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Ano 11
Nº 51
Mar/Abr 2014
ISSN 0100-1485

entrevista
Gutemberg de
Souza Pimenta,
ex-presidente da
ABRACO

inibidores
inibidores de
de corrosão
corrosão

eficiência e proteção
ambiental
Sumário51:Sumário/Expedient36 4/29/14 6:43 PM Page 1

Sumário

A revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficial da


ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundada em
17 de outubro de 1968. ISSN 0100-1485

Av. Venezuela, 27, Cj. 412


Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311
Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892
www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2013/2014


Presidente
Eng. Rosileia Mantovani – Jotun Brasil

Vice-presidente
4
Dra. Denise Souza de Freitas – INT Editorial
Diretores INTERCORR: tudo pronto para a largada
Aécio Castelo Branco Teixeira – química união
Eng. Aldo Cordeiro Dutra
Cesar Carlos de Souza – WEG TINTAS
M.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – CENPES
Isidoro Barbiero – SMARTCOAT 5
Eng. Pedro Paulo Barbosa Leite
Dra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil ABRACO Informa
ABRACO amplia seu leque de atuação
Conselho Científico
M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN
M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC
M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior
Dra. Idalina Vieira Aoki – USP 6
Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Eng. João Hipolito de Lima Oliver – Entrevista
PETROBRÁS/TRANSPETRO Um profissional eclético
Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE
Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS
M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT
Dr. Pedro de Lima Neto – UFC 8
Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Inibidores de Corrosão
Eficiência e proteção ambiental
Conselho Editorial
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO
Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT
Dra. Denise Souza de Freitas – INT
Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ 33
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Notícias do Mercado
Simone Maciel – ABRACO
Dra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão Técnica 34
Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT
Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT Opinião
M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT
M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT Mudasil
M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT Juós
Redação e Publicidade
Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93
São Paulo – SP – 03124-010
Fone/Fax: (11) 2028-0900
aporte.editorial@uol.com.br
Diretores Artigos Técnicos
João Conte – Denise B. Ribeiro Conte

Editor 16 24
Alberto Sarmento Paz – Vogal Comunicações Perfil de rugosidade de superfícies de Sensores de monitoramento do risco
redacao@vogalcom.com.br
aço-carbono x espessura de corrosão nas estruturas de concreto
Repórter de pintura: um tema importante atmosféricas
Carlos Sbarai
para ser debatido Por Adriana de Araújo e Zehbour
Projeto Gráfico/Edição
Intacta Design – julio@intactadesign.com Por Celso Gnecco e Fernando L. de Panossian
Fragata
Gráfica
Ar Fernandez

Esta edição será distribuída em maio de 2014.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição da


revista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ou
parcial das matérias e imagens publicadas sem a prévia auto-
rização da editora responsável.

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Editorial51:Editorial36 4/29/14 5:09 PM Page 1

Carta ao leitor

INTERCORR: tudo pronto para a largada

ntre os dias 19 e 23 de maio, Fortaleza será a capital nacional da corrosão e proteção.


Nesse período, está programado o INTERCORR 2014, o maior evento internacional de corrosão
que se realiza no Brasil. Reunindo a comunidade técnica e científica das universidades, institutos de
pesquisas, empresas e profissionais da área de corrosão, o INTERCORR tem tradição de proporcionar um
grande intercâmbio de conhecimentos e experiências.
O INTERCORR reúne cinco eventos: 34º Congresso Brasileiro de Corrosão, 5th International
Corrosion Meeting, X Congreso Iberoamericano de Corrosión y Protección, 19º Concurso de Fotografia de
Corrosão e Degradação de Materiais e a 34ª Exposição de Tecnologias para Prevenção e Controle da
Corrosão.
Nesta edição, também será realizada o evento anual da Asociación Iberoamericana de Corrosión y
Protección – AICOP, consolidando, desta forma, o INTERCORR como referência para o desenvolvimen-
to industrial no Brasil e no exterior, sendo um excelente cenário para empresas de diversos segmentos apre-
sentarem suas tecnologias, divulgarem sua marca e darem visibilidade aos seus negócios, ampliando rela-
cionamento e conhecimento. E é exatamente por isso que a Expo-
sição de Tecnologias para Prevenção e Controle da Corrosão ganha a

“ A novidade da edição 2014 ficará por conta da


palestra de Paulo Storani, ex-capitão do BOPE e
consultor do filme “Tropa de Elite”, que estabelecerá
cada edição mais notoriedade, sendo que em 2014 serão 20 empre-
sas participantes.
Deve-se também abrir parênteses para o trabalho desenvolvido
pelo Comitê Executivo, capitaneado por Neusvaldo Lira de Almeida,
uma relação entre o BOPE e o mundo corporativo do IPT; e Comitê Técnico-Científico, tendo à frente a pesquisadora

” da URFJ Simone Louise D. C. Brasil, que buscam aprimorar con-


tinuamente o evento, a partir da experiência acumulada nas edições
anteriores, observações de congressos mundiais e acompanhamento das inovações relacionadas à corrosão.
Uma novidade da edição 2014 será a conferência de abertura. Sob o título “Construindo uma Tropa de
Elite”, terá como palestrante Paulo Storani, ex-capitão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especi-
ais) da PM do Rio de Janeiro e o principal consultor para a construção do personagem principal do filme
“Tropa de Elite”. A palestra propõe estabelecer uma relação entre a realidade do BOPE e a das atividades
do mundo corporativo, abordando, por exemplo, processos, compromisso com a marca, foco no resultado,
trabalho em equipe, superação de limites, autorrealização no cumprimento da tarefa, missão e liderança.
A programação técnica é extensa e aborda praticamente todas as áreas de interesse (veja programação
completa no site www.abraco.org.br). São três painéis: Corrosão Externa de Dutos: Normalização, Gestão
e Desafios; Galvanização; e Proteção Passiva contra Fogo; cinco conferências e a apresentação de trabalhos
na forma oral e pôster.
Destaque também para os minicursos que sempre são acompanhados por um número expressivo de
profissionais. O INTERCORR 2014 tem programado os seguintes: Noções de Revestimento Anticorrosivo
de Dutos Terrestres (ministrado por André Koebsch, da Petrobras), Ensaios em Tintas Anticorrosivas (Celso
Gnecco, da Sherwin-Williams), Corrosão em Estruturas Marítimas Offshore (Álvaro Terra, da Petrobras),
Uso de Inibidores de Corrosão na Indústria (Isabel Correia Guedes, da USP) e Corrosão em Sistemas de
Geração de Vapor – Caldeiras (Hermano Cezar Medaber Jambo, da Petrobras).

Patrocinadores – É necessário sempre reforçar a importância dos patrocinadores para a realização do


INTERCORR. Nesta edição, o evento conta com o apoio da Innospec (patrocinador platina); Inter-
national Paint, Tinôco Anticorrosão, Tintas WEG, Sherwin Williams, Jotun e Blaspint (patrocinadores
ouro); e SmartCoat, Air Products, CSP e Tintas Jumbo (patrocinadores prata).

Boa leitura!

Os editores

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ABRACOInforma51:Mercado36 4/29/14 4:32 PM Page 1

ABRACO Informa

ABRACO amplia seu leque de atuação


A ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão promo-
verá, no final de julho, uma votação para alterar sua denomi-
nação, ampliando dessa forma seu escopo. “Queremos ampli-
ar o nome para Associação Brasileira de Corrosão e Deteri-
oração de Materiais – ABRACO. Além disso, pretendemos
estender nosso leque de atendimento no sentido de promover
a capacitação, qualificação e certificação de pessoas, empresas,
produtos e serviços relacionados ao controle de corrosão e
deterioração de materiais, com todos os benefícios propor-
cionados pela associação”, revela o gerente geral da entidade,
Marcos Morete.
Morete informou ainda que a votação será eletrônica e que
a ABRACO receberá, por intermédio de e-mail, os votos. “Es -
tamos à disposição para fornecer todas as explicações e proce-
dimentos, bem como login e senha para que a votação seja rea-
lizada com sucesso. É importante que o cadastro dos associados estejam atualizados na associação, prin-
cipalmente os e-mails. As inscrições para novos sócios também podem ser feitas através do nosso endereço
eletrônico: abraco@abraco.org.br.”, alerta Morete. O gerente lembra que a missão da ABRACO é di-
fundir e desenvolver o conhecimento da corrosão e da proteção anticorrosiva, congregando empresas,
entidades e especialistas e contribuíndo para que a sociedade possa garantir a integridade de ativos e pro-
teger as pessoas e o meio ambiente dos efeitos deletérios da corrosão e da deterioração de materiais.
Mais informações podem ser obtidas diretamente no site www.abraco.org.br.
Entrevista51:Entrevista36 4/29/14 4:35 PM Page 1

Entrevista

Gutemberg de
Souza Pimenta

Um profissional eclético
Passando por todos os segmentos da indústria de petróleo, Gutemberg de Souza Pimenta esteve
sempre na linha de frente de diversas pesquisas voltadas para a prevenção e o combate
à corrosão e hoje dedica-se ao transporte de petróleo e seus derivados

m dos mais proeminentes ações relevantes para a consoli- desempenho tive a oportunidade de
pesquisadores que atuam dação da entidade. entrar no Centro de Pesquisas da
na área de corrosão, Gu- Nesta entrevista, Gutemberg Petrobras e a vaga era para traba-
temberg é graduado em Enge- conta um pouco de sua história. lhar com pesquisas na gerência res-
nharia Mecânica pela Pontifícia ponsável pela corrosão.
Universidade Católica do Rio de Conte um pouco da sua opção
Janeiro – PUC-RJ, com mestra- pela engenharia e a especializa- Quais foram seus mestres e co-
do em Engenharia Metalúrgica e ção em corrosão? mo eles lhe influenciaram?
Ciência dos Materiais pela Uni - Gutemberg Pimenta – Desenvol- Pimenta – Isto teve um grande
versidade Federal do Rio de Ja- ver e construir sistemas de testes peso na minha decisão de traba-
neiro – COPPE. Desde 1979, sempre foi um exercício que prati- lhar com corrosão, pois sempre fi-
trabalha na área de corrosão, cava muito na minha adolescência, quei ligado aos mestres que eram
quando ingressou no Centro de razão pela qual optei pela mecâ- referência em corrosão na Petro-
Pesquisas da Petrobras – CEN- nica. Ainda na PUC, participei bras, no Brasil e no mundo.
PES, onde seguiu carreira até como monitor de dois laboratórios Aprendi muito com eles os quais
chegar, no ano 2000, ao cargo de novos e tinha como tarefa principal também confiaram no meu traba-
Consultor Sênior da Petrobras. estudar e especificar procedimentos lho, na postura profissional e na
Desde 2006, é responsável de testes para as aulas práticas do vontade de atuar com pesquisas em
pela implantação da Rede Temá- departamento. Isto me fez buscar temas ainda desconhecidos na dé-
tica de Materiais e Corrosão (rede conhecimentos necessários para as cada de 1980. Devo muito aos
de pesquisa de desenvolvimento atividades através de pesquisas, meus três grandes mestres: o Dr.
interligada por vários centros consultas a normas técnicas, além Paulo Cesar Loyola, o Dr. Marcio
avançados de estudos), projeto de conhecer no mercado do Rio de Almeida Ramos e o Dr. Fernando
desenvolvido pela Petrobras e Janeiro empresas que trabalhassem Benedito Mainier.
ANP (Agência Nacional de Pe- com os sistemas que eu estava mon-
tróleo) nas universidades e ins- tando. Outro fato importante foi o Quais as principais linhas de
titutos de pesquisas do Brasil. meu trabalho final de curso, no pesquisa a que se dedicou?
Gutemberg também é um qual tive como responsabilidade o Pimenta – Sempre procurei tra-
incentivador da participação projeto de uma esteira rolante, que balhar com pesquisas de alto risco
dos profissionais em associações me levou a fazer também uma e grande valor agregado para as
técnicas. Ele mesmo atua ativa- grande pesquisa na literatura exis- atividades da empresa. Comecei
mente na ABRACO, Associa - tente e conhecer máquinas e aces- minha linha de pesquisa em sis-
ção Brasileira de Corrosão, on- sórios existentes no mercado. Ao temas de produção, plataformas
de foi presidente durante os término do curso de engenharia fixas, estudando os efeitos do H2S
anos de 2001 e 2002, e hoje passei por outros na Petrobras, o de na corrosão sob tensão nos mate-
integra a diretoria, além de par- Engenharia e Inspeção de Equipa- riais de linha de produção. Parti-
ticipar de diversas formas – pa - mentos, e lá tive diversas matérias cipei da construção de um siste-
lestrante, congressista ou orga- de corrosão que não existiam na ma “mooring de corrosão” para
nizador – de diversos eventos e universidade. Em razão do meu estudar a performance da prote-
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Entrevista51:Entrevista36 4/29/14 4:35 PM Page 2

ção catódica e corrosão sob fresta tura. No exterior, além de apresen- todos os cursos existentes de corrosão
em até mil metros de profundi- tarem equipamentos de pesquisas pela ABRACO e pelas entidades de
dade. Outro projeto de pesquisa de última geração, os pesquisadores pesquisas externas: INT e IPT.
foi a de estudar inibidores de cor- ainda têm como característica Meu crescimento na carreira de
rosão para poços onshore, onde apresentarem pesquisas com um corrosão também teve como grande
aumentamos a vida útil das co- custo baixo, função esta devido ao input os cursos gerenciais e de rela-
lunas. Coordenei o projeto de pes- apoio muito maior dos órgãos go- cionamento com empresas e pessoas.
quisas de corrosão sob tensão em vernamentais nos EUA e Europa. A participação nesses cursos associ-
etanóis, mostrando que o meca- ada a outros diversos que fiz na
nismo de falha que estava ocor- O senhor tem uma destacada Petrobras (passando pela produção,
rendo nos EUA não acontecia em atuação associativa. Na sua vi- transporte e refino de petróleo e seus
etanol de cana-de-açúcar, par- são, qual a importância de par- derivados, biocombustível e gás e
ceria realizada com o INT, IPT ticipar ativamente de associa- energia), foi de extrema importân-
e UFGRS. Também coordenei o ções profissionais? cia para a evolução da minha car-
projeto de corrosão e medidas pre- Pimenta – A associação deve ter reira e, por isso, considero-me um
ventivas em dutos e tanques onde sempre como meta principal a di- Engenheiro de Corrosão completo.
foram geradas várias soluções para vulgação dos temas ligados a suas Parte disso vem desse conhecimento
os nossos sistemas, evitando falhas e atividades, como congressos, semi- adquirido via ABRACO e, depois
melhoria da nossa logística de nários, cursos e normas técnicas. de algum tempo, passei a orientar
transporte e armazenamento de pe- Tudo isto só é possível se tivermos cursos e palestras como uma forma
tróleo e seus derivados. Esta ati- uma equipe de trabalho muito boa levar meu conhecimento à comu-
vidade teve como grande parceiro o e que consiga sempre enxergar no nidade.
IPT. Minhas principais linhas de mercado os temas que estão em
pesquisa foram o monitoramento e pauta. Eu tenho esta característica Conte sobre sua experiência na
gerenciamento e inibição da cor- e gosto de estar sempre em contato Rede Temática de Corrosão.
rosão. Passei por todos os segmentos com os pesquisadores e manter-me Pimenta – Antes da criação da
da indústria de petróleo. Hoje eu atualizado na atividade. É através Rede Temática de Corrosão eu já
estou voltado mais ao transporte de da associação que devemos realizar havia tido uma grande experi-
petróleo e seus derivados, etanol, este trabalho. Fui um dos princi- ência na construção de dois labo-
biodiesel e produtos ácidos gerados pais articuladores de trazer o LA- ratórios de corrosão: um com a
pelas petroquímicas. TINCORR para o Brasil, assim UFRJ e o outro em Natal, RN. A
como da elaboração do COTEQ, escolha de outras entidades para a
O que se discute hoje a respei- onde participam a ABRACO, construção dos laboratórios foi
to da corrosão? ABENDE e IBP, evento bianual fácil, pois eu já conhecia, por
Pimenta – Meio ambiente e quali- que é realizado nos anos impares. meio dos Congressos de Corrosão,
dade do produto são dois fatos que os pesquisadores das universidades
no Brasil sempre estão em pauta. O De quais associações partici- e institutos de pesquisas que tra-
valor do ativo, equipamentos e pou e quais cargos ocupou? balhavam com o tema assim co-
acessórios, fica em segundo plano. A Pimenta – Participei sempre da mo a experiência de cada pesqui-
ação corrosiva degenera o produto e ABRACO e ocupei todos os cargos sador. Ficou apenas como tarefa
o vazamento de fluidos, por exem- nela existentes: diretor, vice-presi - ver e conhecer as especialidades de
plo, em dutos pode causar proble- dente, presidente e ainda coorde- cada entidade e o que já tinha de
mas graves ao meio ambiente. nei o projeto de recuperar a via - infraestrutura implantada. Par-
bilidade financeira da entidade. ticipei de todos os projetos. Hoje
O país está no mesmo patamar Este foi meu grande legado na já temos uma infraestrutura sufi-
do que os países mais desen- associação. ciente para atender as demandas
volvidos? Como o senhor ava - de pesquisas em todas as ativi-
lia essa questão? Sobre a ABRACO, conte como dades da Petrobras, com a exceção
Pimenta – No que se refere à com- e porque chegou à entidade, e o da capacitação nos processos de
paração entre os pesquisadores do que destacaria em sua atuação uma indústria de petróleo. Esta
Brasil e no exterior estamos no à frente da associação. demanda é atendida com a con-
mesmo patamar. O nosso grande Pimenta – Este foi o meu destino, tratação de projetos, onde os pes-
problema ainda é o apoio do go - não vejo muita explicação. Após a quisadores são então treinados
verno em pesquisa e a infraestru- entrada no setor de corrosão fiz nestas atividades.
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Inibidores de Corrosão

