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Fredson Rodrigues Borges

AGENTE QUÍMICO

Pós-Graduação em Segurança do Trabalhador


Montes Claros – 2015
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ÍNDICE

1. Introdução...........................................................................................................3
2. Definições..........................................................................................................3
2.1 Efeitos no organismo......................................................................................5
3. Ventilação natural.............................................................................................8
4. Ventilação geral...............................................................................................10
4.1Ventilação geral para conforto térmico........................................................12
4.2Ventilação geral diluidora...............................................................................13
4.3Ventilação local exaustora............................................................................ 16
4.3.1Princípios de exaustão..................................................................................17
Bibliografia.............................................................................................................20
Resenha..................................................................................................................21
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1 INTRODUÇÃO

AGENTE QUÍMICO

Qualquer elemento ou composto químico,isolado ou em


mistura, que seja produzido, utilizado ou libertado em consequência de uma
actividade laboral, inclusivamente sob a forma de resíduos, seja ou não
intencionalmente produzido ou comercializado. A utilização dos agentes químicos
numa empresa, obriga ao conhecimento dos riscos por parte do:
 Empregador;
 Técnico e/ou técnico superior de segurança;
 Médico do trabalho;
 Trabalhadores.

2. DEFINIÇÕES

Agente químico - Qualquer elemento ou composto químico, só ou em misturas,


quer se apresente no seu estado natural quer seja produzido, utilizado ou libertado,
inclusivamente libertado como resíduo, por uma atividade laboral, quer seja ou não
produzido intencionalmente ou comercializado.
Agente químico perigoso - Qualquer agente químico classificado como
substância perigosa de acordo com os critérios constantes do anexo VI da Portaria
n.º 732-A/96, de 11 de Dezembro (1.º Supl.), quer a substância esteja ou não
classificada ao abrigo deste diploma, e que não faça parte das substâncias que só
preenchem os critérios que as classificam como perigosas para o ambiente, ou, -
qualquer agente químico classificado como preparado perigoso na acepção do
Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de Abril, quer o preparado esteja ou não
classificado ao abrigo deste diploma e que não faça parte dos preparados que só
preenchem os critérios que os classificam como perigosos para o ambiente, ou, -
qualquer agente químico que, embora não preencha os critérios que o classificam
como perigoso nos termos dos parágrafos anteriores possa, devido às suas
propriedades físico-químicas, químicas ou toxicológicas e à forma como é utilizado
ou está presente no local de trabalho, apresentar riscos para a segurança e a
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saúde dos trabalhadores, incluindo qualquer agente químico que esteja sujeito a
um valor-limite de exposição profissional.
Na realidade, e conforme mencionado no último parágrafo, a temperatura ou a
pressão a que o agente se encontre, a sua capacidade para deslocar o oxigênio ou
a forma física em que é utilizado ou manipulado constituem igualmente É
importante salientar que não são só as propriedades toxicológicas ou físico-
químicas dos agentes químicos que conduzem água classificação como perigosos
para os efeitos da legislação aplicável características de perigosidade. Assim, o
vapor de água pode representar um risco se encontrar, por exemplo, a 150°C, do
mesmo modo que um sólido inerte sob a forma de um pó respirável (alguns
Estados-Membros têm um valor-limite de exposição profissional para este caso,
como partículas não classificadas de outra forma). De acordo com esta definição e
com as definições anteriores, tanto as propriedades intrínsecas do agente químico
(propriedades toxicológicas e físico-químicas) como a forma em que é utilizado ou
se encontra presente no local de trabalho constituem a perigosidade do agente
químico quando tiverem potencial para provocar danos. Perigo Propriedade
intrínseca de um agente químico com potencial para provocar danos. Assim, tanto
as propriedades intrínsecas do agente químico (propriedades toxicológicas e físico-
químicas) como a forma em que é utilizado ou se encontra presente no local de
trabalho constituem a perigosidade do agente químico quando tiverem potencial
para provocar danos.
Risco possibilidade de que o potencial para provocar danos se realize nas
condições de utilização e/ou exposição. Na valoração do risco intervêm pois duas
variáveis: o dano e a probabilidade da sua realização. Por conseguinte, deve
conhecer-se não só a perigosidade intrínseca do agente, mas também as
condições de utilização e manipulação, incluindo as medidas de proteção e
prevenção existentes. Assim, pode afirmar-se que, perante a presença de ácido
sulfúrico numa empresa, existirá sempre perigo. No entanto, pode falar-se de um
nível de risco quase inexistente se o ácido sulfúrico se encontrar acondicionado em
recipientes de segurança estanques, se o processo for fechado, etc.
Exposição a agentes químicos: Qualquer situação laboral em que se verifique a
presença de um agente químico e em que este entre em contacto com um
trabalhador, normalmente pela via cutânea ou inalatória.
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Acidente com agentes químicos Acontecimento anormal durante o trabalho que se


