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SECRETARIA DE POLITICAS PÚBLICAS PARA MULHERES

EM GUARAPUAVA: BREVE ANÁLISE DO SEU


ENFRENTAMENTE AS SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA DE
GÊNERO
Políticas Sociais

Resumo: A Secretaria da Mulher foi criada através da Lei nº 2091/2013, com o objetivo de
combater a violência contra a mulher e promover a geração de renda através de cursos. Conta
com equipe técnica composta por Assistente Social, Psicóloga e Advogada, além do apoio
administrativo, coordenação de cursos e seguranças. O mapa da violência de 2015 mostra que
a média da população feminina em Guarapuava é composta por 86.049 mulheres, ocupando a
373º posição no ranking das cidades mais violentas, apresentando uma taxa de 6,5
homicídios. Por isso, esse trabalho tem por objetivo analisar a atuação da Secretaria da
Mulher em Guarapuava no combate e superação das situações de violência de gênero. A Lei
11.340 de 07 de agosto de 2006 define a violência doméstica e familiar contra a mulher como
"[...] qualquer ação ou omissão baseada no gênero, que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial". Esse trabalho tem cunho de
pesquisa empírica, pois demonstra os fornecidos pelo 16º Batalhão de Polícia Militar que
apresentam 512 Boletins de Ocorrência registrados em 2013, 479 em 2014 e 526 em 2015, e
bibliográfica através de pesquisadores que conceituam e estudam a questão do gênero.

Palavras-chaves: Gênero, Violência, Politicas Públicas.

Abstract: The Secretariat for Women was established by Law No. 2091/2013, in order to
combat violence against women and promote income generation through courses. It has
technical team of social worker, psychologist and lawyer, in addition to administrative
support, coordination of courses and security. The map of 2015 violence shows that the
average female population in Guarapuava is composed of 86,049 women, occupying the 373º
position in the ranking of the most violent cities, with a homicide rate 6.5. Therefore, this
work aims to analyze the work of the Women's Secretariat in Guarapuava to fight and
overcome the situations of gender violence. Law 11.340 of August 7, 2006 defines domestic
and family violence against women as "[...] any action or omission based on gender, that
causes death, injury, physical, sexual or psychological suffering and moral damage or equity. "
This work has empirical research nature, because it shows those provided by the 16th Military
Police Battalion that have 512 official reports registered in 2013, 479 in 2014 and 526 in
2015, and literature by researchers conceptualize and study the question of gender

Key-words: Gender, Violence; Public Policy.


1 INTRODUÇÃO

A violência doméstica contra as mulheres apresenta-se como uma das várias faces da
violação dos direitos humanos, uma vez que é destrutiva e atinge a população feminina
cotidianamente, pois se manifesta em seus lares, sendo em sua maioria violências praticadas
pelos seus companheiros ou familiares.
O presente artigo tem como objetivo analisar a atuação da Secretaria da Mulher em
Guarapuava no combate e superação das situações de violência de gênero.
A Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006, denominada como Lei Maria da Penha, define a
violência doméstica e familiar contra a mulher como "[...] qualquer ação ou omissão baseada
no gênero, que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral
ou patrimonial". Esse trabalho tem cunho de pesquisa empírica, pois demonstra os fornecidos
pelo 16º Batalhão de Polícia Militar que apresentam 512 Boletins de Ocorrência registrados
em 2013, 479 em 2014 e 526 em 2015, e bibliográfica através de pesquisadores que
conceituam e estudam a questões do gênero.
Fato é que a violência doméstica e intrafamiliar ganhou visibilidade nos últimos anos,
uma vez que houve um aumento significativo nos índices dos registros de violência contra as
mulheres. Assim, tal problemática necessita da intervenção contínua do Estado através de
Políticas Públicas, visto que é um fenômeno que atinge mulheres de todas as classes sociais,
independente da sua raça/etnia, idade, estado civil, e escolaridade.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

