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Caderno de Exercícios de
Fonética e Fonologia
FALE – UFMG
www.letras.ufmg.br/cristofaro
www.cefala.org/fonologia
Conteúdo
1. Símbolos fonéticos
2. Fonemas
3. Exercicios 01 a 12
Caderno de Exercícios de Fonética - © Thaïs Cristófaro Silva - FALE – UFMG thaiscristofaro@gmail.com 2
Símbolos fonéticos
Símbolos fonêmicos
Exercício 01
a. vozeado
b. desvozeado
c. nasal
d. oral
e. oclusivo
f. fricativo
g. lateral
h. bilabial
i. alveolar
j. velar X
2. Selecione uma das palavras abaixo cujo segmento inicial corresponda ao segmento
listado abaixo.
3. Para cada um dos segmentos listados abaixo escreva o correspondente vozeado. Siga o
exemplo.
X
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Exercício 02
Exercício 03
Exercício 04
Anterior
Central
Posterior ɔ
Alta
Média-alta
Média-baixa ɔ
Baixa
3. Agrupe na tabela as palavras listadas abaixo de acordo com a vogal tônica. Cinco
palavras devem ser classificadas para cada uma das vogais.
pelo vida tatu saci jabá meleca camelo ajuda pipa moço mola lodo foto
Exercício 05
Exercício 06
1. Preencha a tabela abaixo com os segmentos vocálicos orais encontrados para o seu
idioleto nos dados acima
baixa
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Exercício 07
Exercício 08
Exercício 09
Sua transcrição
Transcrição Alternativa
X
X
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Exercício 10
Compare a sua tabela destacável A com aquela apresentada em Callou & Leite (1990), pg
69, e responda:
1. Sua tabela é igual ou diferente daquela apresentada em Callou e Leite (1990) pg 69?
Há algumas diferenças. Primeiramente, podemos comparar os róticos (sons que se
relacionam ao r). Na tabela de Callou & Leite há a vibrante múltipla rsom não presente na
tabela do idioleto proposto (mineiro belorizontino). Na tabela proposta aparecem as
fricativas , , X e no lugar da vibrante múltipla. Além disso, as palatais e foram
substituídas por yerespectivamente. Ainda, há a os segmentos africados e ,
inexistentes na tabela proposta por Callou & Leite. Por fim, na tabela do idioleto ocorre
[w], a vocalização da lateral [] em coda (final de sílaba).
2. Faça uma lista comparando os sons que você encontrou em sua tabela com os sons
apresentados em Callou & Leite (1990).
3. Que segmentos ocorrem em sua tabela mas não na de Callou & Leite (1990)?
w,
4. Que segmentos ocorrem na tabela de Callou & Leite (1990) mas não em sua tabela?
r,
5. Tente explicar a diferença existente entre a sua tabela e a de Callou e Leite (1990).
Cada idioleto apresenta particularidades diferentes e, conseqüentemente, é natural esperar-
se variações nos sons. A tabela de Callou e Leite (1990), por apresentar a vibrante múltipla
r, a não vocalização da lateral, a presença da lateral e nasal palatal (em detrimento a
lateral+glide secundário e g glide nasal , respectivamente), parece indicar que se trata
do idioleto de uma pessoa mais velha.
Correspondência de símbolos
Callou & Leite (1990) IPA
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Exercício 11
1. Contraste a análise vocálica proposta em Cristófaro Silva (1999) com aquela proposta em
Callou & Leite (1990). Indique pelo menos uma semelhança e uma diferença entre as
análises.
Semelhança:
- Reconhecimento de sete vogais orais tônicas.
- Neutralização das pós-tônicas finais.
- Variação no timbre das pré-tônicas.
Diferença:
- Análise de Cristófaro Silva (1999) apresenta quadros diferenciados para pós-tônicas, pré-
tônicas e nasais enquanto Callou Leite (1990) propõe apenas uma tabela, das vogais
tônicas.
- Callou Leite (1990) apresenta análises fonéticas, fonológicas e inclusive traços distintivos
numa mesma análise, enquanto que Cristófaro Silva (1999) resume-se, nessa sessão, numa
análise estritamente fonética.
