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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB


CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT
PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO
PROFESSOR ORIENTADOR: RICARDO HUBNER
ACADÊMICO: BRUNNO BORGES PEREIRA

GESTÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO,


COM BASE NOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS E PREVENÇÃO DE
ACIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PROFISSIONAL

BLUMENAU, SETEMBRO DE 2015.


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BRUNNO BORGES PEREIRA

GESTÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO,


COM BASE NOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS E PREVENÇÃO DE
ACIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PROFISSIONAL

Monografia apresentada à Banca da


especialização do curso de Pós - graduação da
Universidade Regional de Blumenau - FURB, para a
obtenção do título de especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho.
Orientador: Msc. Eng. Ricardo Hubner

BLUMENAU, SETEMBRO DE 2015.


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BRUNNO BORGES PEREIRA

GESTÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO,


COM BASE NOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS E PREVENÇÃO DE
ACIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PROFISSIONAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO APROVADO COM CONCEITO ________, NO CURSO DE


PÓS-GRADUAÇÃO EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DE TRABALHO, PROMOVIDO PELA UNIVERSIDADE REGIONAL DE
BLUMENAU - FURB.

_________________________________________________
Presidente: Prof. Msc. Eng. Ricardo Hubner - Orientador, FURB.

_________________________________________________
Membro: Profª. Viviane Alexandra Machado Saragoça, Msc., FURB

_________________________________________________
Membro: Prof. Ademar Cordero, Dr., FURB

Blumenau, 21 de Setembro de 2015.


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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


APR – Avaliação Preliminar de Riscos
Avaliação de riscos - processo global de estimar a magnitude dos riscos, e decidir se um
risco é ou não tolerável (OHSAS 18001:1999).
CA – Certificado de Aprovação
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CT – Comissão tripartite
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho
ISO – International Organization for Standardization
LER – Lesão por Esforço Repetitivo
LOTO – Lock Out and Tag Out
LTCAT – Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho
NBR – Normas Técnicas Brasileiras
NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health
OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Series
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos
Resíduo – Qualquer coisa que não tenha mais uso, para o gerador ou possuidor da mesma
e que é descartada ou liberada para o meio ambiente (NBR ISO14050:2000).
Risco - Combinação da probabilidade de ocorrência e da consequência de um determinado
evento perigoso (OHSAS 18001:1999).
RTP – Recomendação Técnica de Procedimentos
SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
SGA - Sistema de Gestão Ambiental
SST - Saúde e segurança no trabalho
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

1.1. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 8

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 8

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 8

2. SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................................................... 11

2.1 LEGISLAÇÃO SOBRE ACIDENTE DE TRABALHO .............................................. 11

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS ......................................................................... 13

2.2.1 Riscos Ambientais – NR – 9 ...................................................................................... 15

2.2.2 Proteções em máquinas e equipamentos - NR – 12.................................................... 15

2.2.3 Ergonomia - NR – 17 ................................................................................................. 16

2.2.4 Proteção Contra Incêndios - NR – 23 ......................................................................... 17

2.2.5 Resíduos Industriais - NR – 25 ................................................................................... 17

2.2.6 Sinalização de Segurança - NR 26 ............................................................................. 18

2.2.7 Trabalho em altura - NR 35 ........................................................................................ 19

2.3 GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO.......................................................... 21

3. GESTÃO AMBIENTAL ................................................................................................. 22

3.1 DEFINIÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL .................................. 22

3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ..................................................................................... 25

3.3 RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................................... 27

3.5 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................. 27

3.4 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................................... 29

4. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA - SGI ............................................................... 31

5. PROCESSO DE FABRICAÇÃO MECÂNICA ............................................................. 32

6. ESTUDO DE CASO ....................................................................................................... 33


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6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE ..................................................... 35

6.2 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO MECÂNICA ....................... 39

6.3 DESCRIÇÕES DO AMBIENTE E ANÁLISE DOS RISCOS ..................................... 42

6.3.1 Arranjo Físico ............................................................................................................. 42

6.3.2 Riscos Físicos ............................................................................................................. 45

6.3.3 Ruído .......................................................................................................................... 46

6.3.5 Iluminação .................................................................................................................. 48

6.3.6 Instalações Elétricas ................................................................................................... 49

6.4 - MEDIDAS DE CONTROLE ...................................................................................... 51

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 54

8. REFÊRENCIAL BIBLIOGRÁFICO .............................................................................. 57

ANEXO I - COMPILAÇÃO ILUMINAMENTO – LAB. DE USINAGEM. .................... 58

ANEXO II - MEDIÇÃO DE RUÍDO E CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO. ................ 59

ANEXO III - MAPA DE RISCOS ...................................................................................... 60


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INTRODUÇÃO

Esta monografia objetiva desenvolver um sistema integrado de identificação e


análise de aspectos e impactos ambientais para minimização de riscos de segurança do
trabalho, em uma escola do Senai com aproximadamente 600 alunos e 30 colaboradores, o
estudo visa estabelecer procedimentos e equipamentos de proteção individuais e coletivos
para a maximização da segurança no laboratório de metal mecânica. Ao abordar riscos de
acidentes em uma instituição de ensino técnico se procurou identificar os processos
produtivos que possuem maiores chances de ocorrência de acidentes, a fim de estabelecer
medidas de minimização de danos, tantos aos alunos quanto aos docentes.
Historicamente o homem ao evoluir passou a manipular cada vez mais
substâncias de origem animal, vegetal e mineral, aprendendo que algumas delas produzem
efeitos patológicos, portanto a presença de substâncias diversas no ambiente de trabalho
agrava os riscos de doenças ocupacionais. Em 2360 a.C os egípcios descreveram no papiro
Seller II a primeira representação detalhada de diversos ambientes de trabalho. Desta
maneira entende-se que o trabalho é fonte de lesões, adoecimento e morte, é fato e
conhecido desde a antiguidade. São raras, mas há citações de acidentes de trabalho em
diversos documentos antigos, menção a um deles no novo testamento de Lucas (o
desabamento da torre de Siloé), no qual faleceram dezoito trabalhadores.
O processo de ensino aprendizagem dos cursos técnicos em mecânica demanda
carga horária de 50% a 60% de aulas práticas, assim sua duração mínima requer 2 (dois)
anos contemplando 1620 horas. Os alunos passam no mínimo 810 horas em laboratórios
didáticos simulando processos de trabalho. O curso técnico em mecânica trata de
atividades como dimensionamento e fabricação de componentes mecânicos, montagem de
equipamentos e manutenção de máquinas produtivas. Portanto durante o curso há riscos de
acidentes devido à inexperiência dos acadêmicos, baseado nesta constatação, foi elaborado
um estudo de aspectos e impactos ambientais, bem como levantamento dos riscos; físico,
químico, biológico e ergonômico, visando minimizar os efeitos e garantir um ambiente de
trabalho com excelência em segurança do trabalho e meio ambiente.
A engenharia de segurança do trabalho vem de encontro à qualidade de vida e
produtividade do trabalhador, seja aplicada uma atividade didática ou laboral. É de suma
importância analisar e identificar aspectos e impactos ambientais para assim antecipar
situações e definir um plano de emergência, baseado na mitigação dos elementos de risco.
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1.1. OBJETIVO GERAL

Desenvolver um sistema integrado de gestão ambiental e de segurança do trabalho


ao identificar, analisar e avaliar os riscos de acidentes, aspectos e impactos ambientais de
um processo de fabricação, da área de metal mecânica em uma escola profissionalizante de
médio porte na cidade de Schroeder, Santa Catarina.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar os riscos de acidentes nos processos produtivos para assim classificar o


grau associado um processo produtivo técnico didático, desenvolvido no curso Técnico em
Mecânica.

• Elaborar uma planilha eletrônica para identificação de aspectos e impactos


ambientais e riscos de acidentes, no processo fabricação, ao analisar o uso de um
fluxograma de fabricação mecânica.

• Avaliar os principais processos e os riscos associados para assim gerar


procedimentos que minimizem os impactos ambientais e de riscos de acidentes de trabalho
no laboratório de usinagem.

1.3 JUSTIFICATIVA

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 2,34 milhões de


pessoas morrem a cada ano em acidentes de trabalho e doenças, indicando que cerca de
dois (2) milhões dessas mortes seriam causadas por doenças relacionadas ao trabalho.
Informações do Anuário Brasileiro de Proteção 2015, que utiliza os dados do Anuário
Estatístico da Previdência Social, mostram que no ano de 2013 no Brasil foram 717.911
acidentes no total, 2.814 óbitos e 16.121 incapacidades permanentes (Fonte:
http://portal.mte.gov.br/imprensa/). Além dos acidentes de trabalho as doenças
ocupacionais estão diretamente ligadas à gestão ambiental, uma vez que controlando os
agentes nocivos minimizam-se as contaminações e os riscos associados.
A legislação federal brasileira foi voltada para a preservação do meio ambiente
no início da década de 80, no entanto, temos ainda graves problemas ambientais assim
como o restante do mundo. A situação é crítica uma vez que todas as atividades
econômicas de alguma forma acabam provocando impactos no meio ambiente. As
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empresas são responsáveis pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de


proteção e segurança da saúde do trabalhador, devem informar os riscos de operação dos
produtos manipulados.
Assim, a gestão ambiental é de suma importância para a sobrevivência das
empresas, através dela se assegura o cumprimento da legislação atual, evitando multas e
reduzindo desperdícios de água e eletricidade, a fim de preservar os recursos financeiros e
naturais. O Sistema de Gestão Ambiental – SGA é uma metodologia que consiste na
identificação e análise de riscos ambientais, que conforme a NBR ISO 14001 é parte do
sistema de gestão global que inclui a estrutura organizacional, planejamento,
responsabilidades, práticas, processos e recursos para desenvolver, programar, atingir,
analisar criticamente, e manter a política ambiental.
O método de identificação dos aspectos e impactos ambientais de acordo com o
que determina a NBR ISO 14001 deverá estabelecer e manter procedimentos para:
monitorar e medir as operações e atividades que possam causar impactos ambientais;
impactos significativos ao meio ambiente; avaliar, periodicamente, o cumprimento a leis e
regulamentos; manter e calibrar os equipamentos de acordo com os procedimentos.
Para levantamento e classificação de riscos de segurança, utiliza-se neste trabalho
um modelo adaptado do órgão executivo de segurança e saúde do Reino Unido, que se
divide nas seguintes etapas: identificar os perigos; determinar os trabalhadores que podem
ser expostos a eles; avaliar os riscos quantitativamente e prever as ações para controle (EPI
e EPC); registrar os resultados e implementar as ações; rever a avaliação e atualizar se
necessário.
Somente com as ações de segurança voltadas a minimização de riscos de
acidentes, assegura-se também o cumprimento de metas ambientais, pois ambas as áreas
estão diretamente ligadas, tomando como exemplo um acidente físico; o rompimento de
uma válvula de gás inflamável pode desencadear um incêndio e posterior contaminação
ambiental. Ainda assim os agentes nocivos são graduados como insalubres ou perigosos
dependendo de sua consequência na saúde ou na vida do empregado, são cabíveis de
tratamentos específicos, limites de tolerância, adicionais salariais, equipamento de proteção
individual e equipamento de proteção coletiva, adequados para que tais riscos sejam
amenizados e que possíveis acidentes evitados.
Tais tratamentos são normatizados pelo MTE através das normas
regulamentadoras, cada uma delas por traçar diretrizes e parâmetros tanto para o
empregador, empregado, bem como para os órgãos envolvidos, como delegacias do
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trabalho, engenheiros, médicos e técnicos do trabalho voltados para planejar, documentar e


