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Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da


literatura sobre mecanismos intracelulares

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1 author:

Rodrigo Augusto Da Silva


Federal University of Santa Catarina
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Effect of chemical agentes produced by Human Oral Squamous Cell Carcinoma in global methylation
profile of DNA and the TP73 tumor supressor gene of normal human keratinocytes View project

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Revisões de Literatura / Bibliography Reviews

Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da


literatura sobre mecanismos intracelulares
Keratinocytes and their challenges:
a literature review of intracellular mechanisms
Resumo A pele é considerada uma barreira efetiva contra diversos tipos
de estresse, o que, em parte, se deve às características únicas dos quera-
tinócitos, principal tipo celular deste tecido. Sob influência de estímulos
estressores, os queratinócitos sofrem injúrias cuja intensidade/duração
determinarão sua sobrevivência, morte ou diferenciação. Entender as
bases moleculares associada à determinação do destino dos querati-
nócitos é abrir possibilidades para o desenvolvimento de terapias mais
eficazes para o tratamento de doenças de pele, entre elas o câncer, assim
como para o desenvolvimento de cosméticos e novas tecnologias na área
de bioengenharia de tecidos. Neste trabalho, o papel dos queratinócitos
na epiderme bem como os mecanismos moleculares associados à sobre-
vivência e morte deste tipo celular serão abordados em nível molecular.
Palavras-chave: queratinócitos, morte celular, vias de sinaliza-
ção, estresse hiperosmótico, estresse oxidativo.

Abstract The skin is considered an effective barrier against many kin-


ds of stress, which is, in part, related to the singular characteristics of ke-
ratinocytes, the main cell type of this tissue. Under stress, keratinocytes
are affected by injures whose intensity/duration will determine its survi-
val, death or differentiation. Understanding the molecular basis associa-
ted to keratinocytes’ fate open up new possibilities for the development
of more effective therapies for the treatment of skin diseases, such as
Rodrigo Augusto da Silva cancer, as well as the development of new cosmetics and technologies in
Faculdade de Odontologia de the field of tissue bioengineering. In this work, the role of keratinocytes
Piracicaba
Departamento de Morfologia,
in the epidermis and the molecular mechanisms associated to the survi-
Laboratório de Biologia Molecular val and death of this cell type are discussed in the molecular level.
Keywords: keratinocytes, cell death, signal transduction pa-
Willian Fernando Zambuzzi
thways, hyperosmotic stress, oxidative stress.
Universidade do Grande Rio -
UNIGRANRIO – RJ
Pós-Graduação em Odontologia,
Escola de Ciências da Saúde Introdução
Mariana M. Ribeiro
Faculdade de Odontologia de
A pele é o maior órgão do corpo, constituindo cerca
Piracicaba - FOP – UNICAMP de 16% do peso corporal dos animais. Ela possui diversas
Departamento de Morfologia,
Laboratório de Biologia Molecular funções, como a proteção contra a perda de água, atrito, ar-
Ana Carolina S. de Souza
mazenamento de gordura, carboidratos e proteínas.1 Além
Universidade Federal do ABC disso, também participa ativamente nos processos de ter-
(UFABC), Santo André, SP
Departamento de Bioquímica morregulação corporal, formação de vitamina D3, resposta
imunológica e como receptor sensorial.2

Sáude em Revista
Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares
3
Rodrigo Augusto da Silva et al.

Por constituir a principal interface entre presente revisão, mecanismos associados


