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O MERCADO DA ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E DA PERÍCIA

Palestra: PERÍCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS

Flávia Zoéga Andreatta Pujadas


Engenheira Civil, PG Perícias e Avaliações de Engenharia
Membro Titular do IBAPE/SP nº1099
Professional Member of Royal Instituto of Chartered Surveyors – RICS nº 6371506
Flávia Zoéga Andreatta Pujadas
archeo@uol.com.br
PERÍCIA – conceitos e definições

ABNT NBR 13752: Perícias de Engenharia na construção civil


"3.61 Perícia
Atividade que envolve apuração das causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos.”

Norma Básica para Perícias de Engenharia do IBAPE/SP (2015)


“Atividade técnica realizada com o propósito de averiguar e esclarecer
fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas que motivaram
determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos.”

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

ATIVIDADES BÁSICAS (ABNT NBR 13752)

“5.1 Atividades básicas

Correspondem às seguintes etapas:

a) vistoria e/ou exame do objeto da perícia;


b) diagnóstico dos itens objeto da perícia;
c) coleta de informações;
d) escolha e justificativa dos métodos e critérios periciais;
e) análise das ocorrências e elementos periciais;
f) soluções e propostas, quando possível e/ou necessário;
g) considerações finais e conclusões.”

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

ABNT NBR 13752

“4.3 Requisitos

4.3.1 Geral

4.3.1.1 Os requisitos exigidos em uma perícia estão diretamente


relacionados com as informações que possam ser extraídas. Estes
requisitos, que medem a exatidão do trabalho, são tanto maiores quanto
menor for a subjetividade contida na perícia.”

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

ABNT NBR 13752

“4.3.1.3 Os requisitos de uma perícia são condicionados à abrangência


das investigações, à confiabilidade e adequação das informações
obtidas, à qualidade das análises técnicas efetuadas e ao menor grau de
subjetividade emprestado pelo perito, sendo estes aspectos definidos
pelos seguintes pontos, quanto:

a) à metodologia empregada;
b) aos dados levantados;
c) ao tratamento dos elementos coletados e trazidos ao laudo;
d) à menor subjetividade inserida no trabalho.”

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

ABNT NBR 13752

“4.3.2 Requisitos essenciais


Um trabalho pericial, cujo desenvolvimento se faz através de
metodologia adequada, deve atender a todos os requisitos essenciais
de 4.3.2.1 a 4.3.2.3.
4.3.2.1 O levantamento de dados deve trazer todas as informações
disponíveis que permitam ao perito elaborar seu parecer técnico.
4.3.2.2 A qualidade do trabalho pericial deve estar assegurada quanto à:

a) inclusão de um número adequado de fotografias por cada bem


periciado, com exceção dos casos onde ocorrer impossibilidade
técnica;
b) execução de um croqui de situação;
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

ABNT NBR 13752

b) execução de um croqui de situação;


c) descrição sumária dos bens nos seus aspectos fisicos, dimensões,
áreas, utilidades, materiais construtivos, etc.;
d) indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos
encontrados.

4.3.2.3 Nas perícias judiciais torna-se obrigatória a obediência aos


requisitos essenciais, sendo que, no caso de avaliações, devem ser
obedecidos ainda os critérios das normas aplicadas à espécie, salvo no
caso de trabalhos de cunho provisório ou quando a situação assim o
obrigar, desde que perfeitamente fundamentado.

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

Norma Básica para Perícias do IBAPE/SP (20015)


“7.1 – Requisitos essenciais
7.1.1 – Levantamento e descrição de todos os elementos que permitam
ao perito fazer seu estudo e fundamentar sua convicção e conclusão
devendo constar, quando for cabível, a anamnese do caso, apresentada
cronologicamente, identificando as datas de ocorrência dos eventos,
relatório fotográfico e desenhos elucidativos.

