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Caminhos para Agricultura Sustentavel PDF
Caminhos para Agricultura Sustentavel PDF
CAMINHOS PARA
pequenas barragens vertedouras e sucessivas zonas semiáridas dos sertões Brasileiro: capaci-
em alvenaria de pedras secas (Sistema BBZ); e USO DA CURV A DE NÍ V EL tar os próprios agricultores familiares e assen-
“Uso do Clinômetro Rústico”. tados rurais, a partir de suas lideranças, para
É colaborador técnico consultor das Funda-
ções Araripe e Esquel Brasil, e da ONG Agendha
BARRAMENTO BASE Z ERO que possam adotar, em suas terras, sistema
agrosilvopastoril sustentáveis que promovam
e Secretário da Cooperativa de Energia, Comu- um desenvolvimento ecologicamente correto,
A AGRICULTURA
nicação e Desenvolvimento do Litoral de Per- tornando seus lotes produtivos e fixadores.
nambuco (CERLIT). Nessa nova estratégia, na qual os próprios
camponeses são os agentes multiplicadores de
práticas conservacionistas, um dos fatores bási-
OSANI GODOY é engenheiro-agrônomo e pro- cos é a confecção e o manejo de instrumentos
fessor aposentado da Universidade Federal Ru- rústicos, capazes de substituírem os caros e so-
SUSTENTÁVEL
ral de Pernambuco (UFRPE). Atuou nas áreas de fisticados instrumentos topográficos.
ensino, pesquisa e extensão, alimentos, indús- Com o objetivo de colaborar para a preser-
tria, ambientalismo e cooperativismo. É asses- vação do meio ambiente procurando difundir
sor técnico junto a empreendimentos rurais na boas práticas para uma convivência sustentável
área de produção de alimentos, manejo e uso com a semiaridez que promovam a segurança
sustentável de recursos naturais. Atuou na for- alimentar, hídrica, energética e conservem as
mação técnica de multiplicadores de boas práti- paisagens a Fundação Araripe e o Ministério
cas de produção sustentável no semiárido. do Meio Ambiente com apoio do Fundo Clima
É autor dos livros “Industrialização do jambo
do Pará” e “Levantamento agropecuário da APA
PRINCÍPIOS CONSERVACIONISTAS e da Editora IABS publicam o livro “Caminhos
para a agricultura sustentável: princípios con-
servacionistas para o pequeno produtor rural”,
– Chapada do Araripe e entorno”, entre outros”.
Ministra cursos voltados para: “Tecnologias
Sociais – biodigestores no meio rural”; “Tecnolo-
APOIO
PARA O PEQUENO PRODUTOR RURAL de Geraldo Barreto e Osani Godoy.
Esta publicação é destinada aos técnicos
gia de Alimentos”; “Uso do Clinômetro Rústico”; (de todas as profissões) que atuam no sertão,
“Capacitação sobre Sistema de Barragens Base desprovidos de meios, vencendo todas as di-
Zero e Prática de Conservação do Solo e da Água, ficuldades e sem acesso à literatura especia-
com Instrumentos Rústicos”, entre outros temas. lizada sobre Conservação do Solo e da Água.
É colaborador técnico das Fundações Ara- REALIZAÇÃO Nesta obra, estão detalhadas as seguintes
ripe e Esquel Brasil, da Agendha, Presidente da tecnologias: Uso do Clinômetro, Nivelador de
Cooperativa de Energia, Comunicação e Desen- Alvo, Barramento Base Zero e Técnicas de
volvimento do Litoral de Pernambuco (CERLIT) Conservação do Solo e da Água. Esperamos
e membro da Comissão de Ética da Organização que o produtor possa aumentar sua produção
Brasileira de Cooperativas (OCB). e sua renda.
CAMINHOS PARA
A AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL
PRINCÍPIOS CONSERVACIONISTAS
PARA O PEQUENO PRODUTOR RURAL
República Federativa do Brasil
Presidenta: Dilma Rousseff
COLABORAÇÃO /PARCEIROS:
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS)
EQUIPE TÉCNICA:
Jaime Camps Saiz (DCD-SEDR-MMA)
João Savio Padilha de Castro (DCD-SEDR-MMA)
Luciana Hemétrio Valadares (DCD-SEDR-MMA)
Marcos Oliveira Santana (DCD-SEDR-MMA)
Michelle de Rezende Souza (IICA)
Myrce Millene Silva (DCD-SEDR-MMA)
Ricardo Henrique Padilha de Castro (DCD-SEDR-MMA)
Rodrigo Oliveira Silva (DCD-SEDR-MMA)
Valdineide Barbosa de Santana (DCD-SEDR-MMA)
Vânia Apolônio de Trajano (IICA)
Fabio Teixeira de Souza (IBAMA-PE)
GERALDO BARRETO
OSANI GODOY BRASÍLIA | 2015
APOIO
REALIZAÇÃO
Coordenação editorial
Marta Moraes
Revisão ortográfica
Stela Máris Zica
Editoração
Editora IABS
Fotos
Arquivo Pessoal dos autores
Arquivo Ibama
Arquivo MMA
Divulgação Araripe
Fábio Teixeira
João Vital
ISBN 978-85-64478-51-0
240 p.
