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Rupturas dos ligamentos do joelho

Os ligamentos colateral medial (LCM) ecolateral lateral (LCL), são as


estruturas mais frequentemente lesadas no joelho. Na verdade, a ruptura parcial
do LCM éa lesão ligamentar maiscomum no joelho.
O LCM tem origemno epicôndilo femoralmedial e na cápsula articular
medial e insere-se na face medial da tíbia, e no meniscomedial. Este ligamento é
responsável por evitar movimentos excessivos emvalgo do joelho
O LCL é um ligamento redondo que tem origem no epicôndilo lateral, logo
abaixo do tendão do músculo bicípite femoral e se insere na cabeça do perónio.
Este ligamento é responsável por evitar movimentos excessivos emvaro do joelho
As lesões no LCM podem acontecer em quase qualquer desporto epodem
afectar pessoas de todas as faixas etárias. Acontecem normalmentequando,
com a perna estendida numa passada para a frente, o atleta recebe um impacto
directo do lado externo do joelho. Menos frequentes são as lesões originadas por
uma desaceleração repentina ou por um movimento de torção do joelho. Quanto
a lesões por sobreuso, o ligamento pode ser lesado por exemplo em nadadores de
bruços
As lesões no LCL são menos comuns e ocorrem por um impacto
directo na parte interna do seu joelho. Como é rara, esta lesão pode ser
confundida com outras lesões na face lateral do joelho(por
exemplo,síndrome da banda iliotibial, tendinite do bíceps femoral).
Estas rupturas podem ser classificadas segundo a sua gravidade em:
 Grau I (leve). Também chamada de distensão. É um estiramento que
causa apenas lesões microscópicas nos ligamentos.
 Grau II (moderada). Um estiramento mais severo, que causa uma ruptura
parcial dos ligamentos.
 Grau III (grave). Os ligamentos são completamente rasgados por um
estiramento brusco, geralmente durante um acto desportivo ou num acidente.

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Sinais e sintomas/ Diagnóstico
 Instabilidade do joelho
 Dor do joelho e sensibilidade ao longo do percurso do ligamento
 Inchaço do joelho

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento do


joelho são geralmente suficientes para diagnosticar a ruptura de ligamentos.Uma
ecografia pode ser pedida para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da
lesão.
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Tratamento
O tratamento em fisioterapia, imediatamente após a lesão e enquanto o
diagnóstico não está confirmado, consiste e controlar os sinais inflamatórios,
através de:
Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer
utilize canadianas. Andar a pé pode significar um agravamento da sua lesão.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada,
colocando umatoalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e
depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Elevação: O pé deve ser elevado um pouco acima do nível do
seucoração para reduzir o inchaço.
Após a confirmação da lesão, o tratamento varia consoante a sua
gravidade.

Ruptura de grau I: As orientações de reabilitação podem ser divididas


em 2 fases:
Fase 1: 1ª e 2ª semanas
Objectivos - reduzir o inchaço (se houver), garantir a amplitude total de
movimento do joelho, manter a capacidade aeróbica.
 Repouso de actividades que causam dor. Procure caminhar normalmente
desde que não provoque dor.
 Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada,
colocandouma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e
depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelonovamente.
 Alongamentos do quadricípite e dos isquiotibiais, mobilização activa do
joelho
 Fortalecimento muscular estático dos músculos da coxa
 Massagem de mobilização dos tecidos moles, a partir do 2º dia, quando já
não se observarem sinais inflamatórios
 Na 2ª semana introduzir exercícios de reforço dinâmico, tais como a
extensão do joelho, flexão de joelho e meio agachamento.
 Começar com massagem transversal profunda em dias alternados
 Recomeçar treino aeróbio com a bicicleta, elíptica e corrida suave.
Fase 2: 3ª e 4ª semanas
Objectivos - Manter a amplitude completa de movimento, força igual de
ambas as pernas, volte a funcionar e algumas modalidades de formação
específica.
 Aumentar a intensidade, amplitude e carga dos exercícios até a sua força
e confiança ser igual em ambas as pernas.
 Incluir mudanças de direcção na corrida
 Na 4ª semana incluir saltos e exercícios pliométricos.
 Retorno gradual à prática desportiva
 Nos primeiros treinos pode ser aplicada uma ligadura elástica ou em tape
para dar maior suporte ao joelho e confiança ao atleta.

Ruptura de grau II ou III: As orientações de reabilitação podem ser


divididas em 3 fases:
Nas rupturas de grau II e III, em particular as de grau III, é importante que
as extremidades do ligamento sejam protegidas para se dar uma correcta
cicatrização.
Fase 1: Primeira à quarta semana
Objectivos - controlar o inchaço, manter a capacidade de esticar e dobrar
o joelho a mais de 90 graus.
 Repouso de todas as actividades dolorosas. Canadianas devem ser usadas.
Deve ser iniciada carga parcial na 2ª semana, e à 4 semana já deve estar a
caminhar normalmente.
 Tala ou joelheira para proteger os ligamentos e prevenir a instabilidade do
joelho
 Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada,
colocandouma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e
depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelonovamente.
 Massagem de mobilização dos tecidos moles, a partir do 2º dia, quando já
não se observarem sinais inflamatórios
 Alongamento da musculatura da coxa e perna, desde que não desperte os
sintomas
 Fortalecimento estático da musculatura da coxa e perna, desce que não
desperte os sintomas

Fase 2: semana 5 e 6
Objectivos – Eliminar por completo o inchaço do joelho, apoio total do
peso do corpo, amplitude de movimento completa, força próxima da perna sã.
 Introduzir exercícios de fortalecimento dinâmico - flexão de joelho,
extensão de joelho, meio agachamento
 Pode ser possível começar a nadar (sem ser estilo de bruços) ou a
trabalhar no step para manter a capacidade aeróbia.
Fase 3: Semanas 6, 7, 8, 9 e 10
Objectivos – amplitude articular e força muscular iguais em ambas as
pernas, iniciar a corrida e por volta da 10ª semana retorno gradual à prática
desportiva.
 Aumentar a intensidade, amplitude e carga dos exercícios até a sua força
e confiança ser igual em ambas as pernas.
 Começar com massagem transversal profunda em dias alternados
 Recomeçar treino aeróbio com a bicicleta, elíptica e corrida suave.
 Iniciar corrida, progredindo na 8ª semana para começar a fazer corrida de
lado e de costas, à 10ª semana começar com mudanças de direcção e velocidade
 À 8ª semana começar a introduzir exercícios próximos do gesto desportivo
e à 10ª semana reintroduzir a prática desportiva ou o trabalho

Exercícios terapêuticos para uma ruptura do ligamento colateral


medial
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação
de uma ruptura nos meniscos. Deverão ser realizados 2 a 3vezes por
dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Alongamento da cadeia posterior


Sentado, com a perna a alongar esticada. Tente chegar com as mãos o mais
abaixo possível. Mantenha essa posição por 20 segundos.
Repita entre 3 a 6 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Fortalecimento isométrico dos isquio-tibiais
Sentado, com o calcanhar apoiado no chão. Faça pressão em direcção ao chão e
para si, sem tirar o pé da mesma posição. Mantenha a contracção por 6 segundos.
Repita esta contracção entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum
sintoma.

Fortalecimento isométrico do quadicipete


Sentado, com a perna estendida e um rolo sob o joelho. Esprema e o rolo e solte
suavemente, enquanto sente a contracção imediatamente acima do joelho.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu
fisioterapeuta.

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