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APELAÇÃO
1. Conceito:
2. Fundamentos da apelação:
Cumpre destacar que o tribunal somente passará ao exame das alegações relativas à
errores in iudicando (injustiças) se (e depois que) houver rejeitado as alegações
concernentes a errores in procedendo (vícios).
Anulada a sentença, devem os autos retornar ao juízo de origem para que se refaça o
que tiver sido desfeito, enquanto que se houver a reforma a decisão de 2º grau
substituirá a decisão primária.
3. Efeitos da apelação
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Igual situação é a dos efeitos da apelação interposta contra sentença que julga ações
conexas. Nesse caso, deve o juiz receber a apelação, único recurso cabível contra a
sentença, mas dar efeito suspensivo à parte da sentença que o comportar, e dar efeito
meramente devolutivo ao capítulo da sentença que assim o reclamar.
Por fim, caso a apelação seja recebida apenas no efeito devolutivo, de acordo com o
art. 520 do CPC, e, apesar disso, seja necessário suspender os efeitos da sentença,
vez que pode resultar em lesão grave e de difícil reparação, o remédio processual
adequado para sustar os efeitos da sentença é a interposição de medida cautelar
inominada incidental com pedido liminar. Importante registrar que, de acordo com o
art. 800, parágrafo único, do CPC, interposto o recurso, a medida cautelar será
requerida diretamente ao tribunal.
4. Procedimento da apelação
De acordo com o art. 514 do CPC a apelação de ser interposta por petição dirigida ao
juiz, contendo: os nomes e a qualificação das partes; os fundamentos de fato e de
direito; o pedido de nova decisão.
Todavia, não será conhecida a apelação que: for apresentada sem razões; interposta
mediante simples cota lançada nos autos; em que as razões são apresentadas após a
fluência do prazo recursal; e, por fim, em que as razões são inteiramente dissociadas
do decidido na sentença.
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Por outro lado, configura mera irregularidade que não impede o conhecimento do
recurso: a falta de assinatura do advogado, na petição de interposição, desde que
lançada esta em papel com seu timbre; não estarem assinadas pelo advogado as
razões que acompanham a petição de interposição, embora esta última esteja
assinada; e, por fim, a assinatura do advogado fora do fecho da petição de recurso.
Interposto o recurso de apelação, não sendo conhecido pelo juiz de 1º grau, será
cabível o recurso do agravo de instrumento, conforme art. 522 do CPC.
De acordo com o art. 517 do CPC, as questões de fato, não propostas no juízo inferior,
poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por
motivo de força maior. Portanto, somente comprovando força maior poderá a parte
inovar no recurso, que, registre-se, terá sua admissibilidade analisada pelo Tribunal,
sendo vedado ao juiz exarar juízo de prelibação.
Por fim, cabe registrar que além dos requisitos de admissibilidade (cabimento,
legitimação para recorrer, interesse em recorrer, tempestividade, preparo, regularidade
formal e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer), de acordo
com o §1º do art. 518 do CPC, o juiz só receberá o recurso de apelação quando a
sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do
Supremo Tribunal Federal. Ou seja, a Lei nº 11.276 de 2006 inseriu mais um requisito
de admissibilidade para o recurso de apelação. Destaque-se, por oportuno, que a falta
de menção à súmula do STJ ou do STF, desde que a fundamentação da sentença a
tenha adotado o entendimento sufragado na súmula, em nada impedirá o magistrado
de não receber a apelação.
AGRAVO
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de difícil tribunal
reparação. inadmitindo
RESP e/ou
RE.
Finalidade Sustar a Obstar a Submeter a Determinar a
eficácia ou preclusão. matéria apreciada remessa dos
conceder monocraticamente autos do
tutela ao crivo do RESP e/ou RE
antecipada no colegiado. ao tribunal
âmbito superior.
recursal (art.
527, III).
Prazo 10 dias 10 dias 5 dias 10 dias
Diante disso, importante atentar para o dies a quo e o início da fluência do prazo
recursal, que devem ser aferidos tendo em vista a existência de expediente forense
normal no juízo de origem. Já o termo final deve ser averiguado tendo em conta a
ocorrência de expediente forense normal na comarca sede do tribunal ad quem.
Observe-se que o pedido de reconsideração, mesmo atingindo o seu objetivo, não faz
às vezes de recurso, não interrompendo nem suspendendo o prazo para a
interposição contra a decisão cuja reconsideração se pede. Ademais, o pedido de
reconsideração não pode ser transformado em agravo, até porque com o agravo retido
perdeu a sua utilidade como expediente alternativo.