CDU: 502/504
556
7.02
SUMÁRIO
PREFÁCIO ....................................................................................................................................... 9
APRESENTAÇÃO | FUNDAÇÃO ARARIPE........................................................... 11
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 13
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ 15
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
1 HISTÓRICO .............................................................................................................................. 61
2 IMPORTÂNCIA........................................................................................................................ 61
3 DESCRIÇÃO DO APARELHO ................................................................................................... 62
4 MANEJO DO APARELHO ........................................................................................................ 62
5 TEORIA ..................................................................................................................................... 64
6 CONSTRUÇÃO DO APARELHO .............................................................................................. 65
7 MANEJO DO PERPENDÍCULO .............................................................................................. 67
8 ADAPTAÇÃO DO PERPENDÍCULO AO NOVO CÓDIGO FLORESTAL.................................. 68
9 A UTILIZAÇÃO DO PERPENDÍCULO NO LEVANTAMENTO DE PERFIL TOPOGRÁFICO..... 70
10 PLANTAS DE PERFIS................................................................................................................ 76
11 MONTAGEM ARTESANAL DO CLINÔMETRO ΠR.FA.......................................................... 77
ANEXO – DOCUMENTÁRIO FOTOGRÁFICO ............................................................................ 79
CAPÍTULO III
1 HISTÓRICO................................................................................................................................ 87
2 IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA...................................................................................................... 88
3 DESCRIÇÃO DO APARELHO.................................................................................................... 89
4 MANEJO DO APARELHO......................................................................................................... 91
5 VANTAGENS DO NIVELADOR DE ALVO SOBRE OS DEMAIS INSTRUMENTOS
CONGÊNERES NA IMPLANTAÇÃO DE PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS
DO SOLO E DA ÁGUA............................................................................................................101
6 MONTAGEM ARTESANAL DO NIVELADOR E DA MIRA DE ALVO...................................103
ANEXO – DOCUMENTÁRIO FOTOGRÁFICO...........................................................................109
CAPÍTULO IV
1 HISTÓRICO..............................................................................................................................125
2 IMPORTÂNCIA .......................................................................................................................126
3 CONCEITO ..............................................................................................................................126
4 LOCAÇÃO DAS CURVAS DE NÍVEL.......................................................................................126
5 CULTIVO EM CONTORNO.....................................................................................................128
5.1 Fileiras paralelas à nivelada básica superior....................................................................133
5.2 Fileiras paralelas à nivelada básica inferior......................................................................134
5.3 Fileiras paralelas à nivelada básica superior e fileiras paralelas à nivelada básica inferior....... 134
6 ENCORDOAMENTO DO MATO............................................................................................135
7 CARREADORES EM CONTORNO.........................................................................................138
8 FAIXAS DE VEGETAÇÃO PERMANENTE..............................................................................141
9 TERRAÇOS DE ABSORÇÃO...................................................................................................145
10 MURETAS DE PEDRA EM CONTORNO...............................................................................152
11 BENEFÍCIOS OBTIDOS COM ALGUMAS PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS...................153
12 COMENTÁRIOS SOBRE FAIXAS DE VEGETAÇÃO PERMANENTE....................................154
13 EXEMPLO DO CÁLCULO DA “PROPORÇÃO RELATIVA DO CONTROLE
DE EROSÃO OBTIDO COM A PRÁTICA DE ENCORDOAMENTO” ...................................155
ANEXO – DOCUMENTÁRIO FOTOGRÁFICO...........................................................................157
CAPÍTULO V
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................165
1 REGIME HIDROLÓGICO DO SEMIÁRIDO...........................................................................166
2 MELHORIA DO REGIME DOS CURSOS DE ÁGUA..............................................................166
3 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS BARRAGENS BASE ZERO – BBZS............................168
4 FINALIDADES DO SISTEMA BBZ..........................................................................................169
5 MARCAÇÃO DA OBRA...........................................................................................................170
6 CONSTRUÇÃO DA OBRA......................................................................................................172
7 COMENTÁRIOS......................................................................................................................175
8 MARCAÇÃO SIMPLIFICADA DA OBRA EM NÍVEL DE PEQUENO
PRODUTOR RURAL...............................................................................................................180
9 CÁLCULO DOS VOLUMES DOS MATERIAIS.......................................................................183
10 ORÇAMENTO.........................................................................................................................185
11 GEOMETRIA DO ARCO ROMANO.......................................................................................185
12 EXERCÍCIO..............................................................................................................................186
13 OUTRA ALTERNATIVA...........................................................................................................189
14 AS BBZS E O CONTROLE DAS VOÇOROCAS.......................................................................190
15 A ESCOLHA DO LOCAL DE UMA BBZ..................................................................................194
16 O REMONTE DA BBZ, FACE AO ATERRAMENTO DE SUA VAZANTE
E A RELOCAÇÃO DO CENTRO GEOMÉTRICO DA OBRA..................................................192
ANEXO I – PLANTAS..................................................................................................................195
ANEXO II – PLANILHAS.............................................................................................................199
ANEXO III – DOCUMENTÁRIO FOTOGRÁFICO.....................................................................203
PREFÁCIO
Francisco Gaetani
Secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Carlos Guedes
Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável
(SEDR/MMA)
Francisco Campello
Diretor de Combate à Desertificação (DCD/SEDR/MMA)
Pierre Gervaiseau
Secretário-Geral da Fundação Araripe
Geraldo Barreto
Osani Godoy
Autores
2 EQUILÍBRIO NATURAL
A natureza, sem a interferência do homem, apresenta um admirável
equilíbrio dinâmico, em que através de processos de reciclagem contínuo,
das quatro causas do empobrecimento, a fertilidade do solo permanece
estável e, às vezes, até eleva-se.
