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TERMOS DE REFERÊNCIA PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE

LEVANTAMENTO CADASTRAL DOS PRODUTORES RURAIS IRRIGANTES NO


ESTADO DO TOCANTINS

Palmas, fevereiro de 2018.


TERMOS DE REFERÊNCIA
EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE LEVANTAMENTO CADASTRAL DOS
PRODUTORES RURAIS IRRIGANTES NO ESTADO DO TOCANTINS.

1. ANTECEDENTES

O Estado do Tocantins possui um imenso potencial para a produção primária,


notadamente a agricultura. A associação de solos, clima (luminosidade) e
disponibilidade de água, aliada à localização estratégica do Tocantins, potencializa o
Estado como um grande produtor de alimentos e bioenergéticos capaz de atender os
crescentes mercados nacional e internacional.
No entanto, o regime climático, caracterizado por dois períodos fortemente
demarcados (período úmido com intensas precipitações e período seco com ausência
de chuvas) determina a ocorrência de apenas uma safra por ano, o que reduz
significativamente o potencial do Estado para a produção primária. Esta aparente
fragilidade pode ser facilmente superada através da irrigação, permitindo que o
Estado, além da produção no período úmido, colha mais uma safra no período seco,
duplicando o seu potencial produtivo.
O desenvolvimento da agricultura irrigada, no entanto, requer um processo de
planejamento com visão de longo prazo, no qual sejam consideradas todas as
variáveis que intervém na produção primária, desde o desenvolvimento tecnológico e
a capacitação, até a comercialização da produção. Ou seja, o processo de
planejamento deve ter como foco a integralidade das cadeias produtivas do
agronegócio e não apenas a obra ou o ato de irrigar.
Dentro deste enfoque, o Governo do Estado, em 2011, no âmbito do Projeto de
Desenvolvimento Regional Sustentável do Tocantins (PDRS), financiado com
recursos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD),
elaborou o Plano Estadual de Irrigação do Tocantins, instrumento que possibilitará a
implementação da Política Estadual de Irrigação, cujo objetivo final é promover o
desenvolvimento da agricultura irrigada em bases sociais, econômicas e ambientais
sustentáveis.
Atualmente o Estado do Tocantins possui projetos de aproveitamento
hidroagrícola em fase de estudos, implantação e operação, que em sua grande maioria
constituem Perímetros Públicos de Irrigação, embora existam também alguns polos
onde se concentram a irrigação privada, com maior ou menor apoio do setor público
no que concerne à disponibilização de infraestrutura.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

O último censo agropecuário, realizado em 2006, registrou a existência de


1.599 estabelecimentos agropecuários irrigantes no Tocantins, com uma área irrigada
de 41.340 hectares. O método de irrigação mais utilizado é a inundação,
correspondendo a 17.407 hectares (42,1% da área) e concentrando-se na planície do
rio Araguaia, principalmente nos municípios de Formoso do Araguaia (Projeto Rio
Formoso), Lagoa da Confusão, Pium e Dueré.
Nessa região é cultivado o arroz irrigado no período chuvoso e, quando há
disponibilidade de água, a mesma área é também cultivada com soja, milho, feijão,
melancia, melão, abóbora e tomate, dentre outras culturas, irrigadas pelo método de
subirrigação. Esse método consiste na manutenção do lençol freático em nível
elevado, a partir do qual a água ascende por capilaridade para a zona do sistema
radicular das culturas, sendo desnecessários equipamentos de irrigação como pivô
central, canhões auto-propelidos ou aspersores. A subirrigação é uma prática viável
nos Plintossolos da planície do rio Araguaia, anteriormente denominados Lateritas
Hidromórficas.
Em face dessas características favoráveis, o sistema hidrográfico do Araguaia
concentrava 67,6% da área irrigada do estado do Tocantins em 2006; e seis
municípios (Pium, Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia, Dueré, Arraias e Porto
Nacional) eram responsáveis por 25,2 mil hectares irrigados (61,1% da área total
irrigada do estado).
Relativamente às oito microrregiões do Tocantins, em 2006 as áreas irrigadas
estavam assim localizadas (Figura 4.1): Rio Formoso – 21.817 ha (53%); Jalapão –
5.350 ha (13%); Dianópolis – 4.121 ha (10%); Gurupí – 3.647 ha (9%); Porto Nacional
– 2.588 ha (6%); Miracema do Tocantins – 1.760 ha (4%); Bico do Papagaio – 1.240
ha (3%); e Araguaína – 818 ha (2%). Entretanto, chama a atenção a expressiva área
irrigada identificada pelo IBGE na microrregião do Jalapão, tratando-se seguramente
de uma inconsistência, uma vez que são ainda escassas outras fontes de informações
sobre a agricultura irrigada no Tocantins.
A agricultura irrigada não é uma ação que se encerra em si. Ações e
investimentos em transporte, energia, pesquisa, capacitação, assistência técnica,
crédito, abertura de mercados, entre outras, são tão importantes quanto a obtenção
de grandes produções. Esta ampla gama de ações é da competência de distintas
instituições, tanto públicas, quanto privadas. Assim, é necessário que o plano e a
política estadual de irrigação se constituam em instrumentos que promovam a
articulação institucional, de tal forma que os benefícios e as necessidades da
agricultura irrigada sejam promotores do desenvolvimento regional.
As dificuldades para a obtenção de dados e informações sobre agricultura e,
particularmente, agricultura irrigada, que surgiram durante a elaboração dos estudos
necessários se constituíram num sério empecilho para a formulação da proposição do
Plano Estadual de Irrigação. Inconsistências nos dados e informações, dispersão nos
vários órgãos públicos e inexistência (ou não identificação) de responsável
dificultaram sobremaneira o levantamento da situação atual da irrigação no Estado,
bem como das ações vinculadas à atividade agrícola desenvolvidas e em
desenvolvimento pelos vários órgãos públicos e privados atuantes. Esta situação
mostra a necessidade premente de se organizar e universalizar a base de dados e
informações sobre a agricultura irrigada, através da estruturação de um sistema de
informações, de forma a que todo e qualquer cidadão, empreendedor ou não, público
ou privado, tenha acesso a subsídios que possam fundamentar a tomada de decisão
quanto a um empreendimento ou a uma ação inserida na agricultura irrigada.
Neste contexto, insere-se o levantamento cadastral dos produtores rurais
irrigantes que atuam no Estado do Tocantins, como sendo o primeiro passo para
implantação do Sistema Estadual de Informações sobre Agricultura Irrigada, o qual
deverá possibilitar conhecer a realidade atual do setor, auxiliando na organização e
divulgação da informação sobre agricultura irrigada.
3. OBJETIVO

