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da Sua
graça
The Glory of His Grace
© 2006 Assembly Testimony
49 Glenburn Rd, Dunmurry,
Belfast, BT17 9AN, N Ireland
Editora Sã Doutrina
Caixa Postal 241
Pirassununga-SP
13630-000
Abreviações:
AT ����������� Almeida Revista e Revisada fiel ao
texto original. Versão da Bíblia em
Português da Sociedade Bíblica
Trinitariana.
ARC ������� Almeida Revista e Corrigida. Versão
da Bíblia em Português da Socieda-
de Bíblica do Brasil.
ARA ������� Almeida Revista e Atualizada. Versão
da Bíblia em Português da Socieda-
de Bíblica do Brasil.
VB ���������� Versão Brasileira.
AV ���������� Authorized Version. Versão da Bíblia
em Inglês.
JND ������� Versão da Bíblia em Inglês de J. N.
Darby.
H. e C. �� Hinos e Cânticos.
N. do E. Nota do Editor
Índice
Prefácio à edição em Inglês...................... 5
Introdução................................................... 9
Prefácio à edição em Português............ 13
Cap. 1 — Pecado........................................ 15
Cap. 2 — Arrependimento....................... 79
Cap. 3 — Salvação...................................140
Cap. 4 — Justificação............................. 193
Cap. 5 — Substituição............................233
Cap. 6 — Propiciação .............................266
Cap. 7 — Redenção................................. 313
Cap. 8 — Reconciliação.......................... 367
Cap. 9 — Regeneração........................... 404
Cap. 10 — Santificação...........................468
Cap. 11 — Consagração.........................515
Cap. 12 — O pecado imperdoável........566
Cap. 13 — O castigo eterno...................595
Prefácio à edição
em Inglês
Este livro originou-se quando surgiu
no coração do editor da revista Assembly
Testimony* o desejo de colocar ensino
sadio e bíblico nas mãos especialmente
de jovens salvos. Quando isso foi compar-
tilhado com os demais responsáveis pela
revista, esta aspiração foi logo apoiada por
eles, de todo coração.
Brian Currie,
Irlanda do Norte,
Fevereiro de 2006.
Introdução
O alegre e glorioso Evangelho, pro-
clamando tão grande salvação, a remissão
dos pecados e o perdão imerecido de um
Deus contra quem transgredimos, enche
o coração de todos que já conhecem a
redenção da escravidão do pecado. Esta
mensagem abençoada, cuja propagação
foi confiada a homens e não a anjos, re-
vela o coração de “Deus nosso Salvador,
que quer que todos os homens se salvem,
e venham ao conhecimento da verdade”
(I Tm 2:3-4). O Seu amor inefável, Sua
justiça inescrutável, Sua graça infinita e
Seu poder ilimitado são revelados nesta
A glória da Sua graça 10
Introdução
Basicamente, o conceito bíblico de
pecado é um relacionamento incorreto
com Deus, por causa de uma ofensa
contra Ele. Qualquer coisa, seja um pen-
samento, uma palavra ou uma ação, que
interrompa o relacionamento do homem
com Deus, é pecado. Este relacionamento
interrompido pode ser o resultado de
transgressão voluntária, ou uma falta de
apreciação de Deus, deixando de acei-
A glória da Sua graça 16
A entrada do pecado
A expressão do pecado no
Universo — “Eu”
Se pudéssemos voltar no tempo e
olhar para dentro do Céu e ver as hostes
de Deus, os seres angelicais, um anjo se
destacaria de todos os outros. De acordo
com Ezequiel 28, Lúcifer (como é cha-
mado* somente em Isaías 14) é o mais
elevado dos seres criados por Deus. Este
capítulo é uma das poucas passagens
A entrada do pecado no
mundo — “por um homem”
As atividades de Satanás, como ele
mesmo as descreve em Jó 1:7 são quase
como as de alguém que faz a ronda da
Terra. O uso da expressão “em” ao invés de
“sobre” a Terra* é interessante, sugerindo
o envolvimento de Satanás nos assuntos
dos homens. É na Terra, no jardim, que
ele é mencionado pela primeira vez nas
Escrituras.
O efeito do pecado
O problema do pecado
Os resultados do pecado. Os resulta-
dos do pecado no mundo são vistos cedo
A glória da Sua graça 52
A progressão do pecado
O pecado na raça humana logo se
tornou evidente na próxima geração. O
pecado de Caim começou como qual-
quer outro pecado, com uma atitude
hostil para com Deus. Quando Caim viu
que Abel estava adorando a Deus corre-
tamente, ele ficou zangado e com inveja.
Ele odiou seu irmão e o matou (I Jo 3:12).
Embora o seu clamor fosse de remorso,
não era verdadeiro arrependimento, mas
A glória da Sua graça 60
espiritualmente, sadios.
A Sua espada Deus chamou;
Ó Cristo, contra Ti alçou!
Teu sangue sua lâmina banhou,
Teu coração bainha se tornou,
Tudo foi por mim, para me dar paz,
E a espada agora no sono jaz.
A. R. Cousin (tradução literal)
Conclusão
O pecado é, portanto, uma força
problemática no Universo, no mundo,
e nas almas das pessoas. Tem existido
no mundo desde que Adão pecou, e
tem criado caos de geração em geração,
deixando um resultado permanente no
homem e no Universo. Deus revelará o
pecado nas vidas das pessoas, e julgará
o pecador impenitente, no Seu devido
tempo. Como então pode este problema
do pecado ser resolvido? Como pode o
homem escapar do poder do pecado,
evitar a penalidade do pecado que é a
morte e o juízo, e finalmente se ver livre
da presença do pecado?
A glória da Sua graça 78
Introdução
O Senhor Jesus colocou grande
ênfase no assunto do arrependimento
quando afirmou: “se não vos arrepen-
deres, todos de igual modo perecereis”
(Lc 13:3). Com a mesma ênfase Paulo,
pregando no Areópago, disse: “Deus …
anuncia agora a todos os homens, e em
todo lugar, que se arrependam” (At 17:30).
De fato, no livro de Atos o arrependi-
mento é muito destacado na pregação
A glória da Sua graça 80
O que é o
arrependimento?
O arrependimento aparece tanto no
Velho como no Novo Testamento, prin-
A glória da Sua graça 83
Velho Testamento:
Novo Testamento:
A prioridade do
arrependimento no NT
Um leitor atento do Novo Testamen-
to não pode deixar de ver a prioridade
dada ao assunto do arrependimento.
1. João Batista
Em Mateus 3:1-2 vemos que a men-
sagem de João dá prioridade ao arrepen-
dimento, que é mencionado em primeiro
lugar. “E, naqueles dias, apareceu João o
Batista pregando no deserto da Judéia,
e dizendo: Arrependei-vos porque é
A glória da Sua graça 87
3. Os discípulos
Em Marcos 6:12 temos o relato dos
doze enviados para pregar. “E, saindo eles,
pregavam que se arrependessem”. A prio-
ridade da sua pregação foi exatamente
aquela do Senhor Jesus, que substituiu
a pregação sobre o arrependimento feita
pelo Seu precursor João Batista. Eles se-
guiram os passos de todos os pregadores
enviados por Deus, com sua mensagem
clara de arrependimento, que também
estava ligada a uma proclamação do rei-
no: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado
o reino dos céus” (Mt 10:7).
