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Governo do Estado d * Minai Girais

Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral

Três anos de atividades


Belo Horizonte
1982
5aL-185**90 lC?&.
F.J.P. - BIBLIOTECA 7 S G ^

NÃO DANIF?;Pi° 15 512 *


UETA

Governo do Estado de Minas Gerais


Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral

PRODECOM
Programa de
Desenvolvimento de
Comunidades
TRÊS ANOS DE A T I V I D A D E S

Nutrição e Abastecimento
Melhorias Urbanas
Serviços Comunitários
Habitação Popular
Legalização de Terras Urbanas

Belo Horizonte
1982
PRODECOM - Programa de Desenvolvimento de Comunidades
Rua Gonçalves Dias, 2553 - 1? andar
30000 - Belo Horizonte

Minas Gerais. Secretaria de Estado do


Planejamento e Coordenação Geral.

Prodecom - Programa de Desenvolvi-


mento de i m u n i d a d e s . Três anos de
atividades. Belo Horizonte, 1982.
--P. ilust.

1. Prodecom-Relatório I. Título

C D U : 301.18.001.6:083(815.1}
APRESENTAÇÃO

O relatório que submetemos ao leitor pretende ser um instrumento de


divulgação e reflexão sobre uma nova proposta de ação planificadora posta em
prática em Minas Gerais a partir de 1979.
Naquela oportunidade, por decisão do Governador Francelino Pereira,
Minas iniciou uma experiência - a de Planeiamento Participativo - que, por
seus resultados auspiciosos, é hoje modelo utilizado em muitas outras unidades
da Federação.

A decisão fundava-se na certeza de que a participação da comunidade


nas ações de governo - sejam elas políticas, econômicas ou sociais - é princí-
pio basilar de todo regime que se deseja democrático.

Dentro da diretriz geral de governo que instituiu em Minas a prática do


Planejamento Participativo, coube á Secretaria de Estado do Planejamento e
Coordenação Geral, então sob a direção do Secretário Paulo Roberto Haddad,
criar os instrumentos que, concretamente, a viabilizassem.

O Programa de Desenvolvimento de Comunidades - PRODECOM. tema


deste relatório, é um daqueles instrumentos, constituindo-se, mesmo, no mais
bem sucedido exemplo de que a Participação é capaz de gerar resultados surpre-
endentes. E mostra como são fecundas as relações entre o Governo e os diversos
segmentos da Sociedade Civil, quando elas são fruto do diálogo, da discussão e
da busca de soluções para as questões que afligem a população.

Os resultados que já podem ser apresentados pelo Programa de Desenvol-


vimento de Comunidades, depois de apenas três anos, testemunham o acerto da
opção e a eficácia da estratégia. Com efeito, neste curto período de trabalho, o
PRODBCOM desenvolveu 551 projetos, que, no seu conjunto, representam invés-
timentos totais da ordem de 10,9 bilhões de cruzeiros e benefícios diretos para
uma população superior a 1,2 milhão de pessoas.

Estes projetos dividem-se por cinco áreas de atuação, definidas a partir


da participação das próprias comunidades envolvidas eque têm por objetivo levar
soluções a questões prioritárias para estas mesmas comunidades, tais como: Habi-
tação Popular, Legalização de Terras Urbanas; Melhorias Urbanas em favelas e
bairros da periferia; Nutrição e Abastecimento; e Serviços Comunitários.

Estas, as cinco áreas de atuação do PRODECOM. A forma como o traba-


lho foi realizado, a quantificação dos resultados obtidos, possíveis somente me-
diante a participação da população envolvida, é o que este relatório procura ex-
por detalhadamente. É também sua finalidade trazer o debate aos leitores, na cer-
teza de que é através da discussão que o Programa de Desenvolvimento de Comu-
nidades poderá expandir-se e aprimorar-se ainda mais, como é nosso desejo e
objetivo.
Na verdade, o Planejamento Participativo - marco maior e definitivo do
Governo Mineiro está presente, também, em inúmeros outros Programas, igual-
mente iniciados na gestão do Secretário Paulo Roberto Haddad. No Norte de
Minas, através do Programa de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do
Gorutuba (PDRI-Gorutuba), onde pequenos produtores rurais discujem, plane-
iam e orientam seu próprio desenvolvimento, com o apoio dos diversos Sistemas
Operacionais que compõem a estrutura do Governo do Estado. Idêntica situação
ocorre com o Programa Estadual de Promoção de Pequenos Produtores Rurais
(MG I I I , em execução em 102 municípios mineiros e cuja meta é atender a
30 mil pequenos produtores rurais.

Os resultados deste trabalho são alentadores e nos estimulam a nele per-


sistir, comprovando, ainda, e de forma definitiva, que é pelo caminho da parti-
cipação que se encontram as melhores soluções para os problemas, quaisquer
que sejam.

HÉLIO M A C H A D O
Secretário do Planejamento e Coordenação Geral
Setembro/82
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
. Quadro geral de projetos até 31 /3/82

N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO 7

. Hortas, Pomares e Plantios


. Produção Animal
• Apoio a Pequenos Agricultores
. Barracas de Abastecimento Comunitário
. Mercados Expedidores
Legitimação de Terras Rurais
. Quadro de Projetos

M E L H O R I A S URBANAS 19
. Caracter ísticas da Área de Melhorias Urbanas
. O Aprendizado das Primeiras Experiências
. Linhas de Atuação
. Áreas Beneficiadas
. Vila Senhora Santana do Cafezal
. Vila Cemig e Nossa Senhora de Fátima
. Nossa Senhora da Conceição e Pedreira Prado Lopes
. Região do Glória
. 0 Trabalho de Negociação Interinstitucional
. Efeitos sobre a Comunidade e sobre as Lideranças
. Quadro de Projetos

SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S 33
Primeiras Experiências
. Características
• Metodologia
Desempenho da Área
Linhas de Atuação
Problemas
Entidades Beneficiadas
. Participação Interinstitucional
. Quadro de Projetos

H A B I T A Ç Ã O POPULAR «
. Trezentos Mil Lotes Baldios
Os Planos Habitacionais e a Realidade
Concepção do Programa de Habitação Popular
. Primeiras Experiências
. O Programa PRODECOM/MinasCaixa
Funcionamento e Aprendizado do Programa
Resultados e Perspectivas do Programa
. Estudo de Caso: São Domingos do Prata
. Tecnologia nãoé Privilégio
. Perfil Atual do Programa
. Quadro de Projetos

L E G A L I Z A Ç Ã O DE T E R R A S URBANAS 63

. O Processo de Ocupação
. O Direito à Terra
. Concepção do Programa de Legalização de Terras Urbanas
. Projetos-Piloto na Vila Cemig e no Cafezal
. Participação Interinstitucional
. Envolvimento da Comunidade
. Quadro de Projetos
PROJETOS EXECUTADOS E/OU EM EXECUÇÃO

PRODECOM

ATÉ 31.03.82

Em Cr $ de Miroo/82

NP DE ÁREAS T O T A L DO T O T A L DO PESSOAS
PROJETOS INVESTIMENTO PRODECOM BENEFICIADAS

123 H A B I T A Ç Ã O POPULAR 8.920.786.276.93 52.104.867,22 102.948


1 L E G A L I Z A Ç Ã O DE TERRAS URBANAS 2.070.214,41 675.864,12 2.500
67 MELHORIAS URBANAS 976.324.072,37 291.848.569,89 396.064
130 N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO 310.172.304,90 96.776.618,43 226.678
230 SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S 782 390.994,88 219.201.931,65 506.778

