Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Materiais de Construção I PDF
Materiais de Construção I PDF
Desde o início da civilização os materiais são usados com o objetivo de permitir e melhorar a vida do ser
humano. No início da pré-história, o principal material utilizado na confecção de objetos e ferramentas era
o sílex lascado. Em seguida, o homem produziu seus utensílios a partir da pedra polida. Com a descoberta
do fogo e com o início do uso do barro na fabricação de objetos, iniciou-se a fabricação de peças cerâmicas.
A possibilidade de transformar um material maleável em outro com propriedades mecânicas totalmente
diferentes marcou o início da ciência e engenharia dos materiais. Nessa mesma época, o uso do barro
reforçado com vigas de madeira e palha, que constitui um material compósito, possibilitou a construção de
casas.
A CEM é “a área da atividade humana associada com a geração e aplicação de conhecimento que relaciona
composição, estrutura e processamento dos materiais às suas propriedades e usos”.
Ciclo global dos materiais (COHEN, 1987):
Conhecimento Conhecimento
científico empírico
Materiais de Construção I
2 de 162
Matéria prima → satisfação das necessidades humanas → recursos necessários para a sobrevivência.
Recurso Natural: Insumo que os organismos, populações e ecossistemas necessitam para a sua
manutenção. Podem ser divididos em:
o Recursos Renováveis: depois de utilizados ficam disponíveis novamente graças aos ciclos
naturais, tais como a água, o ar, a biomassa e a energia eólica;
o Recursos Não-Renováveis: uma vez utilizados, não se renovam por meios naturais.
Subdivididos em:
Minerais energéticos: combustíveis fósseis;
Minerais Não-energéticos: ferro, calcário, argilas em geral. Grande parte pode ser
reutilizada ou reciclada, embora não possa ser reconstituída às suas condições
originais.
Historicamente o desenvolvimento do homem esteve ligado á sua habilidade de detectar, manipular e
aperfeiçoar os materiais disponíveis para atender suas necessidades de manutenção, proteção, abrigo ou
religiosidade.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Evidentemente, os primeiros materiais de construção utilizados foram aqueles ofertados pela natureza,
como pedra, palha, galhos e troncos de árvores e, sem dúvida, a terra. Com esses materiais o homem foi
capaz de produzir belíssimas obras de engenharia. Com o surgimento dos materiais de construção
industrializados, pouco a pouco se foi perdendo, principalmente nos países ocidentais, as tecnologias que
faziam bom uso dos materiais tradicionais. Assim, eles foram dando lugar aos materiais modernos, um dos
quais o concreto que, com suas inúmeras vantagens é de longe o material industrial mais consumido pelo
homem.
Não adianta somente saber calcular uma estrutura, senão souber dosar o concreto para obter a
resistência prevista;
Da qualidade dos materiais empregados irá depender a solidez, a durabilidade, o custo e o
acabamento da obra.
Materiais de Construção I
3 de 162
Evolução Histórica
A própria História da humanidade foi dividida pelos materiais (Idade da Pedra e Idade do Bronze);
Nos primórdios, o material era usado como encontrado, sem ser trabalhado;
Com o tempo, alguns materiais passaram a ser modelados (pedra, madeira e barro).
No exercício de sua profissão, o engenheiro se depara com vários materiais que deve escolher para obter,
com a melhor relação custo / benefício, a solução para um dado problema na obra.
Ao escolher o material estrutural, deve levar em conta não somente a resistência, como também a
durabilidade e o desempenho estrutural até o final da ida útil, pelo menor preço global.
Ao especificar, deve:
Usar a maior exatidão possível;
Sempre citar os dados técnicos;
Além de nomear o material, convém citar a classificação, tipo,dimensão, etc.;
Não esquecer nenhum material;
Estar atualizado;
Ter um guia de especificações.
Com a concepção de projetos estruturais cada vez mais arrojados e o desenvolvimento das tecnologias de
fabricação de materiais de construção, torna-se cada vez mais necessário o conhecimento destes materiais
para que haja maior segurança e responsabilidade sobre as construções realizadas.
Materiais de Construção I
4 de 162
Transporte
- Custo de utilização:
Aplicação
Conservação
c) Condições estéticas:
O material indicado será aquele que, apresentando condições técnicas e estéticas satisfatórias, tenham o
menor custo.
Para verificação de condições técnicas, submete-se o material a ensaios que podem se classificar em:
Ensaio de classificação: necessário ao industrial para procurar manter a
qualidade do seu produto com o menor custo de fabricação.
Ensaio de recepção: necessário ao consumidor que, desta forma, verifica a
qualidade do produto que está adquirindo
Saber se o material atende ou não as condições impostas pela obra deve ser a preocupação fundamental
do engenheiro construtor.
Materiais de Construção I
5 de 162
ESTRUTURA ATÔMICA
CONCEITOS / DEFINIÇÕES
Números Quânticos:
• Números quânticos principais (n): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7;
• Esta seqüência diz respeito ao sentido crescente dos níveis quânticos – também representada pelas letras
K (n = 1), L (n = 2), M (n = 3), N (n = 4), O (n = 5), P (n = 6) e Q (n = 7) –, o que significa também níveis
crescentes de energia;
• Assim, elétrons que pertençam ao nível quântico K pertencem ao primeiro nível quântico (n = 1), de
menor energia em relação aos demais níveis.
Subníveis de energia:
s (“sharp”);
p (“principal”)
d (“diffuse”);
f (“fundamental”).;
Materiais de Construção I
6 de 162
“s”: é o subnível de menor energia e o número máximo de elétrons desse subnível é igual a 2;
“p”: tem maior nível energético que “s” e pode ter no máximo 6 elétrons;
“ d ” : tem maior nível energético que “p” e “s” e pode ter um máximo de 10 elétrons;
“ f ” : subnível de maior energia em um dado nível, podendo ter, no máximo, 14 elétrons.
Exemplo: 3 p5
Significado: Na camada M (número quântico principal = 3), existe o subnível p contendo 5 elétrons.
LIGAÇÕES ATÔMICAS
• Ligação iônica: a ligação iônica dá-se pela atração entre íons de carga elétrica contrária (íons positivos-
cátions e íons negativos-ânions), motivada por forças coulombianas.
Materiais de Construção I
7 de 162
núcleo do outro átomo e vice-versa. Desse modo, os elementos não perdem e nem ganham elétrons, mas
sim os compartilham.
Modelo explicativo da ligação metálica, em que se têm os elétrons de valência deixando os seus átomos originais para
formarem uma “nuvem” eletrônica, que mantém presos (ligados) os íons positivos (oriundos da saída dos elétrons)
(ASKELAND, 1998).
O princípio das ligações secundárias é similar ao da ligação iônica, ou seja, dá-se pela atração de
cargas opostas.
Entretanto, existe uma diferença básica entre elas. Esta diferença reside no fato de que nas ligações
secundárias não há transferência de elétrons.
• Moléculas polares: são moléculas que apresentam um desbalanceamento elétrico, ou seja, o centro de
carga positiva não é coincidente com o centro de carga negativa. Tem-se, portanto, uma assimetria na
molécula no tocante à configuração das cargas elétricas, o chamado dipolo elétrico.
Exemplo de molécula polar, o HF (a), em que se tem ligação covalente intramolecular e forças de van der Waals
intermoleculares – dadas pela atração entre os dipolos (b) e (c) (adaptada de VAN VLACK, 1970).
• Dipolos induzidos : Ocorrem com moléculas inicialmente simétricas, que, por alguma razão, sofrem uma
polarização momentânea; formam-se, então, dipolos, que se atraem.
Materiais de Construção I
8 de 162
Essa alteração momentânea da simetria elétrica é decorrente do movimento ao acaso dos elétrons e
da vibração atômica; são os chamados efeitos de dispersão. VAN VLACK (1984)
• Ponte de hidrogênio: é um caso particular de atração por moléculas polares, em que a carga positiva do
núcleo do átomo de hidrogênio de uma molécula é atraída pelos elétrons de valência de átomos de
moléculas adjacentes. O exemplo mais difundido desse tipo de ligação é o da água.
Esquema da atração das moléculas de H2O, na formação da água, por pontes de hidrogênio. Percebe-se a atração
entre os núcleos “expostos” de hidrogênio de uma molécula pelos elétrons não compartilhados do oxigênio das
moléculas adjacentes.
ESPAÇO INTERATÔMICO
Materiais de Construção I
9 de 162
Tetraedro representando a contribuição relativa de diferentes tipos de ligação para as quatro categorias
fundamentais de materiais de engenharia (SHACKELFORD, 1996).
Os arranjos atômicos, que propiciam a formação dos materiais, podem ser de três tipos básicos, gerando,
então, três classes estruturais principais:
estruturas moleculares;
estruturas cristalinas;
estruturas amorfas
Estrutura molecular:
• Existem grupos limitados de átomos fortemente ligados entre si, formando moléculas, e essas
moléculas se ligam entre si por meio de ligações secundárias.
Estrutura cristalina:
• A estrutura cristalina é caracterizada quando existe uma organização na disposição espacial dos
átomos que constituem determinado arranjo atômico.
• Há uma regularidade estrutural, com a repetição, nas três dimensões, de uma unidade básica,
chamada de célula unitária.
Materiais de Construção I
10 de 162
regularidade na estrutura interna do material, com a repetição, nas três dimensões, de uma
unidade básica, chamada de célula unitária
• Célula unitária : é uma subdivisão do reticulado cristalino, na qual são mantidas as características
gerais de todo o reticulado. Em outras palavras, trata-se de um pequeno volume (a unidade
básica) que contém todas as características encontradas no cristal como um todo.
Ilustração esquemática de um reticulado cristalino com o destaque para a célula unitária (região em azul)
(ASKELAND, 1998).
• Sistemas Cristalinos: Arranjo atômico ordenado e regular permitindo que configurações atômicas
gerem reticulados cuja unidade básica forme uma figura geométrica.
o Tal nível de organização permitiu uma classificação da estrutura cristalina em sete sistemas
cristalinos principais, conforme a geometria do cristal.
Materiais de Construção I
11 de 162
• Direções de planos cristalinos: A descrição mais completa da estrutura cristalina passa pela
identificação das direções e dos planos no cristal, o que se faz por meio de um sistema de eixos
cartesianos aplicados na célula unitária.
Materiais de Construção I
12 de 162
Alotropia e Polimorfismo
• Polimorfismo: fenômeno no qual um sólido (metálico ou não metálico) pode apresentar mais de
uma estrutura cristalina, dependendo da temperatura e da pressão.
Exemplo: a sílica (SiO2) como quartzo, cristobalita e tridimita.
• Alotropia: polimorfismo em elementos puros. Exemplos:
o diamante e o grafite são constituídos por atómos de carbono arranjados em diferentes
estruturas cristalinas;
o ferro com as variações de sua estrutura entre o sistema cúbico de corpo centrado (ccc) e
cúbico de faces centradas (cfc).
Células unitárias cúbica de corpo centrado – ccc (a) e cúbica de faces centradas – cfc (b), representando duas
diferentes formas alotrópicas do ferro. As esferas e suas frações designam, respectivamente, os átomos de ferro e
suas partes contidas na célula unitária.
Materiais de estrutura amorfa ou vítrea, ao nível de seus arranjos atômicos, são aqueles em que os átomos
não apresentam qualquer tipo de regularidade ou organização em termos de sua disposição espacial, ou,
caso exista algum ordenamento, ele ocorre a curto alcance (em pequenas distâncias).
Conceito de “amorfismo”: diz respeito a uma estrutura interna “sem forma”. Se aplicado aos materiais em
geral, em suas diversas configurações atômicas, são amorfos: os gases; os líquidos; os sólidos não-
cristalinos como o vidro.
Exemplos de ordenamento atômico para a estrutura do B2O3. (a) caso do vidro, que é um sólido não cristalino, com
ordenamento apenas em pequenas distâncias; (b) caso do cristal, que é um sólido cristalino, com ordem em grandes
distâncias, além de pequenas distâncias (VAN VLACK, 1970).
Materiais de Construção I
13 de 162
Diferentes arranjos atômicos de materiais. a) gás inerte, sem nenhum ordenamento regular de átomos (estrutura
amorfa); b) e c) vapor de água e estrutura do vidro, com ordem em pequenas distâncias (estruturas amorfas); e d)
metal, com um ordenamento regular de átomos que se estende por todo o material (estrutura cristalina) (ASKELAND,
1998).
Fase: trata-se de uma ou mais partes do material que resguarda homogeneidade do ponto de vista
estrutural, ou seja, que mantém um arranjo atômico próprio;
Material unifásico e homogêneo: material que possui como um todo um mesmo arranjo atômico;
Material polifásico: caso coexistam em um mesmo material partes com identidades estruturais próprias, o
material será bifásico, trifásico ou, de modo genérico, polifásico (ou multifásico), em função do número de
partes estruturalmente homogêneas (fases) existentes nesse material.
Materiais de Construção I
14 de 162
Solução sólida substitucional característica do latão, em que se têm os átomos de zinco (soluto) substituindo, de
forma aleatória, os átomos de cobre do solvente (modelo de descrição planar, sendo os átomos de zinco os círculos
escuros e os átomos de cobre os círculos claros) (VAN VLACK, 1970).
Materiais de Construção I
15 de 162
PROPRIEDADES FÍSICAS
Dependência da homogeneidade do material
Material isotrópico → apresenta, para uma dada propriedade, uma igualdade nas três direções (x, y
e z)
Material anisotrópico → para uma dada propriedade há uma variação em, pelo menos, uma das
direções
Grande maioria dos materiais da natureza
Massa específica
Dependente do núcleo do átomo, da sua estrutura química, da organização molecular e da eficiência de
empacotamento
PROPRIEDADES ELÉTRICAS
Resistividade elétrica
É a resistência à passagem de corrente elétrica através de um corpo
ρ = resistividade (Ω.m);
R = resistência do material através do qual a corrente elétrica está passando (Ω);
A = área da seção reta perpendicular à direção da corrente (m2);
Materiais de Construção I
16 de 162
Condutividade elétrica
É o inverso da resistividade, isto é, a facilidade que um corpo apresenta de conduzir a corrente elétrica.
PROPRIEDADES TÉRMICAS
Capacidade calorífica ou capacidade térmica
Propensão que um material apresenta em absorver calor da sua vizinhança externa, representando a
quantidade de energia necessária para produzir um aumento unitário da temperatura
É a capacidade calorífica por unidade de massa, sendo constante para cada substância em cada
estado físico
Expressa em J/kg.K ou cal/g.°C
Para o concreto o calor específico varia entre 840 e 1170 J/kg.°C
Condutividade térmica
Capacidade que um dado material possui em transferir calor, estando relacionada ao fluxo de calor por
condução.
q = fluxo ou escoamento de calor por unidade de tempo por unidade de área perpendicular à
direção de escoamento (kcal/m2.h);
k = condutividade térmica (kcal/m2.h.°C);
A = seção transversal do corpo perpendicular ao fluxo de calor (m2); e
= gradiente de temperatura através do corpo.
Materiais de Construção I
17 de 162
Expansão térmica
Propriedade relacionada com a expansão e a contração sofrida pelos sólidos, quando submetidos a
um aquecimento e um resfriamento
Propriedade dependente do seu coeficiente de dilatação térmica e da magnitude do aumento ou
da diminuição da temperatura
Pode ser linear ou volumétrico
Expansão térmica linear
Coeficiente de expansão térmica linear (αL ):
li = comprimento inicial;
lf = comprimento final;
Ti = temperatura inicial; e
Tf = temperatura final.
Expansão térmica volumétrica
Coeficiente de expansão térmica volumétrica (αV ):
Vi = volue inicial;
Vf = volume final;
Ti = temperatura inicial; e
Tf = temperatura final.
Materiais com ligações químicas fortes → baixos coeficientes de dilatação térmica
o Materiais cerâmicos e metálicos com elevados pontos de fusão
Materiais com ligações químicas fracas → elevados coeficientes de dilatação térmica
o Materiais poliméricos e metálicos com baixos pontos de fusão
Materiais de Construção I
18 de 162
Deformação de engenharia
Elasticidade
Lei de Hooke
Exprime a proporcionalidade existente entre a tensão e a deformação de um material dentro do regime
elástico.
σ = tensão
ε = deformação
E = módulo de elasticidade ou módulo de Young
Grandeza que dá a medida da rigidez do material
Quanto maior o valor de E, menos deformável é o material
Materiais de Construção I
19 de 162
Módulo de elasticidade
Coeficiente de Poisson
Plasticidade
Deformação permanente que ocorre nos materiais
Ruptura das ligações intramoleculares
Deformações permanentes no material
Não há a proporcionalidade entre a tensão e a deformação
o Lei de Hooke não é mais válida
Materiais de Construção I
20 de 162
Diagrama tensão-deformação
Etapas
0 – A →fase elástica
A – B →patamar de escoamento
Aumento das deformações para uma determinada deformação;
Início da fase plástica
C →limite de resistência do
material
D →ruptura do material
σe → tensão de escoamento ou
limite de proporcionalidade de um
material
Patamar de escoamento → apresenta de forma
clara a tensão de escoamento do material
Alguns materiais não apresentam o
patamar de escoamento
Nestes casos, a tensão de escoamento (σe)
corresponde à tensao que provoca uma
deformação permanente igual a 0,2% no
material
Materiais de Construção I
21 de 162
Ductilidade
Representa o nível de deformação plástica antes da ruptura de um material
Materiais com pequena deformação plástica → frágeis. Ex.: ferro fundido, materiais cerâmicos e
pétreos
Materiais com elevada deformação plástica →dúcteis. Ex.: aços de construção
Materiais que apresentam comportamento intermediário → quase-frágil. Ex.: concreto
Tenacidade e resiliência
Tenacidade → Capacidade que um material possui de absorver energia até a sua fratura
o Para ensaios estáticos → área sob a curva tensão- deformação
o Para ensaios dinâmicos (elevadas taxas de deformação + presença de um ponto de
concentração de tensões) → ensaios Charpy e Izod
Resiliência → Capacidade que um material tem de absorver energia na fase elástica e, com a
remoção da tensão, tal energia é recuperada
Fadiga
Viscosidade
Materiais de Construção I
22 de 162
Viscosidade → medida da resistência interna de uma substância ao fluxo quando submetida a uma
dada tensão
Cisalhamento → escoamento das camadas que compõem um fluido com velocidades que variam
em função da distância entre elas
Viscoelasticidade
Ramo da mecânica do contínuo que tenta modelar o comportamento de materiais que não são
sólidos elásticos ou líquidos viscosos
o Submetidos a um carregamento constante de longa duração
Comportamento típico de materiais poliméricos (borrachas, silicones) e compósitos (concreto)
o Materiais metálicos e cerâmicos → não apresentam tal propriedade
Materiais de Construção I
23 de 162
Fluência
Deformação lenta que ocorre nos materiais devido à ação de cargas permanentes de longa duração
Ensaio de fluência → submeter um corpo-de-prova a uma carga (ou tensão) constante e medir as
deformações
o Resultado →curva de fluência
Modelos viscoelásticos
Modelos básicos
Materiais de Construção I
24 de 162
Modelos
Materiais de Construção I
25 de 162
Rocha: corpo sólido natural, resultante de um processo geológico determinado, formado por
agregados de um ou mais minerais, arranjados segundo as condições de temperatura e pressão
existentes durante sua formação.
Mineral: substância sólida natural, inorgânica e homogênea, que possui composição química definida
e estrutura cristalina característica.
De acordo com seu modo de formação, as rochas compõem três grandes grupos, cada qual contemplando
uma imensa variedade de tipos passíveis de uso na construção civil: Ígneas, Sedimentares e Metamórficas.
Materiais de Construção I
26 de 162
Rochas sedimentares: formadas por meio da erosão, transporte (fluvial, marítimo ou eólico) e
deposição de sedimentos (clastos ou detritos) derivados da desagregação e decomposição de rochas na
superfície terrestre, da precipitação química ou, ainda, do acúmulo de fragmentos orgânicos (Quadro 2).
Rochas metamórficas: derivadas de outras preexistentes que, no decorrer dos processos geológicos,
exibem mudanças mineralógicas, químicas e estruturais, no estado sólido, em resposta a alterações nas
condições físicas e químicas impostas em profundidades (Quadro 3).
Propriedades de Engenharia
Rochas
Elementos nos quais são construídas obras de engenharia, como túneis e barragens, as fundações dos
vários tipos de edificações, ou,
Materiais usados na sua construção: agregados e rochas ornamentais e para revestimento.
