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Estudo Conciso Do Livro de Isaías - Jocarli A. G. Junior - IPB TABUAZEIRO PDF
Estudo Conciso Do Livro de Isaías - Jocarli A. G. Junior - IPB TABUAZEIRO PDF
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Sumário:
Apresentação: .................................................................................................................................. 3
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Apresentação:
Com muita satisfação aceitei o convite para prefaciar o estudo de Isaías
ministrado pelo Rev. Jocarli Almeida Gonçalves Junior, jovem brilhante, homem de Deus,
dedicado e estudioso da Palavra. Confesso que fiquei surpresa com o convite que para
mim tornou-se um grande desafio. Faço-o com imenso prazer pela relevância do tema
pelo qual sempre me interessei e desejei aprender mais. Sinto-me honrada e agradecida
em poder apresentar o presente estudo mesmo que de forma sucinta, mas ao mesmo
tempo tão completo que vai levá-lo a desejar aprender mais sobre o que Deus tem
reservado para sua vida.
Este estudo é um precioso recurso para compreensão das Escrituras Sagradas,
em especial o livro do profeta Isaías tratado aqui de forma fidedigna com objetivo de
exaltar o nome do Senhor Jesus Cristo.
Isaías trata das coisas concernentes ao Reino de Deus e a maneira como Deus
usou para disciplinar o pecado do povo e nos convida a buscar a santidade com mais
zelo e cada vez mais afastar-nos do pecado.
Enfatiza a autoridade suprema de Deus sobre as nações como criador que domina
todo o universo, revela o juízo e a salvação de Deus que é Santo e não pode permitir a
impunidade do pecado. Retrata também o julgamento vindouro de Deus como fogo
consumidor, ao mesmo tempo Isaias compreende que Deus é um Deus de misericórdia,
graça e compaixão que vai trazer restauração, perdão e cura a Israel.
O livro de Isaias nos apresenta de forma inegável a graça maravilhosa do nosso
Deus, como único caminho que conduz ao céu. É maravilhoso saber que nossas vidas
estão nas mãos daquele que tudo governa, que em meio as lutas e provas prometeu-nos
presença consoladora.
Meu desejo é que este estudo o faça crescer mais no conhecimento do Senhor
Jesus e desperte o seu coração na busca incessante por uma vida plena com Cristo,
renunciando o seu próprio “eu” e deixando que a Paz que excede todo entendimento, o
Senhor da Glória guie a sua vida e assim desfrute de uma vida abundante e verdadeira.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Introdução:
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O Livro de Isaías é um dos livros mais amados da Bíblia, é talvez o mais conhecido
dos livros proféticos. Ele contém diversas passagens que são bem conhecidas entre os
estudantes da Bíblia (por exemplo, 1.18; 7.14; 9.6-7; 26.8; 40.3; 31; 53).1
Isaías atravessou o palco da história mais ou menos à metade do caminho entre
Moisés e Cristo. Ele viveu durante os dias do poderoso Império Assírio. Ele antecipou a
queda desse império e a ascensão de seus dois sucessores, os caldeus e os persas. Este
profeta foi central na ênfase teológica. Ele proclamou em Judá os grandes princípios da
salvação pela fé, a expiação substitutiva, o reino e a ressurreição.
Isaías é citado diretamente no Novo Testamento em torno de 65 vezes, muito
mais do que qualquer outro profeta do Antigo Testamento, além de ser mencionado pelo
nome, cerca de 20 vezes.
I. O autor
“Visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém,
nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (Is 1.1).
1 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1027). Wheaton, IL: Victor Books.
2 Esse nome devia recordar ao rei que o SENHOR não deixaria de manter a promessa feita a Davi
deixando qualquer dúvida de quem será o vencedor na batalha. Presa segura pede que eles
apressem os passos para levar os despojos, ou seja, para saquear, de outra perspectiva, às
profecias que haviam sido anunciadas em 7.18-25. Soldados gritavam essas palavras para seus
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Uzias, cerca de 758 a.C. Seu ministério estendeu-se por cerca de sessenta anos, através
dos reinados de Jotão, Acaz e Ezequias.4 Segundo a tradição Isaías morreu como um
mártir, cerca de 680 a.C., no início do reinado do ímpio Manassés. Diz à lenda que ele foi
serrado por este rei (cf. Hb 11.37).
companheiros quando derrotavam e saqueavam seus inimigos. Watts, J. D. W. (1998). Isaiah 1–33
(Vol. 24, p. 112–113). Dallas: Word, Incorporated.
4 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is). Joplin, MO: College Press.
5 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is). Joplin, MO: College Press.
6 Qumran, Khirbet Qumran, “ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado a uma
21st century edition (4th ed., p. 630). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press.
8 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is). Wheaton, IL:
Victor Books.
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forma, o Senhor declarou a Sua infinita superioridade sobre os ídolos e deuses das
nações. Eles eram produtos de mãos humanas e inativos, mas o Criador domina sobre
todo o universo.9
O Livro de Isaías é o primeiro dos 17 livros proféticos do Antigo Testamento não
porque seja o mais antigo, mas porque é o mais completo em conteúdo.10 Além disso,
tem sido sugerido que o livro de Isaías é como uma “Bíblia em miniatura”. Seus 66
capítulos são divididos em duas partes, 39 capítulos na primeira divisão (como o Antigo
Testamento) e 27 capítulos na segunda divisão (como o Novo Testamento). Os primeiros
39 capítulos enfatizam o julgamento, os últimos 27 enfatizam a misericórdia e conforto
divino.
9 Chisholm, R. B. (1998). The Major Prophets. In D. S. Dockery (Org.), Holman concise Bible
commentary (p. 262–263). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers.
10 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1030). Wheaton, IL: Victor Books.
11 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is). Wheaton, IL:
Victor Books.
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Depois da morte de Acaz, Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar. Ezequias
reinou durante 42 anos e foi um dos maiores reis de Judá (2Rs 18-20; 2Cr 29-32). Ele
não apenas fortaleceu a cidade de Jerusalém e a nação de Judá, mas levou o povo de
volta ao Senhor. Ele construiu o sistema de água famoso que ainda está de pé em
Jerusalém. O Túnel de Ezequias ou Tunel de Siloé é um túnel ou aqueduto que foi
escavado na rocha sólida, escavado embaixo de Ophel na cidade de Jerusalém por volta
de 701 a.C. durante o reinado de Ezequias. O túnel, que conduzia a Fonte de Giom até o
tanque de Siloé, foi projetado para agir como um Aqueduto para abastecer de água a
Jerusalém durante o cerco organizado pelos assírios, conduzidos por Senaqueribe.
A ameaça de uma invasão da Assíria forçou Judá a pagar pesados tributos a essa
grande potência. Em 701 a.C., Ezequias foi acometido de uma doença muito grave, que
ameaçava tirar a sua vida. No entanto, ele orou a Deus que, graciosamente, lhe deu mais
15 anos de vida (2Rs 20; Is 38), até 686 a.C. Quando a Assíria começou a enfraquecer,
por causa de disputas internas, Ezequias recusou-se a continuar pagando-lhe qualquer
tributo (2Rs 18.7). Como consequência, em 701 a.C., Senaqueribe, o rei assírio, invadiu
as fronteiras do reino de Judá, marchando rumo ao Egito pela parte sul de Israel.
Durante a investida, ele destruiu muitas cidades de Judá (2Rs 18.13).
Enquanto estava sitiando Laquis, ele enviou um contingente para sitiar
Jerusalém (2Rs 18.17-19.8; Is 36.2-37.8). A expedição falhou. Contudo, numa segunda
tentativa, ele enviou mensageiros a Jerusalém, exigindo rendição imediata (2Rs 19.10; Is
37.9). Mas, ao contrário de Acaz, Ezequias confiou no Senhor. Ele se prostrou diante de
Deus em oração, apresentou-lhe seu problema, e confiou nas palavras que Deus proferiu
através de Isaías (Is 37.14-35). Com o encorajamento de Isaías, Ezequias se recusou a
render-se e o exército de Senaqueribe caiu diante do Senhor. O Anjo do Senhor feriu no
arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil soldados; e, quando os restantes se
levantaram pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres (2Rs 19.35). Senaqueribe
retonou para Nínive e nunca mais ameaçou Judá.
A Assíria foi derrotada pelos egípcios, que em seguida, caíram diante dos
babilônios (606-587 a.C.). Depois, os babilônios levaram Judá para o cativeiro (Dn 1).
Assim, na primeira metade de seu livro, Isaías aconselhou a nação sobre a Assíria; na
última metade, ele consolou o remanescente relativo ao seu retorno da Babilônia.12
12Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is). Wheaton, IL:
Victor Books.
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Rm 14.11); e a vinda do Rei (Is 9.6 -7, 11.1; 32.1-2; 59.20-21; Rm 11.26-27; 63.2-3; Ap
19.13-15).
V. Esboço:
O esboço abaixo ajudará a obter uma visão geral deste magnífico livro.
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“Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; torna-
te para mim, porque eu te remi” (Is 44.22).
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus
pecados não me lembro” (Is 43.25).
Como pode um Deus justo e reto, perdoar os pecados e não mais se lembrar?
Através do Cordeiro de Deus que foi crucificado:
“Mas ele [Jesus] foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados” (Is 53.5).
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Isaías 6
O chamado do profeta Isaías
Introdução:
O rei Uzias estava morto e o trono de Judá permaneceu vazio. Como todos os
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homens de fé, Isaías voltou-se para Deus por ajuda e conforto, e naquela hora de
aparente derrota, ele experimentou uma grande bênção espiritual. Isaías viu que o trono
do céu ainda estava ocupado por Deus!15
Embora este seja um dos capítulos mais conhecidos no Livro de Isaías, há um
problema que têm causado debate entre os teólogos. Isaías ministrou antes de ser
chamado por Deus ou o capítulo seis está fora da ordem cronológica, mas na ordem
lógica?
É provável que a visão do comissionamento de Isaías depois dos capítulos 1-5
seja o clímax lógico e apropriado diante das acusações dos capítulos anteriores. O
capítulo 6 enfatiza a depravação extrema do país, contrastando-a com a santidade de
Deus. Aqui Isaías também enfatizou que o povo não tinha discernimento espiritual e não
havia se arrependido de sua condição pecaminosa.16
I. A visão de Deus.
Isaías olhou para o alto. Como todos os cidadãos dedicados, Isaías respeitava o rei
Uzias. Durante 52 anos, o rei Uzias conduziu o povo de Judá, em um programa de paz e
prosperidade. Foi uma época de expansão e conquista. No entanto, é lamentável que o
rei houvesse se rebelado contra a Palavra de Deus e tenha morrido leproso (2Rs 15.1-7;
2Cr 26). Isaías percebeu que embora a nação tivesse prosperado materialmente, estava
em péssimas condições espirituais. O crescimento econômico e a paz temporária era
apenas um verniz que cobria uma nação com um coração perverso.
15 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is 6). Wheaton, IL:
Victor Books.
16 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1043–1044). Wheaton, IL: Victor Books.
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Isaías viu o Senhor como um rei exaltado sobre o trono do Seu templo celeste. 17
Como o apóstolo João escreveu: “Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu
respeito” (Jo 12.41), Isaías pode ter visto o Cristo pré-encarnado, o Senhor. O profeta não
viu a própria essência de Deus porque ninguém pode vê-Lo (Êx 33.18; Jo 1.18; 1Tm 6.16;
1Jo 4.12). Uma vez que Ele é invisível (1Tm 1.17). Mas não havia nenhum problema em
Isaías ver Deus em uma visão ou uma teofania (manifestação de Deus), assim como fez
Ezequiel (Ez 1.3-28); Daniel (Dn 7.2, 9-10), e outros.
Isaías viu Deus assentado sobre um alto e sublime trono, sendo exaltado pelos
querubins e percebeu que as abas de Suas vestes enchiam o templo. Essa visão é muito
relevante porque no lugar mais sagrado do templo, em Jerusalém, a glória de Deus era
evidente entre os querubins no propiciatório sobre a arca da aliança. Portanto alguns
israelitas erroneamente pensavam que Deus era muito pequeno. No entanto, Salomão,
em sua oração dedicatória ao novo templo, havia afirmado que nenhum templo poderia
conter Deus e que, de fato, até mesmo os céus não podem conte-Lo (1Rs 8.27). Por isso
Isaías não viu Deus sobre a arca da aliança, mas em um trono. Para Isaías, o trono
enfatizava que o Senhor é de fato o verdadeiro Rei de Israel. Além disso, as longas vestes
do Senhor enfatizam Sua realeza e majestade. Ele é o Senhor do universo, o Deus
exaltado, não há na terra, no céu ou no mar Deus como o Senhor.
Essa é uma boa lição para os cristãos de hoje: quando o dia estiver escuro, levante
os olhos para o céu e veja o Senhor no trono. Para Isaías, o panorama era desolador, o rei
Uzias estava morto, seu país estava em perigo, e ele não podia fazer nada sobre isso. A
perspectiva era triste, mas a visão do alto foi gloriosa! Embora o trono em Jerusalém
estive vazio, o trono celestial estava ocupado: Deus está no trono e reina como o
Soberano do Universo! Do ponto de vista de Deus, “toda a terra” estava “cheia da Sua
glória” (Is 6.3; Nm 14.21-22; Sl 72.18-19).18 Quando a perspectiva é sombria, a melhor
atitude é olhar para as coisas do ponto de vista de Deus.
“Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios
impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos
viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim,
trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a
brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua
iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Isaías 6.5-7).
A verdadeira visão de Deus e Sua santidade sempre nos faz perceber o nosso
próprio pecado e fracasso. Jó viu Deus e se arrependeu (Jó 42.6); o apóstolo Pedro diante
do Senhor Jesus gritou: “Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador” (Lc 5.8). O
apóstolo Paulo reconheceu que sua própria justiça era apenas “lixo” ao lado da glória de
17 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 6.1–3). Joplin, MO: College Press.
18 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 27–28). Wheaton, IL: Victor Books.
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Cristo (At 9 e Fp 3). Quando os crentes têm uma verdadeira experiência com o Senhor,
não se tornam orgulhosos, mas, humildes e quebrantados.19 Invariavelmente, as
testemunhas mais eficazes são aqueles que tiveram uma visão exaltada do Senhor Jesus
Cristo e que são conscientes de sua própria indignidade. Foi o reconhecimento de Paulo
de si mesmo como o principal dos pecadores que o levou a pregar o evangelho (1Tm
1.15, 1Co 15.9, 10).
Tendo consciência da santidade de Deus, Isaías sabia que seu próprio pecado
significava uma tragédia (“Ai de mim! Estou perdido!”). Ele havia acabado de ouvir
lábios santos adorando a Deus, agora ele se torna consciente da impureza dos seus
próprios lábios. Ele era incapaz de pregar ou mesmo louvar a Deus em sua péssima
condição (Is 6.5).
Então, um dos serafins tocou os lábios de Isaías com uma brasa do altar do
incenso. Neste gesto simbólico, ele recebeu a garantia de que seus pecados haviam sido
expurgados (Is 6.6-7).20 Em seguida, Isaías havia pronunciado os problemas (ameaças de
julgamento) sobre a nação (Is 5.8-23), mas agora ao declarar “Ai de mim!” (cf. Is 24.16),
ele percebeu que estava sujeito ao mesmo julgamento divino. Quando visto ao lado da
pureza da santidade de Deus, a impureza do pecado humano é ainda mais evidente.
Isaías identificou-se com o seu povo que também era pecador (um povo de lábios
impuros).
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há
de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e
dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais.
Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe
os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos
e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo. Então, disse eu: até
quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem
sem habitantes, as casas fiquem sem moradores, e a terra seja de todo
assolada, e o SENHOR afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o
desamparo. Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser destruída.
Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derribados, ainda fica
o toco, assim a santa semente é o seu toco” (Isaías 6.8-13).
19 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is 6.5–7). Wheaton,
IL: Victor Books.
20 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 6.5–7). Joplin, MO: College Press.
21 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1045). Wheaton, IL: Victor Books.
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“Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais...” (v. 9) –
Não foi uma comissão fácil para Isaías, pois a nação não estaria disposta a ouvir suas
mensagens sobre o pecado e juízo. No capítulo 1, Deus retrata a nação como um corpo
doente, coberto de chagas e feridas abertas, e como um animal teimoso e rebelde, muito
ignorante para ouvir seu próprio mestre (Is 1.3). No capítulo 5, a nação é descrita como
uma bela vinha, que não produzia boas uvas, apenas uvas bravas (Is 5.2). Ao ler os
capítulos 1-5, podemos entender o fardo que Deus deu a Isaías. A nação era próspera,
por que pregar sobre o pecado? As “donzelas eram vaidosas” e não gostariam de ouvi-lo
(Is 3.16-26), nem os principais governantes (Is 5.8).22 A soberba é capaz de cegar o
coração de qualquer pessoa. Alguém abastado e satisfeito, dificilmente crê na iminência
do julgamento.
“Então, disse eu: até quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas
as cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem moradores, e a terra seja
de todo assolada...” (Is 5.11) – Deus disse a Isaías que o seu ministério terminaria num
aparente fracasso, com a terra arruinada e as pessoas sendo levadas ao exílio (Is 6.11,
12). Contudo, um remanescente sobreviveria! Seria como o toco de uma árvore caída de
onde os rebentos (“a santa semente”) brotariam e dariam continuidade à verdadeira fé
na terra. Isaías precisava de uma perspectiva de longo alcance sobre o seu ministério, ou
então ele iria se sentir como se estivesse realizando nada.23 Embora a população de Judá
fosse quase totalmente exterminada ou exilada, Deus prometeu preservar um pequeno
número de crentes na terra.
22 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is 6.8–13). Wheaton,
IL: Victor Books.
23 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 29). Wheaton, IL: Victor Books.
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Conclusão:
O Senhor não deu a Isaías muitos incentivos (Is 6.9-13). Pelo contrário, o
ministério de Isaías deixaria algumas pessoas mais cegas, mais surdas e corações mais
endurecidos.
“Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não
percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-
lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a
entender com o coração, e se converta, e seja salvo” (Is 6.9–10) – Os versículos 9 e 10
são tão importantes que eles são citados seis vezes no Novo Testamento (Mt 13.13-15;
Mc 4.12; Lc 8.10; Jo 12.40; At 28.25-28; Rm 11.8). Mas o servo deve proclamar a Palavra,
não importa como as pessoas reagirão. O resultado de um bom ministério não é o
sucesso, mas a fidelidade ao Senhor. O Senhor não tem prazer em julgar o Seu povo, mas
a disciplina era necessária por causa da desobediência.
O comentarista Warrem Wiersbe acertadamente escreveu: “Vai e dize” ainda é a
ordem de Deus para o Seu povo (v. 9; ver Mt 28.7; Mr 5.19). Ele está esperando a nossa
resposta: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.24 Qual tem sido a sua resposta?
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Isaías 7-12
A promessa a respeito do Emanuel
Introdução:
Existem dois princípios importantes ao estudar as profecias do Antigo
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Testamento: (1) Os profetas contemplaram a vinda de Cristo na humilhação e na glória,
mas não viam o tempo entre esses eventos (1Pe 1.10-12), e (2) Cada profecia surgiu de
uma situação histórica definida, mas também, contemplava um futuro distante.25 É
exatamente isso que encontramos nos capítulos de 7 a 12, o profeta Isaías está lidando
com uma crise, o ataque iminente de Judá por Israel (o Reino do Norte) e a Síria, e ele
declara o que vai acontecer com a nação. Porém, Isaías também anuncia a vinda do
Messias.26
Os capítulos de 7 a 12 são conhecidos como “O Livro do Emanuel”. Eles contêm o
que o comentarista Delitzsch chama de “a grande trilogia das profecias messiânicas”. No
capítulo 7, o Messias está prestes a nascer, no capítulo 9, Ele é descrito como tendo
nascido, e no capítulo 11, Ele reina sobre o Seu povo.27 Creio que o comentarista Warren
Wiersbe estava certo quando declarou que nos capítulos de 7 a 12 quatro nomes
simbólicos estão envolvidos nessas mensagens de Isaías, cada um deles com um
significado muito especial: Emanuel, Maher-Salal-Hás-Baz, Sear-Jasube e Isaías.28
25 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is 7–12). Wheaton,
IL: Victor Books.
26 Wiersbe, W. W. (1993). Wiersbe’s Expository Outlines on the Old Testament (Is 7–12). Wheaton,
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É interessante que, aos olhos de Deus, os dois reis que ameaçavam a nação de
Judá não passavam de “dois tições fumegantes” (v. 4). Eles serão destruídos facilmente,
como uma lenha destruída pelo fogo. A mensagem de Isaías era de reafirmação. Os dois
reis invasores não prevalecerão.
29 Rei da Assíria (745–727 a.C.), também chamado de Pul, que invadiu o Norte de Israel no tempo
de Menaém e de Peca (2Rs 15.19,29). Acaz, rei de Judá, pediu auxílio a Tiglate (2Rs 16.5–10).
30 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1048–1050). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
25). A terra servirá apenas para pastagem de bovinos e ovinos. Judá experimentará a
privação e humilhação.
Eles escolheram uma inundação em vez de um rio calmo (Is 8.5-10). A facção
pró-assíria em Judá se alegrou quando a Assíria derrotou a Síria e quando ambos, Peca e
Rezim foram mortos. Estas vitórias pareciam provar que uma aliança com a Assíria era o
caminho mais seguro para seguir. Em vez de confiar no Senhor (“As águas de Siloé, que
correm brandamente”, v. 6), eles confiaram no grande rio da Assíria. O que eles não
perceberam é que este rio se tornará uma inundação quando a Assíria invadir Israel e
Judá for devastado.32 Deus ofereceu ao Seu povo a paz, mas na incredulidade eles
optaram pela guerra.
31 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 8.1–22). Joplin, MO: College Press.
32 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 33–34). Wheaton, IL: Victor Books.
33 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 34). Wheaton, IL: Victor Books.
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Eles escolheram as trevas em vez da luz (Is 8.16-22). Diante da crise, ao invés
de buscar a Deus, o povo de Judá consultava os demônios (Is 8.19; Dt 18.10-12), e isso só
aumentava a escuridão moral e espiritual. Diante disto, o profeta Isaías proclamou:
“Respondam: ‘À lei e aos mandamentos!’ Se eles não falarem conforme esta palavra, vocês
jamais verão a luz!” (Is 8.20, NVI). Os líderes de Judá ansiosamente olhavam para o
amanhecer de um novo dia, mas só viam uma escuridão profunda.34 A Palavra de Deus é
a nossa única luz confiável nas trevas deste mundo (Sl 119.105; 2Pe 1.19-21). Espíritas e
médiuns e aqueles que os consultam, eventualmente, serão julgados por Deus (Is 8.21-
22).