551 TOTAL 10.991.743.863,49 660.607.851,31 1.234.968

F O N T E . PRODECOM/ÁREA F I N A N C E I R A / S E P L A N
Efeito catalisador: 1:16,64
Custo PRODECOM por pessoa beneficiada Cr $ 534,92
Esta área surgiu com o PRODECOM e para ela 0 caminho já identificado para a expansão desta
afluíram em maior número as entidades comunitárias e área é a integração do programa de barracas com o de
assistenciais que primeiro solicitaram o apoio do Programa. mercados expedidores. Trata-se de revitalizar o programa
A criação de um programa para beneficiar comunidades de de riscados expedidores, a exemplo do que se fez com
baixa renda, aberto à participação das suas entidades e o de barracas, e articular as compras destas diretamente
capaz de dar suporte a todos os tipos de iniciativa não- com aqueles, sem a necessidade de baldear a mercadoria
lucrativa, havia materializado a oportunidade de realizar na CEASA.
projetos urgentes para grupos carentes, com baixo nível
de nutrição.
A área de Nutrição e Abastecimento está vinculado
Eram inicialmente hortas e pomares comunitários ainda o projeto de legitimação de terras devolutas para
ou caseiros, requisitados em todos os recantos do Estado: pequenos agricultores, desempenhado pela Ruralminas em
desde Cássia, no Oeste de Minas, até Rio do Prado, no cooperação com os sindicatos de trabalhadores rurais, com
Baixo Jequitinhonha. Foram numerosos e bastante apoio financeiro do PRODECOM. Tal vinculação é correta
valorizados através da imprensa, o que acabou por gerar na medida em que as pequenas unidades familiares de
uma primeira imagem do PRODECOM como a de um produção, constituídas por posseiros, parceiros, rendeiros
programa financiador de hortas. e meeiros, são as grandes responsáveis pelo abastecimento
da maior parte da população do Estado.

Se hoje nâb ocupa mais o foco principal das


A seguir, os diversos tipos de projetos são agrupados
atenções do Programa — parte por seu desempenho
e analisados segundo suas características próprias.
autônomo, parte pelo surgimento de outras atividades
mais complexas - é certo que a área de Nutrição e
Abastecimento já apresenta características bem definidas: H O R T A S , POMARES E PLANTIOS

- Não há demanda reprimida: os projetos chegam, Escolas de comunidades carentes, internatos e


são analisados e submetidos à aprovação; os orfanatos, principalmente do interior, compõem a parte
mais expressiva da clientela do PRODECOM neste item.
recursos liberados e aplicados; o projeto é
A í estão situados também os projetos mais dinámicos
monitorado e a entidade presta contas, num fluxo
e menos dispendiosos do Programa. Por assim dizer, o
sem contratempos;
florescimento e a maturação destes projetos se dão
praticamente segundo as leis da Botânica, otimizadas
- Trata-se de projetos geralmente de baixo custo,
pelo progresso das agrotécnicas.
que se implantam com rapidez e evidenciam
resultados em curto prazo;
Campanhas de esclarecimento sobre o valor
- Por articular-se apenas com a Ruralmrnas, Emater e nutritivo de verduras, legumes e frutas, propagadas por
CEASA, órgãos vinculados ao Sistema Operacional entidades comunitárias ou órgãos dos sistemas operacionais
de Agricultura, observa-se na área de Nutrição e de Saúde, Educação e Agricultura, despertaram amplo
Abastecimento um desembaraço maior do que nas interesse por hortas e pomares nas comunidades escolares,
demais; e criaram uma demanda que o PRODECOM foi capaz de
atender com a agilidade necessária.
- Duas experiências inéditas nesta área provaram a
elasticidade do PRODECOM: a reanimação de um
programa em decl fnio e o estabelecimento de
rotinas administrativas na atividade de compras.

A área cresceu com


moderação nos anos 1979/80 e
expandiu-se de maneira mais
acentuada em 1981. Enquanto
no primeiro ano de operação
recebeu 26 solicitações, e, em
1980, 30, esse número cresceu
significativamente em 1981,
com &1 pedidos. Foram 38
financiamentos para a Capital
e 85 para o interior,
correspondendo a um
desembolso total do
PRODECOM da ordem de
Cr$ 83,6 milhões (preços
corrigidos para dezembro/81).

Horta Caseira è um esforço familiar para


melhorar alimentação

8
Horta produz rapidamente e equilibra orçamento doméstico.

pedidos para hortas


comunitárias, escolares o u
caseiras, para a formação de
viveiros de mudas e pomares,
para plantios diversos em
regiões pioneiras. Rapidamente
atendidas, as entidades
solicitantes promoveram o
preparo da terra, receberam
instruções de técnicos
agrícolas voluntários e
passaram a criar hortas e
pomares, revigorar ou ampliar
os já existentes, cultivaram
terras cedidas pela Igreja,
campos experimentais nas
escolas rurais, terrenos
emprestados o u alugados por
prazo adequado.

A maioria destes projetos é de baixo custo. Implantam-


se com rapidez e mostram resultados em curto prazo. Muitos
já constituíam uma decisão amadurecida pela comunidade,
mas faltava o recurso financeiro catalisador para tirá-los da
inércia.

Assim aconteceu com o bairro belorizontino A l t o dos


Pinheiros, onde o Centro Educativo Cândida Cabral lançou,
como atividade escolar, uma campanha de hortas e pomares
caseiros, que atendeu a mais de quinhentas famílias. O
PRODECOM custeou os utensílios, as mudas, sementes e a
adubação.

Os pedidos do interior se referem mais à horticultura


extensiva em diversos tipos de entidades, enumerando uma
lista de vantagens: suplementação alimentar, ensino prático
de técnicas agrícolas, educação pelo trabalho, participação
pela produção, economia nas despesas de manutenção dos
educandários, etc. O apoio do Programa, além de cobrir
as despesas com plantios, f o i necessário também para a
construção de cercas, muros, reservatórios de água, sistemas
singelos de irrigação, etc.

Dentre estes, podem-se destacar os projetos da


Fundação Ana de Melo Azevedo, em Cássia; do Instituto
Educacional de Jequitinhonha; da Associação Patrocínense
de Promoção do Adolescente, em Silvano (Patrocínio);
e da Associação dos Amigos de Palmópolis, em Rio do
Prado. Ao t o d o , 39 projetos se inscrevem neste item.

Horta no interior recupera hábitos


alimentares e diversifica cardápios.
PRODUÇÃO A N I M A L

O interesse demonstrado pelas hortas se estendeu


também às granjas e mini-granjas, principalmente para a
produção de ovos, frangos, carne de porco e leite de cabra.
A finalidade desses projetos é a mesma do item Hortas e
Pomares, ou seja, melhorar a alimentação, reduzir despesas
e propiciar ensino prático de agrotécnicas.

A presença do PRODECOM na área de produção


animal começou com o projeto de Granja de Cabras
Leiteiras, em Funilândia, onde o médico Elísio Saraiva,
à frente da Associação de Proteção à Maternidade, Infância
e Velhice, havia constatado baixíssimo índice de nutrição
entre a população. Para sanar a carência apresentada, o
médico receitou leite de cabra, animal de fácil manejo e
Minigranja significa frangos e ovos para
comprovada adaptação à região. A Associação construiu comunidades escolares.
o cabril, com galpão e cercados, adquiriu dois reprodutores
e algumas matrizes e começou a multiplicar o rebanho. Cada
cabra leiteira é cedida a uma família carente, que a utiliza
enquanto está produzindo, e depois a devolve ao rebanho
para reciclagem. Têm preferência as famílias onde existam
gestantes, crianças pequenas e pessoas idosas.

As mini-granjas de
galinhas foram solicitadas pela
maioria dos centros
comunitários que se dirigiram
ao PRODECOM. Nas suas
instalações, aproveitando os
espaços disponíveis e a mão-
de-obra voluntária,
construíram-se os galinheiros
e a produção f o i destinada às
crianças e aos idosos por eles
assistidos.

Suínos em Esmeraldas passam por


melhoria genética.

Projeto mais ambicioso f o i realizado com sucesso


em Virginópolis: o aviário da Fazenda da Comunidade,
administrado pela Campanha Nacional de Escolas da
Comunidade (CNEC). Em dois galpões, de 270 m2 cada,
estão três mil frangos para cone e duas mil poedeiras
de alto rendimento. O projeto de avicultura obedece à
melhor técnica, constituindo exemplo de racionalidade
que é transmitido aos alunos de técnicas agrícolas. Aos
poucos, pretende-se expandir este projeto, para abastecer
todo o mercado da cidade.