Através das raízes, as plantas retiram do solo os nutrientes, sob forma
de seiva bruta, que ascende às folhas verdes e, sob a energia solar, é trans-
formada em seiva orgânica (elaborada) que alimenta todas as suas células.
4.1 EÓLICA
4.2 HÍDRICA
4.2.1 Laminar
4.2.2 Sulcos
Como o nome de origem tupi indica, são grandes valas abertas no ter-
reno pelas águas das enxurradas, com profundidade e largura consideráveis,
como consequência da desagregação e arraste de grandes massas de solo.
Ressalta-se que essas formas de erosão hídrica são etapas de um úni-
co processo de perda de solo e de água, ou seja, a erosão inicia-se como
laminar, desgastando as camadas superficiais do terreno; pouco a pouco,
concentra-se nos sulcos, que vão se agrupando nas linhas de drenagem
maiores, resultando nas voçorocas.
4.2.4 Subterrâneas
4.2.5 Desbarrancamento
5 FATORES DA EROSÃO
A degradação das partículas do solo e seu arraste pelas águas esco-
antes só se processam depois que o escoamento das águas ultrapassa
uma determinada velocidade denominada “velocidade crítica”, quando
se inicia o processo erosivo, ou seja, as partículas do solo estão retidas
Obs.: Infelizmente as pesquisas não envolvem os solos total ou parcialmente ausentes de ve-
getação, como nas terras tradicionalmente agricultadas ou com cobertura de caatinga desfo-
lhada, no início da estação chuvosa – característica do Semiárido Nordestino e onde as perdas
de solo e água são alarmantes, sendo as principais causas de desertificação da região.
5.3.1 Declive
5.4 CLIMA
10 Máxima Mata
GRUPOS:
A – Terras cultiváveis;
B – Terras para pastagem e/ou reflorestamento;
C – Terras apropriadas para proteção de flora e fauna silvestre,
recreação ou armazenamento de água.
CLASSES:
A – TERRAS CULTIVÁVEIS
Quadro 4 – Destinação das terras em função da sua capacidade de uso ou vocação natural
Quadro 5 – Uso legal das terras, em função de sua declividade, segundo o novo Código
Florestal – Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012
GRAUS° •
A excessiva acidez do solo (pH baixo) é uma das limitações dos terrenos
do topo da Chapada do Araripe. A maioria das plantas cultivadas tem uma
faixa de tolerância à acidez, fora da qual a sua produtividade é comprometi-
da, bem como muitos nutrientes do solo tornam-se inassimiláveis fora dessa
faixa. A acidez do solo é corrigida pela incorporação de calcário finamente
moído e distribuído “a voleio”, quer por máquinas especiais, quer manual-
mente. A incorporação do calcário ou “calagem” é uma prática barata, de
excelentes resultados e retorno rápido. Deve ser feita baseada em amos-
tra de solo em laboratório conceituado e obedecer às recomendações das
quantidades, parcelamento das aplicações e prazos. Na Biorregião do Arari-
pe, devido ao “Polo Gesseiro”, essa prática torna-se economicamente viável.
A excessiva alcalinidade dos solos (pH alto) também é uma das limi-
tações da produtividade de alguns solos do sertão, como aluviões e colú-
vios salinos. A correção da alcalinidade é feita através de incorporação de
gesso finamente moído, enxofre ou ácido sulfúrico diluído. A gessagem
deve ser baseada em análises de solos por laboratório conceituado e obe-
decer às suas recomendações técnicas.
8.1.7 Pousio
* A maléfica prática da “queimada” deve ser substituída pela prática do encordoamento do mato.
A – CAPACIDADE DE SUPORTE
Período pastejo
Nº Ord. Bovino adulto Ovino/Caprino adulto
Mês
01 1 8 12
02 2 16 6
03 4 32 3
Fonte: Fundação Araripe – Crato (CE).
B – SOMBREAMENTO
G – ADUBAÇÃO ORGÂNICA
I – SOMBREAMENTO
J – RALEAMENTO
K – REBAIXAMENTO
L – ENRIQUECIMENTO
N – ADUBAÇÃO QUÍMICA
8.2.2 Reflorestamento
8.2.3 Sombreamento
Cultivo em contorno;
Encordoamento do mato em contorno;
Terraços em contorno;
Carreadores em contorno;
Muretas de pedra em contorno;
Estabilização das voçorocas (carcavas ou ravinas).
Foto 20 – Encordoamento do
mato ou “barreiras mortas”. Área
com culturas temporárias em
contorno, tendo como “niveladas
básicas” cordões em contorno
originados pela “maravalha” –
restos da cobertura vegetal resul-
tantes da limpeza da gleba – prá-
tica conservacionista conhecida
como “encordoamento do mato”
ou “barreiras mortas”.
Foto 30 – Calagem/gessa-
gem mecânica, para corre-
ção de solo e fertilização.