Essa é uma imagem sombria para os que se encontravam frustrados,
desesperados e irados, a ponto de até mesmo amaldiçoarem a Deus, tudo porque se
recusaram a receber a veracidade das coisas que Isaías estava profetizando a respeito da
opressão que virá da parte de outras nações.
“... mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão,
Galileia dos gentios” (v. 1) – Mas essas áreas serão especialmente honradas pelo
18
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ministério do Messias. Jesus foi identificado com “Galileia dos gentios” (Mt 4.15), e Seu
ministério de compaixão ao povo trouxe luz e alegria. Mas o profeta olhou além da
primeira vinda de Cristo. O profeta olhou para a segunda vinda de Cristo e o
estabelecimento do Seu reino justo (Is 9.3-7).
Em quatro belas figuras de linguagem, Isaías descreve o dia glorioso: Em primeiro
lugar, o dia do Messias será um dia de expansão. Deus ampliará a nação (9.3a). A
referência provavelmente é a inclusão, a igreja de Cristo. Em segundo lugar, será um dia
de alegria semelhante a uma grande colheita ou uma batalha bem sucedida (9.3b). Em
terceiro lugar, a vinda do Messias inaugurará um dia de libertação. A vara e o jugo do
opressor serão quebrados, como no dia em que Gideão esmagou o exército dos
midianitas (9.4). Por fim, será um dia de paz. A imagem é de uma limpeza após a guerra.
As botas do guerreiro e as roupas manchadas de sangue serão lançadas ao fogo (9.5).36
36 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 9.1–5). Joplin, MO: College Press.
37 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 37–38). Wheaton, IL: Victor Books.
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Entretanto, a palavra de Deus para o povo foi: “Povo meu, que habitas em Sião, não
temas a Assíria, quando te ferir com a vara e contra ti levantar o seu bastão à maneira dos
egípcios” (v. 24). Isaías proclamou a mesma mensagem ao rei Ezequias quando o exército
assírio havia cercado Jerusalém em 701 a.C. (Is 37.1-7). Deus usou a Assíria para
disciplinar o Seu povo, mas Ele não permitiria que esta nação sem Deus fosse além dos
Seus propósitos.38 Deus pode usar incrédulos para realizar a Sua vontade, seja para
abençoar ou disciplinar o Seu povo, mas Ele está sempre no controle.
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Conclusão:
A Bíblia diz que, um dia Deus irá enxugar dos olhos toda lágrima (o grego diz
literalmente, “cada lágrima”). Naquele dia não haverá “olhos marejados”.
Tudo isso, porém está para acontecer. As primeiras coisas ainda não passaram,
elas ainda são as anteriores. Contudo, Deus tem um propósito soberano ao permitir que
suportemos o sofrimento.
Seja qual for a sua luta, quero encorajá-lo como fez o apóstolo Paulo - não
desfaleça o seu coração. Não desanime! O Senhor nunca abandonará o Seu povo. Não
importa quão difícil os dias sejam ou quanto tempo durará às noites. Para o povo de
Deus, o melhor ainda está por vir. Essa é a nossa esperança.
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Isaías 13-23
O julgamento sobre as nações.
Introdução:
Até aqui, vimos que o livro de Isaías se divide da seguinte forma:
4
Nos capítulos 1-5, Isaías apresentou uma série de sermões denunciando o
pecado do povo de Deus.
No capítulo 6, encontramos o chamado do profeta Isaías.
Nos capítulos 7-12, a grande trilogia de profecias messiânicas. Isaías
proclamou as mensagens de Deus durante o reinado de Acaz.
Agora, nos capítulos 13-23, Isaías reitera alguns dos mesmos temas que havia
manifestado: Deus usa vários meios para punir o pecado, e julgará as nações que são
arrogantes contra o povo da aliança. São mensagens contra nove nações dos gentios
pecadores ou cidades ao redor de Judá.41 Nesses capítulos, o profeta revela o plano de
Deus não apenas para Judá, mas também para as nações dos gentios.42
Podemos dividir Isaías 13 a 23 em 6 grupos de capítulos.
• Capítulos 13 e 14 profecias contra a Babilônia, Assíria e os Filisteus
• Capítulos 15 e 16 profecias contra Moabe
• Capítulos 17-18 profecias contra a Síria, Israel, Judá e Damasco
• Capítulos 19-20 profecias contra o Egito e Etiópia
• Capítulos 21 e 22 profecias contra a Babilônia, Edom, Arábia e Jerusalém
• Capítulo 23 profecia contra a cidade de Tiro.
Cada uma das seções começa com a expressão: “Sentença contra...”. A palavra
traduzida como “sentença” (massa’) vem de uma raiz hebraica que significa “suportar
um fardo”.43 Significa algo pesado, algo difícil de realizar ou algo difícil (pesado) de dizer.
O Profeta estava carregando um fardo muito pesado por causa da natureza solene de sua
mensagem (Jr 23.33). Ele estava anunciando julgamentos que envolviam a destruição de
cidades e do abate de milhares de pessoas. Não admira que ele se sentisse
sobrecarregado!44 Mas Isaías obedeceu a Deus e proclamou tudo!
41 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1058–1059). Wheaton, IL: Victor Books.
42 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 41). Wheaton, IL: Victor Books.
43 Kaiser, W. C. (1999). 1421 נ ָׂשָ א. In R. L. Harris, G. L. Archer, Jr. & B. K. Waltke (Eds.), Theological
Wordbook of the Old Testament (R. L. Harris, G. L. Archer, Jr. & B. K. Waltke, Ed.) (electronic ed.)
(600). Chicago: Moody Press.
44 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 43). Wheaton, IL: Victor Books.
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“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva!” (Is 14.12) – A Vulgata
Latina (uma versão para o latim da Bíblia Sagrada) traduziu “estrela da manhã” por
“Lúcifer”, que veio a se tornar nome próprio e, depois, foi aplicado a Satanás. O rei da
Babilônia caiu como uma estrela do céu, ou seja, de grande altura política. Ele aspirava à
assembleia dos deuses nas alturas do norte. No entanto, ele foi abandonado nas
profundezas do abismo do inferno (14.12-15). Isaías viu neste evento algo muito mais
profundo do que a derrota de um império. Na queda do rei da Babilônia, ele viu a
derrota de Satanás, o “príncipe deste mundo”, (Jo 12.31; Ef 2.1-3).50 Nada poderia salvá-
lo da morte e da decadência no túmulo.
Na quarta estrofe Isaías proclama o espanto na terra sobre essa tragédia final. Os
espectadores não conseguiam acreditar no terrível destino do rei da Babilônia. Os
habitantes da Terra expressam a esperança de que o nome do tirano seja esquecido e
seus herdeiros destruídos (14.16-21).
Todos os reis não importam quão invencíveis possam parecer, sairão de cena. Em
sua morte, por exemplo, Senaqueribe não recebeu um enterro decente como a maioria
48 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 14.4b–21). Joplin, MO: College Press.
49 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1061–1062). Wheaton, IL: Victor Books.
50 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 45). Wheaton, IL: Victor Books.
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dos reis (v. 18). Ele foi assassinado por seus filhos Adrameleque e Sarezer, que foram
incapazes de governar em seu lugar (v. 21), porque tiveram que fugir para salvar suas
vidas (2Rs 19.37).51
51 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1062). Wheaton, IL: Victor Books.
52 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1062). Wheaton, IL: Victor Books.
53 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 46–47). Wheaton, IL: Victor Books.
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(16.13). A previsão se cumpriu em 715 a.C., quando Sargon dirigiu uma campanha
contra os árabes. Ao chegar ao seu destino, Sargon varreu a terra de Moabe, de norte a
sul.
“Damasco não será mais uma cidade; ela vai virar um montão de ruínas” (Is
17.1) – Damasco se tornará um montão de ruínas, não mais uma cidade (17.1-3). A
profecia foi cumprida com a queda de Damasco aos assírios em 732 a.C, e a destruição de
Samaria pelas mesmas forças em 722 a.C.
“Está chegando o dia em que Israel perderá todo o seu poder, e todas as suas
riquezas acabarão” (Is 17.4) – A queda de Damasco foi uma advertência a Israel, o
Reino do Norte que havia rompido com Judá e o Deus de Judá (1Rs 12). O profeta usou
várias imagens para descrever a queda de Efraim: A destruição das cidades fortificadas
(Is 17.3); “A glória de Israel será diminuída” (v. 4); “Israel será como uma oliveira depois
da colheita” (v. 5-6 ) e a “decomposição de um jardim em um terreno baldio” (v. 9-11).
Em 722 a.C., a Assíria conquistou Israel, e o reino deixou de existir. A ênfase neste
capítulo é o Deus de Israel. Ele é o Senhor dos Exércitos (o Senhor Todo-Poderoso), que
controla os exércitos do céu e da terra (Is 17.3). Ele é o Senhor Deus de Israel (v. 6), que
o chamou, abençoou e advertiu a Israel sobre os seus pecados. Ele é o Deus da nossa
salvação e nossa Rocha (v. 10). Que tolice dos israelitas confiar em seus ídolos feitos pelo
homem, em vez de confiar no Deus vivo (v. 8; 1Rs 12.25-33).
56Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1065). Wheaton, IL: Victor Books.
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para voltarem para casa e não tentarem formar uma aliança, porque o Senhor iria
derrotar o inimigo no momento adequado.
“Pois o SENHOR Deus me disse: “Do meu lar, no céu, olharei calmo e tranqüilo
como o sol que brilha num dia de verão, como as gotas de orvalho que aparecem no
tempo da colheita” (Is 18.4) – Em contraste com a atividade frenética dos homens na
terra está a paciência calma de Deus no céu (v. 4), enquanto aguarda o momento certo
para fazer a colheita de julgamento. Assíria é retratada como uma vinha amadurecendo
que nunca vai sobreviver, porque Deus podará a parreira com o seu facão, cortará os
galhos e os jogará fora (v. 5). No versículo 6, Isaías descreve o que vai acontece com os
185 mil soldados assírios, eles serão abandonados; no verão, serão comidos pelos
urubus, e no inverno os animais selvagens os devorarão (Is 18.6; 37.36; Ap 14.14-20;
19.17-21).
57 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 17.12–18.7). Joplin, MO: College Press.
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Esta profecia provavelmente foi cumprida em 670 a.C., quando o Egito foi
conquistado por Esar-Hadom, rei da Assíria.58 A conquista da Assíria provou que os
muitos deuses do Egito eram impotentes para ajudá-los (19.1), e que os médiuns e
assistentes não foram capazes de dar conselhos (v. 3). Nos dias de Moisés, Deus havia
triunfado sobre os deuses do Egito (Êx 12.12; Nm 33.4) e a sabedoria dos líderes
egípcios, e ele iria fazê-lo novamente.59
58 Filho de Senaqueribe, que, quando este foi assassinado, lhe sucedeu no reino da Assíria (2Rs
19.37 – Is 37.38).
59 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 50–51). Wheaton, IL: Victor Books.
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sol. Tal mudança é significativa (deixaram de adorar o deus Sol para adorar o Deus
verdadeiro) a fim de provar para o mundo e para Israel de que muitos egípicios haviam
se arrependido.60
60 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1066–1067). Wheaton, IL: Victor Books.
61 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 19.16–25). Joplin, MO: College Press.
62 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 52). Wheaton, IL: Victor Books.
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alguma luz. A resposta do profeta foi breve, mas adequada: “Respondeu o guarda: Vem a
manhã, e também a noite; se quereis perguntar, perguntai; voltai, vinde” (Is 21.12).
Em seguida, Isaías adicionou um convite que consiste em três palavras simples:
“perguntai; voltai, vinde”, exortou o profeta. Eles deveriam abandonar o pecado. Edom
não atendeu o convite. A nação foi tomada pela Babilônia, em seguida, pelos persas e,
finalmente, pelos romanos. Após a queda de Jerusalém em 70 d.C., Edom desapareceu de
cena.
63 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1069). Wheaton, IL: Victor Books.
64 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 53–54). Wheaton, IL: Victor Books.
65 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 53–55). Wheaton, IL: Victor Books.
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mesmo um líder piedoso como Eliaquim foi capaz de impedir a derradeira queda de Judá
(Is 22.25).66
A. Lamentação (23.1-7)
“Esta é a mensagem contra Tiro: Chorem, marinheiros que estão em alto mar,
pois a cidade de Tiro está arrasada! Não há nenhuma casa de pé, e o porto foi
destruído. Vocês receberam essa notícia na ilha de Chipre” (Is 23.1) – A Fenícia era a
capital comercial do mundo mediterrâneo. Suas duas principais cidades, Tiro e Sidom,
estavam destinadas a destruição. Isaías descreve drasticamente o impacto que este
desastre teria sobre as colônias e parceiros comerciais ao longo da costa do
Mediterrâneo. Os marinheiros fenícios serão envergonhados (Is 23.1-7).
66 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1070). Wheaton, IL: Victor Books.
67 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 55–56). Wheaton, IL: Victor Books.
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“Mas o dinheiro que ela ganhar com a sua profissão será dedicado a Deus, o
SENHOR” (Is 23.18) – Em algum momento nesta restauração, a renda de Tiro será
dedicada ao Senhor. Todos os ganhos obtidos por Tiro de modo pecaminoso deverá
sustentar Judá do mesmo modo que suas colônias haviam sustentado Tiro no passado.
Especificamente, ele seria usado para alimentar e vestir os funcionários oficiais do
Senhor (Is 23.18). Alguns dos materiais de construção para o segundo templo veio de
Tiro (Ed 3.7). Josefo e Jerônimo relatam como muitos na área da Fenícia foram
convertidos e apoiaram o trabalho do Senhor. Paulo encontrou almas piedosas lá nos
tempos do Novo Testamento (At 21.3). No segundo século Tiro tornou-se um importante
centro cristão.69
Conclusão:
Nossa jornada através desses onze capítulos nos ensinou que Deus está no trono
do universo. Nada escapa ao Seu controle. Ele governa e reina em majestade e glória. Ele
conhece todos os detalhes de nossa vida. Ao longo da história muitos tentaram
conquistar e dominar o mundo. O primeiro e mais poderoso usurpador foi Satanás.
Depois de sua rebelião contra Deus ele foi esmagado e seus seguidores foram expulsos
do céu (Lc 10.18; Ap 12.3-4), e se tornou o “deus deste mundo” (2Co 4.4). Ele inspirou
vários seres humanos, homens como Nabucodonosor, Dario, Alexandre, o Grande, os
imperadores de Roma, Átila o huno, Gengis Khan, Napoleão, Lenin, Stalin e Hitler.
Entretanto, todos eles têm algo em comum: eles falharam! Apenas um tem o
direito, o poder e a autoridade para governar a terra: O Senhor Jesus Cristo. Ele um dia
vai tomar de volta o que é Seu por direito.
68 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1071–1072). Wheaton, IL: Victor Books.
69 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 23.15–18). Joplin, MO: College Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 24-27
Um refúgio contra a tempestade.
Introdução:
5
Depois de profetizar sobre onze países diferentes, Isaías ampliou sua profecia e
proclamou um julgamento sobre o mundo inteiro. A palavra “terra” (erets, em hebraico)
aparece dezesseis vezes no capítulo 24. Nem sempre é fácil saber quando erets refere-se
a um país ou uma terra. Mas Isaías 24-27 descreve um julgamento global que acarretará
na destruição dos inimigos de Deus e a restauração do povo de Israel.70
Os quatro capítulos seguintes (24 a 27) apresentam certas semelhanças com a
chamada literatura apocalíptica. Os profetas chamam esta época do terrível julgamento
“Dia do Senhor”, e, no Novo Testamento ele é descrito em Mateus 24, Marcos 13, e
Apocalipse 6-19. Isaías advertiu o Reino do Norte dizendo que serão destruídos pelos
assírios, e disse a Judá, que os babilônios os levarão cativos, mas essas calamidades
locais foram apenas o início de uma grande catástrofe que alcançará o mundo inteiro.
Entretanto, Isaías faz três declarações capazes de confortar o povo escolhido de
Deus. Essas declarações nos encorajam, hoje, enquanto presenciamos o mundo
mergulhado no pecado e, em total rebelião contra Deus. Será que Deus vai lidar com o
ímpio? Que esperança há para os justos?
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“Assim como poucas azeitonas ficam nas oliveiras e poucas uvas ficam nas
parreiras depois de terminada a colheita, assim também em todos os países do
mundo poucas pessoas ficarão com vida” (v. 13, NTLH) – Alguns sobreviverão, mas
serão poucos. Eles são comparados a azeitonas deixadas na árvore ou uvas deixadas na
videira após as colheitas.
“Os que ficarem com vida cantarão de alegria...” (v. 14) – No entanto, em todo
o mundo de leste a oeste o remanescente cantará de alegria com a vindicação da
majestade do Senhor (24.13-15). Isaías poderia ouvir, por assim dizer, o louvor alegre
até os confins da terra. Ele, no entanto, não participará desse louvor. Ele sabia que em
seu próprio dia a ameaça do juízo não terá nenhum efeito corretivo na maioria dos
pecadores. Eles não sobreviverão o julgamento de Deus. Este pregador tinha um fardo
para sua geração perdida (Is 24.16). A única maneira do profeta encontrar alívio era
pregando fielmente a mensagem de Deus. As pessoas podem não gostar, mas elas
precisam ouvir o que Deus tem a dizer.
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Considerando que Isaías havia proclamado a destruição da Terra física, a referência aqui
deve ser ao Monte Sião celestial (Hb 12.22) e a Nova Jerusalém (Ap 21.1). Essa cidade
será tão brilhante que não terá necessidade do sol ou da lua (Ap 21.23). Em sua sala do
trono Deus vai sentar-se em glória, diante dos 24 anciãos e dos quatro seres viventes de
acordo com o Livro do Apocalipse (Ap 4; 2Ts 1.10).
Em primeiro lugar, Isaías declara como Deus protegerá o Seu povo. Ele
comparou as forças do mal a uma cidade que se opõe a Sião, a cidade de Deus. Ao longo
da história Deus transformou algumas cidades (como Nínive e Babilônia) em montões
de ruínas. A vitória do Senhor sobre o inimigo poderoso, em última análise resultará na
conversão dos gentios em grande número (Is 25.3). Como a sombra de uma nuvem que
traz alívio em um dia quente, do mesmo modo, Deus libertará o Seu povo do calor
opressivo da perseguição (Is 25.4). Ele silenciará a boca dos estrangeiros. O Senhor
calará os gritos de vitória de homens violentos (Is 25.5).
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30.7; Dn 8.19). Outros acham que a referência é a que o Novo Testamento chama de a
grande tribulação (Ap 2.22; 7.14). A ideia básica é que os crentes devem ser pacientes
em tempos de turbulência e em oração esperar no Senhor.
“Pois eis que o SENHOR sai do seu lugar, para castigar a iniquidade dos
moradores da terra; a terra descobrirá o sangue que embebeu e já não encobrirá
aqueles que foram mortos” (Is 26.21) – A fé exige que o justo continue vivendo na
expectativa até que Deus saia do Seu lugar para castigar a iniquidade. Todos os pecados
serão conhecidos (a terra descobrirá o sangue derramado sobre ela), se foram feitos em
segredo ou em público. Estas palavras incentivaram o remanescente nos dias de Isaías a
permanecer fiel ao Senhor, sabendo que Ele acabará por julgar o pecado.
“Naquele dia, dirá o SENHOR: Cantai a vinha deliciosa!” (Is 27.2) – Naquele
dia, em que as superpotências caírem, Deus protegerá Sua preciosa vinha, ou seja, o
verdadeiro Israel (cf. Is 5). Os inimigos da vinha “espinhos e abrolhos” terão duas
escolhas. Eles poderão enfrentar o Senhor na batalha e encontrar-se com a destruição
inevitável, ou poderão abraçar a Sua proteção, fazendo as pazes com Ele (v. 5). A vinha
em seguida, florescerá tão gloriosa que toda a terra será abençoada com o seu fruto.
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Conclusão:
Deus preservará Seu povo, mesmo através das tribulações mais intensas, para
desfrutar de Sua presença para sempre. Então, sejamos encorajados a permanecer
firmes tendo o Cordeiro de Deus como nosso Pastor.
Portanto, devemos diariamente nos lembrar de que o dia do juízo se aproxima.
Você está preparado para se encontrar com Cristo? Você se considera um cidadão deste
reino? Você vive como um verdadeiro servo que ama o seu Senhor e anseia pela Sua
vinda?
75Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 27.12–13). Joplin, MO: College Press.
76Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible commentary:
21st century edition (4th ed., p. 649–650). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity
Press.
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Isaías 28-31
Tempestade sobre Jerusalém.
Introdução:
6
Os capítulos 28-31 trazem uma série de cinco “Ais” (Is 28.1; 29.1, 15; 30.1; 31.1),
que se concentram principalmente em Jerusalém. Um sexto “Ai” é encontrado em Is 33.1,
e se intercala com as “profecias” de julgamento e promessas de restauração e glória.77 O
termo “Ai” (howy, em hebraico) significa “calamidade”, “tragédia” ou “lamentação”.78
Isaías exorta ao povo de Deus a abandonar os “tratados internacionais” e começar
a confiar em Deus. A política externa não será capaz de salvar o povo. Todavia, eles
estavam confiando em sua riqueza (Is 28) e alianças estrangeiras (Is 30-31). Mas nada
disso, proclamou Isaías, poderia ajudá-los. Somente a vinda do Libertador poderia salvá-
los dos inimigos (Is 32-33). Somente Deus é capaz de proporcionar paz e segurança ao
Seu povo.
77
Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 68). Wheaton, IL: Victor Books.
Weber, C. P. (1999). 485 הוֹי. (R. L. Harris, G. L. Archer Jr., & B. K. Waltke, Orgs.)Theological
78
42
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
21st century edition (4th ed., p. 650). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press.
82 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1077). Wheaton, IL: Victor Books.
43
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oferecido descanso a Israel, eles se recusaram a ouvi-Lo e ao Seu Mensageiro (v. 12).
Portanto, o Senhor iria transformar a zombaria contra eles. O SENHOR vai ensinar-lhes o
bê-a-bá, como se fossem crianças. Eles tentarão andar, mas cairão de costas; serão
feridos, cairão em armadilhas e serão presos (v. 13). Deus espera que Seu povo ouça
atentamente Sua palavra e esteja disposto a compreendê-la (Dt 6.4-6; Mc 4.9).