Cada rocha tem suas características intrínsecas, exclusivas e inerentes à natureza geológica do corpo
rochoso
o que condicionam suas propriedades, designadas de engenharia, por orientarem seu uso na
construção civil
Materiais de Construção I
27 de 162
Estrutura: compreende a orientação e as posições de massas rochosas em uma determinada área, bem
como as feições resultantes dos diversos processos geológicos
rochas ígneas: usualmente, são maciças (Figura 1) → características físicas e mecânicas homogêneas
(isotropia);
rochas metamórficas e sedimentares: podem exibir estruturas e isorientação mineral (Figura 2) →
anisotropia (variação espacial das propriedades mecânicas, conforme o plano de orientação dos
minerais). As maiores resistências mecânicas, em geral, estão no plano ortogonal à estruturação geral
da rocha
Textura: é o arranjo espacial microscópico dos minerais, muitas vezes exclusivos para alguns tipos de
rochas, e está intimamente relacionada à mineralogia e às condições físicas vigentes durante a formação. A
porosidade/permeabilidade e as resistências mecânicas, em parte, dependem da textura, que também
reflete o grau de coesão da rocha
Caracterização Tecnológica
Realizada em laboratórios especializados, de acordo com ensaios e análises normalizados
Compreendem a obtenção de parâmetros petrográficos, físicos e mecânicos que permitam a
caracterização tecnológica da rocha para uso na construção civil ou no revestimento de edificações
Procuram representar as diversas solicitações às quais a rocha é submetida, desde a extração,
esquadrejamento, serragem dos blocos em chapas, polimento das placas, recorte em ladrilhos, etc., até
seu emprego final, incluindo- se as variadas formas de aplicação de cargas que poderá vir a suportar no
uso especificado
Propriedades Petrográficas
O estudo petrográfico estabelece a classificação da rocha
Compreende a descrição macroscópica (estruturação, cor) e microscópica (mineralogia, textura,
granulação),
Materiais de Construção I
28 de 162
Análise Petrográfica
Consiste na observação de seções delgadas da rocha (com espessura de 30 μm) em microscópio óptico de
luz transmitida, conforme (Figura 3).
Microdureza Knoop (HK ou HKN): objetiva a dureza das rochas. É realizada ao microscópio e consiste
em pressionar a superfície polida da rocha com uma força conhecida, com uma ponta de diamante.
Desgaste abrasivo por atrito, simulando o tráfego de pessoas ou veículos: adota-se o tribômetro
Amsler, que consiste na medição da redução de espessura (mm) que placas de rocha apresentam após
um percurso abrasivo de 1.000 m, com o uso de areia essencialmente quartzosa como abrasivo.
Absorção de água
Considerada, em rochas para revestimento, como o valor numérico que reflete a capacidade de
incorporação de água
Porosidade
Relativamente baixa nas rochas ígneas e metamórficas, quando comparada à de rochas sedimentares. Os
“poros”, naquelas, não são representados por “vazios”, como nas sedimentares, mas sim pelas
microfissuras, alterações em minerais, contatos entre grãos, etc.
Calculadas a partir dos pesos de corpos-de-prova nas condições seca, saturada com água e submersa em
água:
Materiais de Construção I
29 de 162
Materiais de Construção I
30 de 162
Tração na Flexão
Flexão
Especificações e Requisitos
Especificações (comuns em normas americanas – ASTM): constituem-se na proposição de valores
limites, máximos e mínimos, para as propriedades determinadas nos diferentes materiais rochosos,
Materiais de Construção I
31 de 162
Rochas ornamentais
Todos os materiais rochosos aproveitados pela sua aparência estética e utilizados como elemento
decorativo, em trabalhos artísticos e como materiais para construção
Rochas decorativas
Rochas cujas propriedades físicas e mecânicas não permitem sua utilização extensiva na construção civil,
mas que pela sua apreciada aparência estética, são usadas em ambientes internos, como peças especiais,
ou em acabamentos personalizados
Materiais de Construção I
32 de 162
Usos
Principal aplicação
Em revestimento, como placas ou ladrilhos, em pisos e escadas de interiores e exteriores (também
denominados revestimentos horizontais), fachadas e paredes de interiores e exteriores (ou revestimentos
verticais). Também são consumidas na forma de peças acabadas e semi-acabadas, como tampos de mesas
e de bancadas de cozinhas ou de lavatórios e arte funerária
Materiais de Construção I
33 de 162
Pavimentação
Empregadas em calçadas, ruas, sarjetas etc., geralmente em estado natural, sem processamento, na forma
de paralelepípedos e lajotas
Alvenaria
Elementos estruturais em edificações, compondo principalmente paredes. Além das funções estéticas,
desempenham importante função de sustentação (ou loading-bearing), suportando cargas
compressivas
Empregada na forma natural na construção de muros, comum em várias regiões do Brasil, executados
por artífices que empregam técnicas artesanais, cujos métodos praticamente não foram objetos de
registro
Escolha e Seleção
Materiais de Construção I
34 de 162
Alteração de Rochas
Alteração das rochas é um fenômeno natural, que ocorre ao serem expostas na superfície terrestre,
em resposta às novas condições e pela atuação do intemperismo
Principais agentes intempéricos (principalmente em rochas para revestimento:
o umidade, independente da origem (chuva, névoa, umidade relativa do ar, solo)
o temperatura do ar, que pode acelerar as reações químicas
o insolação e resfriamento noturno, responsáveis pelos movimentos térmicos
o vento e energia cinética, que promovem ação abrasiva sobre as paredes
o constituintes do ar e poluentes atmosféricos (gasosos e aerossóis), que condicionam as taxas
de ataque químico
Materiais de Construção I
35 de 162
Deteriorações x Patologias
Deterioração, numa definição simples, é o conjunto de mudanças nas propriedades dos materiais de
construção no decorrer do tempo, quando em contato com o ambiente natural. Implica a degradação e
o declínio na resistência e aparência estética, nesse período (Viles, 1997).
Relativamente às rochas
o alteração é considerada qualquer modificação do material, mas não implica necessariamente o
empobrecimento de suas características
o degradação ou deterioração, por sua vez, é uma modificação do material rochoso que supõe
sempre uma degeneração, sob a óptica da conservação
Patologia, em rochas para revestimento, são as degradações que ocorrem durante ou após uma obra,
como resultado de procedimentos inadequados de colocação, de limpeza e de manutenção, muitas
vezes em decorrência da adoção de critérios incorretos na escolha e dimensionamento da rocha.
Envelhecimento são as que modificações (acomodações naturais) que ocorrem ao longo do tempo, sob
condições adequadas de uso e manutenção
Materiais de Construção I
36 de 162
Materiais de Construção I
37 de 162
5 Materiais Cerâmicos
Livro: Materiais de Construção Civil
Materiais de Construção I
38 de 162
· Minerais do grupo Montmorilonita ou esmecita – Este mineral é geralmente encontrado nas bentonitas
que são rochas derivadas de cinzas vulcânicas. A água penetra facilmente na montmorilonita
provocando o seu inchamento.
· Minerais micáceos – As micas são encontradas em muitas argilas, argilitos e xistos.
· Minerais de alumínio hidratados. - Gibsita, constituinte dos solos lateríticos, é o principal mineral de
alumínio. A bauxita é um minério comum do alumínio, sendo uma mistura de bauxita, caulinita,
limonita e outros minerais.
Minerais Micáceos
Esses minerais em forma microscópicas são encontrados em muitas argilas, argilitos, folhelhos e xisto. As
micas são de ocorrência comum em vários tipos de rochas e tem sua composição variável.
Micas – Na forma de filme é usada como dieletros em capacitores, aumentando sua durabilidade.
O maior consumo de lâminas de mica (splitting) é para a produção de folhas de mica, das quais se faz fitas
isolantes, chapas de modelagem, chapas para aquecedores, chapas flexíveis e placas segmentadas, estas
últimas utilizadas em motores e geradores.
A mica moída é aplicada na produção de tintas e nas indústrias de materiais de transportes, eletrodos,
cerâmica e na perfuração de poços de petróleo. A mica moída a seco é inerte, flexível e não é abrasiva,
além de apresentar grau de brancura de 75%. Devido a essas características, essa forma da mica é muito
utilizada em tintas, papel, borracha e plástico.
Os fragmentos ou pó de mica, após lavagem e apuração de seu teor podem ser transformados em folhas de
mica, para a obtenção de uma série de produtos através da adição de resinas e prensagem das folhas. Os
fragmentos, após um processo de moagem e peneiramento, são utilizados como adensador e estabilizador
na indústria de tintas, como composto para aumenta a resistência e flexibilidade de cimentos à base de
gesso e, como aditivos em lamas de perfurarão.
Minerais Aluminosos
Coríndon – Na forma pura é conhecido como esmeril, esse mineral é usado como abrasivo na
fabricação de rebolos de esmeril e refratários.
Pirofilita – Esse mineral é usado em massas cerâmicas para aumentar a resistência ao choque
térmico.
Materiais de Construção I
39 de 162
Fundentes
Minerais de Bário – São usados em vários ramos da cerâmica, agem como fundentes em
vidrados, vidros, esmaltes e formam o sulfato de bário insolúvel, para evitar manchas e inflorescências nas
peças de cerâmica vermelha para uso estrutural.
Fluorita – É um mineral usado em muitos vidros ópticos e esmaltes.
Minerais Fosfáticos – Seu principal uso é na cerâmica, mas também participa na composição de
vidros, esmaltes e porcelana branca.
Talco – É um mineral filossilicato. As principais propriedades que o habilitam para uso industrial
são a alta resistência ao choque térmico, leveza, baixo teor de umidade, alto poder de absorção de óleo e
graxa, baixa condutividade térmica e elétrica e inércia química. È utilizado na indústria de papel e papelão,
indústria da borracha, indústria química (tintas e vernizes, defensivos agrícolas), indústria de matérias
plásticos, indústria têxtil...
Feldspato – É um mineral usado como fundente na indústria cerâmica e é o principal constituinte
de muitas rochas ígneas. Na indústria cerâmica são aplicados os feldspatos potássicos, usados na produção
de cerâmica branca, e os feldspatos de sódio, empregados na fabricação de vidros e vidrados.
Materiais de Construção I
40 de 162
Sílica
Os depósitos de sílica são encontrados universalmente e são provenientes de várias eras geológicas. A
maioria dos depósitos de sílica que são minerados para obtenção das "areias de sílica" consistem de
quartzo livre, quartzitos, e depósitos sedimentares como os arenitos.
O quartzo é um mineral de natureza dura, inerte e insolúvel. Suporta totalmente a vários processos de ação
de agentes atmosféricos (intempéries) e é encontrado desde traços até grandes quantidades em várias
rochas sedimentares. A areia é composta predominantemente de quartzo.
Comercialmente, a sílica é fonte do elemento silício e é usada em grande quantidade como um constituinte
de materiais de construção. Na sua forma vítrea é muito utilizada na indústria do vidro como componente
óptico.
A Sílica é um material básico na indústria de vidro, cerâmicas e refratários, e é uma importante matéria
prima na produção de silicatos solúveis, silício e seus derivados; carbeto de silício e silicones.
Fabricação (manipulação) de
Fabricação de ferro e aço Material refratário
refratários e reparos em fornos
Construção civil e
Abrasivo para jateamento Areia
manutenções (reparos)
Funis alimentadores (tripoli,
Borrachas e plásticos Manuseio de matéria prima
terras diatomáceas)
Silicatos
Os silicatos são a base sobre a qual a cerâmica é construída.
A unidade fundamental do silicato é o tetraedro silício-oxigênio, esses tetraedros são agrupados de várias
maneiras para formar os silicatos.
Ortossilicato – Essas estruturas são de interesse como refratários, devido ao seu elevado ponto
de amolecimento. Os tetraedros independentes constituem uma estrutura de boa qualidade.
Dissilicatos – Estruturas em folhas de particular interesse, pois, constituem a base dos argilo-
minerais.
Materiais de Construção I
41 de 162
ARGILAS
As argilas são a espinha dorsal da cerâmica, portanto é fundamental a importância do conhecimento de sua
natureza. As argilas são predominantemente constituídas de cristais definidos, porém minúsculos,
agrupados em espécies mineralógicas bem definidas.
As argilas variam em caráter dentro de uma larga faixa; algumas são particularmente aplicáveis à indústria
cerâmica, ou outras indústrias, como a do papel, ou ainda metalúrgica, enquanto outras são tão impuras
que não podem ser usadas na fabricação de produtos cerâmicos.
Alguns depósitos de argila são encontrados nos mesmos locais das rochas matrizes das quais foram
originados, enquanto outros foram depositados a grandes distâncias do seu lugar de origem.
De um modo geral, as argilas são um produto secundário, na crosta terrestre, produzido pela alteração de
rochas do tipo pegmatítico. Dentro de uma classificação geológica se dividem em secundárias e primárias.
Caulins
Caulins Residuais ou Primários – Os depósitos brasileiros de caulins são conhecidos desde
nordeste até ao sul. São provenientes da alteração de pegmatitos por intemperismo, Caulins de
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande
do Sul são amplamente usados na fabricação de cerâmica branca.
Caulins Sedimentares – Uma grande proporção dos caulins sedimentares é usada como carga e
cobertura de papel, bem como para carga em outras finalidades.
A indústria cerâmica usa o caulim secundário em composições específicas de cerâmica branca
para a fabricação de refratários.
Ball Clays – De origem sedimentar, são normalmente encontradas em regiões pantanosas, por
isso tem um elevado teor de matéria orgânica. São utilizadas quase que exclusivamente em massa cerâmica
branca para conferir resistência mecânica e plasticidade antes da queima, pois os componentes restantes
(caulim, quartzito e feldspato) quase não contribuem à resistência mecânica.
No Brasil são amplamente utilizadas como ball clays na fabricação de louça sanitária, louça doméstica, e
mesmo porcelana, as argilas cinza da margem do rio Tamanduá no município de São Simão. Essas argilas
contêm propriedades bastante próximas a da ball clay, é minerada em Oeiras, Piauí e usada na fabricação
de azulejos em Recife.
Materiais de Construção I
42 de 162
Argilas Especiais
Algumas argilas especiais são alofânio, halosita e argilas ricas em fundentes para barbotinas de esmalte
cerâmico (slip clays) e folhelhos de Jarinu, Itu e Moji-Guaçu.
Os mais interessantes na indústria de produtos para a construção são:
Argilas ricas em fundentes para barbotinas de esmaltes cerâmicos – São usadas em louças
domésticas de corpo cerâmico avermelhado e em isoladores elétricos como esmalte cerâmico de cor
marrom.
Folhelhos de Jarinu, Itu e Moji-Guaçu - As argilas verdes terciárias do vale do Rio Paraíba, em São
Paulo, são argilas desse tipo.
Materiais de Construção I
43 de 162
Argilas de Pó de Pedra – O nome “Pó de Pedra” é de origem britânica, uma vez que uma pedra
parcialmente caulinizada de Cornwall era moída, moldada e queimada a cerca de 1200º C, produzindo uma
louça branca vitrificada conhecida pelo nome de stone ware.
A tecnologia cerâmica brasileira desenvolveu a utilização de um minério muito abundante no
estado de São Paulo e Minas Gerais com características semelhantes as da argila de pó de pedra, para a
fabricação de produtos prensados como pastilhas para revestimento externo de edifícios, para elevar a
resistência mecânica de refratários aluminosos, para a fabricação de sanitários, além de outros usos não-
cerâmicos.
Bentonita – Essa argila é constituída essencialmente por montmorilonita propriamente, pobre
em ferro, composta por cinzas vulcânicas ácidas.
No Brasil, a única bentonita pobre em ferro e bem caracterizada como proveniente da alteração de cinzas
vulcânicas, é a existente associada às camadas de calcita no município de Ponte Alta, Minas Gerais. Há um
extenso depósito de argila montmorilonítica com razoável teor de ferro em Boa Vista próximo a Campina
Grande, Paraíba, atualmente em exploração para diversas finalidades como; trabalhos em fundações para
sustentação da terra na forma de lodo bentonítico, em construção, como material de selamento, na
elaboração de graxas lubrificantes...
Materiais de Construção I
44 de 162
mais leve chamada de louça doméstica (household china) tem empregada à mesma composição exceto
pelo carbonato de cálcio.
Porcelana Elétrica – Esse corpo é usado para a maioria das porcelanas elétricas fabricadas
atualmente. Amadurece a 1310ºC, com absorção nula, o biscoito e o vidrado são queimados juntos
(monoqueima). A composição é mostrada na tabela-3.
Porcelana Dura – Esse corpo varia muito dependendo da temperatura de queima. Os corpos mais
ricos em fundentes amadurecem a 1260ºC enquanto a porcelana Copenhague é queimada entre 1485º -
1520ºC. O biscoito é queimado em temperatura baixa para adquirir resistência mecânica para manuseio, e
a queima para dar brilho (glostfire) é em temperatura alta com atmosfera redutora no fim do processo para
reduzir o ferro, assim produzindo um corpo mais denso e uma cor mais branca.
Azulejos – Tem texturas porosas e vitrificadas do tipo triaxial. Recentemente tem-se usado talco
para os azulejos queimado a temperatura de 1260ºC.
Louça Sanitária Vitrificada ou Grês Sanitário – Esse é um corpo cerâmico para monoqueima a
temperatura de 1310ºC com uma composição semelhante a da porcelana elétrica.
Porcelana Dentária – Esse corpo é principalmente feldspático com alguma sílica e pequena
porcentagem de caulim e argila. Como porcelana parian, é autovitrificável e não poroso.
de
Sulfato de Bário
Argila Ball Clay
Cinza de Ossos
Sílica (Flint)
Carbonato
Feldspato
Cianita
Caulim
Fe2 O3
Cálcio
MnO2
Talco
Frita
Louça Sanitária 28 20 32 20
Isolante Elétrico 21 25 34 20
Ladrilho Vitrificado 27 29 33 11
Louça de Hotel 34.8 7 22 35 1.2
Cerâmica Branca
24 28 13 35
Semivitrificada
Porcelana de Ossos 13 15 32 40
Parian 30 10 60
Porcelana Dura 35 15 25 25
Louça de Belleek 35 15 20 30
Louça de Basalto 30 15 30 19
Louça de Jaspe 30 7 63
Corpo Contendo Talco 18 7 75
Corpo Contendo Talco 18 15 35 25 7
Porcelana Dentária 5 81 14
Porcelana Refratária 50 10 10 5 25
Tabela 3 – Composição de corpos de cerâmica branca.
Materiais de Construção I
45 de 162
Resistência de ruptura à flexão - Esta propriedade é importante para facilitar o manuseio entre o secador e
o forno sem danificar. As argilas muito finas, principalmente aquelas que possuem montmorilonita e
matéria orgânica húmica são as mais resistentes.
Desagregabilidade em água - É importante conhecer o tempo de desagregação das argilas para se
estabelecer o processo e equipamentos adequados para a obtenção da massa plástica no processo
cerâmico.
Queima - As propriedades de queima; a retração, variações da porosidade, liberação e absorção de calor,
perda de massa e mudanças petrográficas.
Análise Petrográfica
Tratamentos
A matéria prima pode sofrer os seguintes tratamentos:
Químicos – As matérias primas não são tratadas quimicamente, exceto as utilizadas nos vidrados ou
refratários especiais.
Separação magnética – A separação magnética e utilizada para remover resíduos de minerais de ferro
presentes no0s feldspatos.
Flutuação pela espuma – Neste processo, o minério é pulverizado em água com agente espumante para
separar as partículas prejudiciais.
Filtragem – A filtragem é empregada para remover sais solúveis da argila.
Secagem – A secagem é feita a céu aberto, sob cobertura ou em câmara quente.
Moldagem – Os métodos de moldagem são os seguintes; Manual, prensagem a seco, extrusão, moldagem
plástica e colagem. A moldagem manual ainda é muito comum nas pequenas olarias, onde se emprega um
processo semi-artesanal, onde a massa é moldada em formas de madeira ou de metal.
Prensagem a seco – Este processo é aplicado para fabricação de ladrilhos, azulejos, isolantes elétricos,
telhas e produtos refratários.
Materiais de Construção I
46 de 162
Esse método é usado na fabricação de pequenos isoladores elétricos, ladrilhos azulejos, telhas e
refratários. O teor de água na mistura de prensagem é baixo, de 5 a 15%, e a pressão é alta –
centenas de quilogramas por cm².
Preparação da Mistura – A misturas para cerâmica branca é preparada, geralmente, passando os
“bolos do filtro prensa (filter cakes)”, parcialmente secos através de um pulverizador e em seguida,
por uma peneira. Por outro lado, alguns ceramistas têm empregado a mistura a seco de argilas
beneficiadas por moagem no ciclone a ar (air floated clays). Misturas de chamotas (mistura de
alumina e sílica) são geralmente preparadas em galgas (moedor) ou em misturadores especiais.
Uniformidade de Pressão – Um dos problemas na prensagem a seco é a obtenção de uma
densidade uniforme dentro de todo o molde.
Por outro lado, se for usado um lubrificante nas paredes do molde ou na mistura, ocorrera um
aumento maior da uniformidade.
Por essa razão, pequenas peças geralmente contêm um lubrificante, principalmente quando
contêm baixos teores de lubrificantes naturais, argilas ou talco.
Figura – 1. Distribuição da densidade num molde sob várias condições de prensagem: (a) prensado de um lado; (b)
prensado dos dois lados; (c) prensado dos dois lados com um lubrificante.