Crédito da foto: Profa. Izabel
Galindo, UFRPE
Cultivo de feijão-de-porco
1 HISTÓRICO
2 IMPORTÂNCIA
Figura 1
4 MANEJO DO APARELHO
Em um local plano, o operador deverá ajustar uma “referência” hori-
zontal ao nível de seus olhos. Essa “referência” pode ser de preferência um
alvo alvirrubro, móvel ao longo de uma régua, que pode ser imobilizado por
5 TEORIA
Seja o operador, estacionado no ponto A visando, com o perpendícu-
lo, o alvo estacionado no ponto B. Como o alvo está ao nível dos olhos do
operador, a visada A1B1 será por construção, paralela à rampa AB.
Seja B2, a projeção ortogonal do ponto B, na horizontal, passando
pelo ponto A. A declividade I da rampa AB é por definição:
= Declividade
= Distância vertical entre os pontos A e B
= Distância horizontal entre os pontos A e B.
6 CONSTRUÇÃO DO APARELHO
Trace com compasso e régua um semicírculo;
0 0 20 11,3 65 33,0
2 1,14 25 14 70 35,0
2,5 1,4 30 16,7 75 37,0
5 2,9 35 19,3 80 38,6
7,5 4,3 40 21,8 85 40,4
10 5,7 45 24,2 90 42,0
12,5 7,1 50 26,6 95 43,5
15 8,5 55 28,8 100 45,0
17,5 9,92 60 31,0
Tabela 2 – Uso legal das terras, em função de sua declividade, segundo o novo Código
Florestal.
Graus° -
Tabela 3 – Uso das terras de acordo com sua declividade segundo o novo Código Florestal
Graus° -
9.1 GENERALIDADES
- % m m m
0→1 - - - -
1→2 - - - -
2→3 - - - -
- - - - -
N-1→N _______ __________ ________ _______
∑ - - -
a b c d e f
- % m m m -
a b c d e f
Obs.: Os valores dos aclives (subidas) são positivos (+) e os dos declives (descidas) são negati-
vos (-). Só os dados das três primeiras colunas são levantados no campo; os demais, calculados
depois, no escritório. Este se resume a uma mesa e a uma calculadora escolar.
+ Vértices → Piquetes
+ Dһ = Catetos adjacentes (Bases) → Distâncias horizontais
+ Dv = Catetos opostos (Alturas) → Distâncias verticais
+ Dt = Hipotenusa (Lados Inclinados) → Distâncias no terreno
PIQUETE
P.0 P.1 P.2 P.3 P.4 P.5 P.6
m m m m m m m
EIXO
X
0 210,00 259,00 339,00 539,00 569,00 594,00
ABSCISSAS
Y
0 25,20 32,55 48,55 48,55 42,85 40,35
ORDENADAS
Como já foi exposto (item 9.4), será calculado por “regra de três”,
com os valores das colunas (b) e (c), como se segue:
Desnível entre o Piquete Zero (P.0) e o Piquete Um (P.1). “Se a decli-
vidade é 12%, em 100 m horizontais subirá 12 m, logo, em 210 m horizon-
tais subirá X”, ou: 100 m sobe 12 m, em 210 m subirá X”.
100 m – 12 m
- % m m m -
(+)
0→1 (+) 12 210,00 211,51 SUBIDA (+); RIACHO
25,20
(+)
2→3 (+) 20 80,00 81,58 SUBIDA (+)
16,00
Como já foi exposto (item 9.4), será calculado pelo Teorema de Pitágoras:
“O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos Cate-
tos”, onde:
ou:
, onde:
= 211,51 m, valor este a ser lançado na coluna
(c) do Quadro 4. Esse procedimento será repetido até o último trecho dos
piquetes e seus valores lançados na Caderneta de Campo, na coluna (c).
Observações:
10 PLANTAS DE PERFIS
Veja em anexo ao final deste livro.
1.1 – Modelo 1999 – lado do limbo 1.2 – Modelo 1999 – lado reverso.
graduado em porcentagem (%).
1.3 – Modelo πR.FA 2013 – Lado do 1.4 – Modelo πR.FA 2013 – Lado
limbo periférico em porcentagem reverso, uso das terras de acordo
(%) e do limbo interno em faixas com o novo Código Florestal.
de uso permitido em graus(°). Mostrando também o orifício abaixo
Mostrando também o fio saindo da do diâmetro do aparelho, para que o
aresta do diâmetro do aparelho. fio receba o nó, trespasse a madeira
e saia no outro lado.
3.1 – Em aclive
1 HISTÓRICO
O nivelador de alvo já era utilizado pelos povos antigos que dominaram
a tecnologia da fabricação de tubos de vidro. Foi o precursor dos atuais
níveis topográficos de lunetas, sendo utilizado no traçado de canais e es-
tradas, além da construção civil, militar e em levantamentos altimétricos. Os
niveladores de alvo primitivos constavam de um tubo de vidro transparente
em formato de “U”, com as extremidades abertas, fixado pelo ramo hori-
zontal ao topo de uma régua. O tubo era preenchido com água colorida de
modo que o operador tirasse uma visada em nível pelos seus dois meniscos. O
aparelho era pouco prático, sujeito a frequentes perdas de água ou quebra do
tubo de vidro. Com o advento dos níveis de pedreiro, seu uso generalizou-se,
só sendo recentemente suplantado pelos modernos níveis topográficos de
luneta (ver foto a seguir).
Técnicas
3 DESCRIÇÃO DO APARELHO
O nivelador de alvo consta basicamente de uma régua vertical, com altu-
ra aproximada do queixo do operador, em cujo topo está fixada uma travessa
perpendicular, formando um “T”, que serve de apoio a um “nível de pedreiro”.