Eficiência e proteção ambiental


Os inibidores de corrosão encontram um amplo e muito diversificado campo de atuação,
mas certamente o seu maior uso é na indústria química e petroquímica

Por Alberto Paz

ema de relevância na in- ros, analista de materiais da Mercedes Benz do Brasil.


dústria química e petro- Segundo Barros, para utilização dos inibidores voláteis de corrosão,
química, principalmente em substituição aos meios protetivos formadores de película (protetivos
no transporte e armazenamento por imersão ou aspersão), devem ser tomadas algumas precauções. “É
de combustíveis, como forma de importante efetuar, em laboratório, os ensaios iniciais de corrosividade,
minimizar a corrosão interna de para avaliar o tipo de IVC mais adequado aos materiais dos compo-
dutos, os inibidores de corrosão nentes a serem protegidos (aço, ferro fundido, chapa zincada, latão,
têm ampliado suas aplicações. cobre, bronze). Devemos também analisar a compatibilidade dos resí-
Para debater um pouco mais so - duos remanescentes dos materiais utilizados no processo produtivo
bre sua eficiência, impotância de (fluido de corte, óleos de estampagem, desengraxante da máquina de
ensaios laboratoriais antes de sua lavar). É imprescindível dimensionar a quantidade de IVC por metro
aplicação, segurança e implica - cúbico da embalagem, pois esta quantidade varia para cada fornecedor
ções ambientais envolvidos na e tipo de IVC disponível no mercado, cabendo assim um teste piloto.
operação, a Revista Corrosão & É recomendável a realização de um lote experimental para assegurar em
Proteção consultou pesquisado- condições de processo e reais condições de intempéries climáticos que
res, usuários e fabricantes de ini- estarão expostos os itens analisados, com maior criticidade quando sub-
bidores de corrosão para obter metidos a longos períodos de exportação/importação via marítima.
um painel atualizado sobre o Estão disponíveis no mercado embalagens especiais para proteção anti-
processo. corrosiva de materiais eletro/eletrônicos. A utilização do IVC para esta
aplicação tem apresentado excelentes resultados de custo beneficio”.
Pesquisadores e usuários É muito importante saber quais são os principais atributos na
Os inibidores voláteis de corro - hora de escolher um inibidor de corrosão. “A decisão de utilização
são (IVC), geralmente são cons- do IVC deve ser baseado na qualidade, ou seja, deverá atender a
tituídos de sais orgânicos voláteis necessidade de proteção das peças e componentes, valorizando a
com características de alta pressão segurança e saúde ocupacional, gerando menor impacto ao meio
de vapor, permitindo assim que ambiente, com melhores resultados aos colaboradores/usuários
os vapores se espalhem e saturem finais. Em relação aos meios protetivos convencionais, também de-
o ar do interior das embalagens verá trazer vantagens em segurança se comparado com produtos
para proteção de peças, conjun- combustíveis ou inflamáveis (protetivos base solvente). Reduzindo
tos acabados ou semiacabados, e etapas no processo, gerando praticidade com vantagens ao eliminar
eletroeletrônicos. “Os inibidores tanques de protetivos, consequentemente a manutenção dos mes-
de corrosão podem ser aplicados mos (algumas vezes combustíveis ou inflamáveis), estas qualidades
nos itens em operações de arma - trazem ganho ao ambiente de trabalho, eliminando o contato dos
zenamento e transporte, seja ele operadores com óleo mineral e possíveis odores desagradáveis, con-
aéreo, terrestre ou marítimo. O sequentemente diminui riscos e acidentes de trabalho, elimina
IVC também tem sua utilização descarte de material e emissão de VOC”, explica Barros.
em processos que exigem con - “Com base nos comentários anteriores, normalmente os forne-
tinuidade, dispensando a ne - cedores oferecem produtos IVC recicláveis, atóxicos e realizam cons-
cessidade de operações de desen- tantes pesquisas para atenderem as legislações, necessidades dos clientes
graxe e ou remoção da película e normas regidas pelos órgãos ambientais conforme determina a legis-
protetiva, em chapas e conjuntos lação brasileira. Em muitos casos de usuários de IVC, é comum a
lavados e protegidos com em - existência de normas de especificação de fornecimentos com “lista ne-
balagem IVC, que após trans- gativa de produtos declaráveis” e uso proibido, baseado em normas in-
porte são entregues diretamente ternacionais como, por exemplo, GADSL/VDA 232-101 que reúne
no processo de soldagem”, revela substâncias/classes de substâncias, visando a proteção das pessoas e do
Marco Antônio Moraes de Bar- meio ambiente, regulamentando os componentes de formulação conti-
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TABELA 1 – AVALIAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA DE AÇO-CARBONO – NACE TM-0172 (2001) próprio para utilização em dutos
Avaliação Porcentagem da superfície corroída (%) de transporte de claros, ser efi-
A 0
ciente em baixas concentrações,
B++ Menos que 0,1 (2 ou 3 manchas de não mais que 1 mm de diâmetro)
fácil aplicação sem a necessidade
B+ Menos que 5
de pré-diluição, o filme deve ter
B 5 a 25
uma boa permanência na pare-
C 25 a 50
de do duto, não deve promover
D 50 a 75
alterações na qualidade do pro-
E 75 a 100
duto transportado, insolúvel na
fase aquosa, dispersível na fase
aquosa e totalmente solúvel no
das nas formulações utilizadas”, comenta Marco Antônio Moraes de Barros, acrescentan- combustível.
do que os produtos IVC atualmente disponíveis para consumo atendem às normas A eficiência de um inibidor
nacionais e internacionais, mesmo assim pesquisas em novos componentes para substitui- de corrosão é verificada por meio
ção destes estão sendo feitas, e o impacto da nanotecnologia nesta área de atuação tende do ensaio NACE TM-0172
a trazer grandes vantagens. (2001) intitulado Determining
Corrosive Properties of Cargoes in
Legislação Petroleum Product Pipelines. O
De acordo com o engenheiro Marcelo Schultz da Petrobras, o mais importante quan- ensaio NACE avalia a corrosivi-
to às normas vigentes são as novas legislações colocadas em vigor, para o setor de óleo e dade do derivado em condições
gás, pela Agência Nacional de Petróleo – ANP. Todos os regulamentos em vigor, sejam o não estagnadas e na presença de
SGSO (Sistema de Gestão de Segurança Operacional), o RTSGI (Regulamento Técnico água aerada, condição esta co-
do Sistema de Gerenciamento de Integridade), o RTDT (Regulamento Técnico de Dutos mum em dutos. “Neste ensaio
Terrestres), quanto outros ainda em elaboração, visam a implantação da gestão de segu- verifica-se as alterações visuais
rança operacional, obrigando os operadores a um processo de adequação à nova legislação. que ocorrem em corpos de prova
“Neste caso em especial, não terão futuro próspero os inibidores de corrosão que sejam de aço-carbono padronizados
prejudiciais ao homem e ao meio ambiente”, comenta Schultz. imersos durante quatro horas,
com agitação, no derivado de pe-
Eficiência tróleo em estudo no qual são adi-
Para Lorena Cristina de Oliveira Tiroel, engenheira de Terminais e Dutos TRANSPE- cionados 10 % de água (com
TRO/PRES/SE/ENG/STSPPCO/INSP, na aplicação em dutos de transporte, os ini- pH = 4,5)”, explica Lorena.
bidores de corrosão são utilizados em dutos ou polidutos de transporte de claros (óleo “Por meio da porcentagem
diesel, nafta e gasolina). “Estes produtos, quando isentos de inibidores de corrosão, pos- da área corroída (ver Tabela 1), e
suem um alto potencial de corrosividade devido à água residual que pode decantar na ge- não da intensidade da coloração
ratriz inferior em pontos baixos do duto e ser um meio de transporte de íons dispersos no dos produtos de corrosão ou da
combustível. Estes íons dispersos em contato com a parede do duto formam uma célula perda de massa, avalia-se a cor-
eletrolítica desencadeando um processo corrosivo na parede interna do duto. De todos os rosividade do derivado, atribu-
derivados claros transportados o mais agressivo para os dutos de transporte é a nafta-petro- indo-se a esta porcentagem um
química porque ela é capaz de dissolver grandes quantidades de O2 e CO2 da atmosfera grau de corrosividade. Cabe ci-
e alimentar a fase aquosa com estes gases, de modo a estabelecer condições aeradas, cau- tar, que a água é adicionada, pois
sando a corrosão do ferro tendo a reação de redução do oxigênio como a principal reação a corrosividade dos derivados de
catódica. Devido a esta agressividade a nafta petroquímica é o derivado padrão utilizado petróleo é devida à presença da
nos processos de qualificação de inibidor de corrosão. A dosagem de inibidor de corrosão água de formação proveniente
definida para a nafta-petroquímica é adotada para todos os demais derivados claros”, do processo de extração/refino
comenta Lorena. do petróleo e da água incorpora-
“A eficiência destes produtos é satisfatória no combate ao processo corrosivo interno da durante o armazenamento em
de dutos de transporte desde que sejam observadas algumas condições tais como: produ- tanques não herméticos. Este
to correto, ou seja, um produto próprio para dutos de transporte de claros, dosagem cor- ensaio é feito de forma periódica
reta, aplicação contínua e sem interrupção, tempo de contato suficiente para a formação e os pontos de amostragens
do filme na parede do duto, ausência de produtos que possam desativar o inibidor de cor- localizam-se ao longo do duto.
rosão, ausência de produtos que tenham uma ação inibidora e que possam competir com Os níveis aceitáveis de corrosivi-
o inibidor comercial e monitoramento contínuo da eficiência do produto. Quando a apli- dade para um produto com
cação do produto é feita de uma forma adequada a vida útil do duto pode ser ampliada e inibidor de corrosão são as classi-
os prazos de inspeções internos podem ser estendidos, reduzindo o custo de manutenção”, ficações (A ou B++)”, acrescenta
comenta a engenheira. Lorena.
Lorena Tiroel avalia que a escolha de um inibidor de corrosão deve ser um produto Ainda sobre o processo de
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qualificação de um inibidor de de corrosão tem sido um grande aliado das empresas no controle
corrosão para utilização em dutos dos processos de corrosão, em particular para minimizar problemas
de transporte de claros, gostaria de corrosão interna de dutos de transporte. A indústria de tintas
de ressaltar que para estabelecer anticorrosivas é também um campo de aplicação. Outra aplicação
um inibidor de corrosão para uso importante dos inibidores, neste caso dos inibidores voláteis de cor-
em oleodutos de transporte um rosão, é nas embalagens de peças e equipamentos para exportação.
produto deve possuir as caracte- Enfim, na maioria dos casos onde a corrosão está presente, os ini-
rísticas já comentadas e passar bidores são considerados como uma alternativa eficaz de controle”.
por um processo de qualificação. Para Neusvaldo, um dos principais fatores para se avaliar a eficiên-
“Neste processo os fabricantes cia dos inibidores, é saber qual a aplicação específica e a que se destina.
que possuem inibidor de corro- Em função da aplicação é que se define a metodologia de avaliação, que
são para dutos são convidados a são várias. Outro aspecto a ser considerado é a concentração que deve
participarem deste processo. Os ser utilizada, pois os inibidores têm que ser eficientes em concentrações
interessados devem ceder amos- mais baixas possíveis. Ser eficiente em altas concentrações inviabiliza o
tras de produtos informando a uso. “Já sobre o impacto ambiental, acredito que a evolução neste seg-
dosagem mínima que atenda os mento é como em todos os demais setores, onde há uma busca per-
níveis aceitáveis de corrosividade manente por tecnologias consideradas não agressivas ao meio ambi-
NACE. As amostras são enviadas ente. Atualmente já existem várias tecnologias que foram desenvolvidas
para um laboratório idôneo e com esta preocupação. É certo que ainda temos vários deles para os
com qualificação técnica na avali- quais não foram desenvolvidos substitutos. Mas é um processo. Ainda
ação de inibidores de corrosão nesse sentido, a utilização de nanotecnologia é um assunto um tanto
onde são dosadas em nafta-petro- quanto controverso no que diz respeito às questões ambientais. Existem
química e posteriormente sub- grupos que estão estudando este assunto e certamente deverão surgir
metidas ao ensaio de corrosivida- respostas a estas questões. Elas são importantes e de certa forma
de ao aço-carbono NACE TM- urgentes porque os estudos de aplicações de nanotecnologia seguem
0172 (2001) intitulado Deter- em alta velocidade. Com relação ao uso de extratos naturais, hoje no
mining Corrosive Properties of Brasil, em particular na Universidade Federal do Ceará há um grupo
Cargoes in Petroleum Product envolvido com este tema; inclusive devemos ter alguns trabalhos no
Pipelines. Estes ensaios são reali- INTERCORR, em maio em Fortaleza”, explica o pesquisador.
zados em duplicatas e triplicatas e Sobre as demandas dos usuários finais, assim como as exigências
o(s) produto(s) que atingir(em) com o cuidado ambiental e eficiência, Neusvaldo avalia que é evi-
os padrões de aceitabilidade (A dente que a primeira está relacionada com a eficiência, mas a questão
ou B++) com a menor dosagem ambiental e a eficiência têm que andar juntas. “Não se concebe usar
são qualificados para utilização um inibidor de baixo desempenho só porque é ecologicamente cor-
nos dutos”, conclui Lorena. reto. Então o caminho é continuar desenvolvendo tecnologias ino-
vadoras, que estejam em sintonia com estas questões. Do lado de nor-
Aplicações mais relevantes mas e legislações, desconheço que existem legislações que regulam a
Para o pesquisador e chefe produção de determinadas classes de inibidores no Brasil. No caso da
do Laboratório de Corrosão e indústria de tintas, este assunto tem evoluído tanto pelo lado dos fa-
Tratamento de Superfície do bricantes como dos consumidores mais importantes. Agora se com-
Instituto de Pesquisas Tecno - pararmos às tecnologias disponíveis no Brasil com países mais indus-
lógicas do Estado de São Paulo trializados, eu diria que praticamente não há diferenças. Mas eu não
– IPT, Neusvaldo Lira de Al- sei se isto é importante. Hoje, no mundo em que vivemos, esta
meida, os inibidores de corro - questão tem que ser relativizada”.
são encontram um amplo e Segundo informações da pesquisadora do IPT, Anna Ramos Mo-
muito diversificado campo de reira, a corrosão metálica é a transformação de um metal (ou liga
atuação, mas certamente o seu metálica) em um íon metálico pela sua interação (através de reações de
maior uso é na indústria quí - oxirredução de natureza química ou eletroquímica) com o meio em
mica e petroquímica. “Nesses que se encontra no Metal (ou liga metálica) + Meio, Íons metálicos +
segmentos os problemas de Energia, Interação química ou eletroquímica. Sendo assim, as quatro
corrosão são mais numerosos formas de combate à corrosão são modificar o metal: substituir o metal
e, portanto, medidas preven - (ou liga) por um outro que não reaja com o meio ou reaja com veloci-
tivas são mandatórias. Nos sis- dade de reação desprezível ou modificar o meio: condicionando o
temas de transportes e armaze - meio, por exemplo, com adição de inibidores. Cabe ressaltar que este
namento de petróleo e seus tipo de procedimento é adequado a sistemas fechados ou interpor bar-
derivados, o uso de inibidores reira entre o metal e o meio: aplicação de revestimentos orgânicos (tin-
10 C & P • Março/Abril • 2014
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tas, óleos, materiais a base de borracha) ou inorgânicos (metálicos e de de oleodutos, torres de resfria-
conversão) e finalmente fornecer energia nos processos de corrosão mento, hibernação de torres de
espontâneos, o sistema metal/meio perde energia, podendo-se inter- destilação, vasos e caldeiras, pro-
romper esta interação fornecendo energia ao sistema. Como exemplo, teção de fundos e topos de tan-
cita-se a aplicação de um sistema de proteção catódica. Dessa forma, a ques atmosféricos de armazena-
utilização de inibidores de corrosão se constitui em uma das maneiras mento de petróleo, uniões flan-
possíveis de se combater a corrosão. Os inibidores de corrosão são subs- geadas, válvulas e instrumento
tâncias químicas que, sob determinadas condições e num meio que seja etc. A indústria automobilística é
corrosivo, eliminam ou pelo menos reduzem significativamente a in - um setor industrial ousado e co-
tensidade do processo corrosivo. Portanto, de grande importância no meçou a utilizar largamente ini-
combate e na prevenção da corrosão”. bidores de corrosão na expor-
tação de componentes metáli-
Fabricantes de inibidores de corrosão cos, eliminando um grande pas-
sivo que é o óleo protetivo no iní-
Avaliação da eficiência cio da década de 90. Na indústria
Na visão de Ronnie Singh, da empresa Zerust Prevenção de Cor- de O&G, os inibidores de corro-
rosão, é importante definir que um inibidor de corrosão é uma subs- são são utilizados para mitigar
tância química que, quando adicionados em pequenas concentrações a principalmente os processos cor-
um meio ambiente corrosivo que envolve o metal, minimiza ou reduz rosivos relacionados ao sulfeto de
a taxa de corrosão. “As aplicações dos inibidores de corrosão são muito hidrogênio (H2S), dióxido de
amplas, e novas áreas de aplicação são descobertas todos os anos. Tra- carbono (CO2) e ácidos gerados
dicionalmente, os inibidores de corrosão são utilizados na indústria de ao longo dos processos de pro-
óleo e gás, siderúrgica, automobilística, metalmecânica, e mais recente- dução e refino”.
mente novos setores estão sendo explorados como a da construção civil, Singh avalia que a eficiência
mineração, etc. As aplicações são as mais amplas, como na preservação dos inibidores pode ser quantita-