A glória da Sua graça 92
4. O apóstolo Pedro
No dia de Pentecostes, em Jerusa-
lém, Pedro pregou a primeira mensagem
desta presente dispensação da graça. Sua
mensagem foi simples, objetiva e no po-
der do Espírito Santo, ao ponto de seus
ouvintes serem compungidos em seus
corações e perguntarem: “Que faremos,
homens irmãos” (At 2:37). A resposta de
Pedro começou com a palavra toda im-
portante, arrependei-vos. “E disse-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo,
para o perdão dos pecados; e recebereis
o dom do Espírito Santo” (At 2:38). Mais
tarde, quando Pedro e João foram ao
templo para orar, eles curaram um ho-
A glória da Sua graça 93
5. O apóstolo Paulo
Pregando no Areópago, Paulo mani-
festa a ignorância do coração do homem
não regenerado, e diz: “Mas Deus, não
tendo em conta os tempos da ignorância,
anuncia agora a todos os homens, e em
todo lugar, que se arrependam” (At 17:30).
A reação dos corações de alguns à sua
mensagem foi uma reação de fé: “todavia,
chegando alguns homens a ele, creram.
Entre os quais foi Dionísio, areopagita,
uma mulher por nome Damaris, e com
eles outros” (At 17:34). Mais tarde, quando
Paulo chama os anciãos de Éfeso a Mileto,
A glória da Sua graça 95
6. O apóstolo João
João não menciona o arrependi-
mento no seu Evangelho ou nas suas
epístolas, mas em Apocalipse caps. 2 e 3
ele repassou a mensagem de arrependi-
mento, enviada pelo Cristo ressurrecto,
a cinco das sete igrejas locais. Para elas,
o arrependimento não era para obter
entrada no reino, por meio da salvação,
mas mesmo assim, era para o perdão dos
pecados. O perdão tanto para o incrédulo
como para o salvo exige arrependimento
e o abandono do pecado.
A glória da Sua graça 97
O elo entre o
arrependimento e a fé
Como é que o arrependimento e a
fé estão ligados? Qual é mais importante?
Será que um produz o outro? Perguntas
como estas têm ocupado a mente de
ensinadores e comentaristas durante
séculos. Alguns têm colocado mais ên-
fase em um do que no outro, causando
confusão onde deveria haver clareza e
convicção. Colocar um em oposição ao
outro, ou priorizar um mais que o outro,
é falhar no ensino das Escrituras. As duas
verdades são inseparáveis na experiência
da conversão. O verdadeiro arrependi-
mento está intimamente ligado à verda-
A glória da Sua graça 98
Algumas observações
sobre o arrependimento
Visto que o verdadeiro arrependi-
mento e a verdadeira fé são necessários
para a salvação, não nos surpreende ver
que Satanás procura subverter aquele que
sinceramente busca a salvação. Ele é o
mestre das falsificações, e tem consegui-
do iludir muitos e levá-los a aceitar o erro
em relação ao arrependimento. A maior
tragédia pessoal é crer em algum erro
propagado por Satanás para a salvação
eterna, portanto vamos agora identificar,
A glória da Sua graça 102
2. Remorso não é
arrependimento
O autor se lembra que uma das
primeiras lições que aprendeu na escola
foi que arrependimento significa sentir
tristeza pelos seus pecados. Embora seja
verdade que em cada caso de arrependi-
mento verdadeiro há tristeza por causa do
pecado, é possível sentir grande tristeza e
ainda não estar arrependido. Às vezes a
tristeza é por causa das consequências, e
não por causa do pecado em si. Frequen-
temente, a tristeza é porque um pecado
A glória da Sua graça 104
3. Penitência não é
arrependimento
Para muitos, a tristeza por causa dos
pecados produz um desejo profundo de
fazer algo para reparar o dano, e afligir-
-se por causa daquele pecado. No século
XV, a igreja de Roma já tinha introduzido
A glória da Sua graça 105
4. Arrependimento é um ato
único e uma atitude contínua
Quando uma pessoa é convenci-
da de um pecado específico, há uma
A glória da Sua graça 108
5. Arrependimento significa
abandonar o que sou
e o que tenho feito
Depois de Natã, o profeta, ter con-
frontado Davi com o seu pecado, e depois
dele receber o perdão porque se arrepen-
deu, Davi, no Salmo 51:3, 5, escreveu as
seguintes palavras: “Porque eu conheço
as minhas transgressões, e o meu peca-
do está sempre diante de mim … Eis que
em iniquidade fui formado, e em pecado
me concebeu minha mãe”. Davi sentiu
profundamente o que ele era (v. 5) e o
que ele fizera (v. 3). Por isso ele clamou
por misericórdia pelo que tinha feito:
“Purifica-me com hissope, e ficarei puro;
A glória da Sua graça 110
Evidências de
arrependimento
Em II Coríntios 7 o apóstolo Paulo
dá um relato analítico do verdadeiro
arrependimento da igreja em Corinto.
Na sua primeira epístola ele identificou
os seus vários pecados, e apresentou
como deveriam ser tratados. Ele diz, em
II Coríntios 7:8-9, que sua carta anterior
causou-lhes tristeza, mas que ele estava
A glória da Sua graça 113
O arrependimento em Corinto se
manifestou desta maneira sétupla e re-
sultou numa mudança no seu compor-
tamento, assim evitando que mais acu-
sações pudessem ser feitas contra eles.
A glória da Sua graça 119
Como é que o
arrependimento
é efetuado?
Sendo que o arrependimento é tão
essencial ao perdão e bênção divina,
como pode ser produzido? A Bíblia apre-
senta quatro princípios que devemos
considerar.
3. É preciso haver um
espírito humilde
A convicção do pecado produz con-
trição e a contrição produz humildade.
“A soberba do homem o abaterá, mas a
honra sustentará o humilde de espírito”
(Pv 29:23). Não há evidência de arre-
A glória da Sua graça 124
O arrependimento do pecador é
exatamente isso — uma mudança de
pensamento sobre si mesmo, sobre seu
pecado, e sobre Deus. A mente do rapaz
começou a funcionar — “tornando em
si” (v. 17); ele mudou suas opiniões sobre
suas escolhas passadas e para onde o
levaram. Sua memória começou a fun-
cionar e ele se lembrou da casa do seu
pai (v. 17); ele mudou sua opinião sobre
a grande provisão que havia na casa do
pai. Sua miséria começou a operar — “eu
aqui pereço de fome” (v. 17); ele mudou
sua opinião sobre a sua condição atual.