Por cima da bolha indicadora de nível, um espelho inclinado de 45°, fixado ao
seu suporte por duas peças laterais à régua, de modo a permitir a colocação
ou retirada do “nível de pedreiro” com segurança e comodidade, além de um
afastamento entre o espelho e o “nível de pedreiro” para permitir a visada
pelo operador (Figura 1).
4 MANEJO DO APARELHO
Em um ponto conveniente crava-se no solo um piquete, de modo
que seu topo fique cerca de 1 cm acima do terreno, apoiando nele a so-
leira da régua. O operador centra a bolha de nível, refletida no espelho,
corrigindo a verticalidade da régua e, simultaneamente,fará as visadas ar-
restando com a face superior do “nível de pedreiro”. Nessas condições todas
1 – Piquete ou Torno
2 – Régua
3 – “Nível de Pedreiro”
4 – Espelho x 45⁰
5 – Operador
Distância vertical = Dv = 2 cm
Distância horizontal = Dh =10 m = l000 cm
Pendente =I =Dv :Dh = 2 cm : 1000 cm = 0,002 = 2%o (adimensional)
As curvas de nível e curvas com pendentes, descritas nos itens 4.1 e 4.2
caracterizam-se por seus pontos (representados no terreno pelos piquetes)
situarem-se sempre na superfície do solo, isto é, “na flor do chão”. Por isso
elas têm sempre um traçado coleante ou serpenteante.
Embora alguns canais e estradas sejam localizados como curvas com
pendentes (traçado coleante ou serpenteante), sempre à superfície do solo,
o mais usual em irrigação e estradas é um traçado com vários trechos re-
tilíneos (com aterro e o desmonte) interligados por trechos curvilíneos,
onde também haverá aterro ou desmonte. O nivelador de alvo pode ser
usado também para o nivelamento desses canais e estradas, tanto nos tre-
chos retos quanto nos trechos curvos.
ESPAÇAMENTO
Nº ORIGEM/
APARELHO PRECISÃO OPERADOR AUXILIAR(ES) OPERAÇÃO ENTRE OBS.
ORD. CUSTO
PIQUETES (m)
Fixe, no topo da régua “A”, a cruzeta “B”, de modo que sua largura
“case” com a espessura da régua, formando um “T” de braços
iguais;
Altura: Não exceder 6,5 cm, afim de não obturar o vão da visada
do operador.
6.2.2 Montagem
Fixe a fita métrica “I” ao longo do rasgo da régua “F”, de modo que
seu início “case” com o início do rasgo (Fotos: 4.1, 4.3, 4.5, 4.6, 8.2
e 8.3);
Obs.:
Foto 3.3 –
Atrás:observe
Foto 3.1 – Lado: a abertura para
operador mirando permitir a visada
P0
Fotos 8.0 – Locação de curva com pendente de 2:1000, com fluxo a favor do sentido do
caminhamento dos piquetes
3 – No caso presente (Fotos 8.2 e 8.3) o “zero” da escala coincide com o topo da mira.
Assim, ao ajustar o disco na escala, no valor de 30cm para 28cm, na realidade o disco
subiu 2cm de altura e, consequentemente, a soleira da mira desceu 2 cm em relação à
visada nivelada, ou seja, a cota do piquete “P1” é 2cm inferior à do piquete inicial “P0”.
Fotos 9.1 e 9.2 – Conjunto geral das peças desmontadas, vistas de dois ângulos
1 HISTÓRICO
Cultivo em contorno;
Encordoamento do mato;
Carreadores em contorno;
Faixas de vegetação permanente;
Terraços em contorno;
Mureta de pedras em contorno.
3 CONCEITO
A definição topográfica da curva de nível é de uma linha cujos pontos
têm a mesma cota, isto é, uma linha em nível, sem subida ou descida. O
exemplo clássico da curva de nível é a linha-d’água de um açude, lagoa ou
lago. A curva de nível acompanha o modelado do terreno sempre à flor do
chão, sem cortes ou aterros, em um traçado coleante ou serpenteante.
ESPAÇAMENTO
Nº ORIGEM/
APARELHO PRECISÃO OPERADOR AUXILIAR (ES) OPERAÇÃO ENTRE OBS.:
ORD. CUSTO
PIQUETES (m)
127
5 CULTIVO EM CONTORNO
É uma das práticas conservacionistas mais eficientes e baratas, po-
pularmente denominada “Plantio Contra as Águas”. Compreende as
operações de preparo do solo: aração e gradeamento; o plantio e tratos
culturais; limpas e escarificações, aproximadamente em nível. Não é ne-
cessário que todas as fileiras das plantas sejam em nível – o que é huma-
namente impossível. É suficiente que sejam paralelas a algumas curvas de
nível, marcadas no terreno, que servem de guias e, por isso, denominadas
“Niveladas Básicas” ou “Niveladas Mestras”. As Niveladas Básicas (NB) são
marcadas no terreno do alto para baixo e a distância ou espaçamento má-
ximo – quanto mais íngreme o terreno, mais próximas – conforme Tabela
1 e exemplo da Figura 1.