apresenta de forma repenti- na e inesperada e que provoca uma exposição brusca
dos trabalhadores a agentes químicos ou à energia por eles libertada

2.1 EFEITOS NO ORGANISMO

Os agentes químicos podem causar danos no organismo humano quer


diretamente quer gerando alguma forma de energia que possa ter um efeito
prejudicial para a saúde humana. No primeiro caso, para que um agente químico
possa causar danos diretamente no organismo humano é condição necessária
(mas não suficiente) que as suas moléculas entrem em contacto com alguma parte
do corpo. O dano pode manifestar-se de forma rápida ou mesmo imediata após o
contacto (efeito agudo), ou revelar-se a longo prazo, normalmente na sequência de
uma exposição repetida ao longo do tempo (efeito crônico).

Vias de penetração

 Via respiratória: o ar entra pelo nosso nariz e junto com ele podem vir as
várias substâncias químicas que estiverem no ambiente.
 Via dérmica: direto na pele ou penetrando nela.
 Via digestiva: Em geral ocorre acidentalmente, por contaminação quando se
tem o hábito de comer, beber ou fumar no ambiente de trabalho.
 A ação da substância no corpo, vai depender das suas características
químicas.
 Ácido forte (muriático): podem ocorrer queimaduras na pele, se o ácido cair
na mão ou outra parte do corpo, ou queimaduras no nosso nariz, até na garganta,
se nós respirarmos o gás que sai do frasco.
 Tinta com solvente: ao respirar o vapor que sai da tinta, pode gerar dor de
cabeça, tontura, enjôo, sentir dificuldade para dormir, fraqueza, e com o tempo
pode ter perda de memória e outros sintomas que podem ser devido ao solvente.
 Narcóticos: produzem inconsciência (clorofórmio, éteres, alcoóis, acetonas)
 Asfixiantes: impedem o organismo de obter ou utilizar o oxigênio do ar
atmosférico (monóxido de carbono (CO), metano, acetileno, etc.). Causam: dores
de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma, morte.
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 Irritantes e corrosivos: provocam alterações na pele ou mucosas (cimento,


ácidos, bases). Anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos. Ação depressiva
sobre o sistema nervoso, danos aos diversos órgãos e ao sistema formador do
sangue (benzeno ) e outros. Ex: butano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono,
tricloroetileno, benzeno, tolueno, xileno, alcoóis.
 Teratogênicos: produzem malformações no feto (substâncias radioativas).
 Fumos metálicos: Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos
metálicos e intoxicação específica, de acordo com o metal. (soldagem,
derretimento de chumbo).
 Neurotóxicos: produzem alterações no sistema nervoso (anilina, chumbo,
mercúrio, benzeno, solventes em geral);
 Carcinogênicos: produzem tumores malignos (amianto, benzeno, cádmio,
cromo);
 Mutagênicos: produzem problemas hereditários (éteres de glicol, chumbo,
benzeno);

Os agentes uímicos podem existir em suspensão na atmosfera no estado sólido:


 s
 Poeiras;
 São partículas de forma irregular;
 De substâncias cristalinas ou não;
 Resultam do manuseamento de materiais sólidos ou de processos
 Mecânicos de desintegração;