A glória da Sua graça 136
1. Descobrindo a origem
a) As possibilidades limitadas
b) A importância singular
c) A doutrina inflexível
2. Definindo o propósito
a) O significado admirável
b) A base justa
c) A motivação divina
3. Descrevendo a obra
a) O meio misericordioso
b) O alcance universal
c) Os termos incondicionais
4. Detalhando os resultados
a) A provisão maravilhosa
A glória da Sua graça 146
b) As exigências rigorosas
c) A consumação gloriosa
1. Descobrindo a origem
a) As possibilidades limitadas
A nossa primeira consideração
precisa ser sobre a origem da salvação.
Visto que o Diabo e os espíritos maus
associados com ele, por causa do seu
caráter pernicioso, estão empenhados
na destruição de tudo o que é bom e
santo, eles estão imediatamente fora de
qualquer consideração quanto à origem
desta grande obra. Como é também evi-
dente que a libertação do homem das
A glória da Sua graça 147
b) A importância singular
O autor da carta aos Hebreus es-
creve de “tão grande salvação” (2:3). Tal
é a grandeza desta obra Divina que a
participação intrínseca de todas as três
Pessoas da Divindade é especificamente
mencionada na Palavra de Deus. A mes-
ma epístola aos Hebreus, em 9:14, liga a
participação singular do Pai, do Filho e
do Espírito Santo na realização desta obra
maravilhosa. O Senhor Jesus ofereceu-se
a Si mesmo a Deus e operou com todo o
poder do “Espírito eterno”, uma referência
ao Espírito Santo. O sacrifício do Senhor
Jesus para satisfazer as justas exigências
do trono de Deus foi proposto na eter-
nidade passada, e naquele plano e no
A glória da Sua graça 151
c) A doutrina inflexível
Em Atos 4, quando o sumo sacer-
dote e muitos do seu grupo estavam
A glória da Sua graça 152
2. Definindo o propósito
a) O significado admirável
Dizer que a salvação foi planejada
pelo Pai, providenciada pelo Senhor
Jesus e aperfeiçoada pelo Espírito Santo
é, talvez, limitar demais as respectivas
atividades das Pessoas da Divindade para
providenciar a salvação. No entanto, sem
dúvida alguma, todas as três Pessoas da
Trindade são participantes integrais no
seu começo e sua consumação. Sendo
tal participação uma realidade, o desejo
de procurar entender o significado básico
da salvação é não somente importante,
mas muito importante, para todos que
A glória da Sua graça 156
b) A base justa
Falar da salvação no sentido de efe-
tuar a libertação é chamar atenção ao
A glória da Sua graça 161
c) A motivação divina
O pecado constitui o homem como
um “inimigo de Deus”. Na epístola aos Co-
lossenses, Paulo, lamentando a influência
maligna das “filosofias, e vãs sutilezas, se-
gundo as tradições dos homens, segundo
os rudimentos do mundo” (2:8), lembra os
A glória da Sua graça 165
3. Descrevendo a
obra da salvação
a) O meio misericordioso
Em contraste total com a graça de
Deus está o pecado corrupto e deprava-
do do homem. Sabemos muito bem que
o homem é capaz de fazer o bem ao
seu próximo, até mesmo sem qualquer
interesse próprio, mas também é muito
claro que ele não pode fazer nada para
merecer o favor de Deus e obter dEle a
salvação. Quando o povo de Cafarnaum
Lhe perguntou: “Que faremos para execu-
tarmos as obras de Deus?”, o Senhor Jesus
A glória da Sua graça 169
b) O alcance universal
É surpreendente como muitas pes-
soas instruídas e capacitadas, no seu
zelo para limitar o alcance da salvação
A glória da Sua graça 172
c) Os termos incondicionais
É tão comum, em muitos lugares,
pensar que as boas obras são uma parte
essencial para se obter a salvação, que isto
se torna aceito sem qualquer questiona-
mento. Alguns afirmam que é isto que as
Escrituras ensinam, e dizem: “As bênçãos
eternas no Céu são a recompensa pelas
boas obras realizadas nesta Terra”. Para
A glória da Sua graça 177
4. Detalhando
os resultados
a) A provisão maravilhosa
De todos os temas interligados rela-
cionados à salvação, os mais fundamen-
tais são: o arrependimento, o perdão
dos pecados, a reconciliação e a justi-
ficação. Atos 20:21 revela quão intima-
mente o arrependimento está associado
A glória da Sua graça 181
b) As exigências rigorosas
A salvação é o dom gratuito de Deus,
mas a salvação não é sem preço. Ela tem
exigências que não podem ser ignoradas.
Não existe uma doutrina dizendo que
podemos continuar em pecado, para que
a graça abunde, como lemos na pergunta
retórica de Paulo, e sua resposta, em Ro-
A glória da Sua graça 186
c) A consumação gloriosa
A obra da salvação é tão gloriosa
A glória da Sua graça 189
A justificação exigida
judicialmente
“… para que toda boca esteja fechada
e todo o mundo seja condenável diante
de Deus” (Rm 3:19). “… para que ele seja
justo e justificador daquele que tem fé
em Jesus” (Rm 3:26).
a) Os privilégios do judeu
são examinados (2:17-20)
O judeu tinha uma linhagem e po-
dia traçar sua família até Abraão. Saulo
de Tarso também se vangloriava nisto:
“Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem
de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu
de hebreus; segundo a lei, fui fariseu” (Fp
3:5). O privilégio do judeu tinha se torna-
A glória da Sua graça 201
b) As práticas do judeu
são expostas (2:21-24)
O v. 23 diz: “Tu, que glorias na lei,
desonras a Deus pela transgressão da
lei?” Seu comportamento contradizia e
condenava seu orgulho.
c) A posição do judeu é
explicada (2:25-29)
“Se tu és transgressor da lei, a tua cir-
cuncisão se torna em incircuncisão”. Aqui,
o judeu ritualista foi avisado contra o pe-
A glória da Sua graça 202
A justificação definida
biblicamente
Os assuntos da culpa humana e da
graça de Deus são plenamente e fielmen-
te considerados em Romanos caps. 1-4. A
graça de Deus, independentemente da lei,
tem procurado a bênção da justificação
para cada pecador que crê. Isso foi con-
seguido “pela redenção que há em Cristo
Jesus” (Rm 3:24).
A justificação
dispensada
gratuitamente
Muitos séculos atrás, Bildade fez
duas perguntas importantes. Sua primei-
ra pergunta foi: “Como, pois, seria justo
o homem para com Deus?” (Jó 25:4).
A resposta a esta pergunta se encontra
em Romanos 5:1-11: “Tendo sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus”
(5:1). Sua segunda pergunta foi: “E como
seria puro aquele que nasce de mulher?”
(Jó 25:4). Encontramos a resposta a esta
A glória da Sua graça 207
Considere:
a) A sua aproximação
Em contraste com o fariseu que se
posicionou no átrio externo do templo,
o publicano ficou “em pé, de longe”. Ele
percebeu a sua indignidade de estar entre
os adoradores, e de estar dentro dos limi-
tes sagrados. Ele sabia que, moralmente,
ele estava longe de Deus.
b) A sua atitude
Para ele, o Céu era tão santo que ele
“nem ainda queria levantar seus olhos”
naquela direção. Não era lugar para um
homem como ele.