5,1 – 8,0 40 - -
D-1 5 D-6 4
D-2 6 D-7 5
D-3 4 D-8 7
D-4 6 D-9 6
D-5 5 D - 10 5
Média Aritmética: 5,3%, valor este situado entre 5,1 - 8,0, na 1ª co-
luna da Tabela 1, que corresponde a 40 m de distância horizontal, da pró-
xima nivelada básica, na 2ª coluna, da mesma tabela. Essa distância de
40 m será medida ao longo dos declives: D-l ou D-5, ou D-7 ou D-10, pois
todos eles têm o valor de 5% muito próximo da média 5,3%. Após marcar
NB-02, deve-se proceder de modo idêntico para marcar a NB-03, e assim
por diante até o fim do terreno, na parte inferior.
Pelas normas conservacionistas, o cultivo em contorno é obrigatório
para todas as terras com agricultura, exceto as totalmente planas, como
as do topo das “Serras” do Araripe, do Inácio e Dois Irmãos, etc. Para as
terras com agricultura de declive até 2,5%, o cultivo em contorno é a úni-
ca prática conservacionista de natureza mecânica obrigatória; para decli-
ves maiores serão associadas outras práticas mecânicas mais complexas
como será apresentado adiante.
Muitos caboclos são contrários ao cultivo em contorno, pois alegam,
aliás, com razão, que é mais difícil “limpar o mato” em contorno, pois,
ao apoiar o gume da enxada no chão, o cabo da mesma fica “atravessa-
do” em relação ao prumo dos seus corpos. Contudo, considerando-se os
grandes benefícios decorrentes da adoção do método, ele terá que ser
forçosamente adotado, nem que para isso seja necessário arcar-se com
ágio na diária ou na empreitada por tarefa.
O cultivo em contorno é a prática mecânica de conservação do solo
e da água mais barata, menos trabalhosa e de melhores resultados para
as terras de agricultura. Seus custos limitam-se à marcação das niveladas
* Ver capítulo “Uso do clinômetro rústico – perpendículo – na determinação da declividade das terras”.
Tabela 3 – Perdas de solo e água, terras cultivadas em contorno e a favor das águas
Figura 2 – Efeito da direção de fileiras em culturas anuais sobre as perdas por erosão
Figura 3 – Sistemas de terraço das ruas em contorno em que as paralelas ficam para um
único lado das linhas niveladas básicas.
Figura 4 – Sistemas de terraço das ruas em contorno em que as paralelas ficam para
ambos os lados das linhas niveladas básicas.
Fonte: Do mesmo autor.
EV = T + SD
EH = EV ÷ D onde;
EV = Espaçamento Vertical entre faixas – cm
EH = Espaçamento Horizontal entre faixas – m
D - Declive - % Valor Absoluto
T - Parâmetro Edáfico - Adimensional – Tabela 5
S - Parâmetro Edáfico - Adimensional – Tabela 5
Tabela 5 – Valores dos parâmetros edáficos da fórmula de Bentley para dois tipos de solo.
Tipo de solo T S
ARENOSO 55 8
ARGILOSO 60 9
EV = 1,07 m; EH = 17,80 m
9 TERRAÇOS DE ABSORÇÃO
Os terraços são chamados no Nordeste de “aparadouros”. Con-
sistem em uma série de canais escavados em contorno e espaçados
entre si, de modo a interceptar a enxurrada, antes que ela atinja a
velocidade crítica e provoque a erosão do solo. Sua prática é milenar,
tanto no Velho como no Novo Mundo. É a prática conservacionista
mais onerosa, difícil e sujeita a desastres (vide item 8), porém, é a
prática de maior efeito sobre a conservação do solo e, paradoxalmen-
te, mínimo efeito sobre a água. Seu planejamento e execução neces-
sitam da supervisão de um engenheiro-agrônomo ou agrícola, com
especialização em terraceamento. Um terraceamento bem planejado,
calculado, executado e conservado dá o máximo de proteção às terras
de agricultura, por outro lado, um mau terraceamento provoca danos
muitas vezes irreparáveis à natureza.
O efeito do terraceamento na conservação do solo e da água está
documentado na Figura 9, por meio do qual se verifica que as terras ter-
raceadas perdem 7,4 vezes menos solo e apenas 1,14 vez menos água que
as não terraceadas.
Tabela 6 – Proporções relativas do controle da erosão obtidas com três práticas conser-
vacionistas de natureza mecânica
Cultivo em Contorno 51 56
Terraceamento 87 12
Encordoamento 29 06
A = 1,54
B = 2,16
A : B = C = 1,54 : 2,16 = 0,713
1,00 - 0,713 = 0,287 = 29%
Foto 06 – Mureta de
pedra seca em contorno,
em terra de pasto nativo.
Triunfo – PE. Observe-se
o carreador em curva de
nível paralelo a mureta.
Crédito: Cerlit – PE
Foto 12 – carreador em contorno, protegido contra erosão por uma barreira viva
de macambira. Poço Redondo – SE.
INTRODUÇÃO
5.3 No alinhamento dos dois piquetes A e A’ com visada por três bali-
zas loque o ponto de cota mais baixa da secção, dita cota zero ou piquete 0.
6 CONSTRUÇÃO DA OBRA
6.1 Após a marcação da obra, conforme item 5, e embora a barragem
não tenha fundação, é necessário, contudo, remover a terra superficial en-
tre as estacas do arco montante (item 5.7) e os piquetes do arrasto da saia
da barragem (item 5.10), a fim de as pedras secas serem assentadas em
fileiras niveladas, formando cunhas radiais em relação ao centro geomé-
trico dos arcos, conforme item 5.9, visando aumentar a sua estabilidade.