Misturas Para Prensagem a Seco – As misturas para prensagem de peças de cerâmica branca são
semelhantes aquelas para moldagem plástica. Entretanto massas ricas em talco, as quais podem
faltar à plasticidade para outros métodos de conformação, podem ser facilmente prensadas.
Massas contendo apenas componentes não plásticos, como óxidos fundidos, também podem ser
prensadas quando são usados plastificantes adequados. Na indústria de refratários, massas que
contêm uma grande proporção de chamotas são prensados com sucesso em moldes metálicos
endurecidos superficialmente.
Lubrificantes e Plastificantes – Compostos orgânicos como amidos, produtos derivados do milho e
ceras, podem ser adicionados a mistura para aumentar a plasticidade ou escoamento e reduzir o
atrito nas paredes do molde.
Métodos de Impacto (ramming) – O método de prensagem, descrito previamente, não é
econômico para a fabricação de peças refratárias grandes uma vez que o custo do molde é elevado
e a uniformidade seria muito difícil de ser obtida através de toda a massa. Nessas condições
observou-se que é melhor “socar” a mistura aos poucos no molde com um martelo de ar
comprimido. Cada adição deve ser adequadamente consolidada com a anterior para evitar
laminações.
Prensas – Vários tipos de prensas são usadas na indústria. Pequenas peças eram feitas com prensas
de parafusos ou balancim, onde a massa em
movimento causava um impacto.
Atualmente, as fábricas modernas usam
prensas hidráulicas rápidas para a fabricação
de ladrilhos, azulejos, e isoladores elétricos.
Materiais de Construção I
47 de 162
Esse método emprega a massa na forma de uma pasta plástica, porém rígida. Essa mistura, de um
modo geral, é forçada através de um molde para formar uma coluna contínua, a qual pode ser
cortada em comprimentos adequados.
Extrusão por Pistão – Algumas máquinas de extrusão, por exemplo, a prensa para manilhas, força a
mistura através de um molde por meio de um pistão movimentado a vapor ou pela pressão do ar.
Porém esse processo é intermitente, pouco usado na indústria cerâmica em geral.
Marombas (augers) – A máquina usual de extrusão é a maromba. O nome auger em inglês significa
broca, daí o nome em português para maromba, porque o parafuso de alimentação tem essa
aparência.
Um corte transversal é mostrado na figura - 2. O molde ou bocal pode ser de qualquer forma para
produzir a coluna ou tarugo desejado, mesmo que o corte transversal seja complicado.
Se a mistura for abrasiva, a maromba e o bocal podem ser feitos de um metal resistente ao
desgaste, como estelita. Em muitos casos, o bocal é aquecido e lubrificado para reduzir o atrito.
Muitas argilas têm melhorado a sua trabalhabilidade pela desaeração; assim as marombas a vácuo
são comumente usadas na indústria. A coluna extrudada é mais homogênea e densa após esse
tratamento a vácuo.
Extrusão de Material Não-Plástico – Massas não plásticas, quando finamente divididas, podem ser
extrudadas através de um molde, desde que contenham plastificantes.
Conformação por Injeção – Esse processo foi desenvolvido em alto grau, para conformação em alta
velocidade de precisão na indústria de plásticos orgânicos. É possível usar esse mesmo método
para forçar um não-plástico finamente dividido, misturado com cerca de 15% de resinas
termoplástica e termofixa, a sair de uma câmara aquecida para um molde resfriado e em seguida
para a operação de queima. Esse processo é usado em peças pequenas como os corpos de alumina
sinterizada para velas de ignição.
Conformação de Peças Plásticas Moles - Esse método é o mais antigo de conformação de argilas. Pode ser
efetuado manualmente na confecção de vasos, como é ainda feito em cerâmicas primitivas, ou em tornos
de oleiros (potter´s whell). Os primeiros tipos de tijolos de alvenaria eram feitos manualmente através de
moldes de madeira, a partir de uma massa plástica.
Atualmente ainda é usado no Brasil na cerâmica artística, sendo quase toda feita manualmente, porém o
método também é usado em alguns processos de produção, principalmente em olarias regionais para
tijolos e telhas.
Processo “Jigger” ou por Estampo - Esse processo é usado amplamente na indústria de cerâmica
branca para moldar pratos e alguns tipos de peças usadas em estampos. Até recentemente, a
moldagem normal em estampos, tinha o emprego generalizado, porém agora muitas indústrias
usam estampos automáticos para quase tudo.
A operação começa com uma porção da massa plástica, de peso adequado. Esta é moldada na
forma de disco circular por batidas com instrumento de gesso ou espalhando-a num molde de
gesso em revolução ou estampo com uma ferramenta de ponta que sobe e desce (fig. - 4). Sendo
essa a única etapa do processo em que a massa é consideravelmente deformada, torna-se vital que
o disco de massa acabada seja completamente homogêneo. O disco é em seguida transferido a um
estampo de gesso, cuja superfície externa é moldada como a superfície superior de um prato (fig. -
3). Esse molde é então colocado num mandril na extremidade superior de uma haste vertical que
gira a uma velocidade de 300 a 400rpm. Uma ferramenta de perfil como a parte inferior de um
prato (gabarito) é aplicada ao disco de massa plástica, agora lubrificado com água, formando de
modo preciso à superfície, pela eliminação do excesso de massa, como também pela penetração da
massa no molde. O estampo e o gesso são tirados do mandril do jigger e colocados num secador
contínuo.
Nos casos em que a baixa plasticidade da massa torna impossível o manuseio do disco, como
acontece com a porcelana de ossos e a porcelana pré-sinterizada, o disco pode ser moldado sobre
Materiais de Construção I
48 de 162
um anel coberto para transferir para o molde, ou pode ser fundido através de uma barbotina no
estampo e então moldado.
Figura - 3. Seção transversal da cabeça de um torno (jigger) com um prato sendo conformado.
Figura - 4. Operação do torno (jigger).
Modelagem Manual – Há muitos produtos, como, por exemplo, tijolo de revestimento externo de
edifícios e refratários especiais, que são moldados manualmente a partir de argilas plásticas. Um
fragmento de argila de tamanho adequado é colocado num molde e o excesso é cortado com um
arame. Também as peças grandes de terracota são moldadas manualmente em moldes de gesso.
Prensagem Plástica – Recentemente as massas plásticas têm sido prensadas entre moldes de gesso
duros e porosos, com a finalidade de eliminar a água dos poros em cada ciclo.
Colagem - A colagem é um processo próprio para a fabricação de peças domésticas.
Essa operação é usada para moldar diferentes tipos de peças cerâmicas. É aplicada a toda peça cerâmica
que não tenha o contorno de uma superfície de revolução que seria possível obter no torno; inclui também
formas como as das louças domésticas e peças artísticas. É também usada para peças grandes da indústria
de encanamentos sanitários, grandes recipientes e para blocos de revestimentos de tanques.
Métodos de Colagem por Drenagem – Nesse método, a colagem é feita a partir de uma superfície,
sendo, portanto, especialmente adaptada a peças finas. Não é aconselhável para barbotinas
contendo chamota de granulometria grossa, uma vez que, nesse caso, a superfície interna drenada
seria áspera.
Figura - 5. Operação de colagem por drenagem: (a) montagem do molde; (b) despejamento da barbotina por
fundição; (c) drenagem; (d) rebarbamento da parte superior; (e) desmontagem do molde e remoção da peça acabada.
Colagem Sólida – Deve haver aberturas para entrada da barbotina, respiros para o escapamento do
ar e um reservatório de barbotina para suprir a peça, sendo fundida para recompensar a retração.
A fundição se processa por todos os lados simultaneamente, de forma que as paredes crescem até
encostarem-se ao centro líquido com barbotina adicional até que a peça se torne sólida. De outra
forma resultará numa peça oca, pois mesmo as melhores barbotinas tem uma retração de volume
considerável.
Materiais de Construção I
49 de 162
Figura - 6. Operação de colagem sólida: montagem do molde: (a) montagem do molde; (b) enchimento do molde; (c)
absorção da água da barbotina; (d) peça acabada, removida do molde e aparada.
Secagem – Ao sair dos moldes, as peças são transportadas para uma área de secagem que pode ser à
sombra, ao sol ou em câmaras quentes.
Queima – A queima das peças é feita em fornos próprios onde a elevação da temperatura deve ser
controlada para que as transformações químicas se processem normalmente sem perturbar a estrutura da
peça. Se a queima for muito lenta seria ótimo, mas haveria consumo exorbitante de combustível, devendo-
se equilibrar a velocidade para que seja técnica e economicamente satisfatória.
Acabamento da Louça
O acabamento da louça é uma operação importante na fabricação de louças de elevada qualidade. Alguns
dos processos mais comuns serão resumidos a seguir:
Eliminação de Rebarbas – Uma peça fabricada no torno deve ter os bordos aparados em um raspador e,
então, passada uma espoja para alisar a superfície. A peça fundida deve ter o topo aparado e cortado, isto
é, a parte extra que mantém a barbotina para retração, comumente chamada de sobressalente como
mostra a figura - 5.
Torneação – Algumas louças finas, após a moldagem e enquanto secas parcialmente, são colocadas em um
torno e torneadas com ferramentas de aço até as dimensões desejadas. Os pés de xícaras são moldados
dessa forma, assim como a porcelana casca de ovo desenvolvida pelos chineses. Esse método foi muito
utilizado pelos antigos gregos para moldar seus vasos de formatos especiais. Atualmente esse método é
utilizado para fabricar grandes isoladores de alta tensão, torneando grandes estampos de massa cerâmica
semi-seca.
Polimento – O aspecto brilhante de peças fabricadas por índios do sudeste dos Estados Unidos não é
devido a um vidrado, mas um polimento, que é obtido esfregando um seixo polido a superfície da peça
semi-seca. O mesmo método pode ser aplicado de modo mais prático no torno mecânico.
Junção ou Aderência de Peças – Muitas peças cerâmicas são fabricadas em pedaços e, então, são ligadas
por meio de barbotina, agindo como um adesivo. Um exemplo são as asas das xícaras ou uma parte de uma
peça sanitária. Os bordos a serem reunidos são despolidos e, em seguida cobertos com barbotina e
rapidamente unidos. É importante que as peças a serem unidas tenham o mesmo teor de umidade e de
perda ao fogo. Observando-se essas condições, não há retração diferencial na secagem após a queima.
Tijolos
Os tijolos são materiais de largo uso na construção de edifícios. São produzidos em todas as regiões do país,
por processos que vão do mais rude empirismo aos mais evoluídos mecanicamente. Por este processo, a
Materiais de Construção I
50 de 162
pasta de barro, depois de convenientemente amassada, é moldada por extrusão, cuja fieira contínua é
cortada no comprimento desejado. Os tijolos são secos á sombra ou artificialmente, antes do cozimento
que é feito em fornos intermitentes e contínuos. Deste modo desenvolveram-se formas mais aperfeiçoadas
para o produto e melhoraram sua qualidade. Os tijolos devem ser leves, resistentes e de fácil manejo. São
aplicados nos edifícios para a construção das alvenarias das paredes divisórias e de fachadas,
representando cerca de 15% do valor total da construção. Nas pequenas construções, os tijolos funcionam
como elemento de sustentação do teto e cobertura.
Exigências:
resistência à compressão
permeabilidade
estabilidade volumétrica
compatibilidade com a argamassa
A NBR-7170 especifica a resistência à compressão para cada tipo de tijolos em duas categorias,
estabelecendo o valor mínimo individual e o valor médio.
Resistência à compressão dos tijolos:
Tipos de Tijolos:
· Tijolo de vidro – Devido ao preço, são usados em locais específicos, para iluminar e também para
conseguir determinados efeitos estéticos, especialmente quando se usa iluminação projetada para
tirar proveito da luminosidade e características de reflexão do material.
· Tijolos de Solo-Cimento – Uma boa alternativa aos blocos de concreto, ótima solução para
habilitações populares. Construções feitas com solo-cimento resultam em ambientes com ótimo
conforto térmico, devido à grande massa da parede que lhe confere inércia térmica, ou seja,
demora a esquentar durante o dia, com o sol, e demora a esfriar durante a noite, deixando mais
estável a temperatura interna.
· Tijolo de Barro Cru – Também conhecido como “Adobe”, já foi muito utilizado na antiguidade, mas
hoje praticamente caiu em desuso, pois precisa de cuidados especiais para resistir às intempéries.
· Tijolo de barro cozido – Também chamados de “Tijolinho” ou “Tijolo comum”. É uma evolução do
tijolo de barro cru.
· Tijolo refratário – Um tipo especial de tijolo cozido, feito com argila enriquecida de materiais que
diminuem a retração mecânica quando exposto ao forte calor. Funcionam também como isolantes
térmicos.
Materiais de Construção I
51 de 162
· Tijolo laminado – Estes, por sua vez, são uma evolução do tijolo de barro cozido, tendo maior
resistência mecânica e menos porosidade, com menor absorção de água. O modelo mais comum
tem 21 furos cilíndricos e mede aproximadamente 24 x 11,5 x 5 cm, sendo indicados para alvenaria
aparente
· Tijolo furado – Também chamados de “Tijolo baiano”, têm na parte externa uma série de
rachaduras para facilitar a aderência da argamassa de revestimento e seu interior tem pequenos
canais prismáticos ou, como se diz popularmente, “furos”. Em geral se encontra os de 6 furos e de
8 furos, mas há uma grande variedade de tijolos furados. Suas vantagens são a rapidez na
execução, baixo peso e preço acessível.
Como saber se o tijolo é bom?
Testes mais específicos, para selecionar o material em obras de responsabilidade maior, precisam ser feitos
em laboratório. Mas com um pouco de experiência e algumas dicas básicas será possível fazermos um bom
exame preliminar:
· O tijolo bem cozido produz um som peculiar quando batido com a colher de pedreiro. Através da
sonoridade pode-se distinguir o grau de cozimento, quando mais metálico e firme for o som melhor
será o tijolo.
· Outro teste para saber se o tijolo é bom é quebrá-lo e verificar seu interior. Se o meio ainda estiver
meio barrento ou com cor mais escura é sinal de que o tijolo está mal cozido.
· A superfície do bom tijolo é porosa e áspera, suas arestas são vivas e duras. Quando quebrado
apresenta saliências e reentrâncias.
· A absorção da água deve estar por volta de 7% do peso do tijolo, que deveria variar entre 2 a 3 kg,
mas infelizmente hoje se encontra tijolos até mesmo de 1 kg...
· O lote de tijolos deve apresentar uniformidade de cor e diferença média de um tijolo para outro
deve ser de no máximo mais ou menos 3mm.
Telhas
As telhas são materiais de cobertura com formas que se classificam em: planas ou francesas, com seção
transversal curva (coloniais, portuguesas e árabes) e planas tipo escama. As telhas devem atender aos
seguintes requisitos.
- Apresentar estrutura homogênea, granulação fina e não conter na sua massa grãos de pirita e de
cal;
- Não apresentar manchas ou eflorescências;
- Ter cantos vivos;
- Ter um som claro;
- Não ter irregularidades de forma;
- Ter baixa permeabilidade;
- Ser resistente à flexão;
A NBR-7172 da ABNT especifica a telha plana francesa nos seguintes requisitos:
- Massa – A massa seca máxima deve ser 3,3Kg
- Absorção d’água – a absorção máxima deve ser de 20%.
- Dimensões nominais – NBR-8038 com tolerância de 2% nas dimensões nominais.
- Quantidade de telhas por m².
Exigências:
retilineidade e planaridade
tolerância dimensional (estabilidade volumétrica)
massa
absorção de água (permeabilidade)
características visuais e sonoridade
Materiais de Construção I
52 de 162
Pastilhas Cerâmicas
As pastilhas cerâmicas são materiais de louça, empregados para revestimentos de paredes e nos pisos. As
pastilhas são fornecidas coladas em folhas de papelão. A dimensão de cada pastilha é de 15x15 mm ou de
20x20 mm e 5 mm de espessura.
O assentamento das pastilhas é feito com argamassa de cimento e areia com traço 1:3 em volume,
pulverizando-se com cimento branco para evitar o aparecimento de argamassa nas juntas. Após a secagem,
retira-se a folha de papelão e faz o polimento superficial, as pastilhas são classificadas em vitrificadas e
foscas.
Azulejos
Os azulejos também são peças de louça, empregados para revestimento de paredes, principalmente nos
banheiros, cozinha e em ambientes que se exigem muita higiene.
As dimensões mais usuais dos azulejos são: 15x15 cm e às vezes 10x10 cm, ou em formato retangular.
O assentamento dos azulejos pode ser em argamassa de cimento e areia, traço 1:6 em volume, ou aplicado
diretamente sobre o emboço com pasta de cimento ou cola epóxica. Antes da aplicação, o azulejo deve
estar chapiscado com argamassa de cimento e areia, traço 1:3 em volume e depois mergulhado na água
durante 24 horas para saturação.
Manilhas
As manilhas cerâmicas são utilizadas nos esgotos sanitários, industriais e pluviais.
As manilhas podem ser de barro ordinário ou de grês cerâmico. As de barro ordinário não servem para
efluentes ácidos, somente águas pluviais. As manilhas de grês cerâmico são resistentes aos ácidos porque
alem de melhor qualidade de matéria-prima, tem acabamento superficial que lhe dá maior resistência
química ao desgaste superficial.
Exigências:
resistência à compressão diametral
permeabilidade
aspecto visual
absorção de água
resistência química
Ladrilhos
Os ladrilhos cerâmicos, comumente chamados de cerâmica, são peças de pequena
espessura e formato variado. Os ladrilhos são empregados para revestimento de fachadas de
edifícios, são duráveis e possuem alta resistência a abrasão.
Quanto ao acabamento, os ladrilhos são classificados em:
- Comuns (cerâmica vermelha)
- Coloridos
- Vitrificados
A argamassa de assentamento para ladrilhos deve ser de cimento e areia (1:6).
Louça
A louça é um produto cerâmico para a fabricação de utensílios, aparelhos sanitários, pias, etc. Os materiais
de louça são revestidos por um vidrado cuja finalidade é torna-los impermeáveis e resistentes aos ácidos.
As locas classificam-se em:
Materiais de Construção I
53 de 162
- Louça ordinária
- Louça de má qualidade
- Louça superior
A louça ordinária é empregada para fabricar utensílios domésticos, possuindo um acabamento superficial,
transparente, feito com sais de chumbo.
A louça de má qualidade é obtida do material da anterior, tendo um recobrimento opaco. É a louça dos
aparelhos sanitários.
A louça classificada como superior é feita com pasta de boa qualidade, tendo o acabamento feito com sais
de bório. Esta louça tem aplicação no fabrico de jarros, utensílios finos, peças decorativas, etc.
Refratários
Os refratários são matérias resistentes a altas temperaturas sem sofrer variações de volume significativas,
sem amolecer e resisti a ação dos gases quentes. Alem destas condições, os refratários devem atender os
seguintes requisitos:
- Boa resistência à compressão em altas temperaturas;
- Apresentar uniformidade ao aquecimento e resfriamento;
- Ser resistentes aos vapores, aos ácidos e às escórias em temperaturas elevadas;
- Ser resistentes à oxidação e a redução.
Uma característica muito importante dos refratários é a resistência piroscópica que é obtida num ensaio de
refratariedade. Este ensaio é feito por comparação entre o comportamento de pirâmides – padrão do
material em estudo, verificando seu comportamento com o padrão sujeito às mesmas condições de
elevação de temperatura.
Processos de Decoração
Há vários processos usados para decoração de peças cerâmicas. Mas aqui vamos nos ater a aqueles que são
aplicados na produção de louças sanitárias e revestimentos.
Peças que passam por determinados processos de decoração, se torna mais finas e comercialmente mais
valorizadas quando os acabamentos são de bom gosto e perfeitamente executados.
Modelagem
O primeiro tipo de cerâmica decorativa foi provavelmente a gravação em relevo sobre a superfície;
primeiro como um simples desenho riscado e mais tarde como relevos esculpidos.
Decoração em Relevo – uma peça cerâmica modelada pode ter um relevo na superfície aplicado
diretamente com uma porção da mesma argila.
A modelagem é feita na superfície de um molde, no qual um conjunto de peças pode ser
conformado por moldagem manual ou colagem. Esse tipo de decoração é usada em revestimentos
destinados à decoração de cozinhas e banheiros.
Materiais de Construção I
54 de 162
Fornos
Forno Túnel
São fornos que dispõe de ventiladores, macaco
hidráulico e carrinho motorizado, para a
transferência de peças cruas e queimadas. Um
forno túnel circular para queima de peças de
cerâmica branca usa geralmente empilhamento
aberto e não-muflado. Os carros ficam dispostos
em círculo que se movimentam lentamente como
um carrossel. A pequena seção transversal
assegura uma distribuição uniforme de
temperatura, facilidade de empilhamento e
retirada numa dada posição.
Materiais de Construção I
55 de 162
Forno Periódico
É um forno de calota ou garrafão típico, de chama invertida, usado na indústria de refratário e na indústria
de material cerâmico de construção. O combustível é carvão, queimado numa série de fornalhas. A
uniformidade de temperatura não é muito boa nesse tipo de forno, porém, isso não tem muita
importância, no caso de materiais cerâmicos de construção e alguns tipos de refratários.