7.1.2 – Análise e fundamentação, expostas de forma clara, objetiva,


inteligível, devendo contemplar tudo quanto necessário para o perfeito
entendimento da matéria, apoiadas em referências técnicas pertinentes,
dentre outras: normas técnicas, bibliografia, projetos, especificações,
memoriais, regulamentos, manuais, legislação, contratos,
cronogramas, orçamentos, pareceres especializados, ensaios, testes e
procedimentos técnicos consagrados.
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Requisitos

Norma Básica para Perícias do IBAPE/SP (20015)


7.1.3 – Quando for cabível, em função do objetivo, natureza e espécie
da perícia, deve-se:
7.1.3.1 – Verificar não conformidades com as prescrições das normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT pertinentes,
através de inspeção visual, testes e ensaios, quando forem
necessários.
7.1.3.2 – Caracterizar, classificar e quantificar a extensão de todas as
anomalias e danos observados, com todas as informações necessárias
e suficientes para permitir a respectiva estimativa dos custos de
reparação, distinguindo-se quando de origens distintas, tais como:
vícios construtivos; falhas de manutenção; avarias; mutilações,
decrepitude, etc.
7.1.3.3 – Identificar-se a relação de causa e efeito (nexo causal) das
ocorrências analisadas.”
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PERITO X PERITO JUDICIAL

“Perito - Profissional legalmente habilitado, idôneo e capacitado para


realizar uma perícia.” Norma Básica para Perícias do IBAPE/SP

“Profissional legalmente habilitado pelos Conselhos Regionais de


Engenharia, Arquitetura e Agronomia, com atribuições para proceder a
perícia.” ABNT NBR
13752

• PERITO DE ENGENHARIA OU ARQUITETURA É O PROFISSIONAL


HABILITADO E ESPECIALISTA NO ASSUNTO OU OBJETO DA
PERÍCIA.
• É O “EXPERT”
• POSSUI CONHECIMENTO TÉCNICOS SOBRE A MATÉRIA EM
DISCUÇÃO, ANÁLISE, VERIFICAÇÃO, AVALIAÇÃO.
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PERITO X PERITO JUDICIAL

• PERITO JUDICIAL É O PROFISSIONAL NOMEADO PELO JUÍZ DE


DIREITO EM PROVA PERICIAL NOS AUTOS DE UM PROCESSO.
• PORTANTO:
UM PROFISSIONAL NÃO É PERITO JUDICIAL
UM PROFISSIONA ESTÁ PERITO JUDICIAL, QUANDO NOMEADO PELO
MAGISTRADO PARA TAL FINALIDADE.

Norma Básica para Perícias do IBAPE/SP (2015)


“Assistente técnico - Profissional legalmente habilitado, indicado e
contratado pela parte para orientá-la, assistir os trabalhos periciais em
todas as fases da perícia e, quando necessário, emitir seu parecer
técnico.”
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LAUDO X PARECER X RELATÓRIO

“3.50 Laudo: Peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que


observou e dá as suas conclusões ou avalia, fundamentadamente, o
valor de coisas ou direitos.” ABNT NBR 13752

“Laudo – Documento técnico elaborado por profissional habilitado no


qual são relatadas constatações, análises e conclusões de perícias,
exames, vistorias e avaliações.” Norma Básica para Perícias do IBAPE/SP

“3.59 Parecer técnico: Opinião, conselho ou esclarecimento técnico


emitido por um profissional legalmente habilitado sobre assunto de
sua especialidade.” ABNT NBR
13752

Relatório: documento que relata fatos sem maiores descrições técnicas,


exames, ensaios, processos, procedimentos. Não emitir conclusões,
considerações, análises, avaliações, verificações de causas e/ou origens.12
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LAUDO X PARECER

No âmbito das PERÍCIAS JUDICIAIS:


LAUDO: documento escrito emitido pelo perito judicial (nomeado pelo
Juízo)
PARECER TÉCNICO: documento escrito emitido pelos assistentes
técnicos (peritos) indicados pelas partes nos autos do processo para
acompanhamento da Perícia Judicial.
Os Pareceres podem ser: Concordantes, Divergentes, Parcialmente
Concordantes ou Parcialmente Divergentes em relação ao Laudo emitido
pelo perito judicial. Trata-se, portanto, a opinião técnica do profissional
sobre o trabalho pericial e suas conclusões.
Não existem Relatórios no âmbito da Perícia Judicial, salvo se anexados ao
Laudo ou Parecer como peça complementar.

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PERÍCIA – tipologias gerais

VISTORIA

INSPEÇÃO

INSPEÇÃO PREDIAL

PERÍCIA ARBITRAMENTO
enquanto “gênero”
AVALIAÇÃO

EXAME

PERÍCIA

AUDITORIA
IBAPE/SP. “Perícias de Engenharia”
CONSULTORIA

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PERÍCIA – tipologias
Vistorias
“Constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos
elementos que o constituem” ABNT NBR 13752

“Constatação de um fato em imóvel, mediante exame circunstanciado e descrição


minuciosa dos elementos que o constituem, objetivando sua avaliação ou parecer sobre
o mesmo”
Glossárioa de terminologia IBAPE/SP

Inspeção
Acompanhamento pericial para a constatação de conformidades com projetos,
especificações, cronogramas, valores, custos, etc.