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MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 5

tiva ou qualitativa. “Do ponto de muito grande na seleção, transporte, armazenamento e uso destas
vista quantitativo, podemos clas- soluções químicas que, apesar do resultado obtido na redução da taxa
sificar os inibidores segundo a de corrosão e/ou na manutenção da proteção que proporciona a
quantidade dosada, no caso de inibição do processo de corrosão, requerem um cuidado meticuloso.
inibidores líquidos, para atingir a A denominação “inibidores verdes” ou “green inhibitors” foi cria-
meta de redução da taxa de cor- da para caracterizar inibidores de corrosão que seguem certos re-
rosão segundo prescrito em nor- quisitos ambientais. Esses requisitos ambientais ainda estão sendo
ma e manutenção desta taxa discutidos e desenvolvidos, mas alguns elementos foram estabelecidos
abaixo do valor máximo admiti- como o BOD (Biological Oxygen Demand). A biodegradação ou a
do. Entretanto, em casos particu- demanda de oxigênio biológico (BOD), deve ser de pelo menos
lares, pode-se assumir uma taxa 60 %, e os inibidores devem ser não tóxicos. “A BOD é uma medi-
mais alta do que é prescrito em da de quanto tempo o inibidor vai persistir no meio ambiente. A to-
norma em função de uma análise xicidade é medida como LC50 ou EC50. LC50 é a concentração do
técnica-econômica, prevendo-se inibidor necessária para matar 50 % da população total da espécie em
uma vida útil menor, porém com contato com o inibidor. O EC50 é a concentração eficaz de inibidor
ganho na redução da quantidade de capaz de afetar adversamente 50 % da população. Há uma procu-
de inibidor dosado. Outra forma ra crescente de inibidores de corrosão que são menos tóxicos e biode-
de se avaliar a eficiência dos ini- gradáveis em comparação com as formulações tradicionais. Inibido-
bidores é pela análise qualitativa e res verdes exibindo substancialmente melhores propriedades de im-
comparativa entre inibidores de pacto ambiental serão os inibidores mais amplamente utilizados no
diferentes fornecedores, na qual futuro”, explica Ronnie Singh.
se avalia quais serão mais efi- Singh não tem dúvida de que os processos de inibição da corrosão
cientes na redução da taxa de cor- de materiais metálicos e suas ligas não têm que necessariamente
rosão, mesmo que não se consiga agredir o meio ambiente. Segundo ele, a sociedade e a indústria já
atingir o patamar desejado e pres- não admitem mais a utilização de substâncias como DICHAN (dici-
crito em norma. Em todas estas clohexilamina), nitrosaminas, aminas secundárias, que eram muito
análises são utilizados, normal- utilizadas na passivação de metais ferrosos e suas ligas. Clientes,
mente, corpos de prova de meta - fornecedores e o meio acadêmico vêm trabalhando nos últimos anos
lurgia similar ao equipamen- no desenvolvimento de novas formulações que não agridam o ser
to/tubulação/duto em questão humano e o meio ambiente. Esse é um dos desafios da indústria de
de modo que se possa medir a inibidores de corrosão: desenvolver novos produtos de alta perfor -
taxa de corrosão do corpo de mance que não afetem o meio ambiente e principalmente o ser hu-
prova em teste, fazendo-se uma mano. “Acredito ainda que novas fronteiras de pesquisa e desenvolvi-
inferência a partir deste ponto de mento em diferentes áreas de inibidores de corrosão estão exploran-
que o mesmo possa estar aconte- do novos métodos de aplicação e formulações. Inibidores inorgânicos
cendo no equipamento/tubula- convencionais continuam sendo um componente importante em
ção/duto. Novos e mais eficazes muitas combinações de inibidores patenteados”.
inibidores de corrosão têm sido “As patentes mais recentes tratam principalmente de novos méto-
desenvolvidos como resultado de dos de aplicação. Poucas patentes estão explorando, por exemplo, a
seu desempenho em laboratório, nanotecnologia para melhorar o efeito de inibição de corrosão. Novas
no entanto, muitos não têm con- tecnologias em embalagens foram patenteadas nos últimos três anos
seguido uma performance com - utilizando a tecnologia dos inibidores voláteis de corrosão. O desen-
parável no campo. A incapacida - volvimento de novos inibidores como o caso dos extratos naturais
de de reproduzir e transferir o ainda é incipiente, porém já é uma realidade. A Escola de Química
desempenho dos inibidores do da UFRJ fez uma pesquisa científica com extrato de repolho roxo e
laboratório para o campo con- concluiu que a inibição de um determinado processo corrosivo foi
tinua a ser um desafio hoje”. atingindo pelo uso deste extrato”, conclui Ronnie Singh.
Ronnie Singh acredita que Antonio Ricardo Pereira de Carvalho, diretor técnico da Kurita do
um dos grandes desafios de se tra- Brasil , acredita que quando se tem em um mesmo sistema água e aço-
balhar com inibidores de corro - carbono (ou outros metais como cobre, alumínio, e diversas ligas
são é que a grande maioria dos metálicas), a corrosão é uma preocupação constante. “A utilização de
inibidores é produzido a partir de inibidores de corrosão solúveis em água tem aplicação nos mais diver-
soluções químicas, algumas não sos processos, como sistemas de resfriamento, caldeiras, processos pe-
compatíveis com o homem e o troquímicos, siderúrgicos, de produção de papel e celulose, galvano-
meio ambiente. Por isso, deve-se plastia, entre outros. A corrosão é um processo espontâneo e, assim
ter normalmente um cuidado sendo, é praticamente impossível na maior parte dos casos torná-la zero
12 C & P • Março/Abril
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ou inexistente. Desta forma, nas condições de processo (temperatura, descarte de efluentes. Estes dois
pressão, concentração de sais e contaminantes etc.), a função dos ativos são muito utilizados para
inibidores de corrosão é minimizar o processo corrosivo e prolongar a inibir corrosão com elevada efi-
vida útil dos equipamentos. Dependendo da aplicação, há testes ciência, e são considerados como
padronizados para avaliação da eficiência dos produtos anticorrosivos elementos químicos essenciais à
utilizados”, comenta Carvalho. vida. Porém, em altas concen-
Carvalho acredita que, no caso de produtos químicos para trata- trações em ambientes aquá-
mento de água, a preocupação é com o descarte dos efluentes líquidos. ticos, podem ocasionar proble-
“A legislação de descarte de efluentes vem se tornando cada vez mais mas como a eutrofização em la -
restritiva, no Brasil e no mundo. Este fato tem reflexo imediato nos gos e envenenamento em pei -
inibidores de corrosão, pois o tratamento químico da água do sistema xes”, revela Carvalho.
de resfriamento de uma indústria (por exemplo, por se tratar em algu- O diretor da Kurita também
mas empresas de uma parcela expressiva do efluente total gerado) não confirma que as exigências estão
pode ter parâmetros em desacordo com a legislação vigente de descarte focadas na eficiência e no cuida-
de efluentes da região onde a mesma está instalada. E as restrições na do ambiental. O atendimento é
legislação têm levado a empresas como a Kurita a desenvolver novos feito com pesquisa e desenvolvi-
produtos para atendimento a estas legislações”, acrescenta Carvalho. mento de produtos (e tecnologia
“Não há duvida que hoje os inibidores de corrosão obrigatoria- de aplicação) compatíveis com a
mente não podem agredir o meio ambiente. Ainda nesse sentido den- demanda (não só dos usuários,
tre os principais itens, destaco o desenvolvimento específico de produ- como de toda a sociedade) por
tos para indústrias alimentícias e bebidas (onde há maiores restrições, um maior cuidado e respeito ao
pois os inibidores de corrosão podem ter contato direto com ali- meio ambiente. “O desenvolvi-
mentos), onde as exigências são cada vez mais elevadas. Também pro- mento tem maior impacto na
dutos para tratamento de sistemas de resfriamento isentos de fósforo e utilização final dos nossos produ-
zinco (non-P/non-Zn), em função de legislação mais restritiva para tos por parte dos usuários, com a

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aplicação que proporcione maior contato com o combustível. Já sobre a questão da eficiência dos inibi-
eficiência, menor custo e com dores, eu acredito que efetivamente eles protegem os equipamentos dos
tecnologia mais amigável ao meio efeitos da corrosão. Ao escolher uma das formas de proteção, define-se
ambiente. Há países com legis- quais fatores serão críticos para avaliação da eficácia do inibidor de cor-
lação mais restritiva que o Brasil, rosão. Os inibidores de corrosão têm acompanhado a redução no con-
sendo o melhor exemplo os paí- teúdo de enxofre e uma nova geração de inibidores de corrosão sintéti-
ses da União Europeia. Porém, cos tem como objetivo a redução do problema de formação de depósi-
também nessa área avanços fo- tos em motores, reduzindo as emissões de gases”, esclarece Jaconi.
ram feitos, tanto por parte do “Já sobre a questão do meio ambiente acredito que haja uma ligação
governo (via legislações) quanto entre proteção ao meio ambiente e inibição da corrosão. Em nosso caso
por parte das empresas (algumas de proteção de pipelines, ao evitar que essas linhas tenham um alto ín -
adotam limites mais restritivos dice de corrosão, reduz-se o risco de vazamentos e a necessidade de
que a legislação; filiais brasileiras substituição das partes etc. Quanto às demandas, elas estão muito fo-
de multinacionais europeias são cadas em manutenção dos ativos. Realmente, o usuário quer garantir
exemplos desta postura)”, con- que os equipamentos permanecerão em seu melhor estado de conser-
clui Carvalho. vação, não questionando problemas ambientais. Todavia quanto às
Segundo o diretor de vendas normas e legislações, há redução do conteúdo de enxofre no diesel. Os
da Innospec Fuel Specialties, Adri- problemas advindos dessa redução de enxofre tem afetado essa indús-
ano Jaconi, existem vários tipos tria. Os inibidores agora possuem, no máximo, 15 ppm de enxofre e
de inibidores de corrosão. “Os temos partido para produção de inibidores sintéticos para melhorar a
aplicados em combustíveis tem o performance e principalmente a interação com outros aditivos e outros
objetivo de proteger os ativos de contaminantes presentes no combustível. Ainda se compararmos o
problemas com corrosão. Por Brasil em relação aos países mais industrializados, temos uma indústria
exemplo, pipelines, fittings, e ou - com grande conhecimento sobre inibidores de corrosão. Infelizmente,
tros equipamentos que tenham não existe produção local de inibidores de corrosão para pipelines com