organizar, estruturar, criar procedimentos, limites e assegurar aos trabalhadores um
ambiente confortável saudável, que tenha segurança e higiene suficientes para que sua
saúde física, mental e psicológica seja protegida e sua morte seja evitada.
Seguindo uma tendência natural de unificação de gestão de acidentes e gestão
ambiental, através do sistema de gestão integrado as empresas obtém uma ampla
ferramenta para estabelecimento de ações, distribuição de metas e integração para
racionalização dos recursos, mantendo requisitos mínimos a fim de conduzir as melhorias
visando atingir seus objetivos.
Com o método de identificação de aspectos ambientais procurou-se classificar as
relações entre os processos produtivos para realizações das atividades na organização e os
impactos ambientais gerados, deste jeito tornando o gerenciamento mais eficaz auxiliando
também na prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Percebe-se uma
carência didática de um método específico com critérios detalhados para identificação dos
riscos de acidentes de trabalho, através desta constatação procura-se desenvolver um
modelo de estudo para integrar duas áreas tão interligadas como riscos de acidentes e
impactos ambientais e assim orientar um estudo mais específico e aplicado.
De um modo geral todos os acidentes de trabalho e riscos ambientais são
possíveis de prevenir, primeiramente com o reconhecimento, depois com a avaliação e por
fim gerando medidas de controle. Assim este trabalho visa cumprir estes três pilares da
prevenção em engenharia de segurança do trabalho utilizando uma proposta de avaliação
da aplicabilidade de um método de avaliação de impactos ambientais na classificação de
riscos de acidente de trabalho.
A metodologia de avaliação ambiental é um instrumento de ajuda à concepção de
projetos, utiliza-se do critério ambiental como elemento de mesmo valor técnico e
econômico e não deve ser desenvolvida somente depois do projeto pronto, mas
paralelamente às fases de concepção e sucessivo detalhamento, para definitivamente
prevenir e reduzir os impactos ambientais de uma organização.
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2. SEGURANÇA DO TRABALHO

Conforme Barsano (2014) a segurança do trabalho é a ciência que estuda as


possíveis causas dos acidentes e incidentes no período da atividade laboral. Já MATTOS et
al., (2011) defini o objetivo da segurança do trabalho é de identificar os fatores de riscos
que levam à ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, avaliar seus efeitos na saúde
do trabalhador e propor medidas de intervenção técnica.
De acordo com a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, em seu artigo 184
determina que todas as máquinas e equipamentos sejam dotados dos dispositivos
necessários para a prevenção de acidentes de trabalho.
Decreto nº 1.255, de 29 de setembro de 1994, promulgador da Convenção nº 119
da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional
desde 16 de abril de 1993, que proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição
e utilização de máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados. Abaixo
se evidencia o ranking de dados do Brasil na área de segurança do trabalho:

 4º em acidentes de trabalho fatais (El Salvador, Coreia e Índia);


 15º em acidentes gerais;
 83 acidentes a cada hora;
 3,5 mortes ao dia;
 2,3 % PIB destinados a custos relativos a acidentes (2009);
 R$ 14 Bilhões – Anuais em aposentadorias antecipadas através de acidentes de
trabalho.
Fonte: NR12, Sem mistério, CIESP - 2009 - Del Vecchio, Marcelo.
A abordagem holística da segurança do trabalho é outra forma em que
visualizamos os acidentes. Nela percebe-se que o acidente teve uma única e exclusiva
origem, mas foi gerado pela interação simultânea de diversos fatores.

2.1 LEGISLAÇÃO SOBRE ACIDENTE DE TRABALHO

De acordo com a Lei 8213, que rege desde 1991 o acidente do trabalho no Brasil,
o artigo 19 considera:

“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho


a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou
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perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o


trabalho.”

De acordo com Art. 2º da Lei nº 6.367, de 19/10/1976. Pode ser típico, de trajeto,
doença do trabalho ou profissional. Em caso de afastamento, o dia do acidente de trabalho
e os quinze dias subsequentes são pagos pelo empregador e o auxílio doença começa a ser
pago pela previdência social a partir do 16º dia ao afastamento. Assim a empresa é
responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança
da saúde do trabalhador, bem como deve dispor os riscos s ao trabalhador quanto ao
manuseio e operação de produtos.
Criado em novembro de 1930, logo após a vitória da revolução de 30, o
ministério do trabalho, indústria e comércio foi organizado em fevereiro do
ano seguinte (decreto no 19.667/31). Nos anos posteriores (1932-1933) foram
criadas as inspetorias regionais e as delegacias do trabalho marítimo, sendo
que as primeiras passaram a ser denominadas delegacias regionais do trabalho
(DRT) em 1940. Em 1960, com a criação do ministério da indústria e comércio,
passou a ser denominado ministério do trabalho e previdência social (MTPS),
já que, naquela época, as caixas de aposentadorias e pensões dos empregados
privados estavam sob a subordinação desse ministério.
A atual estrutura regimental do MTE foi dada pelo decreto no 5.063, de
3 de maio de 2004, tendo como competência as seguintes áreas:
• política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao trabalhador;
• política e diretrizes para a modernização das relações do trabalho;
• fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, bem como aplicação das sanções
previstas em normas legais ou coletivas;
• política salarial;
• formação e desenvolvimento profissional;
• segurança e saúde no trabalho;
• política de imigração;
• cooperativismo e associativismo urbanos.
Através da promulgação da constituição federal de 1988, efetivamente as leis,
decretos e normas garantem os direitos trabalhistas baseado em preceitos de segurança do
trabalho. Nos dias atuais encontramos nas normas originadas do poder legislativo, força de
leis, bem como decretos, regulamentos, regimentos internos, portarias, instruções e
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resoluções, advindas do poder executivo por seus representantes. Assim o estado


organizado entre a legislação trabalhista e previdenciária procura regulamentar as
atividades econômicas e profissionais entre empregadores, empregados, clientes e
fornecedores.
O Brasil é um dos estados que integra a organização internacional do trabalho
(OIT), que através de suas convenções formula normas que são ratificadas por vários
estados membros. A OIT exerce um importante papel na segurança do trabalho, pois
objetiva oportunidade de trabalho de qualidade, em condições de liberdade, equidade,
segurança e dignidade humana.
Para inicio de entendimento todo risco é uma condição que apresenta potencial
para causar danos. Esses danos geram lesões a pessoas, quebras de equipamentos ou
estruturas, perda de material em processo ou redução da capacidade de desempenho de
uma função predeterminada. A engenharia de segurança do trabalho visa identificar esses
riscos, bem como minimizar os danos e desenvolver estudos para controle.
O levantamento de dados quanto à segurança do trabalho visa estabelecer
iniciativas de como evitar acidentes, utilizar corretamente as máquinas conforme a NR-12,
evitar o risco de choque elétrico segundo NR-10 e utilizar EPI e EPC corretamente de
acordo com a NR-6. A melhoria continua é de vital importância para a sobrevivência das
empresas e órgãos públicos, funcionários saudáveis produzem com maior eficiência, desta
maneira, investir em segurança é minimizar custos e prejuízos decorrentes de acidentes e
afastamento de trabalho.

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS

As normas regulamentadoras são instrumentos legais editados pelo Ministério do


Trabalho e Emprego que regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos
obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho no Brasil, elas norteiam as
obrigações dos estabelecimentos de qualquer natureza (regidos pela CLT) em relação à
saúde e segurança do trabalhador. São de observância obrigatória por todas as empresas
brasileiras regidas pela (CLT).
Seu descumprimento poderá resultar em notificação, autuação, interdição ou
embargo e penalidades de ambiente especifico ou do estabelecimento inteiro e, também,
em ações regressivas (Lei 8.213 / 91) por parte do INSS.Através da portaria nº 6.514 de 08
de junho de 1978, aprovou-se as normas regulamentadoras do capítulo V, título II, da CLT
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relativas à segurança e medicina do trabalho, as quais são à base do profissional da área, e


atualmente dispõem de 36 itens divididos nos seguintes itens:
NR 1 Disposições Gerais
NR 2 Inspeção Prévia
NR 3 Embargo e Interdição
NR 4 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT
NR 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
NR 6 Equipamento de Proteção Individual – EPI
NR 7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO
NR 8 Edificações
NR 9 Programa de Controle de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
NR 10 Segurança em Instalações e Serviço em Eletricidade
NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
NR 13 Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 Fornos
NR 15 Atividades e Operações Insalubres
NR 16 Atividades e Operações Perigosas
NR 17 Ergonomia
NR 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 19 Explosivos
NR 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR 21 Trabalho a Céu Aberto
NR 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 Proteção contra Incêndios
NR 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 Resíduos Industriais
NR 26 Sinalização de Segurança
NR 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho
NR 28 Fiscalização e Penalidades
NR 29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
NR 31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e
Aquicultura.
NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde
NR 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
NR 34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval
NR 35 Trabalho em Alturas
NR 36 Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados

Quadro 1- Normas Regulamentadoras vigentes.


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É importante destacar as alterações das NR-7 e NR-9 nas portarias 24 e 25 de 29


de dezembro de 1994 pelo ministério do trabalho e emprego que alteraram estas normas
instituindo padrões mínimos exigidos pela legislação trabalhista para o PCMSO e para o
PPRA.
A seguir elaborou-se um breve resumo de citação das NR’s mais detalhadas para
posterior revisão também de sistema de gestão integrado e processos de fabricação
mecânicos. Procura-se evidenciar mais os detalhes de cada norma para aprimoramento na
gestão da segurança, através de medidas e procedimentos de segurança vistos
posteriormente.

