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História e Cultura das Artes

1. Explicar a função da escultura e da pintura na arte românica.


O relevo e a pintura estavam submetidos à arquitetura, tornando-se assim um
meio para a transmissão da mensagem narrativo-pedagógica do cristianismo. Além
disso, dependendo da sua temática, podiam também ter funções decorativas,
alegóricas, simbólicas, místicas, doutrinais, religiosas, estéticas, exorcizantes, de
culto, apotropaicas.

2. Caracterizar o relevo arquitetónico.


O talhe era rude e pouco profundo, e a modelagem era naturalista,
pormenorizada e expressiva, recorria à técnica do desbaste.
A figura humana era contornada, gravada e pouco modelada. Não tinha
preocupações anatómicas, era representada sempre de frente, estava rígida, possuía
cabeças e olhos grandes, verticalidade, posição e gestos hieráticos e era pouco
realista. Tinha vestes pregueadas e longas, panejamentos esquemáticos, com pouca
plasticidade. O nu raramente era representado. As figuras sagradas começaram a
adquirir formas próprias (cânones), como a de Cristo – maduro, de cabelo comprido e
barba e gestos formais.
A composição seguia as regras da geometria, adaptando-se à forma dos
respetivos suportes arquitetónicos. As personagens estavam hierarquizadas de acordo
com a sua importância religiosa. Eram colocadas em simetria ou alinhamento
rítmico, feito pela isocefalia (colocação das cabeças das figuras à mesma altura). As
cenas tinham pouca perspetiva, pois quase nunca havia cenários. Eram, além disso,
narradas em poucos planos. Existia uma forte policromia.
Os relevos ostentavam motivos vegetalistas, geométricos e figurativos
(animalistas e antropomórficos). Os motivos vegetalistas, geométricos e animalistas
possuíam, geralmente, um caráter decorativo e submetiam-se às arquivoltas, frisos
exteriores, cornijas e capitéis dos colunelos das entradas.
Os antropomórficos orientavam-se segundo temas essencialmente religiosos,
que oscilavam entre o alegórico e o simbólico – relatavam histórias sagradas – Cristo
Pantocrátor, o Juízo Final, o tetramorfo, cenas do Novo e Antigo Testamentos, como
o Ciclo Pascal, com cenas da crucificação, da descida da Cruz, do Pentecostes –
descida do Espírito Santo sobre os apóstolos – e da Ascensão.
Por vezes, podiam aparecer cenas da vida quotidiana, com sentido metafórico
e místico. Estas centravam-se, sobretudo, nos portais e nos capitéis das igrejas e das
arcadas dos claustros. Constituíam, devido ao seu significado doutrinal, um autêntico
roteiro de ascese. Eram evangelhos de pedra – não necessitavam de palavras para ser
compreendidos – para o homem inculto.
Outros temas, de caráter mais alegórico e místico, encontram-se no exterior
das igrejas – capitéis, gárgulas (ou algerozes), aduelas das arquivoltas e nas mísulas
das cornijas (cachorradas). Incluíam o medo dos poderes demoníacos, o fim do
mundo, mitos pagãos e cenas do imaginário popular – o “Bestiário Popular”. Eram
figuras animalísticas: macacos, leões, tigres, grifos, demónios, figuras míticas e
híbridas; ou burlescas (cenas do “Bestiário Fabuloso”) – figuras grotescas em posições
obscenas. Desempenhavam, simbolicamente, um papel exorcizante, como que
afastando o “Mal” do espaço sagrado do templo – apotropaico.

3. Descrever um portal românico na sua estrutura arquitetónica e carga decorativa,


simbólica e doutrinal.
O portal significa o acesso à Casa de Deus, ao Paraíso e tem, por isso, temas
específicos.
O tímpano é o espaço mais ricamente decorado, pois é o maior e recebe a cena
principal, geralmente o Juízo Final. Nele, Cristo, o Pantrocrator está envolto na
mandorla ou amêndoa mística, que ocupa o centro. À volta estão os quatro
evangelistas ou os seus símbolos: o Anjo ou por vezes o Cordeiro de Deus ( agnus dei)
– São Mateus; o Leão – São Marcos; o Touro – São Lucas; a Águia – São João, que
formam o tetramorfo. Há, ainda, outras figuras adaptadas ao espaço existente. Podem
ser representados outros temas, como o do Juízo Final, mostrando os justos e os
pecadores.
Abaixo do tímpano, no lintel, surgem as figuras da igreja e motivos
vegetalistas e/ou geométricos. Nos tímpanos dos portais laterais aparecem episódios
da vida dos Santos e o tema do Agnus Dei.