O objetivo dos serviços que se pretende contratar é permitir aos órgãos


estaduais que atuam nas áreas de planejamento, gestão, fomento, e apoio técnico e
extensão rural, conhecer a realidade e auxiliar no processo de planejamento das
ações institucionais a fim de fomentar o crescimento do setor irrigante no Estado,
buscando o próprio enquadramento com a Política Nacional de Irrigação através da
Lei 12.787 de 11 de janeiro de 2013.

4. JUSTIFICATIVAS

O levantamento cadastral dos produtores rurais irrigantes, constitui uma das


etapas importantes do processo da gestão do setor de irrigação no Estado, por meio
dele pode-se conhecer melhor as demandas do setor, e verificar o andamento do
crescimento produtivo conforme a expansão das áreas cultivadas. Assim, pode-se
subsidiar o planejamento estratégico para o setor da agricultura irrigada no Estado do
Tocantins.

5. AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

O Cadastro dos Irrigantes deverá ser feito para todo o Estado do Tocantins,
devendo ser usado como fonte de informações os bancos de dados dos órgãos
Municipais (quando houver), Estaduais e Federais que atuam direta ou indiretamente
no setor. Como o levantamento de todas as outorgas e licenças ambientais já
concedidas, nos bancos de dados do NATURATINS, da Agência Nacional de Águas
– ANA e IBAMA.
As informações disponíveis para consulta pela empresa contratada estão
relacionadas no ANEXO II.
Abaixo serão descritas as atividades a serem desenvolvidas para
implementação das ações acima mencionadas.

5.1. Levantamento de todas as outorgas e licenças já concedidas já


concedidas, nos bancos de dados do NATURATINS, da Agência Nacional de
Águas – ANA e IBAMA.
As informações relacionadas ao licenciamento ambiental e outorgas de direito
de uso dos recursos hídricos, cujos empreendimentos apresentam a finalidade de
agricultura irrigada, deverão ser levantadas junto ao NATURATINS, ao IBAMA, e a
ANA.
As informações relacionadas aos projetos públicos de irrigação em operação
deverão ser levantadas junto a SEPLAN, SEAGRO e demais órgão da estrutura
estadual que atuam no setor.