o ambiente e o organismo, a pele é consi- à sobrevivência e morte de queratinócitos
derada uma barreira efetiva contra diversos ante estímulos estressores, principalmente
tipos de estresse, destacando-se sua ação estresse hiperosmótico e oxidativo, são re-
na proteção contra a radiação ultravioleta visados em seu nível molecular.
(UV), desidratação, forças mecânicas, al-
terações na temperatura e inflamação, esta Figura 1: Esquema de uma secção trans-
última promovida por fatores endógenos versal da pele. No esquema estão represen-
liberados pelas células. Assim, a pele de- tadas a epiderme (e) e a derme (d), além de
tém propriedades bioquímicas e mecânicas folículos pilosos (h), glândulas sudoríparas
(g) e glândulas sebáceas (f) constituintes
únicas que a tornam uma linha de defesa
da pele. A epiderme é constituída princi-
eficiente contra tais condições que afetam,
palmente de queratinócitos (a) dispostos
principalmente, a epiderme. A epiderme é
em camadas, com destaque para o estrato
um epitélio estratificado capaz de autor- córneo (i), formado por células escamosas
renovação, onde a perda de células dife- superficiais cornificadas (queratinócitos
renciadas da superfície é balanceada pela em estágio final de diferenciação), e para
migração de células que deixam a camada as células basais (a), além de outros cons-
basal proliferativa e entram em diferencia- tituintes como os melanócitos (c) e as célu-
ção, migrando em direção à camada córnea las de Langerhans (b). Pequenos vasos (k)
(Figura 1).2 O estrato córneo apresenta-se e corpúsculo de pacini (j) são constituintes
como uma estrutura metabolicamente ativa representativos da derme.
e também exerce funções adaptativas com
grande interação com as camadas epidér-
micas subjacentes. Por trás desse processo,
diversas vias de sinalização intracelulares
agindo em conjunto orquestram as respos-
tas celulares ao ambiente por meio do es-
tímulo ou inibição de processos celulares
básicos, como movimentação, diferencia-
ção e morte celular.3 De fato, essas vias
agem de maneira tão complexa e intrinca-
da que hoje muito ainda se discute sobre
as bases moleculares que permeiam esses
processos. Vias de sobrevivência, mor-
te, proliferação e diferenciação parecem
compartilhar inúmeros efetores molecu-
lares e moléculas transdutoras atuando de
forma sobreposta em muitos aspectos. Na

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Rodrigo Augusto da Silva et al.

Queratinócitos: envolvem um programa de alterações se-


características gerais quenciais na expressão gênica, culminando
em diversas alterações na estrutura e fun-
A camada basal do tecido epitelial é cionamento celulares. Essas alterações vi-
formada por células-tronco e queratinóci- sam formar uma célula robusta, capaz de
tos. Os queratinócitos são o principal tipo responder e resistir aos estímulos estresso-
celular da pele e, portanto, o principal alvo res. Ao mesmo tempo, essas células devem
das alterações mediadas pelos diferentes ti- ser sensíveis o suficiente para responderem
pos de estresse. Este tipo celular apresenta, a sinais de morte e à eliminação de células
como característica principal, uma consti- drasticamente danificadas e comprometi-
tuição proteica baseada principalmente na das, visando à restauração de uma barreira
síntese de queratina. De fato, em querati- epidérmica funcional. O delicado equilíbrio
nócitos, o conteúdo de queratina representa entre robustez e sensibilidade à indução de
mais de 50% da massa proteica total.4 programas de morte celular deve-se a uma
Os queratinócitos migram da camada regulação molecular única e sutil, envol-
basal para o epitélio, onde formam uma vendo inúmeras vias de sinalização e di-
rede celular muito dinâmica e fisicamente versos sinais extracelulares, que devem ser
resistente, o que está associado, de manei- interpretados corretamente pelos queratinó-
ra íntima, à remodelação do citoesqueleto citos, a fim de realizarem a função apropria-
celular e formação da estrutura supracelular da na epiderme.3 Essa regulação mostra-se
de filamentos interconectados, como hemi- de grande importância, não somente para
desmossomos e desmossomos. Essas estru- a manutenção de uma barreira epidérmica
turas conferem força e rigidez ao epitélio. funcional, mas, também, na prevenção do
Adicionalmente, o processo de migração câncer de pele e outras doenças. Assim, em-
dos queratinócitos é acompanhado pela bora a incrível capacidade da epiderme de
gradual diferenciação celular associada à produzir queratinócitos permita que a pele
produção crescente de queratina, proteína mantenha suas funções durante toda a vida
de extrema importância para função final do indivíduo, ela também predispõe o que-
desse tipo celular. Ao final desse processo, ratinócito a ser o tipo celular com maior in-
que culmina na diferenciação terminal dos cidência de câncer em humanos (carcinoma
queratinócitos seguida por morte celular e de células basais e carcinoma de células es-
esfoliação, os filamentos de actina perma- camosas), além de contribuir para o apare-
necem intactos, formando o centro estrutu- cimento de outras doenças dermatológicas.6
ral da camada morta da pele queratinizada, A hiperplasia epidérmica, ou hiperquerato-
eficaz na proteção contra a abrasão, agres- se, também é observada em doenças como
sões químicas e físicas, dessecação, pene- psoríase, queratose actínica, queratose se-
tração de patógenos e proteção geral contra borreica, verrugas, entre outras. Além disso,
intempéries do ambiente.2,5 a relação simbiótica entre os queratinócitos
Os processos de proliferação, migração e os melanócitos, localizados na camada ba-
e diferenciação terminal de queratinócitos sal da epiderme, é responsável pela produ-