4. Explicar a conceção simbólica do relevo arquitetónico no portal da Igreja românica.


Segundo a conceção simbólica do templo românico, o portal representa o
acesso à “Casa de Deus”, ao “Paraíso”, à proteção. Foi concebido como o pórtico da
“Glória”, ou do “Paraíso”. Isto explica a especificidade dos temas, dos programas e da
concentração decorativa que apresenta. O tímpano é o elemento mais ricamente
decorativo, com fins religiosos, pedagógicos e estéticos.

5. Explicar a importância da cor no revestimento dos relevos românicos.


A importância da cor no revestimento dos relevos românicos deve-se ao facto
de a sua policromia intensa e forte criar um efeito de maior vivacidade e ilusão, que
fascinava o cristão. Além disso, conferia uma maior simbologia – dominava o azul
(paraíso), o vermelho (inferno) e os dourados (a luz do sol ou o sagrado) para realçar
as outras cores.

6. Caracterizar a estatuária na arte românica.


A estatuária românica consistia, principalmente, em objetos de culto, como
Cristo, a Virgem ou os santos, sendo os mais comuns as Virgens. Havia, também,
estátuas jacentes em tampas de arcas tumulares.
Estavam destinadas a serem colocadas nas igrejas e nos altares domésticos para
adoração, sendo, assim, apenas trabalhadas na frente e nos lados.
A sua representação formal era estilizada, esquematizada e geometrizada. Não
tinha correção anatómica (cabeça desproporcional ao resto do corpo). Os rostos eram
estereotipados, sem individualidade.
As composições eram simples e esquemáticas, com posições rígidas, posturas e
gestos hieráticos. Eram inexpressivas. Eram feitas com metais preciosos, madeira,
gesso ou pedra estucada e depois policromadas.

7. Identificar as raízes da pintura românica.


A pintura românica tinha raízes paleocristãs, bizantinas, carolíngias,
otonianas, árabes e clássicas.

8. Caracterizar a pintura paleocristã e o mosaico bizantino.


A pintura paleocristã foi importante para a definição da arte cristã do ocidente
medieval. Nos séculos II a IV era feita nas catacumbas, mas a partir daí passou a ser
usada nas igrejas – interior das absides e das cúpulas –, para cobrir os seus interiores,
com frescos de cores suaves: a temática misturava temas sagrados baseados no Novo
Testamento (Batismo de Cristo, Cristo Bom-Pastor, Cristo rodeado pelos apóstolos ou
pelos quatro evangelistas) com motivos de origem vegetalista.
As composições eram delimitadas por linhas geométricas de cor. Eram planas
e lineares, sem profundidade espacial. Os corpos eram simplificados, com gestos
formais e simbólicos, e a expressão dos rostos era dada por olhos grandes, de olhar
penetrante.
O mosaico bizantino foi uma arte de esplendor, e a expressão artística mais
relevante do Império Romano do Oriente, a seguir à arquitetura. Influenciou a arte
parietal das igrejas românicas, da Itália à Rússia.
Os mosaicos cobriam as paredes e as absides das igrejas. Emocionavam o
espetador com a sua riqueza e brilhos cromáticos. Davam força emotiva aos temas de
inspiração bíblica e possuíam, ao mesmo tempo, uma representação esquemática e
decorativa sem preocupações de volume, modelação ou ilusão de profundidade. Os
gestos tinham um significado simbólico, e as imagens eram instrumentos de
comunicação para transmitir ideias. As cores das vestes e os adornos simbolizavam a
posição na hierarquia do império e da igreja. Possuía as mesmas normas da pintura.
Eram feitos com tesselas de vidro colorido. As temáticas eram de inspiração
bíblica e figuras históricas, como o imperador Justiniano e sua mulher Teodora.

9. Identificar as modalidades da pintura românica.


A pintura românica pode agrupar-se em duas modalidades: a pintura parietal,
que decorava os interiores arquitetónicos e era realizada a fresco ou a têmpera; e a
pequena pintura, que era executada nos livros, constituída por miniaturas ou
iluminuras e era realizada a têmpera.