2.2.1 Riscos Ambientais – NR – 9

De acordo com essa norma que trata do Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais (PPRA), os ambientes de trabalho estão expostos aos seguintes riscos:
Físicos: as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, infrassom e ultrassom.
Biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc.
Químicos: substâncias, compostos ou produtos que possa penetrar no organismo
por via respiratória, na forma de poeira, fumo, nevoa, neblina, gás ou vapor, ou que, pela
natureza da atividade de exposição, possam ter contato com o organismo ou ser absorvidos
por ele através da pele ou por ingestão.
• Fumos: são partículas sólidas com diâmetro menor que 1 mm.
• Poeiras: são partículas sólidas com diâmetro maior que 1 mm.
• Névoas: são partículas líquidas suspensas no ar.

2.2.2 Proteções em máquinas e equipamentos - NR – 12

Esta norma visa definir parâmetros de segurança na operação de máquinas e


equipamentos, assim estabelece requisitos mínimos na instalação das máquinas e
equipamentos utilizados nas empresas;
Quanto ao acionamento as máquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de
operação e parada localizados de modo que seja acionado ou desligado pelo operador na
sua posição de trabalho ou por outra pessoa, e que não possa ser acionado ou desligado
involuntariamente pelo operador ou de forma acidental.
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As máquinas e os equipamentos que utilizarem energia elétrica devem possuir


chave geral em local de fácil acesso e acondicionada em caixa que evite o seu acionamento
acidental e proteja as suas partes energizadas. Devem ter suas transmissões de força
enclausuradas dentro de sua estrutura ou devidamente isoladas por anteparos adequados.
Os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeção somente podem ser executados com
as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à sua realização.
A manutenção e inspeção somente podem ser executadas por pessoas
devidamente credenciadas pela empresa.
É obrigação da empresa, fornecer gratuitamente aos empregados os EPI’s
adequados aos riscos ambientais, sempre que: as medidas de proteção coletivas necessárias
forem tecnicamente inviáveis; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e para atender as situações de emergência.
É dever do empregador, adquirir o tipo de EPI com Certificado de Aprovação
(CA) adequado a atividade do trabalhador; treinando-o sobre o seu uso e obrigatoriedade,
além de oferecer possibilidade de troca e manutenção periódica.
O empregado tem o dever de usar o EPI, responsabilizando-se por sua guarda e
conservação. Também o empregador deve ter uma ficha datada e assinada pelo trabalhador
comprovando o recebimento do(s) EPI(s). A recusa por parte do trabalhador em usar o(s)
EPI(s) é passível de penalidades conforme a legislação.

2.2.3 Ergonomia - NR – 17

Estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às


características psico fisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de manual de cargas, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições
ambientais do posto de trabalho e a própria organização do trabalho. A análise ergonômica
do trabalho deve descrever as exigências do trabalho ao homem, como posturas e
movimentos.
Todo trabalhador designado ao transporte manual regular de cargas (exceto os
leves) devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de
executar o trabalho. O peso máximo que um empregado pode remover individualmente é
60 kg (sessenta quilogramas), ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.
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O mobiliário deve ser adaptado às características antropométricas da população e


a natureza do trabalho. Sempre que este puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para essa posição. A organização do trabalho deve
levar em consideração as normas de produção, o modo operatório, a exigência de tempo, a
determinação do conteúdo de tempo, o ritmo de trabalho e o conteúdo das tarefas.
Cabe ao empregador solicitar a análise ergonômica do trabalho, avaliando a
adaptação das condições de trabalho às características psico fisiológicas dos trabalhadores.
Outros aspectos importantes referem-se aos posicionamentos dos mobiliários e
dos equipamentos nos postos de trabalho, incluindo as condições de conforto ambiental no
que diz respeito aos níveis de ruído de acordo com a NBR 10152, o índice de temperatura
efetiva, a velocidade do ar e a umidade relativa do ar.
Outras condições a serem respeitadas são:
• Índice de temperatura efetiva entre 20 C e 23 C;
• Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
• Umidade relativa do ar não inferior a 40%.

2.2.4 Proteção Contra Incêndios - NR – 23

Esta norma estabelece as medidas de proteção contra incêndios nos locais de


trabalho. As empresas devem possuir: proteção contra incêndio, saídas suficientes para a
rápida retirada do pessoal em serviço, equipamentos suficientes para combater o fogo em
seu início e pessoas treinadas no uso correto desses equipamentos.
As empresas devem formar Brigadas de Incêndio capazes de combater princípios
de incêndios e de orientar quanto ao abandono do prédio. Os extintores deverão ser
colocados em locais de fácil visualização e acesso, e devem obedecer às normas brasileiras
ou regulamentos técnicos do Inmetro.
Os extintores devem ser apropriados à classe de fogo a extinguir. Atenção: os
exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos periodicamente.
As empresas com mais de 50 empregados devem possuir sistema de proteção de
combate a incêndio através de hidrantes.

2.2.5 Resíduos Industriais - NR – 25

Esta norma trata das coletas e descartes dos resíduos industriais sólidos, líquidos e
gasosos. Os resíduos líquidos e sólidos produzidos por processos e operações industriais
18

deverão ser convenientemente tratados e/ou dispostos e/ou retirados dos limites da
indústria, de forma a evitar riscos a saúde e a segurança dos trabalhadores.
O lançamento ou disposição dos resíduos sólidos e líquidos de que trata esta
norma nos recursos naturais - água e solo - se sujeitarão às legislações pertinentes nos
níveis federal, estadual e municipal. Qualquer material inflamável como tintas e solventes
não poderá ser jogado na rede de esgoto.

2.2.6 Sinalização de Segurança - NR 26

As cores a serem utilizadas para sinalização e identificação são:


Vermelho para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e
combate a incêndio.
Amarelo para indicar "Cuidado".
Branco para indicar áreas de armazenagem e zonas de segurança, entre outras.
Preto para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta
viscosidade.
Azul para indicar "Cuidado" a avisos contra uso e movimentação de
equipamentos.
Verde é a cor que caracteriza "segurança".
Laranja deve ser empregado para identificar partes móveis de máquinas e
equipamentos.
Púrpura deve ser usada para indicar os perigos das radiações eletromagnéticas
penetrantes de partículas nucleares.
Lilás deve ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis.
Cinza claro deve ser usada para identificar canalizações em vácuo.
Cinza escura deve ser usada para identificar eletro dutos.
Alumínio deve ser utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos,
inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade.
Marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluído
não identificável pelas demais cores.
O corpo das máquinas deve ser pintado de branco, preto ou verde.
19

2.2.7 Trabalho em altura - NR 35

Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois


metros) do nível inferior, onde haja risco de queda. Cabe ao empregador:
a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas;
b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a
emissão da Permissão de Trabalho - PT;
c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho
em altura;
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho
em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas
complementares de segurança aplicáveis;
e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das
medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas
de controle;
g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as
medidas de proteção definidas nesta Norma;
h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou
condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja
possível;
i)estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em
altura;
j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma
será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta
Norma.
O empregador deve realizar treinamento periódico bienal e sempre que ocorrer
quaisquer das seguintes situações:
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;
c) retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias;
d) mudança de empresa.
20

O treinamento periódico bienal deve ter carga horária mínima de oito horas,
conforme conteúdo programático definido pelo empregador. O tempo despendido na
capacitação deve ser computado como tempo de trabalho efetivo. O treinamento deve ser
ministrado por instrutores com comprovada proficiência no assunto, sob a responsabilidade
de profissional qualificado em segurança no trabalho. Ao término do treinamento deve ser
emitido certificado contendo o nome do trabalhador, conteúdo programático, carga horária,
data, local de realização do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura
do responsável. Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco. A Análise
de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de
proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos
fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas
regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros,
de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
l) a necessidade de sistema de comunicação;
m) a forma de supervisão.
A Permissão de Trabalho deve conter:
a) os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos;
b) as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco;
c) a relação de todos os envolvidos e suas autorizações.
O talabarte e o dispositivo trava-quedas devem estar fixados acima do nível da
cintura do trabalhador, ajustados de modo a restringir a altura de queda e assegurar que, em
caso de ocorrência, minimize as chances do trabalhador colidir com estrutura inferior.
Quanto ao ponto de ancoragem, devem ser tomadas as seguintes providências:
21

a) ser selecionado por profissional legalmente habilitado;


b) ter resistência para suportar a carga máxima aplicável;
c) ser inspecionado quanto à integridade antes da sua utilização.
O empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergências
para trabalho em altura.

2.3 GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Gestão é um conceito que vai além do controle, procura estabelecer, distribuir e


integrar recursos racionalmente para garantir requisitos mínimos a fim de que uma
organização alcance seus objetivos. Para isso necessita de ferramentas e instrumentos de
análise de risco de acidente e danos ambientais.
A análise de risco de acidente corresponde uma importante de fonte de
informações técnicas de segurança para execução de um processo produtivo.
No caso de instituição de ensino profissionalizante tem por objetivo capacitar
alunos e disseminar informações técnicas, para assegurar a manutenção de linhas
produtivas industriais. Faz se necessário um completo programa de gestão em segurança,
composto por:
 Mapa de Risco
 Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais
 Levantamento de Riscos de Acidente
 Análise de resultados e Discussões
 Propostas de Melhoria
Pois intende-se que gestão da segurança do trabalho não deve aborda só o
acidente de trabalho como uma causa de dano real ao trabalhador ou ao patrimônio, mas
principalmente uma previsão, antecipação de um evento que, sob o olhar prevencionista
dos profissionais envolvidos com a segurança do trabalho (SESMT e CIPA) na empresa,
possa desencadear, através de diversos incidentes, uma lesão ou até mesmo um acidente
fatal.
Outra limitação tradicional da segurança do trabalho consiste em somente
considerar os eventos que geram lesões que afastam, incapacitam ou matam trabalhadores.
De acordo com Chapanis et al., 1949; Viana, 1975, sabe-se que a lesão não é a única
consequência de um acidente, a perda de tempo no processo de produção e os danos
matérias são também resultados dos acidentes.
22

3. GESTÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental é de vital importância para a sobrevivência das organizações,


cada vez mais os órgãos governamentais (Ibama, Fatma e ONG’s) fiscalizam o descarte
dos resíduos industriais corretamente, assim um completo controle da gestão ambiental se
faz necessário, nos próximos capítulos será apresentados mais detalhes sobre SGA,
legislação ambiental, riscos ambientais, avaliação de aspectos e impactos ambientais

3.1 DEFINIÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O sistema de gestão ambiental (SGA) tem por objetivo o estabelecimento de uma


estrutura que permita a organização desenvolver suas atividades inerentes ao seu processo
de produção, monitorando os impactos gerados por estas sobre o meio ambiente. O SGA
permite também que a organização a partir do estabelecimento de políticas, objetivos,
metas e indicadores ambientais, estabeleça o acompanhamento do seu progresso aplicando
o ciclo PDCA de Deming (conforme imagem a seguir), promovendo a melhoria contínua
em seu SGA.