“Pois o SENHOR vai se levantar, como se levantou no monte Perazim; ele vai
ficar irado, como ficou no vale de Gibeão. Ele vai realizar o seu plano misterioso; vai
fazer o seu trabalho estranho” (v. 22, NTLH) – “Mas Deus defendeu o Seu povo no
passado!”, Eles argumentavam. “E quanto a vitória de Davi sobre os filisteus no monte
Perazim [2Sm 5.17-21], ou a vitória de Josué sobre os amorreus em Gibeão [Js 10]?” Mas
Josué e Davi eram líderes piedosos que confiavam e obedeciam a Deus.84
83 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1078). Wheaton, IL: Victor Books.
84 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 72–73). Wheaton, IL: Victor Books.
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“... Ele vai realizar o seu plano misterioso; vai fazer o seu trabalho estranho”
(v. 22, NTLH) – O que os adversários de Isaías não sabiam é que Deus fará um “trabalho
estranho”: Ele usará o inimigo para lutar contra o Seu próprio povo! Assim como o
agricultor tem diferentes tarefas a executar e deve adaptar-se a cada tarefa, seja arar ou
debulhar, então Deus deve fazer o trabalho que é necessário para trazer Seus propósitos
eternos. Ele sabe exatamente que ferramenta usar e quando usá-la. Martinho Lutero, por
exemplo, encontrou muito conforto ao refletir que, embora o julgamento seja um
“trabalho estranho”, a salvação é o seu “bom trabalho”.85
85 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible commentary:
21st century edition (4th ed., p. 650). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press.
86 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 73). Wheaton, IL: Victor Books.
87 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1078). Wheaton, IL: Victor Books.
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Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1079). Wheaton, IL: Victor Books.
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“O Senhor diz: Esse povo ora a mim com a boca e me louva com os lábios, mas
o seu coração está longe de mim. A religião que eles praticam não passa de
doutrinas e ensinamentos humanos que eles só sabem repetir de cor” (Is 29.13,
NTLH) – O povo de Jerusalém, que professava conhecer a Deus, estava envolvido
formalmente em atos de adoração, mas não adoravam a Deus em seus corações. Eles
estavam mais preocupados com as regras legalistas feitas pelo homem do que com a Lei
de Deus, que promove a misericórdia, a justiça e a equidade.91 Por causa disso, Deus irá
julgá-los, a sua sabedoria desapareceria (v. 14).
91 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1079). Wheaton, IL: Victor Books.
92 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 75). Wheaton, IL: Victor Books.
93 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 75). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
94 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 29.15–17). Joplin, MO: College Press.
95 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1080). Wheaton, IL: Victor Books.
96 Gabarola (rahab, em hebraico) era o nome de um monstro marinho fêmea associado a Leviatã
(Is 27.1; Cf. Jó 9.13; 26.12). Talvez uma referência ao hipopótamo, um animal que muitas vezes se
deita na água do Nilo, sem fazer nada. Compreensivelmente Raabe passou a ser um sinônimo
poético para o Egito, quando Deus dominou os soldados egípcios no mar no Êxodo (cf. Is 51.9; Sl
87.4; 89.10). Assim, a ajuda do Egito não vale nada.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
97 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 30.15–18). Joplin, MO: College Press.
49
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
98 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1081). Wheaton, IL: Victor Books.
99 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1076–1082). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
arrependimento: “Povo de Israel, vocês se afastaram para longe de Deus; mas agora
arrependam-se e voltem para ele” (v. 6).
“Então, a Assíria cairá pela espada, não de homem; a espada, não de homem,
a devorará; fugirá diante da espada, e os seus jovens serão sujeitos a trabalhos
forçados” (v. 8) – Isaías afirmou de novo (cf. 30.31) que a Assíria cairá, mas somente por
causa da obra de Deus (por uma espada que não é de homem).100 A referência é à
destruição durante a noite do exército de Senaqueribe em 701 a.C.
“De medo não atinará com a sua rocha de refúgio; os seus príncipes,
espavoridos, desertarão a bandeira, diz o SENHOR, cujo fogo está em Sião e cuja
fornalha, em Jerusalém” (v. 9) – A expressão “rocha de refúgio” refere-se ao seu rei ou
a força do exército. Em qualquer caso, os assírios ficarão apavorados. Sião será uma
fornalha de Deus. Em uma noite, o exército assírio foi exterminado (Is 37.36). Os
comandantes assírios vendo que os soldados foram abatidos pelo Anjo do Senhor (Is
37.36), ficaram aterrorizados. O “fogo” pode referir-se ao fogo do altar do holocausto
que queimava continuamente.101
Conclusão:
Imagine o dinheiro que Judá teria economizado e o sofrimento que teria evitado
se tivessem apenas descansado no Senhor e obedecido a Sua vontade. Todas as suas
negociações políticas foram em vão. Eles optaram por confiar nas palavras dos egípcios,
mas se recusaram dar ouvidos à voz de Deus!102
Deus nunca está muito cansado ou ocupado demais para ouvir e ajudar aqueles
que com fé O buscam. Sua força se torna a nossa força, quando o Seu caminho se torna o
nosso caminho (Is 49.23b). Você tem confiado em Deus?
100 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1081–1082). Wheaton, IL: Victor Books.
101 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1082). Wheaton, IL: Victor Books.
102 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 79). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 32-35
Nossa esperança não será frustrada.
Introdução:
7
Nos quatro capítulos que concluem a primeira seção de sua profecia, Isaías
convida-nos a olhar para alguns eventos futuros e ver o que Deus tem planejado para o
Seu povo e o mundo. Embora as perspectivas para a Assíria fossem sombrias, a
perspectiva do povo de Deus era bem diferente.
“Ao louco nunca mais se chamará nobre, e do fraudulento jamais se dirá que
é magnânimo” (v. 5) – O “louco” (nabel, em hebraico) e os “fraudulentos” (kelay) não
serão mais respeitados. Como no livro de Provérbios o tolo ensina falsidade e
desconsidera as necessidades dos outros (Pv 1.7, 32; 10.14). “Ninguém dirá que um sem-
vergonha é uma pessoa de valor, nem que o malandro merece respeito” (v. 5, NTLH). Em
contraste com o salafrário que perversamente tenta se aproveitar dos pobres e
necessitados a pessoa nobre planeja fazer o bem aos outros.103
Nos dias de Isaías, como em nossos dias, as pessoas comuns admiram os “ricos e
famosos”, mesmo que o caráter e a conduta dessas “celebridades” não mereça respeito.
Porém, no reino, não haverá tal engano. Todos reconhecerão um homem mal e hipócrita
(v. 5-6).104 Os pobres e indefesos não serão mais enganados!
103 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1082). Wheaton, IL: Victor Books.
104 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 81–82). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
105
Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 32.9–14). Joplin, MO: College Press.
106Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 652). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
53
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
107 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 83). Wheaton, IL: Victor Books.
108 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 83–84). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
33.7-9). No entanto, na hora mais escura, Deus manifestará o Seu poder. Ele se dirigiu,
por assim dizer, aos invasores assírios. Seus planos sobre Judá eram fúteis. A luta para
subjugar Judá foi comparado a uma gestação dolorosa que resultou em nenhum
nascimento. Os invasores assírios serão consumidos rapidamente como espinhos e
abrolhos pela ira de Deus (Is 33.10-12). A libertação de Jerusalém não apenas glorificará
a Deus entre os gentios, mas também espalhará temor entre os judeus (Is 33.14-16).
Quando os judeus viram 185.000 soldados assírios mortos por Deus em uma noite, eles
perceberam novamente que o Deus de Israel era “um fogo consumidor” (Is 10.17; Hb
12.29).
Isaías descreve o tipo de pessoa que Deus aceitará e abençoará (Is 33.14-16; Sl 15
e 24). Quem poderá residir na presença de Deus? Isaías deu a resposta com a descrição
de seis características do homem justo. Primeiro, características positivas: (1) Aquele
que anda em justiça e (2) Fala com sinceridade. Segundo, as características negativas:
(1) Aquele que rejeita avareza, (2) Suborno e (4) Ou qualquer tipo de mal. Esse homem
desfrutará de segurança no dia do julgamento. Essas qualidades quando confiamos em
Jesus Cristo e crescemos na graça.
55
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
109
Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 88). Wheaton, IL: Victor Books.
110Chisholm, R. B. (1998). The Major Prophets. In D. S. Dockery (Org.), Holman concise Bible
commentary (p. 278). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers.
56
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
ele caminhe não errará, nem mesmo o louco” (Is 35.8) – Em cidades antigas, havia
muitas vezes estradas especiais que somente os reis e sacerdotes poderiam usar; mas
quando o Messias reinar, todo o Seu povo será convidado a utilizar este caminho.111
Conclusão:
Quando Isaías falou e escreveu estas palavras, é provável que os assírios
houvessem devastado a terra, destruído as colheitas e tornado as estradas inseguras
para viagens. O povo estava preso em Jerusalém, perguntando-se o que aconteceria em
seguida. O restante estava confiando nas promessas de Deus e orando pela ajuda de
Deus, e o Senhor respondeu suas orações. Se Deus cumpriu suas promessas ao Seu povo
há séculos e os libertou, será que Ele não cumprirá Suas promessas no futuro e
estabelecerá Seu reino glorioso para o Seu povo escolhido? Claro que Ele o fará!
O comentarista bíblico Warren Wiersbe estava certo quando declarou: “O futuro é
seu amigo quando Jesus Cristo é o seu Salvador e Senhor”.112
111 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 89). Wheaton, IL: Victor Books.
112 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 89). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 36-39
O livro de Ezequias.
Introdução:
8
O rei Ezequias enfrentou três crises em um curto espaço de tempo: uma crise
internacional (a invasão do exército assírio), uma crise pessoal (uma doença à beira da
morte) e uma crise nacional (a visita dos enviados da Babilônia). Ele se saiu,
vitoriosamente nas duas primeiras, mas tropeçou na terceira crise.113 O rei Ezequias foi
um grande e piedoso homem, mas era um homem sujeito a muitas falhas.
Os capítulos 36-39 nos ensinam algumas lições valiosas sobre fé, oração e o
perigo do orgulho. Embora a definição de hoje seja diferente, os problemas e as
tentações ainda são as mesmas; a história de Ezequias é a nossa história, e o Deus de
Ezequias é o nosso Deus.
113 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 91). Wheaton, IL: Victor Books.
114 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 36.1–37.7). Joplin, MO: College Press.
115 Senaqueribe comemorava suas vitórias em Judá com um relevo de parede em seu palácio em
Nínive retratando o ataque e captura de Laquis. Ele sustentava que havia calado a boca de
Ezequias em Jerusalém “Como um pássaro em uma gaiola” e ofereceu um relato detalhado de suas
conquistas: “Eu cerquei 46 de suas cidades fortificadas, fortalezas muradas e as inúmeras
58
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1087). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
preocupados com o efeito que essas demandas poderiam ter sobre os defensores
sentados nos muros próximos. Com arrogância ainda maior, Rabsaqué rejeitou o pedido.
Ele queria que os soldados de Judá percebessem as terríveis privações que ocorreriam
se o rei Ezequias recusasse a entregar a cidade. Rabsaqué não havia sido enviado para
negociar, mas para minar a vontade de Jerusalém em resistir (v. 11-12).
60
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
estava reconhecendo, assim, que o Senhor falava através de Isaías. Isto contrasta com a
atitude do rei Acaz, pai de Ezequias (Is 7; cf. 2Rs 18),
117 Senaqueribe disse Ezequias que os deuses de outras nações não foram capazes de ajudá-los
contra o avanço assírio (Is 36.18-20). Gozã, uma cidade às margens do rio Habor, foi conquistada
cerca de 100 anos antes pelos assírios. Harã, uma cidade na Síria, era naquele tempo uma
fortaleza assíria. Rezefe, também uma cidade aramaica, foi capturada cerca de 100 anos antes
pelos assírios. Éden estava localizada, provavelmente, no norte da Mesopotâmia, e pode se referir
a um território em Tel Assar. A localização de Hena e Iva são desconhecidas, mas, provavelmente,
estivessem localizadas na região da Babilônia.
61
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
118 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 97–98). Wheaton, IL: Victor Books.
62
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás” (Is 38.1) – A morte
é uma visitante horrível. A morte é uma grande intrusa. Ela não faz acepção de pessoas.
Não importa quem somos ou o que temos, a morte é a mesma para todos. Ela é universal.
No fim das contas, o mesmo que acontece com as pessoas acontece com os animais.
Tanto as pessoas como os animais morrem (Ec 3.18-20). O homem está à porta da
eternidade a cada dia de sua vida.
63
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Porém, note que Deus foi extremamente gentil com Ezequias, dizendo-lhe que sua
morte estava próxima. Nem todas as pessoas têm a hora definida para colocar a sua casa
em ordem. Isaías pediu-lhe para colocar a casa em ordem, porque estava prestes a
morrer. Sabemos ao comparar 2Reis 18.2 com 2Reis 20.6, que Ezequias tinha 39 anos
quando soube que morreria. Então, Ezequias virou o rosto para a parede e orou como
nunca havia feito em sua vida. Chorando, ele pediu ao Senhor para considerar sua
caminhada e sua obra.
119
Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 100). Wheaton, IL: Victor Books.
120Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1089). Wheaton, IL: Victor Books.
64
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Ezequias refletiu sobre a brevidade da vida. A existência terrena é como (1) A tenda de
um pastor; (2) Uma peça de corte do tecido de tear; e (3) A rápida passagem do dia para
a noite (38.12). Ele comparou sua morte iminente ao ataque de um leão ao quebrar
todos os ossos de sua presa. Diante dessa perspectiva, Ezequias expressou à sua
angústia através dos gemidos de uma pomba (v. 14). No entanto, ele continuou olhando
para Deus (38.13).
1. As circunstâncias (39.1-2).
“Nesse tempo, Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, enviou
cartas e um presente a Ezequias, porque soube que estivera doente e já tinha
convalescido” (Is 39.1) – O rei Ezequias foi um grande rei. Não houve um rei como ele.
65
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Ele foi o melhor, o mais piedoso de todos os reis de Judá (2Rs 18.5). No entanto, o seu
pecado destruiu sua casa e o seu povo.
Sem dúvida alguma, a visita amigável de Merodaque-Baladã após a doença de
Ezequias tinha a intenção de convencer o rei de Judá a uma aliança contra a Assíria.121 “E
Ezequias lhes deu ouvidos...” (2Rs 2.13, Revista e Corrigida). O cronista relata que
nesta situação Deus deixou Ezequias sozinho para testar-lhe para saber tudo o que
estava em seu coração (2Cr 32.31). O rei não passou no teste. O orgulho voltou ao seu
coração. Ezequias exibiu aos embaixadores da Babilônia toda a riqueza e o armamento
de seu reino. Nada foi retido (39.2).
121Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1090). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
O que aconteceu nos 15 anos que Ezequias recebeu? Nasceu o seu filho Manassés.
Um dos piores reis de Judá. Manassés, como diz as Escrituras várias vezes, por causa da
maldade, por causa do reino vil, por causa do sangue em suas mãos, por causa dos
pecados, Deus destruiu Judá, entregou a nação nas mãos dos caldeus, queimou o templo
e levou o povo para o cativeiro. É melhor que a vontade de Deus seja feita do que
tentarmos interferir ou orar contra ela.
Conclusão:
De todos os medos que afligem o coração do homem, nada é maior do que o medo
da morte. A vida é curta e tão incerta. “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que
aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Moisés disse ao Senhor no Salmo 90: “Tu
acabas com a vida das pessoas; elas não duram mais do que um sonho. São como a erva
que brota de manhã, que cresce e abre em flor e de tarde seca e morre” (Sl 90.5-6, NTLH).
Diante de tudo isto, a questão mais importante é: “Será que a morte é grande
vitoriosa?” Entretanto, é importante que você saiba que a morte não é o fim da história
para aqueles que conhecem o Senhor. A morte está nas mãos do Senhor, e não temos
nada a temer.
Aqueles que olham pela fé para o dia em que receberão seus corpos glorificados,
para as perfeições da vida no céu, para o cumprimento do propósito de Deus, serão
capazes de dizer triunfantemente como Paulo: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde
está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.55).
67
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 40-41
O livro de Ciro.
Introdução:
9
O livro de Isaías pode ser chamado de “uma Bíblia em miniatura”. Há sessenta e
seis capítulos em Isaías e sessenta e seis livros na Bíblia. Os trinta e nove capítulos da
primeira parte de Isaías podem ser comparados com o Antigo Testamento, com seus
trinta e nove livros, e ambos se concentram principalmente no julgamento de Deus
contra o pecado. Os vinte e sete capítulos da segunda parte podem ser vistos em paralelo
com os vinte e sete livros do Novo Testamento, e ambos enfatizam a graça de Deus. Além
disso, a seção “Novo Testamento” de Isaías abre com o ministério de João Batista (40.3-
5, Mr 1.1-4) e fecha com os novos céus e a nova terra (Is 65.17; 66.22); e no meio, há
muitas referências ao Senhor Jesus Cristo como Salvador e Rei.122
Com exceção de alguns trechos messiânicos (cap. 35), até o capítulo 40, Isaías
estava interessado no destino de Israel e Judá em curto prazo. O profeta tratou da
invasão dos assírios, do fim do reino de Israel e do livramento de Jerusalém sob o
comando de Ezequias (entre 722 e 704 a.C.). A partir desse momento, encontramos
profecias de longo prazo, entre elas, o cativeiro na Babilônia (em 539 a.C.) e o retorno
dos exilados (13.1 a 14.2 e 21.1-10). As profecias são dirigidas como se o cativeiro
babilônico já fosse uma realidade presente, embora esse cativeiro não tenha começado
senão em 605-586 a.C. Isaías escreveu para encorajar os judeus a viverem dignamente,
apesar das circunstâncias difíceis.123 O profeta viu no horizonte distante um grande
livramento do exílio e, além disso, uma libertação ainda maior do pecado. A libertação da
Babilônia é o foco dos capítulos 40-48. Esta seção foi designada “O livro de Ciro” devido
às várias referências a esse conquistador persa (Is 44.28; 45.1). Além disso, é
interessante que a segunda parte de Isaías (capítulos 40-66) se divide em três partes de
nove capítulos cada (capítulos 40-48; 49-57; 58-66).
Nesta seção, um dos objetivos de Isaías é mostrar a superioridade de Deus sobre
as nações e os seus ídolos.124 Além de enfatizar a esperança e o consolo de um futuro
abençoado depois da disciplina do cativeiro babilônico. Nesses capítulos, o profeta
descreve a grandeza de Deus em três diferentes áreas da vida.
122 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 103). Wheaton, IL: Victor Books.
123 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1091). Wheaton, IL: Victor Books.
124 Chisholm, R. B. (1998). The Major Prophets. In D. S. Dockery (Org.), Holman concise Bible
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125 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1091–1092). Wheaton, IL: Victor Books.
126 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 109). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
A quarta voz é a do próprio Isaías. “Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe
a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz
fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso Deus!
(Is 40.9) – Como um mensageiro que está sobre a montanha, para que seja visto e
ouvido por todos, o profeta apelou à cidade que proclamasse em alta voz para todas as
outras cidades de Judá as boas-novas da presença de Deus ali (Cf. 12.3). Isaías exortou
Sião para anunciar às cidades de Judá: “Eis que o Senhor Deus virá com poder” (v. 10). Ele
imaginou o Senhor vindo: (1) Como um herói conquistador e, (2) Como um pastor gentil.
O conquistador recebeu como recompensa a ovelha que carregava nos braços (40.9-
11).127 O braço de Deus é um braço forte para vencer a batalha (Is 40.10), mas é também
um braço amoroso para o carregar Suas ovelhas cansadas (v. 11). “Estamos em casa”
seria, certamente, uma boa notícia para as cidades devastadas de Judá (1.7; 36.1;
37.26).128
127Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 40.1–11). Joplin, MO: College Press.
128Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 109). Wheaton, IL: Victor Books.
129 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1092). Wheaton, IL: Victor Books.
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Em segundo lugar, Deus é maior do que as nações. “Eis que as nações são
consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na
balança; as ilhas são como pó fino que se levanta” (Is 40.15) – As nações são como
uma gota de água num balde, como um grão de poeira na balança. Se fosse para
construir um altar com todos os cedros do Líbano, e sacrificar todos os animais das
florestas, eles ainda não terão feito um sacrifício digno de um grande Deus (Is 40.15-17).
Para Ele, as nações não são nada; na presença dele, elas não têm nenhum valor (Is
40.17).
“Quem não pode comprar ouro ou prata escolhe madeira de lei e procura um
artista competente que faça uma imagem que fique firme no seu lugar” (v. 20,
NTLH) – Com ironia Isaías escreveu cerca de dois ídolos feitos de metal por um artesão
e, em seguida, coberto de ouro e decorado com ornamentos de prata, e outros
selecionados por um homem pobre, um ídolo de madeira e trabalhado de modo que não
caia (Cf. Is 41.7; 44.9-20; 45.16, 20; 46.1-2, 6-7; Sl 115.4-7; 135.15-18; Jr 10.8-16; Hb
2.19). No entanto, ambos, utilizaram materiais que Deus criou, e as habilidades que Deus
lhes deu! Deus, porém, é diferente de qualquer ídolo. Ele é o Criador de todas as coisas,
incluindo as pessoas. Deus é único.130 Se os ídolos têm dificuldades para permanecer em
pé, como serão capazes de ajudar aqueles que os adoram? (40.18-20).
130Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1093). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Finalmente, Deus é maior do que o desânimo. “Não sabes, não ouviste que o
eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?
Não se pode esquadrinhar o seu entendimento” (v. 28) – Diante da grandeza de Deus,
talvez sejamos tentados a pensar que somos pequenos demais para que Deus preste
atenção em nós: “Por que, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está
encoberto ao SENHOR, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus?” (Is 40.27, NTLH).
À luz do que Deus é, como poderia o povo pensar que ele os havia esquecido ou que
ignorava a situação em que se encontravam?
