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Reportagem: Maurício Bezerra

Crédito das fotos: Maurício Bezerra

O som agradável da música ao vivo esconde a insatisfação de artistas e a


ganância de estabelecimentos comerciais

Código de defesa do consumidor determina que o estabelecimento só pode cobrar pelo


couvert artístico se o cliente for informado antecipadamente sobre o valor da taxa.

Para pessoas que costumam ir a bares e restaurantes, com certa


frequência, a música ao vivo que é oferecida as mesmas é entendida como um
grande diferencial, dando maior visibilidade a certos estabelecimentos dentro de
um mercado tão competitivo, além disto, é um dos fatores determinantes quando
se trata de fidelizar a clientela. Entretanto, corriqueiramente notam-se
discussões acerca do pagamento do couvert artístico, que muitas vezes não é
repassado para o músico e que nem sempre o cliente está disposto a pagar.

É necessário que os clientes compreendam que o couvert artístico não é


uma cobrança indevida, pois a mesma está de acordo com o Art. 39 do código
de defesa do consumidor.Todavia o artigo estabelece regras e define que a taxa
só pode ser cobrada mediante os seguintes fatores:

Primeiro, se o estabelecimento oferecer show ou música ao vivo;


Segundo, quando o cliente é informando, antecipada e expressamente da
cobrança do serviço; Terceiro e último, deve haver um contrato de trabalho entre
o músico e o estabelecimento, este que, uma vez solicitado pelo cliente, é
obrigatório ao estabelecimento apresentá-lo.

Em Campina Grande a maioria dos restaurantes de grande porte vem


respeitando as delimitações do código de defesa do consumidor. Em visita a três
grandes estabelecimentos da cidade, constatasse que o preço do couvert
artístico pode ser encontrado no cardápio, e em noites de música ao vivo os
clientes são avisados da taxa a ser paga. O valor varia de 5 a 15 reais a
depender do músico que se apresente no local, sendo partedo montante
revertido para pagamento de cachê do artista.
E é justamente nesse quesito que se encontra o problema, em entrevista
os músicos Estefani e Pepeu, que cantam em bares campinenses há quase
cinco anos, declaram que recebem um valor pré-estabelecido por cada
apresentação. O acordo feito com o dono do estabelecimento determina que
independente da quantidade de pessoas que estejam no local e paguem o
couvert o valor repassado ao músico será sempre o mesmo. Ou seja, o couvert
artístico, nesse caso, pouco resulta para o músico, tendo em vista que, se os
clientes pagassem ou deixassem de pagar, sua remuneração ainda assim seria
a mesma. Muitos chegam a ser explorados como no caso de Roberto Conceição
da Silva “Beto” que recebe vinte e cinco reais por apresentação mesmo o bar
estando cheio, pois o proprietário sempre alega que os clientes não quiseram
pagar pelo show.

Preocupado com o direito do consumidor, mas também com o dos


artistas, o Estado do Ceara regulamentou, recentemente, a cobrança do couvert
artístico feito por bares, restaurantes e congêneres. Por meio da lei 15.112 o
estabelecimento não só fica obrigado a colocar um aviso aos clientes informando
o preço cobrado pelo serviço, como também deve divulgar o valor repassado
aos artistas.Além disso, a nova lei ainda determina que os estabelecimentos
comerciais que oferecem serviços de música ao vivo, só poderão cobrar por este
serviço se cumprirem as seguintes exigências:

Fixação de cartaz em local de fácil acesso ao consumidor com a


descrição clara da taxa a mais pelo serviço; Informar e colocar em local visível
os valores pagos ao artista com a arrecadação do couvert artístico.A lei também
determina que fica proibida a cobrança do serviço ao consumidor que se
encontre em local restrito ou reservado onde não consiga aproveitar o serviço
por completo.

Tão importante quanto respeitar o direito do consumidor é valorizar o


trabalho do músico, esses profissionais que trabalham em bares e restaurantes
necessitam de respaldo para executarem seu trabalho que nem sempre é
devidamente reconhecido.Para tanto, não se pode sustentar o enriquecimento
ilícito de estabelecimentos comerciais que se apropriam do talento de alguns
com o fim de obter lucros indevidos e enganam a clientela ao cobrar uma taxa
de serviço que não será repassada ao artista em sua totalidade.
Projeto Sobremesa Musical leva música ao vivo a restaurantes
campinenses

O sobremesa musical é um projeto desenvolvido pelo Serviço Social do


Comércio da Paraíba que leva música ao vivo, no horário do almoço, aos
restaurantes campinenses conveniados à instituição. Em 2013 o evento
completa 10 anos, e durante esse tempo mais de 300 artistas locais já se
apresentaram, trazendo aos comerciários e ao público em geral o clima
agradável que só a boa música pode proporcionar.
Neste ano, o projeto teve início em fevereiro e terá seu término previsto para
o mês de novembro, ao longo desse período o Sesc Paraíba realizará várias
apresentações, tendo uma média de 4 a 5 shows mensais. O sobremesa
musical é mais um importante projeto desenvolvido pelo Sesc, que além de
oferecer a oportunidade dos artistas da terra mostrarem seu talento, presenteia
seus associados com o melhor da música brasileira.
Com um amplo repertório musical, o projeto traz um momento de
lazer e entretenimento que dura das 11h30 às 13 horas. As apresentações
acontecem no Sesc Açude Velho e nos restaurantes Buninas, Maria, Maria e
Vila Antiga, todos localizados na cidade de Campina Grande.

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