Inspeção Predial
“Avaliação combinada ou isolada dos aspectos técnicos, de uso e de manutenção da
edificação”
Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP, 2011

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PERÍCIA – tipologias

Arbitramentos
(nas atividades periciais está usualmente associado a uma Liquidação de Sentença)
“Atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre as alternativas
tecnicamente controvertidas ou que decorrem de aspectos subjetivos”
ABNT NBR 13752
Avaliações
“Análise técnica para determinação do valor de um bem e/ou a viabilidade de sua
utilização econômica para uma determinada finalidade situação e data”
ABNT NBR 14653-1
Exames
“Inspeção por meio de perito, sobre pessoa, coisas, móveis e semoventes, para
verificação de fatos ou circuntâncias que interessam à causa.”
ABNT NBR 13752/96
Perícias
“Atividade que envolve apuração das causas que motivaram determinado evento ou da
asserção de direitos.”
ABNT NBR 13752
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PERÍCIA – tipologias
Perícias
“Atividade técnica realizada com o propósito de averiguar e esclarecer fatos, verificar o
estado de um bem, apurar as causas que motivaram determinado evento, avaliar bens,
seus custos, frutos ou direitos.”
Norma Básica para Perícias do IBAPE/SP
Auditoria Técnica
Verificação de conformidades em relação aos aspectos técnicos, de uso, de
manutenção e de funcionalidade, perante projetos, manuais, memoriais, dentre outros
documentos que parametrizem o estado de desempenho. Determina responsabilidades
técnicas e orienta ações.

Consultoria
“Examinam a conveniência ou não da propositura das mais variadas demandas que
exigem pareceres, provas periciais, elaboração de quesitos, etc.; incluem-se também
todo e qualquer assunto técnico relacionado à avaliação de bens e perícias voltadas a
patologias das edificações que envolvam vistoria, diagnóstico, prognóstico e
profilaxia.”
IBAPE/SP. “Perícias de Engenharia”
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – conceitos básicos

As PERÍCIAS em EDIFICAÇÕES podem ser de diversas naturezas e


finalidades.
Ainda importante identificar se: judiciais, extrajudiciais ou
administrativas.

Nesse sentido, não confundir os procedimentos e diretrizes para cada


uma das perícias, o que dependerá de seu objeto, objetivo e finalidade.
Para cada caso há procedimentos próprios a serem observados e
normas específicas.

As perícias judiciais obedecem ritos processuais expressos no CPC e


devem atender as demandas especificadas pelas partes e pelo Juízo.
Normalmente, respondem aos quesitos formulados e visam esclarecer
pontos controvertidos fixados pelo Juízo. Tais situações inexistem nas
perícias extrajudiciais e/ou administrativas.
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – conceitos básicos

As perícias judiciais estão ligadas às ações judiciais, que dividem-se,


resumidademente, em:
PROCEDIMENTOS ORDINÁRIOS OU CAUTELARES.

As típicas ações ordinárias que envolvem prova relacionada à perícias


em edificações:
Indenizatórias
Obrigações de fazer
Cobrança
Execuções

Algumas das das ações cautelares que envolvem prova relacionada à


perícias em edificações:
Produções antecipadas de provas
Nunciação de obra (direito de vizinhança e outras)
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – conceitos básicos

As perícias extrajudiciais (enquanto “gênero”) podem possuir diversas


finalidades e objetivos, envolvendo:

- Recebimentos e entregas de obras;


- Apuração de danos e constatações do “estado da coisa" entre
vizinhos e outros;
- Vícios construtivos em geral;
- Depreciações;
- Apuração de danos devido a não conformidades contratuais e legais;
- Obrigações de fazer e de não fazer;
- Vistorias de espaços locáveis;
- Vistorias de vizinhança;
- Vistorias para acompanhamento de fases de obra; etc.

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VISTORIAS X PERÍCIAS

No caso das vistorias, ABNT NBR 13752 define como:

“Constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição


minuciosa dos elementos que o constituem”.

