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O Bairro de Abertura da Copa – A ​História de Itaquera​.

A cidade de São Paulo é


gigante. ... Com seu nome derivado do tupi-guarani, ​Itaquera​ quer dizer “pedra
dura”. As primeiras referências sobre a região surgiram no ano de 1620 e o seu
primeiro nome era “Roça ​Itaquera​”, localizada próxima a Aldeia de São Miguel.​6 de
abr de 2014​Até a década de 1940, o que é hoje o bairro mais populoso de Maceió, o Jacintinho,
não passava de um imenso sítio com predominância da Mata Atlântica, e, em alguns trechos,
pequenas casas de moradores. O nome é uma alusão ao rico proprietário Jacinto Athayde,
descendente de portugueses, que construiu seu casarão no Poço (ainda hoje preservado) e a
ladeira de pedra que dava acesso ao sítio. Já na década de 50, atraídos pelas possibilidades de
emprego na capital, foram aparecendo os primeiros modos do novo bairro, que surgia com o
nome de Jacintinho. A madeira da mata acabou, sendo usada para construção de casas.
Surgiram pequenas mercearias para atender a demanda dos consumidores, e o comércio
expandiu-se. A fé católica gerou a construção da primeira igreja, enquanto abriam-se novas
ruas, até que, no final da década de 1960, se construiu o conjunto habitacional da Cohab. O
crescimento foi dividindo o bairro: tem o Jacintinho, o Jacintão, além da Grota do Cigano, Aldeia
do Índio, Piabas, Grota do seu Arthur e Alto do Boi. Cada um tem sua historia. Além de Jacinto
Athayde, o primeiro proprietário, existia ainda a família Paranhos, possuidora de uma parte de
terra cultivada com lavouras de subsistência, e a família de dona Maria Lopes. Na época da
entressafra da cana-de-açúcar, os trabalhadores rurais migravam para a capital e procuravam
logo o Jacintinho. Na década de 50, o então governador Arnon de Mello inaugurou a energia
elétrica. Mas a água consumida pela população era da cacimba do Reginaldo. Na administração
do prefeito Sandoval Caju, construiu-se o grupo escolar João XXIII e uma maternidade. Só em
1968, o bairro ganhou a primeira linha de ônibus coletivo.
Antigo morador lembra como tudo começou:
José Gerônimo da Silva,morador do Jacintinho há 50 anos, tem muita historia pra contar sobre o
bairro que ele também ajudou a construir. Ainda reside por lá, na rua São José, uma das mais
antigas, e lembra que tudo era difícil. Não existia luz elétrica, água canalizada, nem transporte
coletivo. Os moradores utilizavam o bonde até o Poço, e de lá subiam a ladeira para chegar em
casa. O pai de Gerônimo, Manoel Gerônimo dos Santos, foi o fundador das “Piabas”, um dos
pontos do Jacintinho, que hoje é quase um bairro independente. Mas tudo começou quando a
família Gerônimo apossou-se de uma parte de terra, e depois foi adquirindo mais. Plantavam
lavouras ,e novos moradores foram surgindo, até que surgiu a ideia de dar um nome ao
lugarejo. O próprio José Gerônimo sugeriu Piabas, porque existia um pequeno córrego,onde
pescava-se muitas piabas. Hoje tem ônibus com indicação: Piabas-Centro. Virou um novo
“bairro”. A Aldeia do Índio surgiu com esse nome porque havia índios no local. Já a Grota do
Cigano deve-se a existência de um grupo de ciganos que, vindo de São Luiz do Quitunde, se
apossou de uma parte de terra, que era de propriedade de dona Tereza Paz. A Grota do Arroz
surgiu em função do plantio de arroz naquele local, que era um verdadeiro pântano. Tem ainda
a Grota do Rafael, Grota do Arthur, Grota da Bananeira, Grota do Moreira, e outras, todas
“assim batizadas” pela gente simples do lugar, para identificar os seus proprietários.

Comércio expandiu-se e funciona até no domingo​[​editar​ | ​editar


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O Jacintinho é o verdadeiro “quebra-galho”. Aos domingos e feriados, quando o comercio central
fecha suas portas, o do bairro está aberto, com lojas de todos os ramos de negócios, para
atender a todo tipo de clientela. Existem supermercados, mercadinhos, lojas de tecidos,
confecções, calçados, bijuterias, açougues, farmácias, uma feira-livre que atinge varias ruas, e
ainda agência bancária. O crescimento do Jacintinho, que hoje atinge uma população superior a
200 mil habitantes, incluindo todas as grotas e antigos sítios, é maior do que a de qualquer
cidade do interior do Estado, contando-se, logicamente, apenas a população urbana, como a de
Arapiraca, por exemplo, que é considerada a maior cidade do estado, depois da capital. Por esta
localizado na parte alta de Maceió, o Jacintinho é sede da emissora de rádio, a TV Alagoas e
empresas de radio-taxi. Abriga também o restaurante Buganvília, frequentado pela classe media
da cidade, dispondo de ampla área de lazer, com piscina e uma bela vista panorâmica.