* Caso o leito do riacho seja rochoso, dificultando nivelar pelo topo das estacas, o nivelamento é assinalado
por pregos batidos lateralmente nas estacas.
7 COMENTÁRIOS
7.1 Barramento Contínuo
7.4 Objetivo
Arthur Padilha faz uma feliz analogia entre folha vegetal e Bacia Hi-
drográfica: a superfície da folha corresponde à área da bacia; a rede se-
cundária de suas nervuras vegetais, à rede de drenagem superficial da
bacia; a nervura vegetal principal, ao curso de água mestre da bacia.
Do mesmo modo que a seiva elaborada ou orgânica migra da mais
reduzida das nervuras, de calibre mínimo, e vão se anastomosando, for-
mando nervuras de ordem superior e maior calibre que, por sua vez, re-
pete o processo, cada vez mais aumentando o calibre até chegar à nervura
principal; assim também, na Bacia Hidrográfica, os minúsculos tributários
vão se congregando em afluentes de ordem cada vez maior até formar o
curso de água principal.
Se a seiva flui lenta e contínua, no imenso labirinto de suas nervuras,
a folha permanece túrgida e viva, se, porém, a seiva flui rápida e interrom-
pida, a folha seca e morre.
Assim, também, ocorre na Bacia Hidrográfica: se na imensa e rami-
ficada malha de sua drenagem superficial o fluxo de água é controlado,
a bacia é plena e estuante de vida, porém, se esse fluxo é acelerado, a
bacia e todas as suas formas de vida ficam comprometidas – a bacia está
morrendo. Face aos fatores já descritos no item 1, o fluxo, na rede de
drenagem superficial do Semiárido nordestino, ano a ano, é acelerado,
numa razão exponencial e retroalimentada, cujo desfecho fatal é a morte
de suas Bacias Hidrográficas, ou seja, sua desertificação, caso não haja
medidas urgentes para frear esse processo, ou melhor, revertê-lo. Entre
essas medidas uma das mais importantes é o sistema BBZs em Barramen-
to Contínuo.
8.4 Coloque duas balizas, nos dois pontos de sangria, nas ombreiras
do riacho, ligadas por cordinha ou arame. As duas balizas ligadas pelo
arame é dito “compasso de campo”. Convém deixar sobra de arame para
marcar o arco montante, conforme itens 8.8 e 8.10.
Cálculo dos volumes das muretas de proteção lateral (vide item 6.2)
12 EXERCÍCIO
Para maior compreensão da teoria exposta, é apresentado o projeto,
de autoria dos mesmos autores, da BBZ-01 RL-CE, no Riacho do Lobo, Cra-
to (CE), em março de 2009.
Sistema de coordenadas:
Origem = Cota zero
Abscissas = Distância Horizontal
Ordenadas = Cotas
12.5 Planimetria do corpo da BBZ = 7,35 m2. Plantas anexas, nas ver-
sões: talude em rampa e talude em degraus.
12.7 Orçamento: R$
Subtotal: 1.004,96
Despesas eventuais: (5% do Subtotal) ....................................... 50,25
Total Geral ............................................................................ 1.055,21
Especificação R$/m3
Obs.: O talude da BBZ-01 RL-CE foi modificado para 2:1 e seu coro-
amento para 0,50 m, para maior segurança; contudo em nada altera o
exemplo do item 12.
13 OUTRA ALTERNATIVA
Tradicionalmente, nos riachos e córregos, efêmeros ou temporários,
que drenam os diminutos vales encaixados nos “Tabuleiros Costeiros”
da “Mata Seca” de Pernambuco, enquadrados por Sérgio Tavares, como
“Bioma Cerrado”, e particularmente no município de Igarassu, constrói-se
Sistema de Pequenas Barragens Vertedouras e Sucessivas com a finalida-
de de melhorar seus regimes de fluxo.
Como na região inexistem pedras, face à geologia sedimentar, os barra-
mentos eram feitos com sacos de aniagens para 60 kg de açúcar, tecido natural
de pouca duração, cheio de barro e com as suas bocas costuradas. Atualmente
usam-se sacos de aniagem de tecido sintético com 60 cm x 80 cm, de duração
muito maior e menor preço, principalmente nas lojas de materiais reutilizados.
Esses barramentos tinham eixos retilíneos, porém, desde que foram
construídas essas barragens, em Arco Romano, no Sítio Recanto, no Ria-
cho Caetés, em Igarassu – PE, os vizinhos e visitantes passaram a copiar o
m² m m³
m M m² m m³
- m m m m² m π:3 m m³
- - - - - - - ∑ 7,63
Observações:
(1) Subsecção
(2) Medido no perfil do corpo de BBZ (7) Vide item 11.
(3) Medido no perfil do corpo de BBZ (8) = (6) x (7) vide item 11.
(4) Medido no perfil do corpo de BBZ (9) = (5) x (8)
(5) = (2) + (3) / 2 x (4)
(6) Comprimento médio das Subsecções, medido no perfil do boqueirão e acrescido de 0,60 m
referente ao encastoamento de 0,30 m em cada ombreira argilosa.
- M M m² m m³
- - - - ∑ 0,57
Foto 11 – Com o
nivelador e mira de alvo,
visando à ré o piquete 0
(cota zero) a fim de locar
os piquetes B e B’ (cotas
de sangria), nas duas
ombreiras, com desnível
de 1,00 m, altura
arbitrada para a BBZ.