A glória da Sua graça 213
c) A sua ação
O publicano “batia no peito” em auto
condenação, estando inteiramente con-
victo dos seus pecados. Em contraste, o
fariseu exibia as suas aparentes virtudes
e atos de piedade —sua oração era ego-
cêntrica, chamando atenção a si mesmo.
Como Caim, ele trouxe a Deus o produto
das suas próprias mãos. Ele contou a Deus
o que ele não era e o que ele fazia, mas
ele não disse o que ele era.
d) O seu apelo
“Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!” Este foi seu único pedido. Lá
no átrio estava o grande altar de bron-
A glória da Sua graça 214
e) A absolvição e afirmação
“Digo-vos que este desceu justificado
para sua casa, e não aquele”. Que palavras
preciosas! O Deus que declarou todos
culpados, pela virtude do infinito sacrifício
do Seu Filho, agora pode declarar o crente
justo. O paralelo entre esta parábola em
Lucas 18 e Romanos caps. 1-5 é de fato
A glória da Sua graça 215
A justificação decidida
irrevogavelmente
Romanos 8:31-39 é a gloriosa consu-
mação da parte doutrinária desta Epístola.
O escritor já destacou a justiça e graça
de Deus em relação aos assuntos de
condenação, justificação, santificação e
glorificação, de uma maneira magnífica.
Os versículos finais do capítulo são um
resumo maravilhoso, salientando quatro
perguntas e respostas importantes.
1. Nenhuma refutação
“Se Deus é por nós, quem será contra
nós?” (Rm 8:31,32)
A glória da Sua graça 217
a) A declaração
“Se (sendo que) Deus é por nós …”.
Que segurança maravilhosa! Os versículos
anteriores deixam este fato muito claro,
mostrando que Ele está trabalhando para
o bem eterno do Seu povo: “porque os
que dantes conheceu também os predes-
tinou para serem conformados à imagem
de Seu Filho, a fim de que ele seja o pri-
mogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou a estes também chamou; e
aos que chamou a estes também justifi-
cou; e aos que justificou a estes também
glorificou” (Rm 8:29-30).
“Conheceu … predestinou … cha-
mou … justificou … glorificou. Estas
palavras descrevem o plano Divino
A glória da Sua graça 218
b) A pergunta
“Quem será contra nós?” Isso não
sugere a ausência de adversários, mas
c) A resposta
“Aquele que nem mesmo a Seu pró-
prio Filho poupou, antes o entregou por
todos nós, como nos não dará também
com ele todas as coisas?” (8:32). A dádi-
va generosa de Deus, dando Seu Filho
singular, é a garantia de todos os outros
benefícios. A magnificência deste amor
somente pode ser medida pela grandeza
infinita dAquele que é descrito como “Seu
próprio Filho”. Isso significa que Deus não
tem outro Filho igual, e este relaciona-
mento exclusivo com o Filho colocou-O
A glória da Sua graça 220
2. Nenhuma acusação
“Quem intentará acusação contra
os escolhidos de Deus? É Deus quem os
justifica” (Rm 8:3).
3. Nenhuma condenação
“Quem é que condena? Pois é Cristo
quem morreu, ou antes, quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita
de Deus, e também intercede por nós”
(Rm 8:34).
4. Nenhuma separação
“Quem nos separará do amor de
Cristo?” (Rm 8:35). Paulo agora lança o
desafio, e com eloquência notável torna
o assunto incontestável. Ele nomeia sete
poderes ameaçadores, mas nenhum de-
les pode quebrar o vínculo, ou separar o
crente do Senhor Jesus Cristo. Este é o
clímax da declaração de Paulo sobre a
segurança eterna do salvo.
A glória da Sua graça 226
A justificação
demonstrada
pelas evidências
“Vedes então que o homem é jus-
tificado pelas obras e não somente pela
fé” (Tg 2:24).
1. O princípio da fé
“Bem vês que a fé cooperou com as
suas obras” (Tg 2:22). Nesta afirmação
Tiago está ligando a fé às obras, ele não
está separando-as. Ele está concordando
plenamente com Hebreus 11:17: “Pela fé
ofereceu Abraão a Isaque, quando foi pro-
A glória da Sua graça 229
2. A prova da fé
“Pelas obras a fé foi aperfeiçoada”
(Tg 2:22). Tiago não está sugerindo que
a fé de Abraão era de alguma maneira
deficiente. A força desta palavra “aperfei-
çoada” é explicada em II Coríntios 12:9:
“A minha graça te basta, porque o Meu
poder se aperfeiçoa na fraqueza”. O poder
de Deus não foi produzido pela fraqueza
A glória da Sua graça 230
3. A promessa da fé
“E cumpriu-se a Escritura, que diz:
E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso
A glória da Sua graça 231
Substituição — a
palavra e o conceito
De acordo com o Oxford English
Dictionary (Dicionário Inglês Oxford), o
significado da palavra “substituição” é “a
colocação de uma pessoa ou coisa no
lugar de outra”.
Ilustrações de
substituição
O Velho Testamento oferece várias
ilustrações de substituição; vejamos al-
guns exemplos:
Propiciação versus
substituição
Embora nosso assunto neste capítulo
seja substituição, é difícil apresentar este
assunto sem mencionar a verdade da
propiciação. O assunto de propiciação
será tratado separadamente no cap. 6.
O Dia da Expiação
Podemos ver, com clareza, a dupla
verdade de propiciação e substituição nos
A glória da Sua graça 241
A preposição grega
huper em relação ao
resgate de Cristo
Paulo escreve: “há um só Deus, e um
só Mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo Homem. O qual se deu a si
mesmo em preço de redenção por todos,
para servir de testemunho a seu tempo”
(I Tm 2:5-6).
do coração de Deus.
A preposição anti em
relação ao resgate
de Cristo
A preposição anti é encontrada,
duas vezes, ligada à morte de Cristo, em
passagens paralelas nos dois primeiros
Evangelhos sinópticos:
Os “muitos”
Devemos enfatizar que quando o
assunto nas Escrituras é o de levar os
A glória da Sua graça 255
O uso da preposição
huper quando
substituição está
em vista
Vários versículos mostram o lugar
que a substituição ocupa nas Escrituras,
em relação aos outros aspectos da morte
de Cristo.
satisfeito.