Outro êxito significativo foi obtido com o projeto


de suinocultura da Fundação Caio Martins, em Esmeraldas.
Essa instituição tem longa tradição na formação de
profissionais e técnicos rurais, e exerce influência positiva
sobre as unidades de produção ao seu redor, ao disseminar
modernos conhecimentos. As pocilgas foram construídas
em alvenaria, com todos os requisitos de higiene, no início
de 1981. O rebanho passa por melhorias genéticas antes de
atingir seu pleno desenvolvimento.
Prodecom apoia pequeno agricultor em seus
plantios e associativismo.
APOIO A PEQUENOS A G R I C U L T O R E S

Três projetos foram executados, nas comunidades de


Tombadouro (Datas), Coração de Jesus e Cai angola. Em
todos eles, evidenciou-se o papel do PRODECOM como
agente viabilizador dos anseios de pequenas comunidades
rurais remotas, justamente na atividade que mais lhes
interessa: o plantio. Os recursos do Programa vieram
possibilitar a concretização dos objetivos associativistas
despertados nessas comunidades pela ação da SUDECOOP,
pela extensão rural levada pela EMATER e pelo trabalho
paroquial.

BARRACAS DE ABASTECIMENTO C O M U N I T Á R I O

O abastecimento de hortigranjeiros na periferia de Belo


Horizonte sempre f o i problemático: faltam equipamentos de
comerciaWzação, os preços são altos e a qualidade dos
produtos deixa muito a desejar. Paradoxalmente, os bairros Barraca de Abastecimento:produtos de
centrais têm melhor sistema de abastecimento, com acesso primeira pela metade do preço.
fácil e mercadorias mais baratas, ao contrário do que
acontece com a população de baixa renda.

Para atenuar essa distorção, idealizou-se um programa Na concepção original do programa, caberia ao
de abastecimento comunitário (PACOM), que utilizaria o PRODECOM financiar a instalação, equipamentos e capital
potencial das associações comunitárias, o apoio do de giro das barracas, que eram módulos metálicos com
PRODECOM e a estrutura de compras da CEASA. Este vinte metros quadrados. Cada projeto custaria C r $ 25 mil
esforço conjunto criaria as condições para levar produtos ao Programa, a preços da época.
hortigranjeiros de boa qualidade até o consumidor de baixa
renda, pela metade do preço praticado nos mercados
Central e distritais.

11
A Associação Comunitária assumiria a operação da serviço à comunidade. A barraca poderia tornar-se um ponto
barraca, fazendo as encomendas à CEASA, o transporte da de encontro privilegiado para a auto-gestão da comunidade,
mercadoria, sua venda e a prestação de contas. A CEASA se permitindo ainda auferir um diferencial de lucro, ainda que
incumbiria de designar um especialista em compras para modesto.
adquirir semanalmente, ao melhor preço possível, as
encomendas das associações. Contudo, após os primeiros meses de operação, vieram
à tona as deficiências do programa, que começou
Como premissas básicas do programa estariam o gradualmente a perder consistência. Das 22 barracas que
interesse, a capacidade de compra e as necessidades dos chegaram a funcionar, apenas oito estavam em atividade
consumidores em cada comunidade específica, destacando- regular, por volta de maio de 1980. Entre os motivos
se os seguintes objetivos: redução dos preços dos produtos principais do insucesso, podem-se alinhar os seguintes:
para o consumidor periférico; estímulo ao consumo de
hortigranjeiros, promovendo-se a diversificação dos — A carga de trabalho para as associações mostrou-se
cardápios e elevando os níveis nutricionais; diminuição da excessiva, principalmente no tocante ao
distância a percorrer para as compras; eliminação de deslocamento dos seus membros até a CEASA, no
intermediários. desconfortável horário de compras, que se fazem
na madrugada de quinta-feira.
Em reunião com as associações ligadas ao PRODECOM,
o programa f o i levado ao conhecimento dos líderes — O custo de frete para o transporte das encomendas
comunitários, recebendo imediatamente bom número de revelou-se impraticável para a maioria das
adesões. Esse número aumentou de modo auspicioso, assim associações, agravando-se para aquelas mais
que as primeiras barracas começaram a funcionar. Para os distantes da CEASA.
dirigentes que avaliaram a proposta com espírito prático,
estava configurada a oportunidade de ficar em contato — Sem condições de controlar as compras, aquelas
permanente com os associados, mediante a prestação de um entidades se viram às voltas com produtos de
qualidade inferior, gerando descontentamento por
Barraca antiga: muito desguarnecida para
parte da freguesia.
uma boa comercialização.

— Os módulos metálicos mostraram severos


inconvenientes para o funcionamento das barracas:
permitiam a entrada da chuva e a insolação das
mercadorias, obrigando as associações a guardá-las
em local fechado durante a noite, caso não fossem
inteiramente comercializadas.

Outros motivos subjacentes contribuíram para


desencorajar algumas associações: problemas de propriedade
do local onde se instalava a barraca; falta de acabamento,
sem piso cimentado e guarnições laterais; balanças obsoletas,
que tornavam demorada a pesagem, acarretando filas
desnecessárias; inaptidão de voluntários na operação; falta
de uniformidade no peso e no aspecto dos produtos
encomendados, etc.

Um plano para revitalizar


o Programa de Barracas de
Abastecimento Comunitário
teria que superar todos esses
problemas. O PRODECOM
haveria de assumir outros
encargos, além do simples
financiamento, e a CEASA
estaria convocada a contribuir
com algo mais, além da
criticada atividade de compra.

Modelo novo permite armazenamento


adequado da mercadoria.
Definido o elenco de medidas a serem tomadas, após Três novas barracas estão em construção na periferia de
sucessivos encontros com as associações envolvidas, inicia- Belo Horizonte, beneficiando os bairros Jardim Guanabara,
se nova fase do programa, que, a partir de janeiro de 1 9 8 1 , Parque Copacabana e Itamarati.
começou a reerguer-se e a recuperar prestígio, graças aos
seguintes aperfeiçoamentos: A experiência das barracas não é mais encarada
isoladamente nas comunidades. Agora vem sendo pensada
— O PRODECOM desenvolveu um novo modelo de como parte integrante dos projetos da Área de Serviços
barraca, em alvenaria, medindo 40 m2, que permite Comunitários, que o PRODECOM ajuda a instalar nas favelas
o armazenamento adequado da mercadoria e a e bairros periféricos. Havendo demanda e disposição por
operação contínua do equipamento, se necessária; parte da Associação, o projeto de barraca é oferecido como
a construção fica a cargo da comunidade, com um equipamento a mais para a comunidade construir e
recursos financeiros do Programa. gerenciar.

— Um especialista em abastecimento integrou-se à No aprendizado obtido pelo PRODECOM, o programa


equipe do PRODECOM e, juntamente com um de barracas apresentou duas novidades: a primeira f o i a
técnico da CEASA e um representante das experiência de reanimar um programa em declínio,
associações, incumbe-se de receber as encomendas, formulando a terapêutica correta para eliminar seus pontos
classificá-las e comprar "na p e d r a " , o u seja, no críticos e depois f o r t i f icando-o para que pudesse caminhar
Mercado Livre do Produtor, que funciona na sem tropeços. A segunda novidade f o i o estabelecimento de
CEASA, evitando intermediários e atacadistas. rotinas administrativas, fixadas pela equipe de compras
para atender semanalmente as barracas.
— Em veículo próprio, a CEASA oferece o
transporte gratuito da mercadoria até as barracas, MERCADOS EXPEDIDORES
eliminando o custo do frete e as dificuldades, para
os usuários, no momento de ir à CEASA buscar as A idéia original era excelente: dotar as comunidades
encomendas. rurais de um equipamento estrategicamente situado, onde
os pequenos produtores pudessem concentrar a produção
e expedi-la rumo aos centros de consumo. Tal estrutura teria
usos múltiplos, mas serviria basicamente como ponto de
ajuntamento de mercadoria até formar o que se chama de
"massa crítica comercial", ou seja, uma quantidade tal que
propicie ganhos de escala e economia de frete no momento
de despachá-la para a CEASA ou para outros centros de
consumo. Permitindo um contato maior do produtor com
o mercado, a oferta de produtos das pequenas e médias
propriedades seria ordenada e poderia competir com os
grandes fornecedores que abastecem os mercados mais
significativos.