Farol embeleza mais ainda a paisagem do Jacintinho​[​editar​ |


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Situado numa área de 17.424 metros quadrados no bairro do Jacintinho, com verde por todos os
lados, ergue-se o farol de Maceió, com sua luz que ilumina os navegantes. Antes era situado no
alto da Jacutinga, atual bairro do Farol. Apresenta visibilidade num raio de 85 quilômetros, que
vai de Jacarecica até a Barra de São Miguel. Ele se destaca por suas cores em preto e branco,
e a noite se ilumina, transmitindo a luz para o oceano. Conservado o farol do Jacintinho mantém
toda a sua estrutura intacta e limpa. Seus 136 degraus, em escada, estilo caracol, é outra
atração. Quem se aventura a subir até o topo tem o privilégio de uma bela visão de toda a
cidade e orla marítima. Toda a responsabilidade pela manutenção do farol é da Capitania dos
Portos, quem também administra os demais existentes em Alagoas: Ponta Verde, Porto de
Pedras, Ponto de Coruripe e Barra de São Miguel.

Jacinto Athayde era “médico” e “delegado”​[​editar​ | ​editar


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Numa época em que a medicina e a segurança pública eram falhas, os burgueses se passavam
por esses profissionais, ajudando a população pobre. Burgueses de bom coração como Jacinto
Athayde, um filho de portugueses que se instalou aqui em Maceió, no século passado, e fez
historia. Construiu um casarão no bairro do Poço (ainda preservado) e foi o fundador do atual
bairro do Jacintinho, nome que os moradores encontraram para homenageá-lo. Era casado com
dona Domingas Athayde, tronco de uma das mais tradicionais famílias de Alagoas. A casa
grande de Jacinto Athayde, no “pé da ladeira” que da acesso ao bairro do Jacintinho, tem
arquitetura do final do século passado. Com o passar do tempo, os descendentes do fundador
foram fazendo algumas reformas, mas a fachada é original. Nos fundos, o patriarca da família
mantinha um alambique com fabricação de cachaça e vinagre. Fazia famosas “garrafas” que ele
próprio receitava para curar algumas doenças, transformando-se num “médico” dos pobres. Era
respeitado e punia quem fazia desordens, passando a se construir uma espécie de “delegado”.
Alto funcionário da Usina Leão, Jacinto Athayde era considerado um verdadeiro burguês.
Vestia-se impecavelmente. Mas sabia cuidar da terra como qualquer senhor de engenho. Em
seu sítio, cultivava vários tipos de lavoura. Ajudava os pobres que o procuravam, e assim foi
surgindo o bairro do Jacintinho. A ladeira, que fica ao lado do casarão dos Athayde, leva seu
nome. Está desativada depois que a prefeitura construiu outro acesso.
Católicos iniciaram a evangelização​[​editar​ | ​editar código-fonte​]
As famílias Vieira, Martins e Lopes foram as verdadeiras introdutoras da fé católica no
Jacintinho, no inicio de sua expansão como bairro. Construíram, com ajuda de outros
moradores, a capela de Santo Antonio, que continua aberta à comunidade, na Rua Belém. O
espaço tornou-se pequeno, e a única solução foi construir outra maior, para atender os católicos
do bairro. Gerônimo Martins, 58 anos, lembra do sacrifício do povo para construir a capelinha.
“Tinha que carregar água e areia do Reginaldo, a pé, a cavalo ou de jumento, e ainda retirar
pedra do inicio da ladeira do Jacinto Athayde”, enfatizou-se, lembrando o esforço de seus pais e
outros moradores. Com a construção do conjunto habitacional da Cohab, a população católica
aumentou mais ainda, e o bairro ganhou uma nova igreja – a de Nossa Senhora das Dores. No
conjunto José da Silva Peixoto, as obras de construção da Igreja de São Domingos estão sendo
concluídas. Mas a fé em Santo Antonio continua em meio à comunidade católica. Todos os anos
no mês de junho tem a festa do santo protetor, com novenas, quermesse e procissão.
Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel, Pesquisa e Foto: José Ademir M dos Anjos
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