Conclusão
É uma bendita verdade que “Jesus
Cristo … se deu a si mesmo em preço
de redenção por todos” (I Tm 2:5-6); Ele
morreu para abrir o caminho ao céu, para
“quem quiser”. Contudo, se dissermos
A glória da Sua graça 264
Assim cantamos:
O sangue de Cristo, Teu Cordeiro imaculado,
É, ó Deus, minha única confiança;
Nada mais meu pecado poderia expiar;
Em mim nenhuma virtude consigo achar
Que poderia trazer à Tua presença.
i) significa “cobrir”, e
A propiciação e o amor
de Deus em Cristo
“Nisto se manifesta o amor de Deus
para conosco; que Deus enviou seu Fi-
lho unigênito ao mundo, para que por
ele vivamos. Nisto está o amor, não em
que nós tenhamos amado a Deus, mas
em que ele nos amou a nós, e enviou
seu Filho para propiciação pelos nossos
pecados” (I Jo 4:9-10).
A. T. Pierson
A propiciação e
o sangue de Cristo
“Mas agora se manifestou sem a lei
a justiça de Deus, tendo o testemunho
da lei e dos profetas; isto é, a justiça de
Deus pela fé em Jesus Cristo para todos
e sobre todos os que crêem … sendo
A glória da Sua graça 285
A propiciação e
a fé em Cristo
É importante compreender correta-
mente as palavras: “Ao qual Deus propôs
para propiciação pela fé no seu sangue,
para demonstrar a sua justiça pela re-
A glória da Sua graça 296
A propiciação e o
sacerdócio de Cristo
“Por isso convinha que em tudo fosse
semelhante aos irmãos, para ser miseri-
cordioso e fiel sumo sacerdote naquilo
que é de Deus, para expiar os pecados
[“fazer propiciação pelos pecados”, ARA]
A glória da Sua graça 298
Se em Romanos 3 a propiciação é a
base da nossa justificação, e em I João 2
ela é a base da advocacia de Cristo, então
em Hebreus 2 a propiciação é a base do
Seu sacerdócio. É importante lembrar que
A propiciação e a
advocacia de Cristo
“Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo, para que não pequeis; e, se al-
guém pecar, temos um Advogado para
com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a
propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos
de todo o mundo” (I Jo 2:1-2).
Uma ilustração
Em tempos passados, quando a
escravidão era uma prática comum, o
mercado de escravos era bem conheci-
do. Nestes mercados, homens, mulheres
e crianças eram vendidos por meio de
leilões, como animais são vendidos hoje
em dia. O resultado disso era geralmente
uma vida de escravidão da qual era quase
impossível escapar.
A glória da Sua graça 314
Uma introdução
Há duas coisas muito interessantes
no estudo da redenção. Uma é que um
A glória da Sua graça 318
H. e C. Nº 262 (Anônimo)
Uma explicação
Talvez a palavra hebraica mais co-
nhecida em qualquer estudo acerca da
Redenção é goel, que ocorre mais de cem
vezes no Velho Testamento. É traduzida
de várias maneiras: “vingador” (Nm 35:19,
Dt 19:6); “remidor” (Rt 3:12), “redentor”
(Jó 19:25), etc. Na sua forma adjetiva,
“remidos”, a encontramos em Isaías 35:9
A glória da Sua graça 326
(E. Denny)
Um esclarecimento
Na versão inglesa (AV) do Novo Tes-
tamento a palavra “redenção” ocorre onze
vezes e “remido” ocorre sete vezes. “Re-
mir” ocorre somente duas vezes (Gl 4:5 e
Tt 2:14), e “remindo” ocorre também duas
vezes (Ef 5:16 e Cl 4:5) na versão AV. Algu-
mas destas referências foram menciona-
das na introdução deste capítulo. Como já
foi mencionado, o substantivo “redentor”
não é encontrado no Novo Testamento.
Também, como no Velho Testamento,
A glória da Sua graça 338
Agorazo
Esta palavra ocorre mais de trinta
vezes* no Novo Testamento, no grego.
Exagorazo
Esta palavra, como podemos ver, é
uma combinação de agorazo, que acaba-
mos de considerar, e ex, que a precede.
Ex é uma preposição que significa “para
fora de”. Assim, se agorazo significa “com-
prar”, então exagorazo significa “comprar
para fora de”. O comentário de W. E.
Vine é muito útil; ele define exagorazo
como uma expressão mais forte do que
agorazo, usada especialmente no sentido
de comprar um escravo da escravidão,
para lhe dar liberdade. Como notamos
na ilustração no início deste capítulo, um
escravo podia ser comprado por outro
dono e continuar sendo escravo, mas
quão melhor seria ser comprado para fora
A glória da Sua graça 341
Apolutrosis
Esta é a palavra normalmente tra-
duzida “redenção” no Novo Testamento.
Nove vezes* é traduzida assim, e uma
* O autor se refere à versão AV em inglês. Na versão
AT em português, a palavra é traduzida “redenção”
oito vezes, “remissão” uma vez, e “livramento” uma
vez. As dez ocorrências são: Lc 21:28; Rm 3:24; 8:23:
A glória da Sua graça 350
Lutroo; lutrosis
Estas são palavras cognatas de
apolutrosis e provocam uma pergunta
interessante em relação à redenção, que
devemos considerar. As definições resu-
midas de W. E. Vine são:
As implicações
Os que são descritos como “os
resgatados do Senhor” (Is 35:10) estão
profundamente gratos Àquele que os res-
gatou. Cristo não pediu nada, e eles nada
contribuíram ao preço da sua redenção.
O Redentor pagou tudo. Contudo, tendo
sido resgatados, agora há uma responsa-
bilidade solene sobre eles, de viver para
Aquele que pagou o seu resgate. Isto
não deve ser como uma obrigação; pois
não é um fardo pesado que é imposto,
A glória da Sua graça 362
As ocorrências
O uso da palavra “reconciliação” no
Velho Testamento não ajuda muito na
exegese dos termos no Novo Testamento.
Em Levítico 6:30; 8:15; 16:20; Ezequiel
45:15, 17, 20; Daniel 9:24, a palavra hebrai-
ca kaphar é traduzida “reconciliação” na
versão AV (em inglês), mas nas versões RV
e JND*, esta palavra é traduzida ‘expiação’,
que melhor transmite o significado da
palavra original.
seguintes:
a) II Co 5:18-21 — Sua Pessoa — “em
Cristo”;
b) Rm 5:10-11 — Sua Paixão — “pela
morte de Seu Filho”;
c) Ef 2:16 — Seu Padecimento — “pela
cruz”;
d) Cl 1:20-22 — Seu Preço — “pelo san-
gue da sua cruz”.
a) II Co 5:18-21 — Sua
Pessoa (“em Cristo”)
v. 18
• O Autor — “Tudo isto provém de
Deus”;
A glória da Sua graça 374
v. 19
• O Iniciador — “Isto é, Deus estava”
• O Intermediário — “em Cristo recon-
ciliando”;
• O alvo — “o mundo”;
• O anunciador — “pôs em nós a pala-
vra da reconciliação.”
v. 20
• Responsabilidade digna — “embaixa-
dores … de Cristo”;
• Ministério distinto — “Deus por nós
rogasse”;
• Identificação divina — “Rogamos …
da parte de Cristo”.
