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DICA DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Obs: Em relação à natureza do órgão controlador, a doutrina classifica o controle em administrativo, Legislativo
e judicial.

O controle parlamentar - também chamado de controle político e de controle legislativo - é exercido, no âmbito
federal, pelo Congresso Nacional sobre os atos da Administração Pública. Um exemplo desse controle está
descrito no dispositivo constitucional a seguir:
Obs: Os casos de controle Parlamentar exercido sobre o Poder Executivo abrangem APENAS as hipóteses
constantes expressamente na Constituição Federal
CF, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa.

Obs: Compete ao Tribunal de Contas da União, entre outras atribuições, representar ao poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.

Obs: A administração pública, no exercício de suas funções, controla seus próprios atos e se sujeita ao controle
dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo.

Obs: Tanto o título executivo judicial quanto o extrajudicial formado no âmbito do tribunal de contas são
instrumentos hábeis para o ressarcimento ao erário, podendo os dois coexistir.

Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e sentença
condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o ressarcimento ao erário e se
referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor da obrigação que primeiramente foi
executada no momento da execução do título remanescente. Conforme sedimentada jurisprudência do STJ, nos
casos em que fica demonstrada a existência de prejuízo ao erário, a sanção de ressarcimento, prevista no art. 12
da Lei n. 8.429/92, é imperiosa, constituindo consequência necessária do reconhecimento da improbidade
administrativa (AgRg no AREsp 606.352-SP, Segunda Turma, DJe 10/2/2016; REsp 1.376.481-RN, Segunda Turma,
DJe 22/10/2015). Ademais, as instâncias judicial e administrativa não se confundem, razão pela qual a
fiscalização do TCU não inibe a propositura da ação civil pública. Assim, é possível a formação de dois títulos
executivos, devendo ser observada a devida dedução do valor da obrigação que primeiramente foi executada no
momento da execução do título remanescente. Precedente citado do STJ: REsp 1.135.858-TO, Segunda Turma,
DJe 5/10/2009. Precedente citado do STF: MS 26.969-DF, Primeira Turma, DJe 12/12/2014. REsp 1.413.674-SE,
Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Rel. para o acórdão Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 17/5/2016, DJe 31/5/2016.

Obs: Ensinamentos de Maria Sylvia Zanela di Pietro - "Com relação aos atos políticos, é possível também a sua
apreciação pelo Poder Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou coletivos.

Conforme definição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido amplo)
exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante
provocação.

Ainda a referida autora:

O controle interno é mais amplo que o controle judicial. Enquanto o controle judicial se limita a questão da
legalidade, o controle administrativo analisa a legalidade e pode ainda adentrar ao mérito administrativo. Tal
posicionamento é confirmado pela Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal

SÚMULA 473
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Dica: TCU exerce controle sobre todas as entidades (exceto OAB, pois é entidade sui generis), além de julgar as
contas de todo mundo (exceto Presidente da República, que é atribuição do Congresso Nacional).

Obs: Alguns doutrinadores, juristas e professores de Direito Constitucional entendem que o art. 71 da atual
Constituição Federal coloca o Tribunal de Contas como órgão integrante do Poder Legislativo, já que a atribuição
de fiscalizar faz parte das atribuições típicas do Poder Legislativo.
Outros afirmam que o TCU não pertence a nenhum dos Poderes e entendem que ele é um órgão independente e
autônomo, assim como o Ministério Público e que, ao auxiliar o Poder Legislativo, a ele não se subordina.
Não obstante as várias interpretações constitucionais, o entendimento majoritário é no sentido de ser o TCU um
órgão de extração constitucional, independente e autônomo, que auxilia o Congresso Nacional no exercício do
controle externo.

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