As Políticas sociais são formas de enfrentamento das múltiplas expressões da questão


social, que se apresenta de forma complexa à realidade da população. Segundo Bhering e
Boschetti (2008), as primeiras manifestações ainda que embrionárias, em relação às políticas
sociais, foram nos movimentos de luta de classe, na Europa Ocidental, momento em que
acontecia a ascensão do capitalismo com a revolução industrial.
A evolução da luta dos trabalhadores ao longo dos séculos XIX e XX com vistas à
emancipação humana trouxe na sua agenda a busca por um Estado Social que ampliasse os
direitos e que não fossem apenas medidas paliativas predominante do Estado Liberal. Nesta
perspectiva, o que houve foi uma mudança do estado “[...] que abrandou seus princípios
liberais e incorporou orientações social-democratas num novo contexto sócio econômico e da
luta de classes, assumindo um caráter mais social, com investimento em políticas sociais”
(Behring & Boschetti, 2008, p.63).
Diante desta evolução, no Brasil, ao longo do tempo e, também por meio da luta dos
movimentos sociais obtivemos avanços nos direitos e garantias individuais e coletivos.
Assim, nesta perspectiva dos direitos, na década de 80, precisamente três anos antes da
promulgação da Constituição Federal, o movimento feminista alcança uma das suas primeiras
conquistas junto ao Estado, inaugurando a primeira Delegacia de Defesa da Mulher e criado o
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), através da Lei Nº 7.353/85. Em seguida,
no ano de 1986 a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo cria a primeira Casa Abrigo
para acolher mulheres em situação de risco de morte do país (BRASÍLIA, 2011).
Diante das inúmeras manifestações da população e em meio a calorosos debates nas
instituições brasileiras, os direitos básicos vão se consolidar na Constituição Federal de 1988,
que contempla no seu Art. 5º, Título II, dos Direitos e Garantias Fundamentais:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade (BRASIL, 1988).

Assim, o presente artigo garante que haja a articulação de estratégias para que o
Estado, através das políticas públicas traga respostas em relação às necessidades de
sobrevivência da população, sejam elas políticas, econômicas ou sociais, haja vista que ainda,
em seu Art. 6º define que são direitos sociais: A educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados (BRASIL, 1988).
Garantido o direito a vida e a segurança, ao longo dos anos houve esforços para
fortalecer iniciativas no combate a todas as formas de violência contra as mulheres, a
exemplo, as Convenções e Conferências internacionais, mas apenas em 2003 com a criação da
Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres as políticas públicas de enfrentamento a este
fenômeno foram fortalecidas através da elaboração de conceitos, diretrizes, normas, e da
definição de ações e estratégias de gestão e monitoramento relativas à temática (BRASÍLIA,
2011).
Observamos, então, que a violência que perpassa a vida das mulheres especialmente
no âmbito domiciliar começa a ser denunciada, direcionando assim, as ações sociais no que se
refere ao enfrentamento deste cenário.
Assim, um marco no enfrentamento a violência doméstica contra a mulher foi a Lei
11.340 de 07 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Desta forma, na
intenção de reduzir a violência doméstica contra a mulher a Lei em seu Art. 5º, define este
fenômeno como "[...] qualquer ação ou omissão baseada no gênero, que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial". (BRASIL,
2006).
Compreendemos então, que a definição da violência contra a mulher é muito ampla,
uma vez que ela assume diferentes faces e tem a intenção de causar dano. Neste sentido, a Lei
11.340 define em seu capítulo II, Art. 7º, das formas de violência doméstica e familiar contra
a mulher:

I - a Violência Física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua


integridade ou saúde corporal;
II - a Violência Psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a Violência Sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja
a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de
seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a Violência Patrimonial, entendida como qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a Violência Moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria (BRASIL, 2006).