O custo do frete era excessivo para as


associações.

— O PRODECOM reequipou as barracas com balanças


de ponteiro, recompôs o capital de giro e vem
oferecendo treinamento gerencial para os novos
operadores, que recebem noções de comercialização
e fazem estágio junto aos veteranos das barracas já Mercado Expedidor em zona agrícola tem
existentes. sucesso garantido.

Até 31 de dezembro de 1981, onze barracas estavam


em pleno funcionamento, comercializando, em média,
C r $ 60 mil por semana: Vila Cemig, Campo Alegre, São
Gabriel, Glória, Justinópolis, Israel Pinheiro, Jardim
Alvorada, São Bernardo, Jardim Filadélfia, Vista Alegre e
Senhor Bom Jesus. Destas, a campeã de vendas é a do Bairro
Esperança, em Justinópolis, que vende cm média C r $ 80 mil
semanais.
BIBLIOTECA DA
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
Na etapa de pleno funcionamento, esses mercados Primeiro: identificar comunidades essencialmente
se tornariam a outra ponta do programa de barracas, hortigranjeiras, onde haja grande número de pequenos
permitindo um fluxo direto das associações de produtores produtores previamente trabalhados pela SUDECOOP
para as associações comunitárias da periferia metropolitana. ou pela extensão rural da EMATER. Pelo menos um
Em outras palavras, abastecimento direto do consumidor embrião de associativismo — cujo desenvolvimento é lento
de baixa renda pelo pequeno agricultor, sem intermediários e paciente — é necessário para o sucesso desse
lucrando nas baldeações. Essa iniciativa daria prosseguimento empreendimento.
ao trabalho de associativismo desenvolvido pela SUDECOOP
e pela EMATER em diversas comunidades e evitaria o Segundo: identificadas as comunidades-alvo já
turismo dos produtos hortigranjeiros, cuja característica reunidas sob uma liderança coesa, estudar seu processo de
é a perecibilidade. comercialização para verificar se o equipamento é realmente
necessário, o u se traria transtornos para alternativas
Apesar de todos os méritos da sua concepção, satisfatórias já encontradas pela população local. O
o projeto malogrou em alguns municípios, principalmente desdobramento natural seria pedir à Associação que
por desconsiderar a perspectiva da participação comunitária pesquisasse junto aos filiados qual seria o ponto mais
nas etapas preliminares. 0 público-alvo não f o i vantajoso para instalar o mercado.
suficientemente identificado e tampouco se comprovaram a
representatividade e a capacidade das associações
Terceiro: através da CEASA, melhorar a capacidade
selecionadas. Na verdade, a inexistência de associações não
de gerenciamento das associações, treinando seus membros
f o i critério restritivo para a seleção de comunidades. A
para o novo desafio de administrar um mercado mutante,
melhor contribuição da CEASA no projeto se refere ao bem
que funcione como expedidor em certos dias, como receptor
conduzido treinamento para os operadores dos mercados em
em outros e como feira-livre nos fins-de-semana. Não há
dúvida de que a capacitação gerencial e o fortalecimento
da associação são passos indispensáveis para o bom
funcionamento do mercado.

O papel atribuído às prefeituras, de escolher e doar


o terreno, preparar a infra-estrutura e assumir as obras
complementares dos mercados (pátios, acessos, escritórios,
sanitários, iluminação, água, e t c ) , além de estar super-
dimensionado, sacrifica em demasia os orçamentos
municipais, especialmente em se tratando de pequenos
municípios hortigranjeiros, que não arrecadam impostos
sobre a produção. A participação municipal adequada
deveria limitar-se à doação e terraplenagem do terreno
escolhido pela associação. As demais benfeitorias
poderiam ser custeadas pelo PRODECOM, mas sempre
executadas pela associação, que assim provaria seu
Basta remover as bancas para se obter um potencial de realização antes mesmo de inaugurar o
grande vão livre coberto. mercado. Dependendo menos da municipalidade e mais
do seu próprio esforço, a associação já entraria em operação
com desígnios próprios e habilitada a enfrentar a oposição
de atacadistas e atravessadores.
funcionamento, em termos de gerência, padronização e
classificação de produtos. Por outro lado, a definição do
local onde instalar o equipamento f i c o u a cargo das
prefeituras, cabendo-lhes também as despesas de infra-
estrutura dos galpões. A localização inadequada f o i um fator
mais prejudicial para alguns mercados do que a sua própria
in conclusão.

Para que o projeto possa se restabelecer e frutificar,


a experiência demonstrou que se deve partir de premissas
diferentes na sua implantação, recorrendo-se aos órgãos
envolvidos na esfera de competência de cada um.

O associativismo traz benefícios para as


pequenas propriedades rurais.
Dos onze mercados que surgiram em igual número
de municípios, cinco estão em operação: os de Campo Belo,
Sabará, Lavras, São Sebastião do Paraíso e Simonésia, os
dois últimos com inteiro sucesso. 0 mercado de São
Sebastião do Paraíso f o i instalado numa confluência urbana
tão favorável quanto a conjunção de interesses entre a
Prefeitura e a Associação. Seu presidente, João Fernando
Zanin, comerciante de insumos e implementos agrícolas,
revelou excelente aptidão para administrar o mercado.
Naquela cidade, o galpão metálico de mil metros
quadrados, com infra-estrutura completa, tornou-se a
almejada feira coberta da cidade.

O segundo exemplo positivo vem de São José do Rio


Preto, município de Simonésia, onde o galpão metálico f o i
instalado na zona rural e, por isso mesmo, pôde beneficiar
uma comunidade essencialmente agrícola, situada a 30 km
da sede. Sua utilidade é múltipla. Além da finalidade original,
de concentrar a produção de batata, cebola, tomate, milho,
feijão e arroz, presta-se também ao ensinamento de técnicas
agrícolas por parte da E M A T E R , da R U R A L M I N A S e da
SUDECOOP; concentração de mudas, adubos, corretivos e
outros insumos comprados em conjunto; festividades,
acontecimentos políticos e desportivos. Os produtores se
reúnem numa associação notavelmente dinâmica e
participativa, que planeja inclusive formular outros projetos
com apoio do PRODECOM. O terreno para o galpão f o i
doado por u m associado, e todos participaram da construção,
recebendo apenas cimento e brita da Prefeitura.

Apesar de não estar bem localizado, o mercado de


Lavras, que recebeu um acabamento primoroso por parte da
Municipalidade, funciona satisfatoriamente. A população só
dispunha de um mercado bem central, mas muito exíguo
para desempenhar adequadamente suas funções. Embora os
feirantes temessem perder a freguesia por causa da distância, Posseiro adquire direitos sobre a terra que
a cidade de Lavras provou sua capacidade de absorver o novo cultiva.
mercado.

Outros mercados funcionam precariamente, carentes


de infra-estrutura física. Alguns foram implantados e
Contrastando com esses bons exemplos, o mercado inaugurados, mas permanecem sem a utilização principal
instalado em Rio Pomba está abandonado, meio soterrado para a qual foram concebidos. Uma estratégia vigorosa para
pelas obras da nova Rodoviária. As falhas quanto a reativá-los está sendo estudada, com o concurso da
localização eà falta de obras complementares, SUDECOOP, da E M A T E R e da CEASA, de modo a
necessárias, inviabilizaram o projeto. propiciar real benefício às comunidades de pequenos
agricultores.