5.2. Inserção dos dados levantados


Após o levantamento das informações coletadas deverão ser inseridas em um
Banco de Dados digital, em formato compatível com o ACCESS, podendo a
contratada sugerir outro formato de Banco de Dados, desde que não haja alteração
financeira na Proposta.
A empresa contratada deverá fazer o tratamento e organização dos dados
obtidos de modo a possibilitar uma diversidade de filtros e emissões de relatórios,
conforme a área de interesse do usuário.
Os dados também deverão ser inseridos/importados para uma planilha Excel.
O Banco de dados deve ser de fácil operação, para facilitar sua manutenção,
operação e atualização, podendo esta última ser realizada por simples digitação, ou
por algum outro método proposto pela contratada e previamente aprovado pela
fiscalização da SEPLAN que emitirá parecer aprovando-os ou rejeitando-os.
Ao final, deverá ser elaborado um arquivo em shapefile, com as respectivas
informações tabulares do universo cadastrado, compatível com o Atlas Digital do
Tocantins.
Os servidores da SUID/SEPLAN deverão receber orientações da empresa
contratada para a correta inserção dos dados no Banco de Dados.

6. PRODUTOS A SEREM ENTREGUES

Além dos produtos descritos a seguir, a Contratada deverá apresentar um


Plano de Trabalho (RPT) contendo no mínimo: a logística, a metodologia a ser
empregada, o cronograma detalhado e a relação dos equipamentos e do pessoal a
ser empregado para a realização das atividades. Deverá ser entregue 20 (vinte) dias
após a emissão da Ordem de Serviço para o início das atividades.

Produto 1: Relatório do Levantamento de todas as outorgas e licenças


ambientais já concedidas, nos bancos de dados do NATURATINS, da Agência
Nacional de Águas – ANA e IBAMA;

Produto 2: Banco de Dados digital, em formato compatível com o ACCESS,


podendo a contratada sugerir outro formato de Banco de Dados, desde que não haja
alteração financeira a Proposta.

Produto 3: Relatórios de Inserção de Dados Parciais, com a comprovação


dos registros inseridos no Banco de Dados no período;

Produto 4: Relatório Final, contendo o resumo dos serviços executados


durante o contrato, a listagem final dos irrigantes cadastrados e inseridos no Banco
de Dados, e um mapa em formato A0, contendo todos os cadastros realizados pela
contratada.

7. EQUIPE

7.1. Equipe Chave

 Coordenador geral: formação acadêmica em engenharia - agronômica,


agrícola, ambiental, administração, ou áreas afins, com dez anos ou mais de
prática profissional na área de irrigação em perímetros públicos e privados.
Deve possuir habilidade para escrever documentos e relatórios técnicos, e
capacidade de liderar e coordenar equipes técnicas.
 Especialista em Tecnologia da Informação – Técnico de nível superior
com experiência em banco de dados e com conhecimento em Sistemas de
Informações Geográficas – SIG.
 Especialista em Gestão Integrada de Perímetros Irrigados – formação
acadêmica em engenharia agronômica, administração ou áreas afins, com 8
anos ou mais de experiência em trabalhos com gestão integrada de perímetros
irrigados.

7.2. Equipe de Apoio Sugerida

 Cadastradores – Técnico de nível médio.

A Consultora deverá dimensionar uma equipe técnica de apoio diferente da


sugerida desde que seja suficiente para alcançar os objetivos dos serviços e,
marginalmente, uma equipe administrativa, as quais dará suporte às equipes técnicas.

8. PRAZO DE EXECUÇÃO

O prazo máximo estabelecido para a realização dos serviços é de 6 (seis) meses.

9. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO (FÍSICO-FINANCEIRO)

Número Produtos % do
de Dias montante
20 Plano de Trabalho (RPT) 5
60 Produto 1: Relatório do Levantamento de todas as outorgas 15
e licenças ambientais
20 Produto 2: Banco de Dados Digital 30
50 Produto 3: Relatórios de Inserção de Dados Parciais 20
30 Produto 4: Relatório Final 30
10. ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO

Os trabalhos serão conduzidos mediante a supervisão e o


acompanhamento de profissionais indicados pela SEPLAN.

ANEXO I – INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS

Informação / Ano Autor Disponível na Formato


Plano Estadual de Irrigação de
SEAGRO SEPLAN Digital
Tocantins PEI-TO (2011)
Atlas Digital do Tocantins (2012) SEPLAN SEPLAN Digital

ORÇAMENTO
Preço Unitário
Item Discriminação Nível Un. Preço Total (R$)
(R$)
1 Coordernador Geral P1 mês R$ 13.154,08 R$ 78.924,48
Especialista em Gestão Integrada de
2 P3 mês R$ 8.466,28 R$ 50.797,68
Perímetros Irrigados
3 Especialista em Tecnologia da Informação P3 mês R$ 8.466,28 R$ 50.797,68
4 Cadastrador T2 mês R$ 3.439,84 R$ 20.639,04
5 Despesas de Escritório mês R$ 1.713,71 R$ 10.282,26
Preço Total (R$): R$ 211.441,14
Valor por extenso:
Referência - Tabela DNIT (16/01/2018)

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