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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CARLOS AMARANTE

ESCOLA B/3 E SECUNDÁRIA CARLOS AMARANTE


Ano letivo 2017/2018
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FICHA DE FILOSOFIA – 10º ano
1. O que é a filosofia? – uma resposta inicial
A melhor maneira de nos iniciarmos na filosofia é colocar perguntas filosóficas: Como se formou
o mundo? Haverá uma vontade ou um sentido por detrás daquilo que acontece? Haverá vida depois da
morte? E, acima de tudo, como deveríamos viver? (…) Estas perguntas foram colocadas desde sempre
pelos homens. A história [da filosofia] oferece-nos muitas respostas diferentes para estas perguntas.
Mesmo hoje, cada um deve encontrar respostas para estas perguntas. Não podemos saber se Deus
existe ou se há vida depois da morte, consultando uma enciclopédia. A enciclopédia não nos diz como
devemos viver. J.Gaardner, O Mundo de Sofia
- Partindo do texto, relacione a filosofia com a necessidade que o homem tem de se questionar, pensar e
argumentar. (30)
A filosofia, enquanto atitude e atividade humana, começa quando nos questionamos: A melhor
maneira de nos iniciarmos na filosofia é colocar perguntas filosóficas. Trata-se de uma atividade que
tem origem na curiosidade, no desejo de saber e compreender todas as coisas e na necessidade
de encontrar um sentido para a existência. Muitas das questões filosóficas têm, assim, um
carácter existencial como as que o texto refere a título de exemplo (Haverá uma vontade ou um
sentido por detrás daquilo que acontece? Haverá vida depois da morte? E, acima de tudo, como
deveríamos viver?) e só podem ser respondidas através do exercício autónomo da
razão/pensamento (reflexão pessoal), pois não têm uma solução (uma única resposta) mas
diferentes respostas pessoais (A história [da filosofia] oferece-nos muitas respostas diferentes para
estas perguntas. Mesmo hoje, cada um deve encontrar respostas para estas perguntas). A
argumentação destina-se e consiste, neste sentido, em procurar fundamentar e justificar, com
base num conjunto de razões (argumentos), as diferentes respostas ou posições assumidas face
às questões ou problemas próprios da filosofia. Assim, a problematização (formular questões), a
reflexão (o exercício autónomo do pensar) e a argumentação (inventar e apresentar argumentos)
constituem atividades não apenas necessárias mas essenciais à filosofia ou ao filosofar.

2. As questões filosóficas – alguns exemplos


No conjunto das questões a seguir apresentadas distinga as filosóficas das não filosóficas.
Justifique, identificando de que tipo de questão se trata. (50)

a) É correto fazer sofrer os animais? Filosófica/questão ética


b) Existe vida noutros planetas? Não Filosófica/questão científica
c) É permitido praticar o aborto em Portugal? Não Filosófica/questão de direito/legal
d) Existe vida para além da morte? Filosófica/questão metafísica/filosofia da religião
e) Como tratar a toxicodependência? Não Filosófica/ questão técnica
f) A beleza é o fim da arte? Filosófica/questão de estética
g) Quantas crianças são vítimas de trabalho infantil todos os anos? Não Filosófica/ questão de
facto
h) Somos sempre responsáveis pelas consequências dos nossos atos? Filosófica/filosofia
moral
i) Quando foi abolida a pena de morte em Portugal? Não Filosófica/questão histórica
j) O que é mais importante na vida em sociedade: os interesses do indivíduo ou da coletividade?
Filosófica/filosofia social e política
3. A dimensão argumentativa do trabalho filosófico
Legalizar a eutanásia seria um perigo enorme face à existência de familiares mal formados, que
poderiam tentar usar a eutanásia para fins interesseiros. Por um lado, se a função dos agentes de saúde
é preservar a vida, não se vê como é que matando um paciente cumprem essa função. O médico é um
técnico cuja função é salvar vidas, não terminá-las. Por outro lado, que direito tem alguém de matar seja
quem for? A vida, sabemo-lo, é sagrada! Há quem julgue que a eutanásia pode aliviar definitivamente
um sofrimento enorme, mas quem pode garantir que um paciente não possa melhorar e voltar a ter uma
vida sem sofrimento? Há casos em que doentes melhoram inesperadamente. E pergunto-me: quem tem
legitimidade para tomar a decisão? O paciente nem sempre tem consciência da escolha ou vontade de
morrer (...). Por isso, a eutanásia é inaceitável.

3.1. Explicite qual é (formule) o problema filosófico abordado no texto. (10)

O problema filosófico abordado no texto consiste em saber se a eutanásia é aceitável e se


deve ou não legalizar a prática da eutanásia.

3.2. Identifique a tese/posição do autor. (10)

O autor defende que a eutanásia é eticamente inaceitável e, por isso, não se deve legalizar a
sua prática.

3.3. Apresente os dois primeiros argumentos que suportam a conclusão. (20)

Os dois primeiros argumentos que suportam a posição do autor são:

1º - “Legalizar a eutanásia seria um perigo enorme face à existência de familiares mal


formados, que poderiam tentar usar a eutanásia para fins interesseiros”;

2º - “Se a função dos agentes de saúde é preservar a vida, não se vê como é que matando um
paciente cumprem essa função. O médico é um técnico cuja função é salvar vidas, não
terminá-las”.

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