15
L E G I T I M A Ç Ã O DE T E R R A S R U R A I S

Este projeto está sendo assistido tecnicamente pela Além dos benefícios de estabilidade e estímulo que
Fundação Rural Mineira ( R U R A L M I N A S ) , órgão do vem trazendo, esta iniciativa habilitará os agricultores a
Sistema Operacional de Agricultura, que detém a usufruírem dos financiamentos subsidiados das carteiras
competência constitucional para titular terras devolutas agrícolas, dos incentivos ao cultivo e da assistência técnica
pertencentes ao Estado, e envolve diretamente grande permanente. Principalmente, constitui uma investida
número de sindicatos de trabalhadores rurais de áreas concreta contra o êxodo rural.
carentes do Estado.
Até então, vinham sendo infrutíferas as tentativas de
Não se trata de um projeto ambicioso de colonização legitimação, porque o pequeno agricultor não podia arcar
e reforma agrária, mas tão-somente de oficializar o status- com os ônus do processo, que requer levantamento
quo de milhares de unidades familiares de produção topográfico, plantas, memoriais e despesas de registro. Essas
incrustadas em terrenos públicos, efetivamente produtivas despesas foram assumidas pelo PRODECOM, num custo
e já merecedoras do usucapião. Com esta iniciativa, o estimado inicialmente em cerca de C r $ 2.500 por t í t u l o .
Estado se antecipa às demandas judiciais que cada ocupante Um projeto-piloto havia sido experimentado em Teófilo
poderia mover e facilita os recursos para que possa Otoni, através de seu atuante Sindicato de Trabalhadores
obter a propriedade legal da terra. Rurais, para beneficiar 305 famílias de posseiros, oferecendo
resultados animadores.
Foram identificadas cerca de tres mil posses em todo
o Estado, nas áreas trabalhadas pela R U R A L M I N A S , que
se enquadram no espírito do projeto. Muitas dessas três
mil famílias de posseiros estão contempladas com outros
benefícios pelos grandes programas de desenvolvimento
rural integrado em marcha no Estado, como o Prodemata,
o MG-II, Gorutuba e Planoroeste I I .
O título habilita o agricultor ao crédito
e à assistência técnica permanente.
A legitimação se desenvolve nas seguintes etapas: a ser legitimada: 28 hectares. Prevê-se para o ano de 1982
a entrada de 2.000 novos requerimentos, com área total de
- Os líderes comunitários rurais se reúnem com os 56 mil hectares.
posseiros, verificando o interesse em legitimar suas terras
e levantando o número de pretendentes. Os novos municípios a serem beneficiados, cujos
sindicatos de trabalhadores rurais já estão inscritos no
- Após identificar o número de interessados em rada PRODECOM, são os seguintes: Santo Antônio òo Rio
frente de serviço, a R U R A L M I N A S faz a coleta de Abaixo, Resplendor, Itueto, Frei Gaspar, Fernandes
requerimentos e a juntada de documentos, encaminhando-os Tourinho, Sobra lia, Engenheiro Caldas, Mendes Pimentel,
ao setor jurídico para análise; em seguida, promove a Itabirinha de Mantena, Central de Minas, Nova Módica,
avaliação do custo e do trabalho técnico a ser executado, São José do Divino, Divino das Laranjeiras, Joaíma, Águas
através de demonsTrativo de custo real do projeto, Vermelhas, Rubim, Japaraíba, Santo Antônio do Monte,
encaminhando-o à Secretaria Executiva do PRODECOM, Pavão, Bertópolis, Machacalís, Fronteira dos Vales,
para análise e enquadramento. Umburattca, Datas, Monjolos, Rubelita, Taiobeiras,
Manhuaçu, Simonésia, Tarumurim, Divino. Rio Doce, Ponte
- O PRODECOM participa com as despesas Nova e Marliéria.
referentes a edital e custeio de medição. É este o passo
inicial do processo de legitimação, tendo em vista a
comprovada impossibilidade do posseiro em dispor
antecipadamente dos recursos para cobrir aqueles gastos.

- Os posseiros e seus familares participam na


abertura de picadas e atuam como auxiliares nos trabalhos
topográficos, fornecendo, ainda, alimentação aos
agrimensores e ajudantes.

Demonstrando estar bem aparelhada para atender a


qualquer comunidade associada ao PRODECOM, a
R U R A L M I N A S vem legitimando terras em treze municípios:
Teófilo Otoni, Couto Magalhães de Minas, Águas Formosas,
Mantena, Lagoa da Prata, Caraíinga, Jordânia, Dionísio, São
José do GoiabaI, Aimorés, Mutum, São Domingos do Prata
e Conselheiro Pena. Em Teófilo Otoni estão prontos 260
títulos, beneficiando diretamente cerca de 1.500 pessoas.

Dos 1.407 requerimentos apresentados até 3 1 / 1 2 / 8 1 .


9 1 6 já üveram a medição efetuada, e 266 títitulos foram
expedidos. A soma dos requerimentos cobre uma área de
39.456 hectares, o que dá a dimensão média de cada posse

N U T R I Ç Ã O E A B A S T E C I M E N T O

P R O D E C O M

ATÉ 31.03«

T I P O S D E P R O J E T O S
DISTRIBUIÇÃO NÚMERO DE TOTAL DOS
BARRACAS DE GRANJAS MCRCADOl APOIO A M O , LCG-TERRAS PARA HORTAS PUWAS
OUTROS
G t o o u * UCA ASSOCIAÇÕES MVESTMINTOS
ABASTECIMENTO EXPEDIDORES AQftlCULTORES PEQ.AO A|CUl-TO«ES COMUNITÁRIAS OENEFlCAOAS
Cf» DE MARÇO/O

l/»Tf l i O f l 90 IM 15 I? 1 3 3Í. 03 770 3 8 7 * i a S 4 1M45Í


M i " rsi OS 39 789 8 * 6 . 0 6 6IM1

TOTAl 130 n 18 1T 11 «0 01

fONTE PROOECO*
M E L H O R I A S URBANAS
A o se colocar ao dispor dessas comunidades para
Originária de uma série de experiências isoladas em instalar benfeitorias urbanas, o PRODECOM reafirma e
favelas e bairros periféricos de Belo Horizonte, a área de concretiza a intenção do Poder Público de liquidar a
Melhorias Urbanas do PRODECOM vingou rapidamente, com prática do desfavelamento indiscriminado e desfazer o
uma filosofia própria de atendimento que enfoca a melhoria clima de insegurança e tensão social que assalta
da qualidade de vida sob a ótica da urbanização. De soluções periodicamente as comunidades ocupantes de terrenos
isoladas, partiu-se para a compreensão dos problemas globais públicos.
de cada comunidade, daí resultando a elaboração de projetos
integrados de urbanização. Para formalizar a estratégia de uma nova política
de urbanização de favelas, alguns cuidados prévios se
Através da implantação ou melhoria de serviços e fizeram necessários: a utilização de padrões convencionais
equipamentos urbanos indispensáveis, esses projetos de urbanização, que levam em conta tanto a declividade
procuram levar às populações de baixa renda o maior das vias quanto a sua largura, implicaria em excessivos
número possível de benefícios a custos pouco elevados, e transtornos na organização espacial das favelas, impondo
sua singularidade reside no envolvimento da comunidade, drásticos remanejamentos de cercas e moradias. Pior ainda:
requisito essencial para o sucesso do empreendimento. Esse criaria as condições ideais para uma pressão imobiliária
envolvimento verifica-se desde a fase de definição de cada vez maior dos bairros residenciais sobre valorizadas
prioridades até a implantação dos serviços e equipamentos, áreas faveladas. Diante dessas constatações, a equipe do
da qual os beneficiários também participam. PRODECOM recebeu instruções para pesquisar novos
padrões de arruamento, sem causar distúrbios que
descaracterizassem as favelas e sem facilitar espaço à cobiça
Concebido para comunidades carentes, o Programa de
imobilária, mas permitindo o estabelecimento de uma infra-
Melhorias Urbanas encontrou sua melhor vocação no
estrutura mínima que atraísse outros benefícios urbanos,
atendimento de favelas que ocupam terras devolutas desde
como água, luz, esgoto, transporte coletivo e coleta de lixo.
longa data. A o contrário dos assentamentos recentes,
naquelas já se observam certa organização espacial, a
existência de lideranças reconhecidas e todo um É sabido que a CE Ml G só estende rede elétrica a
relacionamento com o mercado de trabalho próximo, ruas que tenham pelo menos 3,5 metros de largura, de modo
representado pelos bairros residenciais vizinhos. a permitir o acesso de seus caminhões e as verificações dos
relógios de luz. Também a COPASA apresenta razões
compreeensíveis para não atender a ruas íngremes sem
calçamento: se o fizesse, suas redes subterrâneas se tornariam
escoadouro de águas pluviais, escavando as valas e expondo
a canalização.
As favelas têm grande densidade demográfica
e sistema viário estreito.
Desse modo, as obras de drenagem, regularização e
calçamento de ruas passaram a constituir pré-requisitos
essenciais para que os benefícios urbanos básicos possam
chegar até as favelas.