Diante destas definições e dos dados alarmantes da violência, a Secretaria municipal


de Políticas públicas para mulheres foi criada em Guarapuava através da Lei nº 2091/2013 e
assim como todas as iniciativas anteriores, a Secretaria da mulher busca combater tal
problemática. Neste sentido, as ações são pensadas com o objetivo de promover a autonomia
das mulheres, por meio dos cursos profissionalizantes para geração de renda.
Assim, a secretaria tem acompanhado a tendência do mercado de trabalho que nos
últimos anos tem empregado mulheres em setores antes ocupados apenas por homens, desta
forma oferece cursos na área da construção civil e mecânica, e ainda cursos de artesanato
como o projeto Orquídea.
Através do projeto a secretaria da mulher fica mais próxima das mulheres que residem
nos bairros de Guarapuava, pois além de confeccionar artesanato e vendê-los nas feiras as
participantes recebem orientações sobre os direitos da mulher, orçamento familiar,
empreendedorismo e cooperativismo, através de palestras promovidas pela secretaria.
A secretaria da mulher também conta com equipe técnica formada por Assistente
Social, Psicóloga e Advogada, profissionais que atuam no sentido de possibilitar às mulheres
o enfrentamento e a superação do quadro de violência que configura a atual realidade das
mesmas, além de possuir veículo próprio o qual agiliza o deslocamento da equipe nos
atendimentos. Assim, a equipe compreende que é necessário “[...] estar preparada para acolher
os usuários considerando a complexidade de cada situação, suas singularidades e demandas”
(BRASIL, 2011, p.59).
Neste sentido, os atendimentos da equipe são realizados por meio de orientações
jurídicas, acompanhamento psicológico e dos encaminhamentos pertinentes a sua demanda,
como para saúde, assistência social, habitação, entre outros.
Ainda, em março de 2015 a Secretaria da Mulher inaugurou a Casa Abrigo, conquista
que foi alcançada através de um convênio firmado com o Governo Federal, o qual teve como
objeto a Implementação e Estruturação da casa, a qual abriga mulheres em risco iminente de
morte seja do Município ou região, bem como a aquisição de mais dois carros os quais são
utilizados no atendimento as mulheres em situação de violência.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

A metodologia abordada neste estudo pauta-se na pesquisa qualitativa, que segundo


Minayo (1994), trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores
e atitudes, correspondendo a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos
fenômenos e ainda, quantitativa, que segundo Richardson (1999) é caracterizada pelo
emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no
tratamento delas por meio de técnicas estatísticas.
Levantamos ainda, os dados existentes nos arquivos da Secretaria da Mulher, que
segundo Minayo (2009), é uma busca de dados secundários, ou seja, a partir de acervos já
existentes. Também utilizamos o estudo documental no que tange a revisão de legislações,
como a Constituição Federal de 1988, Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006, bem como a
Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.
4 ANÁLISE DE DADOS

Os dados da violência contra a mulher em Guarapuava aparecem no mapa da violência


de 2015, que nos apresenta uma média da população feminina, sendo esta composta por
86.049 mulheres. Estes dados estatísticos mostram que a taxa de homicídios é de 6,5 e ainda,
no ranking das cidades mais violentas, Guarapuava ocupa a 373º posição.
Semanalmente, a secretaria da mulher recebe do 16º Batalhão de Polícia Militar de
Guarapuava os registros de Boletins de Ocorrência os quais são referentes a situações de
violência doméstica e intrafamiliar.
A partir dos relatórios recebidos do 16º BPM, levantamos os dados registrados desde a
criação da secretaria da mulher em 2013, e totalizamos os seguintes dados:

TABELA 1: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE BOLETINS DE OCORRÊNCIA REGISTRADOS NOS ANOS DE 2013,


2014 E 2015.

.
FONTE: Secretaria da Mulher.