Figura - 7. Tipos de fornos periódicos: (a) fornos escova para tijolos de construção; (b) forro de corrente ascendente para cerâmica
vermelha; (c) forno redondo de corrente descendente para porcelana dura; (d) forno redondo de corrente descendente para tijolos
refratários; (e) forno de corrente horizontal; (f) forno mufla para terracota.
Forno de Câmara
Têm grande vantagem sobre os demais fornos, porque a carga pode ser removida da câmara por meio de
um carro. Isso permite que os tijolos sejam empilhados e descarregados em pilhas mecanicamente,
reduzindo o tempo em que uma câmara fica afastada do ciclo de aquecimento. Isso adicionado ao uso de
ventoinhas para acelerar o tempo de queima, torna o forno de grande utilidade na indústria cerâmica.
Materiais de Construção I
56 de 162
Combustíveis
Os primeiros fornos foram aquecidos pela combustão de lenha, um excelente combustível, que, porém
requisita muita mão-de-obra.
O carvão foi muito usado na indústria de louça doméstica, porém esta agora limitado a fornos de
refratários e cerâmica estrutural.
Óleo combustível é usado em muitos fornos, especialmente em fornos-túneis, onde a eficiência térmica
elevada compensa o alto custo do combustível. É também utilizado em alto fornos para a fusão do vidro.
Gás natural é muito usado na indústria cerâmica porque produz um calor “limpo” e por ser facilmente
controlável.
Queima
Nessa operação, conhecida também por sinterização, os produtos adquirem suas propriedades finais. As
peças, após secagem, são submetidas a um tratamento térmico a temperaturas elevadas, que para a
maioria dos produtos situa-se entre 800 ºC a 1700 ºC, em fornos contínuos ou intermitentes que operam
em três fases:
Aquecimento da temperatura ambiente até a temperatura desejada;
Patamar durante certo tempo na temperatura especificada;
Resfriamento até temperaturas inferiores a 200 ºC.
O ciclo de queima compreendendo as três fases, dependendo do tipo de produto, pode variar de alguns
minutos até vários dias. Durante esse tratamento ocorre uma série de transformações em função dos
componentes da massa, tais como: perda de massa, desenvolvimento de novas fases cristalinas, formação
de fase vítrea e a soldagem dos grãos. Portanto, em função do tratamento térmico e das características das
diferentes matérias-primas são obtidos produtos para as mais diversas aplicações.
Materiais de Construção I
57 de 162
Revestimentos Cerâmicos
A cerâmica - mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas, queimadas em altas temperaturas -
vem sendo produzida a séculos, destinadas às mais variadas aplicações, como para fins utilitários (louças,
tijolos cerâmicos) e fins estéticos (esculturas). Sua aplicação à arquitetura, com o uso dos revestimentos
cerâmicos, tem início com as civilizações do Oriente Próximo.
· Adequado ao clima brasileiro
· Facilidade de limpeza (Classifica Classificação pela NBR 13 818 como resistência à manchas)
· Durabilidade e resistência – material inerte
· Antialérgico – 15 % da população sofre de algum tipo de alergia
· Antiinflamável
· Diversas possibilidades de decoração
Durante a etapa de queima do processo produtivo, que ocorre a mais de 1.000 graus centígrados, as
características geométricas das placas cerâmicas sofrem variações devido às alterações físico-químicas
sofridas pelo esmalte e pela argila.
Essas variações são previstas pela ABNT, que especifica as tolerâncias das dimensões e fornece os limites
máximos para o esquadro, a curvatura, o empenamento e a variação de espessura das placas cerâmicas
para revestimento, características relacionadas ao molde e ao corte da peça.
Apresentaremos algumas desses requisitos a serem observados, abaixo:
Características Físicas
Absorção de Água
Um dos parâmetros de classificação das placas cerâmicas é a absorção de água, que tem influência
direta sobre outras propriedades do produto. A resistência mecânica do produto, por exemplo, é
tanto maior, quanto mais baixa for à absorção.
As placas cerâmicas para revestimentos são classificadas, em função da absorção de água, da
seguinte maneira:
Materiais de Construção I
58 de 162
A absorção de água é a primeira propriedade que deve ser especificada pois ela está diretamente
relacionada com a resistência mecânica da base. A Aa é obtida pesando-se a placa totalmente seca
em estufa e, posteriormente, pesando-se a mesma após ciclo de impregnação de água em
autoclave. A diferença de massa expressa em porcentagem é a absorção de água.
A absorção de água mede a porosidade da placa e classifica os produtos cerâmicos nos seguintes
grupos:
Produtos Prensados Produtos Extrudados
Materiais de Construção I
59 de 162
Materiais de Construção I
60 de 162
Especificação
Para a correta especifica dos revestimentos cerâmicos precisamos conhecer:
• Propriedades do material em função do local de uso.
• O clima ou variações de temperaturas a que o revestimento cerâmico será submetido.
• Local de uso conforme o esquema abaixo:
A correta especificação deve ser feita a partir da diferenciação entre as partes que compõem o
revestimento cerâmico: base e superfície (esmaltada ou não)
A carga de ruptura e o módulo de resistência à flexão são diretamente relacionados à porosidade da placa.
• A carga de ruptura depende da espessura da placa:
Materiais de Construção I
61 de 162
A NBR 13818 associa os valores mínimos para a carga de ruptura para placas com espessuras definidas. O
módulo de resistência à flexão mede a qualidade da queima.
Quadro 2 - A nomenclatura abaixo se refere aos produtos prensados e com espessura mínima de 7,5 mm.
Análise Visual
• Defeitos visuais de superfície
Materiais de Construção I
62 de 162
• Avaliação
• Diferenças de tonalidade
• Critério estético
• Características geométricas
Fatores de Agressão
• Provenientes do meio externo ou do interior da edificação
Materiais de Construção I
63 de 162
• Sol
Especificação
Materiais de Construção I
64 de 162
Materiais de Construção I
65 de 162
Materiais de Construção I
66 de 162
Materiais de Construção I
67 de 162
Materiais de Construção I
68 de 162
Materiais de Construção I
69 de 162
Materiais de Construção I
70 de 162
Materiais de Construção I
71 de 162
J = Largura da junta
E = 8.000 kgf/cm2
Δj = Deslocamento = Expansão do Revestimento
σ = 180 kgf/cm² = Compressão máxima do rejuntamento
Materiais de Construção I
72 de 162
6 Aglomerantes
CAL
Principais Características
• Durabilidade: Promove reações de Neutralização e precipitação que incrementam a resistência à
compressão com o tempo;
• Plasticidade: Devido às suas propriedades coloidais apresenta facilidade de espalhamento sobre
a Superfície;
• Retenção de água: Retarda a secagem, regulando a perda de água por evaporação ou por sucção
da Superfície;
• Reconstituição autógena / estanqueidade: Fechamento gradual de trincas e fissuras pela
carbonatação dos hidróxidos nas aberturas.
Fabricação
1a parte: Calcinação: CaCO3 + calor CaO + CO2
Temperatura: 850 a 900°C;
Perda de massa = (44%);
Redução de volume =(12 a 20%);
O CaO é denominado cal viva, ou cal cáustica, ou cal virgem (não é o aglomerante ainda).
2a parte: Extinção: CaO + H2O Ca(OH)2 + calor
Desprendimento de calor;
Pulverização das pedras;
Aumento de volume (2 a 3 vezes) = rendimento;
O Ca(OH)2 é denominado cal extinta, ou cal apagada, ou cal hidratada ou, ainda CAL AÉREA.
Designação
Conforme os teores de óxidos não hidratados a cal hidratada é designada pelas seguintes siglas:
CH-I (Cal Hidratada Especial);
CH-II (Cal Hidratada Comum);
CH-III (Cal Hidratada Comum com Carbonatos).
Exigências Químicas
Óxidos totais (CaO + MgO):
Avalia a qualidade da matéria prima e do processo de produção, uma vez que determina o teor de
óxidos presentes (mínimo 88%).
Impurezas:
Material proveniente da rocha (quartzo e argilominerais), medido por meio do resíduo insolúvel,
uma vez que a cal é solúvel em ácido clorídrido – máximo 12%.
Anidrido carbônico (máximo 13%):
Avalia a qualidade da calcinação, uma vez que determina o teor de CO2, que está combinado
formando os carbonatos remanescentes da matéria prima (máximo 13%).
Materiais de Construção I
73 de 162
Exigências Físicas
GESSO
Uso
Pasta = aglomerante + água
Nata = pasta muito fluida
Argamassa = Água + aglomerante + ag. Miúdo
Aplicações
Não pode ser utilizado na presença de água;
Revestimentos de interiores;
Placas de gesso para forros;
Materiais de Construção I
74 de 162
Principais Características
Aglomerante quimicamente ativo, aéreo;
Material pulverulento de cor esbranquiçada;
Utilização: sob forma de pasta ou de argamassa;
O gesso adere bem ao tijolo, pedra, ferro, concreto e mal a madeira e favorece a corrosão
do aço;
Excelente isolante térmico e acústico e pouco permeável ao ar, é bom protetor contra
incêndios.
Fabricação
CIMENTO PORTLAND
Aglomerante hidráulico, pulverulento, produzido pela moagem do clínquer - constituído
essencialmente por silicatos de cálcio hidráulicos, com adição de uma ou mais formas de sulfato
de cálcio.
Clínquer + Gipsita = Cimento Portland
OBTENÇÃO DO CLINQUER
OBTENÇÃO DO CIMENTO
Materiais de Construção I
75 de 162
Compostos Principais
Compostos Secundários
MgO, CaO (livre),K2O, Na2O (álcali), CaSO4 2H2O
Composição típica
Materiais de Construção I
76 de 162
Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material pozolânico, em massa;
Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de obras que
comprovem resistência aos sulfatos.
Aplicações: Em ambientes submetidos ao ataque de meios agressivos, como estações de
tratamento de água e esgotos, obras em regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas.
CIMENTO PORTLAND DE BAIXO CALOR DE HIDRATAÇÃO (BC)
É o cimento Portland de Alto-Forno com baixo calor de hidratação, determinado pela sua
composição – fases do clínquer.
Aplicações: Este tipo de cimento tem a propriedade de retardar o desprendimento de calor em
peças de grande massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de origem térmica,
devido ao calor desenvolvido durante a hidratação do cimento.
NOMENCLATURA
Classes de Resistência
Adições
FILER CALCÁRIO
Calcário moído, quimicamente inerte, adicionado ao clínquer, durante a moagem, para diminuir a
permeabilidade e porosidade de concretos e argamassas e melhorar a trabalhabilidade
Materiais de Construção I
77 de 162
EMBALAGEM
Sacos de papel kraft
–Embalagem com 50 kg
–Embalagem com 25 kg
Obs: o cimento Portland também pode ser vendido a granel.
Materiais de Construção I
78 de 162
7 Produtos de Cimento
Livro: Materiais de Construção Civil
“Artefatos de cimento”: materiais produzidos tanto com concreto como com argamassa, em suas várias
apresentações, sempre empregando como aglomerante principal o cimento Portland.
É difícil estabelecer uma classificação dos artefatos de cimento em função das características específicas de
cada situação ou de cada variação do material que, em sua essência, é o mesmo.
Todo aglomerado de cimento Portland deverá ser obtido a partir do emprego de materiais que atendam às
especificações constantes nas normas vigentes.
Artefatos de cimento
Blocos vazados de concreto para alvenaria
Ladrilhos hidráulicos
Granilitas
Blocos para pavimentação
Meios-fios
Telhas
Equipamentos básicos de saneamento
Mourões
Muros de placas
Postes
Dormentes de concreto
Blocos de concreto celular
Outros materiais
As primeiras edificações realizadas com blocos vazados de concreto com função estrutural foram
executadas em 1966, em São Paulo, com quatro pavimentos.
Em 1972 foi erguido o Condomínio Central Parque Lapa, constituído de quatro blocos com 12 pavimentos.
Posteriormente, o Edifício Muriti, em São José dos Campos, foi erguido com 16 andares
Possivelmente, o edifício mais alto atualmente construído em alvenaria estrutural, com blocos vazados de
concreto, é o Hotel Excalibur, em Las Vegas: quatro torres principais com 28 pavimentos executados com
blocos de concreto com resistência à compressão de 28 MPa
Vantagens:
Possibilidade de modulação, evitando desperdícios e perdas
Permitem a execução das instalações de dutos sem a necessidade da realização de rasgos na
alvenaria
Materiais:
O concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e água, podendo ser utilizados
aditivos, adições ou pigmentos, desde que não comprometam a qualidade dos blocos. Os materiais
devem atender às especificações brasileiras
A dimensão máxima característica do agregado não deve ultrapassar a metade da menor espessura
da parede do bloco
Materiais de Construção I
79 de 162
Execução:
Os blocos devem ser produzidos e curados de forma a obter-se um concreto homogêneo e
compacto, atendendo às características de norma. São moldados por compressão e vibração (vibro-
prensa)
Qualidade:
Os blocos devem atender aos requisitos especificados na NBR 6136:2006:
Resistência característica
o Blocos de concreto para alvenaria com função estrutural: ≥ a 6,0 MPa, 4,0 MPa ou 3,0 MPa
para as classes A, B ou C, respectivamente;
o Blocos de concreto para alvenaria sem função estrutural: ≥ a 2,0 MPa.
Absorção de água e retração linear para ambos os tipos de blocos deve ≤ a 10% e 0,065%,
respectivamente.
Os blocos devem apresentar arestas vivas, sem trincas, fraturas ou outros defeitos que
prejudiquem a construção
Dimensões:
Dimensões nominais: M20, M15, M10 e M7,5, correspondente à largura de 190 mm, 140 mm, 90
mm e 65 mm, respectivamente
Ensaios – NBR 6136:2006
Resistência à compressão, análise dimensional, absorção de água, área líquida e retração linear por
secagem
Para blocos aparentes também deve ser realizado o ensaio de permeabilidade, de acordo com a
ASTM E 514
Ladrilhos hidráulicos
Os ladrilhos hidráulicos são definidos como placas de concreto de alta resistência ao desgaste, para
acabamento de parede e pisos internos e externos, com superfície de textura lisa ou em relevo, colorido ou
não, de formato quadrado, retangular ou outra forma geométrica definida
Materiais:
São produzidos com cimento Portland ou cimento branco e agregados de granulometria compatível
com a espessura da peça
A fabricação com cimento branco permite emprego de pigmentos, possibilitando maior rendimento
na obtenção de diferentes colorações
Execução:
Normalmente a produção é um processo artesanal
Podem ser produzidos em camada única com a cor natural das argamassas de cimento Portland, ou
em múltiplas camadas
O molde é composto por fundo, com o desenho em relevo ou liso, lateral e tampa que irá
comprimir o ladrilho
Materiais de Construção I
80 de 162
Ladrilhos com mais de uma cor: molde com grelha formando desenhos, onde são colocadas pastas
com as cores desejadas
Antes da argamassa de substrato, é possível empregar uma argamassa “secante”, muito seca, para
fixar as pastas de cores diferentes
Prensagem manual, mecânica ou automatizada de acionamento hidráulico
Desmoldagem e cura eficiente
Qualidade
Os ladrilhos devem atender as especificações da NBR 9457:1986
o Absorção ≤ 8%;
o Resistência ao desgaste por abrasão ≤ a 3 mm em 1000 m;
o Módulo de ruptura à flexão médio ≥ 5 MPa e valor individual ≥ 4,6 MPa
o Tolerâncias quanto às dimensões: ± 10% na espessura e ± 0,2% na largura e no
comprimento
Dimensões
Apresentam forma quadrada com aproximadamente 20 cm, 25 cm ou 33 cm de lado, conforme a
NBR 9459:1986
Peças com diferentes formas e dimensões são avaliadas conforme as mesmas exigências da NBR
9457:1986
Ensaios
Os ensaios de controle dos ladrilhos hidráulicos (absorção de água, desgaste por abrasão e flexão)
devem ser realizados com base nos métodos utilizados para pisos cerâmicos, atualmente disponível
a NBR 13817:1997
Granilitas
Granilita ou granitina é um tipo especial de microconcreto empregado para revestimento de pisos,
bancadas, degraus de escadas, soleiras, parapeitos ou outras utilizações
Materiais de Construção I
81 de 162
Normalmente, é moldado no local e passa por um processo de polimento, que torna a superfície
brilhante com a exposição do agregado
Podendo também ser empregada na forma de placas
Materiais
Pode ser produzida com qualquer tipo de cimento Portland. Via de regra, é obtida com emprego de
cimento branco, com ou sem pigmentos.
O agregado determina o padrão final de acabamento do material, sendo escolhido por sua
coloração.
Podem ser empregados agregados de qualquer natureza mineralógica, desde que apresentem
condições de serem utilizados como agregados para concreto.
Agregados de natureza granítica, dos quais decorre o nome de “granitina”, mármore ou basalto. No
revestimento de pisos submetidos à abrasão é preferível o emprego de agregados originários de
rochas de boa resistência mecânica.
Execução
Pode ser produzida de forma convencional, em betoneiras
É aplicada sobre uma peça previamente executada em concreto ou pode ser moldada no local:O
material é aplicado sobre a base e polido (manualmente ou com máquinas politrizes) após a
obtenção de uma resistência suficiente ao esforço de polimento ou
O material sem a granilha é aplicado sobre a superfície, numa espessura de 10 mm a 20 mm, sendo
em seguida aspergida a granilha, a qual é alisada. A superfície do material é uniformizada com
desempenadeira de aço e assim que apresentar a resistência é iniciado o processo de polimento.
Qualidade
Os cuidados com a preparação, adensamento e cura devem ser os mesmos despendidos a qualquer
argamassa ou concreto
Dimensões
Não há especificação de dimensões
Recomenda-se modular a área a ser revestida, formando juntas de dilatação com distâncias
inferiores a 1,5 m a 2,0 m, conforme o ambiente ao qual o piso será exposto e a espessura do piso,
para evitar a ocorrência de fissuras
As peças pré-moldadas têm dimensões relacionadas às condições de manuseio e ao transporte,
bem como à facilidade de aplicação
Ensaios
O controle de produção está condicionado ao estabelecimento de parâmetros de referência quanto
à resistência mecânica
Os mesmos critérios de durabilidade devem ser aplicados, em semelhança ao que é considerado
para o concreto
As peças produzidas com granitina podem ser avaliadas em analogia às normas referentes a
materiais similares produzidos em concreto ou argamassa
Materiais de Construção I
82 de 162
Materiais
NBR 9781:1987 estabelece os materiais e recomendações para a confecção de peças de
pavimentação
Mesmos materiais sugeridos para a confecção de blocos vazados de concreto
Execução
Utiliza-se vibro-prensas, as quais apresentam vantagens sobre outros tipos de equipamentos, como
as mesas vibratórias
As vibro-prensas apresentam compactação hidráulica, além de vibração, possibilitando a obtenção
de produtos finais com melhor desempenho
Podem ser produzidos tanto com máquinas de pequeno porte, como em grandes unidades
automatizadas de produção em massa
Qualidade
NBR 9781:1987 estabelece a especificação de resistência característica à compressão:
o 35 MPa – peças destinadas à circulação de veículos comerciais de linha
o 50 MPa – quando houver tráfego de veículos especiais, ou grandes solicitações de abrasão,
As peças não devem apresentar defeitos que prejudiquem o assentamento, a durabilidade e a
estética do pavimento
A forma e o tamanho das peças devem ser o mais uniforme possível, a fim de garantir um
adequado intertravamento entre as faces laterais e uma superfície de rolamento plana.
Dimensões
Segundo a NBR 9781:1987:
o Comprimento máximo: 400 mm
o Largura mínima: 100 mm
o Altura mínima: 60 mm
A altura das peças é função das solicitações do tráfego:
o 60 mm - no caso de tráfego leve (calçadas, pequenos logradouros, entre outros)
o 80 mm - tráfego de veículos comerciais
o 100 mm - áreas submetidas a tráfego pesado, como zonas portuárias, industriais ou
urbanas
Variações máximas permissíveis nas dimensões: 3 mm no comprimento e largura e 5 mm na altura
Ensaios
Materiais de Construção I
83 de 162
Meios-fios
Os meios-fios podem ser executados manualmente, preferencialmente em fôrmas metálicas, ou em
máquinas
Materiais empregados: cimento, agregados e água • Fabricação por vibração e compressão:
Telhas
A NBR 13858-2:1997 estabelece os requisitos exigíveis para o recebimento e aceitação de telhas de
concreto destinadas à execução de telhados
Materiais
Telhas de concreto são produzidas com cimento Portland, agregado e água, podendo conter ainda
pigmentos, aditivos ou adições.
Normalmente, o material empregado para sua confecção é uma argamassa produzida com
agregados de baixo módulo de finura, com reduzida quantidade de água. O emprego de pigmentos
permite a obtenção de telhas de cores variadas.