Podem ser constituídos por aglomerados de várias partículas. Regra geral, o seu
diâmetro projectado varia entre 1 Cm e 25 Cm.
As poeiras quanto ao tipo de lesão que ocasionam, podem distinguir-se em:

 Poeiras inertes
 Não produzem alterações fisiológicas significativas, embora possam
 Ficar retidas nos pulmões. Somente apresentam problemas em
 Concentrações muito elevadas.
Exemplos: alguns carbonatos, celuloses, caulinos.
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 Poeiras fibrogénicas ou pneumoconióticas: são poeiras susceptíveis de


provocar reações químicas ao nível dos alvéolos pulmonares, dando origem a
doenças graves (pneumoconioses). Exemplos: sílica livre, cristalina (silicose),
amianto (asbestose).

 Poeiras sensibilizantes: Podem atuar sobre a pele (sensibilizantes por


penetração cutânea) ou sobre o aparelho respiratório (sensibilizantes por inalação)
Exemplos: Madeiras tropicais, cromatos, resinas.

 Poeiras tóxicas (sistêmicas): Podem causar lesões em um ou mais órgãos


viscerais, de uma forma rápida e em concentrações relativamente baixas
(intoxicações crônicas). As maiorias das poeiras metálicas são tóxicas. Destacam-
se entre outras as de chumbo, cádmio, manganês, berílio, crómio, etc. Podem
ainda originar cancro e alterações no sistema nervoso central.

Fibras: Partículas aciculares de natureza mineral ou químicas provenientes de


desagregação mecânica e cuja relação comprimento / largura é superior a 5:1.

Fumos: Mistura de partículas de pequena dimensão procedentes de uma


combustão incompleta (smoke) ou resultante da sublimação de vapores metais
fundido (fume).

Estado Líquido - AEROSSÓIS (MIST): Partículas esféricas líquidas, cuja


dimensão não é visível, provenientes da dispersão mecânica de líquidos.

NEVOEIROS OU NEBLINAS (FOG): Suspensão no ar de gotículas líquidas


visíveis, provenientes da condensação de vapor.

ESTADO GASOSO - Estado físico normal de certas substâncias a 25º C e 760 mm


Hg de pressão:

 Irritantes: Têm uma ação química ou corrosiva, produzindo inflamação dos


tecidos com os quais entram em contacto. Atuam principalmente sobre os tecidos
de revestimento e epiteliais como a pele, mucosas das vias respiratórias,
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conjuntiva ocular, etc. Os irritantes muito solúveis são absorvidos pelos primeiros
tecidos epiteliais que encontram, ou seja, quando penetram pela via respiratória,
são essencialmente absorvidos ao nível do nariz e da garganta (Exemplo:
amoníaco). Os irritantes de solubilidade moderada atuam em todas as partes do
sistema respiratório (Exemplo: cloro e ozono).

 Neblinas asfixiantes: Podem ser classificados em simples e químicos. Os


simples são os que, sem interferir nas funções do organismo, podem provocar
asfixia por reduzirem a concentração de oxigênio no ar. Exemplos: azoto
hidrogênio, acetileno. Os de atuação química interferem no processo de absorção
de oxigênio no sangue ou nos tecidos. Exemplos: monóxido de carbono, cianetos.

 Narcóticos ou Neurotóxicos: Apresentam uma ação depressiva sobre o


sistema nervoso central, produzindo efeito anestésico, após terem sido absorvidos
pelo sangue. Exemplos: éter etílico, acetona.

 Tóxicos (sistêmicos): Os vapores orgânicos são produtos tóxicos sistêmicos e


tal como as poeiras anteriormente referidas podem causar lesões em vários
órgãos, tais como o fígado e os rins. É o caso dos hidrocarbonetos halogenados
(tetracloreto de carbono, tricloroetileno, clorofórmico). Os hidrocarbonetos
aromáticos, por exemplo são particularmente lesivos, podendo acumular-se nos
tecidos gordos, na medula óssea e no sistema nervoso. De entre os aromáticos
deve destacar-se o benzeno que surge frequentemente como impureza de
solventes para pintura e de combustíveis e pode provocar leucemia.