Observa-se o alvo a 1,40
m na escala da mira.
Foto 19 – Nivelamento do
topo da primeira estaca do
arco jusante com o piquete B’
(cota de sangria), na ombreira
esquerda, com auxílio de
régua e “nível de pedreiro”.
Foto 28 – Fitilho
plástico marcando
o arraste da saia, o
coroamento e o talude
de jusante, no caso,
1:1, a fim de facilitar
os trabalhadores
na visualização da
marcação, de modo a
orientar a arrumação
das “pedras secas”.
Riacho do Lobo, Crato
– CE. Foto: Francisco de
Souza Nunes
A obra foi construída em dez dias de trabalho, por seis assentados, incluindo o
transporte manual das pedras. Preço irrisório considerando-se o grande benefício
hidrológico para o riacho.
36.0 – Série de fotos da BBZ 01.RV-CE a primeira de uma série sucessiva, no Riacho da
Varzinha, no Assentamento Agrário “10 de Abril”, no lote comunitário Monte Alvene
– Crato – CE. Construído em regime de mutirão pelos assentados sob orientação da
equipe técnica da Fundação Araripe, Crato – CE em 21 de março de 2013.
A obra foi construída em um dia e meio de trabalho, por sete assentados, incluindo
o transporte manual das pedras. Preço irrisório considerando-se o grande benefício
hidrológico para o riacho.
Foto 36.13 –
Marcação do corpo
da BBZ, pela
consultora Lúcia
Campello, através
de estacas, piquetes
e fitilhos, a fim de
orientar os assentados
na elevação da
alvenaria de pedra
seca, vista de jusante.
Foto 36.19 –
Assentados
transportando
manualmente as
pedras para a obra.
CAMINHOS PARA
pequenas barragens vertedouras e sucessivas zonas semiáridas dos sertões Brasileiro: capaci-
em alvenaria de pedras secas (Sistema BBZ); e USO DA CURV A DE NÍ V EL tar os próprios agricultores familiares e assen-
“Uso do Clinômetro Rústico”. tados rurais, a partir de suas lideranças, para
É colaborador técnico consultor das Funda-
ções Araripe e Esquel Brasil, e da ONG Agendha
BARRAMENTO BASE Z ERO que possam adotar, em suas terras, sistema
agrosilvopastoril sustentáveis que promovam
e Secretário da Cooperativa de Energia, Comu- um desenvolvimento ecologicamente correto,
A AGRICULTURA
nicação e Desenvolvimento do Litoral de Per- tornando seus lotes produtivos e fixadores.
nambuco (CERLIT). Nessa nova estratégia, na qual os próprios
camponeses são os agentes multiplicadores de
práticas conservacionistas, um dos fatores bási-
OSANI GODOY é engenheiro-agrônomo e pro- cos é a confecção e o manejo de instrumentos
fessor aposentado da Universidade Federal Ru- rústicos, capazes de substituírem os caros e so-
SUSTENTÁVEL
ral de Pernambuco (UFRPE). Atuou nas áreas de fisticados instrumentos topográficos.
ensino, pesquisa e extensão, alimentos, indús- Com o objetivo de colaborar para a preser-
tria, ambientalismo e cooperativismo. É asses- vação do meio ambiente procurando difundir
sor técnico junto a empreendimentos rurais na boas práticas para uma convivência sustentável
área de produção de alimentos, manejo e uso com a semiaridez que promovam a segurança
sustentável de recursos naturais. Atuou na for- alimentar, hídrica, energética e conservem as
mação técnica de multiplicadores de boas práti- paisagens a Fundação Araripe e o Ministério
cas de produção sustentável no semiárido. do Meio Ambiente com apoio do Fundo Clima
É autor dos livros “Industrialização do jambo
do Pará” e “Levantamento agropecuário da APA
PRINCÍPIOS CONSERVACIONISTAS e da Editora IABS publicam o livro “Caminhos
para a agricultura sustentável: princípios con-
servacionistas para o pequeno produtor rural”,
– Chapada do Araripe e entorno”, entre outros”.
Ministra cursos voltados para: “Tecnologias
Sociais – biodigestores no meio rural”; “Tecnolo-
APOIO
PARA O PEQUENO PRODUTOR RURAL de Geraldo Barreto e Osani Godoy.
Esta publicação é destinada aos técnicos
gia de Alimentos”; “Uso do Clinômetro Rústico”; (de todas as profissões) que atuam no sertão,
“Capacitação sobre Sistema de Barragens Base desprovidos de meios, vencendo todas as di-
Zero e Prática de Conservação do Solo e da Água, ficuldades e sem acesso à literatura especia-
com Instrumentos Rústicos”, entre outros temas. lizada sobre Conservação do Solo e da Água.
É colaborador técnico das Fundações Ara- REALIZAÇÃO Nesta obra, estão detalhadas as seguintes
ripe e Esquel Brasil, da Agendha, Presidente da tecnologias: Uso do Clinômetro, Nivelador de
Cooperativa de Energia, Comunicação e Desen- Alvo, Barramento Base Zero e Técnicas de
volvimento do Litoral de Pernambuco (CERLIT) Conservação do Solo e da Água. Esperamos
e membro da Comissão de Ética da Organização que o produtor possa aumentar sua produção
Brasileira de Cooperativas (OCB). e sua renda.