima defesa de terceiro, que afasta a tipicidade de sua conduta;

C) estado de necessidade, que afasta a ilicitude de sua conduta;

D) legítima defesa de terceiro, que afasta a ilicitude de sua conduta;

E) estado de necessidade, que afasta a tipicidade de sua conduta.

8- Leandro, pretendendo causar a morte de José, o empurra do alto de uma escada, caindo
a vítima desacordada. Supondo já ter alcançado o resultado desejado, Leandro pratica nova
ação, dessa vez realiza disparo de arma de fogo contra José, pois, acreditando que ele já
estaria morto, desejava simular um ato de assalto. Ocorre que somente na segunda ocasião
Leandro obteve o que pretendia desde o início, já que, diferentemente do que pensara, José
não estava morto quando foram efetuados os disparos. Em análise da situação narrada,
prevalece o entendimento de que Leandro deve responder apenas por um crime de
homicídio consumado, e não por um crime tentado e outro consumado em concurso, em
razão da aplicação do instituto do:
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A) crime preterdoloso;

B) dolo eventual;

C) dolo alternativo;

D) dolo geral;

E) dolo de 2º grau.

09- No dia 25 de dezembro de 2017, Carlos, funcionário público, recebe uma visita inesperada
de João, seu superior hierárquico, em sua residência. João informa a Carlos que estava sendo
investigado pela prática de um delito e exige que este altere informação em determinado
documento público, mediante falsificação, de modo a garantir que não sejam obtidas provas
do crime que vinha sendo investigado, assegurando que, caso a ordem não fosse cumprida,
sequestraria o filho de Carlos e que a restrição da liberdade perduraria até o atendimento da
exigência. Diante desse comportamento de João, Carlos falsifica o documento público, mas
vem a ser descoberto e denunciado pela prática do crime previsto no Art. 297 do Código
Penal (falsificação de documento público). Com base apenas nessas informações, o advogado
de Carlos deveria alegar, em busca de sua absolvição, a ocorrência de:

A) coação moral irresistível, causa de exclusão da culpabilidade;

B) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da culpabilidade;

C) estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude;

D) coação moral irresistível, causa de exclusão da ilicitude;

E) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da ilicitude.

10-Jorge ingressou em uma loja de conveniência de determinado posto de gasolina com a


intenção de praticar um crime de roubo, portando um simulacro de arma de fogo. Após
ingressar no local e anunciar o assalto, verifica que a única pessoa presente e que estava
responsável pelo caixa era o adolescente Caio, de 16 anos de idade, que ajudava seu pai
idoso, verdadeiro proprietário do estabelecimento. Lamentando o fato de o adolescente estar
trabalhando, Jorge retira-se do local sem subtrair qualquer bem. Os fatos são descobertos
pela autoridade policial após divulgação das imagens da câmera de segurança, mas Caio e
seu pai optam por não comparecer em sede policial por não terem interesse em ver Jorge
responsabilizado, diante da decisão do autor de não subtrair bens durante a execução do
delito. Com base nas informações expostas, é correto afirmar que a conduta de Jorge
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configura:

A) conduta atípica, em razão do arrependimento eficaz e do desinteresse de Caio e seu


representante em verem o autor do fato responsabilizado pelo delito residual;

B) conduta atípica, em razão da desistência voluntária e do desinteresse de Caio e seu


representante em verem o autor do fato responsabilizado pelo delito residual;

C) crime de roubo simples, devendo ser reconhecida a causa de diminuição de pena em


razão do arrependimento posterior;

D) crime de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, com causa de redução de pena
da tentativa;

E) crime de roubo simples, com causa de redução de pena da tentativa.

11-Ramon foi denunciado pela prática de um crime de estupro simples, sendo constatado ao
longo da instrução, por meio de exame de insanidade mental, que, na data dos fatos, ele era
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato em razão de desenvolvimento
mental incompleto. Confirmada a autoria e a materialidade, no momento das alegações
finais, caberá ao promotor de justiça buscar:

A) o reconhecimento da autoria e materialidade, sendo, porém, o agente isento de pena, de


modo que caberá aplicação de medida de segurança em razão da inimputabilidade de
Ramon;

B) a absolvição própria do agente, não sendo aplicada qualquer pena privativa de liberdade
ou medida de segurança, diante da inimputabilidade do agente;

C) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se pena privativa de liberdade, com causa de


diminuição de pena em razão da inimputabilidade;

D) a condenação do réu, reduzindo-se a pena aplicada, porém, em um a dois terços em razão


da semi-imputabilidade do agente;

E) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se medida de segurança, diante da semi-


imputabilidade do agente.