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Queratinócitos e seus desafios: uma revisão da literatura sobre mecanismos intracelulares
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ção da melanina e pigmentação da pele. O ao desenvolvimento normal ou em situações


crescimento e comportamento dos melanó- de estresse celular. Desta maneira, a apopto-
citos são controlados por um sistema com- se é considerada a principal forma de “suicí-
plexo de fatores de crescimento parácrinos dio celular”, exercendo papel central em vá-
e moléculas de adesão celular. Alterações rios processos fisiológicos essenciais para a
nesta delicada homeostase podem provocar manutenção da homeostase em organismos
o desenvolvimento de melanoma e outras multicelulares.11 Os mecanismos molecula-
doenças dermatológicas, como o vitiligo.7 res responsáveis pela execução e regulação
da apoptose foram amplamente caracteriza-
Sobrevivência e morte dos, levando a um crescente conhecimento
celular de queratinócitos: dos aspectos bioquímicos responsáveis pe-
principais vias las características morfológicas, enzimá-
de sinalização ticas e funcionais específicas deste tipo de
morte celular. 12 De maneira simplificada, a
Em resposta aos diferentes tipos de es- apoptose é um mecanismo de morte celular
tresse aos quais a pele é exposta, vias de si- desencadeado por estímulos intra ou extra-
nalização, que podem levar à morte celular celulares que levam à ativação de caspases
programada ou à sobrevivência, são ativa- (cysteine aspartate-specific proteases), um
das em queratinócitos. O balanço entre os grupo de cisteína proteases capaz de clivar
sinais de morte e sobrevivência determinará substratos exclusivamente após um resíduo
o destino celular, que pode variar entre a de- de ácido aspártico (Asp), sendo esta espe-
fesa ante o estímulo estressor e sobrevivên- cificidade pouco comum entre o grupo das
cia, morte ou, principalmente nos casos de proteases.12 Uma vez ativadas, as caspases
queratinócitos, diferenciação terminal.8 colapsam a infraestrutura celular, desinte-
Atualmente, vários tipos de programas grando o citoesqueleto, desarranjando meta-
de morte celular programada são descritos bolicamente a célula e causando a fragmen-
na literatura, sendo a apoptose o mais co- tação genômica.13 A ativação de caspases
nhecido.9 Os diferentes tipos de morte celu- durante a indução de morte apoptótica pode
lar são classificados de acordo com aspectos ocorrer de duas maneiras principais, sendo
morfológicos (morte apoptótica, necrótica uma delas desencadeada por insultos que
ou autofágica), enzimáticos (com ou sem o afetam diretamente a integridade e função
envolvimento de nucleases, proteases, cas- mitocondrial e, a outra, por ativação de re-
pases, catepsinas etc.) e funcionais (morte ceptores de morte da família TNF (Figura
celular programada, acidental, fisiológi- 2).11,12 No primeiro caso, denominado ativa-
ca ou patológica).10 A apoptose é definida ção apoptótica pela via intrínseca, danos ao
como um mecanismo de morte celular ge- DNA, alterações no citoesqueleto, estresse
neticamente programado e conservado evo- oxidativo e vários outros tipos de estresses
lutivamente que capacita as células a desen- acabam por levar à abertura de um poro na
cadearem um processo de morte altamente membrana mitocondrial externa. O controle
regulado em resposta a estímulos inerentes da integridade da membrana mitocondrial