Produção
Conformação por compactação ou por extrusão
Fabricadas em grande quantidade por equipamentos de alta produtividade com processos de
adensamento sempre associados à prensagem de grande capacidade
A argamassa é depositada sobre fôrmas metálicas e prensadas a partir de um êmbolo capaz de
transmitir o esforço uniformemente em toda a superfície da peça, o qual define a forma de uma
das faces da telha
A cura, como em qualquer aglomerado de cimento Portland, deverá ser procedida da melhor
maneira possível, garantindo a obtenção plena das características exigidas do material
Qualidade
A qualidade do produto final está condicionada à dosagem da argamassa e à eficiência do
equipamento utilizado
Os parâmetros de qualidade estão apresentados na NBR 13858-2:1997: requisitos quanto às
características dimensionais e geométricas e requisitos físicos.
Além dos ensaios preconizados em norma, no recebimento, é fundamental realizar inspeção visual
criteriosa, em que deverão ser refugadas todas as peças que destoarem do padrão médio do lote,
em cor, porosidade, definição de formas e retilinidade de arestas, fissuras ou danos decorrrentes
de choques, bem como lascamentos, desagregações, bolhas, rebarbas e quebras.
Dimensões
A NBR 13858-2:1997 estabelece valores para características geométricas, além de recomendar os
detalhes construtivos para as telhas
As formas podem ser bastante variadas, desde planas até mais sofisticadas. Geralmente são
retangulares com perfil ondulado.
Ensaios
Os ensaios previstos na NBR 13858-2:1997 definem parâmetros que caracterizam o desempenho
da peça:
Sonoridade
Materiais de Construção I
84 de 162
Empenamento
Absorção de água
Permeabilidade
Carga de ruptura à flexão
A telha de concreto, ao ser percutida, deve apresentar som semelhante ao metálico e, quando apoiada
sobre plano horizontal, não deve apresentar afastamento superior a 3 mm
Não são permitidos vazamentos ou formação de gotas na face inferior da telha
É admitido o aparecimento de manchas de umidade quando realizado o ensaio de permeabilidade
A absorção de água da telha de concreto não deve ser superior a 10%
A carga de ruptura por flexão não deve ser inferior a 2500 N.
Um tubo fabricado para atender às especificações estabelecidas para peças destinadas a esgoto sanitário
pode perfeitamente ser empregado na composição de redes pluviais, mas o inverso não
Para as duas utilizações, são previstos, por norma, tubos de CONCRETO ARMADO e de CONCRETO SIMPLES
Tubo de concreto simples: Ruptura instantânea, sem aviso
Tubo de concreto armado: Apresenta um intenso estado de fissuração, com grande deformação, sem
entrar em colapso
Ensaio de compressão diametral: carga de trinca e carga de ruptura
Materiais
Dimensão máxima do agregado graúdo: compatível com a espessura da parede do tubo (≤19 mm)
Cimento de alta resistência inicial: normalmente os tubos são movimentados em menos de 24
horas
Avaliar o tipo de cimento adequado quanto à durabilidade do tubo, considerando o ambiente
externo e o material a ser transportado no seu interior
A armadura normalmente é composta por telas soldadas, simples ou dupla
Execução
Sistemas mais empregados de produção: vibração simples, vibração com prensagem e
centrifugação radial
O concreto deve apresentar elevada consistência obtida com o emprego de uma quantidade muito
pequena de água, visto que após o adensamento os tubos são desmoldados e não devem
apresentar deformações
Cura eficiente
Qualidade
A resistência à compressão diametral que o tubo deve atender é relativa à sua classe, definida na
NBR 8890:2203
O teor de absorção de água do concreto deve ser no máximo de 6% para esgoto e 8% para água
pluvial
Materiais de Construção I
85 de 162
Dimensões
As dimensões, tanto para tubos de águas pluviais como esgoto sanitário, são especificadas na NBR
8890:2003 em diâmetros de 200 mm a 2000 mm
A espessura dos tubos varia com o diâmetro e com a resistência a ser atingida pelo tubo
Ensaios
Conforme NBR 8890:2003
Compressão diametral
Absorção de água
Permeabilidade
Postes
Materiais
A NBR 8451:1998 especifica a utilização de cimento Portland comum ou cimento de alta resistência
inicial
Os agregados devem atender às exigências da NBR 7211:2003
Execução
A execução de postes pode ser realizada por três principais formas: centrifugação, vibração ou
simples socamento
Os furos destinados à fixação dos equipamentos devem atender às exigências da NBR 8452:1998
Qualidade
Devem apresentar superfície lisa, sem fendas ou fraturas. É permitida pintura de somente de
identificação
A vida útil prevista: no mínimo 35 anos. É admissível, nesta idade falha máxima de 6%, assim
distribuída: um percentual de falha de 1% nos 10 primeiros anos e 1% a cada 5 anos. Entende-se
por falha do concreto armado o desagregamento do concreto e/ou a deterioração do aço.
A armadura deve apresentar um cobrimento mínimo de 15 mm. Para armaduras transversais dos
postes duplo T admite-se cobrimento mínimo de 10 mm
A absorção de água máxima do concreto: ≤ 6% para a média das amostras e ≤ a 7,5% para cada
corpo-de-prova
Dimensões
As dimensões e suas tolerâncias para postes de seção circular e duplo T são apresentadas na NBR
8452:1998
O comprimento dos postes de seção circular varia de 9 m a 20 m e dos postes de seção duplo T
varia de 9 m a 18 m
Materiais de Construção I
86 de 162
Ensaios
Ensaios de flexão e ruptura e ensaio de elasticidade (NBR 8451:1998 e NBR 6124:1980 )
Verificação do cobrimento e absorção de água (NBR 6124:1980)
Materiais de Construção I
87 de 162
8 Fibrocimento
Livro: Materiais de Construção Civil
O fibrocimento é um material à base de cimento, com adições minerais (pozolânicas e/ou calcíticas) e com
fibras de reforço distribuídas discretamente pela matriz.
Normalmente, no mercado nacional, o fibrocimento envolve o uso de matriz de cimento Portland e
fibras minerais de amianto ou fibras sintéticas como reforço, para produção de telhas de cobertura,
caixas d’água, tubos e placas planas.
A função principal das fibras é a de exercer o reforço mecânico da região tracionada da matriz.
Materiais de Construção I
88 de 162
Pozolanas incluem produtos recicláveis, tais como cinza volante, cinza de casca de arroz, metacaulim e
sílica ativa. São desejáveis também do ponto de vista ambiental.
Matérias-primas: fibras
As principais finalidades de se reforçar a matriz frágil com fibras são o aumento das resistências à tração e
ao impacto, a maior capacidade de absorção de energia e a possibilidade de uso no estágio pós-fissurado.
O tipo, a distribuição, a relação comprimento-diâmetro e a durabilidade da fibra, assim como o seu grau de
aderência com a matriz, determinam o comportamento mecânico do compósito e o desempenho do
componente fabricado.
O amianto é uma fibra mineral natural sedosa, com propriedades físico-químicas diferenciadas (resistência
mecânica elevada, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, resistência ao
ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser tecida, dentre outras), abundância na natureza e
baixo custo.
É extraído de rochas compostas de silicatos hidratados de magnésio, nas quais de 5% a 10% se encontram
em sua forma fibrosa de interesse comercial.
Existem dois tipos de amianto: as crisotilas, com alta concentração de magnésio e composição química
3MgOSiO2 H2 O; e os anfibólios, com alta concentração de ferro, cuja composição química é Na2 OFe2 O3
OSiO2 .
As fibras sintéticas mais usuais são as de polivinil-álcool (PVA) e polipropileno (PP), ilustradas na Figura 2, e,
em menor escala, as fibras de poliacrilonitrila (PAN).
As fibras sintéticas são cortadas com comprimento entre 6 e 12 mm, empregam-se em pequenas frações
em volume e se distribuem aleatoriamente ou com certo grau de orientação na matriz, de acordo com o
processo produtivo.
Materiais de Construção I
89 de 162
O estudo sistemático de fibras vegetais com finalidade de reforço de matrizes começou na Inglaterra em
1970.
No Brasil, uma das pesquisas pioneiras coube ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Ceped), em
Camaçari, Bahia, com início em 1980.
Usualmente, no processo Hatschek, as fibras vegetais comerciais são empregadas na forma de polpas
celulósicas, produzidas conforme processos dominados pela indústria de celulose e papel, e passam pelo
processo de refinamento.
O refino da polpa de celulose é um tratamento mecânico das fibras.
Produtos de fibrocimento
Materiais de Construção I
90 de 162
Materiais de Construção I
91 de 162
Materiais de Construção I
92 de 162
Diversos fatores promovem alterações no material das telhas de fibrocimento, a saber: atmosféricos,
biológicos, de carga, de uso e de incompatibilidade entre fases constitutivas.
Essas alterações podem afetar o desempenho das telhas.
As transformações desfavoráveis ocasionam a degradação das telhas.
Os efeitos da degradação no desempenho dos componentes construtivos resultam da soma dos
efeitos da degradação das fases: matriz, fibra e zona de transição fibra/matriz.
Em fibrocimentos com matriz de cimento Portland, a resistência ao meio alcalino é uma propriedade
fundamental para os materiais utilizados como reforço.
As fibras sintéticas resistentes a álcalis, como as de polipropileno, PP, e polivinil-álcool, PVA, por sua vez,
são consideradas duráveis em matrizes de cimento Portland.
A degradação das fibras de celulose, na matriz alcalina de cimento Portland, tem sido considerada o
principal problema de durabilidade dos fibrocimentos sem amianto, e são objeto de vários estudos.
Materiais de Construção I
93 de 162
9 Alvenaria Estrutural
Livro: Materiais de Construção Civil
Materiais de Construção I
94 de 162
Materiais de Construção I
95 de 162
Materiais de Construção I
96 de 162
compressão é lento e pode durar anos. Por isso, os valores de resistências alcançados são baixos,
ou seja, menores que 2 MPa.
ARGAMASSA DE CIMENTO: é feita com cimento Portland e areia. Adquire a resistência com
rapidez, garantindo a execução de diferentes fiadas de parede sem o problema de esmagamentos
nas argamassas das fiadas inferiores. A resistência é obtida pela quantidade de cimento em relação
à areia. São adequadas para o assentamento em regiões em contato com água e para o
nivelamento da primeira fiada das alvenarias. As misturas ricas em cimento são antieconômicas e
podem facilitar o aparecimento de fissuras por retração.
ARGAMASSAS MISTAS: constituídas de cimento, cal e areia, quando adequadamente dosadas,
apresentam a combinação das vantagens das argamassas de cal e das argamassas de cimento. A
presença do cimento confere à argamassa um aumento da resistência à compressão nas idades
iniciais. A cal melhora a trabalhabilidade da mistura e a retenção de água, diminuindo os efeitos de
retração na argamassa. Por isso, essas argamassas são as mais adequadas para o uso em alvenaria
estrutural. Atualmente, a crescente exigência do meio técnico quanto a ritmo, velocidade e
organização da produção tem deixado as argamassas tradicionais (cimento, cal e areia) em segundo
plano, pela dificuldade de manuseio e controle das percentagens de cada material. De uma
maneira geral, isso incentivou o surgimento das argamassas industrializadas, cujos materiais estão
prontos e apenas se adiciona água à mistura.
ARGAMASSAS INDUSTRIALIZADAS: nesse tipo de argamassa, a cal é substituída por aditivos,
plastificantes ou incorporadores de ar. Esse tipo de argamassa resulta numa menor resistência de
aderência e compressão comparativamente às produzidas com cal. Nas argamassas com aditivos
incorporadores de ar, a resistência à compressão diminui se o tempo de mistura em betoneira for
excessivo, geralmente acima de 3 minutos (Mohamad et al., 2000). As argamassas industrializadas
possuem, nos seus componentes, diversos materiais que garantem propriedades específicas ao
produto quando no estado fresco. Portanto, para as argamassas industrializadas desenvolvidas por
empresas especializadas, antes de se recomendar o uso em alvenarias estruturais, devem-se
verificar os ensaios de desempenho do produto, principalmente para obras de maior
responsabilidade estrutural.
Materiais de Construção I
97 de 162
resistência desejado. Em caso de obras pouco carregadas, no entanto, podem- se utilizar alguns traços
clássicos de grautes.
Materiais de Construção I
98 de 162
10 Argamassas
Livro: Materiais de Construção Civil
Argamassas são materiais de construção, com propriedades de aderência e endurecimento, obtidos a partir
da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) e água, podendo conter ainda
aditivos e adições minerais.
Classificações
Materiais de Construção I
99 de 162
Materiais de Construção I
100 de 162
Argamassa de revestimento
Argamassa de revestimento é utilizada para revestir paredes, muros e tetos, os quais, geralmente, recebem
acabamentos como pintura, revestimentos cerâmicos, laminados, etc.
Camadas:
Chapisco;
Emboço;
Reboco;
Camada única;
Revestimento decorativo monocamada.
Chapisco:
Camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com finalidade de uniformizar a
superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento.
Emboço:
Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que
permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo (por exemplo, cerâmica).
Reboco:
Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita
receber o revestimento decorativo (por exemplo, pintura) ou que se constitua no acabamento final.
Camada única:
Revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre o qual é aplicada uma camada
decorativa, como, por exemplo, a pintura; também chamado popularmente de “massa única” ou “reboco
paulista” é atualmente a alternativa mais empregada no Brasil.
Materiais de Construção I
101 de 162
Materiais de Construção I
102 de 162
Materiais de Construção I
103 de 162
11 Solo-Cimento
Livro: Materiais de Construção Civil
Definição e Histórico
O solo-cimento é o produto resultante da mistura íntima de solo, cimento portland e água que,
após a compactação na umidade ótima, adquire resistência através das reações de hidratação do
cimento.
1917 – Conceituação do solo-cimento em Salzburg;
1932 – Relatos dos primeiros trabalhos cientificamente controlados, com pavimentação de 17.000
m2 em Johnsonville, Carolina do Sul, EUA;
1944 – ASTM – American Society for Testing Materials passou a normalizar ensaios, sendo seguida
pela AASHO – Association of State Highway
NO BRASIL, em 1936, a ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland – regulamentou, pesquisou e
fomentou a sua aplicação.
• 1941 – Pavimentação do Aeroporto de Petrolina-PE.
• 1945 – Execução de uma casa de bombas com 42 m² para abastecer o aeroporto de Santarém-PA;
em Petrópolis, no Vale Florido, foram executadas casas com paredes monolíticas de solo-cimento.
• 1950 – Conclusão da obra do Hospital Adriano Jorge em Manaus, AM, com 10.800 m² em paredes
monolíticas.
• 1960 – Pavimentação de vias urbanas, rodovias e aeroportos, fabricação de blocos e tijolos,
paredes monolíticas, etc.
Officials, e pela PCA – Portland Cement Association;
Nos últimos anos, no BRASIL, o solo-cimento tem sido mais utilizado em bases de pavimentos rodoviários.
Atualmente, tem despertado o interesse de construtores, sobretudo na fabricação de tijolos modulares.
Vantagens:
• Abundância de matéria-prima;
• Possibilidade de redução de custos;
• Baixo consumo de energia na sua confecção;
• Preservação ambiental.
Materiais Componentes
Solo
Os solos mais adequados são os que possuem as seguintes características (ABCP, 1986):
• 100% dos grãos passando na peneira ABNT 4,8 mm (nº. 4);
• 10% a 50% dos grãos passando na peneira ABNT 0,075 mm (nº. 200);
• limite de liquidez ≤ 45%;
• Índice de plasticidade ≤ 18%.
• Critérios para escolha do solo (Quadro 1.)
Cimento:
Podem ser utilizados cimentos que atendam às seguintes especificações, conforme se apresenta no Quadro
2:
Materiais de Construção I
104 de 162
Dosagem do Solo-Cimento
Consiste na fixação de 03 variáveis: Quantidade de cimentoDepende do tipo de solo e da utilização
pretendida para o material. No Quadro 3 são mostrados os teores de cimento indicados pela ABCP (1986)
para solos arenosos, segundo a Classificação HRB – Highway Research Board.
Quantidade de água
Deve-se trabalhar com teores ótimos de umidade, obtidos por meio do ensaio de compactação.
Massa específica aparente seca máxima
Deve-se trabalhar com a máxima massa específica aparente seca máxima, a qual é obtida com o solo na
umidade ótima determinada no ensaio de compactação.
Solo-Cimento Plástico
Material de característica plástica, similar a uma argamassa de emboço. Para a sua dosagem, a PCA (1971)
estabelece a utilização de teores de cimento, em peso, 4% acima daqueles sugeridos para o solo-cimento
compactado, na sua densidade máxima.
Normas de Dosagem
A experiência brasileira se baseia nas normas da PCA – Portland Cement Association, que dispõe de duas
normas de dosagem:
Norma Geral:
• identificação e classificação do solo;
• escolha do teor de cimento para o ensaio de compactação;
• execução do ensaio de compactação;
• escolha dos teores de cimento para o ensaio de durabilidade;
• moldagem de corpos-de-prova para o ensaio de durabilidade;
• execução do ensaio de durabilidade por molhagem e secagem;
• escolha do teor de cimento adequado em função dos resultados obtidos.
Norma Simplificada:
• ensaios preliminares do solo;
• ensaio de compactação do solo-cimento;
• determinação da resistência à compressão simples aos sete dias;
Materiais de Construção I
105 de 162
• comparação entre a resistência média obtida aos sete dias e a resistência admissível para o
solo-cimento produzido com o solo em estudo.
Observações: A norma geral apresenta a desvantagem prática de requerer muito tempo para a
realização dos ensaios, sobretudo os de durabilidade, que requerem cerca de quarenta dias.
• Com base na correlação estatística de resultados de ensaios de durabilidade e resistência à
compressão simples em corpos-de-prova, aplicados a mais de 2400 tipos de solos arenosos, a
PCA apresentou a norma simplificada de dosagem.
• O uso da norma simplificada se restringe aos solos que contenham no máximo 50% das
partículas com diâmetro equivalente inferior a 0,05 mm (silte mais argila) e no máximo 20% de
partículas com diâmetro equivalente inferior a 0,005 mm (argila).
Sistemas de Aplicação
Fundações
• O solo-cimento apresenta grande potencial para aplicação em fundações diretas em obras de
pequeno porte;
• Em solos arenosos compactos ou argilas duras, as larguras podem ser da ordem de 40 cm, com
profundidade de 30 cm a 40 cm, bastando compactar a mistura na própria cava. Paredes internas
que não recebam outras cargas, senão o peso próprio, podem ter fundações com 20 cm de largura,
embutidas de 20 cm a 30 cm no terreno (CEPED, 1984);
• Em locais de solo colapsível é recomendável que se impermeabilizem as áreas molháveis, como
varandas, banheiros, cozinhas, lavanderias, calçadas e pavimentos externos; que sejam
providenciados meios para o rápido escoamento das águas pluviais e também as de limpeza e
manutenção, procurando-se trabalhar com caimento mínimo de 2% em calçadas e pavimentos
externos, evitando-se o acúmulo de água (água parada) nas proximidades das paredes e das
fundações;
• Estudos estão sendo realizados em vários centros de pesquisa, nos quais se objetiva avaliar o uso
do solo-cimento em fundações profundas.
Tijolos e Blocos
• Constituem alternativas para a execução da alvenaria em habitações e outras edificações.
• Vantagens: Os equipamentos utilizados são simples e de baixo custo, permitindo operação no
próprio canteiro;
• A resistência à compressão dos tijolos, em geral, é superior à do tijolo de barro cozido, e a
qualidade final é superior;
• Apresentam textura uniforme, dimensões regulares e superfícies planas, gerando economia de
argamassa de revestimento;
• São bastante atrativos do ponto de vista ecológico, pois não passam pelo processo de cozimento;
• Algumas prensas podem fabricar até sete tipos diferentes de tijolos, bastando apenas trocar os
moldes.
• Podem ser produzidos tijolos maciços, tijolos modulares com encaixe, canaletas, placas de
revestimento e elementos decorativos.
• execução das edificações com aplicação das técnicas da alvenaria estrutural;
• redução da necessidade de rasgos nas paredes e do consumo de tubulações nas instalações
hidráulicas e elétricas, que podem ser embutidas nos furos dos tijolos;
• redução da necessidade de fôrmas, pois os furos coincidentes dos tijolos possibilitam a execução
de canaletas, vergas e colunas grauteadas;
• execução de paredes com tijolos aparentes, dispensando-se a utilização de argamassas de
aderência, emboço e reboco;
• aplicação de argamassa de gesso ou massa única diretamente sobre os tijolos;
• possibilidade de assentamento de azulejos sem necessidade de chapisco e massa grossa;
• possibilidade de dispensa ou redução do uso de argamassa de assentamento dos tijolos;
Materiais de Construção I
106 de 162
• Prensa Manual na Figura 2 é mostrado um modelo de prensa manual e na Figura 3, uma construção
em dois pavimentos, construída com alvenaria aparente.
Parede Monolítica
Em paredes monolíticas, o solo-cimento é compactado dentro das fôrmas, em blocos horizontais
sucessivos. A compactação na umidade ótima permite a imediata desfôrma do bloco recém-
confeccionado, possibilitando a execução dos blocos seguintes.
