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O termo estilo de vida foi utilizado por Simmel na Filosofia do Dinheiro para captar os
efeitos da economia monetária sobre a vida moderna. Ainda que ele não apresente uma definição
precisa da categoria estilo de vida, oferece alguns elementos para síntese e foi um dos primeiros a
utilizar a expressão. Antes de tratar especificamente da noção de estilo de vida, é necessário
esclarecer as concepções do autor sobre o moderno e o dinheiro.
O moderno existe onde formos capazes de perceber a propagação da economia monetária,
independente de sequências cronológicas contínuas habituais. O moderno em Simmel pode ser
rastreado em diversos períodos da história, sendo que não se encontra limitado aos períodos
posteriores a Idade Média ou em momentos anteriores à contemporaneidade. Nesse sentido, o
moderno pode ser pensando a partir de sua oposição: o não-moderno se refere às situações nas
quais a economia monetária não se desenvolveu ou não se desenvolve.
O dinheiro é um objeto cuja finalidade fundamental é não possuir qualidades, equalizando
tudo e todos. Isto é, o dinheiro possibilita converter as mais variadas qualidades das coisas pelas
quais ele é trocado por meras quantidades. Segundo Simmel (1991),
O dinheiro permanece como ponto de indiferença e equilíbrio entre todos
os seus conteúdos e seu sentido ideal é, como o da lei, dar a sua medida a
todas as coisas, sem se medir a si mesmo em relação a elas. (...) Ele exprime
a relação que há entre os bens econômicos e permanece estável face à
corrente desses bens (pp. 714-715).
Referências
SETTON, Maria da Graça Jacintho. A categoria estilo de vida nas obras de Simmel e Bourdieu:
uma aproximação Sociológica. Revista Idéias, Campinas, n. 7, vol. 2, p. 9-46, 2001.
SIMMEL, Georg. (1991). O estilo de vida. In: SIMMEL, Georg. Filosofia do dinheiro. Instituto de
estudos políticos, Madri, 1977.
WAIZBORT, Leopoldo. As Aventuras de Georg Simmel. São Paulo: Editora 34, 2000.