10. Caracterizar a pintura românica.


Na pintura românica, predominava a temática religiosa, organizada em ciclos
narrativos, que contavam histórias da Bíblia, do Antigo e Novo Testamento, da vida
de Cristo e dos santos e das visões apocalípticas.
Era uma pintura concetual, que consistia na transmissão de mensagens – de
acordo com a doutrina cristã. O desenho sobrepunha-se à cor, mantendo as linhas
estruturantes visíveis. Existia uma falta de rigor anatómico e deformação de modo a
acentuar os traços expressivos e a adaptar-se ao espaço. As posições eram formais e
rígidas, desarticuladas. Os corpos eram enquadrados em cenários simbólicos e
exíguos, sem perspetiva. A cor era aplicada a cheio, quase sem matizes ou
sombreados, acentuando a bidimensionalidade da pintura.
Quanto à composição, seguia esquemas geométricos complexos, onde
predominavam os retângulos e os círculos. Possuíam um elevado sentido rítmico,
causado pela repetição, na horizontal, de figuras ou modelos. As cenas eram contadas
em bandas ou faixas e eram ajustadas para caberem nos suportes arquitetónicos e
separadas por faixas com motivos geométricos ou naturalistas. Os fundos eram lisos e
monocromáticos, e os contornos grossos.
Nas igrejas, tinha funções religiosas, pedagógicas, estéticas e narrativas (as
mesmas que a escultura). Revestia as absides, as paredes da capela-mor e das naves
laterais e os frontais dos altares. Eram usados: frescos, ícones (painéis de madeira)
pintados a têmpera, e esculturas de pedra e madeira lavradas.
No Oeste de França os frescos eram policromados, com fundos claros e
tonalidades brilhantes, quase transparentes – influência germânica. Em Espanha
eram usadas cores intensas, com brilhos metálicos – influência árabe. Em Itália os
fundos eram escuros e as cores fortes – influência bizantina.
11. Descrever a técnica dos murais românicos.
Os murais românicos eram realizados de duas maneiras diferentes. Na
primeira, a parede era preparada com um rebocado de cal, sobre o qual se traçava o
desenho. As camadas de cor eram-lhe aplicadas depois de seco, a têmpera, primeiro
os tons mais escuros, que ocupam o fundo, e depois os mais brilhantes – maneira
grega ou bizantina – fresco-seco.
Na segunda, em vez de se aplicar a pintura sobre uma base previamente seca,
a cor era aplicada sobre um reboco que se ia humedecendo à medida que se
aplicavam as cores, que ficavam assim mais transparentes. O fundo raramente era
colorido – tradição germânica, otoniana.

12. Identificar as origens da pintura e o contexto da produção dos livros manuscritos.


A pintura sobre os livros sagrados desenvolveu-se na Idade Média (séc. V),
sob influência paleocristã. Estava ligada à tradição monástica, pois era realizada nos
scriptoria das catedrais ou dos mosteiros e conventos, pelos monges copistas, que
copiavam os livros manuscritos. Estes estavam, também, encarregues de ilustrar as
obras com desenhos pintados, fantasiosos, de elevado sentido decorativo. Crê-se que
muitos monges se tenham ocupado exclusivamente com as iluminuras, tornando-se
numa espécie de especialistas.

13. Identificar as temáticas dos livros manuscritos.


As temáticas dos livros manuscritos eram, tal como na pintura mural,
maioritariamente religiosas, onde eram contadas histórias da bíblia: Antigo e Novo
Testamento, Vida de Cristo e dos Santos e visões apocalípticas. Podia depender das
preferências do comprador e do tema do códice encomendado.

14. Caracterizar a pintura dos livros sagrados – os códices.


A pintura dos livros sagrados era realizada pelos monges copistas, que
copiavam os manuscritos, e estavam também encarregues de os ilustrar com
desenhos pintados.
Eram usados como motivos decorativos pessoas, animais, elementos
vegetalistas estilizados e formas geométricas e abstratas de elevado sentido
decorativo.
Eram organizadas em cenas narrativas ou descritivas. As composições
possuíam uma fantasia do colorido, ritmo e movimento. Eram mais originais e
diversificadas do que os frescos. Seguia as mesmas regras da pintura mural.
Os livros manuscritos eram raros e preciosos, estando assim destinados a uma
pequena clientela de eruditos, os únicos que os podiam apreciar numa época de
barbárie e analfabetismo. Estavam destinados a um público mais exigente, que sabia
ler e entendia as simbologias.