Para a colocação de tubulações embutidas, recomenda-se que os rasgos nas paredes sejam feitos logo após
a compactação do material, antes de ocorrerem as reações de hidratação do cimento.
As paredes devem ser curadas por meio de molhagens sucessivas na primeira semana após a sua
confecção. O Manual de Construção com Solo-Cimento, do CEPED (1984), traz detalhadamente o processo
de construção das paredes monolíticas, bem como os critérios para a escolha do solo e para a dosagem a
ser utilizada na confecção do solo-cimento.
Vantagens das Paredes Monolíticas (CEPED, 1984):
• não há necessidade de confecção dos tijolos e blocos, propiciando economia no custo da mão-de-
obra;
• não há necessidade de grandes áreas para a fabricação, cura e estocagem desses materiais;
• é possível, muitas vezes, utilizar o solo do próprio local, reduzindo-se os custos com transporte;
• dispensa o uso de revestimento;
• reduz o custo da parede em torno de 40%, se comparado ao da alvenaria convencional.
Espessura das Paredes (CEPED, 1984):
• Deve ser calculada em função da altura. Considerando-se esbeltez igual a 80, tem-se: d = 0,043L,
onde d = espessura da parede (m) e L = altura da parede (m).
• Recomenda-se espessura mínima de 12 cm.
• Paredes externas devem ser impermeabilizadas.
• A Figura 4 ilustra o processo de execução de uma parede monolítica.
Materiais de Construção I
107 de 162
O resíduo de concreto é também uma excelente alternativa para a confecção do solo-cimento plástico para
uso em estacas moldadas in loco (Machado et al., 2005) . Entre várias composições estudadas, os melhores
resultados de resistência à compressão e módulo de elasticidade foram obtidos para as composições com
relação 1:1 entre o solo e o resíduo, indicando haver um elevado coeficiente de segurança para uso em
estacas moldadas in loco, para cargas de trabalho inferiores a 50kN.
Dada a variabilidade dos resíduos de construção, contudo, considera-se imprescindível a realização de
ensaios de laboratório e controle de qualidade dos materiais utilizados.
Inspeções periódicas em obras também são necessárias, pois propiciam avaliação visual do material e
aprimoramento das técnicas construtivas empregadas.
O uso dos resíduos de construção na composição de novos materiais deve ser feito de forma cuidadosa,
amparada pela realização intensa de pesquisas, de modo que o seu aproveitamento seja feito de forma
eficaz, com segurança e credibilidade.
Materiais de Construção I
108 de 162
Materiais de Construção I
109 de 162
Materiais de Construção I
110 de 162
Materiais de Construção I
111 de 162
Materiais de Construção I
112 de 162
Tração paralela às fibras: A madeira possui uma elevada resistência à tração paralela às
fibras. Como exemplo de peças solicitadas a este esforço, podem-se referir a linha e o
pendural das treliças.
Materiais de Construção I
113 de 162
Materiais de Construção I
114 de 162
Materiais de Construção I
115 de 162
Materiais de Construção I
116 de 162
7. Durabilidade
O tratamento da madeira deve ser realizado para prevenir sua deterioração, ampliando assim
seu tempo de vida útil. O mais comum é o químico, com a fixação de elementos preservativos
na madeira, tornando-a mais resistente à ação de fungos e insetos (brocas e cupins).
O tratamento da parte interna da madeira consiste na troca da seiva (madeira verde) por
solução que contém elementos preservantes. Após a secagem, os elementos conservantes
ficarão retidos dentro da madeira. O tratamento pode ser realizado de maneira manual ou
industrial (com a utilização de equipamentos específicos).
O processo de tratamento manual é muito utilizado nas pequenas propriedades para o
tratamento de mourões. Nesse sistema trabalha-se sem pressão e obrigatoriamente em galpão
aberto, ventilado e com o piso impermeabilizado.
O tratamento industrial é realizado a vácuo ou sob pressão em autoclave utilizando produtos
preservativos. A autoclave é um cilindro que suporta pressão, onde a madeira é introduzida e
em seguida os produtos químicos preservantes são injetados. As pressões utilizadas são
superiores a atmosférica e as etapas de tratamento são: colocação da madeira; início do vácuo;
injeção da solução preservante; tratamento com o vácuo; término do vácuo e retirada da
solução excedente.
O preservante ideal é aquele que consegue permanecer na madeira, é tóxico aos fungos e
insetos, mas que não é prejudicial aos homens e animais.
Os preservantes mais utilizados são:
• Oleossolúveis - Para o tratamento de madeira a ser usada em contato direto com o solo, os
mais importantes são o creosoto e o pentaclorofenol.
• Hidrossolúveis - São constituídos pela associação de vários sais: sulfato de cobre, bicromato
de potássio ou sódio, sulfato de zinco, ácido crômico, ácido arsênico, ácido bórico e outros.
Existe outro processo de tratamento da madeira sem a utilização de produtos químicos, mas o
mesmo não é utilizado no Brasil em escala industrial, conhecido como termorretificação -
consiste apenas em expor a madeira a temperaturas elevadas (120 a 200ºC), diminuindo tanto
o ataque de fungos quanto a variação dimensional da madeira, mas altera a cor (mais escura).
Materiais de Construção I
117 de 162
13 Polímeros
São materiais artificiais formados pela combinação do carbono com oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e
outros elementos orgânicos ou inorgânicos que, embora sólidos no seu estado final, em alguma fase de sua
fabricação apresentam-se sob a condição de líquidos, podendo, então, ser moldados nas formas desejadas.
Existem vários processos para a obtenção da forma desejada: moldagem por compressão, por
transferência, por injeção, por extrusão, etc. Todos baseiam-se sempre na aplicação de calor e pressão,
juntos ou independentemente.
Fabricação
Matéria-prima
básica
Matéria-prima Monô-
TRANSFORMAÇÃO intermediária meros
Polímeros Copolímeros
As matérias-primas básicas podem ser de origem mineral, vegetal ou animal, como: nitrogênio, areia,
calcário, cloreto de sódio, carvão, petróleo, matéria vegetal, madeira, etc. Não se usam essas matérias-
primas ao natural, e sim seus derivados (matérias-primas intermediárias). A partir desses derivados, obtêm-
se os monômeros que vão formar, por adição ou condensação, os polímeros (quando formados por
monômeros iguais) ou copolímeros (quando formados por monômeros desiguais).
De um modo geral, o produto fornecido pelas grandes indústrias químicas para posterior fabricação dos
artefatos poliméricos, é denominado monômero (quando constituído por moléculas simples) ou polímero
(quando constituído pela combinação de monômeros).
A diferença básica entre plástico e polímero é que plástico é o nome popular do polímero.
Classificação
Termoplásticos
Amolecem quando aquecidos, sendo então moldados e posteriormente resfriados. No entanto, não
perdem suas propriedades nesse processo, podendo ser novamente amolecidos e moldados.
Exemplos: polietileno, poliestireno, acrinolitrina (orlon), nylon, polibuteno, cloreto de polivinila (PVC),
acetato de polivinila (PVA), cloreto de vinila, acetato de vinila, propileno isotático, acrílicos.
Termofixos
Moldagem pela reação química irreversível entre as moléculas do material, tornando-o duro e quebradiço,
não podendo ser moldado outra vez.
Exemplos: fenol formaldeído (baquelite), uréia formaldeído, poliéster (dracron), resina alquídica, resina
epóxi, melaminas.
Elastômeros
São um grupo à parte, assim chamados por apresentarem grande elasticidade, sendo, também,
denominados borracha sintética.
Materiais de Construção I
118 de 162
Propriedades
Principais vantagens dos polímeros:
Pequeno peso específico (média 1g/cm³);
Isolantes elétricos;
Possibilidade de coloração como parte integrante do material;
Baixo custo;
Facilidade de adaptação á produção em massa e processos industrializados;
Imunes à corrosão.
As desvantagens são, em resumo, a fraca resistência aos esforços de tração, ao impacto, dilatação,
deformação sob carga, rigidez, resistência ao calor e às intempéries.
Pesquisa e Aperfeiçoamento
Busca-se a melhoria de quatro características:
Ponto de fusão: polímereos comuns fundem-se entre 100 e 300°C. Pesquisas acima de 800°C par
competirem com as cerâmicas;
Módulo de rigidez: para ampliar seu campo de aplicação, sendo, pelo menos, igual ao do cobre
(atualmente é a metade deste valor);
Alongamento de ruptura: a meta é conseguir um polímero com alongamento máximo de 10%;
Resistência à dissolução: aumentar a resistência à dissolução provocada por substâncias químicas.
O Polímero na Construção
Cloreto de polivinila (PVC)
Obtido a partir do acetilieno Ed cloreto de hidrogênio, é mais comum, pois possui baixo custo. Seu maior
uso é na fabricação de tubulações de água, esgoto e eletricidade (baixo preço, facilidade de manuseio,
imunidade à ferrugem e economia de mão-de-obra). Também tem uso em coberturas no formato de telhas
de até 20m, translúcidas ou opacas.
Na eletrotécnica, o PVC substitui a borracha isolante, sendo utilizado em isolamentos por sua pequena
absorção de umidade.
Poliestireno
Dá superfícies brilhantes e polidas, mas resiste pouco ao calor e é quebradiço devido à pouca flexibilidade.
Muito utilizado em aparelhos de iluminação mais econômicos. Existe o poliestireno de alto impacto que
podem ser usado para fabricação de conexões de materiais sanitários e também, assentos para vasos
sanitários.
Apresentam-se sob a forma de esferas que são comprimidas dentro de um molde fechado, por intermédio
de um gás que se dilata quando aquecido. Após fabricados, os blocos são cortados em placas nas
espessuras desejadas por um fio aquecido a 150°C, por ser o método que oferece uma superfície de corte
mais bem acabada.
Pelo peso (leve) é facílimo de ser trabalhado. Ótimos resultados quando aplicado em pisos flutuantes,
sanduíches em painéis para paredes divisórias, decoração, forros, isolamento acústico e isolamento
térmico. Deve-se ter o cuidado de usar chapas de espessura maior que 20mm, a fim de garantir suas
propriedades isolantes, pois, abaixo de 20mm, defeitos de fabricação alteram suas características.
Materiais de Construção I
119 de 162
Polietileno
Baixo custo e facilidade de ser trabalhado. É flexível, possuindo fracas propriedades mecânicas e baixa
resistência ao calor. Uma interessante aplicação é sob a forma de folhas azuladas e transparentes vendidas
em rolos de 50m, que proporcionam:
Proteção de paredes e lajes contra a chuva;
Cobertura de materiais depositados ao ar livre;
Cobertura protetora para equipamento;
Proteção contra poeira em reformas, demolições, etc.
Nylon
É um dos mais nobres e de melhores qualidades dos polímeros. Usado como reforço nas telhas plásticas de
fibra de vidro, em buchas para fixação que substituem com vantagens os chumbadores comuns. Em
eletrotécnica, é usado por sua grande resistência à dissolução e novo campo tem-se aberto com a
fabricação de dobradiças e outras “ferragens” em nylon.
Fiberglass
Combinação de fibras de vidro com resina poliéster ou, mais raramente, com epóxis ou melaminas. Forma
uma estrutura semelhante ao concreto armado, sendo considerado tão nobre quanto o aço inoxidável, com
resistências superiores às chapas de aço.
Uso em peças estruturais, painéis de vedação, paredes divisórias ou equipamentos. Sua grande vantagem é
a facilidade de adaptação aos processos industriais, de grande valor para o ramo da pré-fabricação.
Também é muito utilizado em coberturas, domos ou chapas onduladas, com grande possibilidade de
emprego como formas para concreto.
Acrílicos
Obtidos a partir do ácido metacrílico e do álcool metílico. São polímeros nobres, de qualidade óticas e
aparência semelhantes ao mais fino vidro. São usados em decoração como paredes divisórias, tapa-vistas e
em substituição ao vidro, principalmente em portas para Box. Também têm aplicação em domos polímeros
para iluminação zenital (opaco ou transparente) possuindo grande resistência ao impacto e boas
características de isolante térmico.
Resina Epóxi
São dos mais novos e versáteis polímeros. São formadas de epicloridrina e bisfenol, matérias obtidas do gás
natural.
Possuem boa analogia ao Cimento Portland, pois sós, não apresentam características físicas para utilização
prática, devendo ser combinados com outros materiais. Os epóxis estão sendo aplicados, principalmente,
como revestimentos, por sua dureza e resistência à abrasão e como adesivos de alta resistência para
concreto.
As resinas epóxis são empregadas com as seguintes finalidades:
Adesivos: excelente resistência química, alta capacidade de liga e resistência final muito elevada.
Liberação para uso e 1 hora;
Materiais de Construção I
120 de 162
Selante: uso com todos os materiais de construção, possuindo durabilidade e elasticidade muito
maiores que os materiais usuais, como betume e outros termoplásticos;
Revestimentos: excelente resistência à abrasão. Uso para a preservação de paredes de
reservatórios em contato com agentes químicos agressivos;
Pavimentação: emprego como antiderrapantes em locais onde não se deseja acréscimo de peso na
estrutura, como em pontes, por exemplo.
Hypalon e Neoprene
São elastômeros ou borrachas sintéticas usadas para impermeabilizações, com qualidades excepcionais de
resistência à ação do ozônio, das intempéries, da luz solar e do calor, não alterando suas condições de
elasticidade e aderência sob condições as mais diversas.
O neoprene apresenta-se semente em duas cores: vermelho e cinza. Usado como gaxetas, para vedação de
paredes de vidro e esquadrias, usado em estruturas, como aparelho de apoio, em juntas de expansão e
como base antivibratória.
O hypalon pode ser composto em cores. O revestimento é aplicado por meio de rolo, pincel ou
pulverização sob vários tipos de superfícies, vulcanizando ao ar livre e transformando-se em uma película
impermeável e elástica. Usado também em placas para revestimento de pisos internos e externos.
Silicones
São obtidos a partir do silício. Indicados para a proteção de superfícies sujeitas às intempéries
(hidrofugação: silicone confere ao material uma tensão superficial sensivelmente menor que a da água que,
sem ter sua tensão superficial rompida, escorre sobre a superfície sem encharcá-la). É interessante saber
que os silicones não realizam uma vedação mecânica da superfície em que são aplicados. O material que
constitui a superfície continua com seus poros livres para “respirar” e pode, até mesmo, absorver água,
dependendo da pressão com que ela for impelida contra a superfície.
Outra aplicação, além de hidrofugante, é o uso como mastique para a vedação de juntas.
Exercícios de fixação
1) Dar o conceito de polímero.
2) Dissertar sobre o processo químico de obtenção dos polímeros.
3) Como podemos classificar os produtos poliméricos? Dissertar.
4) Quais os principais polímeros utilizados na construção civil? Cite exemplos de utilização.
5) Dar o conceito de resina epóxi. Cite as principais utilizações.
Materiais de Construção I
121 de 162
14 Materiais Poliméricos
Utilizados em diversas áreas da construção civil:
Tubulações hidrosanitárias e elétricas
Materiais de isolamento térmico
Fibras
Pinturas
Adesivos
Aparelhos de apoio
Capas para fios elétricos
Tomadas
Disjuntores
Assentos para vasos sanitários
Materiais de impermeabilização
Outros
Materiais Poliméricos
Origem orgânica
o Baseados em hidrocarbonetos
o Hidrogênio e carbono
Cadeias longas e flexíveis
o Esqueleto principal
o Átomos de carbono
Unidades estruturais
o Meros – Monômero
Polímeros
o Moléculas compostas de vários meros
Materiais Poliméricos naturais
o Utilizados a milênios
o Couro, seda, lã, madeira, borracha
Materiais Poliméricos sintéticos
o Variedade de produtos
o Uniformidade do material
o Economia de matéria-prima
Construção civil
o Maior mercado da indústria dos polímeros
o Aumento da demanda
o Baixa densidade, alta resistência elétrica, baixa condutividade térmica, ductilidade e alta
resistência à corrosão
Materiais de Construção I
122 de 162
Impermeabilização
Proteção das construções contra a infiltração de água na forma líquida ou na de vapor.
Os materiais poliméricos são, juntamente com os materiais betuminosos, os materiais mais
utilizados nos serviços de impermeabilização.
Os principais materiais que possuem polímeros em sua composição utilizados em impermeabilização são:
1 Concretos, argamassas ou cimentos modificados com polímeros,
2 Membranas acrílicas e poliméricas, e
3 Mantas poliméricas.
Materiais de Construção I
123 de 162
Membranas Poliméricas
Produtos ou conjuntos impermeabilizantes, moldados no local, com ou sem material estruturante,
cujo produto impermeável básico é um polímero;
Elastômeros sintéticos, solubilizados em solventes apropriados, que possuem boas características
de elasticidade, resistência à fadiga etc;
Normalizados pela NBR 9396;
Utilizadas:
o Impermeabilização em grandes áreas, não requerendo proteção mecânica
o Deve-se proteger a impermeabilização contra os raios solares
o Não existem restrições para aplicação em superfícies inclinadas ou verticais
Mantas Poliméricas
Materiais de Construção I
124 de 162
o Mantas elastoméricas pré-fabricadas de base butílica (NBR 9229, ABNT, 1986) ou de EPDM
(NBR 11797, ABNT, 1992);
o Mantas plásticas à base de PVC (NBR 9690, ABNT, 1986) ou de PEAD (NBR 15352, ABNT,
2006);
Aplicação de forma aderida ou não aderida ao substrato
o Normalmente não são aderidas ao substrato
Forma de aplicação
Aderida
o Imprimação, aplicação de adesivo, distribuição das mantas e soldagem com adesivos,
aplicação de fitas de caldeação e realização de autofusão por ar quente ou aparelhos
elétricos.
Não aderida ao substrato
o Criação de um berço amortecedor, distribuição das mantas, soldagem e colocação de
camada de amortecimento
Espessura mínima das mantas é de 0,8mm, sendo recomendada a espessura de 1,0 mm a 1,2 mm, com
consumo médio de 1,10 m2/ m2.
Utilização:
Cuidados especiais
Perfurações provocadas por ausência de limpeza prévia, trânsito ou quedas de objetos antes da
aplicação da proteção mecânica;
Água de percolação, de solo ou de pressão hidrostática positiva, como no caso de
impermeabilização de piscinas;
Lajes com trânsito de pedestres ou tráfego de veículos - Figura 2.
Adesivos
Substâncias usadas para colar as superfícies de dois materiais sólidos
Produzir uma junta com elevada resistência ao cisalhamento
Materiais poliméricos usados como adesivos
Epóxis, elastômeros, acrílico, poliuretano e adesivos naturais (cola animal, caseína, amido e rosina)
Principal desvantagem
Limitação da temperatura de serviço
As forças de ligação entre o adesivo e as superfícies aderidas são consideradas eletrostáticas, assim como
as forças de ligações secundárias entre as cadeias moleculares em polímeros termoplásticos
Materiais de Construção I
125 de 162
Apresentam grande dureza e adesão às mais variadas superfícies tais como: o concreto, o aço, o
alumínio, o vidro, a cerâmica, a madeira etc
Isolamento Térmico
Fibras Poliméricas
Estruturas alongadas de origem natural ou sintética que, agrupadas unidirecionalmente, apresentam e
atribuem aos compósitos maior resistência à tração
Polímeros em fibras:
Estirados na forma de longos filamentos com uma relação comprimento-diâmetro de pelo menos
100:1
Maioria dos polímeros em fibras é usada na indústria têxtil
Fibras aramides são empregadas em materiais compósitos
Nos últimos anos tem sido cada vez maior a utilização de concretos com fibras
Materiais de Construção I
126 de 162
Fibra de polipropileno
Fibra de polímero mais utilizada em concretos
Encontradas no mercado
Monofilamentos cilíndricos e na forma de multifilamentos fibrilados (Quadro 2 e Figura 6)
Aditivos Químicos
Materiais de Construção I
127 de 162
Mástiques ou Selantes
Composições pastosas usadas para calafetar juntas de dilatação, fissuras, furos etc
Propriedades
o Dúctil, elástico e aderente
Tipos de mástiques à base de materiais poliméricos:
Resina alquídica, acrílica, silicone, poliuretano, borracha clorada (Figura 7)
e polisulfeto, dentre outros
Silicone
Monocomponente, tendo como matérias-primas o silício e o cloro e, como
principal característica, a colagem, vedação e selagem de materiais como a cerâmica, o metal, o vidro, o
plástico, a madeira, o concreto, o gesso e outros;
Acrílicos
Polimerização de derivados acrílicos, principalmente dos ésteres do ácido
acrílico e do ácido metacrílico
Poliuretano
Juntamente com os de silicone são os mais utilizados na construção civil
(Figura 8)
Espumas
Materiais de Construção I
128 de 162
Neoprene
Elastômero ou borracha sintética que apresenta
qualidades excepcionais de resistência à ação do
ozônio, das intempéries, da luz solar e do calor,
não alterando suas condições de elasticidade e
aderência sob condições diversas (Figura 16)
Materiais de Construção I
129 de 162
Materiais de Construção I
130 de 162
Os epóxis
Estão sendo aplicados na construção civil, principalmente, como revestimentos, por sua dureza e
resistência à abrasão e como adesivos de alta resistência para concreto. As resinas epóxi são empregadas
para as seguintes finalidades: adesivos, selante, revestimento e pavimentação
Materiais de Construção I
131 de 162
Materiais de Construção I
132 de 162
15 Tintas e Vernizes
Definição
Quando falamos nas tintas e vernizes num sentido mais abrangente, compreende-se qualquer material de
revestimento, de consistência líquida ou pastosa, apto a cobrir, proteger e colorir uma superfície.