A glória da Sua graça 380
v. 21
• A angústia da mensagem — Ele “O
fez pecado por nós” — Seu sacrifício
redentor;
• O alicerce da mensagem — Ele “não
conheceu pecado” — Sua santidade
real;
• O amor da mensagem — “fôssemos
feitos justiça de Deus” — Nosso sta-
A glória da Sua graça 382
tus recebido.
v. 11
• Um motivo adicional para louvar —
“nos gloriamos em Deus”;
• Um Mediador aceito para louvar —
“por nosso Senhor”;
• Uma dádiva assegurada para louvar
— “a reconciliação”.
paz”;
• O meio — “pelo sangue da Sua cruz”;
• A medida — “por ele … coisas … na
terra … nos céus”.
v. 21
• O povo — “a vós”;
• O problema — “éreis estranhos e
inimigos”;
• O processo — “agora, contudo vos
reconciliou”.
v. 22
• O canal da reconciliação — “no cor-
po da Sua carne”;
• O custo da reconciliação — “pela
morte”;
• A consumação da reconciliação:
• “apresentar-vos santos” — além de
A glória da Sua graça 400
contaminação;
• “irrepreensíveis” — além de crítica;
• “inculpáveis” — além de culpa;
• A centralidade da reconciliação —
“perante Ele”.
com Deus.
Introdução
A palavra “regeneração” ocorre so-
mente duas vezes* na Bíblia. Estas duas
referências são:
Definição
Há três termos que, embora intima-
mente ligados, precisam ser distinguidos.
São “vivificar”, “nascer de novo”, e “rege-
neração”, que é o assunto deste capítulo.
no seu evangelho:
Exposição
Já notamos que o assunto da Rege-
neração tem dois aspectos, que são:
a. Nacional
Este aspecto, mencionado por Ma-
teus, trata da nação de Israel e é pro-
fético. Com o Arrebatamento da Igreja,
a influência que tem refreado o avanço
da rebeldia será removida, e consequen-
temente o mundo será mergulhado em
dias terríveis de desastres naturais, como
fomes e terremotos; anarquia social;
A glória da Sua graça 416
um tempo”.
Transformação — o
que acontecerá nesta
grande regeneração?
Muitas esferas serão afetadas, tanto
em relação a Israel como à humanidade
em geral. As seguintes referências bíblicas
A glória da Sua graça 420
i) Espiritualmente
Jeremias 31:33-34: “Mas esta é a
aliança que farei com a casa de Israel
depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei
a minha lei no seu interior, e a escreverei
no seu coração; e eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo. E não ensinarão
mais cada um o seu próximo, nem cada
um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao
Senhor; porque todos me conhecerão,
desde o menor até ao maior deles, diz
o Senhor; porque lhes perdoarei a sua
maldade, e nunca mais me lembrarei dos
A glória da Sua graça 421
seus pecados”.
ii) Geograficamente
Isaías 40:4-5: “Todo o vale será exal-
tado, e todo o monte e todo o outeiro
será abatido, e o que é áspero se aplai-
nará. E a glória do Senhor se manifestará,
e toda a carne juntamente a verá, pois a
boca do Senhor o disse”.
iii) Botanicamente
As condições do Éden voltarão: Isaías
35:1-2: “O deserto e o lugar solitário se
alegrarão disto; e o ermo exultará e flo-
rescerá como a rosa. Abundantemente
florescerá, e também jubilará de alegria
A glória da Sua graça 423
e cantará”.
iv) Zoologicamente
Isaías 11:6-8: “E morará o lobo com
o cordeiro, e o leopardo com o cabrito
se deitará, e o bezerro, e o filho de leão
e o animal cevado andarão juntos, e um
menino pequeno os guiará. A vaca e a
ursa pastarão juntas, seus filhos se deita-
rão juntos, e o leão comerá palha como o
boi. E brincará a criança de peito sobre a
toca da áspide, e a desmamada colocará
A glória da Sua graça 424
v) Naturalmente
Zacarias 14:6-7: “E acontecerá que
naquele dia, não haverá preciosa luz,
nem espessa escuridão. Mas, será um dia
A glória da Sua graça 425
vi) Socialmente
Zacarias 14:11: “E habitarão nela, e
não haverá mais destruição, porque Je-
rusalém habitará segura”.
vii) Nacionalmente
Deuteronômio 28:13: “E o Senhor te
porá por cabeça, e não por cauda; e só
estarás em cima, e não debaixo …”.
Vindicação
Nós apreciamos todas estas mudan-
ças e antecipamos estes dias com cora-
ções cheios de gozo e devoção, porque
A glória da Sua graça 427
Na Terra No Milênio
Humilhação Glória
Panos Envolto em glória
Uma jumenta Um cavalo branco
Derramou lágrimas Olhos como chama de
fogo
Túnica de púrpura Vestes reais
Uma coroa de espi- Muitos diademas
nhos
Uma cana de escárnio Uma vara de ferro
Poucos discípulos Os exércitos dos céus
tímidos
Seu sangue O sangue dos Seus ini-
migos
A glória da Sua graça 428
Na Terra No Milênio
Acima dEle: “Rei dos Na Sua coxa: “Rei dos Reis
Judeus” e Senhor dos Senhores”
Homens reunidos Homens reunidos para se-
para condená-lO rem condenados por Ele.
Sozinho na cruz Com todas as hostes
celestes.
b. Pessoal
Muitos irmãos têm negligenciado a
epístola de Paulo a Tito. Contudo nos
seus 46 versículos temos muitas verda-
des doutrinárias. De fato, há três grandes
passagens doutrinárias na epístola:
a) Interiormente
i) “insensatos”. Significa irracionais,
sem capacidade para discernir coisas
espirituais, e está relacionado com a
mente. A palavra é também traduzida
“insensatos” (Gl 3:1, 3); “loucas” (I Tm
A glória da Sua graça 434
b) Exteriormente.
iv) “servindo a várias concupiscências e
deleites”.
é traduzida “desejo(s)”.
Santo” (3:5).
2:8,9; e II Tm 1:9.
b) Positivamente:
a) Tito 3:1-2 —
Responsabilidade presente
“Admoesta-os que se sujeitem aos
principados e potestades, que lhes obe-
A glória da Sua graça 456
Introdução
A palavra grega hagiasmos é usada
dez vezes no Novo Testamento e, na
língua portuguesa, é sempre traduzida
“santificação”. As dez ocorrências são:
Rm 6:19, 22; I Co 1:30; I Ts 4:3, 4, 7; II Ts
2:13; I Tm 2:15; Hb 12:14 e I Pe 1:2. Há
substantivos cognatos usados também.
Qual o significado
da palavra?
Tudo que já escrevemos nos per-
mite agora chegar a uma definição da
santificação — o que significa? Não resta
dúvida que a ideia básica em santificação
é “separar para Deus”. Mas há mais que
isso. Obviamente, há um propósito nisto,
um alvo em vista. Assim a definição deve
ser estendida para incluir este propósito:
“separação para Deus (de uma pessoa ou
A glória da Sua graça 473
Consideração detalhada
As cinco referências à santificação
A glória da Sua graça 477
Santificação antes
da conversão
A obra do Espírito Santo antes da
conversão é vista, claramente, nos versí-
culos citados acima. Em II Tessalonicen-
ses 2:13, lemos que Deus os tinha esco-
lhido “desde o princípio” para a salvação.