A conclusão errada da transcendência de Deus é que Ele é grande demais para
cuidar; o certo é que Ele é grande demais para falhar (28).131 O Senhor diz que não se
cansa e que o Seu conhecimento é infinito (v. 28). Uma vez que Deus, ao contrário dos
ídolos pagãos é eterno e Criador, nunca se cansa (v. 28), Ele pode dar força àqueles que
estão cansados ou fracos (v. 29 -31). Os israelitas desanimados nunca deveriam
esquecer quem é Deus! (1) Ele é eterno; (2) Ele é onipotente; (3) Ele é onipresente; (4)
Ele é onisciente; (5) Ele está sempre atento, e (6) Ele é compassivo. Ele pode fortalecer
os que esperam por Ele na fé. Esta infusão do poder espiritual faz com que os crentes,
sejam como (1) uma águia quando está voando, (2) um corredor em uma competição, e
(3) um andarilho em uma longa caminhada (40.27-31).132
131 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 656). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
132 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 40.12–31). Joplin, MO: College Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
nações distantes a ouvir, em seguida, reunir a sua força para que pudessem entrar no
tribunal contra Ele.
“Quem suscitou do Oriente aquele a cujos passos segue a vitória? (Is 41.2) –
Em seguida, as nações tomaram conhecimento de que Deus levantará um servo do
Oriente que dominará rapidamente os seus inimigos (v. 2). Esta é a primeira alusão ao
papel de Ciro, o persa (Is 44.28).133 Essas profecias foram, provavelmente, dadas
durante o reinado do Rei Ezequias, em torno de 700 a.C. Agora, Isaías profetiza a
ascensão de Ciro, o persa. O rei Ciro entrou em cena em 549 a.C. quando fez sua primeira
grande conquista ao superar Creso, rei da Lídia. Então o profeta Isaías está, pelo espírito
de Deus, olhando para o futuro distante, cerca de 150 anos a partir de seu próprio
tempo. Entretanto, nesta época, os filhos de Israel, estarão cativos na Babilônia (605-535
a.C.). E assim o profeta está olhando para o futuro e profetiza que Ciro vai entrar em
cena e vai ser o único, que abaixo de Deus, libertará o remanescente para que possam
voltar a cidade de Jerusalém.
Ciro será um pastor (44.28), ungido por Deus (45.1), uma ave de rapina que não
podia ser parada (46.11). “Ele pisa em cima de reis como se fossem lama; ele os trata como
um oleiro que amassa o barro com os pés” (41.25, NTLH). Embora, o rei Ciro não fosse de
fato um “servo de Deus”, alguém comprometido e temente, ele serviu ao Senhor,
cumprindo os propósitos de Deus na terra. Deus pode usar os líderes mundiais ainda
não convertidos para o bem do Seu povo e o progresso de Sua obra (Pv 21.1). Ele
levantou Faraó no Egito para demonstrar o Seu poder (Rm 9.17), usou o perverso
Herodes e o covarde Pôncio Pilatos para realizar Seu plano na crucificação de Cristo (At
4.24-28).134
Isaías proclamou que ao atravessar o território do leste ao norte da Terra Santa
(41.25), Ciro levará pânico ao reino da Lídia e as regiões costeiras mais distantes. Ciro
dominou com grande facilidade territórios em que ele nunca havia estado. Artesãos de
todos os tipos produzirão novos ídolos a fim de poupá-los do conquistador oriental (v.
7). Um operário incentiva o outro a ser rápida em terminar o ídolo, de modo a evitar o
perigo iminente. Porém, nenhum deus feito pelo homem será capaz deter o seu avanço
(41.5-7).
133 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 41.1–7). Joplin, MO: College Press.
134 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 112). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
só palavra” (Is 41.26, NTLH). Os ídolos não eram incapazes apenas de fazer qualquer
previsão, mas também, eram incapazes de falar: “Eis que todos são nada; as suas obras
são coisa nenhuma; as suas imagens de fundição, vento e vácuo” (Is 41.29).135 Os ídolos
não podiam predizer o futuro, nem podiam castigar ou libertar. Eles eram inúteis (Is
44.9; Sl 115.2-8; 1Co 8.4; 10.10; Gl 4.8). Nenhum ídolo foi capaz de prever o surgimento
de Ciro. No entanto, o Senhor havia anunciado esses eventos futuros a Sião, o Seu povo.
“Do Norte suscito a um, e ele vem, a um desde o nascimento do sol, e ele
invocará o meu nome; pisará magistrados como lodo e como o oleiro pisa o barro”
(Is 41.25) – Além disso, Ciro é conhecido pelo decreto que emitiu, permitindo que os
judeus retornassem à sua terra (cf. Ed 1.1-4). Ciro rapidamente e facilmente pisou todos
os seus inimigos (41.25). O anúncio foi recebido como uma boa notícia. Porém, entre os
representantes dos ídolos só havia silêncio.
A vida de Gideão é um bom exemplo de como Deus abomina a idolatria. A
primeira missão que Deus deu a Gideão não foi atacar os midianitas, mas a idolatria do
seu povo. Aliás, essa era a razão pela qual o povo de Israel não conseguia enfrentar os
midianitas. Eles estavam adorando a outros deuses e colocando sua fé em algo que não
era o Deus verdadeiro.
Essa foi a primeira batalha de Gideão e, provavelmente, a mais difícil porque em
seu próprio quintal havia um exemplo de idolatria. Joás, pai de Gideão, aparentemente,
havia construído um altar a Baal na propriedade dele e, também, um poste-ídolo (v. 26).
Não era apenas para uso privado da família. Obviamente, servia como o santuário da
aldeia e pai de Gideão, Joás, atuava como supervisor do culto pagão.
Deus disse a Gideão para levar um novilho e um boi de sete anos de idade, e usá-
los para derrubar o altar enorme de Baal. O jovem obedeceu, embora com grande
apreensão.
“Então, Gideão tomou dez homens dentre os seus servos e fez como o
SENHOR lhe dissera; temendo ele, porém, a casa de seu pai e os homens
daquela cidade, não o fez de dia, mas de noite” (Juízes 6.27).
Mais uma vez, a coragem não era uma virtude familiar para Gideão. No entanto,
ele havia mostrado uma vontade de obedecer ao Senhor, e que era um progresso em sua
fé.
Na manhã seguinte, os vizinhos de Gideão, quando viram o que ele havia feito,
exigiram sua morte, mas seu pai saiu em sua defesa e disse:
“— Vocês estão defendendo Baal? Se Baal é deus, que ele mesmo se
defenda. O altar dele é que foi derrubado” (Juízes 6.31, NTLH).
Daquele dia em diante, os vizinhos passaram a chamá-lo de Jerubaal, que
literalmente significa “Que Baal se defenda”. Assim, cada vez que o povo olhava para
135 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 114). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Em primeiro lugar, Deus assegurou a posição do Seu povo. “Mas tu, ó Israel,
servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo” (Is 41.8) –
Apesar de tudo o que aconteceu (o julgamento em Jerusalém) ou o que acontecerá
(ascensão de Ciro), os descendentes de Abraão ainda possuíam uma relação única com
Deus. Os termos “escolhido” e “meu servo” se aplicam a Israel (cf. 2Cr 20.7). Na pessoa
de Abraão, Deus chamou Israel “das extremidades da terra” (Ur dos Caldeus, At 7.2).
Assim, o “Servo” de Deus não precisa temer a ascensão de Ciro. O Senhor havia escolhido
o povo de Israel e, assim, fortalecerá, ajudará e sustentará o Seu com Sua destra fiel (Is
41.8-10). É interessante que Abraão é chamado de “amigo”. Essa é uma designação ainda
mais elevada do que “servo” (Jo 15.14-15; Tg 2.23) e fala de uma fidelidade ainda maior.
Mesmo que o povo de Israel estivesse exilado por causa do pecado e da descrença, eles
não foram rejeitados por Deus.136 Considerando que a aliança que o Senhor fez com
Abraão foi incondicional (Gn 15), Seus descendentes não precisavam temer. O Senhor
continuará sendo o Seu Deus (cf. Is 43.3) e continuará ao lado do Seu povo (cf. 43.5) e os
fortalecerá (cf. 40.31), os ajudará (cf. 41.13-14) e os preservará.
136Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1094). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
adquirir de volta algo que um parente havia perdido (Rt 2.2). No livro de Rute, o
resgatador tinha neste caso uma dupla obrigação: resgatar a área de terra que Noemi
havia posto à venda (Rt 4.3) e casar-se com Rute para assegurar uma descendência a
Elimeleque (Rt 1.1–5). Assim, o resgatador era responsável por preservar o nome, a
integridade, a vida, a propriedade e a família do seu parente próximo ou a execução de
justiça sobre o seu assassino (Rt 4.5).137
“Não temas, ó vermezinho de Jacó...” (v. 14) – A mudança de tom é óbvia, mas os
intérpretes têm divergido sobre as suas implicações. No Antigo Testamento, a palavra
“vermezinho” (tôlāʿ, em hebraico), muitas vezes simboliza a fragilidade e insignificância
do homem (Jó 25.6; Is 41.14).138 Trata-se das de uma referência ao desprezo que as
nações ímpias sentiam por Israel; esse mesmo termo de maneira semelhante para o
Messias na cruz (Sl 22.6). Assim, essa expressão é mais compreensível como um
lembrete para Israel como advertência para não ter medo, mesmo que sejam apenas
erva, flores silvestres ou um vermezinho.139 Para Calvino, a palavra “verme” pode ser
entendida como um lamento pela condição vergonhosa do povo, e também, um incentivo
para valorizar a esperança.140
Em terceiro lugar, Deus assegurou a vitória ao Seu povo. “Eis que farei de ti
um trilho cortante e novo, armado de lâminas duplas; os montes trilharás, e moerás,
e os outeiros reduzirás a palha” (Is 41.15). Após a libertação através de Ciro, Israel se
tornará uma máquina de debulhar trigo. Esse instrumento era puxado por bois sobre a
eira, a fim de libertar as sementes do grão, a casca. Montanhas de grãos (as nações)
serão trilhadas por Israel. Enquanto o vento sopra essas cascas inúteis para longe, e o
povo de Israel se alegrará no Senhor (41.16).
Em quarto lugar, Deus assegurou ao Seu povo de Sua disposição. “Os aflitos
e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o
SENHOR, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei” (Is 41.17). Quer sejam
atingidos, carentes ou sedentos, Deus responderá às orações do Seu povo. Ele lhes dará
abundância de águas e transformará seus desertos em florestas. Deus fará com que
árvores (sete tipos são mencionados) cresçam no deserto enquanto que normalmente a
maioria dessas árvores cresce somente em áreas férteis.141 Deus pode tomar o mais
árido deserto, e torná-lo uma floresta. Água abundante na literatura profética é uma
137 Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W., Jr. (1996). Vine’s Complete Expository Dictionary of Old
and New Testament Words. Nashville, TN: T. Nelson.
138 Youngblood, R. F. (1999). 2516 תלע. (R. L. Harris, G. L. Archer Jr., & B. K. Waltke,
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1094–1095). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Conclusão:
Isaías 41 foi escrito para dar ao povo de Israel coragem e confiança em meio a
circunstancias difícil. Além disso, foi escrito também para nos dar a bendita segurança
de que quando colocamos a nossa confiança em Deus, experimentamos a Sua presença e
a alegria da vitória sobre nossos inimigos.
A grande lição que encontramos no capítulo 41 pode ser resumida na forma como
Paulo coloca em Romanos: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós,
quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Aos 27 anos, o artista holandês Rembrandt pintou a paisagem de “Cristo na
Tempestade” no Mar da Galiléia baseado na história em Marcos 4. Com o seu contraste
distintivo de luz e sombra, a pintura de Rembrandt mostra um pequeno barco ameaçado
de destruição em uma tempestade furiosa. Enquanto os discípulos lutavam contra o
vento e as ondas, Jesus permanecia tranquilo. No entanto, o aspecto mais inusitado, é a
presença no barco de um 13º discípulo a quem dizem os especialistas em arte
assemelha-se a Rembrandt.144
Também poderíamos nos colocar nessa história e descobrir, assim como os
discípulos, que, para cada pessoa que confia em Jesus Cristo, Ele revela Sua presença,
compaixão e controle em todas as tempestades da vida.
Por que confiar nos ídolos? Por que confiar em qualquer outro deus que não seja
o Deus verdadeiro que enviou Jesus Cristo? Não há esperança em nenhum outro.
142 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 113–114). Wheaton, IL: Victor Books.
143 Watts, J. D. W. (1998). Isaiah 34–66 (Vol. 25, p. 107–108). Dallas: Word, Incorporated.
144 http://odb.org/2014/04/29/christ-in-the-storm/
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 42.1-4
O Servo de Deus.
Introdução:
10
Como um arauto solitário diante de um povo desesperado, no capítulo 42, Isaías
começa com um chamado: “Eis aqui o meu servo...” (Is 42.1). A palavra “Eis” (hen, em
hebraico) é uma interjeição e serve para exprimir de modo enérgico e conciso um
sentimento, uma emoção ou uma ordem. A palavra significa “veja!”, “certamente!”,
“agora!” ou “oh!”.145 A palavra era utilizada, também, para chamar a atenção para algum
fato ou para a conclusão de um assunto.
É interessante que essa mesma palavra havia sido utilizada no capítulo anterior
quatro vezes (Is 41.11, 15, 24, 29). Mas nos últimos seis versículos do capítulo 41, a
palavra “Eis” aparece duas vezes (v. 24 e 29). Porém, nesses dois versículos, essa
interjeição chama a atenção para a idolatria. Assim, o contexto imediato de Isaías 42 é
sobre a idolatria de Israel. E, em resposta, vem à profecia sobre o Servo de Deus. Então,
Isaías usa as palavras: “Eis que” para chamar a atenção para o problema da idolatria em
Israel. E agora, no capítulo 42, ele usa a palavra: “Eis que” para chamar a atenção para a
solução, para onde realmente o povo de Israel deveria depositar sua esperança e
confiança - não em ídolos, mas no Deus vivo. Assim, o Servo é a promessa, a solução e a
resposta para o problema da idolatria de Israel.
Em Isaías 42, Deus graciosamente fala de um Servo que realmente é capaz de
fazer todas as coisas que Israel procura nos ídolos e não encontra. O profeta Isaías nos
apresenta quatro características do caráter e a função do Servo de Deus nesta passagem.
145 Brown, F., Driver, S. R., & Briggs, C. A. (2000). Enhanced Brown-Driver-Briggs Hebrew and
English Lexicon. Oak Harbor, WA: Logos Research Systems.
146 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1095). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Deus que soberanamente governa, enviou o Seu Servo, Jesus Cristo, para estabelecer Seu
reino para sempre.
Seria difícil para Judá pensar em tal promessa devido às ameaças do exílio. No
entanto, as promessas de Deus nunca falham; elas não são baseadas em nossas
circunstâncias, mas em decretos eternos de Deus. O Senhor enviou o Seu Servo (ʿebed,
em hebraico) para ser o nosso Libertador.147 Observe três lições a respeito deste Servo:
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha
alma se compraz...” (Is 42.1) – O Senhor Deus se identifica com o Servo – “Meu Servo”.
Este Servo é designado por Deus, escolhido por Deus e sustentado por Deus.
“... a quem sustenho” – Deus vai “sustentar” o Ungido, de tal forma que colocará
toda a carga sobre Ele, como mestres geralmente fazem com seus servos fiéis; é uma
prova de fidelidade extraordinária, que Deus o Pai vai entregar tudo a Ele, e vai colocar
na Sua mão o Seu próprio poder e autoridade (Jo 13.3, 17.10).148 A palavra “suster”
significa “agarrar, segurar com firmeza”. O verbo também é usado da ordem soberana de
Deus dos assuntos da história. Ele traz julgamento, quando necessário (Am 1.5, 8) até
envia Seu servo (Is 42.1). Da mesma forma no Salmo 16, Deus “sustenta” o Messias (Sl
16.5).149
“... Em quem a minha alma se compraz...” (Is 42.1) – Além disso, Deus se
deleita neste Servo. Você pode ter um empregado ou alguém que presta um serviço
específico. Você pode até apreciar o trabalho deste funcionário, mas isso não significa
147 O uso mais importante do termo “servo” é como uma designação messiânica, o mais
proeminente, termo técnico pessoal para representar o ensino do Antigo Testamento sobre o
Messias. As passagens centrais de ensino sobre este tema encontram-se nos últimos vinte e sete
capítulos de Isaías. Kaiser, W. C. (1999). 1553 ָעבַד. (R. L. Harris, G. L. Archer Jr., & B. K. Waltke,
Orgs.)Theological Wordbook of the Old Testament. Chicago: Moody Press.
148 Calvin, John Calvin. Commentary on Isaiah - Volume 3, Grand Rapids, MI: Christian Classics
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
intimidade ou amizade verdadeira. Todavia, isso não acontece com o Servo de Deus.
Isaías diz que o Servo foi escolhido por Deus, Ele foi chamado por Deus para fazer uma
tarefa muito importante, mas o Senhor usa uma linguagem muito poderosa sobre Ele.
Olhe o que Ele diz - “... Em quem a minha alma se compraz...” (Is 42.1). Em outras palavras
é como se Deus dissesse: “Aqui está à solução, Israel. Vou dar-lhe o meu Servo em quem
a minha alma se deleita”. O Senhor tem prazer neste Servo. Ele se alegra com a vida do
Servo. Os escritores do Novo Testamento reiteraram isso quando registraram as
ocasiões de Deus expressando Sua alegria no Filho, Jesus Cristo.
No batismo de Cristo, a voz veio do céu dizendo: “Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo” (Mt 3.17). O batismo de Jesus recebeu a autenticação do céu.
Todas as Pessoas da Trindade estiveram presentes no evento: o Pai, que falou do Filho, o
Filho que estava sendo batizado e o Espírito que desceu sobre o Filho como uma pomba.
Ele também estava de acordo com a profecia de Isaías que o Espírito repousaria sobre o
Messias (Is 11.2). Quando iniciou o ministério, o Filho foi aprovado pelo Pai; Ao se
aproximar da cruz (Mt 17.5), Ele recebeu elogios novamente.
Na Transfiguração a voz foi ouvida novamente: “Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo; a ele ouvi” (Mt 17.5). A autenticação celestial, a voz de Deus foi
tão impactante que anos mais tarde, quando Pedro escreveu sua segunda epístola, ele se
referiu a este evento (2Pe 1.16-18).151
Em seguida, a voz do céu, afirmou o prazer de Deus com o sacrifício perfeito do
Filho: “Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e
ainda o glorificarei” (Jo 12.28). O Pai falou do céu com uma voz de trovão, confirmando
Sua obra em Jesus, tanto no passado quanto no futuro. A voz era audível, mas nem todos
entenderam (cf. v 30, At 9.7; 22.9).152 E, de fato, na ressurreição o Pai exibiu Seu prazer
perfeito no Filho quando Ele “foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai” (Rm
6.4), de modo que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o Nome que está acima de todo
nome” (Fp 2.9). De fato, o Senhor se deleita neste Servo.
“... Pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios”
(Is 42.1) – Encontramos o Espírito Santo trabalhando de várias maneiras na vida do
Servo de Deus, Jesus Cristo.
1. Na concepção do Filho no ventre de Maria, foi-lhe dito: “Descerá sobre ti o
Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso,
também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).
2. No Seu batismo o Espírito Santo desceu sobre Cristo “Como uma pomba” (Mt
3.16).
151 Barbieri, L. A., Jr. (1985). Matthew. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 2, p. 60). Wheaton, IL: Victor Books.
152 Blum, E. A. (1985). John. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 2, p. 318). Wheaton, IL: Victor Books.
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“... Ele anunciará a minha vontade a todos os povos” (Is 42.1b, NTLH) – Essa
justiça inclui a libertação do pecado. Mas como é que Ele faz isso? Logo visualizamos a
imagem de um rei conquistador, que era, certamente, a ideia principal que os judeus
tinham do Messias. Ele será um rei poderoso que levará suas tropas poderosas e
derrotará Seus inimigos. Mais tarde, Ciro fará exatamente isso em nome dos judeus
capturados e exilados, quando o rei persa libertará os judeus de seus captores
babilônicos.
“Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça” (Is 42.2) –
Porém, ao contrário dos conquistadores estrangeiros, o Servo de Deus não surgirá
gritando Seus decretos nas ruas, nem esmagará os oprimidos ou desencorajados. Os
conquistadores usam o poder para esmagar, o Servo de Deus será radicalmente
diferente. Ele será compassivo e manso.
Nunca encontraremos autopromoção ou autoengrandecimento ou manipulação
no ministério de Cristo. Mesmo na entrada triunfal em Jerusalém Ele cavalga sobre um
jumentinho em vez de um cavalo real (Mt 21). Ele disse aos que estavam cansados:
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e
achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt
11.29-30).
Sem gritar ou dar ordens, Jesus veio em silêncio e com humildade, como o
Salvador dos pecadores. Mesmo em Sua morte, Ele não lutou, não reclamou nem mesmo
chamou a atenção para Si. O último dos Cânticos do Servo coloca isso dessa forma: “Ele
foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro;
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e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7). Jesus
calmamente e gentilmente abraçou a cruz em nosso nome.
Agora, essa não é a última vez que esse assunto aparece na Bíblia. Mateus cita
essa passagem no capítulo 12 do seu Evangelho. Os fariseus conspiravam contra Jesus,
procurando tirar-lhe a vida. Porém, em resposta a isso, Jesus foi embora, e muita gente o
seguiu. Ele curou todos os que estavam doentes e mandou que não contassem nada a
ninguém a respeito dele (Mt 12.15). Em outras palavras, Ele não entrou em uma
discussão com os fariseus, Ele não entrou em uma briga com eles, Ele não tentar
promover-se sobre os Seus planos, Ele simplesmente retirou-se e disse aos Seus
seguidores que não contassem nada a ninguém. E isso traz a mente de Mateus o que
disse o profeta Isaías. Veja o versículo 17: “para se cumprir o que foi dito por intermédio
do profeta Isaías: Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma
se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios” (Mt
12.17-18). Mateus está dizendo que Jesus é a concretização da promessa de Isaías 42.
Jesus é a resposta para o problema da idolatria. Jesus é a resposta de Deus.
“... nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito” (Is
42.3) – “... nem apagará a luz que já está fraca” (NTLH). A torcida é um pavio que
queima com fogo fraco por falta de combustível e está prestes a expirar.155 Essa
metáfora é da mesma importância que a anterior. A imagem do caniço
quebrado/rachado e o pavio fumegante são destinados a significar algo fraco, algo que
não está funcionando como deveria.
154 Swanson, J. (1997). Dictionary of Biblical Languages with Semantic Domains : Hebrew (Old
Testament). Oak Harbor: Logos Research Systems, Inc.