15. Distinguir nas suas características estilísticas e formais as diferentes oficinas de


iluminuras na Europa.
As oficinas alemãs caraterizavam-se por composições simples e equilibradas
sobre fundos negros – tradição do classicismo carolíngio e otoniano.
As oficinas inglesas tinham estilos mais vivos, com formas naturalistas e de
sentido burlesco – herança das iluminuras irlandesas e anglo-saxónicas.
As oficinas italianas derivavam da tradição pictórica bizantina.
As oficinas espanholas moçárabes caraterizavam-se pelo grafismo e colorido
intenso – influência árabe.

16. Descrever o trabalho realizado num scriptorium medieval.


Os monges cortavam e aparavam as folhas de velino ou pergaminho, e
preparavam-nas no tamanho do livro. As páginas eram pautadas, e o texto era
copiado por copistas ou escribas, a tinta preta. Eram deixados espaços para os títulos e
cabeçalhos, que eram escritos a tinta vermelha – tinham o nome de ‘rúbricas’, o
nome do pigmento vermelho usado para a tinta. Outros artesãos decoravam os
manuscritos. A tinta usada era o guache, uma mistura opaca de pigmentos e um
aglutinante, como a goma-arábica. Um dos pigmentos mais usados era um óxido
vermelho de chumbo – minium, quem trabalhasse com eles era um miniator, e o
trabalho realizado por eles era a miniatura.

17. Caracterizar a arte muçulmana na sua uniformidade.


A arte muçulmana apresenta duas caraterísticas: a diversidade, devido às
influências de outros tipos de arte e a unidade dada pela religião e pelo poder
político.
As suas caraterísticas de uniformização são: a fidelidade, temática e formal aos
preceitos do Corão; a valorização da arquitetura como arte maior; o aniconismo –
proibição da representação figurativa; a tendência para a geometria, tanto na
arquitetura como na decoração; a atenção às artes aplicadas: cerâmica, azulejaria,
estuques decorativos e tapeçaria; gosto pelo luxo e exuberância.

18. Identificar os grandes centos produtores da arte muçulmana.


Os principais centros produtores da arte muçulmana são: Damasco, Bagdad,
Samarra, Cairo, Samarcanda e Istambul. Na Europa, eram Córdova e Granada, em
Espanha.
19. Explicar a importância da arquitetura no contexto da arte muçulmana.
A importância da arquitetura na arte muçulmana deve-se ao facto de esta ser
a expressão do génio prático e do elevado sentido estético dos povos árabes.

20. Identificar os materiais utilizados na construção islâmica.


Os materiais utilizados na construção islâmica eram a pedra, o tijolo cru, o
gesso ou estuque, que eram associados a mármores, brecha, madeiras, azulejos e
mosaicos.

21. Explicitar os elementos técnico-estruturantes da arquitetura muçulmana.


Arcos de formas variadas. Os mais comuns eram os arcos em ferradura e os
aperaltados
Abóbadas simples e de pendentes e cúpulas abatidas ou bulbónicas, sobre
tambores e pendentes, como cobertura, decoradas com muqarnas (pequenas
saliências em escada, que parecem estalactites pendentes). Haviam, também, tetos
planos, em madeira, com artesoados.
Colunas com fuste liso e capitéis lavrados com rendilhados florais estilizados.
Usadas como elemento de sustentação.