3. VENTILAÇÃO NATURAL

A ventilação natural é o movimento de ar num ambiente de


trabalho, provocado por ventos externos e que pode ser controlados por meio de
aberturas, como portas, janelas, etc. Infiltração é o movimento do ar não
controlado, de fora para dentro e de dentro para fora de um ambiente, através de
frestas de janelas e portas, de paredes, pisos e forros, e por outras aberturas
existentes.
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Figura 1. Exemplo de circulação de ar num ambiente.

O fluxo de ar que entra ou sai de um edifício por ventilação


natural ou infiltração depende da diferença de pressão entre as partes interna e
externa e da resistência ao fluxo fornecido pelas aberturas. A diferença de
pressões exercida sobre o edifício pelo ar pode ser causada pelo vento ou pela
diferença de densidade de ar fora e dentro do edifício. O efeito de diferença de
densidade, conhecido como "efeito de chaminé", é freqüentemente o principal
fator. Quando a temperatura no interior de um determinado ambiente é maior que a
temperatura externa, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar
entra pelas partes inferiores, o que causa uma pressão interna positiva, e um fluxo
de ar sai nas partes superiores do edifício (vide Figura 2).

Figura 2. Exemplo de
circulação de ar num
ambiente com sistema de
exaustão natural
10

Ti - Temperatura interna,
Te - Temperatura externa.

Figura 2. Circulação de ar num ambiente quando Ti >Te.

As janelas têm a vantagem de iluminar, bem como de


ventilar, quando abertas. As partes móveis dessas aberturas permitem até certo
ponto o controle da quantidade de ar que esta sendo movimentada; defletores
podem ser usados para controlar a distribuição das correntes. As aberturas no
telhado são geralmente protegidas por uma cobertura, para impedir a entrada de
chuva e reversão do ar que sai. A quantidade de ar que passa através da abertura
depende da diferença de temperatura interna e externa.
Em resumo, os efeitos da corrente de ar num ambiente
dependem dos seguintes fatores:

 Movimento devido aos ventos externos;


 Movimento devido á diferença de temperatura;
 Efeito de aberturas desiguais

As regras gerais para construção de edifícios são:

A - Edifícios e equipamentos em geral devem ser projetados para ventilação


efetiva, independente das direções de vento.
B - Aberturas como portas, janelas, etc. não devem ser obstruídas.
C - Uma quantidade maior de ar por área total abertura é obtida usando se áreas
iguais de aberturas de entrada saída.

4. VENTILAÇÃO GERAL

A ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle


de um ambiente ocupacional. Consiste em movimentar o ar num ambiente através
de ventiladores. Também chamada ventilação mecânica. Um ventilador pode
insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse mesmo
ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no sentido de exaurir ar
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de um ambiente e comumente chamado de exaustor. Num ambiente, a pressão


atmosférica comum, a insuflação e a exaustão provocam uma pequena variação
da pressão (considerada desprezível). Dessa forma, a insuflação é chamada de
pressão positiva e a exaustão de pressão negativa.
A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos:
 Insuflação mecânica e exaustão natural;
 Insuflação natural e exaustão mecânica;
 Insuflação e exaustão mecânica.

A insuflação mecânica, ventilando ar externo num ambiente, nem sempre é


recomendável, uma vez que o ar externo pode estar contaminado de impurezas,
ou ainda, com temperatura e umidade relativa inadequadas.