Segundo o seu uso podem ser brilhantes ou “mate”, transparentes ou não, coloridas ou incolores, bem como
apresentar resistência a determinados tipos de agentes agressivos. Duas são, portanto, as funções que
normalmente deve preencher uma tinta, quais sejam a de proteger e a de embelezar.
Nesta acepção, tinta é uma composição pigmentada líquida, pastosa ou sólida que, quando aplicada em
camada fina sobre uma superfície apropriada, no estado em que é fornecida ou após diluição ou dispersão em
produtos voláteis, ou fusão, é convertível, ao fim de certo tempo, numa película sólida, contínua, corada e
opaca. A qualidade pretendida, o fim a que se destina a tinta, o fator econômico, entre outros, são
elementos que podem condicionar a proporção dos constituintes.
Na proteção e decoração de superfícies não só se utiliza tintas como também se aplicam vernizes.
Há diferenças a salientar que distinguem um verniz de uma tinta, principalmente pelo fato do verniz não
ser pigmentado e depois de aplicado forma-se numa película seca transparente, não opaca e que poderá
ser corado com corantes solúveis.
Podemos por isso definir que verniz é uma composição não pigmentada líquida, pastosa ou sólida que,
quando aplicada em camada fina sobre uma superfície apropriada, no estado em que é fornecida ou após
diluição, é convertível, ao fim de certo tempo, numa película sólida, contínua, transparente ou translúcida e
mais ou menos dura.
Poderemos, ao escolher as matérias primas, obter tintas com as características desejadas, como por
exemplo:
- Facilidade na aplicação;
- Rápida secagem;
- Boa aderência;
- Resistência e durabilidade depois de seca.
Facilidade na Aplicação
Ao utilizarmos o método de aplicação, seja ele qual for à tinta deverá estar na consistência. Carreta
para facilitar a aplicação.
Rápida Secagem
As grandes áreas de aplicação são em regra gerais de difícil
secagem, principalmente nas secagens muito rápidas. Uma tinta
brilhante, para aplicação à trincha em madeira, não deverá secar
muito depressa. No entanto, qualquer pintura deverá estar
pronta a ser repintada no dia seguinte, se necessário.
Materiais de Construção I
133 de 162
Boa Aderência
Para termos sucesso numa pintura é sempre necessário haver boa aderência às superfícies, qualquer
que seja o tipo de tinta e método de aplicação. Para uma boa aderência devemos preparar bem as superfícies e
escolher o sistema de pintura mais adequado.
Resistência e durabilidade depois de seca
A película deverá ser dura e ao mesmo tempo flexível, para poder suportar certas expansões e
contrações. As películas muito duras são normalmente mais quebradiças.
As mudanças de temperatura são as causas normais de aparecimento de fissuras, expansões e
descasque total da tinta.
Geralmente nota-se a falta de durabilidade da tinta pela perda do brilho, esfarelamento e alteração de
cor.
A ação da luz, água, ar e alguns agentes químicos originam ataques às películas, provocando a
mudança de cor e fissuras. A resistência da cor depende da qualidade dos pigmentos usados na formulação da
tinta.
Funções da Pintura
A proteção da base
No caso de corrosão metálica, esse tipo de tinta e usado para proteger as estruturas da corrosão de
agentes químicos ou atmosféricos, prolongado a durabilidade do material e minimizando os prejuízos e
custo. Esse tipo de tinta e chamada de anticorrosiva e usada em estruturas metálicas como maquinários,
portões.
Estética
Usada somente para as decorações, sendo ela interior ou exterior, esse tipo de tinta tem certa
fragilidade comparadas a outras, então por isso só deve ser utilizadas em ambientes que não passem por
muitas intempéries. Hoje em dia encontram-se variedades de cores e utilizada na decoração de ambientes
para dar um conforto visual, ou ate mesmo para rudimenta-lo definindo estilos do lugar.
Materiais de Construção I
134 de 162
Higiene
Utilizadas em lugares que precisam estar a todo o momento limpo, esse tipo de tinta tem sua
estrutura mais fixa fazendo com que não haja a fixação de sujeiras e com isso bactérias, e utilizada em
hospitais, frigoríficos e etc.
Adequação
A tinta deve ser totalmente adequada para o material na qual ela será empregada, pois, dependendo disso
ela pode se aderir ou não.
Substrato
O local onde ela terá que ser aplicada devera estar “limpo” e lixado, por que, partículas pequenas podem
causar imperfeições depois da aplicação.
Modo de Aplicação
A pintura deve ser aplicada de um modo correto e com os materiais necessários, varia o tipo de aplicação
conforme a tinta, a maioria usa-se rolos e pinceis, mas há tintas mais elaboradas que só poderão ser
aplicadas com o uso de sprays.
Tintas
Generalidades
Designa-se por Pintura a aplicação de uma determinada tinta, verniz ou produto similar sobre
determinada base de aplicação com o objetivo de a proteger (no sentido de atuar como um escudo, de
forma a impedir a ação dos vários agentes agressivos exteriores), decorar e/ou de lhe conferir
determinadas propriedades especiais.
A operação designada por demão resulta da aplicação de uma camada contínua de tinta sobre um
suporte efetuada de uma só vez, constituindo a película úmida que após secagem dará origem à chamada
película seca. O conjunto de tintas ou produtos similares aplicados sobre o suporte em camadas
sucessivas por ordem conveniente, constituindo o revestimento, designa-se por Esquema de pintura. O
conjunto de esquemas de pintura, que se destinam a assegurar a proteção de um suporte de aplicação
e/ou a conferir-lhe determinadas propriedades, constitui o Sistema de pintura.
Um sistema de pintura, sendo independente o número de demãos das tintas, mas relacionando-se com a
natureza das mesmas, é feito segundo determinados critérios, sejam:
- natureza do suporte a proteger;
- tipo de preparação de superfície possível;
- tipo de exposição;
- tipo de equipamentos de aplicação disponíveis;
- aspectos econômicos.
Um esquema de pintura é diferenciado pelo sistema de pintura quando é considerado um grupo de tintas
às quais são fixadas as espessuras e o número de demãos sucessivas. Em qualquer trabalho de pintura
deverá ser feito para além de um ensaio prévio ou vários esquemas de pintura, um exame ao substrato,
verificando as características do material base como as circunstâncias que predominam no meio
ambiente.
Em função do sistema de pintura aplicado, ou consoante o fim a que se destina a tinta, a película seca
apresenta determinadas propriedades. Os requisitos principais de um revestimento por pintura para a
construção civil, para as madeiras, estruturas metálicas e para as estradas, são respectivamente:
Materiais de Construção I
135 de 162
Constituição da tinta
São materiais de revestimento de consistência pastosa ou liquidas feitos para cobrir, proteger e colorir as
superfícies de um determinado substrato. Podem ser brilhantes ou opacos, transparentes ou não, coloridos
ou incolores e resistentes a determinados tipos de agentes agressivos. São formados na maioria das vezes
de pigmento, veículos voláteis e não-voláteis e Aditivos de variados tipos.
Materiais de Construção I
136 de 162
Pigmentos
Entende-se por pigmento substância sólida, em geral finamente dividida, praticamente insolúvel no veículo,
usada na preparação das tintas com o fim de lhes conferir cor e opacidade ou certas características
especiais.
Sendo a cor caracterizada pela absorção e reflexão das radiações luminosas, a opacidade é mais uma das
qualidades da tinta, com o objetivo em torna-la opaca depois de seca, de forma a cobrir a base ou suporte
de aplicação.
As principais propriedades que um pigmentos deve possuir, em largo limite, são:
opacidade;
poder corante;
finura e propriedade de suspensão;
estabilidade à luz;
estabilidade ao calor;
estabilidade aos agentes de corrosão ou propriedades anti-corrosivas;
poder de absorção de óleo.
O pigmento, além destas propriedades, também é responsável, mas em menor grau, pelas propriedades
mecânicas, de brilho, de resistência aos produtos químicos e ao envelhecimento do revestimento por
pintura.
Mas, geralmente, um pigmento não apresenta todas estas características com o mesmo grau de
intensidade. Por isso deverá o formulador da tinta fazer um judicioso equilíbrio entre o teor [teor de
pigmento varia entre 5% a 80%] e o teor dos outros constituintes [veículo, cargas e aditivos], para que o
produto final [tinta] corresponda aos requisitos pretendidos como o de proteção e decoração.
Será ainda importante referenciar a relação pigmento/veículo [concentração volumétrica de pigmento]
considerado ótimo, para o qual em princípio a película deverá apresentar as melhores propriedades e mais
adequado ao fim a que se destina.
Disto conclui-se que o formulador da tinta, ao selecionar e preparar esta, deverá se preocupar não só com
a cor desejada, como também estar alerta para não prejudicar o comportamento em geral.
Materiais de Construção I
137 de 162
Materiais de Construção I
138 de 162
Poder obliterante;
Poder solvente;
Ponto de ebulição;
Ponto de inflamação;
Velocidade de evaporação;
Estabilidade química;
Odor;
Toxidade.
Materiais de Construção I
139 de 162
VOC:
Termo em inglês de Volatile Organic Compound e em português de Composto Orgânico Volátil
(COV);
Composto orgânico volátil que participa de reações fotoquímicas na atmosfera (ASTM D 3960-05)
São emitidos à atmosfera pelas tintas, principalmente as de base solvente, como a tinta a óleo, o
esmalte sintético e em solventes como a aguarrás e thinner
Composição: hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos, hidrocarbonetos contendo halogênio,
cetonas, ésteres, alcoóis;
Ocorrência: durante as operações de pintura e secagem da tinta;
Efeitos:
o Afetam a saúde do trabalhador, resultando em problemas de saúde ocupacional e prejuízos
na sua produtividade;
o Problemas respiratórios, irritação e obstrução nasal, desidratação e irritação da pele,
problemas na garganta e nos olhos, dor de cabeça e cansaço, levando à perda da
concentração.
Materiais de Construção I
140 de 162
Fase de Dispersão
Para serem transformados em tinta os pigmentos e cargas em pó se dispersados na soluto de resina. A dispersa
dos pigmentos e um processo físico que consiste na separação das partículas dos pigmentos, os quais se
encontram agrupados em aglomerados e cuja superfície são revestida pela resina.
A resina para alto de estabilizar a dispersos do pigmento, evita a re-agregado das partículas constituintes do
pigmento e cargas. Para levar a cabo esta operação e necessário energia mecânica, a qual poder e ser feita por
equipamentos de dispersos, como: os Molhos de bolas, Molhos de rolos, Molhos contínuos ou Agitadores a
alta velocidade, consoante o tipo de tintas a fabricar.
A função destes equipamentos e obter uma mistura extremamente concentrada de pigmento, resina e
solvente. O grau de moagem assim obtido em função do tipo de tinta a fabricar. Por exemplo, um esmalte
exige uma moagem mais fina que uma tinta plástica.
Fase de Diluição
A próxima a fase de dispersão dos pigmentos a moagem obtida da misturada com mais quantidade de resina,
solventes e aditivos para dar origem 140 tinta.
Acerto da Viscosidade
Na tinta e adicionado um diluente, o qual lhe vai conferir uma adequada viscosidade de aplicação com o
objetivo de obter o produto acabado.
O controle da qualidade é fundamental no processamento das tintas, pelo o que deverá ser testada em
todas as fases do processo de fabrico, para prevenir eventuais erros. Infelizmente esta prática é esta oposta
à normalmente seguida, na qual se detectam os erros e só depois é que estes são corrigidos.
Materiais de Construção I
141 de 162
Esmalte sintético
Tinta à base de solventes para superfícies internas e externas de madeiras e metais. Proporciona ótimo
acabamento e resistência a intempéries. Bom alastramento e ótima resistência também ao mofo. Aplicada
em superfícies externas e internas de madeira, metais, alumínio e alvenaria.
Látex
São dispersões aquosas (acrílicos e vinilicos) e apresentam a mesma propriedade que as tintas acrílicas, mas o
solvente e água, e com isso gera economia, segurança e não polui alem de facilitar a aplicação. E recomendada
para paredes novas, ela apresente uma boa resistência a alcalinidade e a umidade, esse tipo de tinta deixa as
paredes “respirar”, ou seja, deixam o oxigênio sair. Eles podem ser encontrados com Látex acrílico para uso
interno e externo, Látex PVA somente para uso interno e Látex PVA para exteriores que e o PVA plastificado
por copolímeros.
Acrílica PVA
Essa tinta e levemente superior, pois possui uma baixa permeabilidade quando aplicada, sua solubilidade em
água e inferior, sua resistência aos álcalis e superior, sua durabilidade perante aos raios UV e bem positivo,
porem, seu preço e alto.
Acrílica
Tinta à base de água, com consistência de massa, é de fácil aplicação e secagem rápida. É indicada para
exteriores e acabamentos de alta qualidade. Possui excelente lavabilidade e cobertura. Proporciona
acabamentos com efeitos especiais ou desenhos em alto e baixo relevo. É indicada para reboco,
fibrocimento, gesso, superfícies com massa corrida e repintura de superfícies pintadas com látex. Também
pode ser usada em madeiras e metais previamente preparados.
Texturizadas
Tinta à base de água, com efeito, de textura em alto relevo com ação hidrorrepelente. É indicada para
"textura" em superfícies internas e externas de concreto, fibrocimento, concreto aparente, massa corrida,
acrílica ou PVA.
Tinta a Óleo
Tem ótima resistência às intempéries, de fácil aplicação, boa cobertura e flexibilidade. Excelente aderência
em vários tipos de superfícies.
A base de Epóxi
Essa tinta tem alta resistência a abrasão e agentes químicos, e suscetível a UV, e aplicada em ambientes
quimicamente agressivos como o revestimento de um banheiro e balcões.
A base de Poliuretano
Possui uma boa resistência a maresia, a água, a corrosão e a abrasão, quando com bi-componetes grande
resistência e elevada durabilidade. Esse tipo de tinta e usado para a proteção do concreto e em
embarcações como tinta de fundo.
Materiais de Construção I
142 de 162
A base de Silicone
Esse tipo de tinta e muito agradável, pois, não formam películas e parcialmente transparente e
hidrorepelente. Ele e usado no concreto, argamassa, pedra, cerâmica e etc.
A base de Cal
Essa e a mais econômica, ela da a superfície um aspecto fosco e liso, são fácil de aplicar pois misturam-se a
água, mas seu lado negativo e que tem a qualidade inferior e pouco aderente a madeira e metais. Ela e
usado para a pintura de meio fio, muros, calçadas e postes.
Fluorescentes
Possuem em sua constituição elementos coletores e condensadores, para que haja a reflexão da luz.
Fosforescentes
Ela continua a brilhar mesmo depois que a luz sai de seu foco, isso acontece por que a na sua formula
materiais que absorvem a radiação e assim iluminam mesmo depois que não há mais luz.
Vernizes
Os vernizes são produtos majoritariamente à base de solventes orgânicos e caracterizam-se por permitirem
um revestimento transparente, com diferentes brilhos e de grande dureza. Ao nível da produção e
utilização requerem preocupações especiais por conterem substâncias inflamáveis. A produção é idêntica à
das tintas de base solvente.
A maioria dos vernizes é à base de solvente. São fabricados dissolvendo-se óleos naturais ou sintéticos ou
resinas em aguarrás, que também é usada para diluir tinta e limpar pincéis e superfícies. Há também
vernizes à base de água, mais fáceis de aplicar e limpar, e que levam menos tempo para secar. Alguns tipos
são transparentes e outros coloridos, havendo também a variedade com corantes próprios para usar em
madeira natural para imitar cores de diferentes madeiras, tais como mogno-escuro, pinho-antigo e teça.
Constituição do Verniz
Substância líquida, constituída por resinas, solventes e aditivos, que, após aplicação, sofre um processo de
cura e se converte em uma película transparente, aderente e flexível.
Verniz poliuretânico - Produto à base de solvente, que proporciona acabamento durável e resistente a
calor e álcool. Leva de 4 a 6 horas para secar e é preciso esperar de um dia para o outro para aplicar nova
demão. É encontrado em acabamento fosco e alto brilho.
Verniz acrílico - À base de água, seca em 1 hora. Não amarela com o tempo como os vernizes à base de
solvente, mas não é tão resistente, sendo necessárias várias demãos. Encontrado em acabamento
acetinado, fosco, semifosco e alto brilho, todas elas nas versões transparentes ou com pigmentos.
Verniz para efeito de craquelê - É um produto especial usado para dar acabamento de craquelê. O nome é
aplicado imprecisamente a dois diferentes tipos: um é usado entre duas camadas de tinta para deixar
rachada a camada superior, enquanto o outro é um sistema de verniz de duas camadas em que a camada
de secagem mais rápida é aplicada sobre uma base que seca mais devagar.
Verniz em spray - À base de solvente, é encontrado em acabamento fosco ou com brilho e nas versões
adequadas para mobiliário ou retoque e proteção da pintura. É útil para decorar itens pequenos de
formato complicado, mas dispendioso para áreas grandes.
Materiais de Construção I
143 de 162
Verniz à óleo - É o tradicional acabamento transparente para madeira, feito com óleos e resinas naturais
diluídas em aguarrás.
Verniz à álcool - É feito diluindo-se goma laca ou outra resina em álcool metilado. Seca de 15 a 30 minutos,
formando uma película dura mas quebradiça, que não é a prova de água ou álcool. É difícil passá-lo com
pincel, portanto é aplicado com uma boneca ou sobre a camada de base antes do esmalte, para certos
efeitos de pintura. Compre apenas a quantidade necessária, porque é um produto que não se conserva
bem.
Verniz alquídico - Á base de solvente, porém mais forte do que os vernizes tradicionais à óleo. Leva de 4 a
6 horas para secar, e a segunda demão só pode ser dada depois de cerca de 12 horas. O acabamento pode
ser fosco ou alto brilho, nos tipos colorido e transparente. tipos modificados (verniz para barcos) são muito
duráveis e utilizados com seladores para pisos.
Laca ou verniz de celulose - Produto especial usado em móveis para dar um acabamento durável. É
desagradável trabalhar com ele e não se encontra facilmente no mercado.
A pintura na construção civil é aplicada sobre os mais diversos substratos: peças de concreto, revestimento
de argamassas, alvenarias aparentes, componentes metálicos e de madeira (esquadrias, gradis,
vigamentos, etc.), telhas, pisos cimentícios e de madeira, etc.
Sistema de Pintura
Um sistema de pintura é um conjunto de tintas de fundo (por exemplo: seladores, primers anticorrosivos,
fundos preparadores de superfície), massas de nivelamento (p.ex.: massa corrida, massa à óleo, massa
para madeira) e tintas (e vernizes) de acabamento, formulados a partir de uma mesma resina.
Os principais sistemas de pintura empregados na construção imobiliária são os baseados nas resinas
PVAc, acrílicas e alquídicas.Na construção industrial empregam-se sistemas de pintura formulados a partir
de diversas resinas como as epoxídicas, de poliéster e de Borracha clorada.
Proteção do substrato
A pintura aplicada assume a função de uma camada de sacrifício, que evita a degradação precoce do
substrato sobre a qual é aplicada.
Revestimentos de argamassa: Protege contra esfarelamento e a ação da umidade, reduz absorção de
água e inibe o desenvolvimento de fungos e bolores;
Madeira: Reduz a absorção de água e protege contra ação das intempéries, da água e do fogo;
Materiais de Construção I
144 de 162
Dar a aparência final da superfície aonde for aplicado através de cores, brilho, matizes e texturas.
Substância líquida, constituída por resinas, solventes (ou água), pigmentos e aditivos, aplicado
inicialmente (primeira demão) sobre um substrato, com a função de preparar a base para receber a massa
e ou a tinta de acabamento. As funções dela são:
diminuir e uniformizar a absorção
isolar quimicamente a tinta do substrato
melhorar a aderência
Diminuir o consumo da tinta de acabamento
proteger quimicamente contra corrosão dos metais
Massa de nivelamento
Substância pastosa, constituída por resinas solventes (ou água) e cargas inertes,
aplicado sobre a superfície já preparada com o fundo, com a função de corrigir
irregularidades e proporcionar superfície com textura lisa.
Tinta de acabamento
Materiais de Construção I
145 de 162
Durabilidade da Tinta
Resultado da interação entre o material e o ambiente que o cerca, incluindo aspectos de microclima.
Agentes de degradação: radiação solar, fatores climáticos, agentes biológicos, agentes poluentes, etc.