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é mediado pelos níveis de proteínas pró- liberação de fatores de morte, como Fas-L,
-apoptóticas e antiapoptóticas da família TNF, entre outros, os quais se ligam a esses
Bcl-2, como Bax, Bak, Bcl2 e Bcl-xL.11 A receptores, induzindo sua ativação e forma-
oligomerização de Bax e Bak determina a ção de um complexo de morte no interior
formação de canais na membrana mitocon- celular. Nesse complexo, a pró-caspase 8 é
drial interna, sendo esse evento responsável processada e convertida à sua forma ativa,
direto pela permeabilização da organela. que, por sua vez, cliva e ativa a caspase 3.15
Como proteção, proteínas, como Bcl2 e Vários estudos demonstraram que a
Bcl-xL, membros antiapoptóticos da famí- apoptose de queratinócitos induzida pela
lia Bcl2, acabam se ligando à Bax e Bak, radiação UV, estresse oxidativo ou agentes
impedindo que formem os poros. Uma vez citotóxicos é mediada pela via intrínseca,
que as quantidades de membros pró-apop- sendo, dessa forma, precedida pela despo-
tóticos da família Bcl2 seja superior ao dos larização da membrana mitocondrial, libe-
membros antiapoptóticos, há formação do ração do citocromo c e ativação de caspase
poro mitocondrial, por onde extravasam 9. Adicionalmente, a ativação secundária da
fatores pró-apoptóticos mitocondriais e, via extrínseca apoptótica constitui evento
também, citocromo c.14 O citocromo c, ao de grande importância para a amplificação
unir-se a dATP e a proteína APAF (fator de apoptótica nessas células, embora não seja
ativação de proteases apoptóticas), forma considerada essencial.14,15
uma estrutura denominada apoptossomo, a Em nenhum outro sistema, a apoptose
qual é responsável por ligar-se à caspase 9 possui tantas funções vitais como na pele,
em sua forma não ativa (pró-caspase 9), in- onde é crítica tanto para a proliferação
duzindo sua alteração estrutural e conversão controlada de queratinócitos como para a
para a forma ativa. A caspase 9 ativa cliva formação do estrato córneo, que é o resul-
e ativa uma segunda caspase, denominada tado final da diferenciação epidérmica. A
caspase 3, essa, sim, responsável direta pela apoptose também representa um importante
clivagem de proteínas citosólicas impor- mecanismo de defesa contra o câncer, pois
tantes para manutenção do funcionamento queratinócitos que tenham acumulado mu-
e sobrevivência celulares. Adicionalmente, tações ou outros danos genéticos como con-
proteínas e fatores pró-apoptóticos libe- sequência da radiação UV ou estresse oxi-
rados da mitocôndria contribuem de for- dativo são eliminados por apoptose.16 Neste
ma significativa para a eliminação celular, processo, a proteína supressora de tumor
chegando mesmo a serem os responsáveis p53 possui um importante papel, induzindo
diretos pela morte celular (na ausência de a parada do ciclo celular na fase G1 e a ati-
ativação de caspases) em alguns casos co- vação de mecanismos de correção de danos
nhecidos como apoptose independente de do DNA. Células cujos danos ao material
caspases. Já no mecanismo apoptótico me- genético não puderam ser reparados são
diado por receptores de morte localizados então eliminadas por mecanismos de morte
na membrana plasmática, via apoptótica celular programada, que, em grande parte,
extrínseca, estímulos estressores induzem à são induzidos e executados por proteínas

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Figura 2: Indução de apoptose pelas vias intrínseca e extrínseca. (A) A via intrínseca de
apoptose envolve a ativação da pró-caspase 9 pela liberação de proteínas apoptogênicas
mitocondriais para o citoplasma celular, incluindo AIF e citocromo c. A interação entre
citocromo c, dATP e fator de ativação de proteases apoptóticas-1 (Apaf-1) leva à formação
do apoptossomo onde ocorre a ativação da caspase 9. Uma vez ativada, a caspase 9 ativa
uma série de outras pró-caspases conhecidas como caspases executoras, entre elas, as
caspases 3, 6 e 7. (B) A via extrínseca da apoptose é mediada pela ativação de receptores
de morte como TNFR, Fas (CD95), DR3 e DR6 na membrana plasmática celular levando à
formação de complexos de morte citoplasmáticos denominados DISC. DISC são formados
pela associação de proteínas adaptadoras contendo domínio efetor de morte, como FADD
e TRADD, a porção citoplasmática dos receptores e a pró-caspases 8 ou 10 que se ligam a
essas proteínas adaptadoras via domínios de morte. A formação de DISC leva à ativação
das caspases 8 e 10, as quais podem então ativar as pró-caspases executoras 3, 6 ou 7,
resultando nas alterações bioquímicas e morfológicas características da morte apoptótica.