Somaram-se em 2013 um total de 511 registros, totalizando uma média de dois


Boletins de Ocorrência por dia. Em 2014 os registros da Policia Militar totalizaram 479
boletins, baixando a média de ocorrências no que se remete a 2013. Contudo, em 2015 os
Boletins voltaram a registrar a média de duas ocorrências diárias, chegando a dezembro com
526.
Destacamos ainda, que neste total de BO’s, também observamos que no ano de 2013,
o bairro Morro Alto aparece em primeiro lugar contando com 83 boletins registrados, em
2014 totalizou 69 BO’s, e em 2015 ficou com 67, neste ano ficando atrás apenas do bairro
Boqueirão que teve 68 registros, mas se manteve como o bairro que mais aciona a equipe do
16º BPM.
Em seguida, trazemos um comparativo em relação à evolução das taxas dos registros
dos Boletins entre os três anos de trabalho da secretaria da mulher em Guarapuava.
TABELA 2: EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE BOLETINS DE OCORRÊNCIA 2013/2015.

FONTE: Secretaria da Mulher.


GRÁFICO 1: ÍNDICE DA EVOLUÇÃO DOS REGISTROS DE 2013, 2014 E 2015.
FONTE: Secretaria da Mulher.

Diante destes dados, destacamos que durante os três anos de existência da secretaria da
mulher, os meses em que houve queda nos registros de Boletins de ocorrência foram Junho e
Julho. Ressaltamos ainda, que consideramos ser uma situação sazonal, uma vez que
Guarapuava é uma das cidades mais frias do estado do Paraná, com clima moderado,
subtropical, úmido. O mês de Julho é considerado o mês mais frio do ano, inverno rigoroso
com uma média de temperatura mínima de 6,8ºC. (GUARAPUAVA, 2016).
Neste sentido, consideramos que o declínio dos registros se deve ao clima do
município que conta com baixas temperaturas nestes meses, haja vista a retomada dos índices
no mês de outubro, considerando médias mais elevadas.
Deste modo, após o recebimento dos relatórios é efetuada a busca ativa destas
mulheres em situação de violência, a qual significa a “[...] procura intencional, realizada pela
equipe [...] tem como objetivo identificar as situações de vulnerabilidade e risco social [...]
essencial à ação preventiva e a priorização do acesso dos mais vulneráveis aos serviços de
assistência social” (BRASIL, 2009).
Nesta perspectiva a busca ativa permite que a equipe tome conhecimento da real
situação de violência em que a mulher esta inserida, assim, diante da verificação da violação
de direitos a equipe inicia os atendimentos, acionando a Rede de Enfrentamento à violência
contra a mulher.
Segundo a Secretaria de Políticas para Mulheres a Rede trata-se da atuação articulada
de diversas instituições/serviços governamentais e não governamentais, buscando desenvolver
estratégias de prevenção à violência contra a mulher, bem como de políticas que assegurem às
mulheres o empoderamento, a construção da autonomia, direitos humanos, assistência
qualificada e ainda a responsabilização dos agressores (BRASILIA, 2011).
Em Guarapuava a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres é composta
pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres; Polícia Militar; Delegacia da Mulher;
Serviço de Atendimento Especializado (SAE); Núcleo de Estudos de Defesa e direitos da
Infância e da Juventude (NEDDIJ) Unicentro; Ministério Público do Estado do Paraná;
Hospital Santa Tereza; Hospital São Vicente; Secretaria Municipal de Saúde; CREAS II,
Conselho Tutelar; Faculdade Campo Real e Realclin; Instituto Médico Legal (IML); Patronato
Municipal; CRAS – Unidade IV; Laboratório de História ambiental e Estudos de Gênero
(LHAG/UNICENTRO); 5ª Regional de Saúde e Câmara Municipal de Vereadores.
Assim, segue o fluxo de atendimento no município de Guarapuava, demonstrando de
forma simplificada quais os serviços da Rede de Enfrentamento as mulheres em situação de
violência podem procurar.