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certificação militar, mas o usuário tem um bom conhecimento e a in - Brasil existe resolução federal que
dústria se preocupa com o uso e com a boa manutenção dos seus limita o descarte do zinco
ativos”, conclui Jaconi. (< 5,0 ppm); na Europa já se limi-
O gerente da Nalco, Paulo Sergio Soares Santiago, acredita que os ta o uso de molibdato e se
inibidores de corrosão têm inúmeras aplicações no mercado industrial, restringe o uso de inibidores à ba-
tanto na parte de processos como em tratamento de água. “Especifica- se de fosfato. A redução do im-
mente falando de inibidores usados no tratamento de água industrial pacto ambiental tem levado ao
utilizada em sistemas de resfriamentos, são aplicados para prevenir des- desenvolvimento pela Nalco de
gaste por processo corrosivo em diversas metalurgias normalmente novas tecnologias como o PSO
usadas em sistemas de resfriamento de aço-carbono, aço galvanizado, (oligômero do ácido fosfino-suc-
cobre e suas ligas, entre outros. O principal objetivo de um inibidor de cínico) como substituto tanto do
corrosão é passivar uma superfície metálica. A passivação é uma zinco como do molibdato. E está
condição da superfície metálica onde a taxa de corrosão é muito baixa em curso o desenvolvimento de
e onde ocorre uma diminuição da reatividade química que poderia le- tecnologias phosphate-free para
var ao processo corrosivo”, comenta Santiago. atender às novas demandas ambi-
“A natureza da passivação pode ser descrita como a formação de um entais”, ressalta Santiago.
filme protetor de óxido metálico que reduz as taxas de corrosão (fatores A sustentabilidade é uma
cinéticos). Há metais que são autopassivantes, como o aço inoxidável, das principais demandas dos
mas metais de uso mais comum, como o aço-carbono, não o são. Então usuários finais e hoje existe tec-
existe uma variedade de inibidores de corrosão, tanto oxidantes (nitri- nologia suficiente para atendê-
to, por exemplo) como não-oxidantes (fosfatos, fosfonatos, zinco) que la, sem comprometer a busca da
podem ser aplicados. De forma geral estes inibidores reagem com o eficiência produtiva e a manu-
Fe+2 dissolvido da superfície metálica (produto do processo corrosivo) tenção ou mesmo melhoria dos
para formar um filme inibidor insolúvel. E esta passivação é mantida índices de avaliação de perfor-
com a aplicação continuada destes inibidores”, explica Santiago. mance (KPI) do processo onde
Normalmente são utilizados cupons-teste da metalurgia que se quer se aplica o tratamento químico
avaliar (aço-carbono, aço inoxidável, cobre e suas ligas, alumínio) e que para inibição da corrosão. “O
são adaptados em uma árvore de medição de corrosão por um período Brasil tem acompanhado as li-
de medição que varia de 30 a 90 dias; este cupom é pesado antes e após mitações de descartes dos países
o período de medição e com isto determina-se a chamada taxa de cor- mais desenvolvidos, sendo que
rosão média generalizada, que costuma ser medida em unidades de mpy há estados nacionais onde estes
(milésimo de polegada por ano). “Existem outras metodologias mais efi- limites são ainda mais restritos
cientes onde é utilizada a medição desta taxa de corrosão pela medição do que se observa mundialmen-
da resistência por polarização linear, com eletrodos de metalurgia especí- te. Isto ajuda a desenvolver no-
fica (aço-carbono, cobre); esta medição pode ser feita em linha, de forma vas tecnologias de produtos e
contínua, indicando de forma imediata se ocorrem distúrbios no sis- equipamentos visando a mini-
tema que possam afetar a sua tendência corrosiva, o que permite a mizar o descarte de água (con-
adoção de ações corretivas mais imediatas”, acrescenta Santiago. servação) e ao seu reaproveita-
Quanto à preocupação com o desenvolvimento de produtos que mento (reuso e reciclo) de for-
minimizem o impacto ambiental, Santiago comenta que esta preocu- ma mais intensa. Certamente,
pação existe e tem se ampliado mundialmente, embora a maioria dos meio ambiente será favoreci-
produtos inibidores usados no mercado sejam biodegradáveis. “No do”, conclui Santiago.

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Artigo Técnico

Perfil de rugosidade de superfícies


de aço-carbono x espessura
de pintura: um tema importante
para ser debatido
Surface roughness profile of carbon steel x thickness of paint system: an important topic for discussion

Resumo surface roughness profile of metal lente aderência inicial não sig-
É amplamente conhecido substrates , especially carbon steel, nifica que o mesmo irá apresen-
que o perfil de rugosidade dos is an important factor to provide tar um bom desempenho, haja
substratos metálicos, em especial good adhesion to paints and paint vista que este pode ser afetado,
os de aço-carbono, é um fator systems. A typical criterion used to de forma negativa, por outros fa -
Por Celso Gnecco importante para proporcionar establish the roughness profile is tores como, por exemplo, pela
boas condições de aderência às that it is comprised 1/4 to 1/3 of presença de contaminantes sali-
tintas e aos esquemas de pintura. the thickness of the coating. nos e de óleos e gorduras na
Um critério utilizado, ainda que However, with the development of superfície 1,2. Porém, um revesti-
antigo, para se estabelecer o per- new paint technologies, there has mento com fraca aderência ini-
fil de rugosidade, é que este este- been a substantial change in their cial pode vir a apresentar falhas
ja compreendido entre 1/4 a 1/3 physico chemical properties such as prematuras em curto espaço de
Fernando de L. da espessura do revestimento. higher solids content and high tempo, principalmente quando
Fragata Com o desenvolvimento de no- coat thicknesses. Thus, the thick- exposto a condições de imersão
vas tecnologias de tintas, houve ness of organic coatings increased ou a meios com alta umidade re-
uma mudança substancial nas dramatically, while the roughness lativa. Nestes casos, um dos
propriedades físico-químicas das of the substrate changed little. Due primeiros “sintomas” é o apareci-
mesmas como, por exemplo, to these factors, a survey was done mento de bolhas (empolamento)
maior teor de sólidos e altas to investigate the thickness of cer- no revestimento e, posterior-
espessuras por demão. Com isso, tain paints and paint systems and mente, descascamento e/ou cor-
a espessura dos revestimentos the surface roughness profile rosão, dependendo da agressivi-
por pintura aumentou de forma required for the application. The dade do meio. Mesmo quando a
expressiva, enquanto a rugosida- results showed the necessity of con- superfície pintada não estiver em
de do substrato alterou pouco. ducting a debate on the subject in condições de imersão, mas ex-
Diante destes fatos, foi feito um question, with the participation of posta ao tempo com variação de
levantamento para se conhecer a professionals and companies in- temperatura entre dias e noites
espessura de certas tintas e esque- volved in the application of paints que podem ser significativas, a
mas de pintura e o perfil de and paint systems. The aim of this consequente alteração dimensio-
rugosidade exigido para a apli- debate is to establish technical cri- nal do substrato nestas condições
cação dos mesmos. Os resultados teria for specification roughness pode levar a tinta ou o esquema
obtidos mostraram a necessidade profile, depending on the thickness de pintura a apresentar falhas se
da realização de um amplo deba - and the technical characteristics of destacando, se o mesmo não esti-
te sobre o tema em questão, com anticorrosive coatings. ver bem ancorado (com perfil de
a participação de profissionais e rugosidade adequado).
empresas envolvidas com a apli- Introdução Um dos fatores mais impor-
cação de tintas e esquemas de É amplamente conhecido tantes para se obter uma boa
pintura, com o objetivo de se es - que a aderência é uma proprie- aderência dos revestimentos por
tabelecer critérios técnicos bem dade essencial à durabilidade dos meio da pintura dos substratos,
fundamentados para a especifica - revestimentos por pintura, espe- sem dúvida alguma, é a prepa-
ção do perfil de rugosidade, em cialmente aqueles utilizados na ração da superfície. No caso de
função da espessura e das carac- proteção anticorrosiva de subs- chapas e perfis de aço-carbono
terísticas técnicas dos revesti - tratos metálicos, embora se re- novos, temos que considerar
mentos anticorrosivos. conheça que ela por si só não é também a presença de carepa de
responsável pelo desempenho laminação que deve ser removida
Abstract dos mesmos. Logo, o fato de um por jateamento abrasivo com
It is widely known that the revestimento possuir uma exce- pressão ou com turbinas cen-
16 C & P • Março/Abril • 2014
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TABELA I – RUGOSIDADE E ESPESSURA INFORMADAS NAS RESPECTIVAS FICHAS TÉCNICAS DAS TINTAS ANALISADAS
Espessura Faixa de Proporção
Tinta Função média da rugosidade aproximada
película (µm) (µm) (**)
1. Epóxi 100% sólidos DF* 175 25 a 50 1/7 a 1/3,5
2. Epóxi surface tolerant DF* 185 25 a 50 1/7,4 a 1/3,7
3. Epóxi novolac DF* 325 50 a 100 1/6,5 a 1/3,3
4. Epóxi secagem rápida DF* 500 50 a 75 1/10 a 1/6,7
5. Epóxi novolac + flocos de vidro DF* 875 75 a 125 1/11,7 a 1/7
6. IMO PSPC MSC.215 (epóxi) DF* 300 30 a 75 1/10 a 1/4

DF*(dupla função): Pode ser aplicada diretamente sobre o substrato e atuar como tinta de fundo e acabamento.
(**) A proporção foi obtida dividindo-se a espessura média pelos dois valores da faixa de rugosidade.

trífugas para criar o perfil de ru- Um exemplo típico é a aderência Por isso, a tendência é que quan-
gosidade adequado. que ocorre quando se aplica um to maior for o número de grupos
A limpeza de superfície é wash-primer (tinta condiciona - polares na resina melhor será a
uma etapa da preparação do dora de aderência que contém em aderência dos revestimentos aos
substrato para a pintura que visa sua composição, dentre outros substratos metálicos. Por exem-
remover os contaminantes da su- constituintes, ácido fosfórico, plo, as resinas epóxis possuem ex-
perfície como, por exemplo, óle- tetroxicromato de zinco e resina celente aderência aos substratos
os, graxas, sais, produtos de cor- de polivinilbutiral (ver nota) so- de aço carbono. Um dos fatores
rosão e pintura envelhecida não bre superfícies de aço galvanizado. que contribui para isso é a pre-
aderente e/ou com fissuras, que A reação química do ácido fos- sença de grupos hidroxila (-OH)
são extremamente prejudiciais ao fórico com o revestimento de na estrutura da resina epóxi. É
desempenho dos revestimentos, zinco, de forma conjunta com o importante destacar que somente
principalmente em relação à pro- tetroxicromato de zinco e com a a aderência polar pode não ser
teção anticorrosiva e criar con- resina de polivinilbutiral, conduz suficiente, em muitos casos, para
dições adequadas para a aderên- à conversão superficial do metal garantir uma longa durabilidade
cia dos mesmos aos substratos, fazendo com que uma fina cama- aos revestimentos por pintura,
independentemente do mecanis- da de tinta fique aderida quimica- pois as forças de Van der Waals e
mo de aderência envolvido. mente ao substrato. London envolvidas são fracas e
Existem, basicamente, três Nota: por causa do cromo com isso as ligações podem ser
mecanismos pelos quais os reves- que é um metal pesado, esta tinta destruídas com maior ou menor
timentos por pintura podem não está mais sendo utilizada. grau de dificuldade, em função
aderir aos substratos metálicos, a Aderência polar: neste caso, a das condições de agressividade do
saber: aderência ocorre devido à atração meio no qual os revestimentos
Aderência química: ocorre entre grupos polares das molé- ficarão expostos 3,4.
quando a tinta reage quimica- culas da resina com grupos pola- Aderência mecânica: este ti-
mente com o substrato metálico. res, de carga oposta, do substrato. po de aderência, motivo da reali-

Figura 1 – Representação esquemática da aderência mecânica de um revestimento ao substrato de aço


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descrito anteriormente, a tecno-


logia de tintas evoluiu muito nos
últimos anos, especialmente no
que diz respeito ao teor de sólidos
e à espessura por demão. Entre-
tanto, os requisitos com relação
ao perfil de rugosidade mudou
pouco e, mesmo assim, sem um
critério bem estabelecido. No
presente trabalho, apresenta-se
um levantamento sobre as exi -
gências atuais no Brasil com rela-
ção ao binômio espessura do re-
vestimento x perfil de rugosida-
de. Os resultados deste levanta-
mento mostram a necessidade de
uma ampla discussão, com a par-
ticipação de especialistas do setor,
Figura 2 – Ilustração de aspectos superficiais de substratos de aço sobre este tema tão importante
na durabilidade dos revestimen-
zação do presente trabalho, está Vale ainda ressaltar que, além tos anticorrosivos.
baseado na rugosidade superfi- da preparação da superfície, as
cial do substrato (Figura 1). Nes- propriedades físico-químicas das Rugosidade x Aderência
te sentido, a limpeza das superfí- tintas, especialmente com relação A altura do perfil de rugosi-
cies metálicas por meio de jatea- às resinas e aditivos utilizados em dade tem uma influência subs -
mento abrasivo é uma das for- sua fabricação, podem melhorar, tancial na aderência dos revesti-
mas mais eficientes para se obter de forma significativa, a aderên- mentos aos diferentes tipos de
boa aderência mecânica e quími- cia das mesmas aos substratos. substrato metálico, especialmen-
ca dos revestimentos aos subs - Neste sentido, sabe-se que as resi - te os de aço-carbono. Neste sen-
tratos, principalmente metálicos. nas com maior número de gru- tido, um conceito ainda muito
Pode-se dizer que a aderência pamentos polares tendem a me - utilizado é de que quando se au-
mecânica se associa aos outros lhorar a aderência das tintas, as- menta a espessura do revesti-
dois mecanismos de aderência. sim como o uso de aditivos deno- mento há que se aumentar o per-
Além de propiciar excelentes minados promotores de aderên- fil de rugosidade, tal como ilus-
condições para a aderência me- cia como, por exemplo, os sila- trado na Figura 3.
cânica, a limpeza por meio de ja- nos 3,4. Portanto, os químicos das De certa forma, há quem as-
teamento abrasivo contribui para empresas ao desenvolverem no- socie o perfil de rugosidade ao
aumentar a área superficial do vas fórmulas de tintas estão sem- alicerce de uma construção e,
substrato, o que aumenta o nú- pre atentos a estes detalhes im- neste aspecto, a pergunta que se
mero de locais para o estabeleci- portantes para que os produtos faz é a seguinte: você construiria
mento de ligações polares 3,4. Lo- propiciem a aderência desejada um edifício de 15 andares sobre
go, a associação destes dois tipos aos diferentes tipos de substrato. o alicerce de um sobrado? Ob-
de aderência é extremamente Com base no que foi apresen- servando a ilustração da Figura
benéfica para a durabilidade dos tado, é possível observar que o 4, a resposta é não, pois para um
revestimentos por pintura. Uma perfil de rugosidade é um fator edifício alto o alicerce tem que
superfície de aço polida (ver ilus- importante para a aderência me- ser mais profundo e melhor cal-
tração B da Figura 2), ainda que cânica dos revestimentos. Ocorre culado para resistir ao peso mai-
totalmente limpa, pode não pro- que não existe uma regra básica or e à carga de ventos, principal-
piciar boas condições de aderên- para estabelecer a altura ideal do mente laterais.
cia para determinados esquemas perfil em função da espessura dos Os fatos apresentados mos-
de pintura. A condição ideal é revestimentos. O que existe são tram como é importante o con-
aquela em que a superfície en- informações técnicas, muitas de- trole do perfil de rugosidade das
contra-se isenta de contami- las antigas, que preconizam de- superfícies metálicas. Conforme
nantes e com rugosidade ade- terminados valores, independen- ilustrações da Figura 5, a rugosi-
quada, conforme ilustração C da temente do tipo e natureza quí- dade muito elevada pode resultar
Figura 2. mica dos revestimentos. Como na presença de picos com espes-
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TABELA II – RUGOSIDADE E ESPESSURA INFORMADAS NAS NORMAS N 2680 6 E N 2912 III 7, PARA A
REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS DE DESEMPENHO DAS RESPECTIVAS TINTAS EM LABORATÓRIO