Nos bairros periféricos o panorama é um pouco


diferente. Uma das características comuns a todos eles é a
propriedade da terra. Não se trata de terras invadidas, nem
existe a ameaça de expulsão das famílias se os processos de
renovação urbana forem executados dentro dos padrões
tradicionais. Seu principal problema são os loteamentos
realizados e vendidos sem infra-estrutura, que, apesar disso,
se povoaram rapidamente, mas continuam enfrentando os
dissabores da clandestinidade e da não-aprovação municipal.
Por se constituírem de proprietários legítimos, pagadores
ou não de impostos, o tratamento para os bairros periféricos
não impõe a mesma cautela exigida pelas favelas. O trabalho
ali se concentra em obras de drenagem, meios-f ios e
calçamento, capazes de atrair os benefícios que faltam, e
na identificação de terrenos para a construção de praças
destinadas ao lazer dos moradores. As associações
comunitárias desses bairros procuram a ajuda do
PRODECOM essencialmente dentro de uma linha pró-
melhoramentos, da qual também faz parte o respaldo para
canalizar reivindicações ao Poder Público, tais como novos
itinerários de ônibus, rondas policiais, telefone público, caixa
de correio e outras.

CARACTERÍSTICAS D A Á R E A DE M E L H O R I A S
URBANAS

Esta área difere das outras pela sua equipe técnica Nos bairros periféricos, os moradores são
mais numerosa, composta de engenheiros e estagiários, legítimos proprietários.
incumbidos da assistência diária às frentes de trabalho. Por
outro lado, sua intervenção nas comunidades é duradoura,
constante e visível.
Como nos demais setores do PRODECOM, o agente
Embora sejam apenas dezesseis, as comunidades promotor de mudanças é a entidade comunitária, que
diretamente assistidas beneficiam-se da maior parcela dos exerce a atribuição de levantar as necessidades, discutir
investimentos já assegurados pelo PRODECOM: Cr$ 202,6 as melhorias propostas com a população e reunir mão-de-
milhões, num total de Cr$ 453,5 milhões. Considerando-se a obra para executá-las. Todas as entidades engajadas nesse
característica relativamente dispersa das demais áreas, tal serviço são associações comunitárias com caráter pró-
volume de aplicações em número reduzido de comunidades melhoramentos, fundadas há longa data pelos próprios
pode ser considerado maciço. moradores, com diretoria idônea e não remunerada,
eleita mediante algum processo estatutário. Sem exceção,
os líderes são gente do povo, moradores antigos,
Outra peculiaridade inerente a esta área é a localização
prestigiados pela vizinhança, que trabalham voluntariamente
geográfica precisa de sua atuação: a periferia belorizontina,
para a comunidade, seja realizando obras, seja organizando
embora já se tenha aberto a oportunidade de irradiar-se a
reuniões e orientando reivindicações.
outros municípios da Região Metropolitana. Ultimamente,
um apoio ainda incipiente vem sendo dado a comunidades
do interior. Neste esforço para ampliar o leque da área de
Melhorias Urbanas, conta-se com recursos técnicos das
prefeituras municipais e também com a assistência da equipe
de engenharia e arquitetura da Superintendência de
Articulação com os Municípios (SUPAM-SEPLAN/MG).
O A P R E N D I Z A D O DAS PRIMEIRAS
EXPERIÊNCIAS

À época de sua criação, o PRODECOM dedicou-se a


apoiar financeiramente iniciativas comunitárias para a
solução de problemas urgentes, alinhados sob a designação
genérica de Projetos de Serviços:

- Uma série de chafarizes f o i construída em mutirão,


para minimizar dificuldades e atritos na obtenção de água
por parte dos moradores da Vila Santana do Cafezal. A
participação extra-financeira do PRODECOM se resumiu em
obter da COPASA a autorização para "sangrar" sua rede.

- Uma ponte de concreto para interligar as duas partes


da Vila São Gabriel, seccionadas pelo poluído Córrego
Gorduras, f o i erguida através de concorridos mutirões,
segundo um projeto técnico preparado pela própria
comunidade. 0 PRODECOM facilitou recursos para
aquisição de materiais, consultou a Prefeitura Municipal
sobre os requisitos mínimos do projeto e conseguiu
máquinas para trabalhar o solo no canteiro da obra.

- No interior, o PRODECOM apoiou financeiramente


a captação e distribuição de água realizada por voluntários
do povoado de Samambaia, no município de Carangola. Com
a assistência do CEAPS local, foram feitos a caixa de
captação, um f i l t r o de areia e brita e 32 ligações
domiciliares.

- Com a assistência apenas de um pedreiro da


Prefeitura de Bias Fortes, a comunidade de Colônia do
Paiol construiu um reservatório e sete chafarizes, tornando
Obra de drenagem em Diamantina protege
a saúde das crianças. menos penosa para as famílias locais a obtenção de água.

Esses quatro projetos,


com suas peculiaridades,
constituem por assim dizer a
pré-história da linha de
Melhorias Urbanas, que só se
delineou com clareza após o
projeto-piloto da Favela do
Irtw primor^
fv 1
Kg
Cafezal. Tais experiências
pioneiras permitiram os
primeiros contatos d o
111 PRODECOM com as
lideranças comunitárias e
com a realidade de áreas
completamente diversas, mas
igualadas pelo fato de terem
estado sempre à margem da
atenção do Poder Público. O
trabalho com elas propiciou,
em conseqüência, significativa
contribuição ao aprendizado
do Programa.

Chafariz no Cafezal: tosco e eficiente.


A primeira constatação, importante para a definição Assim, verificou-se a necessidade de montar uma
dos perfis técnicos, é que as comunidades são capazes de equipe de engenharia para acompanhar os projetos simples
criar tecnologia própria, com uma forte noção de finalidade e assessorar os mais complexos. Os primeiros foram entregues
sobrepondo-se ao aspecto do produto. Os chafarizes do a estagiários de engenharia, criando a oportunidade de levar
Cafezal, desenhados e executados por pedreiros, são tão o debate dos problemas urbanos às universidades, e os demais
simples quanto funcionais, com duas torneiras incrustadas confiados a profissionais oriundos da Fundação João
na parte superior e um apoio plano para as latas d'água. Pinheiro, do DER e da Prefeitura de BH. Quando necessário,
A ponte sobre o Gorduras, em concreto armado, está lançou-se mão inclusive de consultoria especializada para
sustentada por quatro colunas, que nada mais são do que fundações e movimentos de terra em terrenos difíceis, como
manilhas de grosso diâmetro recheadas com ferragem e o f ilito, abundante em todas as favelas do A l t o da Serra e
concreto. Essa inteligente solução de engenharia, áreas sujeitas a erosão existentes na periferia.
inventada pela própria comunidade, f o i considerada simples,
criativa e viabilizante, economizando tempo e dinheiro Dentro do pioneirismo do PRODECOM, o trabalho
em escavações e fôrmas. solicitado a essa equipe de engenharia configurava duplo
desafio: criar alternativas seguras para atender às necessidades
viárias freqüentemente complexas das localidades, e que, ao
mesmo tempo, fossem passíveis de execução pela
comunidade. Ou seja, solucionar dificuldades técnicas sem
recorrer a projetos arrojados de engenharia, uma vez que a
mão-de-obra disponível nas favelas e bairros de periferia não
se destaca pela especialização.