Definições
Vazão: Q
É um volume de ar que se deslocou num ambiente ou numa tubulação na unidade
de tempo, sendo v o volume medido em:
Q=V
T
Sendo V o volume medido em m³ (metros cúbicos) ou Ft³ ( pés cúbicos) e o T o
tempo medido em: h (hora) ou min. (minutos). Dessa forma, a vazão de ar será
medida nas unidades: m³/h (metros cúbicos por hora) ou Ft³/min (pés cúbicos por
hora), também escrita sob a forma CFM (cubic feet per minute).
Velocidade: v
É a distancia percorrida por um ponto material na unidade de tempo.
V=d
t
Sendo d a distância medida em: m (metros) ou Ft ( pés ), e t o tempo medido em:
s (segundos) ou min (minutos).
Dessa forma, as unidades de velocidade de ar serão: n/s (metros por segundo) ou
Ft/min o ( pés por minuto) também escrita sob a forma FPN (feet per minute).
Taxa de renovação de ar: T
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Entende-se por taxa de renovação ou numero de trocas de ar num ambiente o


numero de vezes que o volume de ar desse ambiente é trocado na unidade de
tempo.
T=Q
V
Sendo Q a vazão e V o volume.
A relação entre a vazão e o volume resulta em um numero que depende somente
do tempo. Por exemplo, quando a vazão é expressa em m/h e o volume em m3/ h,
e o volume em m³, resulta um numero T expresso por hora.

4.1 VENTILAÇÃO GERAL PARA CONFORTO TÉRMICO

No campo da ventilação industrial e da não industrial, a


ventilação destinada à de conforto térmico é das mais importantes e possui tal
extensão que constitui um capitulo especial. Neste tópico serão abordados apenas
conceitos básicos sobre o assunto e serão fornecidos alguns dados preliminares
para uma iniciação e elaboração de projetos, não se entrando, no entanto, nos
aspectos de condicionamento de ar. Em outras palavras, serão fornecidos alguns
dados de conforto ambiental, dados para cálculos de trocas (renovação), reposição
e recirculação de ar em ambientes, isto é, necessidades de ventilação conforme
ambientes ocupados pelo homem, bem como diminuição de fumos e odores por
insuflamento de ar. Temperaturas extremamente baixas não ocorrem com
freqüência no Brasil, com exceção de alguns casos esporádicos, em algumas
localidades no sul do país. Dessa forma, não nos referiremos, em parte alguma do
texto, a aquecimento de ar para promoção de conforto térmico, uma vez que a
simples utilização da vestimenta adequada soluciona os problemas usualmente
encontrados.

Calor e conforto térmico


Aspectos gerais: o homem é um ser tropical por excelência, possuindo uma
capacidade bastante desenvolvida de: transpiração. Um grande número de
indivíduos está, parte do tempo, exposto a temperatura, mais altas que a
temperatura ambiente principalmente em seu ambiente ocupacional, onde uma
serie de fatores climáticos e não climáticos conduzem a um ganho ou a uma menor
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dissipação de calor pelo organismo. A esse tipo de estímulo o organismo responde


fisiologicamente, refletindo a severidade da exposição ao calor, para cujo
equacionamento completo e adequado é necessário medir quantitativamente a
ação do calor, bem como a resposta do organismo, correlacionando as.
Essa é uma tarefa difícil em função de vários para metros intervenientes, tais como
temperatura do ar, umidade relativa, calor radiante, velocidade do ar, tipo de
trabalho exercido, aclimatação, roupa utilizada e outros. Dessa forma, torna-se
necessária a fixação de critérios que permitem estabelecer os limites de exposição
ao calor em diferentes tipos de trabalho e a redução da exposição para respostas
excessivas do organismo. Os critérios assim desenvolvidos devem levar em conta
não só a resposta fisiológica, mas também a psicológica, a produtividade e a
ocorrência de desordens devido ao calor.

4.2 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA

A ventilação geral diluídora é o método de insuflar ar em um


ambiente ocupacional, de exaurir ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover
uma redução na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo
fato de que, ao introduzirmos ar limpo ou não poluído em um ambiente contendo
certa massa de determinado poluente, faremos com que essa massa seja
dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a
concentração desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que esse
método de ventilação não impede a emissão dos poluentes para o ambiente de
trabalho, mas simplesmente os dilui.
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local
exaustora (será vista no próximo capítulo) que capta os poluentes junto à fonte de
emissão antes que sejam emitidos ao ambiente ocupacional. Este último método e
sempre preferível à ventilação geral diluídora, especialmente quando o objetivo do
sistema de ventilação é a proteção da saúde do trabalhador.

Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluídora podem ser:

 Proteção da saúde do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes


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nocivos abaixo de um certo limite de tolerância.

 Segurança do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes


explosivos ou inflamáveis abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade.
 Conforto e eficiência do trabalhador: pela manutenção da temperatura e
umidade do ar do ambiente.
 Proteção de materiais ou equipamentos: mantendo condições
atmosféricas adequadas (impostas por motivos tecnológicos). Em casos que não é
possível ou não é viável a utilização de ventilação local exaustora, a ventilação
geral diluídora pode ser usada.

Utilização da ventilação geral diluídora

A aplicação, com sucesso, da ventilação geral diluídora


depende das seguintes condições:

 Poluente gerado não deve estar presente em quantidade que excede à que
pode ser diluída com um adequado volume de ar.
 A distancia entre os trabalhadores e o ponto de geração do poluente deve ser
suficiente para assegurar que os trabalhadores não estarão expostas a
concentrações médias superiores ao VLT (Valor do Limite de Tolerância).
 A toxicidade do poluente deve ser baixa (deve ter alto VLT, Isto é, VLT > 500
ppm)
 Poluente deve ser gerado em quantidade razoavelmente uniforme. A
ventilação geral diluídora, além de não interferir com as operações e processos
industriais, é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de
trabalho sujeitos a modificações constantes e quando as fontes geradoras de
poluentes se encontrarem distribuídas no local de trabalho, mas, pode não ser
vantajosa, pelo elevado custo de operação, sobretudo quando há necessidade de
aquecimento do ar, nos meses de inverno; contudo, seu custo de instalação é
relativamente baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora. É
conveniente a instalação de sistemas de ventilação geral diluídora quando há
interesse na movimentação de grandes volumes de ar na estação quente.
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Diversas razões levam a não utilização freqüente da


ventilação geral diluídora para poeiras e fumos. A quantidade de material gerado é
usualmente muito grande, e sua dissipação pelo ambiente é desaconselhável.
Além disso, o material pode ser muito toxico, requerendo, portanto, uma excessiva
quantidade de ar de diluição. O principio usado para ventilação de diluição de
contaminantes, com relação a aberturas e colocação de exaustores, é sugerido
pela (American Conference of Governmental Hygienists), comparando todas as
formas possíveis (Figura 3).

NORMA ACGIH - PRINCIPIOS DE VENTILAÇÃO DILUIDORA

Figura 3. Princípios de ventilação Diluidora - ACHIH.


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4.3 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA

A ventilação local exaustora tem como objetivo principal


captar os poluentes de uma fonte (gases, vapores ou poeiras tóxicas) antes que os
mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a
zona de respiração do trabalhador. A ventilação de operações, processos e
equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, é uma importante
medida de controle de riscos.
De forma indireta, a ventilação local exaustora também
influi no bem-estar, na eficiência e na segurança do trabalhador, por exemplo,
retirando do ambiente uma parcela do calor liberado por fontes quentes que
eventualmente existam. Também no que se refere ao controle da poluição do ar da
comunidade, a ventilação local exaustora tem papel importante. A fim de que os
poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados em um equipamento de
controle de poluentes (filtros, lavadoras, etc.), eles têm de ser captados e
conduzidos a esses equipamentos, e isso, em grande numero de casos, é
realizado por esse sistema de ventilação. Basicamente, um esquema de instalação
de um sistema de ventilação local exaustora é o seguinte.