Espessura Faixa de Proporção


Tinta Função média da rugosidade aproximada
película (µm) (µm) (**)
N 2680 DF* 450 50 a 70 1/9 a 1/6,4
N 2912 III DF* 800 50 a 100 1/16 a 1/8

DF*(dupla função): Pode ser aplicada diretamente sobre o substrato e atuar como tinta de fundo e acabamento.
(**) A proporção foi obtida dividindo-se a espessura média pelos dois valores da faixa de rugosidade.

sura de tinta muito baixa, ou até em questão, tendo como base as tintas epóxis mencionadas. Além
mesmo descobertos, o que se informações contidas nos boletins disso, a diferença entre este cri-
constitui num ponto vulnerável técnicos de alguns produtos co- tério e os valores de rugosidade
para o aparecimento prematuro merciais e em esquemas de pin- indicados nas fichas técnicas dos
de pontos de corrosão. Já uma tura normalizados pela Petrobras. produtos tende a ser maior com
rugosidade muito baixa pode o aumento da espessura. Logo, é
prejudicar a aderência dos reves- Espessura versus Perfil um ponto importante para ser
timentos aos substratos. Logo, a Observando-se as informa- discutido entre os profissionais
rugosidade ideal é aquela que ções de fichas técnicas de produ- da área de pintura anticorrosiva.
propicia boas condições de ade- tos e itens de normas, constatou- Isto fica bem evidenciado no
rência e boa cobertura aos picos se que a espessura das tintas e dos caso da tinta 5 (epóxi Novolac
do perfil de rugosidade. esquemas de pintura tem au- com flocos de vidro). Se o cri-
Na norma ABNT NBR mentado sistematicamente. Há tério de 1/4 a 1/3 fosse utilizado,
7348:07 5, versão corrigida em cerca de 50 anos atrás a espessura para a espessura de 875 µm, a
2010, no item 6.2.2.1, há uma máxima das tintas eram da or- rugosidade teria que estar com-
informação de que o valor médio dem de 50 micrometros, depois preendida entre 219 µm e
do perfil de rugosidade deve estar vieram as tintas HB – High 292 µm, que é totalmente dife-
compreendido entre 1/4 e 1/3 da Build, cujas espessuras eram de rente do valor especificado,
espessura total do esquema de 75 µm a 120 µm por demão. Em 75 µm a 125 µm. Logo, isto
pintura. Assim, se um esquema seguida, surgiram as tintas com, reforça a necessidade de se deba-
de pintura possuir espessura total aproximadamente, 400 µm por ter o tema em questão.
de 120 µm (duas demãos com demão e atualmente tem-se as Outro fato que chama a
60 µm por demão), o perfil de tintas com 800 µm até 1250 µm atenção diz respeito às faixas de
rugosidade deverá estar com- por demão. Quanto ao perfil de rugosidade das tintas 3 (epóxi
preendido entre 30 µm e 40 µm, rugosidade, o aumento foi feito Novolac) e 4 (epóxi de secagem
conforme ilustrado na Figura 6. mais na base do "sentimento" do rápida). No primeiro caso, para a
Nessa norma há também du- que com base em algum critério espessura de 325 µm, é exigida
as notas que dizem: técnico bem estabelecido, con- uma faixa de rugosidade de
a. em caso de longo intervalo de forme poderá ser constatado nos 50 µm a 100 µm. No segundo,
tempo entre a primeira e a se - exemplos a seguir. para uma espessura de 500 µm, a
gunda demãos, em ambiente rugosidade exigida é de 50 µm a
corrosivo, pode-se adotar um Tintas comerciais e perfis de 75 µm. De imediato, observa-se
perfil de rugosidade de aproxi- rugosidade exigidos que há uma inversão nos valores
madamente 2/3 da espessura Na Tabela I, mostram-se os de rugosidade em relação à espes-
da primeira demão; perfis de rugosidade exigidos por sura. Embora sejam tintas com
b. para esquemas de pintura de alguns fabricantes e/ou normas características diferentes, as mes-
alta espessura (> 300 µm), o técnicas para a aplicação de di- mas são de mesma natureza quí-
perfil de rugosidade deve ser versos tipos de tinta epóxi. mica. Logo, verifica-se que não
estabelecido através de acordo Pelos resultados apresentados há um critério bem estabelecido
entre as partes envolvidas no na Tabela I, observa-se que o cri- para definir a rugosidade da
processo de pintura. tério de 1/4 a 1/3 da espessura superfície em função da espessu-
No item a seguir, serão mos - do revestimento para se estabele- ra do revestimento. Isto fica bem
trados os resultados de um levan- cer a rugosidade do substrato evidenciado pelas próprias faixas
tamento feito a respeito do tema não se enquadrou nos casos das de rugosidade. No caso da tinta
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penho das tintas em laboratório, que precisa ser discutido. A nor-


as chapas de aço-carbono, para ma N 2680 6, para uma espessura
confecção dos corpos-de-prova, média de 450 µm, exige uma fai -
têm que ser submetidas ao jatea- xa de rugosidade entre 50 µm e
mento abrasivo. A faixa de rugosi- 70 µm, enquanto que a N 2912
dade exigida e a espessura das tin- III 7, para uma espessura média
tas estão mostradas na Tabela II. de 800 µm, uma faixa de rugosi-
Tal como no caso anterior, dade entre 50 µm a 100 µm.
observa-se que, o critério de se Numa análise bem simples dos
utilizar 1/4 a 1/3 da espessura do valores mencionados, observa-se
revestimento para definir a faixa que a faixa mais ampla de rugosi-
Figura 3 – Ilustração de um ou perfil de rugosidade do subs- dade é da tinta de maior espes-
conceito utilizado com relação à trato necessita ser discutido, prin- sura, o que não está errado.
espessura do revestimento x cipalmente para revestimentos de Ocorre que, do ponto de vista
altura do perfil de rugosidade alta espessura. Na realidade, ob- técnico, a diferença entre as duas
serva-se que as tintas, em função faixas é quase nenhuma. Tal co-
3, a faixa é de 50 µm a 100 µm e do avanço tecnológico, permitem mo no caso anterior, todos os va -
no da tinta 4, de 50 µm a 75 µm. a obtenção de altas espessuras por lores da faixa de rugosidade da
Em termos técnicos, pode-se di- demão e, como consequência, os tinta N 2680 atendem aos da
zer que a diferença entre as duas esquemas de pintura também se norma N 2912 III 7. A única di-
faixas de rugosidade é quase ne- tornaram mais espessos e eficien- ferença é que a N 2912 III 7 pos-
nhuma, uma vez que o perfil de tes no combate à corrosão. Ocor- sui o limite máximo de rugosi-
rugosidade exigido para a tinta 3 re que o aumento de rugosidade dade ligeiramente maior que o da
atende ao da tinta 4. Portanto, é foi pequeno em relação ao au- N 2680. Como se pode constatar,
outro ponto que merece ser de- mento de espessura dos revesti- o perfil de rugosidade de um re-
batido, ou seja, estabelecer de for- mentos. Então, é preciso discutir vestimento com 450 µm atende
ma fundamentada os limites de este tema de forma profunda para ao de um revestimento com
rugosidade. que se possa elaborar as especifi- 800 µm. Isto é um ponto impor-
cações de tintas e de esquemas de tante para ser debatido no sentido
Tintas normalizadas pela pintura com respaldo técnico de se estabelecer as faixas de ru-
Petrobras bem fundamentado, mesmo que gosidade ideais em função da es-
A norma N 2680 6 corres- se chegue a conclusão de que os pessura e das características físico-
ponde à tinta epóxi sem solventes valores atuais são os mais corretos. químicas dos revestimentos.
tolerante a superfícies úmidas e a Tal como mencionado anteri-
N 2912 III 7 à tinta epóxi Novo- ormente em “Tintas comerciais e Condições de esquemas de
lac com flocos de vidro. Para a perfis de rugosidade exigidos”, a pintura e rugosidade
realização dos ensaios de desem- faixa de rugosidade é um tema Na Tabela III, mostram-se
diversas condições de esquemas
de pintura especificados na nor -
ma Petrobras N 2913 8, a cerca de
revestimentos anticorrosivos para
tanque, esfera e cilindro de arma-
zenamento, bem como os perfis
de rugosidade exigidos.
Como pode ser observado,
também aqui o conceito de 1/4 a
1/3 da espessura do esquema de
pintura, para se estabelecer o per-
fil de rugosidade, não se en-
quadrou, especialmente no caso
dos esquemas de alta espessura
como, por exemplo, os das con-
dições 1 a 6. Portanto, isto reforça
a necessidade de um amplo de-
Figura 4 – Ilustração comparativa de um alicerce de sobrado para bate sobre o assunto, apesar da
um edifício de 15 andares norma ABNT NBR 7348 5 reco -
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TABELA III – ESPESSURA DE ESQUEMAS DE PINTURA E RUGOSIDADE DO SUBSTRATO


PREVISTAS NA NORMA PETROBRAS N 2913 8

Finalidade Condição Espessura total Perfil de Proporção Proporção


do esquema (µm) rugosidade (µm) aproximada 1/4 a 1/3 (µm)
1 450 70 a 100 1/6 a 1/4 112 a 150
Revestimento 2 450 70 a 100 1/6 a 1/4 112 a 150
interno 3 500 70 a 100 1/7 a 1/5 125 a 166
de tanques 4 450 70 a 100 1/6 a 1/4 112 a 150
5 500 70 a 100 1/7 a 1/5 125 a 166
6 800 70 a 100 1/11 a 1/8 200 a 266
7 190 70 a 100 1/3 a 1/2 47 a 63
Revestimento 8 120 70 a 100 1/2 a 1/1,2 30 a 40
externo 9 150 70 a 100 1/2 a 1/1,5 37 a 50
de tanques Costado: 175 1/2.5 a 1/1,7 44 a 58
10 Teto: 350 70 a 100 1/5 a 1/3,5 88 a 117
Teto c/ isol.: 300 1/4,3 a 1/3 75 a 100
Revestimento 11 400 70 a 100 1/6 a 1/4 100 a 133
interno
de esferas 12 400 70 a 100 1/6 a 1/4 100 a 133
e cilindros
Revestimento
externo 13 170 70 a 100 1/2 a 1/1,7 42 a 57
(equip. sem
isolamento 14 155 70 a 100 1/2,2 a 1/1,5 39 a 52
térmico)
Revestimento 15 200 70 a 100 1/3 a 1/2 50 a 67
externo 16 150 70 a 100 1/2 a 1/1,5 37 a 50
(equip. com 17 200 70 a 100 1/3 a 1/2 50 a 67
isolamento 18 30 70 a 100 (*) (*)
térmico) 19 200 70 a 100 1/3 a 1/2 50 a 67

(*) Por se tratar de uma condição que difere totalmente das demais, pois o revestimento é decorrente da aplicação
de duas demãos de tinta indicadora de temperatura, que possui características muito específicas, as informações não
serão analisadas.

mendar que, acima de 300 µm de rentes como, por exemplo, no ca - dem a espessura do revestimento
espessura, o perfil de rugosidade so das condições 6 (espessura de acima dos picos. Com isso, teori-
seja acordado previamente entre 800 µm), 7 (espessura de camente, não há risco dos picos
as partes envolvidas na aplicação 190 µm) e 13 (espessura de mais altos ficarem com menor es-
dos esquemas de pintura. 170 µm). Do ponto de vista téc- pessura de revestimento.
Outro aspecto que chama a nico, os esquemas das duas últi- Porém, há que se ter em
atenção para um debate, tal como mas condições não são afetados mente que um perfil muito eleva-
mencionado em itens anteriores, em termos de proteção anticorro- do pode ocasionar um consumo
é a utilização da mesma faixa de siva, uma vez que os medidores adicional de tinta de fundo e com
rugosidade para esquemas de pin- de espessura que atuam pelo prin- isso aumentar o custo da pintura.
tura com espessuras muito dife- cípio de indução magnética, me- Utilizando-se metodologia de cál-

Figura 5 – Comparação entre perfis de rugosidade


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Figura 6 – Perfis de rugosidade para atender ao requisito de 1/4 a 1/3 da espessura total do esquema de
pintura (120 µm), previsto na ABNT NBR 7348 5

culo de rendimento prático de mente, se manteve em valores questões necessitam ser debati-
tintas publicado pelo GCOI próximos dos convencionais de das, como, por exemplo:
(Eletrobras) 9, um perfil de ru- alguns anos atrás. As faixas de • Quais são os fatores que devem
gosidade médio de 85 µm pode rugosidade sofreram poucas alte- nortear a seleção do perfil de
ocasionar um consumo adi- rações. Na época em que a areia rugosidade?
cional de tinta de fundo da or- podia ser utilizada como abrasivo, • Qual a influência das pro-
dem de 12 %, em relação a um o perfil de rugosidade exigido por priedades físico-químicas da
perfil médio de 45 µm. Por- algumas empresas era de 30 µm a tinta de fundo na seleção do
tanto, é uma diferença que não 70 µm e, no caso da granalha de perfil de rugosidade?
pode ser desprezada. aço, 30 µm a 85 µm. Posterior- • Como estabelecer o perfil de
mente, em função do surgimento rugosidade baseado numa fai-
Considerações finais de novas tecnologias de tintas, o xa de valores mínimo e máxi-
Com a apresentação deste tra- perfil passou a ser de 40 µm a mo, ou, fixando apenas o va-
balho não se pretende de forma 85 µm, depois de 50 µm a lor mínimo?
alguma fazer quaisquer críticas às 100 µm e atualmente, em certos Portanto, um debate neste
recomendações dos fabricantes de esquemas de pintura, de 70 µm a sentido certamente traria uma
revestimentos e nem às especifi- 100 µm. É importante destacar contribuição muito importante
cações das empresas. O objetivo é que estes dados são específicos da para todos os órgãos e profissio-
mostrar a necessidade de se deba- Petrobras em função dos esque- nais envolvidos com a proteção
ter um tema importante que é o mas utilizados pela empresa e, anticorrosiva, por meio de reves-
binômio espessura do revestimen- portanto, não podem ser utiliza- timentos orgânicos, no Brasil.
to x perfil de rugosidade do subs - dos de forma indiscriminada. Além de gerar critérios técnicos
trato. Nos últimos anos, como Além dos fatos mencionados, para se estabelecer o perfil de ru-
comentado ao longo deste traba- há certos valores de rugosidade gosidade, permitiria obter dados
lho, os avanços tecnológicos no que geram algumas dúvidas, co- para a seleção de abrasivos e da
setor de tintas anticorrosivas no mo, por exemplo, o esquema de granulometria mais adequada
Brasil foram marcantes, especial- pintura da condição 6 da Tabela para se atingir os valores deseja-
mente impulsionados pela Petro- 3, cuja espessura do revestimento dos de rugosidade.
bras, através de seu Centro de Pes - é de 800 µm e o perfil de rugosi-
quisas (CENPES). Neste aspecto, dade exigido é de 50 µm a Conclusões
as tintas modernas são mais ade - 100 µm. O esquema de pintura Baseado nos resultados apre -
rentes, mais coesas, mais imper- 7, cuja espessura é de 190 µm, o sentados, na discussão dos mes-
meáveis, de menor impacto am - perfil exigido é o mesmo, ou seja, mos e considerando a importân-
biental e permitem a obtenção de 50 µm a 100 µm. Será que para cia da rugosidade do substrato na
altas espessuras por demão. Por 190 µm de espessura necessita-se aderência dos revestimentos anti-
isso, pode-se especificar e aplicar de um perfil alto, igual ao do corrosivos, pode-se concluir que:
esquemas de pintura com altas revestimento com 800 µm? Co- a. Em função das novas tecno -
espessuras (até 1250 µm) e com mo se sabe, o perfil alto gera um logias de tintas que surgiram
menor número de demãos. maior consumo de tinta e isto nos últimos anos, é importante
Diante do que foi apresenta- significa gasto de dinheiro. Ou a realização de debates, com a
do, observa-se que as espessuras então, será que o perfil estabeleci- participação de empresas e
dos revestimentos aumentaram do é suficiente para um revesti- profissionais envolvidos com a
enquanto a rugosidade, pratica- mento de 800 µm? Estas e outras pintura anticorrosiva, no senti-
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do de se estabelecer os parâme- Referências Bibliográficas 8. Petrobras N 2913 Rev.A, Revestimentos