LINHAS DE A T U A Ç Ã O

Embora cada comunidade tenha singularidades que


não s&repetem de uma para outra, algumas linhas de atuação
básica da Área de Melhorias Urbanas podem ser estabelecidas:
abertura e regularização de vias, acompanhadas por bueiros,
muros de arrimo, meios-fios, canaletas, calçamento e sarjetas
são a ponta-de-lança que abre caminho para as outras
melhorias.

Ponte na Vila São Gabriel: solução engenhosa


e viabilizante.

A segunda constatação limita o âmbito da primeira:


as comunidades, por maior que seja o seu potencial de
criatividade, não podem dispensar assessoramento
especializado. Alguns dos chafarizes da Colônia do Paiol
secaram por um imprevisto de caráter técnico: a utilização
de mangueiras plásticas para interligá-los, apesar de ter
poupado trabalho e dinheiro na execução, revelou-se
inapropriada. Enterradas a pouca profundidade em terreno
cediço, amoleceram e foram achatadas pelo pisoteio do gado, Chafariz seco na Colônia do Paiol: imprevisto
interrompendo o fluxo de água. 0 mesmo aconteceu nas de caráter técnico.
obras de drenagem da favela de Fátima: o manilhamento de
alguns bueiros teve que ser refeito por estar muito à flor da
terra, na Rua Harmonia. Sua implantação é relativamente mais fácil, por
depender apenas de arranjos comunitários e de recursos
financeiros e técnicos do PRODECOM. Arranjos
comunitários são atividades de comunicação e envolvimento
realizadas previamente pela Associação Comunitária, que
busca o consenso na definição das obras necessárias.
Esse trabalho, que antecede a entrada do PRODECOM Enquanto isso, a entidade local cuida de recrutar,
na comunidade, além de sua importância específica em no próprio meio, mão-de-obra para os trabalhos de drenagem,
termos de participação no planejamento, concorre para que meios-fiose calçamento. Essa mão-de-obra é remunerada
o PRODECOM se certifique do apoio dos moradores à pela -*?sociação, em valores ligeiramente inferiores aos do
Associação, e permite avaliar o seu potencial de realização. mercado de trabalho, com recursos repassados pelo
Quanto melhor a mensagem pró-melhoramentos for PRODECOM. De preferência, são selecionados chefes de
assimilada pelos beneficiários, tanto menores serão as família desempregados, com experiência na tarefa a ser
dificuldades para o remanejamento de cercas e moradias, executada. A Associação abre espaço também para a
necessário às obras viárias. participação de jovens e aposentados, mediante pagamento
compatível com sua capacidade de trabalho.
Definida a viabilidade técnica das obras viárias
solicitadas e feitos os remanejamentos indispensáveis por A remuneração da mão-de-obra, particularmente
voluntários arregimentados pela Associação, inicia o oportuna em época de desemprego elevado, não elimina o
serviço a patrulha moto-mecanizada adquirida através do caráter participativo de que se revestem as obras: primeiro,
DER e colocada à disposição do Programa, para as obras por se tratar de moradores do local; segundo, por estarem
de acesso e regularização. Os caminhões para remover os envolvidos na definição e na execução da obra; terceiro, por
desaterros e o lixo são cedidos pela Prefeitura Municipal não se acharem contratados segundo processos formais.
de Belo Horizonte ou contratados pela Associação. " M u t i r ã o " , no caso de obras do PRODECOM, pode ser

Calçamento na Barragem Santa Lúcia


facilitou o acesso à favela.

24
implantação. Tem havido sucesso na negociação com essas
concessionárias, para um atendimento ágil às comunidades
de baixa renda.

Quanto à implantação de praças públicas,


equipamentos de lazer e serviços, o Programa, juntamente
com a Associação, procura identificar, mediante
levantamentos aerofotogramétricos, plantas de loteamento
e pesquisa local, aqueles terrenos de utilização possível,
levando em conta sua localização, declividade e
disponibilidade.

As máquinas do Prodecom são operadas pela


equipe do DER.

conceituado como "participação pelo trabalho". 0 único


trabalho gratuito é o da diretoria da associação comunitária,
à qual a CEAG oferece capacitação gerencial para gerir as
verbas, manter correta a escrita e organizar os serviços
internos.

Muitas das associações contam com um eficiente


mestre-de-obras, capaz de interpretar plantas e planos de
obra, e que se encarrega de chefiar as turmas de trabalhadores.
Engenheiros e estagiários do Programa comparecem
No mutirão remunerado, a preferência é para
regularmente aos canteiros de obras para acompanhar os chefes de família desempregados.
trabalhos e buscar, em dado momento, as soluções
construtivas mais adequadas em cada situação específica.
Nas favelas, onde o espaço é geralmente exíguo,
A impossibilidade de detalhar previamente projetos de buscam-se áreas desabitadas e descampados que estejam o u
drenagem, por exemplo, oferece à equipe do PRODECOM o não sob o domínio da comunidade. Quando se trata de terras
ensejo de discutir a melhor solução com os trabalhadores pertencentes ao Estado, a apropriação se realiza de maneira
experientes, à medida que as dificuldades vão surgindo. Tal desembaraçada. Quando se trata de áreas pertencentes a
processo de consulta e discussão, se não contribui para particulares, empresas ou ao Município, faz-se necessário
acelerar a obra, pelo menos reduz a possibilidade de erro e um trabalho de negociação.
evita qualquer marca de autoritarismo na ação do Programa,
além das vantagens evidentes em termos de criatividade, As linhas de atuação já testadas, tanto para o apoio
participação e formação de mão-de-obra. técnico-f inanceiro direto quanto para as atividades de
negociação com outros órgãos públicos, são as seguintes:
Paralelamente às obras viárias, a Associação cuida de
levantar a demanda de energia elétrica e de ligações de água,
nos pontos onde a CEMIG e a COPASA podem atender com
sua capacidade instalada. Em conjunto com a equipe do
PRODECOM, os técnicos dessas empresas preparam os
projetos de expansão das redes, marcando o cronograma de

Pracinha aproveita ponta de terreno no


Primeiro de Maio.
— Abertura e regularização de vias; Embora já se tenha aberto a oportunidade de expandir
— Encascalhamento; as Melhorias Urbanas a outros municípios da Região
— Pavimentação; Metropolitana e do interior, é na periferia de Belo Horizonte
— Meios-fios; que t~ sricontram os exemplos concretos do desempenho
— Muros de arrimo; desse setor. Dentre eles, destacam-se os do Cafezal, Vila
— Drenagem (bueiros, sarjetas, canaletas, escadarias Cemig, Fátima, Conceição, Pedreira Prado Lopes e
para dispersão de energia de águas pluviais); Região do Glória. Estes seis casos serão analisados
— Abastecimento de água; resumidamente, para se mostrar sua contribuição ao acervo
— Esgoto sanitário; de experiências do Programa.
— Energia elétrica e iluminação pública;
— Coleta de lixo e limpeza pública; V I L A S E N H O R A S A N T A N A DO C A F E Z A L
— Itinerários de transportes coletivos;
— Praças e áreas de lazer; O Cafezal foi o projeto-piloto que permitiu
— Escolas e creches; desencadear os demais, conf igurando-se na área onde a
— Caixa de coleta de correspondência e telefone atuação do PRODECOM é mais antiga. Por isso mesmo, foi
público. a que recebeu o maior número de benefícios urbanos: obras
viárias e de drenagem, abastecimento de água, luz elétrica e
iluminação pública, coleta de lixo e varrição, rondas
policiais e escola de primeiro grau com nove salas de aula,
construída no único terreno disponível.