22. Caracterizar as diferentes tipologias da arquitetura muçulmana, na planta,


estrutura e decoração arquitetónica e função.
As mesquitas eram lugares para rezar, e os centros religiosos mais importantes
das cidades. Não era considerada a casa de Deus, apenas casa de oração.
As plantas eram retângulares ou quadrangulares. Tinham uma sala funda
(haram), com a qibla orientada para Meca. Era coberta por um teto plano ou por
cúpulas ou abóbadas, com telhados de duas águas. Tinha um extenso pátio descoberto
– sahn – rodeado por pórticos, com uma fonte ao centro, para abluções (rituais de
purificação).
O haram era uma sala hipostila, cheia de colunas, organizadas em naves
paralelas, perpendiculares à parede do fundo, a qibla. Ao seu centro estava o mimbar,
cadeira-trono onde o imã (pregador, celebrante do ofício religioso) pronunciava a
jutua ou jutba, alocução de sexta-feira, dia de oração coletiva. Ainda na qibla ficava o
mirhab, pequena sala ou nicho, onde se guardava o Corão. Era a zona mais decorada
da mesquita.
Tinha uma torre, o minarete, de onde o muezim (servidor da mesquita)
chama os crentes para a oração.
As madrasah eram escolas de teologia, em regime de internato, para estudar o
Corão.
As plantas desenvolviam-se em volta de um pátio aberto, rodeado de
dormitórios, salas comuns e uma mesquita privada, no aldo virado para Meca. Ex.:
Mus-Tansiriyya, Bagdad.
Os mausoléus eram pouco incentivados pela religião. Eram túmulos que
serviam para homenagear, na morte, guerreiros e príncipes. Ex.: Taj Mahal, Agra.
Os palácios (arquitetura áulica ou palaciana) eram o centro político e
administrativo das cidades, assim como a morada de reis e príncipes. Servia, também,
por vezes, de fortaleza.
Tinham plantas quadradas, com muitos aposentos dispostos de forma
labiríntica, em torno de um pátio interior aberto, também quadrangular, que possuía
fontes e jardins. Eram rodeados por muros altos e torres de vigia. Exteriormente,
assemelhava-se a uma fortaleza. Foram evoluindo para um modelo mais aberto, com
vários pavilhões rodeados de jardins.
Os ribat (convento fortificado) eram destinados às obrigações militares da
Guerra Santa, e também para fins religiosos – retiro e oração.
A planta era quadrada, com torres de vigia nos quatro ângulos. Tinha, no seu
interior, habitações, armazéns e uma mesquita. Ex.: Ribat de Susa

23. Identificar os vários tipos de edifícios da arquitetura religiosa muçulmana.


Mesquitas, madrasah e mausoléus.

24. Descrever a mesquita quanto à planta, estrutura e função.


Questão 22.

25. Referir a importância das artes decorativas ou ornamentais na arte muçulmana.


A arte era anicónica e simbólica e o valor descrito das imagens para evitar a
idolatria, pois o homem não podia representar o mundo físico. Sendo assim, os
motivos substituíam essas decorações.
Nota: inscrições na pedra - epigrafia

26. Demonstrar a influência do aniconismo nas temáticas decorativas das artes


menores.
O aniconismo influenciou as temáticas decorativas das artes menores, de
modo que estas possuíam apenas motivos geométricos, vegetalistas, simbólicos, e
florais, assim como arabescos. Quanto estes apresentavam elementos figurativos,
estavam estilizados, de modo a evitar a representação do mundo. Nota-se, assim, a
ausência da representação do mundo real.
27. Caracterizar a decoração desenvolvida na cerâmica, azulejos, miniatura e tapetes.
A cerâmica era decorada com desenhos geométricos e elementos figurativos
estilizados. A coloração em esmalte e a técnica do vidrado com lustro davam-lhe
cores brilhantes, com reflexos metálicos.
Os azulejos eram profusamente decorados com elementos florais e
geométricos.
As miniaturas usavam motivos geométricos e naturalistas estilizados e,
principalmente a caligrafia e o alfabeto árabe (arabescos).
Os tapetes tinham um rebordo (moldura), e um campo central, que podia
estar dividido em vários painéis, ou então decorado com motivos geométricos e
simbólicos, repetidos segundo uma ordem determinada. Havia três tipos: de nós
(goliboft), tecidos (kilims ou karamani) e bordados (sumak).

28. Caracterizar a arte moçárabe, quanto ao espaço, tempo e influências.


A arte moçárabe foi produzida pelos cristãos da Península Ibérica sob o
domínio árabe, entre os sécs. IX e XI. Apresenta influências hispano-visigóticas,
muçulmanas, tardo-romanas, asturianas e califais.

29. Caracterizar a arte moçárabe na arquitetura, escultura e pintura.


A arquitetura era caracterizada por plantas de cabeceira reta, absides
contrapostas, coberturas em abóbadas ou planas e o uso sistemático do arco em
ferradura. Eram construções em pedra, alvenaria e tijolo.
Na escultura predominavam os relevos, situados nos modilhões dos beirais dos
telhados, nos capitéis e nas aras de altar. Tinham motivos geométricos, naturalistas e
figurativos. Na arte móvel destacavam-se os trabalhos do metal, numa técnica de fino
cinzelado, semelhante à filigrana. A estatuária era proibida.
Na pintura, não restam vestígios senão as miniaturas. Estavam recheadas de
fantasia e eram realizadas numa ampla e viva gama cromática. Estes aspetos
influenciaram as iluminuras românicas.

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