12-Em outubro de 2019, Carlos iniciou a execução de um grande crime de extorsão mediante
sequestro, sendo que a restrição da liberdade da vítima durou mais de 60 (sessenta) dias.
Ocorre que, no mês de novembro de 2019, quando o delito já estava consumado, entrou em
vigor lei penal que aumentou a pena do crime de extorsão mediante sequestro. A vítima
apenas conseguiu sua liberdade no dia de Natal do ano de 2019, mesma data em que houve
obtenção da vantagem financeira pelo autor do fato, tendo ela comparecido em janeiro de
2020 ao Ministério Público para narrar o ocorrido. Oferecida denúncia em face de Carlos pela
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prática do crime de extorsão mediante sequestro e confirmada a autoria em instrução


probatória, o promotor de justiça poderá requerer a condenação de Carlos com base na:

A) lei em vigor em outubro de 2019, momento em que foi consumado o crime imputado,
aplicando-se ao Direito Penal o princípio do tempus regit actum;

B) lei em vigor no momento da apresentação das alegações finais, ainda que mais gravosa,
aplicando-se ao Direito Penal o princípio do tempus regit actum;

C) lei em vigor em outubro de 2019, por ser aplicável ao Direito Penal o princípio da
irretroatividade da lei penal mais gravosa;

D) inovação legislativa, pois o crime imputado somente restou consumado no dia da


obtenção da vantagem indevida;

E) inovação legislativa, ainda que mais gravosa, em razão da natureza do crime imputado

13- Durante uma discussão verbal, Pedro percebeu que João estava prestes a lhe desferir um
golpe com pedaço de madeira, razão pela qual pegou uma pedra no chão, seu único meio
de defesa disponível, e a jogou em direção à cabeça do rival para se proteger da injusta
agressão. Ocorre que, mesmo após João já estar caído em razão da pedrada recebida, Pedro
persistiu desferindo socos na face de João. João pegou então um canivete que tinha no bolso
e golpeou a perna de Pedro para que cessassem aquelas agressões. João apresentou lesões
graves em razão dos socos recebidos de Pedro após a pedrada. Já Pedro ficou apenas com
lesões de natureza leve em razão do golpe recebido com canivete. Descobertos os fatos em
investigação, os autos são encaminhados ao Ministério Público. Por ocasião da análise, deverá
ser concluído que:

A) Pedro agiu em legítima defesa a todo momento, logo a conduta de João ao desferir golpe
com canivete não pode ser considerada amparada pela excludente de ilicitude, de forma que
este poderá ser responsabilizado criminalmente pelo ato;

B) Pedro agiu, inicialmente, amparado pela legítima defesa, mas houve excesso,
possibilitando sua responsabilização pelo resultado causado em razão deste, bem como a
legítima defesa de João ao desferir o golpe com canivete;

C ) Pedro não agiu amparado por qualquer excludente de ilicitude, podendo responder pelo
crime de lesão corporal dolosa, em razão da pedrada e socos, enquanto João agia em legítima
defesa, afastando a sua responsabilidade penal;

D) Pedro e João não agiram amparados por qualquer causa excludente da ilicitude, podendo
ambos ser responsabilizados pelas lesões causadas;

E) Pedro e João agiram em legítima defesa durante todo o tempo, de modo que nenhum dos
dois poderia ser responsabilizado criminalmente.
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14- Durante uma discussão entre Carla e Luana, que eram amigas, Carla desfere, com
intenção de causar lesão leve, um tapa na face de Luana, que a havia ofendido. Ocorre que,
de maneira totalmente surpreendente, Luana vem a falecer no dia seguinte, em virtude do
tapa recebido e da lesão causada, pois rompeu-se um desconhecido coágulo sanguíneo na
cabeça, mesmo diante do fraco golpe. Na semana seguinte, a família de Luana, revoltada,
procura a Delegacia, narra o ocorrido e afirma ter interesse em ver Carla processada
criminalmente. Confirmados os fatos, assim como a intenção de Carla, o Ministério Público
poderá imputar a Carla a prática do(s) crime(s) de:

A) lesão corporal leve dolosa e homicídio culposo;

B) lesão corporal seguida de morte;

C) lesão corporal leve;

D) homicídio doloso;

E) homicídio culposo

15- Flavio, pretendendo matar seu pai Leonel, de 59 anos, realiza disparos de arma de fogo
contra homem que estava na varanda da residência do genitor, causando a morte deste.
Flavio, então, deixa o local satisfeito, por acreditar ter concluído seu intento delitivo, mas vem
a descobrir que matara um amigo de seu pai, Vitor, de 70 anos, que, de costas, era com ele
parecido. A Flavio poderá ser imputada a prática do crime de homicídio doloso, com erro:

A) sobre a pessoa, considerando a agravante de crime contra ascendente, mas não a causa
de aumento em razão da idade da vítima;

B) sobre a pessoa, considerando a causa de aumento em razão da idade da vítima, mas não
a agravante de crime contra ascendente;

C) de execução, considerando a agravante de crime contra ascendente, mas não a causa de


aumento em razão da idade da vítima;

D) de execução, considerando a agravante de crime contra ascendente e a causa de aumento


em razão da idade da vítima;

E) de execução, considerando a causa de aumento da idade da vítima, mas não a agravante


de crime contra ascendente.
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16- José trabalha como guarda-vidas da piscina do Clube Romano, aberto ao público das 8h
às 22h, diariamente. A piscina do clube funciona das 9h às 21h, de terça a domingo, sendo
aberta por Antônio, que trabalha como zelador no mesmo clube. José é sempre o primeiro a
entrar na área da piscina, tão logo ela é aberta, para assumir seu posto no alto da cadeira de
guarda-vidas. Contudo, no dia 1º de novembro de 2020, ele não chegou no horário porque
sua condução atrasou. O espaço da piscina foi aberto por Antônio no horário habitual, mas
José somente chegou ao clube às 10h. Ao entrar na área da piscina deparou-se com uma
cena terrível: o corpo de uma criança morta, boiando na piscina. Sobre a conduta de José,
assinale a afirmativa correta.

A) José não praticou nenhum crime.

B) José omitiu-se na prestação de socorro (Art. 135 do CP).

C) José cometeu homicídio culposo (Art. 121, § 3º, do CP).

D) José cometeu homicídio culposo na modalidade comissiva por omissão, pois exercia a
função de garantidor (Art. 121, § 3º, c/c. o Art. 13, § 2º, ambos do CP).

E) José cometeu homicídio doloso na modalidade comissiva por omissão, pois exercia a
função de garantidor (Art. 121, caput, c/c. o Art. 13, § 2º, ambos do CP).

17- Durante uma discussão verbal, Pedro percebeu que João estava prestes a lhe desferir um
golpe com pedaço de madeira, razão pela qual pegou uma pedra no chão, seu único meio
de defesa disponível, e a jogou em direção à cabeça do rival para se proteger da injusta
agressão. Ocorre que, mesmo após João já estar caído em razão da pedrada recebida, Pedro
persistiu desferindo socos na face de João. João pegou então um canivete que tinha no bolso
e golpeou a perna de Pedro para que cessassem aquelas agressões. João apresentou lesões
graves em razão dos socos recebidos de Pedro após a pedrada. Já Pedro ficou apenas com
lesões de natureza leve em razão do golpe recebido com canivete. Descobertos os fatos em
investigação, os autos são encaminhados ao Ministério Público. Por ocasião da análise, deverá
ser concluído que:

A) Pedro agiu em legítima defesa a todo momento, logo a conduta de João ao desferir golpe
com canivete não pode ser considerada amparada pela excludente de ilicitude, de forma que
este poderá ser responsabilizado criminalmente pelo ato;

B) Pedro agiu, inicialmente, amparado pela legítima defesa, mas houve excesso,
possibilitando sua responsabilização pelo resultado causado em razão deste, bem como a
legítima defesa de João ao desferir o golpe com canivete;

C) Pedro não agiu amparado por qualquer excludente de ilicitude, podendo responder pelo
crime de lesão corporal dolosa, em razão da pedrada e socos, enquanto João agia em legítima
defesa, afastando a sua responsabilidade penal;
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D) Pedro e João não agiram amparados por qualquer causa excludente da ilicitude, podendo
ambos ser responsabilizados pelas lesões causadas;

E) Pedro e João agiram em legítima defesa durante todo o tempo, de modo que nenhum dos
dois poderia ser responsabilizado criminalmente.

18- Ao final das comemorações da noite de Natal com sua família, Paulo, quando deixava o
local, acabou por levar consigo o presente do seu primo Caio, acreditando ser o seu, tendo
em vista que as caixas dos presentes eram idênticas. Após perceber o sumiço do seu presente
e acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, Caio compareceu à Delegacia para
registrar o ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas presenciais, que afirmaram
ter visto Paulo sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da investigação,
compareceu em sede policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no
dia seguinte em sua residência. Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a
Defensoria Pública.

Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que:

A) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução de


pena, a depender de ser considerado vencível ou invencível;

B) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de pena
do arrependimento posterior;

C) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que se
pretendia atingir;

D) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja considerada
atípica;

E) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica.

19-Observe as afirmações que tratam do concurso de crimes:

I) O concurso formal se configura quando por meio de uma única ação ou omissão o agente
pratica dois ou mais crimes, não importando se da mesma espécie ou não.

II) O concurso formal enseja a aplicação da pena mais grave dentre as infrações penais
praticadas, que deve ser majorada de 1/6 a 1/2, estando sempre descartada a utilização do
sistema do cúmulo material.

III) A pena aplicada a crimes praticados em continuidade delitiva jamais pode ultrapassar
aquela que seria imposta ao agente caso tivesse praticado os mesmos crimes em concurso
material.

IV) A continuidade delitiva somente se configura quando os crimes praticados são da mesma
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espécie.

V) Nos casos de continuidade delitiva, a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, somente pode ser majorada até 2/3, jamais comportando majoração superior.

Assinale a alternativa que aponta os itens que contêm SOMENTE afirmações verdadeiras:

A) I, III e IV.

B) I, III, IV e V.

C) II, III e V.

D) II, IV e V.

E) I e II.

20- Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único
herdeiro de seus ricos pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e
efetua um único disparo de fuzil em direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do
material bélico, aquele único tiro seria suficiente para causar a morte dos dois colaterais, o
que efetivamente ocorre. Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer
denúncia contra Tício pela prática de dois crimes de homicídio qualificado em

A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas;

B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada;

C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada;

D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas;

E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada.

21- No dia 3 de junho de 2019, Vitor, revoltado com a intenção de sua companheira Rosa de
terminar o relacionamento, faz um grande buraco no quintal da residência e surpreende sua
companheira com um forte golpe de pá na sua cabeça. Em seguida, apesar de saber que
aquele golpe não seria suficiente para causar a morte de Rosa, a joga no interior do buraco,
com a intenção de persistir nos golpes, causar sua morte e, em seguida, esconder o corpo.
Ocorre que Rosa começa a chorar e implora para que Vitor pense na filha do casal. Vitor,
então, cessa sua conduta, ajuda Rosa a sair do buraco e permite que ela vá se limpar, ocasião
em que a vítima pula pela janela do banheiro e informa os fatos a policiais militares que
passavam pela localidade. É constatada a existência de lesões de natureza leve na vítima.
Considerando apenas as informações expostas, a conduta de Vitor configura:
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A) tentativa de homicídio qualificado por ser contra a mulher, por condição do sexo feminino;

B) lesão corporal qualificada por ser contra companheira, em razão do arrependimento eficaz;

C) lesão corporal qualificada por ser contra companheira, em razão da desistência voluntária;

D) fato atípico, em razão do arrependimento eficaz;

E) fato atípico, em razão da desistência voluntária

22-No tocante à aplicação da lei penal, assinale a afirmativa incorreta.

a) Lei penal extrativa é aquela que produz efeitos fora de seu período de vigência, podendo
ser ultrativa ou retroativa.

b) A abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade

c) A novativo legis in mellius é retroativa, salvo quando já houve o trânsito em julgado da


decisão condenatória respectiva.

d) Em se tratado de crime permanente, aplica-se a lei vigente no momento em que cessou a


permanência, ainda que se trate de lei penal mais gravosa.

e) No caso de abolitio criminis, cessam os efeitos penais do fato praticado, persistindo os


civis.

23- Em uma embarcação pública estrangeira, em mar localizado no território do Uruguai, o


presidente do Brasil sofre um atentado contra sua vida pela conduta de João, argentino
residente no Brasil, que conseguiu se infiltrar no navio passando-se por funcionário da
cozinha, já planejando o cometimento do delito. O presidente do Brasil, porém, é socorrido
e se recupera, enquanto João é identificado e preso na Bahia, um mês após os fatos.

Considerando a situação narrada, sobre a aplicação da lei penal no espaço, é correto afirmar
que a João

a) não pode ser aplicada a lei brasileira, já que o crime foi cometido no estrangeiro.

b) poderá ser aplicada a lei brasileira, com base no princípio da territorialidade.

c) poderá ser aplicada a lei brasileira, ainda que o autor do crime tenha sido absolvido ou
condenado no estrangeiro.

d) poderá ser aplicada a lei brasileira, desde que o autor do crime não seja julgado no
estrangeiro.

e) não poderá ser aplicada a lei brasileira, já que o autor do crime é estrangeiro.
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24- Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo, e que o crime é culposo, quando o agente deu causa a resultado previsível por
imprudência, negligência ou imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que:

a) o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências


necessárias;

b) para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade;

c) no crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a


negligência, por um comportamento positivo;

d) o crime culposo admite como regra a forma tentada;

e) na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se
importa.