Figura 4.
Esquema de um
sistema de
ventilação local
exaustora.
17

4.3.1 Princípios de exaustão

Um sistema de ventilação local exaustora deve ser


projetado dentro dos princípios de engenharia, ou seja, de maneira a se obter
maior eficiência com o menor custo possível. Por outro lado devemos lembrar
sempre que, na maioria dos casos, o objetivo desse sistema é a proteção da saúde
do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos os
demais devem estar condicionados a ele. Muitas vezes, a instalação de um
sistema de ventilação local exaustora, embora bem dimensionada, pode
apresentar falhas que a tornem inoperante, pela não observância de regras
básicas na captação de poluentes na fonte.
O enclausuramento de operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre
outros fatores, são condições básicas para uma boa captação e exausto dos
poluentes. Como exemplo, a Figura 6, a seguir, ilustra a maneira correta de se
proceder, comparada com as situações que tornam a exaustão inoperante, nos
casos específicos de descarregamento de correias transportadoras e tanques de
lavagem. A ACGIH possui padrões de exausto da maioria dos processos e
operações industriais, com forma e dimensões normalizadas.

V
e
n
t
i
l
a
d
o
r
e
s
S
ã
o
18

Os responsáveis pelo fornecimento de energia ao ar, com a


finalidade de movimentá-lo, quer seja em ambientes quer seja em sistema de
dutos. A função básica de um ventilador é, pois, mover uma dada quantidade de ar
por um sistema de ventilação a ele conectado. Assim o ventilador deve gerar uma
pressão estática suficiente para vencer as perdas do sistema e uma pressão
cinética para manter o ar em movimento. Basicamente, há dois tipos de
ventiladores: os axiais e os centrífugos. Exemplo: ventiladores usados em minas
subterrâneas.
19
20

BIBLIOGRAFIA

 IvanoAlessandro Devilla, M.S.Ventiladores. Disponível em:


http://rodrigominatto.files.wordpress.com/2010/01/ventiladores-engenharia-
agricola.pdf. Acesso em: 26 maio 2010
 http://www.higieneocupacional.com.br/download/vent-ind-nocoes.doc
 http://www.fernandosantiago.tecnetinfo.com
 www.anest.org.br/noticias/explosoes_poeiras
 Mesquita A. L.S., Guimarães F. A ., Nefussi N., (1985), Engenharia de
 Ventilação Industrial 1a. Reimpressão Editora W. Roth &
 Cia. Ltda.
 Classificação de Risco dos Agentes Biológicos
 MINISTÉRIO DA SAÚDE
 Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
 Departamento de Ciência e Tecnologia
 Série A. Normas e Manuais Técnicos
 Brasília – DF
 UFRN, Departamento de Química. Ventiladores. Disponível em: www.ufrnet.ufrn.br.
Acesso em: 26 maio Ventiladores. Disponível em:
http://www.cabano.com.br/ventiladores tmAcesso em: 26 maio 2010.
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RESENHA

Alguns agentes químicos causam danos graves na saúde


humana: intoxicações, queimaduras, asfixia… Na proteção da saúde humana de
todos aqueles que utilizam agentes químicos perigosos não se pode deixar de
considerar os riscos inerentes à utilização de uma enorme gama destes agentes,
como meio de produção de outros, como produtos de consumo ou incluídos nos
mais variados artigos de uso específico ou corrente. Quando da sua utilização
indiscriminada, podem advir efeitos nocivos, uns ainda mal determinados, outros
com grau de gravidade elevado. Dos cerca de 6 000 000 de produtos químicos que
existem, no mercado europeu estão registrados cerca de 100 000 diferentes, dos
quais 10 000 são comercializados em quantidades superiores a 10 toneladas por
ano e 20 000 são comercializados em quantidades compreendidas entre 1 e 10
toneladas. A utilização dos agentes químicos na empresa obriga ao conhecimento
dos riscos, por parte do empregador, direção, técnico superior e técnico de
segurança no trabalho, médico do trabalho, trabalhadores. Logo, a prevenção dos
riscos de exposição aos agentes químicos perigosos deve, assim, constituir um
objetivo de todos na empresa.
De um modo geral, a consideração das condições de trabalho
deve incluir os resultados das medições ambientais efetuadas no que se refere aos
valores-limite de exposição profissional; sempre que se ultrapassa um valor-limite
de exposição profissional fixado de maneira efetiva no território de um Estado-
Membro, a entidade patronal deve agir imediatamente, tendo em conta a natureza
desse limite, a fim de sanar a situação através da adoção de medidas de
prevenção e proteção. Todavia, e tal como previsto na legislação em vigor, é
possível não realizar medições ambientais desde que «a entidade patronal
demonstre claramente, por outros meios de avaliação, que foram realizadas a
prevenção e a proteção adequadas". Desta forma, podem utilizar-se, logo à
partida, sistemas de avaliação simplificados, que apresentam também a vantagem
de permitir uma aproximação semiquantitativa à dimensão do risco, na ausência do
valor-limite de exposição A avaliação dos riscos derivados da capacidade dos
agentes químicos perigosos para produzirem acidentes, nomeadamente incêndios,
explosões ou outras reações químicas perigosas, abrange: - os perigos derivados
da natureza físico-química dos agentes químicos; - os fatores de risco identificados
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no armazenamento, transporte e utilização; - as consequências previstas em caso