Imagem 01- Ciclo PDCA de Deming.

A documentação do SGA requer que os elementos fundamentais deve ser


documentados, em papel ou meio eletrônico, a quantidade de documentação fica a cargo da
organização. O recomendável é ter um mínimo de trabalho e o melhor resultado possível
existem custos e inconvenientes de se manter documentação desnecessária. Abaixo
algumas dicas fornecidas pela NBR ISO 14004:
- A documentação do SGA deve ser de nível macro e conter a política ambiental, objetivos
e metas e responsabilidades designadas;
- Deve fazer referência a informações adicionais, tais como procedimentos;
23

- A forma da documentação deve priorizar as características e o acesso facilitado por


aqueles que serão seus usuários.
- Comunicação: A transferência de informação é de fundamental importância. A
comunicação deve ser encarada como garantia de que a informação é apropriadamente
transferida entre os diversos setores da organização (comunicação interna) e entre a
organização e as outras com que ela se comunica (comunicação externa).
As informações devem fluir nos dois sentidos, para assegurar a compreensão
mútua de duas ou mais pessoas ou setores da organização. A norma é clara na questão de
que todos devam ser considerados na comunicação interna, independentemente de seu
nível ou função. A organização deve estabelecer quem conversa com quem internamente e
o processo usado para receber e responder às comunicações externas.
A NBR ISO 14004 informa como a comunicação pode ser utilizada para:
- “Demonstrar o comprometimento da administração com o meio ambiente.”
- Tratar das preocupações e questões relativas aos aspectos ambientais das atividades,
produtos e serviços da organização;
- Promover a conscientização sobre políticas, objetivos, metas e programas ambientais;
- Informar às partes interessadas, internas ou externas, sobre o sistema de gestão ambiental
e desempenho da organização”.
A NBR ISO 14001 é a primeira da Série, que fixa as especificações de uso para a
certificação e avaliação de um SGA de uma organização, e a NBR ISO 14004 estabelece as
diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Esta Norma tem como
objetivo geral assistir as organizações na implementação ou no aprimoramento de um
SGA. Ela congrega com o conceito de desenvolvimento sustentável e é compatível com
estruturas culturais, sociais e organizacionais diversas (ABNT, 1996).
A implantação de um SGA é onerosa para a empresa, envolvendo custo de
treinamento, consultoria, horas não trabalhadas, adaptações de infra estrutura e
eventualmente sistemas de tratamento de gases, efluentes e resíduos sólidos.
Uma auditoria do Sistema de Gestão Ambiental (requisito 4.5.4 da Norma): De
acordo com a Norma, a organização deve estabelecer e manter programas e procedimentos
para, periodicamente:
- Avaliar o SGA.
- Fornecer informações dos resultados da auditoria à administração.
Algumas orientações da NBR ISO 14004 para implementar deste requisito são:
24

- É recomendável que a frequência das auditorias seja determinada pela natureza


dos aspectos ambientais e impactos potenciais;
- É importante, também, que resultados de auditorias anteriores sejam
considerados nessa determinação. Os procedimentos devem cobrir:
* Escopo da auditoria;
* Frequência;
* Metodologias;
* Responsabilidades;
* Requisitos para condução de auditorias e relato de resultados.
A parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política
ambiental.
O sistema de gestão integrada em segurança e saúde do trabalhado é padronizado
pelas normas da OSHAS 18001. OSHAS é uma especificação que tem por objetivo
fornecer às organizações os elementos de um sistema de gestão. Assim estabelece que as
empresas devam garantir procedimentos para controlar e medir periodicamente o
desempenho do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho.
A integração de sistemas de gestão ambiental confere as empresas maior
agilidade através da racionalização de seus processos e respectivos controles, e a promoção
de maior interação entre áreas e melhor fluidez na comunicação. Quando a organização
busca a certificação dos seus vários sistemas de gestão de uma só vez além de economizar
tempo e dinheiro aumenta também a eficácia de seu sistema de gestão eliminando
atividades e controles redundantes e simplificando a documentação exigida para cada
sistema.
A implantação do sistema integrado de gestão além de ajudar na racionalização e
otimização dos processos e atividades, quando implantada em uma organização ajuda
também a mudar a forma de pensar e agir dos atores envolvidos. Organizações que adotam
a integração em seus sistemas de gestão terão profissionais sensibilizados para a
preservação ambiental e para a busca permanente da sustentabilidade em suas ações. De
acordo com Benite, 2004 a norma ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental) tem por
objetivo a prevenção da poluição. Já a norma OHSAS 18001 (Sistema de Gestão em SSO)
busca um continuo ambiente de trabalho seguro e saudável.
25

Neste trabalho procura-se integrar a gestão ambiental aos riscos de acidentes de


trabalho, através do uso de uma planilha eletrônica como ferramenta de fragmentação de
informações para posterior análise de dados e geração de procedimentos que visam
maximizar a segurança.

3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Conforme Baptista e Lawson (2002) a “Legislação Ambiental brasileira atribui à


responsabilidade civil objetiva aquele que contribui para a ocorrência de um dano ao meio
ambiente. Tem-se por responsabilidade objetiva aquela que independente da existência de
culpa, bastando a existência do dano e a apuração do vínculo de causalidade entre este e o
seu agente causador, para que seja determinada a responsabilidade pela sua reparação”.
Este assunto está regulamentado na Lei 6938/81 no seu artigo 14, parágrafo 1º. A
Lei estabelece que o poluidor esta obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao
meio ambiente e a terceiros por suas atividades, independentemente da existência de culpa.
O artigo 3, inciso IV da mesma Lei estabelece que poluidor é a “pessoa física ou jurídica,
de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora
de degradação ambiental”. Assim sendo, o Ministério Público pode propor ação judicial
contra o responsável direto, contra o responsável indireto ou ambos, visando à reparação
de danos causados ao meio ambiente (Baptista e Lawson, 2002).
As instituições financeiras preocupadas com o seu envolvimento em questões de
impacto ambiental têm procedido a exigências e análises ambientais bastantes rigorosas
por ocasião da aprovação de projetos e concessão de financiamentos.
No Brasil conforme estabelecido no artigo 9, inciso III da Lei 6938/81, a
aprovação de novos projetos está vinculada a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA). A
Resolução CONAMA 001 de 23 de janeiro de 1986 estabelece que para a avaliação do
impacto ambiental de projetos deve ser realizado o Estudo do Impacto Ambiental (EIA) e
elaborado o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
A Resolução do CONAMA estabelece que impacto ambiental é “qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultantes das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades
sociais e econômicas; a biota as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a
qualidade dos recursos ambientais” (artigo 1).
26

A Resolução CONAMA criou 16 categorias de projetos para as quais são


necessários a elaboração do EIA/RIMA. As categorias estão associadas ao porte do
projeto. Em seu artigo 2 a resolução delega as autoridades estaduais a exigência do EIA /
RIMA para outros projetos que estes julguem necessários.
O Licenciamento ambiental se dá por procedimento administrativo pelo qual o
órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, modificação, ampliação e a
operação de empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma,
possam causar a degradação ambiental, considerando as disposições legais e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.
Assim faz-se necessário um relatório de impacto ambiental (RIMA) que deve
contemplar um documento que tem por objetivo refletir as conclusões de um Estudo de
Impacto Ambiental (EIA). Suas informações técnicas devem ser expressas em linguagem
acessível ao público, ilustradas por mapas com escalas adequadas, quadro, gráficos e
outras técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender claramente as
possíveis consequências ambientais e suas alternativas, comparando as vantagens e
desvantagens de cada uma delas.
A Política Nacional do Meio Ambiente estabelece como diretrizes a serem
atendidas (Almeida e Bastos, 2000):
a) Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerado o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
b) Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
c) Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
d) Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
e) Controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras;
f) Incentivos ao estudo e a pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
g) Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
h) Recuperação de áreas degradadas;
i) Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
j) Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da
comunidade, objetivando capacita-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
27

Segundo a legislação, Artigo 66 do Decreto 6514/08, a multa para a falta de


licença ambiental vai de R$ 500 a R$ 10 milhões. No Brasil em 1981 a Lei 6.938 instituía
a Política Nacional do Meio Ambiente objetivando a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida; visa assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana.

3.3 RISCOS AMBIENTAIS

São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos,


mecânicos e ergonômicos existentes no ambiente de trabalho e capazes de causar danos à
saúde do trabalhador em função de sua natureza, ou intensidade e tempo de exposição.
Através do uso da imagem abaixo se procura identificar os riscos ambientais,
através do uso de um mapa de risco que consiste no uso de uma planta baixa com o layout
das máquinas e dos equipamentos e com indicação de círculos de tamanhos diferentes
relacionados à escala de intensidade de exposição.
É de suma importância a padronização da classificação de riscos para ampliar o
entendimento em qualquer organização, principalmente quando há um grande fluxo de
pessoas.
No Anexo - I do presente trabalho apresenta-se o mapa de risco proposto para o
laboratório de usinagem, assim procura-se integrar ao estudo o levantamento de riscos
ambientais com a planilha de avaliação de riscos nos processos de fabricação mecânica.
Através de um sistema de gestão ambiental se complementa uma análise pormenor dos
aspectos e impactos ambientais.