Assim, a sua salvação “não originou com
eles mesmos, mas com Deus que os ti-
nha escolhido para serem o alvo da Sua
graça”*. Para efetuar esta escolha no tem-
po, e assim cumprir o propósito Divino,
a “santificação do Espírito” foi necessária
— foram separados para Deus por Ele. É
verdade que foi necessária também a “fé
* Hogg, C. F. Ibid.
A glória da Sua graça 480
salvação da humanidade!
* Hogg, C. F. Ibid.
† Neste versículo, as palavras entre colchetes são a
tradução em português da versão RV em inglês
(N. do E.).
A glória da Sua graça 498
A santificação posicional
No exato momento em que coloca-
mos nossa fé em Cristo, Deus nos dá a
bênção da santificação. Não é algo que
obtemos pelo nosso esforço — é algo que
temos. Além disto, esta santificação inicial
transforma cada salvo num santo. Como
na justificação, é efetuada com base na
morte de Cristo. Hogg e Vine* escrevem:
O efeito da morte de Cristo, no
relacionamento do crente com um
Deus Justo, é justificá-lo (Rm 5:9);
sendo removida a culpa do pecado,
o pecador justificado se apresenta
diante do tribunal sem condenação
(Rm 5:2). O efeito da morte de Cristo
no relacionamento do crente com um
A santificação prática
Não deve nos surpreender que esta
santificação posicional precisa ser de-
monstrada por nós no sentido prático.
Isso nos traz às três ocorrências da pa-
lavra “santificação” em I Tessalonicenses
4:3, 4, 7. O apóstolo diz: “Esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação”. Wilson*
tem um excelente comentário sobre estes
versículos que merece ser citado.
O mandamento de Paulo tinha sido
entregue aos tessalonicenses quando
ele estivera entre eles (v. 2). Não foi
Ele continua:
O Deus que os chamou, quer
judeus ou gentios, os chamou à san-
tidade, literalmente “em santificação”.
Ninguém podia duvidar do Seu pro-
pósito. Talvez por estar escrevendo a
gentios Paulo não diz: “e sereis santos,
porque eu sou santo” (Lv 11:44), como
Pedro fez quando escreveu a judeus (I
Pe 1:16). A intenção de Deus não era
que eles permanecessem no pecado
A glória da Sua graça 508
A santificação
perfeita e esperada
A santificação do salvo não será
completa até à segunda vinda de Cristo.
A glória da Sua graça 513
Consagração no
Velho Testamento
No Velho Testamento, os tradutores
da versão AV usaram o verbo “consagrar”
para traduzir quatro grupos de palavras
hebraicas, que juntas nos dão uma boa
compreensão do que está envolvido em
consagração ao Senhor, algo que o Se-
nhor Jesus espera de cada filho de Deus.
2. Consagração é separação
para o Senhor
Um segundo grupo de palavras é
usado no Velho Testamento em relação
à consagração. Um homem, ou uma
mulher, podia fazer um voto voluntário,
chamado o voto do Nazireu, para ser
separado ao Senhor, de uma maneira
especial (Nm 6:2). Eles se absteriam, por
A glória da Sua graça 523
4. Consagração é dar a
Deus com abnegação
O grupo final de palavras do Velho
Testamento que vamos considerar trata
com coisas reais, como um campo ou
animal sendo consagrado ao Senhor.
Neste quarto grupo, a palavra “consagrar”
significa “excluir”, e assim expressa a en-
trega total das coisas consagradas a Deus
“de uma maneira irrevogável e permanen-
te”, que excluía as coisas consagradas “do
seu uso e abuso por parte dos homens”.*
J. G. Small
Consagração no
Novo Testamento
Os quatro grupos de palavras do Ve-
lho Testamento que já consideramos nos
ajudam muito no nosso entendimento
de alguns dos aspectos incluídos no que
chamamos de “consagração”. Vamos ago-
ra considerar as duas referências no Novo
Testamento onde a palavra “consagrar”
A glória da Sua graça 555
5. O Filho perfeito
[consagrado] para sempre
Esta frase importante em Hebreus
7:28 não está descrevendo uma vida con-
sagrada à vontade e propósito de Deus
no sentido em que temos visto até aqui.
Sem dúvida, somente o Senhor Jesus
cumpriu absolutamente tudo que Deus
procura numa pessoa consagrada a Ele.
Ele cumpriu todas as exigências da santi-
dade. Ele era o Santo de Deus que andou
6. O caminho consagrado
A outra ocorrência da palavra “con-
sagrar” no Novo Testamento está em
Hebreus 10:20: “Pelo novo e vivo caminho
que ele nos consagrou*, pelo véu, isto é
Deus” (I Pe 4:2).
Conclusão
A consagração realmente começou
com Deus: era o desejo do Seu coração
ter um povo capaz de ter comunhão com
Ele. Foi a obra de Cristo que nos comprou
para Deus, para que pudéssemos ser um
povo peculiar, um povo para Seu exclu-
sivo prazer. Como temos observado, so-
mos consagrados à vontade de Deus no
momento da conversão. Mas no sentido
prático, seus efeitos são vistos nas nossas
vidas somente quando fazemos o que
fizeram as igrejas da Macedônia — nos
damos a nós mesmos ao Senhor (II Co
A glória da Sua graça 565
Mateus 12:22-37
O tema geral do evangelho de Ma-
teus é provar que Jesus é o Cristo, o
único e verdadeiro Messias de Israel. Este
evangelho está dividido numa série de
cinco partes na forma de panfleto, que
são precedidas por uma introdução e
concluídas por um epílogo. A ordem é
a seguinte:
A glória da Sua graça 568
rejeição, já mencionado.
O reino revelaria a
derrota de Satanás
“Ou, como pode alguém entrar em
casa do homem valente, e furtar os seus
bens, se primeiro não maniatar o valente,
saqueando então a sua casa?” (v. 29). O
Senhor Jesus já tinha encontrado Sata-
nás no deserto e provado que Ele era o
grande Vencedor sobre sua tentação e
poder. Além disso, os muitos milagres
realizados por Ele tinham provado Sua
habilidade sobre Satanás ao “furtar seus
bens”. Por ocasião da Tentação, o Senhor
foi conduzido ao deserto pelo Espírito
Santo, e quando a tentação terminou, Ele
voltou no poder do Espírito Santo. Estes
A glória da Sua graça 581
A blasfêmia contra o
Filho do Homem
Devemos considerar as seguintes
palavras: “se qualquer disser alguma pa-
lavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á
perdoado; mas, se alguém falar contra
o Espírito Santo, não lhe será perdoado,
nem neste século nem no futuro” (12:32).