Escopos:

1. Análise de documentos preliminares;


2. Vistoria no local;
3. Registro das constatações com descrições minuciosas e técnicas;
4. Emissão de Laudo ou Parecer com conclusões (restritas à
abragengência).

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VISTORIAS X PERÍCIAS

Procedimentos técnicos para Recebimento e Entrega de Obras

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VISTORIAS X PERÍCIAS

“Esta norma estabelece diretrizes e requisitos mínimos a serem observados na


elaboração de trabalhos técnicos que tenham por propósito subsidiar a
formalização de procedimentos técnicos de entrega e recebimento de obras de
construção civil.”

“4. OBJETIVOS
Os trabalhos técnicos abordados e regulamentados pela presente norma devem ser
elaborados conforme o escopo contratado, e que podem considerar, entre outras,
os seguintes objetivos:

A) Identificar e caracterizar as anomalias e não conformidades existentes na


obra (concluída ou não), na data da vistoria, visando subsidiar ações corretivas.

B) Registrar o estado físico presente na obra (concluída ou não) com o propósito


de preservar a memória da situação existente na data da vistoria.”

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VISTORIAS X PERÍCIAS

ASPECTOS PRÁTICOS – SUGESTÃO DE METODOLOGIA

Para trabalhos com o objetivo de subsidiar eventuais correções ou listas de


pendências (check lists)

1. Coleta de dados e documentos da obra

2. Análise e estudo dos documentos técnicos disponíveis

3. Realização de Vistorias, que podem ser acompanhadas de representantes do


Incorporador e Construção, e do Condomínio

4. Durante as Vistorias, importante constatar:

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VISTORIAS X PERÍCIAS
4.1. Conformidades e Não conformidades. Observar que há casos em que as
divergências entre executado x projetado melhoram desempenho ou não alteram
padrões de qualidade previstos.

4.2. Anomalias construtivas que impactam no desempenho do sistema – VÍCIOS.

4.3. Se a edificação já estiver “em operação”, ou utilizada pelos adquirentes das áreas
privativas, importante observar se já existe algum tipo de falha ou interferência em
relação a área comum.

4.4. Realizar pequenos testes específicos: acionamento de bombas; acionamento dos


geradores e verificação de quadros de transferência; percussão em tubulações
aparentes; dentre outros.

5. Análise dos dados coletados na vistoria e comparações com dados de projeto,


memoriais, desempenhos previstos, etc.

6. Elaboração de Laudo de RECEBIMENTO / ENTREGA / CONCLUSÃO de obra.

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PERÍCIAS X INSPEÇÕES PREDIAIS

As perícias adminstrativas também podem ser classificadas como


perícias extrajudiciais, se considerada algumas finalidades e objetivos.
Se considerada a Perícia enquanto “gênero”, destaque merece a
INSPEÇÃO PREDIAL para essa tipologia das “perícias”.

No caso específico da INSPEÇÃO PREDIAL, esta não se classifica na


definição da Perícia de Engenharia como tipo de atividade. NÃO APURA
DANOS, ASSERÇÃO DE DIREITOS E RESPONSABILIDADES TÉCNICAS.

É o check up predial. Assim, importante não confundir a Perícia em


Edificações, propriamente dita, com a Inspeção Predial.

Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP, 2011 e


Cartilhas de Inspeção Predial do IBAPE/SP.
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PERÍCIAS X INSPEÇÕES PREDIAIS

A Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP (2011) define INSPEÇÃO


PREDIAL como:

“É a avaliação isolada ou combinada das condições técnicas, de uso e


de manutenção da edificação”.

A Inspeção Predial possui escopo definido e determinado. DEVE SER


REALIZADA POR METODOLOGIA ESPECÍFICA, descrita na Norma de
Inspeção Predial do IBAPE/SP ou Nacional.

TODAS AS ETAPAS DESCRITAS NA METODOLOGIA DEVEM SER


REALIZADAS, SALVO CONTRÁRIO NÃO É INSPEÇÃO PREDIAL.