3.5 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

De acordo com a NBR ISO 14001, aspecto ambiental é definido pelos “elementos
das atividades, produtos e serviços de uma organização que pode interagir com o meio
ambiente”. Assim "um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um
impacto ambiental significativo”. Isto é, a organização identifica os aspectos ambientais
para diagnosticar o que cada atividade, tarefa ou passo de seus processos podem causar
alterações no meio ambiente, assim os agentes de cada alteração constituem os aspectos
ambientais desta atividade.
Segundo a Resolução nº 001/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA), em seu art. 1º, coloca que impacto ambiental é:
28

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas


do meio ambiental causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a
segurança e o bem estar da população; a biota; as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

O autor Sachs (1993), define o impacto ambiental como sendo a alteração da


qualidade ambiental quando ocorre modificação no meio ambiente pela ação humana.
De acordo com Henkels (2002) a identificação dos aspectos e impactos ambientais
é de fundamental importância para o conhecimento real do desempenho ambiental de uma
organização. Para isso faz-se necessário o uso de ferramentas de sistematização dos
processos desenvolvidos. A seguir apresenta-se o processo estudado com suas
características de ordenação e

Imagen 2 – Classificação de riscos Ambientais.


29

3.4 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

A NBR ISO 14004 recomenda a identificação contínua de indicadores de


desempenho ambiental aplicáveis às atividades da organização, deixando claro que eles
devem ser objetivos, verificáveis, práticos e viáveis econômica e tecnologicamente. A
mesma norma determina que esses procedimentos devem “incluir os registros das
informações para acompanhar o desempenho, os controles operacionais pertinentes e a
conformidade com os objetivos e metas ambientais da organização”.
A avaliação de impacto ambiental (AIA) pode ser definida, segundo Bolea, como
"estudos realizados para identificar, prever, interpretar e prevenir os efeitos ambientais que
determinadas ações, planos, programas ou projetos podem causar à saúde, ao bem-estar
humano e ao ambiente, incluindo alternativas ao projeto ou ação, e pressupondo a
participação do público". A Avaliação tem por finalidade identificar, prever e interpretar
dados obtendo informações sobre os impactos ambientais, através de exame sistemático,
para submetê-las às autoridades e à opinião pública, com o fim primordial de prevenir os
impactos ambientais negativos decorrentes da ação proposta e suas alternativas, bem como
maximizar os eventuais benefícios.
Para atender a esses objetivos e funções, a execução dos estudos para uma
avaliação de impacto ambiental se desenvolve, de modo geral, segundo as seguintes fases:
• identificação - são caracterizados a ação proposta e o ambiente a ser· afetado.
Nesta fase deve ser feita a identificação das ações e dos impactos a ser investigados, a
análise das relações entre os fatores ambientais, a definição de indicadores ambientais e a
medição dos impactos;
• predição - é feita a predição das interações entre fatores e da magnitude dos
impactos;
• avaliação - é feita a interpretação, a análise e a avaliação. Nesta fase são
atribuídos aos impactos, ou efeitos, parâmetros de importância ou de significância, sendo
comparadas e analisadas algumas alternativas.
Baseia-se no seguinte critério para análise de risco:
“O risco em uma instalação industrial, para a comunidade e meio ambiente,
circunvizinhos e externos aos limites do empreendimento, está diretamente associado às
características das substâncias químicas manipuladas, suas respectivas quantidades e à
vulnerabilidade da região onde a instalação está ou será localizada”.
Esquematicamente temos:
30

Imagem 03- Fatores que influenciam os estudos de análise de riscos em instalações industriais
31

4. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA - SGI

Nigel (2003) define Sistema Integrado de Gestão como um sistema de gestão que
integra todos os componentes de um negócio num único sistema coerente, para permitir o
alcance de seu propósito e missão. Integração significa englobar todas as práticas internas
de gestão num só sistema, porém não como componentes separados.
A parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política
ambiental.
O sistema de gestão integrada em segurança e saúde do trabalhado é padronizado
pelas normas da OSHAS 18001. OSHAS é uma especificação que tem por objetivo
fornecer às organizações os elementos de um sistema de gestão. Assim estabelece que as
empresas devam garantir procedimentos para controlar e medir periodicamente o
desempenho do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho.
Integração de sistemas de gestão confere as empresas maior agilidade através da
racionalização de seus processos e respectivos controles, e a promoção de maior interação
entre áreas e melhor fluidez na comunicação. Quando a organização busca a certificação
dos seus vários sistemas de gestão de uma só vez além de economizar tempo e dinheiro
aumenta também a eficácia de seu sistema de gestão eliminando atividades e controles
redundantes e simplificando a documentação exigida para cada sistema.
A implantação do sistema integrado de gestão além de ajudar na racionalização e
otimização dos processos e atividades, quando implantada em uma organização ajuda
também a mudar a forma de pensar e agir dos atores envolvidos. Organizações que adotam
a integração em seus sistemas de gestão terão profissionais sensibilizados para a
preservação ambiental e para a busca permanente da sustentabilidade em suas ações. De
acordo com Benite, 2004 a norma ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental) tem por
objetivo a prevenção da poluição. Já a norma OHSAS 18001 (Sistema de Gestão em SSO)
busca um continuo ambiente de trabalho seguro e saudável.
Neste trabalho procura-se integrar a gestão ambiental aos riscos de acidentes de
trabalho, através do uso de uma planilha eletrônica como ferramenta de fragmentação de
informações para posterior análise de dados e geração de procedimentos que visam
maximizar a segurança.
32

5. PROCESSO DE FABRICAÇÃO MECÂNICA

Para entendimento da área de aplicação do estudo é necessário analisar o


processo envolvido, neste caso a fabricação mecânica de elementos de máquinas. Assim se
considera conjuntos mecânicos formados por elementos de máquinas, tais como mancais,
eixos, anéis, discos, rodas, engrenagens, rolamentos, parafusos, carcaças, correias, polias,
cabos, etc. Para que eles estejam adequados às necessidades, devem possuir exatidão de
medidas bem como um determinado acabamento em sua superfície.
A linha produtiva destes elementos pode ser dividido em dois grandes grupos;
com retirada de cavaco denominado usinagem e sem retirada de cavaco. Neste trabalho
analisa-se a fabricação mecânica através da usinagem. Define-se cavaco, como uma porção
de material da peça, retirada pela ferramenta, caracterizando-se por apresentar irregular
forma geométrica.
Observa-se que, na maioria dos casos, as peças fabricadas por fundição ou
forjamento necessitam de alguma operação posterior de usinagem. Isto ocorre, pois,
geralmente, tais peças apresentam superfícies grosseiras que precisam de melhor
acabamento. Além disso, elas também deixam de apresentar saliências, reentrâncias, furos
com rosca e outras características que só podem ser obtidas por meio da usinagem.

Imagem 4 – Cinemática dos processos de usinagem.


33

6. ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso foi desenvolvido no laboratório de metal mecânica do


SENAI de Schroeder/SC. Este laboratório é composto de máquinas operatrizes que através
da usinagem dão forma a diversos materiais metálicos e não metálicos, ao todo o
laboratório é composto por 13 tornos, 6 fresadoras, 2 furadeiras, 1 centro de usinagem, 3
esmeris, e 5 bancadas de ajustagem, para melhor entendimento verificar layout do
ambiente no Anexo – I. Através destas máquinas procura-se simular um ambiente da
indústria metal mecânica.
Os fatores de risco existentes nos locais de trabalho podem comprometer a
segurança das pessoas, e a produtividade. No ambiente de trabalho, estes fatores, podem
variar em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição aos
agentes nocivos, tais como:
• Físico
• Químico
• Biológico
• Ergonômico
• Acidente
Desta maneira esta pesquisa exploratória, visa contribuir para o incremento da
segurança em um ambiente de trabalho acadêmico. Através de uma análise por menor do
processo de ensino, procura-se identificar os fatores de risco tanto da segurança do trabalho
quanto ao meio ambiente.
De acordo com a legislação é de responsabilidade da segurança do trabalho
identificar os fatores de riscos que levam à ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais,
avaliar seus efeitos na saúde do trabalhador e propor medidas de intervenção técnica a
serem implementadas nos ambientes de trabalho (MATTOS et al., 2011).
A elaboração da planilha consiste na ordenação de dados, assim isolando os
aspectos significativos; Usinagem, Manutenção e Lubrificação, ou seja, com maior
prioridade (Média de Risco), os quais obrigatoriamente irão alimentar a geração de
aspectos ambientais em condição de emergência, sendo que para isso serão elaborados
procedimentos para minimizar seus riscos.
O preenchimento da planilha depende da experiência do profissional indicado ao
estudo de aspectos e impactos, e mais precisamente quanto a risco de segurança. Pois desta
métrica será gerado um gráfico de priorização de medidas. Abaixo cada coluna representa
34

um dado seja ele descritivo ou quantitativo, classificado de acordo com as unidades de


comparação como frequência, condição, temporalidade para aspecto e os impactos são
abrangência, severidade e efeito para imagem. O risco de segurança ocorre dividido entre;
de acidente, físico, ergonômico, químico e biológico.

Planilha 01- com informações referentes a avaliação das atividades de usinagem relacionadas a aspectos e
impactos ambientais.

De acordo com a planilha acima se constata a importância do gerenciamento dos


aspectos e impactos ambientais. Pode-se notar a influência de elementos chaves em uma
cadeia produtiva, assim como a geração de resíduos em determinadas atividades.
Através do levantamento das atividades de geração de aspectos e impactos se
observa os itens 1, 2 e 5 respectivamente, contaminação ambiental, degradação ambiental e
resíduo descartado em aterro, tais impactos são os mais danosos ao meio ambiente. Pois
sem gerenciar estes elementos gera-se como consequência contaminação do ar, água e do
solo. Através desta planilha pontua-se a importância de se verificar cada atividade a fim de
focar atenção nos itens de maior relevância para a instituição. Com este levantamento as
denominações utilizadas em relação à determinação dos impactos significativos são
diversas, mas sugerem formas de definir quais são os maiores e os menores impactos
ambientais.
Assim se apresenta o gráfico abaixo para visualização dos processos com maiores
pontuações entre aspetos, impactos e de acidentes. Assim segue as porcentagens em
relação ao todo.
35

Gráfico – 01 – Porcentagem de divisão por processos de aspectos e impactos ambientais.

De acordo com o gráfico acima se evidencia a importância de aplicar normas e


instruções de segurança nos Processos; Usinagem, Manutenção Predial e Limpeza,
Lubrificação e na Manutenção das Máquinas.
Nos próximos capítulos será apresentada uma análise os riscos associados às
atividades descritas acima, bem como os aspectos e impactos ambientais, associados aos
riscos de segurança e por fim uma descrição detalhada do laboratório de metal mecânica
com comentários de procedimentos de segurança. Somente através da fragmentação das
atividades desenvolvidas é possível identificar os fatores de riscos de acidentes que
associados aos riscos ambientais é a base deste sistema de gestão em engenharia de
segurança do trabalho.