FLUXOGRAMA 1 – FLUXO DE ATENDIMENTO

EM CASO DE VIOLÊNCIA SEM LESÃO

Porta de Entrada
Porta de Entrada

Secretaria
SecretariadadaMulher
Mulher

FONTE: Secretaria da Mulher.

FLUXOGRAMA 2 – FLUXO DE ATENDIMENTO

EM CASO DE VIOLÊNCIA COM LESÃO

Porta de entrada
Porta de entrada

Unidade Unidade
Unidadedede Urgência
Urgênciae e Hospital
Unidade Hospital
Básica
Básicadede Pronto Emergência
Pronto Emergência
Saúde Atendimento
Saúde Atendimento
14ª
14ªSDP IML Secretaria
SDP IML Secretariadada
Mulher
Mulher

CRAS/CREAS
CRAS/CREAS

FONTE: Secretaria da Mulher

FLUXOGRAMA 3 – FLUXO DE ATENDIMENTO

EM CASO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

Porta de entrada
Porta de entrada

Unidade Unidade
Unidadedede Urgência
Urgênciae e Hospital
Unidade Hospital
Básica
Básicadede Pronto Emergência
Pronto Emergência
Saúde Atendimento
Saúde Atendimento
SAE
SAE

14ª
14ªSDP Secretaria
SDP IML
IML Secretariadada
Mulher
Mulher

CRAS/CREAS
CRAS/CREAS

FONTE: Secretaria da Mulher

Como pudemos observar no fluxo, o atendimento sem lesão pode ser realizado
diretamente na Secretaria da Mulher sendo acionados outros serviços da Rede de Atendimento
caso seja necessário.
Assim, nos atendimentos com lesão a porta de entrada são as unidades de saúde sendo
acionada posteriormente a segunda etapa do processo, ou seja, a 14ª Subdivisão Policial
(SDP) para efetuar o Boletim de Ocorrência, o Instituto Médico Legal (IML) para o exame de
corpo de delito, como definido no Art. 158 do Código de Processo Penal, o qual define que
“[...] quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito”
(BRASIL, 1941).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos estudos realizados e dos dados levantados junto a Secretaria da Mulher,
compreendemos que o trabalho realizado ao longo destes três anos de existência é de suma
relevância para o município.
Esta afirmativa pauta-se na colocação de Guarapuava no ranking estadual como uma
das cidades mais violentas do Paraná, ou seja, uma vez que a violência doméstica e
intrafamiliar acontecem, é necessário acionar mecanismos para o enfrentamento de tal
problemática.
Neste sentido, diante do alto índice da violência contra as mulheres em Guarapuava,
compreendemos então, que o aumento nos números de B.O’s registrados no último ano é
extremamente significativo, (como demonstrado na tabela 2, sobre a evolução das taxas de
boletins de ocorrência 2013/2015), uma vez que as ações da Secretaria da Mulher tem
conseguido atingir as mulheres do município no que tange a conscientização em denunciar a
violência sofrida.
Ressaltamos ainda a importância do fluxo de atendimento a estas mulheres, as quais
passam por um atendimento humanizado nos serviços especializados que compõe a Rede de
Enfrentamento à violência contra a mulher, buscando a superação da complexa realidade que
a vítima está inserida.
Nesta direção, os esforços vieram se ampliando ao longo dos anos, contudo, embora o
Estado se responsabilize pelo enfrentamento deste fenômeno através da Política Nacional de
Enfrentamento à violência contra as mulheres, ainda enfrentamos inúmeras dificuldades.
Neste cenário destacamos a árdua tarefa de atender a demanda da população por meio
das políticas sociais no que tange aos recursos financeiros, uma vez que a descentralização
destes recursos e a instabilidade dos planos de governo dificultam as ações no combate à
violência contra as mulheres, haja vista a disputa dos modelos econômicos e a intenção do
desmonte dos direitos sociais.
REFERÊNCIAS

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CREAS. Brasília: MDS, 2011.

______. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Política Nacional de


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Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2013.

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm#art810>. Acesso em 06 de
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