155 Freeman, J. M., & Chadwick, H. J. (1998). Manners & customs of the Bible (p. 361). North
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“... até que ponha na terra o direito” (Is 42.4) – Ele fielmente trará justiça
(direito). Nada pode detê-lo. Apesar de todos os exércitos do inferno procurar derrotá-
Lo, ninguém foi capaz. Ele fielmente concretizou o plano redentor de Deus quando se
levantou em nosso lugar diante da ira de Deus e sentiu os golpes do julgamento divino
sobre nós. É por isso que Paulo declarou aos crentes de Filipos: “Estou plenamente certo
de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”
(Fp 1.6). O que Deus começa, Ele termina!
“... E as terras do mar aguardarão a sua doutrina” (Is 42.4) – Israel tinha um
problema grave ao pensar que Deus era para eles e apenas eles. Mas a justiça da
salvação não era apenas para Israel, mas “para as nações”. A última frase expressa essa
verdade poeticamente, “e as terras do mar aguardarão a sua doutrina” (ou Sua instrução,
como Calvino aponta, em última análise se refere ao evangelho).156 “As terras do mar”
156Calvin, John Calvin. Commentary on Isaiah - Volume 3, Grand Rapids, MI: Christian Classics
Ethereal Library, p. 178.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
implica os confins da terra. É o que João descreve a identificar a obra redentora de Cristo
para as pessoas “de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9). Nenhum grupo será
deixado de fora da obra redentora de Cristo. Esse é o poder da morte de Cristo e esse é o
alcance do Seu amor e misericórdia.
Conclusão:
Em Isaías 42, Deus anuncia o Seu caminho de salvação e libertação, não apenas
para Israel, mas para as nações. Ele enviará o Seu Servo, que será capacitado e orientado
pelo Seu Espírito. Ele vai estabelecer a justiça na terra e trazer a salvação, mesmo para
os gentios. Somente o único e verdadeiro Deus verdadeiro e poderoso poderia anunciar
algo tão notável e, em seguida, concretizá-lo.
Charles Colson é conhecido em todo o mundo como o fundador da Prison
Fellowship Ministries. O primeiro livro de Colson, Born Again, conta a dramática história
de sua conversão depois de ter sido condenado à prisão por seu papel no escândalo de
Watergate, durante a administração de Richard Nixon. Charles Colson era o conselheiro
chefe do presidente norte-americano entre 1969 e 1973. Investigações sobre seu
envolvimento no caso Watergate, criaram uma grave crise política.
Alguns meses mais tarde, Charles Colson foi preso e condenado a três anos de
prisão federal. Neste intervalo, converteu-se ao cristianismo e mudou radicalmente sua
vida. Após sete meses de prisão, Colson sai em condicional e passa a se dedicar a
promover assistência social e espiritual a presidiários, fundando a organização Prison
Fellowship Ministries.
Enquanto estava na prisão, Colson foi defendido pelo senador Harold Hughes, um
crente que se ofereceu para pagar a sentença de Colson. Porém, o juiz recusou, mas
Colson foi profundamente impactado pelo exemplo da liderança servidora que viu em
Hughes.
Charles Colson nunca tinha visto um sacrifício amoroso durante seus anos nos
círculos internos do poder político. Talvez seja porque o conceito de liderança servidora
não se originou na Terra. Ela veio direto do céu na pessoa de Jesus, o Messias, que “não
veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Jesus não criou um alvoroço, por assim
dizer, Ele restaurou a mais quebrada das vidas. Ele foi o cumprimento das promessas da
aliança de Deus com Israel, e Ele trouxe luz aos gentios. Não é de admirar que Mateus
citou Isaías 42 ao se referir ao Senhor Jesus (Mt 12.18-21).
É interessante que o símbolo de Prison Fellowship é um caniço quebrado de Isaías
42.3. Essa passagem é uma lembrança maravilhosa de que Jesus Cristo pode restaurar
vidas quebradas.
Todos nós estamos quebrados em algum grau. Onde você se sente mais fraco e
inadequado em sua vida no serviço para Cristo? Esse é o lugar onde Ele deseja mostrar-
lhe o Seu poder. Ele pode trocar a sua fraqueza por Sua força hoje.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 44-45
Ciro, um instrumento nas mãos de Deus.
Introdução:
11
O fato de Deus ser o Senhor da história, implica que tudo o que ocorre serve a Seu
propósito, seja de uma forma ou de outra. Nações e governantes estão completamente
nas mãos de Deus que, até mesmo, pode chamar o rei Ciro, de Seu pastor e ungido (Is
44.28; 45.1).157 O Senhor não precisa que as pessoas O conheçam ou reconheçam Sua
existência a fim de que possam servi-Lo. Todas as criaturas lhe estão sujeitas.
Deus havia anunciado três vezes, até agora, a sua intenção de levantar um
libertador gentio para o Seu povo (41.2-5; 41.25; 43.14). Em uma das previsões mais
extraordinárias da Bíblia, Isaías profetiza, cerca de 150 anos antes, o reinado de Ciro no
cenário da história.
“Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz” (Is 44.28) – É curioso notar
que Ciro, um rei pagão, tornou-se instrumento de Deus para realizar algo de bom para o
povo de Deus. Jerusalém havia caído para a Babilônia e enfrentou 70 anos de cativeiro. O
Senhor prometeu através de Jeremias, o profeta, que eles voltariam para Judá um dia.
Ora, aquele dia estava chegando nos planos do Senhor.
Esta não foi a única vez que o Senhor usou um rei pagão para avançar o Seu reino.
Outros exemplos são Faraó e José, muito mais tarde, Faraó e Moisés. Já o rei
Nabucodonosor foi o instrumento do julgamento de Deus (Dn 1.1). Agora Ciro é
157
HOEKAMA, Anthony. A Bíblia e o futuro. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 220.
158Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1099). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
chamado de pastor, porque ele seria usado para cuidar do povo de Deus. Como são
surpreendentes os pensamentos e os planos do nosso Deus! (Jr 29.11).
159 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1099–1100). Wheaton, IL: Victor Books.
160 Mitchell, M. (2003). Cyrus. In (C. Brand, C. Draper, A. England, S. Bond, E. R. Clendenen, & T. C.
Butler, Orgs.)Holman Illustrated Bible Dictionary. Nashville, TN: Holman Bible Publishers.
161 Wiseman, D. J. (1996). Cyrus. In (D. R. W. Wood, I. H. Marshall, A. R. Millard, & J. I. Packer,
Orgs.)New Bible dictionary. Leicester, England; Downers Grove, IL: InterVarsity Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
profecias depois que havia conquistado a Babilônia em 539 aC.162 Embora Ciro tenha
sido uado pelo Senhor para proclamar o decreto e a libertação dos judeus (Ed 1.2), o
Cilindro de Ciro, que registra os feitos do rei, incluindo a captura da Babilônia e a
libertação dos exilados judeus, atribuiu suas vitórias a Marduque, o deus da Babilônia. A
Escritura afirma claramente que Ciro era um incrédulo (Is 45.4).163
Nada se sabe sobre a morte de Ciro. Provavelmente, o historiador grego Heródoto
estava certo ao indicar que Ciro morreu em um terrível desastre que atingiu o exército
persa enquanto lutavam com o massagetas (uma tribo dos desertos do sul de Khwarezm
e Kum Kyzyl na porção sul da região de estepes dos atuais países do Cazaquistão e o
Uzbequistão). O túmulo de Ciro ainda pode ser visto em Pasárgada no Irã.164
Ciro cumpriu a vontade do Senhor. O povo de Deus havia se rebelado contra a
vontade do Senhor. Ciro, no entanto, é descrito como fazendo a vontade de Deus. Como é
maravilhoso ver que o Senhor fará o que for preciso e usará quem Ele quer para
concretizar os Seus planos.
“Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço
todas estas coisas” (Is 45.7) – É interessante que os propósitos redentores de Deus são
cumpridos através da atividade de um homem ímpio. Ciro, o rei da Pérsia derrotou
violentamente os babilônicos, e conduziu de volta os exilados e ordenou a reconstrução
de Jerusalém. Todavia, ele não teria feito nada disso sem o concursus de Deus.165 Foi uma
boa obra feita por um homem ímpio.
Tudo o que poderia ser feito para e por Ciro foi feito por duas razões. Em
primeiro lugar, Deus usou este rei pagão para trazer libertação a “Jacó, meu servo”. Em
segundo lugar, o trabalho que Ciro realizou foi projetado para convencer todas as
pessoas que somente o Senhor é Deus. Somente Ele governa o universo. Seja através de
sua ação direta ou Sua vontade permissiva, tudo o que acontece deve ser atribuída a
(45.4-8).
162 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 45.1–8). Joplin, MO: College Press.
163 Hughes, R. B., & Laney, J. C. (2001). Tyndale concise Bible commentary (p. 167). Wheaton, IL:
Tyndale House Publishers.
164 Elwell, W. A., & Comfort, P. W. (2001). In Tyndale Bible dictionary. Wheaton, IL: Tyndale House
Publishers.
165 A concorrência ou cooperação (concursus, co-operatio). O teólogo Louis Berkhof define-o como
“a cooperação do poder divino com os poderes subordinados, de acordo com as leis pré-
estabelecidas para sua operação fazendo-as atuar, e que atuem precisamente como o fazem”.
BERKHOF Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 202.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
programa para levar todos os homens a se submeterem ao Seu senhorio. Cinco pontos
são descritos no que diz respeito ao plano de Deus.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
salvação.166 O dia está chegando, quando todas as pessoas terão que comparecer diante
do tribunal de Deus.
Conclusão:
Os eventos no capítulo 45 de Isaías ilustra que Deus é soberano e se move de
acordo com Seus planos pré-determinados. No capítulo 45 de Isaías Deus mostra como
conduziu Ciro no cumprimento dos Seus planos. De fato, a história está nas mãos de
Deus, os grandes impérios deste mundo já caíram. Outros ainda cairão. Só o Reino de
Cristo triunfará (Dn 2).
Essa passagem é um incentivo aos crentes perseguidos a permanecerem firmes
no Senhor. É um lembrete de que Deus está no controle de toda situação. Isaías tem uma
mensagem para o povo de Deus nos dias de hoje, para os que estão sendo atacados pelo
inimigo e sofrendo por viver em retidão e dedicação ao Senhor. Não precisamos ter
medo quanto ao futuro, Deus já determinou o fim: sua vitória gloriosa!167
166 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 45.9–25). Joplin, MO: College Press.
167 OLYOTT, Stuart. Ouse ser Firme. São José dos Campos: Editora Fiel, 1996, p. 32-36.
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Isaías 49-50
O livro do Servo.
Introdução:
12
No estudo anterior, abordamos a vida do rei Ciro, como servo do Senhor (Is 45), e
sua missão na libertação dos exilados da Babilônia e a restauração de Jerusalém (Ed 1).
Agora, os capítulos (49-50) tratam principalmente do Messias/Servo cumprindo Seu
ministério de restauração do povo da aliança. A palavra “servo” ocorre cerca de 20 vezes
nessa passagem que exalta Jesus com o Cordeiro de Deus que foi morto para redimir os
eleitos de Deus.
Esta seção está organizada em três partes (Is 49.1-50.3; 50.4-52.12; 52.13-54.17),
cada uma das quais começa com uma canção do Servo.168 Porém, entre as canções, há
um discurso que descreve o desânimo de Sião durante o tempo do seu cativeiro. A
doutrina da vinda Servo foi a resposta de Deus ao desânimo de Sião.169
“fez a minha boca como uma espada aguda, na sombra da sua mão me
escondeu; fez-me como uma flecha polida, e me guardou na sua aljava...” (v. 2) – O
principal instrumento para realizar a obra do Servo é a palavra proclamada por Ele (Is
49.2). Sua boca seria como uma espada afiada (cf. Mt 10.34). Seu ministério seria uma
flecha polida (afiada). Isto é, Sua palavra é sempre eficiente (Is 55.11; Ef 6.17; Hb 4.12).
Sua boca era como uma espada afiada, ou seja, era uma arma para destruir os
168 Chisholm, R. B. (1998). The Major Prophets. In D. S. Dockery (Org.), Holman concise Bible
commentary (p. 285–286). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers.
169 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 49.1–50.9). Joplin, MO: College Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
desobedientes (cf. 1.20; Ap 1.16; 19.15). Além disso, o Servo seria protegido em todo o
Seu ministério pela sombra da mão do Todo-Poderoso. O Messias estava escondido junto
de Deus, pronto para aparecer no momento preciso (cf. Gl 4.4-5).
“e me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado” (Is
49.3) – Por que o Servo aqui é chamado de Israel? Isso não pode se referir à nação
porque o Servo foi chamado para conduzir a nação de Israel de volta ao Senhor. O
Messias é chamado de Israel, porque Ele cumpre o que Israel deveria ter feito. Em Sua
pessoa e obra Ele simboliza a nação.170 Ele seria totalmente comprometido com a
vontade de Deus. Ele seria um novo Israel, o chefe de uma nação. Tudo o que Ele fizer
refletirá a glória de Deus (Is 49.2-3).
“Mas eu pensei: Todo o meu trabalho não adiantou nada; todo o meu esforço
foi à toa. Mesmo assim, eu sei que o SENHOR defenderá a minha causa” (Is 49.4,
NTLH) – O Servo antecipou a rejeição, mas Ele deixou toda a questão nas mãos de Deus.
Ele sabia que seu trabalho fiel seria recompensado. O Servo não deveria apenas conduzir
o povo de Israel de volta a Deus, ele também será “uma luz para as nações” (49.4-6).
Quando Jesus Cristo ministrava, especialmente, ao próprio povo de Israel, houve
momentos em que Sua obra parecia em vão (Is 49.4). Os líderes religiosos se opuseram a
Ele, os discípulos nem sempre o compreenderam, e aqueles que foram ajudados por Ele,
nem sempre o agradeceram. Ele viveu e trabalhou pela fé, e Deus lhe deu sucesso.171 Os
dois cânticos finais do Servo também enfatizam o seu sofrimento (Is 50.4-11; 52.13-
53.12). Porém, embora rejeitado pelos homens, o Servo manifesta a firme segurança de
que está realizando a obra de Deus e que será plenamente recompensado. Esse versículo
é citado no Novo Testamento como justificativa para pregar o Evangelho em todo o
mundo (At 13.47).
170 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1103). Wheaton, IL: Victor Books.
171 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 121). Wheaton, IL: Victor Books.
172 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1103–1104). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão
continuamente perante mim” (Is 49.16) – Além disso, a nação estava gravada, por
173 Watts, J. D. W. (1998). Isaiah 34–66 (Vol. 25, p. 188). Dallas: Word, Incorporated.
174 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 661). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
175 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 122–123). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
assim dizer, em Suas mãos. Portanto, sempre que Ele, figurativamente falava e levantava
Suas mãos, o Senhor vê o nome do Seu povo.
O sumo sacerdote trazia os nomes das tribos de Israel em seus ombros e sobre o
coração (Êx 28.6-9), gravado em joias; mas Deus tem gravado o nome dos Seus filhos em
Suas mãos. É interessante notar que, a palavra “gravei” (chaqaq, em hebraico) significa
“cortar” em referência a sua permanência. Deus jamais se esquecerá de Sião.176
Moisés ao falar da necessidade da meditação constante sobre a Lei, declarou:
“Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos” (Dt 6.8). O
Senhor agora faz uso da mesma base de comparação. É verdade, de fato, que Deus não
tem nem mãos, nem forma física; mas a Escritura se acomoda à nossa capacidade fraca,
de modo a expressar a força do amor de Deus para conosco.177 Mães podem abandonar
seus bebês; mas Deus não pode se esquecer dos Seus filhos ou deixá-los no desespero.
Às vezes nos sentimos abandonados, desamparados ou órfãos. No entanto, Deus
jamais se esquece dos Seus filhos. A maior prova do Seu amor foi cravado na cruz.
Estávamos desamparados em nossos pecados e por eles merecíamos a condenação
eterna. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, “por causa do grande amor com que nos
amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela
graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares
celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2.5-6). Isso é o que pode nos dar coragem e resistência
neste mundo, e no mundo vindouro, a vida eterna com Ele!
176 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 123). Wheaton, IL: Victor Books.
177 Calvin, John Calvin. Commentary on Isaiah - Volume 4, Grand Rapids, MI: Christian Classics
Ethereal Library, p. 22.
178 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 123). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
179 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 872.
180 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 124). Wheaton, IL: Victor Books.
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Conclusão:
A canção do Servo termina com uma imagem poderosa: “... Aquele que andou em
trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do SENHOR e se firme sobre o seu Deus” (Is
50.10). Ou seja, aqueles que confiam no Senhor muitas vezes sentem que andam na
escuridão, sem nenhuma luz. Todavia, em tais circunstâncias, precisam continuar
confiando em o nome do Senhor e andando a luz da Sua palavra, que indica o caminho
que deve ser seguido (Is 50.10; Sl 11.105). Eles não devem buscar outras fontes de luz,
pois estas são apenas tochas que em breve se apagarão, mas não antes de queimarem
aqueles que as procuram (Is 50.11).181
Além disso, Isaías utiliza a imagem de um joalheiro. Todos os exilados voltarão
para casa, os exilados serão restaurados: “Olhe para todos os lados e veja o que está
acontecendo! Os seus moradores estão voltando; eles estão chegando! Juro pela minha vida
que todos eles são como jóias que você usará com orgulho, assim como uma noiva se
enfeita com as suas jóias” (Is 49.18). Como um joalheiro, Deus surpreenderá o Seu povo
com a beleza do resultado final.
181
ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 873.
96
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Um dia, também temos a certeza de que Deus vai colocar diante de nós em
esplêndida gama de suas muitas e muitas bênçãos. E elas enfeitarão nossas vidas como
ornamentos. Então, por que você não coloca a sua confiança em um Deus assim?
As mães podem esquecer - elas são humanas. Os cônjuges, lamentavelmente,
podem até abandonar a família. Porém, Deus nunca se esquece dos Seus filhos. Ele
sempre vai trazer beleza e alegria ao Seu coração. Essa é a maneira como Ele trabalha, e
é por isso que devemos colocar nossa confiança nEle.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 52.13-53
O livro do Servo – Parte II
Introdução:
13
O capítulo 53 seja talvez a porção mais conhecido do Livro de Isaías. Este poema é
composto por cinco parágrafos de três versículos cada. Esta “quarta canção do Servo”
centra-se na morte do Servo inocente do Senhor que se oferece pelas transgressões de
Israel.
O Servo que Isaías descreve é o Messias; e o Novo Testamento afirma que este
Servo/Messias é Jesus de Nazaré, o Filho de Deus (Mt 8.17; Mc 15.28, Lc 22.37, Jo 12.38;
At 8.27-40; 1Pe 2.21-24). Além disso, Isaías 53 é citado ou aludido no Novo Testamento
com mais frequência do que qualquer outro capítulo do Antigo Testamento.182 Para um
cristão, a leitura de Isaías 53 é uma peregrinação pela Via Dolorosa.183
Escrevendo 700 anos antes dos eventos ocorrerem, Isaías descreve a morte de
Cristo, de tal pormenor que não pode ser atribuída a qualquer outro que não seja o
trabalho direto de Deus.
Neste estudo, vamos descobrir o que cada estrofe nos ensina sobre a pessoa e
obra do Senhor Jesus Cristo.
182 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 130–132). Wheaton, IL: Victor Books.
183 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 52.13–53.12). Joplin, MO: College Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
184 FOULKES, Francis, Efésios Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1981, p. 59.
185 Boice, J. M. (1988). Ephesians : An expositional commentary (50). Grand Rapids, Mich.: Ministry
Resources Library.
186 Harris, R. L., Archer, G. L., Jr., & Waltke, B. K. (Orgs.). (1999). Theological Wordbook of the Old
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
referência à limpeza cerimonial que era uma parte importante do sistema sacrificial
realizada pelo sacerdote sob a Lei mosaica (Lv 4.6; 8.11; 14.7). A palavra “borrifar” fala
do poder purificador do sangue de Cristo. Neste contexto, o que significa que os efeitos
de Sua morte, não têm limites nacionais. Embora fosse um judeu morrendo em uma cruz
romana, Ele também era o Filho de Deus, o Seu sacrifício cruel proporcionará limpeza e
cura para muitas nações.
Quando Paulo estava explicando seu desejo de pregar o evangelho onde Cristo
ainda não era conhecido, ele citou Isaías 52.15 para justificar sua estratégia: “esforçando-
me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não
edificar sobre fundamento alheio; antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não
tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito” (Rm
15.20–21). No caso de Paulo, significou um chamado para pregar Cristo onde ainda não
tinha sido pregado, é por isso que Paulo pregou na Ásia Menor, em seguida, na Grécia, e,
finalmente, em Roma.
Da mesma forma, é por isso que temos Missionários em terras distantes que
bravamente levam o evangelho em “países fechados”. É por isso que Paulo cita Isaías
52.15, é uma profecia da vinda de Cristo, que causará “causará admiração às nações”,
limpando-as com o Seu próprio sangue. A limpeza não era apenas para Israel, mas para
os eleitos em todas as nações da terra. Esta deve ser a ambição de cada cristão: Espalhar
a Boa Nova de Jesus a fim de que aqueles que vivem na escuridão profunda vejam a luz
que brilha da cruz. O mundo inteiro precisa saber sobre Jesus.
“... e os reis fecharão a sua boca por causa dele” (v. 15) – Percebendo o grande
erro, os poderosos ficarão em silêncio. Eles foram surpreendidos com uma pessoa que
consideravam desprezível que afirmava ser o Messias; e ainda justificará e purificará às
nações.187 Em Sua primeira vinda, eles zombaram de Jesus. Eles não achavam que um
verdadeiro rei nasceria em um estábulo ou viria de uma aldeia como Nazaré. Eles
odiaram-no, rejeitaram-no, e, eventualmente, o crucificaram. Os líderes religiosos
uniram-se com aos líderes políticos para pregá-lo na cruz.
Mas para a surpresa de todos, Ele não morreu. Ele ressuscitou dos mortos, reuniu
os Seus discípulos, lhes deu Suas ordens, e então voltou para o Pai no céu. Enquanto isso,
Seus seguidores começaram a espalhar a notícia: “Ele está vivo!”
Primeiro, em Jerusalém. Em seguida, na Judéia. Então, em Samaria. Em seguida,
até os confins da terra. Nada os deteve. Nem perseguição, nem ódio e nem mesmo os
espancamentos. Ameaças não funcionaram. Nada foi capaz de calá-los. E até hoje, a
chama se espalha por todos os cantos da Terra.
Entretanto, um dia virá em que todo joelho se dobrará e toda língua confessará
que Jesus é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.11). Se você acha que os reis estão
“admirados” agora, basta esperar por esse dia!