6.1 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTE

A tabela abaixo foi elaborada com o intuito de identificar e associar as operações e


atividades desenvolvidas no processo produtivo mecânico aos riscos associados em cada
etapa. Procura-se desta maneira sistematizar informações para posterior alimentação da
planilha de avaliação de riscos.
36

Tabela de identificação das operações, atividades e riscos de acidentes


Processo de Fabricação mecânica: Válvula de Retenção
Operação Atividade / Etapas / Local Riscos Associados

Acidente com empilhadeira,


Transporte matéria prima.
ETAPA - Corte como esmagamento de um
Recebimento e Estoque.
membro.

Corte de mãos/dedos.
Corte de matéria prima.
ETAPA - Corte Projeção de cavacos e da fita
Estoque.
de corte.
Projeção de cavacos, da
ferramenta e da peça.
Colisão ferramenta placa de
ETAPA - Usinagem Torneamento
fixação.
Linha Produtiva.
Ferimento causado por
queimadura.
Projeção de cavacos, da
Fresamento ferramenta e da peça.
ETAPA - Usinagem
Linha Produtiva. Ferimento causado por
queimadura.
Projeção de cavacos, da
Furação ferramenta e da peça.
ETAPA - Usinagem
Linha Produtiva. Ferimento causado por
queimadura.
Quebra, desprendimento e
projeção do rebolo.
Afiação de ferramenta
ETAPA – Usinagem Ferimento causado por
Ferramentaria
queimadura.
Projeção de fagulhas.
37

Desprendimento da peça.
Quebra da ferramenta de
Bancada aperto e/ou do elemento
ETAPA - Montagem
Linha Produtiva. mecânico.
Corte com arestas pontiagudas
e cantos vivos.

Desprendimento e projeção de
Prensa
ETAPA - Montagem elementos mecânicos.
Linha Produtiva.
Esmagamento dos membros.

Contato com produtos tóxicos.


ETAPA - Pintura Cabine de Pintura
Intoxicação e asfixia.

Desprendimento e projeção de
elementos mecânicos.
ETAPA - Teste Bancada
Vazamento de fluido sob alta
pressão.
Acidente com empilhadeira,
ETAPA - Acabamento Expedição como esmagamento de um
membro.
Quadro 01 – Classificação de riscos relacionados as operações de fabricação mecânica

Através do quadro acima, de identificação das operações, atividades e riscos de


acidentes alimentou-se a planilha abaixo, adaptada da identificação de aspectos e impactos
ambientais para levantamento de riscos de acidentes nas etapas produtivas. Conforme
evidencia-se nela as colunas de descrição do risco de segurança e impactos ao trabalhador,
relaciona-se com os riscos ambientais a fins de produzir uma métrica de análise para as
atividades desenvolvidas.
38

Planilha 02 – Levantamento dos riscos e impactos de acidentes e riscos ambientais nas atividades de
fabricação mecânica.

A planilha acima demonstra a importância de uma análise mais fragmentada dos


processos produtivos, através dela se sintetiza em forma de gráfico a divisão dos riscos de
acidentes e ambientais. Ao seguir essa sistemática conseguimos visualizar onde estão
concentrados os maiores riscos de acidentes para posterior elaboração de procedimentos
que venham a minimizar seus efeitos.

Gráfico 02 – Relação entre Riscos de Segurança, Impactos ao trabalhador e Riscos Ambientais


39

Ao interpretarmos o gráfico 02, se evidencia que a maior parte dos riscos Corte de
Matéria Prima 14%, Furação de Peças 13%, Fresamento e Torneamento 12%, Transporte e
Teste hidráulico ambos com 11% são os processos que demandam maior controle tanto no
uso de EPI’s quanto no uso de EPC’s e necessitam de medidas de controle para incremento
da segurança no trabalho. A planilha se complementa com o gráfico sendo importantes
ferramentas de visualização de riscos para posterior geração de instrumentos que
minimizem os riscos em cada atividade.

6.2 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO MECÂNICA

Fluxograma de processo é uma representação esquemática do fluxo seguido no


manuseio ou na transformação de matérias-primas em produtos intermediários e acabados.
É constituída de equipamentos de caldeiraria (tanques, torres, vasos, reatores, etc.);
máquinas (bombas, compressores, etc.); tubulações, válvulas e instrumentos principais,
onde devem ser apresentados dados de pressão, temperatura, vazões, balanços de massa e
de energia e demais variáveis de processo.
A seguir apresenta-se um quadro que representa o processo de fabricação (fictício)
de um elemento de segurança (válvula de retenção) para uma máquina hidráulica. Procura-
se identificar as entradas, conforme coluna um (1), meio ou transformação coluna dois (2)
e saídas resíduos e material transformado de acordo coluna três (3). Este fluxograma
objetiva uma representação simplificada dos diversos elementos que formam um processo
de fabricação, posteriormente cada etapa é descrita visando definir os riscos associados.
Abaixo podemos analisar o processo de fabricação de um componente mecânico,
subdivido em etapas de fabricação e sua respectiva geração de diversos resíduos.
REGISTRO DE ENTRADAS E SAÍDAS
Processo de Fabricação mecânica: Válvula de Retenção
Entradas Atividade /Operações / Etapas Saídas
Energia Elétrica
1. ETAPA - Corte
Mão de obra
Aço 1020 - Bruto Peças brutas cortadas
Ferramentas Produto: Tarugo de Aço Resíduos de óleo
→ →
Máquinas Fluido de corte contaminado
Óleo Lubrificante Cavaco
Fluido de corte
Água
40


Energia Elétrica 2. ETAPA - Usinagem
Mão de obra
Produto:
Peça Cortada
Peças usinadas
Processo de corte
→ Sextavado usinado → Resíduos óleo
Energia elétrica
Fluido de corte contaminado
Máquinas
Cavaco
Fluido de corte
Água


Energia Elétrica
3. ETAPA - Montagem
Mão de obra
Conjunto montado
Peças usinadas Produto:
Limalha
Máquinas → Montagem de esfera, mola e barra →
Peças defeituosas
Ferramentas manuais
sextavada. Lixa desgastadas
Acabamento
Lixadeira


Energia Elétrica 4. ETAPA - Pintura
Mão de obra
Produto: Peças acabadas
Conjunto montado
→ Válvula montada → Resíduos de solventes
Limpeza
Borras de tinta
Pintura
Estufa


Energia Elétrica 5. ETAPA – Teste
Máquina hidráulica
Produto: Produto Acabado
Mão de obra → →
Válvula Pronta Óleo Mineral Contaminado
Válvula montada
Óleo Mineral
Quadro 02- Processos de fabricação de uma válvula de retenção. Procura-se fragmentar as etapas a
fins no próximo capitulo detalhar, as etapas para posterior análise de riscos ocupacionais.

Em cada etapa ocorre uma transformação associada às entradas e saídas. Os


processos de fabricação citados podem relacionar alguns riscos de segurança e
contaminação ambiental, tais como:
41

Etapa 1 – Corte: Este item tem por objetivo fragmentar um tarugo de aço em
partes menores, deixando um sobre metal para a usinagem de precisão. Através de uma
serra fita o aço em forma de barra sextavada é cortado. Necessitando de fluido de corte
para refrigeração e retirada de cavaco, deixa como resíduo o fluido contaminado. Neste
processo o operador necessita de óculos de proteção, jaleco, calça, calçado fechado e
protetor auricular.
Etapa 2 – Usinagem: O processo de usinagem consiste em desbastar material de
um determinado tarugo (matéria-prima) para aumentar a precisão de suas medidas. É sem
dúvida o processo que oferece maior risco ao operador, no caso do torno a peça gira
enquanto a ferramenta fica parada, no fresamento a ferramenta gira enquanto a peça fica
parada. Em ambos os processos há risco eminente lançamento de partículas no operador,
bem como no esmagamento de membros caso a máquina não possua dispositivos de
segurança. Para minimizar risco é obrigatório uso de óculos de segurança, ausência de
anéis, correntes, relógios e adereços e cabelos sempre presos.
Etapa 3 – Montagem: Nesta etapa as diversas partes de um dispositivo são
montadas, utiliza-se de uma bancada com morsa para fixação da carcaça e peças grandes
assim como chaves diversas, (allen, boca, torque, canhão) para ajuste dos dispositivos de
fixação, tais como; parafusos, porcas, arruelas, pinos, cavilas. Neste momento necessita-se
de cuidado especial contra esmagamento e afrouxamento ou ruptura de ferramenta.
Etapa 4 – Pintura – Fase de acabamento externo poderá ainda ser precedida de
fosfatização da carcaça, os componentes plásticos e moves são isolados (com fita crepe),
retira-se o óleo proveniente da montagem, através de lavação a quente. Aplica-se varias
camadas de tintas dependendo da aplicação. Processo que demanda roupa de pintura e
mascara, cabine com exaustores e filtros com água.
Etapa 5 – Teste – Etapa final de fabricação do componente, a válvula é submetida
a um teste que utiliza óleo mineral sob pressão. Uma válvula de retenção tem por objetivo
deixar passar o fluido em somente um sentindo, quando o fluido tentar passar pela direção
contraria é bloqueado, neste teste verifica-se se ela atende a este critério. Existe risco de
ruptura da carcaça caso possuo alguns micra trinca, podendo lançar estilhaços de ferro
fundido no operador, assim se faz obrigatório uso de óculos de segurança, jaleco, calça
jeans, calçado fechado e EPC – Cabos de aço e presilhas nas mangueiras de engate rápido.
Isolando os elementos de entrada e saídas, temos uma noção melhor do impacto
ambiental, onde caso não haja descarte correto de resíduos haverá riscos que alteram a
imagem da empresa a investimentos. Identificados os riscos e seus respectivos locais de
42

atuação, deu-se inicio as medidas de controle e mitigação dos aspectos e impactos


ambientais e de segurança do trabalho.

6.3 DESCRIÇÕES DO AMBIENTE E ANÁLISE DOS RISCOS

Nos próximos capítulos são demonstrados através de fotos o ambiente produtivo,


com uma descrição dos riscos associados e também comentários de medidas e
procedimentos de segurança adotados.

