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ITU - SP
2018
BIANCA C. DE SOUZA RODRIGUES - 083337
CINTIA ALINE RODRIGUES DOS SANTOS - 1095980
DEBORA EMILIO - 0912760
FRANCISMARI G. M. LEOCÁDIO - 1095110
GABRIELA CRISTINA DE LIMA PILTA - 1056080
JULIANA DO PRADO – 1094520
MARIANA ELIZA PROVATTI - 19135165
RAFAEL POLTONIERI - 1072260
RAFAELA FERRAZ - 0959050
TAINARA CRISTINA DE MORAES - 108432
TAIS CAPRIOLI - 1060190
TALITA CAPRIOLI - 1060240
VINICIUS FERNANDES - 1054110
ITU - SP
2018
APRESENTAÇÃO
1 SINOPSE 3
2 SIGMUND FREUD 4
3 ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE 5
4 KURT LEWIN 9
REFERÊNCIAS 13
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1 SINOPSE
2 SIGMUND FREUD
Jack é o responsável pelo grupo, composto por sua mulher e seu filho,
exercendo uma liderança constituída por laços afetivos que devem compor um
núcleo familiar, a qual tem modelo determinado pela sociedade.
Como observou Freud, a família parece trabalhar em harmonia, porém um
incidente dentro de um grupo atinge o todo e influencia as ações. Isoladamente, os
Torrance obteriam comportamentos diferentes dos quais foram apresentados em
grupo, as reações teriam caráter divergente. A necessidade de vivência e a
socialização oferecem ao indivíduo inserido no grupo a ideia de segurança. Para
Wendy e Danny, o pertencimento dava-lhes a sensação de segurança por conta da
liderança de Jack, em paralelo, criou-se uma identidade de grupo, anulando seu
ego, “eu” em prol dos desejos do genitor, divergente das individualidades de cada
sujeito.
Segundo Freud, a capacidade do indivíduo quando inserido em um grupo,
pode alterar em questão de minutos, tornando-se um “anjo” ou um “demônio”,
podendo ser sedutor e assustador ao mesmo tempo, especialmente em casos
extremos que mudam os objetivos iniciais, como demonstrados na trama, a decisão
de Wendy de desertar em busca de prioridades, como a saúde de seu filho.
Após o rompimento de objetivos iniciais, inicia-se a construção de um novo
grupo, composto por Wendy e Danny. Com a configuração modificada, a mãe passa
a exercer a liderança sobre o filho e Jack passa a ser outro grupo, com objetivo
divergente ao inicial, tendo agora o desejo de aniquilar sua família.
Dado o exposto, nota-se a capacidade do indivíduo em sociedade, ser
formação e formador de novos grupos, afastando-se de seus objetivos iniciais que
foram institucionalizados, preocupando-se ou não em gerar uma resposta a
determinada ordem social, porém, mesmo sob a coação de Jack a continuarem na
hospedagem, o grupo rompe, quando em uma situação extrema suas vidas estão
sob ameaça do líder inicial.
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3 ENRIQUE PICHON-RIVIÈRE
após um longo diálogo, o progenitor solicita uma bebida e constata estar sem
dinheiro na carteira, Lloyd o serve mesmo assim, minutos após a vivência, Wendy
adentra o local e não nota sinais de embriaguez no marido, constatando episódios
de alucinações decorrentes a abstinência. Poucos dias após, Jack retorna ao bar,
sua carteira está cheia, e Lloyd lhe serve informando que seu dinheiro não é aceito
no estabelecimento.
A abstinência do álcool possibilitou a Jack o acesso de fúria vivenciado
durante anos, juntamente ao isolamento social e o contato com seus sentimentos, a
ausência de um auxiliador para conciliar as angústias e a interação grupal
possivelmente agravou as possibilidades de acesso de paranoias. A interação social
foi abalada, e o convívio, aniquilado.
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4 KURT LEWIN
Para Kurt Lewin, há relação entre o campo grupal e o espaço vital. O campo
representa o conjunto de fatores que estão presentes no grupo, as experiências e os
fatos já ocorridos e são trazidos com cada indivíduo, como apresenta a família
Torrance.
O decorrer da trama apresenta mudanças de comportamentos de Jack,
demonstrando irritabilidade, agressão verbal e alucinações. A relação se
desestabilizou quando Danny surgiu com o pescoço lesionado e em estado de
choque. O hotel estava sendo habitado apenas pela família, sem uma explicação
plausível para o ocorrido, Wendy decide ir embora do hotel prezando a
sobrevivência de ambos, acusando o marido de ter agredido o filho.
Cada fator influencia no grupo, mudança de comportamento em um dos
sujeitos modifica o grupo como um todo, sendo uma relação dialética de influência
do individual com o grupo e vice-versa. O comportamento alucinógeno de Jack
influenciou diretamente seu filho e sua esposa, fazendo com que se sentissem
amedrontados e ameaçados, planejando fugir e lutar por suas vidas, o que contraria
a ideia inicial do grupo, que estava pautado no convívio.