Efeito sinérgico.
Função:
Tinta, características do substrato
condições do meio ambiente
uso
Materiais de Construção I
146 de 162
Durabilidade: função do tipo de polímero, da sua formulação, microestrutura, composição química dos
pigmentos, tipo de acabamento, aditivos presentes
Degradação do material polimérico – ruptura de ligações na cadeia principal e redução de massa molecular
Degradação da película – alteração de propriedades físico-químicas e mecânicas como coloração, brilho,
manchas brancas ou escuras, pulverulência, fissuras, aumento de porosidade, perda da flexibilidade
Função protetora mais duradoura do que decorativa
A superfície de aplicação tem elevada influência na durabilidade da pintura
Luz: efeitos da radiação solar (λ entre 290 a 3.000nm), principalmente a ultravioleta (UV) (λ entre
280-400nm) que provoca as reações fotoquímicas. Quanto menor o λ maior é a energia absorvida e
maior potencial de ruptura de ligações químicas. O material se torna quebradiço, há alteração de
cor;
Calor: a temperatura varia conforme a localidade, estação do ano e efeitos como chuva ou neve
Umidade: efeitos de água sob a forma líquida ou vapor como a de condensação, de chuva, do
orvalho etc. É ela que fornece meios para a ocorrência da degradação como a hidrólise ou acidólise
Efeitos cíclicos: a absorção e desorção de umidade no substrato podem causar fenômenos de
expansão e retração volumétrica e de concentração de tensões dentro de um material
Materiais de Construção I
147 de 162
16 Materiais Betuminosos
Livro: Materiais de Construção Civil
Definições
BETUME: material cimentício natural ou manufaturado, de cor preta ou escura, composto principalmente
por hidrocarbonetos de alto peso molecular, solúvel no bissulfeto de carbono. O termo inclui alcatrões e
piches produzidos a partir do carvão.
ASFALTO: material cimentício de cor marron escuro a preto, termoviscoplástico, impermeável à água,
pouco reativo, constituído por mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo de forma natural ou por
destilação, cujo principal componente é o betume, podendo conter oxigênio, nitrogênio e enxofre, em
pequena proporção.
ALCATRÃO: líquido preto e viscoso que contém hidrocarbonetos e é obtido a partir da destilação destrutiva
de matéria orgânica. É produzido também do carvão como subproduto da produção de coque. Pode
também ser produzido a partir do petróleo, madeira e turfa.
Asfaltos
Quase todo o asfalto em uso atualmente é obtido do processamento de petróleo bruto em plantas
especiais denominadas refinarias. É a base de praticamente todos os outros tipos de materiais
asfálticos existentes no mercado brasileiro, que são denominados:
emulsões asfálticas;
asfaltos diluídos;
Materiais de Construção I
148 de 162
Alcatrões
Os alcatrões são um dos subprodutos da destilação de combustíveis sólidos originários principalmente de
matéria orgânica, tais como carvão, turfa e madeira. Destes, a maior produção se dá a partir do carvão nos
processos que originam o coque.
Ensaio de Penetração
A penetração é definida como a profundidade, em
décimos de milímetro, que uma agulha de massa
padronizada (100g) penetra numa amostra de volume
padronizado de cimento asfáltico, por 5 segundos, à
temperatura de 25°C.
A norma brasileira para este ensaio é a ABNT NBR
6576/98.
Ensaio de Viscosidade
A viscosidade é uma medida da consistência do cimento asfáltico, por resistência ao escoamento.
A unidade do coeficiente de viscosidade mais utilizada é o Poise (g/[cm.s]). A
viscosidade também pode ser medida em m2/s, ou mais comumente em
mm2/s, unidade referida como centistoke (cSt).
No Brasil o viscosímetro mais usado para os materiais asfálticos é o de
Saybolt-Furol mostrado na Figura 2. O valor da viscosidade é reportado em
Segundos Saybolt- Furol, abreviado como SSF, a uma dada temperatura de
ensaio. A norma brasileira para este ensaio é a ABNT NBR 14756/200.
O viscosímetro Brookfield (figura 3) permite medir as propriedades de
consistência relacionadas ao bombeamento e à estocagem. Mede a
viscosidade dinâmica expressa em centiPoise (cP). O centiPoise é equivalente
ao miliPascal e 1000cP = 1 Pa*s.
A norma brasileira para este ensaio é a ABNT NBR 15184.
Materiais de Construção I
149 de 162
Ensaio de ductilidade
A coesão dos asfaltos é avaliada indiretamente pela medida
empírica da ductilidade, que é a capacidade do material de
se alongar na forma de um filamento.
Nesse ensaio, os corpos-de-prova de asfalto, colocados em
moldes especiais, são imersos em água dentro de um banho
que compõe o equipamento mostrado na Figura 5.
A norma brasileira para esse ensaio é a ABNT NBR 6293.
Ensaio de solubilidade
No ensaio de solubilidade, uma amostra do asfalto é dissolvida por um solvente e, então, filtrada através de
um cadinho perfurado que é montado no topo de um frasco ligado ao vácuo. A quantidade de material
retido no filtro representa as impurezas no cimento asfáltico (ABNT NBR 14855).
Ensaio de durabilidade
Os asfaltos sofrem envelhecimento (endurecimento) durante a produção de misturas asfálticas para
pavimentação devido a seu aquecimento durante o processo. Ocorre também um envelhecimento
posterior, chamado de longo prazo, durante a vida útil do asfalto, quando estará submetido a diversos
fatores ambientais.
Ensaio de espuma
O asfalto não deve conter água, pois, ao ser aquecido, pode formar espuma e causar explosões. A presença
de água no asfalto pode causar acidentes nos tanques e no transporte. Não há um ensaio determinado,
mas avaliação qualitativa.
Susceptibilidade térmica
A susceptibilidade térmica indica a sensibilidade da consistência dos ligantes asfálticos à variação de
temperatura. É desejável que o ligante asfáltico apresente variações pequenas de propriedades mecânicas
nas temperaturas de serviço, para evitar grandes alterações de comportamento frente às variações de
temperatura ambiente.
Materiais de Construção I
150 de 162
Ensaio de sedimentação
O ensaio de sedimentação (ABNT NBR 6570) consiste em deixar em repouso total por 5 dias 500 ml de
emulsão numa proveta e, após esse período, retirar uma amostra de aproximadamente 55 ml do topo da
proveta e 55 ml do fundo. Nessas amostras será medida a quantidade de resíduo presente após o repouso
de 5 dias.
Ensaio de peneiração
O ensaio de peneiramento ou peneiração (ABNT NBR 14393, 1999) consiste em determinar a porcentagem
em peso de partículas de asfalto retidas na peneira de malha N° 20 (0,84 mm). Utiliza-se 1000 ml de
emulsão, que é “peneirada” e, em seguida, pesada novamente para determinar a quantidade que ficou
retida na peneira.
É indesejável que a emulsão possua grumos, formando “pelotas” de asfalto que ficam retidas na peneira.
Ensaio de desemulsibilidade
O ensaio de desemulsibilidade é um método para determinar se uma quantidade conhecida de emulsão é
parcial ou totalmente rompida pela adição de um reagente adequado, sendo o resultado expresso em
porcentagem do teor do asfalto residual da emulsão. Na norma brasileira ABNT NBR 6569, o reagente
utilizado é o Aerosol OT a 0,8%+ (Dioctil Sulfosuccionato de Sódio).
Ensaio de Viscosidade
viscosidade determina a trabalhabilidade da emulsão e é influenciada pela quantidade de asfalto presente,
pelo emulsificante e pelo tamanho dos glóbulos
Ensaio de viscosidade
A viscosidade cinemática é utilizada para classificar os asfaltos diluídos. O ensaio utilizado é similar ao
equivalente para asfaltos, diferindo na temperatura de ensaio que para asfaltos diluídos é de 60°C.
A norma brasileira utilizada para determinar a viscosidade cinemática é a ABNT NBR 14756.
Materiais de Construção I
151 de 162
Ensaio de destilação
O ensaio mede a quantidade dos constituintes mais voláteis nos asfaltos diluídos.
As propriedades do resíduo após a destilação não possuem necessariamente as características do asfalto
usado na mistura original nem do resíduo obtido depois de um certo tempo de cura após sua aplicação.
Este ensaio é desenvolvido conforme o método brasileiro ABNT NBR 14856.
Materiais de Construção I
152 de 162
Materiais de Construção I
153 de 162
Histórico do Petróleo
Os combustíveis naturais como o carvão natural e o petróleo possuem origem e evolução comparáveis.
O produto final (carvão ou petróleo) difere porque o produto inicial é diferente. Esses dois combustíveis
originam-se de depósitos ricos em matéria orgânica. Se esta for constituída predominantemente por restos
de plantas superiores, formar-se-á carvão e, se a matéria orgânica for constituída predominantemente por
restos de animais e plantas inferiores, principalmente microscópicas, formar-se-á petróleo.
Quando restos de plantas ou animais são deixados em contato com o ar, apodrecem e acabam
desaparecendo. O carbono e o hidrogênio da matéria orgânica combinam com o oxigênio do ar, formando
gás carbônico e água. Ocorre, na verdade, combustão lenta da matéria orgânica e a sua destruição (na
destruição pelo fogo, a combustão é rápida).
Se os restos de animais ou plantas forem mantidos em locais sem aceso do ar, haverá a combustão
lenta de matéria orgânica, mas apenas com o oxigênio da própria matéria orgânica. Ocorrerá, assim, uma
autocombustão.
As moléculas que constituem os vegetais superiores são proporcionalmente mais ricas em carbono
do que em hidrogênio e oxigênio. Esse oxigênio será completamente consumido na combustão. O carbono
em excesso vai se acumulando, formando o carvão. É o processo semelhante ao que se observa em um
fogão à lenha: as partes externas da lenha serão totalmente consumidas pelo fogo, porque o suprimento
de oxigênio do ar é fácil. Já as partes da lenha, menos acessíveis ao ar, vão se transformar em carvão.
Os vegetais inferiores e os animais são ricos em gorduras, óleos e hidratos de carbono. Essas
substâncias possuem proporção maior de hidrogênio do que os vegetais superiores e a autocombustão
dessas substâncias em ambiente pobre em oxigênio produzirá petróleo (betumes).
Por petróleo se entendem os óleos naturais minerais – compostos quase que exclusivamente por
hidrocarbonetos – encontrados em jazidas.
Materiais de Construção I
154 de 162
Refino do Petróleo
Refinar o petróleo é transformá-lo em produtos úteis. Na verdade, os subprodutos do petróleo
aparecem nas torres de separação, que se baseiam nos princípios da destilação.
Do refino do petróleo, obtém-se, entre outros :
gases residuais ;
gases para fertilizantes ;
eteno ;
gás liquefeito (G.L.P.) ;
gasolina especial ;
gasolina comum ;
solventes ;
querosene ;
oleo diesel ; parcelas mais pesadas
oleo conbustível ;
resíduos (asfaltos, graxas, negro de fumo etc.) .
Observações :
1. A partir dos gases residuais, surgiu a grande indústria dos plásticos ;
Betumes
São sólidos em temperatura inferior a 10ºC, viscosos até 50ºC e fundem-se a partir desta
temperatura. Sua massa específica aparente é de 1kg/dm3. Os materiais betuminosos (asfaltos e alcatrões)
são materiais essencialmente compostos por betumes .
Materiais de Construção I
155 de 162
O Betume é definido pela ABNT (TB-27) como um produto complexo, de natureza orgânica, de
origem natural ou pirogênica (ação do calor), composto de uma mistura de hidrocarbonetos (com
consistência sólida, líquida ou gasosa), acompanhado sempre de seus derivados não metálicos e
completamente solúvel em disulfeto de carbono (CS2) .
Os materiais betuminosos – entre eles e, principalmente, o asfalto, que pode ocorrer na natureza
como asfalto natural ou impregnando rochas asfálticas – são conhecidos e empregados pela humanidade
como aglomerantes, há mais de 3.000 anos.
Causa física do envelhecimento : evaporação dos constituintes que lhes conferem plasticidade. Ex.: óleos
mais ou menos voláteis .
Causa química do envelhecimento : oxigenação de seus constituintes pelo ar, com formação de CO2 (gás
carbônico) e H2O que se desprendem. Podem formar lentamente outros produtos oxigenados, como
álcoois e acetonas, que são dissolvidos pelas águas da chuvas.
Esses processos de envelhecimento (físico/químico) produzem a polimerização do material e,
conseqüentemente, levam ao endurecimento das camadas superiores.
Apesar desse endurecimento da camada superior proteger o material, o mesmo pode fendilhar, pela
diferença da dilatação.
Asfaltos
São materiais constituídos principalmente por betumes, apresentando-se com consistência sólida
ou semi-sólida, à temperatura ambiente.
Sua cor é preta ou pardo-escura, tem cheiro de óleo queimado e sua massa específica aparente é
em torno de 1kg/dm3, fundindo-se gradualmente pela ação do calor.
A palavra asfalto vem do grego e significa : firme, estável.
Materiais de Construção I
156 de 162
Existem verdadeiros depósitos de asfaltos com certa consistência, que permitem o trânsito
sobre eles.
Esses asfaltos naturais podem ser recolhidos a pás e picaretas. São conseqüência da ação
da atmosfera e intempéries sobre petróleos, que chegaram ao ar livre. Com isso, os gases
se evaporaram, assim como os óleos mais leves.
Formam depósitos semelhantes às salinas e as galerias de extração são subterrâneas, para
poderem ser trabalhados no verão.
A ilha de Trinidad tem os maiores depósitos conhecidos, formando um lago de 50 ha., com
profundidade média de 40 metros. Dali são extraídas 1.600 toneladas anuais. O lago
Bermudez, na Venezuela, é outro depósito, com 360 ha. de extensão e profundidade média
de 2 metros.
Os asfaltos naturais não são puros. São misturas de asfalto com água e material mineral ou
orgânico em forma de siltes.
São classificados pela (EB-94) em nove tipos :
CAN 30-40 / CAN 40-50 / CAN 50-60 / CAN 60-70 / CAN 70-85 / CAN 85-100 / CAN 100-
120 / CAN 120-150 / CAN 150-200 / .
São a maior fonte de produção de asfalto, através dos processos de destilação dos
petróleos de bases asfálticas ou semi-asfálticas.
Os cimentos asfálticos de petróleo são classificados pela EB-78 em 10 tipos :
CAP 30-40 / CAP 40-50 / CAP 50-60 / CAP 60-70 / CAP 70-85 / CAP 85-100 / CAP 100-120 /
CAP 120-150 / CAP 150-200 / CAP 200-300/ .
Esses números indicam, assim como os número utilizados no CAN, o ensaio de penetração
para verificação da dureza , utilizando agulha com 1,2 mm. de espessura, com carga de 100
g., com temperatura ambiente de 25ºC, num tempo de 5 segundos.
Materiais de Construção I
157 de 162
Alcatrões
São materiais que possuem basicamente betumes, mas que apresentam-se, na temperatura ambiente,
como líquidos oleosos de grande viscosidade. Têm cheiro de creolina, mais penetrante que o de asfalto e
são originados da destilação da lenha, madeira, turfa, graxas etc.
Suas diferenças básicas em relação aos asfaltos são :
Maior sensibilidade à temperatura ;
A faixa de utilização é menor, visto que, aquecidos, são mais moles e resfriados, mais duros ;
Resistem menos às intempéries ;
São mais aglomerantes.
Materiais de Construção I
158 de 162
Entre 600 a 700ºC, evapora-se o alcatrão bruto, que é então resfriado, sendo que, a 86ºC,
este se condensa e é redestilado, obtendo-se óleos leves (desinfetantes), médios (nafta) e
óleos pesados (creosoto), alcatrão destilado e piche. Dos piches são obtidos os breus da
hulha, sólidos.
Combustão parcial da hulha com acesso de ar e vapor : sendo que o alcatrão passa a ser
subproduto da indústria de gases de iluminação e gás d’água. É o tratamento empregado
pela Companhia de Gás do Rio de Janeiro.
Observações :
1. Essas 2 companhias citadas acima são as principais produtoras de alcatrão no Brasil.
Pela (EB-100), os alcatrões são divididos em 4 tipos de viscosidades : (AP-1) ; (AP-2) ;
(AP-3) ; (AP-4) .
A mistura de filler (pó mineral de grande finura) – de preferência aos alcatrões – como
calcáreo, pó de pedra, carvão, cinzas volantes, pó de rochas asfálticas, cimento, fibra de
vidro, plástico, negro de fumo, pode melhorar sensivelmente as características de diversas
pastas - mastiques com maior ou menor plasticidade – e seu poder ligante etc;
O ensaio feito pelo Viscosímetro de Saybolt-Fenol é determinado pelo tempo necessário que levam 60 cm3
de amostra para passar pelo orifício padrão. Quanto mais tempo levar, mais próxima do sólido a amostra
estará ;
Materiais de Construção I
159 de 162
e) Densidade : dos alcatrões e asfaltos – variam entre 0,9 e 1,4 kg/dm3 . O ensaio para determinação de
densidade é o ASTM-D70 ;
f) Ponto de fulgor : É a temperatura máxima para manuseio dos materiais, acima da qual o material pode
inflamar-se .
É utilizado pela (MB-50) o ensaio do “vaso aberto Cleveland” (para pontos de fulgor mais altos) e, pelos
americanos, o “vaso aberto de Tag” (AASHO-T79), para pontos de fulgor mais baixos.
São aparelhos de desenhos diferentes, mas as operações básicas são as mesmas para definir os pontos de
fulgor :
O método Cleveland consiste em colocar o material
em uma cuba de ensaio e aquecê-lo aos poucos.
Sobre essa amostra, passa-se, a intervalos
determinados, uma pequena chama, até haver
lampejos provocados pela inflamação dos
vapores da amostra.
g) Destilação : serve para determinar a quantidade e os tipos de resíduos asfálticos que contêm os asfaltos
diluídos (AD) .
Atenção : Não se deve confundir estanqueidade com impermeabilidade. A impermeabilidade é apenas uma
das condições da estanqueidade.
A impermeabilidade natural dos materiais de construção deve ser protegida contra o aparecimento de
fissuras e fendas provocado pelos produtos de estanqueidade.
Impermeabilizações
Tanto o asfalto de qualquer tipo como seus produtos derivados são aproveitados nas impermeabilizações.
Eistem 3 tipos de asfaltos ( I, II, III ) para aplicação, respectivamente: impermeabilizante de fundações ;
fundações e coberturas e somente em coberturas .
Existem os hidroasfaltos (emulsões) e também um sanduíche de asfalto e feltro asfáltico. Usa-se também
papelão asfáltico ou véu de vidro ou, ainda, lâminas delgadas de cobre e alumínio em lugar de papelão.
Materiais de Construção I
160 de 162
Feltro : os feltros asfálticos são constituídos de feltros ricos em algodão ou de papelão bastante
absorvente, embebidos com asfaltos. São constituídos, ainda, de fibras orgânicas, animais ou vegetais ou
de amianto. São feitos a partir de pastas (tanto o feltro como o papelão) e as fibras podem ser de polpa de
madeira, juta, lã, seda etc.;
Cartões Prensados : Há diversos tipos de cartões e placas asfálticas prensadas, usadas para proteção de
impermeabilização.
Existem placas formadas por impregnação de asfalto com chapas de juta, fibra de vidro (véu) ou de metal
(cobre e alumínio) .
Observações :
1. Os materiais de impermeabilização podem ser aplicados a quente e a frio e quando se apresentam
como lâminas, rolos ou capas múltiplas são aplicados sobre uma base que recebeu prímer asfáltico.
2. Prímer : asfalto de baixa viscosidade diluído sobre base absorvente, com o intuito de garantir
aderência entre as partes.
Pavimentações (Pavimentação
Rodoviária) :
Pavimento Asfáltico : é todo pavimento constituído por agregado aglutinado por asfalto. O asfalto serve
como aglomerante e impermeabilizante e o agregado dá a resistência mecânica.
Concreto Asfáltico : utiliza agregado graúdo retido na peneira 4, sendo o agregado miúdo passado
pela peneira 4 e o filler passado pela peneira 200. É o melhor revestimento asfáltico, com grande
estabilidade, resistência e durabilidade ;
Solo-Asfalto : mistura de asfalto com solo-natural, para obter-se estabilização semelhante ao solo-
cimento, não sendo apropriado para o tráfego (serve para coesão e impermeabilização) ;
Macadame : processo criado pelo Engenheiro John Mac Adam. Consiste em 2 a 3 camadas (de 5 a
6 cm. cada uma) sucessivas de agregados de diâmetros diferentes (graúdo, médio e fino). Sobre
cada camada, o agregado é molhado com asfalto e comprimido fortemente (rolo de 10 a 12
toneladas). No final, cobre-se tudo com cimento adequado, que pode ser o asfalto aplicado com
carro-tanque dotado de barra espargidora. Utiliza-se asfalto diluído (ADR-3) e a quantidade é de 1
litro/m2 por cm. de espessura.
Materiais de Construção I