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PERÍCIAS X INSPEÇÕES PREDIAIS

A metodologia da inspeção predial consiste no desenvolvimento das seguintes


etapas:
a) Anamnese da edificação com identificação de suas características
construtivas, idade, histórico de manutenção, intervenções, reformas e
alterações de uso ocorridas durante a vida útil;
b) Verificação e análise da documentação requisitada pelo inspetor para
realização do trabalho;
c) Vistoria da edificação de forma sistêmica, considerada a complexidade
das instalações existentes;
d) Classificação da origem das deficiências constatadas (itens
vistoriados e documentação analisada);
e) Classificação da prioridade das anomalias e falhas;

Eng. Civil Flávia Zoéga A. Pujadas


PERÍCIAS X INSPEÇÕES PREDIAIS

f) Recomendações técnicas para cada anomalia e falha de manutenção,


uso e operação constatadas;
g) Lista de prioridades com base no item e);
g) Avaliação da manutenção;
h) Avaliação do uso e
i) Redação e emissão de Laudo.
O desenvolvimento dos itens deverá ser planejado conforme o tipo da
edificação, consideradas suas características construtivas, qualidade
da documentação entregue ao inspetor e idade do edifício.
Da lista de prioridades podem derivar: planos de manutenção e
planos de reforma.

Eng. Civil Flávia Zoéga A. Pujadas


VISTORIAS X PERÍCIAS X INSPEÇÕES PREDIAIS

INSPEÇÃO PREDIAL PERÍCIA VISTORIA


- constatação predominantemente
- investiga anomalias para
visual, direcionada por "check list",
apuração de nexo causal - constatação visual
utilizando uma visão sistêmica da - apura danos minuciosa de um
Edificação. Possui metodologia
fato
Própria (ver norma específica).

- classifica anomalias e falhas em - apura a asserção de


quanto a origem e prioridades. direitos e
Apresenta orientações técnicas responsabilidades
- não indaga causas
- não objetiva asserção de direitos.
- relacionada a fato ou
Analisa as causas para
os Planos de reparos X Plano de evento específico
JUDICIAL ou JUDICIAL ou
Manutenção EXTRAJUDICIA
EXTRAJUDICIAL SEMPRE EXTRAJUDICIAL
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ASPECTOS PRÁTICOS
VISTORIA X PERÍCIA X INSPEÇÃO PREDIAL

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ASPECTOS PRÁTICOS
VISTORIA X PERÍCIA X INSPEÇÃO PREDIAL

VISTORIA
Fissuras mapeadas devido a possível retração da
argamassa de base do revestimento cerâmico. Segundo a
NBR 13749, Anexo A, as fissuras mapeadas podem ser
decorrentes de excesso de finos, excesso de
desempenhamento.
As fissuras apresentadas podem decorrer de erro no traço
da argamassa, tendo em vista que a mesma apresenta
pulverulência, além de destacamento cerâmico na interface
da argamassa colante e do emboço.
Provável presença de argila, o que causa absorção de água
e variações de volume.
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ASPECTOS PRÁTICOS: VISTORIA X PERÍCIA

Fissuras mapeadas devido a retração da argamassa de base PERÍCIA


do revestimento cerâmico. Segundo a NBR 13749, Anexo A,
as fissuras mapeadas são podem ser decorrentes de
excesso de finos, excesso de desempenhamento.
As fissuras apresentadas decorrem de erro no traço da
argamassa, tendo em vista os ensaios de recomposição de
traço e aderência, realizados pelo laboratórios XPTO.
(comentar dados dos ensaios e a relação com a anomalia)
Há presença de argila na composição do traço da
argamassa. Indica deficiência de qualidade no processo
construtivo, tal que a origem do problemas está na
execução. Caracteriza vício oculto e em caso de fachadas
com desplacamentos – defeito construtivo, pois envolve
questões de segurança aos usuários.
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ASPECTOS PRÁTICOS: VISTORIA X PERÍCIA
INSPEÇÃO PREDIAL
Descrição semelhante a feita na Vistoria
Metodologia própria e definida na Norma de Inspeção
Predial do IBAPE/SP, 2009.
Classificação prioridade / risco – crítico para fachadas e
para outros locais. Deve-se a analisar a perda de
funcionalidade do revestimento e seu desempenho, bem
como vida útil.
Recomendação técnica: contratar especialista para
proceder ensaio pertinentes (pode citar a norma e ensaios
de recomposição de traço, aderência, etc).
Indicar a possibilidade de substituição de revestimento
total, em função dos dados do especialista.
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos vícios

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos vícios

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos vícios

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos vícios

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Enga civil Flávia Zoéga Andreatta Pujadas
PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos falhas de
manutenção

Eng. Civil Flávia Zoéga A. Pujadas


PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos falhas de
manutenção

Eng. Civil Flávia Zoéga A. Pujadas


PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos falhas de
manutenção

Eng. Civil Flávia Zoéga A. Pujadas


PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – exemplos falhas de
manutenção

Eng. Civil Flávia Zoéga A. Pujadas


PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – outras definições

Vícios: “Anomalias que afetam DESEMPENHO de produtos ou serviços, ou os tornam


inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais
ao consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de execução, ou ainda da
informação defeituosa sobre sua utilização”.