tros ou critérios que devem 1. SSPC 91-07, Effect of surface contami- anticorrosivos para tanque, esfera e cilin-
nortear a seleção do perfil de nants on coatings life, SSPC, 134 p. dro de armazenamento, Rio de Janeiro,
rugosidade do substrato em re- (1991). Agosto (2011).
lação à espessura dos revesti- 2. F. L. Fragata, M. J. Saad, C. C. 9. SCM-053, Critérios para a determi-
mentos. Amorim, Desempenho de esquemas de nação do rendimento de tintas, Eletro -
b. A realização de debates sobre o pintura aplicados em superfícies ferrosas bras – gcoi, Subcomitê de Manu-
tema em questão pode trazer com mesmo grau de limpeza visual, po- tenção, Rio de Janeiro, maio (1987).
uma série de benefícios técni- rém com diferentes concentrações de con-
cos e econômicos para as em- taminantes salinos, latincorr 2006, Fernando de Loureiro Fragata
presas, bem como melhorar a abraco/aicop/nace, Fortaleza (2006). Engenheiro químico pela Universidade
capacitação técnica dos profis- 3. V. Gentil, Corrosão, ltc editora, 5a Federal Rural do Rio de Janeiro –
sionais, pois o assunto faz par- edição, Rio de Janeiro (2007). UFRRJ. Psquisador da área de corrosão
te do programa dos cursos de 4. C. Munger, Corrosion prevention by da Eletrobras-Cepel de 1979 a 2013.
Formação de Inspetores de protective coatings, nace, Houston Atual instrutor do curso de inspetores de
Pintura da ABRACO. (1984). pintura – ABRACO/PETROBRAS
c. O critério de se utilizar 1/4 a 5. ABNT NBR 7348:2007, versão cor-
1/3 da espessura da espessura rigida em 2010, Pintura Industrial - Celso Gnecco
do revestimento para se estabe- Preparação de superfície com jato abrasi- Engenheiro Químico pela Escola Superior
lecer o perfil de rugosidade, em vo e hidrojateamento. de Química Oswaldo Cruz.Gerente de
função do que foi mostrado 6. Petrobras N 2680, Tinta epóxi sem sol- Treinamento Técnico da Sherwin-
neste trabalho, precisa ser am - vente, tolerante a superfícies molhadas, Williams. Professor da ABRACO,
plamente discutido, principal- Rio de Janeiro, Abril (2011). ABRAFATI e ABENDI.
mente para revestimentos com 7. Petrobras N 2912, Tinta epóxi "Novo- Contatos: fragata200@gmail.com
espessuras elevadas. lac", Rio de Janeiro, Agosto (2010). e celso@tintassumare.com.br
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Artigo Técnico

Sensores de monitoramento do
risco de corrosão nas estruturas
de concreto atmosféricas
Sensors for monitoring the risk of corrosion in atmospheric concrete structures

Resumo vida útil e nos custos totais da tura de apoio e de retirada de


Atualmente, os sensores são construção, além de acarretar no testemunhos em componentes
um instrumento valioso para o aumento do período de conser- da estrutura. A redução dos
monitoramento das estruturas vação do seu aspecto estético custos é estimada entre 10 % e
de concreto. Dentre as possíveis original 1-3. 20 % por Bässler et al. 7 e entre
Por Adriana de finalidades dos sensores, destaca- Na prática, o risco de corro- 25 % e 40 % por Goltermann,
Araújo se o seu embutimento no con- são é avaliado por meio da verifi- Jensen e Andersen 4;
creto para a avaliação do risco de cação periódica do estado da ar- • avaliação de diferentes cená-
corrosão das armaduras. Saben- madura e das alterações nas pro- rios, por exemplo, mudança do
Co-autora: do-se esse risco, medidas de pre- priedades do concreto. Isso pode sistema de tratamento superfi-
Zehbour venção ou de controle da cor- ser feito por meio do embuti- cial, troca de material ou inter-
Panossian rosão em curso podem ser defini- mento no concreto de cobrimen- rupção da proteção catódica.
das corretamente e realizados em to de sensores de aquisição con- Os sensores são usados para o
período programado. Neste arti- tínua de dados. Esses sensores monitoramento do risco de cor-
go, diferentes tipos de sensores têm denominação variável, sendo rosão tanto em estruturas novas
de permanente aquisação de da- muitas vezes chamados de acordo como em estruturas existentes.
dos são apresentados. com a sua geometria ou com o Em estruturas novas, os sensores
parâmetro a ser monitorado. são posicionados sobre as arma-
Abstract Segundo Goltermann, Jensen duras antes da concretagem. Em
Currently, sensors are valuable e Andersen 4, os sensores de mo - estruturas existentes, são intro-
instrument for monitoring of con- nitoramento permanente são duzidos em furos realizados ao
crete structures. Among the possible uma ferramenta valiosa, pois per- longo da espessura do concreto
purposes of the sensors, the evalua- mitem o melhor conhecimento de cobrimento da armadura. Se-
tion of the risk of reinforcement dos mecanismos de deterioração gundo Raupach, Gulikers e
corrosion is one of the most impor- das estruturas de concreto. No Reichling 8, os sensores são espe-
tant. Knowing this risk, the pre- caso da corrosão, segundo estu- cialmente adequados para moni-
vention or the control of a corro- dos teóricos de Schiegg e torar estruturas existentes em
sion process in progress can be Steiner 5, esta é detectada pelos que um estado crítico de deterio-
properly defined and be performed sensores quando 5 % da estrutu- ração pode ser atingido em tem -
in a scheduled period. In this arti- ra esta deteriorada, enquanto po relativamente curto. Nessas
cle, different types of sensors for que, em inspeções tradicionais, estruturas, os sensores, além de
permanent acquisition data are essa porcentagem seria de 25 %. monitorar o risco de corrosão,
presented. Outras vantagens do uso de podem fornecer a taxa de corro-
sensores são as seguintes 4,6-7: são e podem permitir a verifica-
Introdução • maior conhecimento do com- ção da eficiência/durabilidade de
O monitoramento das estru- portamento da estrutura ao reparos.
turas de concreto armado possi- longo dos anos, podendo os O monitoramento do risco de
bilita que o risco de corrosão seja dados obtidos serem usados em corrosão pode ser feito em estru-
estimado ao longo dos anos de modelos matemáticos bastante turas atmosféricas, enterradas ou
sua utilização. Com o conheci- seguros para a previsão de vida submersas, sendo mais frequente
mento desse risco, intervenções útil da estrutura; em estruturas atmosféricas. Nes -
de prevenção da corrosão ou de • otimização e melhor planeja- sas estruturas, os sensores são
controle da corrosão já estabele- mento das intervenções de ins- embutidos em diferentes com-
cida podem ser programadas e peção e de reparo da estrutura, ponentes, especialmente naque-
realizadas em períodos adequa- incluindo interrupções de trá- les expostos a uma forte agres-
dos. Isso reflete positivamente na fego e instalações de infraestru- sividade ambiental. Nota-se que,
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tanto as características da es- aparece quando, em um mesmo ferença de potencial desprezível


trutura como as condições agres- meio condutivo, se faz o contato em relação ao catodo também
sivas às quais a mesma está ex - elétrico entre dois metais distin- passivo. O mesmo não ocorre
posta são fatores importantes na tos ou entre dois metais simi- quando um processo corrosivo é
seleção do tipo de sensor e na lares, porém em estados distintos estabelecido nas barras. Nesse ca-
metodologia da análise dos da- (estado ativo ou passivo) decor- so, a corrente galvânica apresen-
dos obtidos. Como exemplo, ci- rente das alterações do meio ta um valor significativo em de-
ta-se o estudo de Polder, Peelen e junto a um dos metais 10. Para corrência da variação do poten-
Leegwater 9 que observaram que essa medição, usa-se um amperí - cial do anodo que assume valores
nem todos os parâmetros usual- metro de resistência zero, conhe- mais negativos em relação ao ob-
mente monitorados por sensores cida como técnica ZRA (Zero- tidos inicialmente, em seu estado
embutidos em estruturas atmos- Resistance Ammeter). passivo.
féricas são significativos para ava- Usualmente, a medição da O processo corrosivo nas bar-
liar o risco de corrosão de arma- corrente galvânica em estruturas ras do anodo do sensor ocorre
duras de paredes de túneis. de concreto é feita pelo contato gradativamente, conforme o
Nos sensores, os dados po - elétrico entre uma barra de aço- avanço da frente de agentes
dem ser obtidos por meio de lei- carbono do sensor e/ou da arma- agressivos no concreto de cobri-
turas feitas manualmente ou por dura com outra barra de metal mento. Sendo assim, a corrente
meio de sistema eletrônico. No mais nobre que apresenta poten- galvânica aumenta no sentido da
primeiro caso, as leituras são fei - cial eletroquímico estável em barra que foi embutida mais
tas em campo, diretamente nos concreto (estado passivo). Na au- próxima à superfície do concreto
sensores cujos terminais são co- sência de barra de metal mais no- para a barra embutida em maior
nectados a um painel individual bre, a medição pode ser feia entre profundidade. Esse avanço de
ou a um painel central. No se- o sensor e a armadura (em estado agentes é devido, geralmente, ao
gundo caso, as leituras são feitas passivo). ingresso do dióxido de carbono
automaticamente e armazenadas Na prática, para a avalição do que diminui o pH da solução de
eletronicamente (software e risco de corrosão nas estruturas poros (carbonatação) ou ao in-
hardware), tendo-se um gerenci- de concreto, os sensores galvâni- gresso de íons cloretos em teores
amento contínuo dos dados. As cos constam de um conjunto de críticos.
leituras podem ainda ser dispo- barras de aço-carbono, eletrica- Nota-se que não há uma
nibilizadas por meio de sistema mente isoladas. Com o embuti- faixa fixa de valores de corrente
de transmissão remota de dados, mento do sensor no concreto, es- galvânica que caracterizam o es-
o que permite o monitoramento sas barras ficam posicionadas em tado ativo das barras de aço-car-
da estrutura em tempo real. diferentes profundidades, sem- bono do anodo. Isso porque,
Nota-se que, atualmente, a pre menores do que a da arma- tem-se uma variedade de inter-
implantação de sistemas eletrô- dura. Esse conjunto de barras do ferências na corrente circun-
nicos apresenta custo bem supe- sensor é também denominado dante, como a área dos eletrodos,
rior ao uso de sensores com lei- de anodo. a qualidade do concreto e o teor
turas manuais. No entanto, os Na proximidade do anodo, é de íons cloreto no concreto 11.
custos de automação devem embutida a mencionada barra de Assim sendo, não é o valor abso-
diminuir decorrente do crescente metal mais nobre, denominada luto da corrente que deve ser
desenvolvimento de equipamen- de catodo. Em geral, como cato- considerado, mas sim a variação
tos eletrônicos 8. Isso deve tam- do utilizam-se aços inoxidáveis de seus valores ao longo do
bém resultar em disponibilidade altamente resistentes à corrosão tempo. Cabe mencionar que, fa -
no mercado internacional de aos íons cloreto ou titânio reves - bricantes de sensores galvânicos
sensores cada vez mais eficientes tido com platina ou com mistu- disponibilizam equipamentos
e duráveis. ra de óxidos de metais nobres para a medição da corrente e que
(MMO). também podem indicar valores
Sensores galvânicos A corrente galvânica é medi- limites para o estado ativo ou
A maioria dos sensores dispo - da entre cada barra de aço-car- passivo de corrosão, sendo isso
níveis no mercado internacional bono do anodo e o catodo. Em possível devido a estudos realiza-
para avaliação do risco da cor- concreto íntegro, essa corrente é dos em laboratório e em campo.
rosão em estruturas de concreto desprezível, ou seja, muito baixa. Usualmente, recomenda-se
fundamenta-se no monitora- Isso porque, as barras de aço-car- que a leitura da corrente galvâni-
mento da variação da corrente bono estão em estado passivo, ca seja feita poucos segundos
galvânica. A corrente galvânica portanto, apresentando uma di - após o estabelecimento do con-
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sa determinação é feita entre pa-