cuja expressão está sob controle da proteí- proteína de controle da integridade do ma-
na p53. Células que não possuem a proteína terial genético e, ao mesmo tempo, como
p53 funcional são incapazes de reparo de mediadora da homeostase do organismo,
danos genéticos e acumulam mutações que eliminando células potencialmente danosas
podem predispor o tecido ao aparecimento ao indivíduo.
de vários tipos de tumores.17 Em acordo, Em queratinócitos, a indução de apop-
mutações no gene codificador da proteína tose tem sido correlacionada, principalmen-
p53 constituem o principal tipo de mutação te, com a ativação das vias de sinalização
detectado em células tumorais e estão asso- mediadas pelas quinases JNK e MAPK p38,
ciadas ao câncer de pele, principalmente aos pertencentes à família de proteínas quinases
carcinomas de células escamosas ou células ativadas por mitógenos (MAPKs).19 JNK
basais.18 Dessa maneira, p53 age como uma e MAPK p38 podem fosforilar diferentes

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substratos, como proteínas do citoesquele- MAPKs que resulta na fosforilação sequen-


to, outras quinases, fosfatases, fosfolipases cial e ativação das MAPK quinases (MEKs)
e fatores de transcrição, levando à alteração e ERKs. Além disso, a sinalização desenca-
de sua atividade. Como resultado, a célula deada por EGF estimula uma segunda via
pode sofrer interrupção do ciclo celular, re- de sobrevivência, envolvendo a ativação
paro do DNA e indução de apoptose, entre induzida pela PI3K da proteína serina-tre-
outras consequências.8 Inúmeros trabalhos onina quinase Akt (PKB; proteína quinase
demonstram ativação de JNK e MAPK B).22 O eixo PI3K/Akt tem papel chave na
p38 em queratinócitos como resposta à ex- transdução de sinais de sobrevivência, inibi-
posição a radiação UV, estresse oxidativo, ção de morte e eventos de adesão mediados
choque térmico, citocinas pró-inflamatórias por caderinas. A fosforilação e ativação de
e choque osmótico.20 Estudos demonstra- Akt inibe diretamente a atividade da pro-
ram ainda a fosforilação e estabilização da teína pró-apoptótica de Bad (membro pró-
MAPK p38 como evento inicial da sinaliza- -apoptótico da família Bcl2) e dos fatores
ção induzida pela radiação UV em querati- de transcrição da família Forkhead (FoxO).3
nócitos, precedendo a ativação de caspases. Adicionalmente, Akt também promove indi-
De fato, a inibição da MAPK p38 parece retamente a sobrevivência de queratinócitos,
impedir a translocação de Bax para a mito- modulando a atividade de p53 e do fator de
côndria e a liberação do citocromo c.21 transcrição nuclear kB (NFkB). A ativação
Vias de sinalização intracelular media- do fator de transcrição NFkB pela via PI3K/
doras de sobrevivência são constitutivamen- Akt pode promover a sobrevivência de que-
te ativadas nas células, sendo essa ativação ratinócitos pela modulação da expressão de
aumentada nos casos em que as células proteínas inibidoras de apoptose (IAPs), as
devem contra-atacar mecanismos de morte quais atuam na inibição de caspases, ou de
induzidos por estresse.19 A proteína quina- proteínas adaptadoras (TRAF) do receptor
se, ativada por sinal extracelular (ERK1/2), de morte envolvido na cascata de sinaliza-
fosfatidilinositol-3 quinase (PI3K) e a qui- ção do TNF.23
nase Src (proteína tirosina quinase proto- Finalmente, é importante salientar que
-oncogênica Src ou pp60c-src) são impor- o estímulo apoptótico pode ativar, simul-
tantes mediadoras de vias promotoras da taneamente, múltiplas vias de sinalização
sobrevivência de queratinócitos.22 Essas em queratinócitos, mesmo que essas vias
vias são ativadas, principalmente, pela ação tenham papéis opostos na fisiologia celular.
de fatores de crescimento, incluindo o fator Por exemplo, vários estudos demonstram
de crescimento epidérmico (EGF) e o fator que o fator de necrose tumoral-a (TNF-a)
de crescimento de queratinócitos (KGF), os e a radiação UVB podem ativar a via de
quais agem de maneira autócrina ou parácri- morte induzida pela MAPK p38 e as vias de
na para estimular seus receptores cognatos, sobrevivência MEK/ERK e Akt/NFk.21 Pro-
levando à ativação de inúmeras vias de si- dutos das vias das MAPKs interagem em
nalização de sobrevivência.22 A sinalização um complexo MAPK p38/ERK, que trans-
mediada por EGFR estimula a cascata de loca para o núcleo em resposta à ativação da