Defeitos: “Anomalias que podem causar danos efetivos ou representar ameaça


potencial de afetar a saúde ou segurança do dono ou consumidor, decorrentes de
falhas do projeto ou execução de um produto ou serviço, ou ainda de informação
incorreta ou inadequada de sua utilização ou manutenção”.

Dano: “Ofensa ou diminuição do patrimônio moral ou material de alguém, resultante


de delito extracontratual ou decorrente da instituição de servidão. No CDC são as
consequências dos vícios e defeitos do produto ou serviço.”

Grifa-se
ABNT NBR 13752

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – conceitos básicos
CONFORMIDADE X NÃO CONFORMIDADE
Conformidade: atendimento a um padrão estabelecido (ISO 9001)
Parâmetros de avaliação de conformidade:
- Projetos e memoriais descritivos
- Plano de manutenção e seus registros (NBR 5674) / Manual do Proprietário e Síndico
(ABNT NBR 14037)
- Relatórios de manutenção diversos
- Procedimentos executivos e de qualidade
- Boletins técnicos de produtos e procedimentos, emitidos por laboratórios
- Dados de fabricantes de produtos / sistema / equipamentos / máquinas
- Normas técnicas da ABNT, e outras internacionais
NÃO CONFORMIDADE = ANOMALIA (irregularidade)
PARA ANOMALIA SER VÍCIO CONSTRUTIVO = PERDA DE DESEMPENHO
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Desempenho

DESEMPENHO: Comportamento em uso (ABNT NBR 15575-1)

Definições de desempenho baseiam-se nas exigências dos usuários

Conceitos previstos sobre as exigências dos usuários – Conseil


International du Bâtiment – CIB (1983), ISO 6241- Perfomance
standards in building – principles for their preparation and factor to be
considered (1984) e ABNT NBR 15575:2010

•Segurança: estrutural; contra o fogo; no uso e operação.


•Habitabilidade: estanqueidade; conforto: higrotérmico, acústico e lumínico;
saúde, higiene e qualidade do ar; funcionalidade e acessibilidade;
•Sustentabilidade: durabilidade; manutenabilidade; adequação ambiental

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Desempenho

SEGURANÇA HABITABILIDADE SUSTENTABILIDADE


estrutural estanqueidade durablidade
contra o fogo desempenho térmico manutenibilidade
no uso desempenho acústico impacto ambiental
na operação desempenho lumínico
saúde, higiene e qualidade do ar
funcionalidade
acessibilidade
conforto táctil
conforto antropodinâmico

Exigências dos usuários (vermelho) previstas antes da ABNT NBR 15575 (2013): Conseil
International du Bâtiment – CIB de 1983 e na ISO 6241: Perfomance standards in building –
principles for their preparation and factor to be considered de1984.
A ABNT NBR 5674 (2012) – remete à ABNT NBR 15575 (2008 e atualmente sua revisão de
2012)
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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Desempenho

REFORMA / SUBSTITUIÇÃO
DE SISTEMA

FUNCIONALIDADE

SEGURANÇA

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Laudos

ABNT NBR 13752


ITEM 6. Apresentação de laudos

“6.1 A apresentação de laudos deve obedecer às prescrições desta Norma.

6.2 Na apresentação de laudos deve constar, obrigatoriamente, o seguinte:

a) indicação da pessoa física ou jurídica que tenha contratado o trabalho e do


proprietário do bem objeto da perícia;
b) requisitos atendidos na perícia conforme 4.3;
c) relato e data da vistoria, com as informações relacionadas em 5.2;
d) diagnóstico da situação encontrada;
e) no caso de perícias de cunho avaliatório, pesquisa de valores, definição da
metodologia, cálculos e determinação do valor final;
f) memórias de cálculo, resultados de ensaios e outras informações relativas à
sequência utilizada no trabalho pericial;
g) nome, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do perito de
engenharia.”