O espaço vital, onde tudo ocorre é essencial para essas relações e para as
consequências trazidas, o determinante para os próximos passos e como essas
relações irão se desenvolver. Durante o longa, é possível visualizar o espaço vital
como o hotel pelo qual a família se responsabilizou em zelar durante o período de
inverno. O histórico sanguinário do hotel, causado pelo antigo zelador, o
confinamento e o estresse gerados durante a estadia, foi determinante para as
atitudes de Jack, influenciando Danny e Wendy, sendo o local determinante para o
desfecho da trama. Contando com as alucinações geradas, a qual os espíritos
influenciam o pai a matar sua família para discipliná-los, o desejo surgiu em Jack,
que contraditoriamente relatou que jamais causaria qualquer dano a Danny.
Conclusivamente, o campo grupal, o espaço vital e a individualidade são
importantes e influenciadores de grande proporção sobre o grupo como um todo,
determinando seu início, meio e fim. Quando há alterações comportamentais em um
dos indivíduos, os demais também são transformados, assim vão sendo modificadas
as relações e condições do grupo.
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sua esposa e seu filho, da mesma forma em que o zelador fizera anteriormente.
Segundo um dos conceitos de Moreno:
Para que o momento seja experimentado como um momento sui generis,
são requeridas as seguintes circunstâncias: (a) deve ocorrer uma mudança
na situação; (b) a mudança deve ser suficiente para que o indivíduo perceba
a experiência de novidade; (c) essa percepção implica atividade por parte
do indivíduo, um ato de aquecimento preparatório de um estado espontâneo
(MORENO, 2003, p.155).
Jack se apropria do conselho do zelador por se tratar de algo oculto em sua
mente:
Alter Ego – Técnica em que o coordenador ou um ego auxiliar diz ao ouvido
do protagonista o que acha que está oculto em sua mente para que esse
“tome consciência” do material reprimido ou escotomizado, com o que
geralmente ocorre uma quebra na comunicação estereotipada do
protagonista. (OSÓRIO, p. 44).
No contexto apresentado na trama, Jack supostamente apresenta um estado
espontâneo quando surgem as alucinações, resultado da criatividade momentânea
que o faz imaginar coisas fora da realidade e tomar decisões severas, aceitando
sugestões sem senso crítico, e assim, em um desempenho agressivo, finalmente
pôde agir livremente e interpretar a si mesmo.
Partindo do pressuposto de que os fantasmas faziam parte da sua mente,
alguns métodos semelhantes às técnicas psicodramáticas são demonstrados nas
atuações de Jack, como o solilóquio, técnica na qual o protagonista é estimulado a
“pensar alto”, dizer em voz alta o que está sentindo, como se falasse consigo
mesmo. Estase, aplicada quando em meio a um delírio, ele supostamente conversa
com os fantasmas, falando em voz alta e repetindo o que supostamente sua mente
está dizendo para ele em forma de alucinações. Outra técnica é o “duplo”, na qual é
posto um ego auxiliar ao lado do protagonista para expressar o que esse não
consegue transmitir, como acontece com as aparições que atuam dizendo
supostamente os próprios desejos internos de Jack.
Jack, ainda que de forma insciente, não se identifica com os papéis de pai e
marido a qual desempenha, ou da forma a qual prática. Em uma cena retratada no
longa, é possível notar-se essa falta de identificação, ao Jack passar dias
escrevendo a frase “Allworkand no play makes Jack a dull boy”, em tradução do
inglês: “Muito trabalho e pouco divertimento tornam Jack um rapaz deprimido”. Ao
Wendy encontrar seus papéis que deveriam ser parte de seu livro e posteriormente
o surto de Jack, demonstra seu desejo de pôr fim no modelo de vida seguido até o
momento. Segundo a teoria dos papéis de Moreno:
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Embora seja esperado que cada um de nós desempenhe os papéis que nos
estão designados na sociedade (familiares, profissionais, de cidadania), na
verdade cada um de nós pode e deseja encarnar muitos outros papéis
distintos ou além dos que nos estão permitidos desempenhar na vida. Esse
desejo seria fonte permanente de ansiedade pela pressão que exerce sobre
os papéis oficiais ou manifestos que nos tocam desempenhar (OSÓRIO, p.
43).
Osório cita o relato de Moreno, a respeito da atriz Bárbara, que representava
de maneira notável papéis de moça ingênua, mas passado algum tempo em seu
casamento com um espectador chamado Jorge, o marido procurou Moreno a quem
se queixou de sua esposa ser uma pessoa completamente diferente no convívio
conjugal, pois enquanto representava angelicalmente, na vida familiar se
comportava de modo que parecia “endemoniada” e até mesmo o agredia. A partir do
ocorrido, Moreno decidiu colocá-la para representar uma prostituta que seria
atacada e assassinada, mas Bárbara representou de forma inesperada e reagiu
agredindo o ator, a ponto de os espectadores pedirem que a contivessem. Como
consequência, no decorrer do processo, Barbara obteve melhora. Mas ao contrário
da atriz que obteve ajuda e conseguiu melhorar seu convívio, Jack se reprimiu, e
sem ajuda não desenvolveu sua espontaneidade e catarse, com isso passou a vida
escondendo sua real personalidade e no momento que não podia mais suportar,
deixou-se surtar.
Moreno afirma que para alcançar a espontaneidade, é preciso mudar a
realidade e gerar uma ação frente à ocasião.
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REFERÊNCIAS
MORENO, Jacob Levy. Psicodrama. 9ª ed. São Paulo: Pensamento Cultrix Ltda,
2003
OSÓRIO, Luiz Carlos. Psicologia Grupal: Uma nova disciplina para o advento de
uma era. Porto Alegre: Artmed, 2003.