Barras de aço-carbono (anodo)
res de barras de anodo e com o
uso de um ohmímetro alimenta-
do com corrente alternada. A re-
sistividade também pode ser ob-
tida com sensores de umidade,
como o descrito mais adiante.
Também com pequenas mo-
dificações nos sensores galvâni-
Barra de aço-carbono
cos, pode-se determinar o poten-
a ser embutida junto à cial de circuito aberto e a taxa
armadura (anodo) instantânea de corrosão das bar-
ras do anodo do sensor e da ar-
Barra de titânio madura e, ainda, a temperatura
revestido com óxido Painel de leitura
de platina (catodo) do concreto. O potencial de cir-
cuito aberto das barras do anodo
Figura 1 – Sensor escada (Anode Ladder). Fonte: Sensortec é medido com o uso de um vol -
tímetro de alta impedância e um
tato elétrico entre o anodo e o ca- parte do oxigênio pelo catodo. eletrodo de referência ou um
todo. Isso porque, essa corrente No caso de concretos de baixa pseudoeletrodo de referência. A
não é estável ao longo do tempo resistividade elétrica, a distância taxa de corrosão instantânea po-
de medição 9. entre o anodo e o catodo pode de ser determinada pela técnica
Outra fator a ser considerado chegar a alguns metros 1. de polarização linear, sendo para
é a distância entre o anodo e o Nota-se que a resistividade tanto necessário o uso de um po-
catodo. Normalmente, o catodo elétrica é um parâmetro impor- tenciostato. E finalmente, com o
é instalado próximo do anodo, tante a ser considerado na avali- acoplamento no sensor de tem-
em região de concreto aerado, ação do risco de corrosão. A resis- peratura, pode-se obter a tempe-
em que há livre acesso do oxi- tividade elétrica é função da umi- ratura do concreto. Cita-se que a
gênio. No caso do concreto da dade do concreto e do conteúdo determinação da taxa instantâ-
região estar sujeito à saturação do eletrólito. Tradicionalmente a nea de corrosão é abordada mais
por longos períodos (como em resistividade elétrica do concreto adiante (sensor de taxa instan-
componentes submersos e ex- é determinada pela técnica de tânea de corrosão).
postos à variação de maré), em quatro pinos (Wenner four elec- Usualmente, a avaliação do
que já há naturalmente restrição trode) 12. Com pequenas modifi- risco de corrosão é feita com a
do acesso de oxigênio, a distância cações nos sensores galvânicos, determinação da corrente galvâ-
entre o anodo e o catodo deve ser pode ser determinada a resis- nica e do potencial de circuito
maior, visto que há consumo de tividade elétrica do concreto. Es- aberto. Segundo Vennesland,
Raupach e Andrade 13, um au-
mento da corrente galvânica
acompanhado por uma dimi-
nuição do potencial de circuito
aberto indica claramente que
um nível crítico de íons cloreto
foi atingido ou que a frente de
carbonatação alcançou as barras
Barras de aço-carbono
do anodo do sensor.
(anodo) Para a determinação do po-
Barras de aço tencial de circuito aberto das
inoxidável (catodo) barras do sensor, os seguintes ele-
trodos podem ser usados:
• eletrodo de referência: eletrodo
que apresenta potencial conhe-
cido em relação ao eletrodo de
Figura 2 – Sensor 900 (Concrete Multi-depth Sensor, hidrogênio, sendo o valor re-
Model 900). Fonte: Aselco (representante no Brasil da Rohrback produtível e estável ao longo
Cosasco Systems) do tempo, dentre outras carac-
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terísticas 14. Também pode ser Anéis de isolamento


chamado de eletrodo de refe - elétrico e de vedação
rência padrão ou verdadeiro (faixa preta e
branca)
(true reference electrode). Há
diferentes tipos de eletrodo de
referência, citam-se o eletrodo
de prata/cloreto de prata –
Ag/AgCl e o eletrodo man-
ganês/óxido de manganês –
Mn/MnO2 que são usados em- Barra de titânio
butidos no concreto (eletrodos revestido com óxido
de platina (catodo)
permanentes) e o eletrodo de
cobre sulfato de cobre usado
posicionado sobre a superfície
do concreto. Geralmente, dá-se
preferência aos eletrodos em- Figura 3 – Sensor de anéis expansivos (Expansion Ring Anode).
butidos que ficam posiciona- Fonte: Sensortec
dos próximos do anodo. Essa
proximidade diminui a inter- de referência padrão, a avaliação mencionados 18. O sensor de
ferência da resistência do meio do risco é feita tanto pela análise múltiplos eletrodos determina o
(queda ôhmica) na medição; dos valores absolutos de poten- potencial de circuito aberto das
• pseudoeletrodo de referência: cial de circuito aberto como pela barras do anodo com o uso do
eletrodo que não apresenta as análise da sua variação ao longo eletrodo de referência ERE20
mesmas características do ele- do tempo. A análise dos valores (Mn/MnO2) embutido na sua
trodo de referência 14. Usual- absolutos é feita em relação a va - proximidade, e a temperatura do
mente, não mantém potencial lores normalizados 15 que indi - concreto por meio de eletrodo
estável, mas sua variação é pre- cam a probabilidade de ocorrên- específico embutido na base do
visível em condições conheci- cia de corrosão. sensor 19.
das. Dentre tais condições, esse Uma revisão bibliográfica No sensor escada e no sensor
é mais usado nos meios aera- mostrou que há muitas pesqui - 900, as barras de aço-carbono
dos, em que os potenciais do sas para desenvolvimento de constituintes do anodo são retas
eletrodo são mais estáveis ao sensores, no entanto, comer- e estão posicionadas em paralelo.
longo do tempo. O catodo do cialmente, o número de forne- No sensor de anéis expansivos,
sensor, que é uma barra de aço cedores ainda pode ser consi- em vez de barras são usados anéis
inoxidável ou de titânio reves- derado limitado. Alguns sen- que estão posicionados uns sobre
tido com platina ou revestido sores disponíveis no mercado os outros. No sensor de múlti-
com mistura de óxidos metáli- são os seguintes: plos eletrodos, as barras do ano-
cos – MMO, é o pseudoeletro- • sensor escada (Anode Ladder) e do são retas e estão posicionadas
do mais usado. Outra opção é a sensor de anéis expansivos em altura e ângulos diferentes
própria armadura ou uma barra (Expansion Ring Anode), ambos em relação a uma base circular.
de aço-carbono embutida na da empresa Sensortec; Esses sensores podem ser visuali-
proximidade da armadura, des- • sensor de múltiplos eletrodos zados nas Figuras 1 a 3.
de que no estado passivo. (CorroWatch Multisensor), da No sensor escada e no sen-
A avaliação do risco de cor- empresa Force Technology; sor de anéis expansivos, uma
rosão da armadura com pseu- • sensor 900 (Concrete Multi- barra de titânio ativado (revesti-
doeletrodo de referência é feita depth Sensor, Model 900), da do com MMO) é usada como
pelo monitoramento da variação empresa Rohrback Cosasco catodo, sendo esta posicionada
dos valores de potencial de cir- Systems. na proximidade das barras de
cuito aberto em cada uma das Além da corrente galvânica, o anodo quando da instalação do
barras do anodo e, também, en - sensor escada e o sensor 900 po- sensor. No sensor 900, o catodo
tre elas. Cita-se que fabricantes dem ser usados para determinar são barras de aço inoxidável, as
dos sensores disponibilizam equi - todos os demais parâmetros quais estão posicionadas no
pamentos para a medição do po - mencionados anteriormente 16-17. mesmo alinhamento das barras
tencial e dos outros parâmetros O sensor de anéis expansivos do anodo como mostra a Figura
mencionados. pode ser usado para determinar 2. No sensor de múltiplos ele -
No caso do uso de eletrodo os três primeiros parâmetros trodos, uma tela de titânio ati-
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uso de um equipamento manual terna conectada às referidas


de torção. Essa expansão e a pre- barras 22.
sença de anéis de vedação evitam
a penetração de água pela parede Sensor de umidade
do furo. Devido à possibilidade O início da corrosão da ar-
de penetração de água nessa pa - madura é influenciado significati-
rede, não se recomenda o uso do vamente pela umidade do concre-
sensor na condição de imersão to, pois a umidade pode retardar
ou em situações de acúmulo de o ingresso de dióxido de carbono,
Sensor posicionado água sobre superfícies horizon- mas é pré-requisito para a pene-
inclinado sobre a
armadura tais (poça de água) 18. tração de íons cloreto 23. O avan -
Nota-se que, para evitar a ço da frente de carbonatação é
corrosão das barras de aço-car- maior em concreto com umidade
bono do anodo dos sensores em torno de 50 % e, a penetração
apresentados para uso em obras de íons cloreto é maior, basica-
novas, a sua instalação deve ser mente, quanto maior a exposição
feita momentos antes do lança- do concreto à água salina.
Figura 4 – Sensor escada mento do concreto. Além disso, A umidade também influen-
(Anode Ladder) sobre a as barras do anodo e o catodo cia a taxa de corrosão da armadu-
armadura, em posição inclina- dos sensores apresentados de- ra, sendo esta insignificante na
da. Fonte: Sensortec vem estar isolados eletricamen - condição de umidade muito bai-
te da armadura. xa ou muito alta (concreto satu-
vado, fixada na base de apoio No passado, os sensores eram rado com água) e, bastante signi-
das barras do anodo, é usada desenvolvidos para que as lei- ficativa em valores médios de
como catodo. turas fossem feitas manual- umidade 23. Em períodos longos
Os sensores escada, de múlti- mente, com uso de equipamen- de monitoramento da umidade,
plos eletrodos e o sensor 900 tos portáveis. No entanto, atual- obtêm-se informações importan-
foram desenvolvidos para o mo- mente esses são providos de sis- tes dos valores máximos da taxa
nitoramento do risco de corrosão temas eletrônicos de leituras, de corrosão em relação ao tempo
em construções novas, como tú- como por exemplo, o sensor es- decorrido 8.
neis, pontes, píeres, fundações e cada e o sensor de anéis expan- A Figura 5 apresenta um
outros tipos de construções. O sivos 20. Segundo Nygaard e sensor de umidade, denomina-
sensor de anéis expansivos foi Klinghoffer 21, o mesmo foi feito do de sensor de múltiplos anéis
desenvolvido para uso em cons- para o sensor de múltiplos ele- (Multiring Electrode). Pela figu-
truções existentes, o que inclui trodos que dispõe também de ra, pode-se observar que esse
aquelas em período de recupera- ferramentas para a transferência sensor é constituído de anéis de
ção estrutural 11. de dados. aço inoxidável sobrepostos,
O sensor escada e o sensor Finalmente, cabe mencionar tendo entre eles, outros anéis de
900 são instalados em posição que é esperada degradação pre- isolamento elétrico e de veda-
inclinada sobre a armadura. O matura do concreto de cobri- ção. Segundo estudos Bässler et
grau dessa inclinação é variável, mento no local de embutimen- al. (2003), esse sensor monitora
sendo definida conforme a espes - to do sensor galvânico. Isso é as variações de umidade do con -
sura do concreto de cobrimento. válido para aqueles em que bar- creto, possibilitando a obtenção
A Figura 4 ilustra a instalação do ras de aço-carbono do anodo do perfil de umidade do concre-
sensor escada. são posicionadas em baixa pro- to. Isso pode ser feita até em
Quanto à instalação do sen- fundidade no concreto de co - torno 45 mm de profundidade
sor de anéis expansivos, este é brimento. Com a evolução da do concreto de cobrimento 24.
embutido no concreto por meio corrosão dessas barras, há peri- Com o conhecimento do
de furo na camada de cobrimen- go de fissuração e desplacamen- perfil de umidade, pode-se ava-
to da armadura. Na proximidade to do concreto. Para evitar que liar a eficiência de sistema de
desse furo, outro é realizado para a intensificação da corrosão das proteção superficial do concreto
o embutimento do catodo. Para barras superficiais resulte na de- contra o ingresso da água, além
o perfeito contato da superfície gradação do concreto, sistemas do risco de corrosão. Desse mo-
exposta dos anéis de anodo do de proteção catódica podem ser do, o sensor é usado em constru-
sensor com a da parede do furo, usados. Essa proteção é feita ções novas ou existentes, incluin-
estes anéis são expandidos com o com a instalação de bateria ex - do aquelas em reparo 2, 14, 20.
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EQUAÇÃO DE STERN GEARY


1 ba . bc B
icorr =
Rp 2,303(ba + bc) Rp
Anéis de aço
icorr = taxa de corrosão ou catódica (bc) de Tafel, inoxidável
densidade de corrente em mV.
de corrosão, em µA/cm2 Rp = coeficiente angular obtido
B = constante empírica, em trecho reto da curva
obtida a partir da potencial em função da
constante anódica (ba) e corrente, em kΩ.cm2 Anéis de vedação
e isolamento
elétrico
O perfil de umidade é obtido maior deve ser a intensidade da
a partir da determinação da resis- corrosão dessa armadura e, con-
tência ôhmica entre pares de sequentemente, mais rapida-
anéis metálicos adjacentes do mente o concreto de seu cobri-
sensor. Para isto, convertem-se os mento se deteriorará, principal-
valores da resistência de cada par mente por fissuração seguida de
em resistividade elétrica usando a desplacamento. Nota-se que o
constante da célula. Por meio de tempo estimado para que essa Figura 5 – Sensor de múltiplos
curvas de calibração, é possível a fissuração é bem menor do que anéis (Multiring electrode).
conversão dos valores de resistivi- o tempo de despassivação da Fonte: Sensortec
dade elétrica em umidade. Co- armadura 25.
nhecendo as profundidades de Em geral, a taxa de corrosão nalmente, as medições podem
embutimento dos anéis, obtém- instantânea é estimada pela ser feitas manualmente com o
se o perfil de umidade. Como a aplicação da técnica de polari- uso de potenciostato portátil
temperatura do concreto afeta a zação linear. Essa técnica é conectado a um notebook.
resistência medida, determina-se baseada no fato de que a curva Além da avaliação da varia-
também a temperatura para a sua de polarização de sistemas ção da taxa de corrosão instan-
compensação. Para tanto, há um metal/meio apresenta um tre- tânea ao longo do tempo, os va -
eletrodo de temperatura embu- cho linear na região do poten- lores absolutos obtidos podem
tido no corpo do sensor 8,24. cial de circuito aberto (baixas ser analisados em relação a cri-
Vale ressaltar que, os cálcu- sobretensões). Nesse trecho, é térios estabelecidos por pesqui-
los descritos para a obtenção da determinada a resistência de sadores, como Andrade et al. 26.
resistividade e da umidade do polarização (Rp) que tem rela- Recomenda-se que essas avalia-
concreto a partir das medidas ção com a taxa de corrosão con- ções sejam feitas em conjunto
de resistência não são precisos. forme a equação de Stern Geary com a análise das condições
26
Com isso, os valores de umi- (veja o quadro acima). ambientais de exposição da es-
dade obtidos pelo sensor de Na prática, muitos autores trutura e das características do
múltiplos anéis devem ser anali- adotam o valor de B de 26 mV concreto. Cita-se que a tempe-
sados somente em função de para medições em campo. No ratura e a resistividade elétrica
suas variações ao longo do tem- caso do uso da armadura como do concreto, a presença de
po, as quais refletem as pro- eletrodo de trabalho, é feito o anomalias na sua superfície
priedades do concreto 14. isolamento de um trecho próxi- bem como a incidência de
mo ao sensor ou a introdução águas pluviais interferem bas-
Sensores de taxa de de uma barra junto à armadura. tante na taxa de corrosão.
corrosão instantânea Em ambos os casos, deve-se co- Além disso, segundo Rau-
A taxa de corrosão instan- nhecer a área exposta do ele- pach, Gulikers e Reichling 8, a
tânea é um parâmetro impor - trodo de trabalho 1,27. avaliação da taxa de corrosão
tante a ser monitorado nas As medições em campo da também deve considerar o
estruturas de concreto expostas taxa de corrosão podem ser fei - agente agressivo causador da
a um ambiente agressivo e que tas manual ou automatica- corrosão, sendo que, o ingresso
apresentam sua armadura des- mente, com o uso de equipa- do dióxido de carbono (carbo-
passivada. Quanto maior é a mentos disponibilizados pelo natação) causa corrosão genera -
agressividade do ambiente, fornecedor do sensor. Opcio - lizada das armaduras, enquanto
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taxa de corrosão instantânea cuito aberto do eletrodo de tra-