6.3.1 Arranjo Físico

O layout fabril destaca-se pelo posicionamento do maquinário de forma ordenada,


porém com pouco espaço existente à circulação de pessoas, dificuldade de locomoção e
transporte de material. Abaixo observa-se as setas representando os movimentos
rotacionais e de corte e avanço nos tornos universais, ao total o laboratório de metal
mecânica.
De acordo com as condições das máquinas; é vedada a utilização de máquinas,
equipamentos e ferramentas inadequadas ou defeituosas. O uso inadequado de máquinas,
equipamentos e ferramentas causam acidentes mesmo quando apresentarem dispositivos de
proteção, quando estiverem fora das especificações técnicas e/ou instaladas de forma
irregular.
Quando a máquina não possuir a documentação técnica exigida, o seu
proprietário deve constituí-la, sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado
e com respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica do Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura – ART/CREA.
43

Imagem 04 – Corredor entre Tornos


De acordo com NR12 as máquinas ferramentas devem ser contempladas com
diversos itens a seguir:

Os dispositivos de partida, acionamento e parada das máquinas devem ser


projetados, selecionados e instalados de modo que:
a) não se localizem em suas zonas perigosas;
b) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por outra pessoa
que não seja o operador;
c) impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador ou por
qualquer outra forma acidental;
d) não acarretem riscos adicionais; e
e) não possam ser burlados.
As máquinas e equipamentos dotados de proteções móveis associadas a dispositivos
de intertravamento devem:
a) operar somente quando as proteções estiverem fechadas;
b) paralisar suas funções perigosas quando as proteções forem abertas durante a
operação;
c) garantir que o fechamento das proteções por si só não possa dar inicio às
funções perigosas.
Os dispositivos de intertravamento com bloqueio associados às proteções móveis
das máquinas e equipamentos devem:
44

a) permitir a operação somente enquanto a proteção estiver fechada e bloqueada;


b) manter a proteção fechada e bloqueada até que tenha sido eliminado o risco de
lesão devido às funções perigosas da máquina ou do equipamento; e
c) garantir que o fechamento e bloqueio da proteção por si só não possa dar inicio
às funções perigosas da máquina ou do equipamento.

A parada de emergência deve exigir rearme, ou reset manual, a ser realizado


somente após a correção do evento que motivou o acionamento da parada de emergência.
A localização dos acionadores de rearme deve permitir uma visualização completa da área
protegida pelo cabo.
Faz necessária vigilância constante para operação máquina com avanço
automático de mesas, tais como a fresadoras e centro de usinagem. Pois se movimentam
rapidamente pré programadas, assim se faz necessário proteções nas máquinas segue NR-
12 pois são primordiais ao definir o Layout e distanciamento.

Imagem 05 – Detalhe de distancia entre fresadoras adequadas a NR-12, as setas indicam as direções de de
avanço das mesas.

Áreas de circulação demarcadas em conformidade com normas técnicas.


Permanentemente desobstruídas. Vias de circulação com no mínimo 1,20m de largura.
Áreas específicas de armazenamento para materiais de uso no processo produtivo. (faixas
45

na cor indicada NR 26). Espaço ao redor das máquinas adequados ao tipo e operação.
Extintores de incêndio, hidrantes plano de fuga.

6.3.2 Riscos Físicos

Assim considerados fenômeno como ruído, a vibração, a umidade, a radiação


ionizante, a radiação não ionizante e a temperatura extrema. Na indústria metal mecânica
os mais observados são o ruído de operação das máquinas, o calor gerado pela usinagem e
solda, a vibração principalmente na afiação de ferramentas e a radiação não ionizante,
geradas pelo calor dos motores.
O uso do ar comprimido para limpeza de peças e máquinas deve ser minimizado,
para garantir que micro fragmentos não se espalhe por eixos rotacionais e barra lineares de
precisão, podendo atingir olhos, ouvidos provocando lesões. Bem como seu elevado nível
de ruído.

Imagem 06 – Bico de Ar comprimido é uma fonte de ruído intenso.

O manuseio e transporte de matéria prima, tais como: tarugos de aço deve ser
planejado para minimizar o esforço físico. Quando movimentar máquinas ferramentas o
melhor é utilizar de alavancas e tartarugas para movimentação de carga em um piso plano.
Assim faz-se o controle de força e manuseio de cargas.
46

Para atender a legislação como medida de prevenção da fadiga, o peso máximo


que o homem pode remover individualmente é de 60 kg (CLT, seção XIV, art.198), sendo
que a carga manuseada por mulheres e trabalhadores jovens deverá ser inferior ao admitido
para os homens NR-17.
A NR-17 apresenta também em nota técnica a equação do NIOSH para
levantamento anual de cargas como instrumento de cálculo do peso máximo recomendado
(BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego, 2002).
Vibrações localizadas, características de operações com ferramentas manuais
elétricas ou pneumáticas, por exemplo, podem produzir, em longo prazo, alterações
neurovasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas na articulações e braços e
osteoporose (perda da substancia óssea). Vibrações de corpo inteiro, a que estão expostos,
por exemplo, operadores de grandes máquinas e motoristas de caminhões e tratores, podem
produzir problemas na coluna vertebral, dores lombares, além de haver suspeita de
causarem pequenas lesões nos rins.

Imagem 07- Vista Geral do Laboratório de Metal mecânica

6.3.3 Ruído

Ruído é um som indesejável e desagradável, no ser humano ele pode ocasionar


alterações em todo o organismo, principalmente no aparelho auditivo.
O trabalhador pode muitas vezes estar exposto no ambiente de trabalho a ruídos de
diferentes intensidades e durações, devendo-se considerar o efeito combinado dessas
variações.
47

Na imagem abaixo vemos a área de afiação de ferramentas através de moto


esmeris assim com o acionamento dos motores o ruído produzido se eleva ao iniciar o
processo de amolar com brocas, bits, bedames; nesta atividade é obrigatório o uso de
protetor auricular, óculos de segurança, jaleco, calça e calçado fechado.
No ambiente pedagógico podemos encontrar diversos fatores que contribuem
para a presença do ruído, tais como alta rotação de motores, vibrações dos componentes de
máquinas, falta de amortecimento de peças flexíveis, não utilização de silenciadores, falta
de manutenção preventiva de máquinas e instrumentos, falta de lubrificação de peças, falta
de elementos que absorvam impactos, instalações físicas acusticamente inadequadas,
proteção interna e externa para absorção do som nas máquinas mal dimensionadas,
máquinas com projetos e/ou construção inadequadas.

Imagem 08 – Motos esmeris, equipamento de afiação de ferramentas de Aço rápido – HSS e Carbeto
metálico – Metal Duro.

O setor de usinagem possui máquinas e equipamentos que produzem variados


níveis de pressão sonora (ruído) durante a jornada de trabalho. Os níveis de pressão sonora
(ruído) encontrados neste ramo de atividade nem sempre ultrapassam o limite de tolerância
individual descrito na NR-15 de 85 dB(A) para uma jornada de 8 (oito) horas de trabalho.
Porém se recomenda: uma dosimetria de ruído, que é a dose medida em um período
projetada para jornada efetiva de trabalho, determinando a dose diária. Foram escolhidos
sete pontos de trabalho apresentados a seguir, para a interpretação dos resultados.

Medição vide anexo II.


48

Com relação à dosimetria de ruído, foi utilizada para interpretação dos resultados
a comparação do nível médio de ruído Lav dB(A) com os dados do quadro a seguir,
conforme estabelece a norma da Funda Centro (NHO-01)1999.
Observa-se que as avaliações de dosimetria de ruído, apresentaram resultados
abaixo do limite de tolerância, 85 dB (A) NR-15, anexo no1, para uma jornada diária de
oito horas.
A prevenção das alterações auditivas ocupacionais começa no ambiente de
trabalho com o objetivo de estacionar as perdas auditivas já existentes e impedir o
aparecimento de novos casos. Para isso também é necessário implantar um Programa de
Conservação Auditiva (PCA) em conjunto do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (NR-7) e do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR-9).

6.3.5 Iluminação

O nível de iluminância abaixo do limite mínimo exigido pela NBR 5413 de abril
de 1992 pode ocasionar fadiga visual, acidentes, baixa produtividade e sobrecarga devido
ao esforço visual que será dispensado na execução das atividades.

Imagem 09 – Iluminação geral do ambiente


O laboratório possui 250 m² muito bem distribuído de luminárias.

Medição vide anexo – III.


49

Assim os níveis de iluminância dos locais de trabalho foram medidos no campo


de trabalho onde os profissionais executam sua atividade utilizando-se o aparelho
luxímetro calibrado anualmente conforme o método de comparação de acordo com o
procedimento adotado de DME-LO-PC-006, 2ª edição, Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT).

6.3.6 Instalações Elétricas

A falta de proteção e sinalização do quadro de força, fiações expostas, uso


inadequado de benjamins, sobrecarga da rede elétrica, falta de aterramento de máquinas
podem acarretar vários acidentes como: choque elétrico, danos nos equipamentos, entre
outras perdas. O uso de óleos de corte solúveis em agua aumenta o risco de choque elétrico
caso haja uma fuga de corrente.

Imagem 10 - Quadro de Disjuntores fechado Imagem 11 - Quadro de Disjuntores Aberto

A NR-10 fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos


empregados que trabalha em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo
projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e, ainda, a segurança de
usuários e terceiros.
Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser observadas as normas
técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na falta destas, as normas
internacionais vigentes, de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos
de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes. Todas as edificações devem ser
protegidas contra descargas elétricas atmosféricas, e as partes das instalações elétricas
sujeitas a acumulação de eletricidade estática devem ser aterradas.
50

No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas devem ser previstos


Sistemas de Proteção Coletiva (SPC) através de isolamento físico de áreas, sinalização,
aterramento provisório e outros similares.
Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes de instalações elétricas, sob
tensão, só podem ser executados por profissionais qualificados com no mínimo um curso
técnico de eletrotécnica, eletromecânica, automação e devidamente treinados em NR-10.

Imagem 12 e 13 - Quadro de Disjuntores Abertos, com suas respectivas identificações.

Os contatos dos disjuntores devem estar fora de contato direto, assim como o
acesso livre de obstruções, como fechadura e cadeado e identificados. Para a eliminação ou
minimização de fatores de risco, as empresas devem adotar medidas de controle
organizacionais, de engenharia, coletivas de EPC e individuais usos de EPI.

6.3.8 Máquinas ferramentas

Observa-se abaixo as proteções de chapas e acrílicos para atender a NR-12. Esta


máquina fresadora-ferramenteira com controle digital de localização e avanço automático
de eixos.
51

Imagem 14 – Fresadora adequada a NR12


Evidenciam-se acima as partes de uma fresadora em acrílico para barreira de
cavacos gerados durante o processo de usinagem, assim as partes em movimento
minimizam o arremesso de material cortado. Abaixo um torno horizontal com proteções
acopladas no carro móvel e sistema de proteção de acionamento, com as setas detalhando a
sinalização de segurança, com botão-chave e parada instantânea.