187
Jamieson, R., Fausset, A. R., & Brown, D. (1997). Commentary Critical and Explanatory on the
Whole Bible (Is 52.15). Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc.
100
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Jesus veio como Messias, mas Israel não O reconheceu. Sabemos que por um
tempo Jesus teve um ministério poderoso e crescente, especialmente na Galiléia (Lc
4.16–30). Milhares se reuniram para ouvi-lo e vê-lo curar os doentes. As pessoas comuns
O ouviam com prazer. Se eles não sabiam quem Ele era, instintivamente, sabiam que Ele
não era como os outros líderes religiosos.
Muitas pessoas O seguiam por motivos superficiais. Eles pensavam que Jesus
se tornaria rei e lideraria uma revolta contra Roma. Outros gostavam dos milagres.
Outros admiravam Sua coragem. Outros foram atraídos pela beleza dos Seus
ensinamentos. Mas as multidões O abandonaram quando confrontou os Seus ouvintes
com o chamado para se tornarem seguidores (Jo 6.67).
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca...”
(v. 2) – A palavra “renovo” significa que Ele era apenas uma pequena planta que as
pessoas olhavam como se fosse uma erva daninha.188 Você puxa e joga de lado. Ele era
como raiz de uma terra seca. Alguém sem valor que não vai durar porque não há água
para sustentá-lo.
“... não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza
havia que nos agradasse” (v. 2) – A primeira parte deste versículo refere-se ao seu
nascimento e infância; o último a sua primeira aparição pública.189 Jesus não nasceu na
realeza. Ele nasceu em um estábulo.
Há um grande contraste entre “o braço do Senhor”, que fala de grande poder, e “a
raiz de uma terra seca”, que é uma imagem de humilhação e fraqueza. Quando Deus
criou o universo, Ele usou seus dedos (Sl 8.3); e quando Ele libertou Israel do Egito, foi
pela Sua poderosa mão (Êx 13.3). Mas, para salvar os pecadores perdidos, Ele estendeu o
Seu braço poderoso! No entanto, as pessoas ainda se recusam em acreditar nesta grande
demonstração do poder de Deus (Rm 1.16; Jo 12.37-40).190
“... homem de dores e que sabe o que é padecer...” (v. 3) – Quando Ele nasceu,
Herodes tentou matá-lo. Quando Ele começou o Seu ministério, as pessoas em Sua
cidade natal se ofenderam (Mc 6.3). Nas horas finais de Sua vida, Ele foi traído por Judas
e negado por Pedro. Seus sofrimentos não começaram na cruz, mas o Seu sofrimento O
levou à cruz.
Entretanto, Isaías 53 contém a boa notícia que todos nós precisamos. Ele foi
moído por nós. Ele foi ferido por nós. Ele foi espancado, traído, escarnecido, flagelado,
coroado de espinhos, crucificado - tudo por nós. Nossos pecados levaram Jesus à cruz.
Mas Ele não foi de má vontade. Se os nossos pecados O levaram lá, Seu amor por nós O
manteve lá.
188 Kaiser, W. C. (1999). 874 יָנַק. (R. L. Harris, G. L. Archer Jr., & B. K. Waltke, Orgs.)Theological
Wordbook of the Old Testament. Chicago: Moody Press.
189 Jamieson, R., Fausset, A. R., & Brown, D. (1997). Commentary Critical and Explanatory on the
Whole Bible (Is 53.2). Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc.
190 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 135). Wheaton, IL: Victor Books.
191 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1107). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“... e dele não fizemos caso” (Is 53.3) – Significa algo como: “Ele não é nada!”. A
expressão “não fizemos caso” (chashab, em hebraico) significa “calcular”, “pensar”,
“contar alguma coisa”, “somar todos os fatos e chegar a uma conclusão estabelecida”.192
Os líderes judeus calcularam tudo e decidiram que Jesus valia trinta moedas de prata
(Mt 26.15).
192 Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W., Jr. (1996). Vine’s Complete Expository Dictionary of Old
and New Testament Words. Nashville, TN: T. Nelson.
193 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 136). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
194 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1107–1108). Wheaton, IL: Victor Books.
195 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1107–1108). Wheaton, IL: Victor Books.
196 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 136). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Ele tomou nosso pecado, suportou nossas dores, e através da sua morte na cruz,
Ele nos curou de dentro para fora, de modo que agora vivemos em paz.
“... mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (v. 6) – Isso é
Jesus! Esse é o grande Servo do Senhor que veio do céu em uma missão de resgate
divino. Deus colocou nossos pecados sobre Jesus. Essa é a doutrina da substituição. Esse
é o coração do evangelho. Ele tomou o meu lugar quando morreu na cruz. Deus colocou
os meus pecados sobre Ele.
Quando o presidente Dwight Eisenhower foi hospitalizado pela última vez antes
de morrer, Billy Graham o visitou. Em um ponto o presidente Eisenhower perguntou:
“Pode um pecador velho como eu ir para o céu?” Billy Graham assegurou-lhe que mesmo
os “velhos pecadores” podem ir para o céu, confiando em Jesus. Mas há uma boa notícia
para os “velhos pecadores”, “jovens pecadores”, “grandes pecadores”, “pequenos
pecadores” e todos os outros. Jesus pagou o preço por completo para que você possa ir
para o céu. Não importa quem você seja ou o que você fez ou o quão ruim seja o seu
histórico. Se você se considera um pecador, você pode ser salvo.
Como posso ter tanta certeza disso? Porque Jesus foi ferido por causa das nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades.
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197 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 137–138). Wheaton, IL: Victor Books.
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Alguns verbos neste versículo (“foi arrebatado”, “foi cortado”), como aqueles no
versículo 4 (“ferido”, “moído”) e o versículo 5 (“traspassado”), na voz passiva, indicam
que essas ações foram feitas por Deus Pai (cf. v. 10; 2Co 5.21).198
Uma vez que Jesus Cristo pagou integralmente o preço pelos nossos pecados, a
obra da salvação está agora completa. Isso é o que queremos dizer quando falamos
sobre o “trabalho consumado” de Jesus Cristo. Isso não é apenas um slogan; é uma
verdade espiritual profunda. O Seu trabalho está “consumado”. Não há nada mais que
Deus poderia fazer para salvar a raça humana. Não havia plano B. O plano A (a morte de
Cristo) foi suficiente.
198Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1108). Wheaton, IL: Victor Books.
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Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1109). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“... justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (v. 11) –
O único caminho para o céu é admitir que você não merece ir para lá, e confessar que
por causa do seu pecado merece a condenação eterna, e ao lançar-se sobre a
misericórdia de Jesus que te amou e morreu por você e pagou o preço por seu pecado,
quando morreu na cruz.
202 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 53.10–12). Joplin, MO: College Press.
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É isso que torna tudo tão extraordinário. Jesus Cristo, o vitorioso compartilhou
sua vitória conosco. Não merecíamos, mas Ele fez tudo isso por você. Aqui está a melhor
notícia para aqueles que creem em Jesus. Ele venceu!
O diabo não pode detê-lo,
A cruz não pode derrotá-lo,
A sepultura não pode segurá-lo.
Glórias sejam dadas a Ele pelos séculos dos séculos!
Conclusão:
O que fizeram com Jesus não foi certo. Foi injustiça monstruosa. Mas, antes de
condenar os outros, vamos fazer uma pergunta: Quem fez isto? Não culpe os judeus. Não
culpe os romanos. Se você deseja culpar alguém, olhe no espelho. Você fez isso. Eu fiz
isso. O chicote, os espancamentos, o cuspe no rosto, a coroa de espinhos, a zombaria, a
lança, o abandono e a traição. Nada disso aconteceu por acaso. Deus planejou tudo. E
Jesus fez tudo isso por você e por mim.
Deste modo, lembre-se dessas quatro palavras: Corra para a cruz! Corra para a
cruz e lance mão de Jesus Cristo que morreu por você. Deus está plenamente satisfeito
com o trabalho do Seu Filho. Lembre-se que Ele foi “traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Is 53.5). Você acredita nisso? Então,
corra para a cruz e contemple o Seu salvador.
Não cometa o erro fatal de pensar que porque você é uma pessoa muito boa, não
precisa ser salvo. Jesus não se despojou da glória do céu e sofreu as agonias da cruz, para
que você tivesse uma vida melhor agora. Ele não morreu principalmente para que você
tivesse uma família feliz ou sucesso nos negócios. Ele morreu para salvá-lo dos seus
pecados. Ele vai te salvar se você reconhecer que não pode salvar a si mesmo e se
realmente você acreditar nele como seu Senhor e Salvador.
Se você confiar em Cristo, nenhum inimigo, seja a tribulação, angústia,
perseguição, fome, nudez, perigo, espada ou até mesmo a morte, será capaz de separá-lo
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 8.35-39)!
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Isaías 54-56.8
Imperativos para os crentes.
Introdução:
14
A agonia e a tristeza do capítulo 53 dão lugar, no capítulo 54 ao canto e a
segurança. A obra sacrificial do Servo será redimir e transformar. Apesar de não ser
mencionado pelo nome neste capítulo, não há dúvida de que os imperativos alegres são
dirigidos a Sião em Jerusalém.
203 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1109). Wheaton, IL: Victor Books.
204 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 54.1–3). Joplin, MO: College Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
vergonha da mocidade de Sião (idolatria) e sua viuvez (exílio) não serão mais
lembradas. Deus, como um marido (cf. Jr 3.14; 31.32; Os 2.16), tomará de volta Israel,
Sua esposa. Ele é o Senhor Todo-Poderoso, o Santo de Israel, seu Redentor (cf. Is 54.8;
41.14), e em Sua singularidade Ele é o Deus de toda a terra, isto é, o Criador e
Sustentador.205
Por um breve momento Sião ficará separada do marido divino (v. 7). Agora, no
entanto, por causa de Sua grande compaixão, Ele restaurará o relacionamento. O novo
compromisso de Deus com o povo de Sião será irrevogável como o pacto feito com Noé
após o dilúvio (v. 9). Nunca mais o Senhor ficará irado com Sião (54.4-10).
205 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1109–1110). Wheaton, IL: Victor Books.
206 Watts, J. D. W. (1998). Isaiah 34–66 (Vol. 25, p. 239). Dallas: Word, Incorporated.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
desejá-las (cf. Jo 7.7). A novidade é que esse banquete é gratuito. Deus prometeu que
aqueles que O buscarem – “vinde”, ou seja, aqueles que tiveram comunhão com Deus,
comerão o melhor alimento (v. 2). Como resultado de uma nova e duradoura aliança que
incluía todas as bênçãos que haviam sido prometidas a Davi (v. 3). Entre essas bênçãos a
regra eterna do Messias, descendente de Davi, era fundamental (55.1-3).
No entanto, há duas coisas diferentes nas mercadorias que Deus oferece. Em
primeiro lugar, o que Ele oferece, satisfaz! Não há vazio no que Deus oferece. É pleno,
abundante e transbordante. Em segundo lugar, o que Ele oferece é de graça. Não tem
preço. Não é necessário dinheiro. É um presente de Deus.
“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que
não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos
manjares” (Is 55.2) – Então o Senhor argumenta a seus potenciais compradores e
clientes. E Ele diz: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor,
naquilo que não satisfaz?” (v. 2). Por que vocês vivem atrás de coisas vazias e estéreis,
que trazem infelicidade e perda? Venha, venha! Tenho um presente abundante e
transbordante. Por que comprar algo que não tem plenitude e nenhuma alegria nem
felicidade?
A salvação é um dom de Deus. Não pode ser conquistada, comprada, trocada ou
roubada; ela está disponível gratuitamente a todos que a recebem pela fé (Jo 5.24; Rm
4.4-5; Ef 2.8-9, Tt 3.5).
Deus convida os necessitados. A palavra “vinde” aparece quatro vezes (v. 1, três
vezes; v. 3, uma vez). A palavra é tão ampla quanto à necessidade humana.207 A mulher
samaritana convidou os homens da aldeia dizendo: “Vinde comigo e vede um homem que
me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!” (v. 29). No Evangelho
de Mateus, Jesus declarou: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados,
e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). E a Bíblia termina com esta mensagem: “O Espírito e a noiva
dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba
de graça a água da vida” (Ap 22.17).
Será que a declaração de que todos estão convidados significa que esse versículo
pode ser utilizado para ensinar que todos serão salvos? Não! Mais adiante, no versículo
7, o profeta fala da necessidade de arrependimento.208
“porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis
misericórdias prometidas a Davi...” (Is 55.3) – As “fiéis misericórdias de Davi” ou
promessas feitas a Davi culminarão com aquele que será (1) Uma testemunha, (2) Um
207 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 664). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
208 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 874.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
líder, e (3) O comandante dos povos (v. 4). Uma vez glorificado, Ele atrairá outros povos
para a Sua causa (55.4). O mundo todo irá a Ele como o Grande Rei (v. 5).
“... invocai-o enquanto está perto...” (Is 55.6) – Porém, ninguém deve deixar
para o último momento. Aproxima-se o dia em que não haverá mais oportunidade para
nos entregarmos ao Criador em arrependimento e para recebermos Seu perdão e
auxílio. Na parábola da grande ceia, Deus fechou a porta sobre aqueles que desprezaram
o convite (Lc 14.16-24; Pv 1.20-33). “Eis agora o tempo aceitável; eis agora o dia da
salvação” (2Co 6.2).
209
Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 146). Wheaton, IL: Victor Books.
210Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 664). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam,
sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente
ao semeador e pão ao que come” (Is 55.10) – Como Deus vai chamar e salvar os
pecadores? Pelo poder da Sua Palavra (Is 55.10-11). A Palavra de Deus é uma semente
(Lc 8.11). Assim como a chuva e a neve nunca são desperdiçadas, mas cumprem Seus
propósitos, da mesma forma, a Sua Palavra nunca falha. “A Palavra de nosso Deus
permanece eternamente” (Is 40.8). A comparação da Sua palavra com a chuva e a neve,
sugere um trabalho lento e silencioso, transformando a face da terra, no devido
tempo.211 Do mesmo modo, nunca sabemos quando Deus utilizará até mesmo uma
palavra casual de testemunho para plantar e regar a semente no coração de alguém.
Por esta razão, quando ouvimos as promessas de Deus, devemos considerar o Seu
projeto em si; de modo que, quando Ele promete o perdão gratuito de nossos pecados,
podemos estar totalmente certos de que somos reconciliados através de Cristo.212
211 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 664). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
212 Calvin, John. Commentary on Isaiah - Volume 4, Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal
Library, p. 106.
213 Calvin, John. Commentary on Isaiah - Volume 4, Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal
Library, p. 106.
115
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
natureza se alegrará (Is 55.12 b). Deus removerá todos os obstáculos, e fornecerá tudo o
que é necessário para conduzir o Seu povo em segurança.
Conclusão:
“Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes
dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço,
vinho e leite” (Is 55.1). Como as Escrituras deixam claro, o dom da vida eterna é de
graça. Ele foi pago pela morte de Cristo na cruz e foi estendido a todos os que estão
dispostos a recebê-lo por meio da fé.214
Deus oferece gratuitamente a água da vida àqueles cujos corações estão
sedentos de perdão, cujas mentes estão sedentas da verdade e cujas almas estão
sedentas por Ele.215 A água da vida é o próprio Jesus. Aqueles que o recebem têm a vida
eterna (v.14). De fato, Jesus é uma fonte inesgotável de água viva para um mundo
sedento.
214 Walvoord, John F. ; Zuck, Roy B. ; Dallas Theological Seminary: The Bible Knowledge
Commentary : An Exposition of the Scriptures. Wheaton, IL : Victor Books, 1983-c1985, S. 2:989
215 MacArthur, John: Revelation 12-22. Chicago, Ill. : Moody Press, 2000, S. 305
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 56.9-57
Imperativos para os crentes.
Introdução:
15
Durante a maior parte desta segunda divisão, dos nove capítulos de Isaías (caps.
49-57), a ênfase tem sido sobre o futuro glorioso do remanescente. Agora, em 56.9-57.
21, que conclui esses nove capítulos, Isaías trata sobre a situação espiritual de sua época.
Tendo em vista o futuro glorioso, seria natural o povo obedecesse ao Senhor.216 Mas não
foi isso o que eles fizeram. Isaías fala (1) dos líderes, (2) do pecado, e (3) do julgamento
de Judá. Apenas uma breve nota positiva aparece no fim do capítulo (57.14-19). Esses
capítulos servem para lembrar aos ouvintes de Isaías das razões para a recente invasão
humilhante por Senaqueribe (cap. 37) e a ameaça profética do exílio babilônico (cap.
39).
216 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1112). Wheaton, IL: Victor Books.
217 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 148). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“O SENHOR Deus diz: Venham cá para serem julgados, seus filhos de uma
feiticeira, raça de adúlteros e prostitutas!” (Is 57.3, NTLH) – Para sublinhar a sua
forte ligação com a idolatria e o ocultismo, Deus se refere aos habitantes de Jerusalém
como “filhos de uma feiticeira/agoureira”. Esses pecadores endurecidos ridicularizavam
aqueles que tentavam fielmente submeter-se à Lei de Deus (Is 57.3).
A maior parte do povo de Judá foi considerada culpada de uma ampla gama de
práticas repugnantes, seis dos quais são citados a título de exemplo. Eles (1) Se
entregavam a bebedeiras; (2) Sacrificavam crianças inocentes; (3) Envolviam-se em
imoralidade sexual em lugares altos; (5) Criar divindades particulares dentro de suas
casas; e (6) Viajou para santuários distantes para honrar o rei, ou seja, o deus Moloque
(57.5-10).
“Detrás das portas e das ombreiras pões os teus símbolos eróticos, puxas as
cobertas, sobes ao leito e o alargas para os adúlteros; dizes-lhes as tuas exigências,
amas-lhes a coabitação e lhes miras a nudez” (Is 57.8) – Suas casas deveriam ser
centros de aprendizagem sobre a Lei do Senhor, mas o povo transformou em locais de
adoração a ídolos e adultério (v. 8; cf. Dt 6.9). Leito e nudez podem se referir à
perversidade sexual envolvida nesse tipo de culto ou podem simbolizar a idolatria (que
era por vezes comparada ao adultério espiritual).
218 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 56.9–57.2). Joplin, MO: College Press.
219 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 149). Wheaton, IL: Victor Books.
118
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Eu publicarei essa justiça tua; e, quanto às tuas obras, elas não te
aproveitarão” (Is 57.12) – A maioria dos israelitas tinha esquecido o verdadeiro Deus,
aparentemente porque ele parecia ter ficado em silêncio. Assim, em ironia o Senhor
disse que publicará a “justiça” deles. Suas supostas obras de justiça, quando expostas,
mostrarão quem eles realmente eram, e como resultado suas obras serão de nenhuma
ajuda diante do Senhor.
As pessoas gostavam de frequentar o templo, obedeciam às leis de Deus,
jejuavam, e pareciam ansiosos para buscar o Senhor; mas o culto era apenas um show.
Seus corações estavam longe de Deus (1.10-15; 29.13; Mt 15.8-9).
“... Mas os que confiam em mim morarão na Terra Prometida; o meu monte
santo será deles” (Is 57.13) – Em contraste aqueles que confiaram no Senhor herdarão
a terra (cf. Sl 25, 12-13, Sl 37. 9-11, 22, 29; Sl 69.35-36).
119
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Porém os maus são como o mar agitado: as suas ondas não se acalmam e
trazem lama e sujeira para a terra. Não há segurança para esses pecadores. O meu
Deus falou” (Is 57.20–21) – Os perdoados desfrutar de paz, mas os ímpios não têm
descanso nem paz (cf. Is 48.22). Eles estão condenados porque se recusam a voltar para
o Senhor. Eles estão constantemente em movimento, mesmo no dia mais calmo. Como o
mar revolto jogando lixo e lama. Isto é, pensamentos, palavras e obras que são lixo e
sujeira.
A paz não está em nós e não podemos produzi-la, não importa o quanto tentemos.
A paz é apenas encontrada quando nos entregamos à vontade daquele que é poderoso.
Aquele é o Príncipe da paz!
220Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1112–1113). Wheaton, IL: Victor Books.
120
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Conclusão:
“Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz” (Is 57.21). Isaías afirma que “a paz”
e a “herança” final pertence àqueles “que se refugiam” no Senhor. Os crentes de todas as
épocas devem reconhecer isso. “As portas do inferno não prevalecerão contra o povo de
Deus” (Mt 16.18). Em última análise, o mundo não pode superar a igreja, assim como a
escuridão não pode superar a luz (Is 42.16; 58.10; 59. 9; Jo 1. 5; 1Jo 1.5; 2.8).
Isso não significa que não enfrentaremos problemas. Deus nem sempre vai fazer
o que esperamos, mas Ele sempre vai fazer o que prometeu. Ele nunca prometeu
ausência de provações, mas sempre prometeu estar com conosco, até mesmo, em meio
às dificuldades da vida (Hb 13.5b).
Portanto, é hora de voltar para o Pai, ou como Tiago colocou: “chegai-vos a Deus e
Ele se chegará a vós outros” (Tg 4.8). Não há santidade sem confissão. Não há benção sem
a presença do Pai. Tenha coragem de mudar.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 58
O livro da glória futura
Introdução:
16
Como vimos, a segunda seção de Isaías (capítulos 40-66) se divide em três partes
de nove capítulos cada (capítulos 40-48; 49-57; 58-66). A primeira e a segunda parte
terminam com a declaração divina de que “não há paz para os ímpios” (48.22; 57.21).
Nesta seção final de nove capítulos do livro, Isaías olhou para o presente e para o
futuro.221 No capítulo anterior (Is 57), Isaías falou aos idólatras (Is 57.3-13). Agora, o
profeta fala àqueles que adoravam ao Senhor com falsidade. Alguns judeus achavam que
poderiam ganhar o favor de Deus com jejuns e humilhações autoimpostas, e ficaram
surpresos quando essas privações não produziram o resultado esperado (Is 58.2-3).222
Deus queria fazer coisas maravilhosas para o seu povo. As dificuldades, no
entanto, estavam no caminho. O profeta identifica pela primeira vez esses obstáculos e,
em seguida, mostra o que acontece quando obedecemos a Deus.
221 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1113). Wheaton, IL: Victor Books.
222 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 876.
223 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 150–151). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Mesmo neste estado, ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber os
meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus,
perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus...” (Is 58.2)
– Eles fingiam em ter alegria de conhecer a vontade de Deus. Eles se apresentavam como
uma nação justa, que merecia a justiça de Deus (58.2). Tendo exposto a hipocrisia geral
da nação, Isaías concentrou em um aspecto da falsa adoração, o jejum.
“dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos
a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos
vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho” (Is 58.3) – A
expressão “No dia em que jejuais” provavelmente refere-se ao dia da expiação (Yom
Kippur), uma ocasião ordenada por Deus como um dia especial para jejuar a fim de
expiar o pecado (Lv 16.29-31). Além disso, o povo também poderia jejuar pessoalmente
se quisessem. No entanto, embora estivessem jejuando, eles reclamaram com o profeta
sobre o fato de que Deus não se importava com o que eles estavam fazendo. Warren
Wiersbe estava certo quando escreveu: “Adorar a Deus envolve mais do que observar
um ritual externo; deve haver uma obediência interna e submissão ao Senhor (Mt 6.16-
18)”.224
A explicação era simples, Isaías diz que enquanto jejuavam, eles comentiam os
seguintes pecados: (1) Faziam o que queriam (Is 58.3); (2) Oprimiam os empregados (Is
58.3); A palavra “exigir” no versículo três, (nagas, em hebraico) significa pressionar,
conduzir, oprimir, cobrar, exercer pressão.225 (3) Eles brigavam entre si (Is 58.4); e (4)
Faziam uma grande apresentação: “Será que desejo que passem fome, que se curvem como
um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas? É isso
o que vocês chamam de jejum? Acham que um dia de jejum assim me agrada?” (Is 58.5,
NTLH).
Humilhar-se é inútil se o objetivo é apenas parecer humilde. Não é suficiente
vestir-se aparentando de lamentação pelo pecado, mas sem nenhuma tristeza genuína
(Is 58.5; 15.3; 35.35-36). Jesus insistiu que, para evitar a hipocrisia diante de Deus, o
jejum e a abnegação deveriam ser praticados sem ostentação (Mt 6.5-6, 16-18). Deus
deve ser adorado em Espírito e verdade (Jo 4.24).226
224 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 151). Wheaton, IL: Victor Books.
225 Swanson, J. (1997). Dictionary of Biblical Languages with Semantic Domains : Hebrew (Old
Testament). Oak Harbor: Logos Research Systems, Inc.
226 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 876.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
intimidade com Deus. O jejum adequado deve ser acompanhado de uma vida obediente
(1Sm 15.22). O que Deus queria não era tanto a abstenção de alimento, mas (1) Que eles
libertassem os que estavam escravizados ilegalmente; (2) Que alimentassem os
famintos; e (3) Vestissem os pobres (Is 58.7). Esses atos de compaixão eram muito mais
importantes aos olhos de Deus do que negar a si mesmo sustento físico (Is 58.9-10).
O que o povo precisava entender era que o motivo bíblico principal de jejuar é
desenvolver um andar mais perto de Deus. Não podemos esperar as bênçãos de Deus
por meio do jejum, se os nossos corações não estão corretos diante dEle e se não
estamos vivendo de acordo com Sua Palavra.
No livro do profeta Malaquias, o povo questionou a Deus: “... Que nos aproveitou
...andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?” (Ml 3.14). Embora estivessem em
jejum e pano de saco e lamentassem sobre os pecados pessoais e nacionais, o jejum era
apenas uma fachada para mascarar a sua verdadeira condição espiritual.227 Em outras
palavras, eles estavam dizendo, “Deus, temos cumprido a lei através da realização de
nossas obrigações, mas o Senhor não tem cumprido suas promessas de nos abençoar”.
Eles estavam sutilmente sugerindo que Deus não estava mantendo suas promessas.228
Assim, o culto tinha sido sem nenhum “proveito”. O problema, é claro, não estava do lado
de Deus.
Há hipocrisia em sua vida? A questão pode ser resolvida rapidamente,
perguntando a si mesmo, “eu sou um ator, alguém que finge viver uma vida dedicada ao
Senhor, enquanto, na realidade, penso e vivo o contrário?” Somente você pode
responder a estas questões e fazer as mudanças necessárias em sua vida.
“Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua
justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda” (Is 58.8) – Se o
povo obedecesse a Deus encontraria a resposta do Senhor. Esse tipo de jejum seria
abençoado por Deus a uma medida extraordinária. Pelo menos nove bem-aventuranças
são proferidas: (1) “Luz”, ou seja, bênção, símbolo da prosperidade (Jó 11.17). (2) A cura
de todos os males. (3) A justiça e a proteção de Deus (Is 58.8). Isso significa que eles
teriam a proteção em sua caminhada. (4) Orações respondidas (58.9a). (5) Deus vai
orientá-los, (6) O Senhor os sustentará, e (7) Serão fortalecidos. (8) Eles serão bem-
sucedidos em tudo o que fizerem. (9) Eles serão conhecidos como o “reparadores de
brechas e restauradores de veredas” (Is 58.12).
227 Levy, D. M. (1992). Malachi: Messenger of rebuke and renewal. Bellmawr, NJ: Friends of Israel
Gospel Ministry.
228 Walvoord, J. F., Zuck, R. B., & Dallas Theological Seminary. (1985). The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Ml 3.14). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
229 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 665–666). Leicester, England; Downers Grove, IL:
Inter-Varsity Press.
230 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1113–1114). Wheaton, IL: Victor Books.
231 MURRAY, John. Principles of conduct (Grand Rapids: Eerdmans, 1957), p. 33.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
232 MOHLER Jr. R. Albert. Palavras do fogo. Como ouvir a voz de Deus nos Dez Mandamentos. São
Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 76.
233 Boice, J. M. (2005). Nehemiah: an expositional commentary (111). Grand Rapids, MI:
BakerBooks.
234 PIPER, John. Fome por Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006, p. 138-139.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Portanto, vamos confiar no Médico dos médicos. Vamos aceitar o jejum que Ele
prescreveu para nós. O resultado será luz, cura, direção, alívio, restauração e
desembaraço – e tudo isso com o próprio Deus adiante de nós, detrás de nós e no nosso
meio. E visto que é por nossas boas obras que as pessoas verão a luz e darão glórias ao
nosso Pai no céu (Mt 5.16). Se estivermos famintos por toda plenitude de Deus, aqui está
o jejum que nos saciará.235
Conclusão:
O socialista e filósofo Karl Marx disse que “a religião é o ópio do povo”. Ele quis
dizer que a religião nos entorpece para que nossos opressores tenham menos problemas
para manter a supremacia. Mas Marx entendeu exatamente o contrário.236 Não é a
religião que nos entorpece e nos deixa alienados e paralisados, é o pecado. Os cegos
espiritualmente são muitas vezes iludidos e inconscientes de seu pecado e culpa.
O povo na época de Isaías desejava o favor de Deus, mas não queria se submeter à
vontade do Altíssimo. De fato, o Senhor não era prioridade para eles. O Senhor Jesus
declarou que devemos buscar em primeiro lugar o Seu reino e Sua justiça e todas as
coisas serão acrescentadas (Mt 6.33). Mas isso não se aplica apenas aos pastores,
missionários e outros trabalhadores. Isso se aplica a todos os seguidores de Jesus. Você
está buscando em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça em sua vida pessoal,
negócios, família e no seu tempo de lazer? O Senhor é prioridade em sua vida?
235 PIPER, John. Fome por Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006, p. 162-163.
236 Boice, James Montgomery: Daniel : An Expositional Commentary. Grand Rapids, Mich. : Baker
Books, 2003, S. 61
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 59
Quando a oração fica sem resposta.
Introdução:
17
No capítulo 59 o Senhor falou novamente dos pecados do povo e da sua oferta de
salvação por causa da aliança com Abraão.237 Enquanto o capítulo 58 descreve a
verdadeira justiça e suas bênçãos, o capítulo 59 descreve o pecado (3-8) e sua
obliteração de todos os valores (9-15). Apesar disso, Deus libertará o Seu povo,
puramente por causa do Seu próprio nome (v. 16-19). O profeta Isaías aqui corrige o
erro daqueles que haviam declarado que Deus não respondia as orações do povo (Is
58).238 Quais os pecados que levaram o Senhor a retira a Sua presença?
I. Os pecados de Israel
“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar;
nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir” (Is 59.1) – Alguns questionaram a
capacidade de Deus de cumprir Suas promessas. Na verdade, a barreira do pecado
impediu o Senhor de ouvir as orações do Seu povo (59.1).
“Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela
verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à
luz a iniquidade” (Is 59.4) – As teias emaranhadas do engano não escondiam suas
verdadeiras intenções diante do Senhor. Seus pensamentos eram “pensamentos de
iniquidade”.
237 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1114). Wheaton, IL: Victor Books.
238 Henry, M. (1994). Matthew Henry’s commentary on the whole Bible: complete and unabridged in
128
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela
morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora” (Is 59.5) – Os ovos de víboras e
teias de aranha revelam, por um lado, a influência venenosa de pessoas más, e em
segundo lugar, a futilidade de confiar em suas políticas ou promessas (6).239 Suas ações
eram como os de cobras venenosas mortais (víboras), pois estavam prejudicando os
outros.
“As suas teias não se prestam para vestes, os homens não poderão cobrir-se
com o que eles fazem, as obras deles são obras de iniqüidade, obra de violência há
nas suas mãos” (Is 59.6) – Seus pensamentos são vãos, como a teia de aranha, que
depois de pronta, torna-se algo frágil e insignificante. Os pensamentos dos homens
“Os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue
inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniqüidade; nos seus caminhos
há desolação e abatimento” (Is 59.7) – Na pressa de fazer as coisas más, eles estavam
causando ruína para outros (v. 7) e estavam constantemente viajando por maus
caminhos. Como resultado, eles não desfrutavam de paz (v.8; cf. Is 48.22; 57.20-21).240
239 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 666). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
240 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1114). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
241Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1114). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o SENHOR” (v.
20) – O Redentor virá a Sião. O termo “redentor” (go˒el, em hebraico) é usado treze vezes
por Isaías, todos nos últimos vinte e sete capítulos do livro. Este termo técnico refere-se
à pessoa que tinha o direito e a obrigação de comprar a liberdade de um parente que
havia caído em escravidão.242 O Senhor é o go˒el que resgatará o Seu povo da escravidão.
Aqueles que se desviarem da transgressão irão reconhecê-lo (v. 20).
“Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu
Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se
apartarão dela, nem da de teus filhos, nem da dos filhos de teus filhos, não se
apartarão desde agora e para todo o sempre, diz o SENHOR” (Is 59.21) – Associado a
este Redentor está uma nova aliança. Deus ungirá este Redentor com o Seu Espírito (cf.
Is 42.1). E colocará as palavras na boca do Redentor (cf. Is 50.4). O Redentor fielmente
transmitirá estas palavras à Sua descendência, ou seja, os Seus discípulos, e eles por sua
vez, proclamarão as palavras através das gerações (59.20f). Que este Redentor é Jesus
Cristo fica claro em Romanos 11.26.243 Os participantes desta aliança, não apenas
conhecem o Senhor, mas falam do Senhor (Jr 31.34), como uma nação de profetas (cf.
Nm 11.29; Jl 2.28).244
Calvino com muita inteireza declarou: “Esse é o tesouro mais valioso da Igreja,
saber que Deus escolheu habitar no coração dos crentes, pelo seu Espírito”.245
A glória do Senhor no reino prometido é o tema dos capítulos finais de Isaías.
Conclusão:
Em 1464 um escultor chamado Agostino di Duccio começou a trabalhar em um
grande pedaço de mármore bruto. Com a intenção de produzir uma magnífica escultura
de um homem do Antigo Testamento para uma catedral em Florença, Itália, ele
trabalhou por dois anos e depois abandonou a obra. Em 1476 Antonio Rossellino
começou a trabalhar no mesmo pedaço de mármore e, algum tempo depois, também
abandonou o projeto.
Em 1501, um escultor de 26 anos de idade chamado Michelangelo recebeu uma
soma considerável de dinheiro para produzir algo de valor do enorme bloco de mármore
chamado de “o gigante”. Quando ele começou o seu trabalho, Michelangelo viu uma
242 Vine, W. E., Unger, M. F., & White, W., Jr. (1996). Vine’s Complete Expository Dictionary of Old
and New Testament Words. Nashville, TN: T. Nelson.
243 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 59.15b–21). Joplin, MO: College Press.
244 Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 666). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
245 Calvin, John Calvin. Commentary on Isaiah - Volume 3, Grand Rapids, MI: Christian Classics
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
grande falha na parte inferior do bloco que havia frustrado os outros escultores. Ele
decidiu transformar aquela parte da pedra em um toco de árvore quebrada que serviria
para apoiar a perna direita. O resto ele trabalhou por quatro anos, até que conseguiu
produzir o incomparável “Davi”. Hoje a estátua de mais de 5 metros de altura está em
exposição na Academia de Belas artes de Florença. Mais do que uma obra-prima, é uma
das maiores obras de arte já produzidas. Tem sido descrita como a estátua mais perfeita.
Como ele fez isso? Aqui está a resposta em suas próprias palavras:
“Em cada bloco de mármore vejo uma estátua tão simples como se estivesse
diante de mim, em forma, atitude e ação perfeita. Eu só tenho que retirar as imperfeições
que aprisionam a beleza para revelá-la aos outros”.
Disse em termos mais coloquiais, “eu retirei tudo o que não se parecia com Davi”.
Agora aplique isso a vida espiritual. Todos nós somos obras em andamento. Deus
é como um escultor que trabalha com um pedaço de mármore bruto. É um trabalho
difícil, porque o bloco possui várias imperfeições. É o pior pedaço de mármore que um
escultor poderia encontrar. Deus, porém, não se abala e trabalha pacientemente,
retirando as partes ruins, lapidando a pedra dura, parando ocasionalmente para polir
aqui e ali.
Pacientemente, Ele toma o cinzel e retira tudo o que não se parece com Jesus. É
evidente que Ele tem um longo caminho a percorrer. Mas somos encorajados em saber
que Ele não abandonará o projeto. O que Deus começa, Ele termina. Louvado seja Deus!
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 60-61
As glórias da salvação.
Introdução:
18
Os capítulos 60-62 são os mais otimistas no livro de Isaías. O Redentor (Is 59.20)
conduzirá o Seu povo à glória. Que contraste entre as condições humildes dos habitantes
de Sião (caps. 58-59) e as bênçãos grandiosas apreciadas por aqueles que viverão com o
Redentor!246
Note que Isaías começou o seu “Livro das consolações” (capítulos 40-66), com a
promessa de que “a glória do Senhor se manifestará” (40.5). Agora, Isaías conclui com a
descrição da glória. Quando a glória de Deus está em cena, tudo se renova.247
No entanto, sobre que Jerusalém Isaías está tratando? A Jerusalém da época de
Neemias ou a Jerusalém celestial? A Jerusalém reconstruída após o retorno dos exilados
da Babilônia nunca se igualou à cidade descrita neste capítulo. A única comparação
possível é com a Jerusalém celestial descrita no livro de Apocalipse (Ap 21.23-27).
246 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 60.1–61.11). Joplin, MO: College Press.
247 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 152). Wheaton, IL: Victor Books.
248 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 152–154). Wheaton, IL: Victor Books.
133
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se
fecharão, para que te sejam trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os
seus reis” (Is 60.11) – Ao invés de atacarem, as nações trarão tributo (Ap 21.25,26). Em
uma antiga cidade murada, os portões eram fechados ao cair da noite para manter os
invasores, saqueadores, criminosos e outros indivíduos potencialmente perigosos de
longe da cidade. Que não haverá noite, na eternidade, e que as portas da Nova Jerusalém
jamais serão fechadas, mostra completa segurança da cidade. Será um lugar de descanso,
segurança e refrigério, onde o povo de Deus “descansará dos seus trabalhos” (Ap 14.13).
Os moradores estarão plenamente seguros de todas as forças malignas que foram
condenadas no lago de fogo e enxofre.249
249KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento, Apocalipse. São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2004, p. 721.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
250 LADD, George. Apocalipse, introdução e comentário. São Paulo: Editora Vida Nova, 1984, p. 210.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“... A consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto
uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em
vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça...” (Is 61.2–
3) – No lugar de cinzas, pranto e um espírito angustiado, o povo de Deus receberá uma
coroa, óleo de alegria, um manto e um novo título (“carvalhos de justiça”). A expressão
“carvalhos de justiça” simboliza a força e a justiça, em vez de serem, como até então, uma
cana quebrada pelo pecado e calamidade (Is 1.29, 30; Is 42, 3; 1Rs 14.15; Sl 1.3; 92.12 -
14; Jr 17. 8).251
III. Outras bênçãos de Sião (Is 61.4-11)
“Edificarão os lugares antigamente assolados, restaurarão os de antes
destruídos e renovarão as cidades arruinadas, destruídas de geração em geração”
(Is 61.4) – Aqueles que foram abençoados pela obra do Servo serão “restaurarão os de
antes destruídos”. A referência é para a edificação da igreja dos estragos do pecado
251
Jamieson, R., Fausset, A. R., & Brown, D. (1997). Commentary Critical and Explanatory on the
Whole Bible (Is 61.3). Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
através dos tempos. Aqueles que antes eram “estranhos” trabalharão para Sião e
realizarão todo o trabalho necessário para manter o reino na terra (61.4).
Todos os cidadãos de Sião constituirão um sacerdócio para o mundo. Os cidadãos
desfrutarão de uma porção dupla da bênção divina (v. 7). Além disso, eles
experimentarão a alegria eterna (Is 61.7).
Conclusão:
A Nova Jerusalém será um lugar de beleza indescritível e inimaginável. A glória de
Deus brilhará sobre o ouro e as pedras preciosas e assim, iluminará o novo céu e a nova
terra. Mas a realidade mais gloriosa de todas será o fato de que os justos desfrutarão de
intensa comunhão com Deus, servindo e reinando eternamente com a alegria e adoração
incessante.
Certamente, muitas perguntas podem ser feitas sobre a nossa futura morada
celestial, mas a maioria ficará sem resposta até chegarmos a nossa casa gloriosa. O
conhecimento de que Jesus voltará em breve não deve levar os cristãos a uma vida de
espera ociosa e relapsa (cf. 2Ts 3.10-12). Pelo contrário, deve produzir obediência e
adoração a Deus, e o desejo de proclamar o evangelho aos incrédulos.
Você está preparado para a vinda de Cristo? Caso contrário, hoje é tempo de
alinhar a sua vida com Deus.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 62-64
A proximidade da salvação.
Introdução:
O anúncio da salvação no capítulo 61 vem acompanhado do anúncio da
19
restauração de Jerusalém no capítulo 62. Grande parte deste capítulo fala da preparação
que está sendo realizada para a vinda do Senhor e a restauração do Seu povo. Em Isaías
62, a palavra “Jerusalém” não se refere apenas a uma cidade antiga; refere-se ao povo de
Deus em um tempo futuro, o período da igreja.
Neste capítulo, Isaías descreve algumas das promessas de Deus para o Seu povo,
juntamente com suas expectativas:
I. A proximidade da Salvação
“Por amor de Sião, me não calarei e, por amor de Jerusalém, não me
aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como
uma tocha acesa” (Is 62.1) – Deus prometeu que não ficará em silêncio, ou seja, Ele não
ficará de braços cruzados, até que tenha realizado Seus propósitos para Jerusalém. Esses
efeitos se resumem na palavra “justiça”, ou seja, vindicação e “salvação”.252 Isaías
comparou esta obra de Deus, em nome de Sião com uma tocha acesa (62.1).
“As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada
por um nome novo, que a boca do SENHOR designará” (v. 2) – Os gentios e seus
líderes tomarão nota da mudança da sorte de Sião. Além disso, o Senhor concederá um
nome ao Seu povo. Embora Isaías inicie o capítulo 62 chamando a atenção para a luz,
assunto abordado no capítulo anterior dedicado a Jerusalém, ele muda, logo em seguida,
e passa a descrever a cidade como uma noiva.
252 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 62.1–63.6). Joplin, MO: College Press.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
o seu nome? Tanto na cultura oriental quanto na cultura ocidental, a mudança de nome
implica um novo caráter e um novo destino (Gn 17.5, 15; 35.10-11; Mt 16.17-19). Na
Bíblia, lemos sobre pessoas que receberam novos nomes quando Deus designou-os para
fazer algo especial. Por exemplo, Abrão se tornou Abraão e Jacó se tornou Israel. Isaías
declara que Deus dará ao Seu povo um novo nome, porque eles se tornarão pessoas
novas, diferentes do que eram.
Antigamente a cidade era chamada de “Desamparada”, “Desolada” (Is 62.4),
nomes que serviam para lembrar sua semelhança com uma mulher abandonada e estéril
numa época em que essas condições causavam vergonha (Is 54.1, 7). Porém, a nova
relação da cidade com Deus é comparada com a felicidade de um casamento. O povo de
Deus receberá dois novos nomes: “Minha-delícia” e “Desposada”. Deus lidará com o Seu
povo como um noivo cuida de sua noiva (Is 62.2-5). Mais adiante, Jerusalém receberá
outros nomes: “Procurada” e “Cidade-não-Deserta” (Is 62.12).
Em quarto lugar, o Senhor voltará para o Seu povo – “Passai, passai pelas
portas; preparai o caminho ao povo; aterrai, aterrai a estrada, limpai-a das pedras;
arvorai bandeira aos povos” (Is 62.10) – Isaías exortou os cidadãos de Sião a saírem pelas
portas e preparar o caminho para as nações. Em seguida, eles deveriam levantar uma
253 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1117). Wheaton, IL: Victor Books.
254 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 878.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
bandeira como um ponto de encontro para os povos. Essa bandeira foi identificada como
a raiz de Jessé, o Messias (11.10), que o próprio Deus fornecerá (49.22).
Os versículos 10-12 foram escritos como se o Senhor estivesse a caminho, para
que seu povo se preparasse. As ordens repetidas, passar, passar e aterrar, aterrar,
transmitem um senso de urgência; as pessoas devem se preparar com urgência diante
da vinda do Senhor (Is 40.3-5, 9).
“Eis que o SENHOR fez ouvir até às extremidades da terra estas palavras:
Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; vem com ele a sua recompensa, e
diante dele, o seu galardão” (Is 62.11) – O versículo 11 pede ao povo em todos os
lugares para proclamar ao mundo que o Salvador chegou. Em todo o mundo o Senhor
proclamará através dos Seus mensageiros a verdade gloriosa: A salvação chegou à “filha
de Sião”.
A. O dia da vingança
“Quem é este que vem de Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é
glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo
em justiça, poderoso para salvar” (Is 63.1) – Pode parecer estranho que Isaías faça
uma mudança abrupta, passando da alegria de ver Jerusalém restaurada e sua glória
futura para uma cena de devastação acompanhada de uma oração desesperada. Porém,
uma questão a se considerar é que Isaías é um profeta, não um historiador.