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Podemos conceituar o agravo retido como o meio processual que a lei coloca AA
disposição das partes, do MP e de um terceiro, com o escopo de obstar a reclusão de
decisão interlocutória proferida por magistrado de 1º grau de jurisdição, cujo conteúdo
não possui aptidão para causar dano irreparável, ficando o conhecimento subordinado
à reiteração expressa de seu julgamento como matéria preliminar nas razões ou na
resposta da apelação dirigida ao tribunal.
Assim sendo, o agravo retido carece, sob certo aspecto, de autonomia, uma vez que
seu conhecimento está subordinado ao da apelação, que tem de existir, para que ele
tenha sentido prático. Portanto, se a parte não reiterar nas razões ou contra-razões da
apelação pelo seu conhecimento esse recurso não será apreciado.
São, dessa forma, pressupostos do agravo retido: haja apelação própria ou de outrem,
ou recurso adesivo; que a apelação seja conhecida; e, por fim, que seja
expressamente pedida sua apreciação, nas razões ou contra-razões.
Importante doutrina, por todos Nelson Nery Júnior, entende que não cabe agravo
retido interposto por terceiro prejudicado, porque não teria como reiterá-lo nas razões
ou contra-razões de apelação, já que não é parte na relação jurídica processual.
Todavia, outra parcela significativa afirma que não se pode pré-excluir a possibilidade
de recurso retido por terceiro, tomando uma situação como regra; nada em tese,
justifica esta exclusão, pois o interesse recursal é algo que se verifica no caso
concreto.
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Cumpre salientar que, embora nominadas como facultativas pela lei processual, caso
não seja possível ao tribunal compreender a controvérsia, por ausência de peça de
juntada facultativa, o agravo não deverá ser conhecido por irregularidade formal.
Observe-se, por ser de extrema relevância para o exame da OAB, que ausência da
declaração do advogado da autenticidade das peças juntadas, que poderá ser feita na
própria petição de interposição do recurso, sem maiores formalidades, ocasionará a
sua inadmissão por vício de regularidade formal. Ademais, não será possível que após
a interposição do agravo de instrumento seja declarada a autenticidade das cópias por
parte do advogado do agravante.
O art. 526, caput, do CPC prevê que o agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá
juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do
comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que
instruíram o recurso.
Dispõe ainda no seu parágrafo único que o não cumprimento do disposto neste artigo,
desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo.
Portanto, mesmo que o agravante não tenha comunicado ao juízo a quo a interposição
do agravo, não poderá o relator deixar de admitir o recurso por vício de regularidade
formal, porque tal sanção depende de provocação expressa do agravado em sua
resposta.
Note que de acordo com o art. 544 do CPC, não se admite sustentação oral quando
do julgamento do agravo de instrumento, embora o art. 7, IX do EOAB assegure ao
advogado essa prerrogativa em qualquer recurso. Isso se deve a ADI 1.105-7 – DF
que suspendeu a eficácia do dispositivo da Lei nº 8.906/94.
Em regra o agravo de instrumento terá apenas efeito devolutivo, mas ao recurso pode
ser conferido efeito suspensivo e ativo, desde que, obviamente, requeridos pelo
agravante.
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III. Agravo de instrumento contra decisão que não admite recurso extraordinário
ou recurso especial
O prazo de interposição desse recurso é de 10 dias, e ele tem por objetivo determinar
a remessa dos autos do RESP e/ou RE ao tribunal superior competente, ou seja, o
agravo de instrumento visa destrancar o recurso excepcional.
Quanto aos requisitos de admissibilidade desse recurso, cabe destacar que o tribunal
de origem não poderá exercer o juízo de prelibação prévia, como, por exemplo, em
caso de intempestividade, que, registre-se, será aferida na data de entrada no
protocolo do tribunal.
Por fim, ressaltamos que de acordo com o § 3o do art. 544 do CPC, poderá o relator,
se o acórdão recorrido estiver em confronto com a súmula ou jurisprudência
dominante do Superior Tribunal de Justiça, conhecer do agravo para dar provimento
ao próprio recurso especial; poderá ainda, se o instrumento contiver os elementos
necessários ao julgamento do mérito, determinar sua conversão, observando-se, daí
em diante, o procedimento relativo ao recurso especial.
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recusa de processamento desse agravo, sob o argumento de que não está previsto ou
é proibido pelo regimento interno, é ato corrigível mediante mandado de segurança.
Por fim, lembramos que o agravo interno é interposto por petição dirigida ao relator, a
quem não é dado indeferir o recurso por razões óbvios. Portanto, não há necessidade
de formação de instrumento e pagamento de preparo, e sendo apresentado ao próprio
prolator da decisão, dá-lhe a oportunidade de modificação da sua decisão anterior
(juízo de retratação).