Imagem 15 – Torno Adequado a NR12.

6.4 - MEDIDAS DE CONTROLE

Objetiva a minimização dos riscos, de acordos com a legislação atual. Foi-se dada
ênfase aos processos com maior margem de risco de acidente, assim geraram-se os
52

procedimentos para adequação do Processo de Usinagem. As recomendações técnicas de


procedimentos são primordiais para o constante incremento da segurança do trabalho,
abaixo seguem como Medidas de Controle:
• Alimentação e interrupção do quadro elétrico deveram somente utilizadas pelo
professor ou monitor de laboratório.
• Uso obrigatório dos óculos de segurança, jaleco, calça, sapato fechado durante todo
período de atividade.
• Máquinas sem proteção NR-12 deverão ser operadas somente por pessoa com
experiência em usinagem.
• Cálculo correto de RPM, avanço e fixação tanto da peça quanto da ferramenta.
• Proibido fazer brincadeiras no laboratório. A presença de substâncias inflamáveis,
material de vidro e calor das máquinas aumentam os riscos de acidentes.
• Utilize somente o material necessário, documentos e celulares devidamente
guardados.
• Respeite as sinalizações de segurança (faixas, cartazes e demarcações no piso).
• Para operação é necessário sempre um Instrutor Técnico.
• Atividade não acadêmica somente será permitida autorizada por escrito da Direção
da unidade.
• Não é permitida a permanência de alunos durante o intervalo.
• Antes de 40 minutos do término da aula a limpeza deverá ser iniciada, bem como
organização das ferramentas e conferencia.
• O descarte do cavaco será de acordo com sua composição: aço, ferro fundido,
alumínio, bronze, nylon e latão.
• O uso constante dos EPI’s e EPC’s é obrigatório!
• Na dúvida sempre procure o professor.

Para mitigar a chance de ocorrer acidente no Processo de manutenção Predial e


Limpeza, o trabalho somente se iniciara se:

• Para acesso e trabalho em altura superior a 2 m, somente com a certificação da NR-


35.
• Nunca remova tampas, portas, e quadros para manutenção com a máquina ligada.
• Para acesso ao painel das máquinas sempre desligar o disjuntor geral.
53

• Somente será liberado o equipamento quando: Fios, tomadas e plugs estiverem


perfeitamente encaixados.
• O sistema de aterramento deverá estar funcionando em toda a máquina.
• Ligar na rede elétrica somente se tiver certeza sobre a tensão nominal dos
equipamentos.
• Nunca operar furadeira, esmerilhadora e fontes de tensão em superfícies úmidas ou
molhadas.
• Qualquer máquina com mau funcionamento deve ser informada ao professor
responsável.
• Ao sair do laboratório desligue a máquina que estava operando, bem como
certifique-se que está em perfeito funcionamento.
• O processo de manutenção deverá ter uma permissão de trabalho, assinada pelo
engenheiro responsável pelo laboratório.

Manutenção e Lubrificação das Máquinas

• A lubrificação de elementos deverá ser efetuada sempre com a máquina desligada.


• Ao início da atividade o professor responsável deverá analisar se os elementos de
movimento se estão lubrificados, somente depois da verificação se inicia a usinagem.
• Máquinas que apresentam ruídos intensos e vibração necessitam de
acompanhamento de condições dos rolamentos.
54

7. CONCLUSÃO

Buscou-se evidenciar se os objetivos estabelecidos foram alcançados, sendo que o


objetivo geral era voltado ao desenvolvimento de um sistema integrado de estudo através
de aspectos e impactos ambientais para prevenção de acidentes. Assim com os
procedimentos descritos procura-se sanar uma parcela do objetivo estudado.
É importante a realização de orientações e treinamentos aos envolvidos no processo
produtivo e administrativo. As medidas de controle devem ser revisadas e atualizadas
sempre que necessário, garantindo a produtividade e o equilíbrio econômico da atividade.
Deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um
determinado risco, com o objetivo de introduzir novas medidas de controle ou modificar as
existentes, sempre que necessário. De acordo com o levantamento de impactos e aspectos
ambientais evidenciou-se a importância de priorizar o controle da contaminação ambiental,
degradação ambiental e resíduo descartado em aterro, pois tais impactos são os mais
significativos. Por outro lado no gráfico da relação de riscos ambientais versus de acidente,
os processos de usinagem 36%, manutenção 26% e 14% lubrificação demandam maiores
procedimentos de mitigação, como controle do uso de EPI (óculos de segurança, jaleco,
calça, calçado adequado e protetor auricular) e EPC (extintores, ventiladores e sinalização).
Os benefícios financeiros de uma gestão em segurança e saúde ocupacional não
se resumem à redução dos custos diretos dos acidentes, englobando a diminuição do índice
de absenteísmo, o aumento da produtividade propiciado por um ambiente de trabalho mais
seguro e a crescente credibilidade da empresa perante o mercado, favorecida pela
preocupação ambiental. Este trabalho de pesquisa exploratória procurou expor o ambiente
de aprendizado as normas e procedimentos de segurança, tendo por finalidade gerar
ferramentas de gestão (fluxograma, planilha e gráfico) enfim medidas para controle de
aspectos e impactos ambientais associados aos riscos de segurança.
A importância do estudo de engenharia e segurança do trabalho não se pode
limitar somente a legislativa mais em sua essência na busca por proteção a danos
ambientais e humanos. Com constantes medições e análise dos riscos busca-se tornar um
ambiente puramente produtivo.
Depois da analise do ambiente estudado aprimorou-se as medidas de controle,
para os três primeiros processos com maior índice de risco ambiental e de acidente.
Encerrando assim o objetivo principal de desenvolver um sistema integrado de estudo
55

através de aspectos e impactos ambientais para prevenção de acidentes, na área metal


mecânica de uma escola profissionalizante de médio porte.
A intoxicação por produto químico se dá ao contato com lubrificantes, fluidos de
refrigeração, agentes de limpeza, solventes e tintas. Por isso do antes do inicio das
atividades com esses produtos, solicita-se o uso de creme protetor para pele, óculos de
segurança, jaleco, sapato fechado e no caso de solvente e tintas usar mascara de respiração
com filtro, assim minimizando o efeito de uma intoxicação cutânea ou respiratória.
Quanto à queda de funcionários e terceiros, devemos seguir as recomendações da
NR-35 trabalho em altura superior a 2 metros deve ser obrigatório uso de capacete e cinto
com talabarte, conectados a linha de vida ou ponto de ancoragem. Além disso, somente
poderão dar inicio as atividades com a devida Permissão de Trabalho – PT preenchida e
assinada por chefia, com registro de pressão sanguínea documentada.
A utilização de empilhadeiras somente deverá ocorrer com motorista
devidamente treinado, com curso certificado da NR-11 para movimentação de cargas,
através de conhecimentos sobre a forma correta de operar empilhadeiras, dentro das
normas de segurança exigidas para esse tipo de equipamento, quando necessitar fazer
carregamento e elevação de carga.
Para proteção contra choque elétrico segue-se norma NR-10, destacando que
todos os dispositivos elétricos estão aterrados e que a manutenção e instalação de
equipamentos deve sempre utilizar de profissionais capacitados e habilitados para a
complexidade do serviço. Assim como manutenção periódica programada seguindo
procedimentos para assegurar a segurança nas operações. O risco de choque elétrico existe
em todas as máquinas que utilizam desta fonte de energia, de modo a minimizar o risco de
choque elétrico aconselha-se utilizar de suas estruturas para aterramento maior área de
contato em caso de eventual fuga de corrente elétrica.
Quanto ao transporte de matéria prima de peças pré e pós usinadas, faz-se
necessário a utilização de meios de transporte adequados (palleteiras, tartarugas e
carrinhos) para com segurança pois ao cair sobre as pessoas geram risco de lesão física.
Ao ser considerado um ambiente com mínima quantidade de substancias
inflamáveis, somente solvente para a limpeza de peças não há elevado risco de explosão,
assim como incêndio é um risco também se considerado mínimo devido à utilização de
pouco material comburente.
Acidente de trajeto é o único caso de acidente (com afastamento) que foi
registrado no último ano da instituição estudada, onde se elabora uma CAT e foi registra-se
56

todo dado ocorrido, algo que se torna quase que imprevisíveis, pois demanda um estudo
mais aprofundado sobre horários de pico de trânsito, trajeto e frequência de deslocamento.
O layout do laboratório contribui para o recebimento de matéria prima e descarte
de cavaco e resíduos, dificilmente há risco de acidente nestas etapas do processo, pois para
carga e descarga se mantém um corredor previamente planejado, conforme se verifica no
mapa de risco em anexo, sem obstáculos.
Quanto aos danos relacionados à audição, o presente estudo se limitou a medir os
ruídos em uma grande margem de tempo, assim aconselha-se efetuar medições mais
repentinamente e assim garantir mais precisão de resultados.
Com integração de sistemas de gestão as empresas incrementam a racionalização
de seus processos e respectivos controles, e promovem uma maior interação entre áreas
assegurando maior vazão na comunicação. Desta maneira só quando a organização busca a
certificação dos seus vários sistemas de gestão de uma só vez além de economizar tempo e
dinheiro aumenta também a eficácia de seu sistema de gestão eliminando atividades e
controles redundantes e simplificando a documentação exigida tanto na parte ambiental
quanto de segurança de acidentes.
Ao término deste estudo sugere-se uma análise por menor de um método para
avaliação dos aspectos e impactos ambientais também em forma de planilha para
incrementar a concentração de informações pertinentes à engenharia de segurança do
trabalho.
57

8 REFÊRENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ALMEIDA, Josimar Ribeiro e BASTOS, Anna Christina Saramago (2000)


“Licenciamento Ambiental”, apostila do curso de Pós-Graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho, UFRJ, Rio de Janeiro.

BENITE, Anderson Glauco. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para


empresas construtoras. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo: 2004.

CHAPANIS, A; GARNER, W; MORGAN, C. Applied experimental psychology:


human factos in engineering design. Nova York: John Wiley, 1949.

DYLLICH-BREZINGER, T. et alii. Guia da Série de Normas ISO 14001: sistemas de


gestão ambiental. Blumenau: Edifurb, 2000.

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58

ANEXO I - COMPILAÇÃO ILUMINAMENTO – LAB. DE USINAGEM.


59

ANEXO II - MEDIÇÃO DE RUÍDO E CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO.


60

ANEXO III - MAPA DE RISCOS

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