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Roteiro
Na medida do possível, extraia sucinta e sinteticamente da tese selecionada os
elementos elencados abaixo. Na medida de uma estrutura muito diferente ou
amorfa, roteirize você mesma os elementos a serem extraídos. Limite máximo: 2
páginas.
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Ver o capítulo 3 da tese para detalhamento sobre a metodologia adotada por Veras (2014).
Os resultados obtidos levaram à confirmação da hipótese. A partir da análise do
corpus, na qual confrontaram-se as representações verbais e imagéticas e as teorias
sobre paisagem, arte e empiria, concluiu-se que pessoas guardam paisagens, formadas
tanto pela materialidade, de monumentos históricos, por exemplo, quanto pela
imaterialidade, expressa pelas interações sociais e pela vida vivida no espaço. As
construções de paisagens postais levam em conta a mescla de memórias individuais,
concernentes ao sujeito e suas experiências, e também coletivas. Quanto ao Recife e à
região estudada, constatou-se que a arquitetura dos monumentos de valor histórico em
São José e Santo Antônio formam uma paisagem-postal que exclui as modernas torres
gêmeas, que preza pela horizontalidade e que inclui céu e mar como elementos
essenciais. Os novos edifícios, no entanto, começam a ser incorporados pelas
representações da paisagem da linha de borda São José - Santo Antônio.
Acredito que a tese lida e aqui sintetizada foi premiada por três razões. Primeiro,
destaco a criatividade metodológica da pesquisa e sua conexão pertinente com a teoria
da paisagem. Além disso, o processo de pesquisa foi descrito com riqueza de detalhes
pela autora no que tange todos seus aspectos: construção dos instrumentos de pesquisa e
suas referências teóricas; procedimentos de coleta de dados; seleção de sujeitos
pesquisados e adaptação das técnicas consoante os grupos já citados; elaboração de
quadros e esquemas de análise, etc. A capacidade criadora da metodologia de Veras
(2014) me fez refletir sobre a metodologia do meu projeto de tese e as várias
possibilidades de instrumentos de pesquisa que existem.
O tom reflexivo e crítico da tese quanto à processos de verticalização das
cidades é outro atributo digno de nota. A autora relaciona o caso da construção das
torres gêmeas no Recife com mudanças em outras cidades do Brasil e do mundo. Ela
também discute, ainda que brevemente, processos de patrimonialização e a inserção da
categoria de paisagem em debates sobre patrimônio e tombamento.
Por fim, cabe elogiar a clareza do texto, bem escrito e articulado, e a organização
dos capítulos. Cada um apresenta, ao final, uma espécie de síntese. Contudo, a tese é
extensa, contendo 467 páginas. O excesso de páginas decorre de uma revisão teórica
exaustiva, que poderia ser mais objetiva, e de longas descrições de dados coletados nos
capítulos 4, 5 e 6, que também carecem de condensação.
Essa fragilidade me impele pensar a organização e extensão do estado da arte do
meu projeto de tese, visto que achei fatigante ler o capítulo teórico (cap. 2). Nesse
sentido, acredito que referenciais teóricos podem ser diluídos ao longo dos outros
capítulos, em intersecção com a análise de dados, por exemplo. Penso que capítulos
teóricos devem ser concisos, mas bem esquematizados em termos de autores citados e
de abordagens de temas e conceitos.