Embora o apóstolo Paulo fosse um judeu
piedoso antes da sua conversão, ele se
chama de “blasfemo, perseguidor e inju-
rioso” (I Tm 1:13). Na sua ignorância ele
tinha falado e agido perversamente e sem
reverência, em relação a Jesus de Nazaré,
o Filho do Homem. Isso era semelhante
ao pecado de ignorância, mencionado
A glória da Sua graça 585
A blasfêmia contra o
Espírito Santo
Tendo falado sobre estes pecados de
ignorância, o Senhor volta ao assunto do
Pecado Imperdoável. Obviamente, este
não poderia ser um pecado de ignorân-
cia; já vimos que ele é atribuído a pes-
soas que receberam evidências claras e
A glória da Sua graça 586
O veredicto
A parte final da passagem (Mt 12:33-
37) revela ainda que a evidência tinha sido
dada e rejeitada pelos líderes religiosos,
os fariseus. A geração é má, a árvore é
A glória da Sua graça 589
Marcos 3:22-30
Esta passagem contém referências ao
Pecado Imperdoável, e quando a exami-
namos cuidadosamente, verificamos que
contém os mesmos elementos de verda-
de que já achamos na passagem paralela
no evangelho de Mateus. Geralmente é
aceito que este é o mesmo incidente que
A glória da Sua graça 590
Lucas 12:1-12
É mais difícil harmonizar cronologi-
camente o relato de Lucas sobre o tempo
quando estes versículos aconteceram. A
apresentação da vida de Cristo, por Lu-
cas, nem sempre segue uma ordem tão
estritamente cronológica como os outros
escritores sinópticos. Parece ter uma
abordagem moral e tópica. Leitores inte-
ressados nisto encontrarão informações
proveitosas no cap. 3 do livro According
to Luke por David Gooding.
A glória da Sua graça 592
Conclusões
i) Pelo que estudamos, concluímos
que era possível cometer o Pecado
Imperdoável durante o tempo quan-
do nosso Senhor Jesus estava neste
mundo.
Introdução
Talvez não haja outra doutrina nas
Escrituras que tem produzido tanta oposi-
ção como o ensino de que o castigo eter-
no é o destino de todos os que deixam
este mundo sem a salvação. Não ficamos
surpreendidos quando vemos ateus e ag-
nósticos mostrando esta oposição, mas é
alarmante ver um aumento nos ataques
A glória da Sua graça 596
Principais referências
no Velho Testamento
No Velho Testamento, o ensino sobre
morte e a vida depois da morte é eviden-
te, embora os detalhes não sejam muitos
nos primeiros livros. Não há dúvida que
os mortos ímpios não são simplesmente
aniquilados ou colocados em algum tipo
de “sono da alma”. Um juízo futuro os es-
pera, e até aquele tempo estão mantidos
numa prisão, às vezes chamado “a cova”,
que pertence ao Seol (a palavra do Velho
Testamento para descrever o destino das
almas depois da morte). Estas referências
à prisão, no Velho Testamento, devem ser
levadas a sério, como afirmações exatas,
A glória da Sua graça 600
Principais palavra
bíblicas relacionadas
ao inferno
Deixando o Velho Testamento vamos
agora considerar as palavras principais
usadas no Novo Testamento sobre o
destino de pessoas não salvas depois da
sua morte.
A glória da Sua graça 610
Seol
Seol é a palavra principal do Velho
Testamento. Na tradução grega do Velho
Testamento, a Septuaginta (LXX), Seol
não é traduzida “sepulcro”, e também a
palavra hebraica para “sepulcro” não é
traduzida Hades*. Para chegar a Seol é
preciso descer†. Era o destino comum de
todos os mortos. Entretanto, há indícios
de que no Seol havia diversidade nas
condições dos justos e dos ímpios mor-
tos. O fogo da ira de Deus é ligado com
o mais profundo Seol (Dt 32:22). Os justos
Hades
Hades é a palavra grega usada na tra-
dução Septuaginta para Seol, e é a palavra
do Novo Testamento que é geralmente
traduzida “inferno”. Hades é o lugar onde
o rico em Lucas 16 se encontrava depois
da sua morte, e os pecadores ficam ali
O estado intermediário
A expressão “o estado intermediá-
rio” é usada para descrever a condição
da alma depois da morte, mas antes da
ressurreição. Quando alguém morre a
palavra “sono” é usada, mas isso somente
se refere ao corpo. A alma não dorme,
apesar dos esforços de muitos falsos
ensinadores para provar esta opinião
enganosa. A existência consciente entre
a morte e a ressurreição é ensinada tanto
no Velho como no Novo Testamentos,
como vimos nos vários textos já citados.
A passagem que mais revela o estado
intermediário é Lucas 16. O testemunho
da epístola de Judas também é muito
A glória da Sua graça 623
O ensino do Senhor
Jesus Cristo
O ensino do Senhor Jesus Cristo
O juízo e o
castigo eterno
As passagens já consideradas mos-
tram que há um vínculo muito íntimo
entre o destino dos ímpios e o juízo de
Deus. O juízo de Deus é um assunto
grande demais para ser tratado detalhada-
mente aqui. Deus é absolutamente justo e
não temos a liberdade de intrometer nos-
sa curiosidade vã neste assunto. “Não fará
justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18:25).
O pecador não terá nada a dizer em sua
A glória da Sua graça 636
Ligações com
outras doutrinas
Muitas outras doutrinas bíblicas são
prejudicadas pelo erro associado com a
doutrina do castigo eterno. E. W. Rogers
mostrou os problemas que aqueles que
rejeitam o castigo eterno têm que encarar
em relação à doutrina da Pessoa do Se-
nhor Jesus Cristo. “Perguntamos aos que
propagam aniquilação: nosso Senhor Je-
sus foi aniquilado quando morreu? Ele era
verdadeiramente homem. Perguntamos
ao Universalista: Se todos os homens, no
A glória da Sua graça 638
A negação do
castigo eterno
Devemos notar que quando a ver-
dade do galardão eterno e do castigo
eterno é rejeitada ou desprezada, há
sempre um acréscimo correspondente de
manifestação pública de pecado e rebel-
dia contra Deus, resultando no aumento
visível da corrupção e depravação na
sociedade envolvida. Assim foi nos dias
de Noé, e também será nos dias da vinda
do Filho do Homem. Os escarnecedores
hoje em dia talvez sejam mais sutis na
sua negação desta doutrina do que foi
A glória da Sua graça 641
A vigilância contra
o erro é necessária
Não devemos ficar surpreendidos
que haja grande desvio das verdades que
antigamente eram respeitadas e valoriza-
das entre os “evangélicos”, mas devemos
ficar vigilantes contra a penetração desta
contaminação entre os cristãos que até
agora se consideram fora do alcance
deste tipo de mal. O clima crescente de
sentimentalismo em relação à doutrina e
à interpretação bíblica já viu a aceitação,
em larga escala, de ideias novas e duvido-
A glória da Sua graça 643