25- A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade quando:

a) for preordenada;

b) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato;

c) for culposa;

d) for patológica;

e) for habitual.

26- Joana foi para a festa de aniversário de sua melhor amiga em uma boate e, feliz pela
comemoração, passou a ingerir bebida alcoólica em quantidade exagerada. Ao final da festa,
Joana estava completamente alcoolizada, apesar de ela não ter tido intenção de ficar nesse
estado. Saindo da boate, deparou-se com sua inimiga Gabriela e, alterada pela bebida, jogou
um copo de vidro na cabeça desta, causando-lhe lesões graves. Diante dessa situação,
considerando apenas os fatos narrados e que esses foram provados, é correto afirmar que
Joana:

a) deverá ser absolvida impropriamente, com aplicação de medida de segurança, pois estava
inimputável no momento dos fatos;

b) deverá ser condenada, pois houve embriaguez voluntária e apenas a embriaguez culposa
exclui a imputabilidade;

c) deverá ser condenada, pois a embriaguez culposa não exclui a imputabilidade;

d) deverá ser absolvida, pois houve embriaguez completa e decorrente de caso fortuito ou
força maior;
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e) deverá ser absolvida por ausência de culpabilidade, sem aplicação de medida de


segurança, já que a inimputabilidade era apenas momentânea.

27- Entende-se por culpabilidade:

a) a relação de contrariedade formal entre uma conduta típica e o ordenamento jurídico,


tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a
inexigibilidade de conduta diversa;

b) a relação de contrariedade formal e material entre uma conduta típica e o ordenamento


jurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a
inexigibilidade de conduta diversa;

c) a adequação formal e material entre uma conduta dolosa e/ou culposa frente a uma norma
legal incriminadora, pressupondo-se ainda a sua prévia antijuridicidade;

d) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um
fato típico e antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da
ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa;

e) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um
fato típico e ilícito, tendo como requisitos a imputabilidade, a consciência plena da ilicitude
e a inexigibilidade de conduta diversa.

28.Com relação ao estudo do dolo e da culpa no Direito Penal, assinale a afirmativa i


ncorreta.

a) O Código Penal não apresenta o conceito de crime culposo, tratando-


se de tipo aberto, devendo o juiz, no caso concreto, promover um juízo de valor.

b)São elementos do crime culposo: conduta voluntária, inobservância de um dever o


bjetivo de cuidado; resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente; n
exo causal entre a conduta descuidada e o resultado; previsibilidade; tipicidade.

c)Na culpa consciente, o agente prevê o resultado e pratica a conduta acreditando que
ele não irá ocorrer; na culpa inconsciente, embora previsível o resultado, o agente nã
o o prevê.

d)Para a teoria causal, no dolo há um elemento de natureza normativa, qual seja, a c


onsciência do ilícito (dolo normativo).

e)A doutrina brasileira, de forma amplamente majoritária, admite a coautoria nos cri
mes culposos, inclusive a participação.
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29- Banca: FGV - Órgão: AL-MT - Prova: Procurador

A doutrina majoritária brasileira entende que haverá crime diante de uma conduta típica,
ilícita e culpável.
Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta.

a) O erro de tipo é causa de exclusão da culpabilidade em seu elemento potencial da ilicitude.

b) A conduta em coação física irresistível, apesar de típica e ilícita, não enseja punição do
agente por ausência de culpabilidade.

c) O estrito cumprimento do dever legal é tratado pelo Código Penal como causa excludente
de culpabilidade.

d) A embriaguez culposa completa não exclui a imputabilidade penal.

e) O exercício regular do direito é causa legal de exclusão da culpabilidade.

30- Observada a doutrina majoritária brasileira no estudo da teoria do crime, analise as


afirmativas a seguir.

I. O fato típico é composto da conduta humana dolosa ou culposa, resultado, nexo causal e
tipicidade.
II. A força irresistível, o movimento reflexo e a coação moral irresistível, são hipóteses de
ausência de conduta.

III. A força física absoluta que exclui a conduta pode ser proveniente da natureza ou da ação
de um terceiro.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

GABARITO:

1. C 2.C 3.A 4.B 5.A 6.E 7.C 8. D 9.A 10.B

11.A 12.E 13. 14.C 15.A 16. 17.B 18.D 19.A 20.D

21. 22.C 23.C 24.A 25.D 26.C 27.D 28.E 29.D 30.D

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