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proteína quinase C delta (PKCd), induzindo bre esses processos terá importantes impli-
a eliminação celular.24 Desta forma, os que- cações na elucidação da biologia deste tipo
ratinócitos coordenam um delicado balanço celular e, consequentemente, na terapêutica
entre forças pró-apoptóticas e antiapoptó- dermatológica.
ticas em resposta ao estímulo extracelular,
deslocando o equilíbrio no sentido de sobre- Estresse oxidativo e
vivência ou morte celular quando uma das estresse hiperosmótico em
vias predomina. queratinócitos
De maneira surpreendente, embora
possa parecer, à primeira vista, que o me- Os queratinócitos representam os prin-
canismo molecular associado à apoptose cipais componentes da epiderme e respon-
de queratinócitos seja deflagrado somente dem a diferentes tipos de estresse, modu-
em ocasiões que requerem a morte celu- lando vias de sinalização que podem levar
lar, estudos recentes indicam que a relação a apoptose, sobrevivência, senescência ou
entre a maquinaria apoptótica e o destino diferenciação celular. Desta maneira, o des-
dos queratinócitos não é simples.19 De fato, tino dos queratinócitos expostos aos diver-
neste tipo celular, a ativação da maquina- sos estímulos estressores dependerá, entre
ria apoptótica nem sempre é sinônimo de outros fatores, da intensidade e duração do
morte celular, o que sugere a existência de estímulo estressor, bem como do próprio
uma complexa e altamente integrada rede contexto celular.
molecular responsável pelo destino dos O estresse hiperosmótico é considerado
queratinócitos.19 Nessa rede, a maquinaria um importante fator estressor de queratinó-
molecular apoptótica compartilha inúmeros citos, capaz de alterar a estrutura e função
mecanismos efetores e diversas moléculas epidérmica. Frequentemente, essa condição
(proteínas) sinalizadoras com outros pro- é resultado de uma sensibilização da cama-
cessos celulares, por exemplo, a diferencia- da córnea, decorrente de diversas patolo-
ção.25 Embora a apoptose e a diferenciação gias, como dermatoses, eczemas e psoríase.
de queratinócitos compartilhem alguns me- Além disso, a exposição da pele a eventos
canismos efetores de sinalização, eles são como variações de temperatura e umidade
processos distintos, executados em tempos ambiental, ou a substâncias como o sorbi-
diferentes e com resultados biológicos di- tol, também provoca alterações na home-
versos: o primeiro levando à eliminação de ostase da epiderme associadas ao estresse
células mortas individuais dos tecidos em hiperosmótico.26
horas, enquanto o segundo reside na sobre- Estudos demonstraram que a apopto-
vivência e maturação sincronizada de todas se induzida pelo choque hiperosmótico em
as camadas de células em semanas.16 Como queratinócitos pode ser ativada por meca-
dois mecanismos com finalidades tão dife- nismos moleculares distintos, sendo, muitas
rentes podem compartilhar vias de sinaliza- vezes, facultativa a ocorrência de eventos
ção, ainda não foi totalmente esclarecido e, como ativação de caspases, liberação do ci-
com certeza, o crescente conhecimento so- tocromo c e aumento da produção de espé-

10 SAÚDE REV., Piracicaba, v. 13, n. 35, p. 3-14, set.-dez. 2013


Rodrigo Augusto da Silva et al.