Nas palavras não-derivadas temos vogais médias abertas (leve, sóbrio) e vogais médias
fechadas (povo, gelo). Nestas palavras as vogais estão em posição tônica. Nas palavras
derivadas observa-se que para os itens (2, 5, 8, 11) em posição pretônica pode ocorrer uma
vogal média fechada ou aberta. Por outro lado, nos itens (3, 12) em posição pretônica deve-
se obrigatoriamente ter uma vogal média aberta. Já nos itens (6, 9) em posição pretônica
deve-se obrigatoriamente ter uma vogal média fechada. Justifique tal comportamento. Em
outras palavras, explique por que em algumas palavras derivadas pode-se encontrar vogais
médias abertas ou fechadas e em outro grupo de palavras a vogal deve ser OU fechada OU
aberta.
No português brasileiro, as média-altas e média-baixas ([e] e []; e [] e []) neutralizam
seu grau de abertura em posição pretônica. A produção de uma ou outra variante é
determinada por questões dialetais. Contudo, em palavras derivadas com os sufixos –íssim,
–inh (–zinh) ou –mente, a vogal tônica da palavra primitiva é mantida.
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Exercício 12
2. Mattoso Câmara (1970) argumenta que vogais nasais devem ser interpretadas como
(vogal oral+arquifonema nasal) na representação fonêmica. Seguindo a análise proposta por
ele, liste os argumentos que sustentam tal hipótese.
Assumindo-se a existência de um arquifonema nasal /N/, assume-se que as vogais nasais
possuem a estrutura silábica de uma sílaba fechada. De fato, algumas evidências
demonstram esse comportamento:
● A não-crase quando a vogal nasal é seguida de uma palavra começada por consoante:
assim, ocorre em “l[ã] [a]zul” e não “*l[ã]zul” ou “*l[a]zul”.
● A existência do R forte após sílabas fechadas (Israel [) e consoantes nasais
(genro [„).
● Não há hiatos com a primeira vogal nasal [*]. Nos casos que isso poderia ocorrer,
uma consoante nasal emerge (valentona ).
● Não há o contraste como entre vogais nasais seguidas de pausa no PB, como [„] e
entre estas e a vogal oral correspondente - como [„]. O francês apresentaria essa
propriedade com as formas: [„] beau, [] bon e [] bonne.
3. Argumente a favor da hipótese de contraste fonêmico entre vogais orais e nasais. Caso
considerássemos as vogais nasais como fonemas do português (por exemplo „mito/minto‟
seriam pares mínimos) qual seria a conseqüência para o inventário fonêmico?
Continuaríamos a ter o mesmo número de fonemas?
Os pares mínimos caracterizaram a oposição fonêmica entre as vogais orais e nasais no
português. Desta maneira, além das 7 vogais orais haveria ainda 5 vogais nasais
correspondentes, aumentando o inventário fonêmico do PB.
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5. Mattoso Câmara (1953) argumenta que glides devem ser interpretados como consoantes
em termos fonêmicos. Em (1970) o mesmo autor demonstra que sua análise de (1953) não
se adequava e propõe que glides sejam então interpretados como segmentos vocálicos em
termos fonêmicos. Apresente os argumentos que justificam a análise do autor em (1953).
Liste ainda os argumentos que contribuíram para a mudança de análise em (1970).
Interpretando-se os glides como consoantes em termos fonêmicos (/y, w/) assume-se o
padrão fonotático CVC e as sílabas em que os glides aparecem podem ser interpretadas
como sílabas fechadas, como argumenta Mattoso Câmara (1953). Dessa maneira, apesar de
acrescentarem-se mais dois fonemas à estrutura fonêmica, exclui-se o sistema fonotático
CVV. Já em (1970) o autor interpreta os glides como segmentos vocálicos (assumindo-se o
padrão fonotático CVV) devido à distribuição do “r, s”. Se os glides funcionarem como
consoantes, após os mesmos, a sibilante deve ser desvozeada e o R forte deve ocorrer,
como em genro [„] e Israel [Contudo, vê-se que após glides ocorre o R
fraco: beira ] e a sibilante vozeada: pausa [].
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Referências bibliográficas
CALLOU, Dinah. LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1990.
CAMARA JR, Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1970.