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Laudos

DICAS GERAIS

•Fotos claras e bem identificadas


•Cuidado com fotos com mais de uma anomalia / falha, deve-se
sempre comentar a deficiência vista no primeiro plano da foto e citar
que a outra será comentada adiante, salvo se forem “consequente”
•Não “esquecer” de comentar anomalias / falhas consequentes, bem
como danos decorrentes
•Usar canetas, réguas, chaves de fenda para apontar ou dar noções
de tamanho ou distância
•Usar o fissurômetro
•Posição do jornal do dia na foto – cuidado: não deixe que o jornal
seja o plano principal da foto

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Laudos

O Laudo judicial deve observar as seguintes características:


- NÃO FAZER RESUMO DOS AUTOS ou comentar aspectos jurídicos. Resumir
apenas o que é de interesse à Perícia.
- Ser resultado de uma perícia e ter fundamentação e ter conclusão
- Descrever as diligências e as análises
- Ter ilustrações para facilitar entendimentos, além de fotografias - anexos
- Responder aos quesitos do juízo e das partes, sem laconismos,
fundamentado em seu laudo e suas conclusões, com franqueza e
objetividade.
- Os QUESITOS dão as diretrizes para a realização do laudo, pois através das
respostas, as partes desenvolverão ou comprovarão ao juízo que suas teses
estão corretas, além do próprio juízo ter suas dúvidas esclarecidas

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PERÍCIA EM EDIFICAÇÕES – Laudos

O Laudo judicial deve observar as seguintes características:


- NÃO FAZER RESUMO DOS AUTOS ou comentar aspectos jurídicos. Resumir
apenas o que é de interesse à Perícia.
- Ser resultado de uma perícia e ter fundamentação e ter conclusão
- Descrever as diligências e as análises
- Ter ilustrações para facilitar entendimentos, além de fotografias - anexos
- Responder aos quesitos do juízo e das partes, sem laconismos,
fundamentado em seu laudo e suas conclusões, com franqueza e
objetividade.
- Os QUESITOS dão as diretrizes para a realização do laudo, pois através das
respostas, as partes desenvolverão ou comprovarão ao juízo que suas teses
estão corretas, além do próprio juízo ter suas dúvidas esclarecidas

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Norma Básica para Perícia de Engenharia do IBAPE/SP (2015)


Procedimentos Técnicos para Recebimento e Entrega de Obras – IBAPE/SP (2014)
Norma para Vistoria de Vizinhança – IBAPE/SP (2012)
ABNT NBR 13752 (1996): Perícias de Engenharia na Construção Civil
ABNT NBR 5671 (1990): Participação dos intervenientes em serviços e obras de
engenharia e arquitetura
ABNT NBR 14037 (2011): Manual de Operação, Uso e Manutenção das edificações –
Conteúdo e Recomendações para elaboração e apresentação
ABNT NBR 15575 (2013): Desempenho de edificações (partes de 1 a 6)
ABNT NBR 5674 (2012): Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de
gestão de manutenção
ABNT NBR 16280 (2014): Reforma de edificações – Requisitos para o sistema de
gestão de reforma

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ISO 6241(1984): Perfomance standards in building – principles for their preparation


and factor to be considered
BS 7453: Guide to durability of buildings elements, products and components
Glossário de Terminologia do IBAPE/SP
Monografias realizadas por alunos dos cursos de pós graduação em perícias de
engenharia e avaliações (disponíveis na Biblioteca do IBAPESP)
Anais e trabalhos apresentados nos COBREAPS - Congressos Brasileiros de
Engenharia de Avaliações e Perícias.
IBAPE/SP. Perícias de Engenharia. 1ª ed. São Paulo: PINI, 2006
DEL MAR, Carlos Pinto. Falhas, Responsabilidades e Garantias na Construção Civil. 1a
ed. São Paulo: PINI / Método, 2007
DEL MAR, Carlos Pinto.
GRANDISKI, Paulo. Problemas Construtivos I – Aspectos Técnico-Legais, 2012

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

MEIRELES, Hely Lopes. Direito de Construir. 11a ed. São Paulo: Malheiros, 2013
NETO, Jerônimo Cabral Fagundes. Perícias de Fachadas em Edifícios – Pintura. 1ª ed.
São Paulo: Editora Leud, 2008
THOMAZ, Ércio. Trincas em edifícios. 1ª ed. São Paula: IPT-EPUSP-PINI, 2002

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