cies reativas de oxigênio (EROs).27 Adicio- to de onda entre 320 e 280 nm, também co-
nalmente, dados da literatura demonstraram nhecido como onda média).29
que, em queratinócitos humanos, o estímu- Em doses fisiologicamente relevantes,
lo hiperosmótico causa aumento transitório a geração de EROs pela radiação UV ativa
da concentração de cálcio intracelular, au- inúmeras vias de sinalização, causa pero-
mento da expressão de proteínas do choque xidação lipídica e induz dano oxidativo ao
térmico (Hsp) e ativação de membros da DNA e proteínas celulares. Queratinócitos
família de proteínas quinases ativadas por que são severamente danificados e impossi-
mitógenos (MAPKs), como proteína quina- bilitados de reparar o DNA induzem apop-
se ativada por mitógeno p38 (MAPK p38) e tose como um mecanismo de escape, cau-
proteína quinase ativada por estresse c-Jun sando sua própria eliminação em benefício
N-terminal (JNK/SAPK).20 do organismo. Neste processo, a proteína
É interessante observar que a exposição supressora de tumor, p53, possui um im-
de queratinócitos ao estímulo hiperosmótico portante papel, induzindo a parada do ciclo
também induz aumento na expressão de im- celular na fase G1, em resposta à irradia-
portantes marcadores de diferenciação des- ção UV.17 Vários estudos demonstraram que
te tipo celular, como as proteínas queratina a apoptose de queratinócitos induzida pela
1 e 10 e a proteína involucrina.28 De fato, radiação UV, estresse oxidativo, ou agentes
embora o estresse hiperosmótico provoque citotóxicos, é precedida pela despolariza-
a morte de células da epiderme, em quera- ção da membrana mitocondrial, liberação
tinócitos este estímulo estressor pode tanto do citocromo c e ativação de caspase 9 (via
ativar vias de sinalização, levando à morte, intrínseca de ativação da apoptose), sendo
quanto induzir a diferenciação celular, sen- a ativação da via extrínseca, via Fas/Fas-
do, atualmente, um desafio para a área cien- -L, considerada mecanismo secundário de
tífica determinar os limites que levam a uma ativação apoptótica, visando à amplificação
ou outra condição, bem como diferenciar, no do sinal de ativação de caspases.23
nível molecular, ambos os processos.28 Por fim, cabe aqui mencionar que a ex-
Entre os tipos de estresse aos quais os posição de queratinócitos ao estresse oxida-
queratinócitos são submetidos, o mais estu- tivo e EROs formadas durante esse evento
dado, e talvez o de maior relevância fisioló- também pode ser usada como mecanismo
gica, é o estresse causado pela radiação ul- terapêutico. A alta reatividade química das
travioleta (UV). A geração EROs, tais como EROs e sua capacidade de reagir com di-
peróxido de hidrogênio (H2O2), radical hi- ferentes moléculas de maneira destrutiva
droxila (OH•) e ânion superóxido (O2•), pos- tem sido explorada em diferentes terapias,
sui papel central em iniciar e dirigir muitos visando à eliminação de queratinócitos que
dos eventos de sinalização que medeiam a tenham acumulado mutações ou outros da-
resposta celular à irradiação UVA (ultra- nos genéticos.30 Adicionalmente, EROs são
violeta de comprimento de onda entre 400 formadas fotoquimicamente e servem como
e 320 nm, também conhecido como onda mediadores de respostas celulares durante a
longa ) e UVB (ultravioleta de comprimen- irradiação UVA, empregada para fins cos-

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méticos e terapêuticos como, por exemplo, a coordenação dos sinais e a montagem de


a terapia fotodinâmica.29 uma resposta celular final que, na maioria
dos casos, acaba sendo determinada pelas
Considerações vias predominantes. É interessante observar
finais e perspectivas que, nesse intrincado sistema, não é rara a
constatação de casos nos quais mediadores
Embora os mecanismos moleculares de morte celular acabam participando de
associados à determinação do destino de mecanismos visando à sobrevivência, assim
queratinócitos ainda sejam parcialmente co- como mediadores de sobrevivência podem
nhecidos, muito já se sabe sobre as vias de também participar do mecanismo de elimi-
sinalização e efetores moleculares responsá- nação celular. A dificuldade de entendimento
veis pela morte ou sobrevivência dessas célu- dos processos moleculares que determinam o
las. Nesse contexto, chama atenção o fato de destino dos queratinócitos ganha ainda maior
muitas dessas vias serem ativadas simultane- grau de complexidade quando levamos em
amente durante a exposição dos queratinóci- consideração o fato de que as respostas des-
tos a um mesmo estímulo estressor, cabendo sas células a estímulos estressores diversos
aos mecanismos transdutores intracelulares diferem significativamente.

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