Os inimigos de Sião (tipificados por Edom) serão destruídos antes das promessas
gloriosas feitas nos capítulos anteriores serem cumpridas. Bozra era uma importante
cidade de Edom, a 48 km a sudeste do mar Morto. Em uma visão Isaías viu o Senhor
caminhando triunfantemente para Sião. Suas vestes estão manchadas de vermelho como
o sangue dos Seus inimigos. O mesmo Deus que salva o justo arrependido também será
um juiz inflexível dos perversos teimosos.
140
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Na minha ira, pisei os povos, no meu furor, embriaguei-os, derramando por
terra o seu sangue” (Is 63.6) – Quando Jesus veio ao mundo pela primeira vez, foi para
inaugurar “o ano aceitável do Senhor” (Is 61.2; Lc 4.19). Quando Ele vier pela segunda
vez, será o clímax “o dia da vingança do nosso Deus” (Is 63.4.; 61.2). O inimigo será
esmagado como uvas e forçado a beber o próprio sangue do cálice da ira de Deus (51.17;
25; Jr 15-16.).255
255 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 158). Wheaton, IL: Victor Books.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
povo no passado. Nas atuais circunstâncias, no entanto, eles não haviam testemunhado o
zelo e os milagres de Deus, nem percebido a compaixão do Senhor por eles. Os cativos
suplicaram que Deus “atentasse do céu”, ou seja, que mudasse a circunstância, porque
Ele era o pai da nação. Seus pais, na carne (Abraão e Jacó) não poderiam socorrê-los.
Somente o Senhor, o Redentor, poderia salvá-los (Is 63.14b-16).
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem
com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Is
64.4) – De acordo com o versículo 4, Deus planejou para o Seu povo coisas maravilhosas
além da imaginação; mas os pecados os impediam de compartilhar suas bênçãos. (Cf.
1Co 2.9 e Ef 3.20-21). Há alguma esperança? Sim, porque Deus é um Pai perdoador e um
paciente Oleiro (Jr 18).256
A oração termina com uma pergunta: “Vendo tudo isso, ó SENHOR, não vais
fazer nada? Será que vais ficar calado e nos castigar mais ainda?” (Is 64.12, NTLH).
A resposta de Deus é encontrada nos próximos dois capítulos.
Conclusão:
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem
com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Is
64.4). A Palavra de Deus é fiel e verdadeira. Os grandes impérios caíram, mas o império
de Cristo permanecerá eternamente. Só o Reino de Cristo triunfará. Consequentemente,
não precisamos ter medo quanto ao futuro, Deus já determinou o fim: nossa vitória em
Cristo Jesus.
Entretanto, o que esperamos deve afetar a maneira como vivemos. Jim Elliot, que
entregou a sua vida pela causa do Evangelho, escreveu em seu diário: “Onde quer que
você esteja, esteja todo lá. Viva ao máximo cada situação que você acredita ser a vontade
de Deus”.257 Comprometa-se com as coisas que importam para Deus. Essa é a única
maneira de fazer com que a vida realmente valha a pena!
256 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 159). Wheaton, IL: Victor Books.
257 ELLIOT, Elisabeth. Through gates of splendor [Spire Books], p. 19-20.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 65
A resposta de Deus.
Introdução:
20
A acusação de abandono nos capítulos 63 e 64 incitou uma resposta de Deus. De
várias maneiras a resposta do Senhor resume a mensagem de todo o livro de Isaías.258
Ao longo do capítulo, bem como ao longo do livro, o profeta implicitamente implorou
para que as pessoas depositassem sua confiança no Senhor, sua comunhão com Deus, e
vivessem dignamente. Em Isaías 65, Deus responde a oração do Seu povo, oferecendo
uma perspectiva sobre o relacionamento que o povo de Israel manteve com Deus no
passado e, em seguida, uma promessa de “um novo céu e uma nova terra”. Os problemas
do passado serão esquecidos, e as bênçãos de Deus nunca faltarão.
Além disso, o capítulo 65 contrasta os respectivos destinos do justo e do ímpio.
Apesar das tentativas constantes do Senhor em receber a atenção de Israel, muitos O
rejeitaram e abraçaram práticas religiosas pagãs.259 Tal teimosia exigiu uma punição
severa.
“O SENHOR Deus disse: Eu estava pronto para atender o meu povo, mas eles
não pediram a minha ajuda; estava pronto para ser achado, mas eles não me
procuraram...” (Is 65.1, NTLH) – O Senhor estendeu a mão para acolher o Seu povo,
mas estes nem se incomodaram em responder, uma vez que estavam muito ocupados
seguindo os seus próprios pensamentos (Is 65.2). Porém, Deus apresentou-se às nações
estrangeiras, povos que nem sequer estavam procurando por Ele.
“... A um povo que não orou a mim, eu disse: ‘Estou aqui! Estou aqui!’” (Is 65.1,
NTLH) – O dia virá quando os gentios, que nem sequer buscavam a graça de Deus O
encontrarão (Rm 10.20-21). Se Israel não queria o que Deus tinha para oferecer, então
Ele lhe daria a outros (Lc 14.16-24 e 21.10 e At 28.23-31). Os gentios não haviam
buscado a Deus, mas O encontraram facilmente; Deus procurou Israel, mas era
constantemente rejeitado pelo Seu povo.260
258 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1119). Wheaton, IL: Victor Books.
259 Chisholm, R. B. (1998). The Major Prophets. In D. S. Dockery (Org.), Holman concise Bible
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“És no meu nariz como fumaça de fogo que arde o dia todo” (v. 5) – Porém,
tudo isso era como fumaça irritante nas narinas. Trata-se de uma alusão a fumaça de
seus sacrifícios hipócritas, uma irritação sem fim para Deus, que responde a essas
práticas com disciplina.
“Eis que está escrito diante de mim, e não me calarei; mas eu pagarei, vingar-
me-ei, totalmente, das vossas iniqüidades e, juntamente, das iniqüidades de vossos
pais, diz o SENHOR, os quais queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos
outeiros; pelo que eu vos medirei totalmente a paga devida às suas obras antigas”
(Is 65.6-7) – Deus decidiu disciplinar os pecados do povo, bem como os pecados de seus
pais (Is 65.6-7). Essas palavras podem indicar que os filhos sofrerão as consequências do
pecado de seus pais (Êx 20.5) ou que Deus está fazendo referências ao julgamento final,
quando todas as gerações comparecerão diante dele (Mt 12.41-42). Na verdade, o que
Isaías está dizendo é que as iniquidades do povo foram amontoadas de geração em
geração.
261 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 160). Wheaton, IL: Victor Books.
145
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
um cacho de uvas que apodreceu, porém alguém chama a sua atenção apontando que
algumas uvas não estão estragadas. O dono decide manter as uvas boas.262
“Mas a vós outros, os que vos apartais do SENHOR, os que vos esqueceis do
meu santo monte, os que preparais mesa para a deusa Fortuna e misturais vinho
para o deus Destino, também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à
matança; porquanto chamei, e não respondestes, falei, e não atendestes; mas
fizestes o que é mau perante mim e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer”
(Is 65.11-12) – Em Isaías 65.11-16, Deus vê dois tipos de pessoas na terra: os que
abandonaram o Senhor e aqueles que servem ao Senhor. Os que deixaram o Senhor
ignoraram o Seu templo e adoraram falsos deuses, como a deusa “Fortuna” e o deus
“Destino” (Gade e Meni, em hebraico). Esses judeus desobedientes não viverão, mas
serão destruídos. Na verdade, seus próprios nomes serão usados como maldições nos
próximos anos!264 Como o nome de Judas atualmente é utilizado, enquanto os servos de
Deus receberão um nome digno de honra (65.15).
262 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 879.
263 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1119). Wheaton, IL: Victor Books.
264 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 160–161). Wheaton, IL: Victor Books.
146
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“de sorte que aquele que se abençoar na terra, pelo Deus da verdade é que se
abençoará...” (v. 16) – O nome, o Deus da verdade é (literalmente) o Deus do “Amém”,
isto é, o que é certo e fiel; conforme a expressão de nosso Senhor: “Em verdade, em
verdade” (“Amém, amém”), e seu título em Apocalipse 3.14 (ver também 2Cor 1.18-
20).265 Nesse dia, todas as bênçãos e todos os juramentos serão em nome do único e
verdadeiro Deus, porque todos os ídolos serão destruídos.
Que futuro glorioso os fiéis poderiam antecipar! Antigos problemas seriam
esquecidos. Eles poderiam reconhecer o Senhor, naquele dia, como o Deus da Verdade, o
Deus do Amém!
265Carson, D. A., France, R. T., Motyer, J. A., & Wenham, G. J. (Orgs.). (1994). New Bible
commentary: 21st century edition (4th ed., p. 669). Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-
Varsity Press.
147
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Em terceiro lugar, a longevidade será outra bênção. “Não haverá mais nela
criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem
anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado” (Is 65.20) –
Temos de admitir que este é um texto difícil de se interpretar. Será que Isaías está
dizendo que haverá morte na nova terra? Creio que esta não seja a melhor interpretação,
à luz do que ele acabou de dizer no verso 19: “Nunca mais se ouvirá nela [a Jerusalém que
está sendo descrita] nem voz de choro nem de clamor” (Is 65.19). É significativo que, no
capítulo 25.8, Isaías claramente prediz que não haverá morte para o povo de Deus no
estado final. Assim, a melhor interpretação de Isaías 65.20 é entender como uma
linguagem figurada, o fato de que os habitantes da nova terra viverão vidas
incalculavelmente longas.266 Não haverá mortes prematuras. O cumprimento, como
explicado por Jesus a promessa é ainda mais maravilhosa, pois Ele prometeu aos seus
seguidores a vida eterna (Jo 3.15; 6.54).
Em quinto lugar, naquele dia Deus responderá suas orações antes mesmo
que elas sejam proferidas (65.24). “E será que, antes que clamem, eu responderei;
estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is 65.24) – O relacionamento com Deus será tão
próximo que Ele antecipará o necessário para suprir toda as necessidades (Is 58.9).
266 HOEKAMA, Anthony. A Bíblia e o futuro. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 22.
148
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“... pó será a comida da serpente” (Is 65.25) – Essa frase pode ser uma alusão a
Gênesis 3.15 e o anúncio da derrota completa do espírito maligno chamado serpente que
tentou os primeiros pais da raça humana. Ao que tudo indica, Deus retirará a maldição
sobre toda a fauna, mas, somente uma Ele não retirará – a maldição sobre a serpente. A
serpente ainda vai se arrastar e comer pó, o que não acontecia antes da queda, talvez
porque ela tenha sido o animal sagaz usado por Satanás.267
Conclusão:
O ensino do novo céu e a nova terra deve encher o nosso coração de esperança,
coragem e otimismo em tempos de desespero e depravação. Àqueles que focalizam as
glórias do céu podem suportar qualquer coisa nesta vida sem perder a alegria. Como
disse o apóstolo Paulo: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17).
Para os crentes, o novo céu e a nova terra será um universo de felicidade eterna
na gloriosa presença de Deus. No entanto, para os incrédulos, será um lugar
aterrorizante de tormento insuportável e eternamente longe de Deus (2Ts 1.9). Warren
W. Wiersbe corretamente escreveu: “O mundo considera os cristãos “fracassados”, mas
na verdade, os não salvos é que são!”268
267 CAMPOS, Heber Carlos de. A Providência e a sua realização histórica. São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2001, p. 517.
268 Wiersbe, Warren W.: The Bible Exposition Commentary. Wheaton, Ill. : Victor Books, 1996,
c1989, S. Ap 21:1
149
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Isaías 66
A resposta de Deus.
Introdução:
21
O último capítulo de Isaías apresenta um resumo do livro. Isaías conclui com a
repetição dos temas que marcam não apenas as suas mensagens, mas os escritos de
todos os profetas do Antigo Testamento. De fato, Isaías trata sobre a maioria dos
principais tópicos: a denúncia de uma adoração hipócrita ao Senhor, a restauração de
Jerusalém, a intervenção de Deus como juiz e salvador, e a salvação de Israel e das
nações.269
“... Mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que
treme da minha palavra” (Is 66.2) – No entanto, a presença do Senhor não está
limitada a um templo feito por mãos humanas. Na verdade, Deus condescende em olhar
com bons olhos aqueles que são humildes e que respeitam a Sua palavra. Ele habita em
corações aflitos e quebrantados. Falando a Salomão após a cerimônia de consagração do
templo, Deus salientou que as pessoas devem humilhar-se perante o Senhor (2Cr 7.14).
269
ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 880.
150
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
nas suas ações nojentas” (Is 66.3, NTLH) – As comparações estranhas no versículo 3
indicam que os sacrifícios e as ofertas eram apenas um ritual externo.270 Atos formais de
adoração sem obediência incondicional são considerados uma abominação para Deus,
como o assassinato. Isaías fala desses sacrifícios juntamente com outras ações
condenáveis pela lei de Moisés (Êx 20.13; Lv 11.1-7).
É possível que o povo estivesse, de fato, cometendo assassinatos e fazendo
ofertas imundas aos ídolos. Contudo, é possível que Isaías estivesse falando de modo
simbólico, isto é, que a oferta fingida é tão inaceitável quanto às ofertas imundas.271 Na
realidade, eles estavam seguindo os seus próprios caminhos (cf. Is 53.6), Em vez de
seguirem o caminho do Senhor. Porque o coração estava distante de Deus (Is 29.13),
suas ofertas foram consideradas impuras ao Senhor. É o coração do adorador que
determina o valor da oferta.272
As palavras em 66.1-4 inevitavelmente levarão ao fim do ritual de adoração. Jesus
deixará bem claro ao afirmar que a adoração não precisa estar associada ao templo e
que a verdadeira adoração a Deus ocorre “em espírito e em verdade” (Jo 4.21-24).273
“Por isso, eu decidi fazê-las sofrer e resolvi descarregar sobre elas os castigos
de que elas têm medo. Pois eu chamei, mas ninguém respondeu; falei, mas ninguém
me deu atenção. Pelo contrário, fizeram o que me desagrada, escolheram coisas que
me aborrecem” (Is 66.4) – Portanto o julgamento severo virá. As pessoas serão
envergonhadas quando o templo for destruído pelos babilônios. As pessoas na época de
Isaías eram semelhantes as da época de Jesus. Escarneciam dos verdadeiros adoradores
e lhes pediam sinais a fim de provar que aquela adoração era genuína (Is 66.5). Mas os
sinais que eles receberão não era o que esperavam (Is 66.6).
270 Martin, J. A. (1985). Isaiah. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge
Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 1120). Wheaton, IL: Victor Books.
271 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 880.
272 Wiersbe, W. W. (1996). Be Comforted (p. 162). Wheaton, IL: Victor Books.
273 ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 881.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
“Quem já ouviu falar de uma coisa assim? Quem já viu isso acontecer? Pois
será que um país pode nascer num dia só? Uma nação aparece assim num instante?
Mas foi isto mesmo que aconteceu com Sião: assim que sentiu dores de parto, ela deu
à luz os seus filhos” (Is 66.8, NTLH) – Nascerá uma criança do sexo masculino. Isaías
havia falado do nascimento milagroso de um descendente da casa de Davi (Is 7.14; 9.6) e
do nascimento do servo (Is 49.1). Quase imediatamente depois do nascimento do
Messias surgirá uma “nova nação”, “uma nova terra”, e “seus filhos”. Deus não permitirá
que Seu plano eterno seja anulado (v. 9). As dores de Sião terminarão assim que
começar um alegre nascimento (v. 10). Somos obrigados a pensar no nascimento súbito
da Igreja primitiva, no dia de Pentecostes.274 Deus não permitirá o sofrimento sem
conduzir o Seu povo ao reino glorioso. Um povo libertado da maldição do pecado.
“Porque assim diz o SENHOR: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio,
e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então, mamareis, nos
braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão” (Is 66.12) – Por esta figura
Isaías descreveu a tranquilidade (“a paz como um rio”) e alimentação (“a glória das
nações”), que a nova Sião desfrutará em seu nascimento. Deus confortará o Seu povo
como uma mãe consola o seu filho (Is 66.13).
274 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 66.5–14). Joplin, MO: College Press.
152
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Deus (Mt 3.12; Mc 9.47-48). Os pecados particulares que despertaram a fúria de Deus
são listados: O culto idólatra em jardins e comer coisas abomináveis (66.15-17).
“... Enviarei alguns para as nações mais distantes, onde nunca se ouviu falar
da minha fama, nem foi visto o meu poder. Eu os enviarei até a Espanha, a Líbia e a
Lídia, países onde há ótimos atiradores de flechas; irão também para Tubal e para a
Grécia. Em todas essas nações, eles anunciarão o meu grande poder” (Is 66.19,
NTLH) – Essas nações estavam espalhadas pelo mundo conhecido daquela época: desde
Társis na Espanha (no extremo oeste do mar Mediterrâneo), Pul (Líbia) ao norte da
África e Lude (Líbia) na Turquia, até Tubal (situada em algum ponto ao norte), Javã
(Grécia) e às terras do mar mais remotas”, que se referem ao restante do mundo. O povo
de Deus viajará a todos esses lugares proclamando a glória de Deus, assim como fizeram
os discípulos na época de Jesus, e como ainda hoje fazem os cristãos quando saem a
proclamar as boas-novas de Jesus Cristo.275
“Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante
de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is
66.22) – O Israel espiritual será tão duradouro como os novos céus e a nova terra. O
275
ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo Cristão,
2010, p. 881.
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
povo de Deus nunca mais sofrerá opróbrio, mas desfrutará da glória eterna. O antigo
Israel passará; mas surgirá o remanescente que sobreviverá ao julgamento, e junto com
ele trará um grande influxo de gentios, os quais formarão o verdadeiro Israel de Deus.276
“E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá
toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR” (Is 66.23) – Com os novos céus as
festas da Lua Nova e o sábado deixarão de ser obrigatórios para o cristão (cf. Cl 2.16).
Haverá adoração universal de Deus em seu tempo próprio (cf. Zc 14.16). De uma lua
nova à outra (seguinte) Lua Nova significa cada mês. Sábado a outro sábado significa
semanal. E a expressão “toda a carne” é um termo usado três vezes no capítulo 40 e três
vezes no capítulo 66 para descrever a congregação de Sião que representa toda a
humanidade. Todos adorarão diante do Senhor.277 O objetivo da restauração foi
alcançado.
“Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim;
porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um
horror para toda a carne” (Is 66.24) – Isaías conclui com uma visão sombria do
destino dos ímpios (cf. 48.22; Is 57.20). O livro termina com uma nota negativa
descrevendo os adoradores olhando para os cadáveres profanados e deteriorados dos
rebeldes. Isaías concluiu sua mensagem não apenas com a esperança da vinda do reino,
e as glórias de um novo céu, mas com um aviso sobre a realidade da condenação eterna.
O inferno não é um tema agradável de falar, mas uma obrigação, porque Jesus deu
mais ensinamentos sobre o inferno do que o céu. Jesus usou a linguagem deste versículo
para descrever o destino eterno daqueles que rejeitam a salvação (Mc 9.48).
A mais clara e mais vívida das palavras do Novo Testamento usada para
descrever o inferno final, no lago de fogo, é geenna. Geena é um termo do Novo
Testamento para o vale do filho de Hinom (também chamado Tofete, 2Reis 23.10; Is
30.33; Jr 7.31-32; 19.6), localizado a sudoeste de Jerusalém. Nos tempos do Antigo
Testamento, os israelitas idólatras queimavam seus filhos no fogo como sacrifícios a
falsos deuses (Jr 19.2-6). Nos dias de Jesus, era o local de despejo do lixo de Jerusalém. O
fogo constante exalava mau cheiro e fumaça, e o lugar estava infestado de vermes. Às
vezes, os corpos de criminosos eram jogados lá. O vale do filho de Hinom era, portanto,
uma imagem do inferno usado repetidamente por Jesus (Mt 5.22, 29, 30; 10.28; 18.9;
23.15, 33, Mc 9.43, 45, 47, Lc 12.5).278 O inferno será o despejo eterno de Deus; seus
ocupantes sofrerão como lixo no vale do filho de Hinom pelos séculos dos séculos.
Isaías declara que o inferno será um lugar de fogo e sofrimento eterno. Um lugar
longe do Reino de Deus. Jesus ensinou que o castigo dos ímpios é tão eterno quanto à
vida eterna dos justos (Mt 25.46). Ele também ensinou que o inferno é um lugar de “fogo
inextinguível” (Mc 9.43), “onde o verme não morre” (Mc 9.48). O local mais sujo, mais
276 Smith, J. E. (1992). The Major Prophets (Is 66.15–24). Joplin, MO: College Press.
277 Watts, J. D. W. (1998). Isaiah 34–66 (Vol. 25, p. 365). Dallas: Word, Incorporated.
278 MacArthur, John: Revelation 12-22. Chicago, Ill. : Moody Press, 2000, S. 255
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Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
doloroso e mais repugnante que se possa imaginar. Como declarou Jesus: “... Onde haverá
choro e ranger de dentes” (Lc 13.28).
Enquanto os inimigos de Deus serão atormentados pelos séculos dos séculos, a
igreja desfrutará da comunhão de Cristo nas bodas do Cordeiro para todo o sempre.
Conclusão:
Antes de Deus trazer o novo céu e a nova terra (Ap 21), o Senhor vai lidar em
definitivo com a questão do pecado. Todos terão que se apresentar diante do grande
Trono branco. Naquele dia não haverá graça nem misericórdia, apenas justiça. A única
forma de escapar desse julgamento é crendo no Senhor Jesus como Salvador pessoal.
Quem o fizer não experimentará os horrores da segunda morte, o lago de fogo.
Diante disto, você está preparado para o dia do juízo? O seu nome está escrito no
livro da vida do Cordeiro? Em breve Cristo voltará como o Rei dos reis e Senhor dos
senhores. É Cristo o senhor da sua vida, hoje?
“Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Ap
19.9). Se você confia em Cristo e obedece aos Seus mandamentos já passou da morte
para a vida!
155
Jocarli A. G. Junior – IPB Tabuazeiro/Vitória – Espírito Santo/2014.
Referências
Achtemeier, P. J., Harper & Row e Society of Biblical Literature. (1985). In Harper’s Bible
dictionary. San Francisco: Harper & Row.
ADEYEMO, Tokunboh (Editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Editora Mundo
Cristão, 2010.
Barbieri, L. A., Jr. (1985). Matthew. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible
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