das barras do anodo e/ou da balho (barra de aço-carbono)
armadura (eletrodos de traba- do sensor.
lho). No sensor escada e no sen- O sensor ECI-1 também é
sor 900, podem-se usar três ou provido de eletrodo seletivo de
dois eletrodos. No caso de três Ag/AgCl e sensor de tempera-
eletrodos, usa-se uma barra do tura, adequados para a determi-
anodo do sensor como eletrodo nação da concentração de íons
de trabalho, uma barra adja- cloreto no concreto e, ainda,
cente a esta como contraeletro- provido de quatro barras de aço
do e o catodo do sensor como inoxidável para a determinação
pseudoeletrodo de referência. da resistividade elétrica do con-
No caso de dois eletrodos, usa- creto. A determinação da con-
se um par de barras adjacentes centração de íons cloreto é feita
do anodo do sensor, um como pelo monitoramento da tempe-
Figura 6 – Sensor 800 (COR- eletrodo de trabalho e outro ratura e da variação do poten-
RATER Probe, Model 800) como contraeletrodo e pseu- cial de eletrodo Ag/AgCl que é
posicionado sobre a armadura. doeletrodo de referência. Nota- dependente do teor de íons
Fonte: Rohrback Cosasco Systems se que nesse último caso, não é cloreto na água de poro do con-
relevante o estado (passivo ou creto em relação ao eletrodo de
o ingresso de íons cloreto causa ativo de corrosão) da barra referência de Mn/MnO2.
corrosão localizada das armadu - usada como contraeletrodo/ Quanto à resistividade elétrica,
ras (formação de pites). Nesse pseudoeletrodo de referência. esta é determinada pela técnica
último caso, a área dos pites Além dos sensores descritos, de quatro pinos, mencionada
(região com corrosão) é desco- cita-se o sensor 800 (COR- anteriormente 30-31.
nhecida, sendo este dado neces- RATER Probe, Model 800) da Esses sensores foram desen-
sário para estimar a taxa de cor- empresa Rohrback Cosasco volvidos para o monitoramento
rosão pela técnica de resistência Systems e o sensor ECI-1 do risco de corrosão em cons -
de polarização. Em contrapon- (Embedded Corrosion Instru- truções novas ou existentes du-
to, na presença de íons a influ - ment, Model ECI-1) da empresa rante recuperação estrutural.
ência da queda ôhmica é menor Virginia Technologies. Cita-se que o sensor ECI-1
decorrente da menor resistivi- No sensor 800, a determi- também pode ser usado para
dade do concreto. nação do Rp é feita somente monitorar a presença de clore-
A técnica de polarização li- com o uso de dois eletrodos tos no concreto fresco e tam-
near pode ser usada com três ou (duas barras de aço-carbono). bém sua temperatura e umi-
dois eletrodos. No primeiro ca - Esse sensor é fixado junto à ar- dade (resistividade elétrica) 31.
so, além do eletrodo de traba - madura, como mostra a Figura
lho, é usado um eletrodo de 6. O monitoramento da taxa de Sensores de fibra óptica
referência e um contraeletrodo. corrosão pode ser feito com Li et al. 32 citam que tanto o
No segundo caso, um dos ele - equipamento de medição ma - monitoramento do risco da
trodos é o de trabalho e, o nual (CORRATER Model corrosão como a avaliação da
outro, funciona simultanea- AquaMate) ou com um sistema estabilidade das estruturas exi-
mente como contraeletrodo e de transmissão remota (COR- gem o desenvolvimento de no-
eletrodo de referência 28. Cita- RDATA). Ambos podem ser vos sensores que atendam a
se que, nessa técnica, o uso de usados para determinar a tem- uma variedade de situações. Se-
eletrodo de referência padrão peratura e a resistividade elétri- gundo os autores, os sensores
ou pseudoeletrodo de referência ca do concreto 29. de fibra óptica são uma ferra-
é indiferente, pois a curva de No sensor ECI-1, a deter- menta promissora para atender
polarização é resultante da so - minação de Rp é feita com o essa demanda, apresentando
bretensão (diferença entre o po - uso de três eletrodos, sendo vantagens em relação aos sen-
tencial aplicado e o potencial de usada, como contraeletrodo, sores convencionais, como os
circuito aberto) em função da uma barra de aço inoxidável e, mencionados anteriormente.
corrente. como eletrodo de referência, o Isso porque, a implantação
Conforme mencionado an - eletrodo de referência ERE20, de sistemas de monitoramento
teriormente, alguns sensores o que permite também o moni- com uso de sensores de fibra
galvânicos podem monitorar a toramento do potencial de cir- óptica é considerada mais sim-
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ples e versátil, tendo-se grande da extremidade da fibra resul- Acredita-se que, no futuro
confiabilidade nos resultados e, tou na inutilização do sensor. próximo, haverá disponível no
ainda versatilidade de configu- Três sensores de fibra óptica mercado uma ampla gama de
ração do sensor. com a mesma finalidade foram sensores de melhor relação cus-
Tais vantagens estão rela- desenvolvidos por Zhao et al. 36. to /benefício e com eletrônica
cionadas às características das Esses sensores apresentavam embarcada, o que facilitará a
fibras ópticas, como por exem- uma fibra óptica enrolada em monitoração permanente das
plo, pequena dimensão, flexi- barra de aço-carbono polido. estruturas de concreto. Isso
bilidade, resistência à corrosão, Os autores correlacionaram o deve refletir positivamente no
imunidade a ruídos eletromag- estiramento da fibra, em conse- mercado nacional, incentivan-
néticos e transporte de feixes quência do aumento do volume do tanto a pesquisa como o uso
luminosos por longas distâncias da barra (acúmulo de produtos de sensores em muitas cons-
com perdas desprezíveis 33-34. de corrosão), com a intensidade truções, especialmente naquelas
Devido a tais características, da corrosão. expostas à elevada agressividade
nas últimas décadas tem-se in- Fuhr e Hustonn 34 fazem ambiental, recuperadas ou com
tensificado o estudo de sensores considerações sobre o uso de restrição da realização de ma -
de fibra óptica para avaliação sensores ópticos no monitora- nutenções periódicas.
do risco de corrosão nas estru- mento da corrosão em estrutu-
turas de concreto. Esses estudos ras de concreto (pontes e viadu- Referências bibliográficas
e aplicações pontuais em cam- tos). Esses autores citam a apli- 1. MCCARTER, W.J.; VENNES-
po indicam a eficiência desse cação de um programa de com- LAND, O. Sensor systems for use in
tipo de sensor no monitora- putador específico para moni- reinforced concrete structures. Construc-
mento, por exemplo, do pH e torar a evolução da corrosão de tion and Building Materials, v.18,
da umidade do concreto, da armaduras ao longo do tempo. p.351-358, 2004.
concentração de íons cloreto e Além disso, é referenciado o 2. SCHIESSL, P.; RAUPACH, M.
da corrosão das armaduras. acoplamento de um alarme so- Instrumentation of structures with sen-
No caso específico da cor- noro ao sensor para alertar sors – why and how? In: DHIR, R.K.;
rosão das armaduras, o uso de quando um nível pré-determi- JONES, M.R. (Eds.) Concrete repair,
sensores ópticos complementaria nado de corrosão é atingido. rehabilitation and protection. London:
as técnicas eletroquímicas. Essas E & FN Spon, p.1-15, 1996.
técnicas, segundo Wheat e Liu 35 Conclusão 3. POLDER, R. et al. Use of advanced
poderiam inclusive ser substituí- No exterior, sensores são corrosion monitoring for risk based
das pelo uso dos sensores de fibra amplamente usados em sis- management of concrete structures.
óptica, particularmente na avali- temas de monitoração perma- Heron, v.52, n.4, p.239-250, 2007.
ação de componentes críticos da nente do risco de corrosão em 4. GOLTERMANN, P.; JENSEN, F.;
estrutura ou em situações em estruturas de concreto. O mes- ANDERSEN, M.E. Smart structures:
que as medições eletroquímicas mo não ocorre no Brasil, sendo possibilities, experiences and benefits
são impraticáveis. os sensores pouco conhecidos e from permanent monitoring. In:
Zheng, Sun e Lei 33 desen- utilizados. Esse fato está rela- International Conference on Bridge
volveram um sensor de fibra cionado com a restrição de tec- Maintenance, Safety and Management,
óptica que monitora a corrosão. nologia nacional e de pessoal 1., 2002. Proceedings... Barcelona:
Em ensaio com barra de aço- qualificado. Isso abre um novo IABMAS, 2002.
carbono embutida em concreto campo de investigação muito 5. SCHIEGG, Y.; STEINER, L. Cost
exposto à solução salina, foi promissor. effectiveness and application of online
verificada a deformação do sen- Devido às particularidades monitoring in reinforced concrete struc-
sor em consequência do acú- de cada estrutura de concreto e tures. Materials and Corrosion, v.61,
mulo de produtos de corrosão dos diferentes ambientes de n.6, p.490-493, 2010.
da barra. Isso foi observado exposição, a implantação de sis- 6. HA, T-H. et al. Role of sensors in corro-
pelo monitoramento da refle- temas de monitoramento com sion monitoring in concrete structures:
xão de feixes luminosos emiti- uso de sensores embutidos no the state of the art. Sensors and
dos pela extremidade da fibra concreto de cobrimento não é Materials, v.16, n.3, p.133-158, 2004.
em contato com a superfície da uma tarefa fácil. Isso também é 7. BÄSSLER, R. et al. Use of embeddable
barra. Com o aumento do acú- válido para a análise dos dados sensors in an integrated monitoring sys-
mulo dos produtos de corrosão obtidos pelos sensores, que tem for reinforced concrete structures.
na superfície da barra (corrosão requer profissionais especializa- In: NACE Conference, Annual
severa), a deformação excessiva dos em corrosão. Corrosion, 9., 2003. Proceedings...

C & P • Março/Abril • 2014 31


Adriana51:Cristiane43 4/29/14 4:12 PM Page 9

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interpretation issues. In: rnode. 2010. Disponível em: 26. ANDRADE, C et al. Test methods for
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field measurement of soil resistivity Symposium on life-cycle civil engineer- TEMS. 800 LPR corrosion rate mon-
using the Wenner four-electrode ing, 2012, Vienna, Austria) itoring in concrete with CORRATER
method. Philadelphia, 2009. 6p. 21. NYGAARD, P.V.; KLINGHF- Probe. 2013. Disponível em:
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concrete- measurements with embed- Durability of Concrete Structure, Embedded corrosion instrument –
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exposed reinforced concrete structures. 23. NILSSON, L-O. Assessing moisture embedded instrumentation. In:
Houston: NACE, 2000. 11p. conditions in marine concrete struc- NACE CONFERENCE, ANNU-
(NACE International Publication tures. In: International Conference AL CORROSION, 2010, San
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TESTING & MATERIALS. Environment, 1997. Proceedings... 32. LI, X. M.; CHEN, W. ; ZHU, Y.;
ASTM C876: standard test method Oslo: AAge Blankvoll, p. 273-295, HUANG, S.; BENNETT, K.D.
for half-cell potentials of uncoated 1997. Monitoring the Corrosion of Steel in
reinforcing steel in concrete. 24. SENSORTEC. Multiring electrodes. Reinforced Concrete Using Optical
Philadelphia, 2009. 6p. 2010. Disponível em: www.sen- Waveguide Methods. In: Sensory

32 C & P • Março/Abril • 2014


Adriana51:Cristiane43 4/29/14 4:12 PM Page 10

Phenomena and Measurement Corrosion Expansion Sensors for Steel


Instrumentaion for Smart Strucutures Reinforced Concrete Structures Using
and Materials. 2000. Proceedings... a Fiber Optic Coil Winding Method.
Newport Beach: Spie, 2000. et al. Sensors, v.11, p.10798-10819,
33. Zheng, Z.; Sun, X.; Lei, Y. 2011.
Monitoring Corrosion of Reinforce-
ment in Concrete Structures via Fiber
Bragg Grating Sensors. Mechanical
Engineering, v.64, n.3, p.316-319, Adriana de Araújo
2009. Pesquisadora, Laboratório de Corrosão e
34. Fuhr, P.L. and Huston, D.R., Proteção do Instituto de Pesquisas
Corrosion detection in reinforced con- Tecnológicas - IPT
crete roadways and bridges via embed- Contato: aaraujo@ipt.br
ded fibre optic sensors, Smart
Materials Structures. 7, p.217-228, Zehbour Panossian
1998. Diretora de Inovação do IPT e professora
35. Wheat, H.G.; Liu, G. The Use of convidada do Departamento de
Fiber Optic Sensors in the Detection of Metalurgia e Materiais da EPUSP
Corrosion in Reinforced Concrete.
2009. Disponível em:
http://ma.ecsdl.org/content/
MA200901/14/686.full.pdf ".
Acesso em 24 fev. 2011.
36. Zhao, X.; GONG, P.; QIAO, G.;
LU, J.; LV, X.; OU, J. Brillouin

Notícias do Mercado

Tecnologia em protetivos anticorrosivos


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C & P • Março/Abril • 2014 33


Opinião51:Opinião40 4/29/14 5:30 PM Page 1

Opinião

David Akka

Seis dicas para integração de sistemas


Entenda perfeitamente o que se necessita hoje e o que será necessário amanhã,
para poder escolher as ferramentas mais relevantes

esistência a mudanças, ní- usarem seus próprios aparelhos e de usarem dos serviços de nuvem pri-
vel de riscos e investimen- vados. Isto requer mudança de pensamento para garantir os processos.
to necessário são apenas No caso de celulares, há uma série de maneiras de se conseguir isto,
algumas das razões pelas quais a desde adotar senhas, soluções MDM (Gerenciamento do Aparelho
maioria dos departamentos de Móvel) e recursos para o aparelho, até acesso seguro aos aplicativos
TI adiam os projetos de integra- através de controle. E, finalmente, garantindo que o dado que não
ção de sistemas. Porém, com a fique armazenado no aparelho.
mobilidade corporativa, a cola-
boração on-line e serviços em nu- 4. Ferramentas relevantes de integração
vem, há a necessidade de atuali- Entenda perfeitamente o que se necessita hoje e o que será neces-
zar os sistemas de forma segura e sário amanhã, para poder escolher as mais relevantes. Há dois tipos
eficiente. principais de ferramenta de integração: as de sincronização/atualiza-
Aqui estão seis dicas para se ção de dados; e as de integração baseada em processo. Ferramentas de
obter uma integração de sistemas terceiros têm a vantagem de estarem otimizadas, mas elas também
bem-sucedida. estão otimizadas para integrarem-se entre os conjuntos. Se você está
pensando em integrar tecnologia de fornecedores variados – ou quer
1. Contrate os líderes manter suas opções em aberto para o futuro –, vale a pena dar uma
Os gestores precisam serem olhada nas ferramentas independentes.
vistos como parceiros importan-
tes. Evite a cultura da culpa e 5. Monitoramento e gerenciamento de desempenho são cruciais
promova a visão estratégica do Resiliência, elasticidade, recursos de monitoramento e gerencia-
projeto, cooperação e resolução mento de desempenho são chaves adicionais para soluções de inte-
de problemas através dos gestores gração. A garantia de entrega de mensagens significa que o monitora-
e departamentos, debatendo as mento é vital. Se um sistema falha durante a transmissão, a ferramen-
complexidades com fornecedores ta de integração precisa reconhecer quando ela pode reenviar a men-
para que obstáculos possam ser sagem. Além disso, os recursos de monitoramento permitem que o
evitados. sistema armazene as transmissões que não puderam ser feitas e conce-
da recursos adicionais para lidar com picos de demanda repentinos.
2. Obtenha uma série de
pequenos sucessos 6. Justifique os custos
Projetos de integração são A integração não deve ser considerada como custo apenas, em
tipicamente complexos. O suces- função dos benefícios devido à recepção de dados em tempo real a fim
so depende da divisão do projeto de melhorar os processos de negociação. Eu trabalhei com uma grande
em pequenas etapas, onde cada seguradora de transporte que se beneficiou do uso de dados em tempo
possui um determinado valor. real para reduzir sua taxa de roubos e perdas, o que reduziu seus cus-
tos. Projetos de integração de sistemas podem ser os mais difíceis de
3. Certifique-se de tratar planejar, executar e gerenciar. Porém, quando simples diretrizes são
cada desafio de segurança seguidas, os riscos são minimizados e a empresa pode beneficiar-se da
As informações agora são tecnologia e dos aplicativos melhores.
acessíveis on-line e é vital deter-
minar quem e quando uma in -
formação pode ser acessada. Os David Akka
riscos de violação são ainda mai - CEO da Magic Software UK
ores em função dos funcionários Contato: davidakka@magicsoftware.com.br

34 C & P • Março/Abril • 2014


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