de concretização. Para avaliar este tipo de riscos existem metodologias complexas
como a HAZOP, as árvores de falhas, as árvores de sucessos, etc., que devem ser
utilizadas sempre que se verifiquem as seguintes condições: as consequências da
concretização do risco podem chegar a ser muito graves, tanto em termos de
perdas humanas como materiais ou ambientais, seja na própria empresa ou fora
dela.
Agentes Biológicos e Ventilação Industrial, dois assuntos
instintos, porém diretamente relacionados quando o assunto é segurança no local
de trabalho, pois em ambientes de grande proporção de emissão de partículas à
atmosfera, é completamente necessária a aplicação de ventilação devidamente
projetada para aquela finalidade, e não só proporcionar ao ambiente de trabalho
alguma ventilação, ou mesmo a instalação de exaustores acreditando estar
evitando uma situação de contaminação. Pois a
contaminação não se dá necessariamente pelo ar, e sim pelas micro partículas em
suspensão que são transportadas pelo ar através das moléculas de água
presentes no ar.
Por isso a necessidade de instalação de ventilação adequada
ao ambiente, pois em diversas situações, não só a movimentação ou troca do ar
são necessárias para uma rela prevenção a situações que exponham o trabalhador
a risco de contaminação.

Dados necessários para a seleção correta de um ventilador:


 Capacidade ou Vaz;
 Pressão Estática ou Total;
 Potência Absorvida;
 O ventilador será centrífugo ou axial;
 Pode ser silencioso, de médio ou alto ruído;
 Vai aspirar ar limpo, sujo, com pós, fiapos ou corrosivos;
 Sendo corrosivo, quais são os agentes;
 Qual a temperatura do ar aspirado;
 Qual o diâmetro da peça onde vai ser ligado o ventilador se for o caso;
 Trata-se de instalação de ventilação para fins de conforto.
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 Aspiração de poeiras, ou troca de calor, ou de ar condicionado, civil ou


industrial;
 Torres de arrefecimento de água, ou de cabine de pintura;
 Não sabendo a capacidade, indicar o volume do ambiente, o numero de
pessoas;
 Presentes, a potência instalada, os Kg/Hora de óleo queimado, etc.;
 No caso de o ventilador ser centrífugo, indicar a posição da boca de saída,
 Olhando do lado do motor ou da polia;
 Qual são o diâmetro e o comprimento dos dutos onde vai ser ligado o
ventilador;
 Quantas curvas têm esse duto;
 Esse duto termina na atmosfera ou dentro de una máquina? Como se chama
essa;
 Máquina: Se for aspirar de una coifa ou captor, quais as suas dimensões;

No caso de substituição de ventilador existente, indicar:


 Motor = Potência (HP, RPM, Volts)
 Transmissão direta ou por polia?
 Material de que é feito.

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