As melhorias viárias ali introduzidas atenderam


satisfatoriamente o tráfego interno, mas evidenciaram a
existência de um ponto crítico de passagem, bem à entrada
da Rua Serenata, que foi interditada ao tráfego de caminhões
por colocar em risco muitas moradias subjacentes. Até que
se consiga uma alternativa de acesso — solução híbrida, com
remanejamento de moradias e negociação de uma passagem
pelas terras de uma empresa incorporadora — a coleta de
lixo, a entrada de caminhões de gás e a chegada de materiais
de construção ficarão prejudicadas.

Esses problemas apontam para uma realidade difícil


de mudar: o Cafezal é uma favela ilhada por loteamentos,
Padrão de luz no Cafezal: CEMIG
onde a negociação de uma franja de terreno para a passagem
substituiu as perigosas gambiarras.
da rede de esgotos não consegue avançar pela dificuldade
de entendimento com inúmeros loteadores. A escassez de
ÁREAS BENEFICIADAS terrenos prejudica essa favela nos benefícios que jamais
conseguiu implantar: equipamentos de serviços e de lazer.
Vários dos serviços acima relacionados estão sendo
prestados em cada uma das dezesseis comunidades
belorizontinas associadas ao PRODECOM na Área de Quanto à escola, apesar dos benefícios representados
Melhorias Urbanas. As frentes de trabalho são as seguintes: pela participação de mão-de-obra da própria comunidade,
— reivindicada, por sinal, pela Associação — foi construída
— Vila Senhora Santana do Cafezal por empreitada, segundo os moldes já consagrados, sem
— Vila Nossa Senhora da Conceição ensejar a inclusão dos moradores no quadro de operários da
— Vila Nossa Senhora de Fátima obra. Contudo, sua inauguração e seu pleno funcionamento a
— Vila Marçola partir de agosto de 81 corresponderam, sem dúvida, a um
— Vila Cemig anseio básico da comunidade: o acesso à educação, o que
— Pedreira Prado Lopes representou uma contribuição concreta da Secretaria de
— Senhor dos Passos Estado da Educação para o desenvolvimento alcançado
— Morro do Papagaio naquela favela.
— Barragem Santa Lúcia
— Cabana do Pai Tomás/Fundo da Colina
— Vila das Antenas
— Região do Bairro Glória
— Região do Bairro Primeiro de Maio
— Parque Copacabana
— Jardim Leblon
— Bairro Itamarati

As onze primeiras são favelas; as demais, bairros


periféricos, situados nas regiões Oeste, Nordeste e Norte
da Capital.
Cafezal: acesso pela Rua Serenata esté
condenado pelos técnicos.

V I L A CEMIG E NOSSA SENHORA DE F Á T I M A

No extremo sudoeste da Capital, além do A l t o


Barreiro, está a Vila Cemig, cuja ocupação começou há vinte
anos, em terrenos pertencentes à Fundação Tiradentes
(Polícia Militar de Minas Gerais). Recebeu esse nome por
ficar ao lado da sub-estação da Centrais Elétricas de Minas
Gerais no Barreiro, em local onde estava projetada a
construção de um quartel da Cavalaria.

Vila Cemig constitui o exemplo mais expressivo de


transformação dentro do projeto de Melhorias Urbanas,
iniciado há menos de dois anos pelo PRODECOM. No
ponto mais central, surgiu a Praça do Cruzeiro, área
privilegiada para o lazer da população. Todo o sistema
viário principal recebeu obras de drenagem e calçamento
poliédrico, num total de 7.500 metros quadrados. A A construção da escola não ensejou empregos
COPASA levou a essa vila seiscentas ligações domiciliares para trabalhadores locais.
de água e duzentas de esgotos. A rede de esgotos só não
se estendeu à parte baixa da favela pela falta de locais para
o lançamento de dejetos. De frente para a praça, fica a
Área de Serviços Comunitários, equipada com creche, Embora o trabalho mais atraente, até sob o aspecto
posto médico-odontológico, barraca de abastecimento visual, seja o realizado na Vila Cemig, a equipe de Melhorias
comunitário, oficina de serralheria e a sede da Urbanas prefere apontar o da Vila Nossa Senhora de Fátima,
Associação. Todos esses serviços funcionam normalmente. contígua ao Cafezal, como um dos mais modelares.

27
Várias razões são apontadas: primeiro, o terreno da
favela de Fátima, com elevada declividade, é constituído
principalmente por f i l i t o , ingrato para terraplenagem e obras
contra erosão; o da Vila Cemig é firme e menos íngreme,
facilitando o trabalho. Em segundo lugar, Fátima tem
ocupação bastante densa, exigindo importantes trabalhos
de drenagem: o bueiro sob a Rua Harmonia, na Primeira
Água, utiliza manilhas de 1,20 m de diâmetro, e há
escadarias de dispersão de energia de águas pluviais que
descem dezenas de metros até o talvegue natural. O volume
de obras de drenagem em Fátima é superior ao das demais
áreas.

Vila Cemig, cujo assentamento humano é mais regular,


praticamente não exigiu remanejamentos para as obras de
infra-estrutura, nem apresentou qualquer problema para a
extensão da rede de água. Fátima, por sua vez, carece de
condições para ser inteiramente atendida pela COPASA, Praça da Vila Cemig oferece bancos e
mesas à frente dos bares.
por estar em grande parte situada acima da cota altimétrica
950, aonde a água dos reservatórios da COPASA não chega
por gravidade.

Regularização da Rua Harmonia permite


acesso a outros bens e serviços.

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E


PEDREIRA PRADO LOPES

Um local para lazer e serviços é o ponto de impasse interrupção demorada do tráfego. Após sua regularização,
das obras da Favela de Conceição. Com o desaparecimento rebaixamento da rede de água e colocação de meios-fios,
de um dos dois campos de futebol ali existentes, devido à ponderou-se a conveniência de asfaltá-la, numa alternativa
implantação de um loteamento na área vizinha, ficou ainda mais rápida de pavimentação, que causaria menos transtornos
mais difícil remover o campo que secciona a única via de à vida comunitária. Essa alternativa tornou-se possível
acesso ao local. Essa via de acesso, a Rua Dr. Camilo, corta mediante um convénio com a Prefeitura Municipal, que já
a favela diagonalmente, da torre da Rádio Del Rey até a asfaltou metade da rua. O asfaltamento da parte restante,
embocadura da Rua Serenata, que sai para o bairro da Serra. todavia, está dependendo de negociação, visando solucionar
O percurso é de 900 metros e a meio caminho atravessa o o problema de remoção do campo de futebol para outra
campo de futebol. Por ser a única rua de Conceição, sua área próxima.
interdição para os trabalhos de calçamento implicaria numa

28
Nenhuma das favelas trabalhadas pelo PRODECOM
apresenta densidade populacional maior do que a Pedreira
Prado Lopes, a mais central de todas. A l i , o emaranhado de
barracos, becos estreitos e tortuosos e valas de esgoto a céu
aberto formava um conjunto à primeira vista desanimador.
No entanto, f o i relativamente fácil trabalhar naquela área,
graças ao apoio da União dos Trabalhadores da Periferia
(UTP), que ali está sediada. A única via de acesso regular
da Pedreira, a Rua Carmo do Rio Claro, foi retificada e
calçada com poliedros. Os becos que dela partem em todas
as direções foram manilhados e recapados com concreto,
eliminando o problema de esgoto e tornando-os
transitáveis. Criou-se uma via de acesso, com cerca de cem
metros de extensão, à área vaga existente atrás da creche
mantida pelo SERVAS. Dessa área foram retirados cerca
de 700 caminhões de lixo, criando-se condições para a
Bairro Glória: calceteiros profissionais
drenagem e implantação de uma área verde com cerca de
fazem serviço durável.
três mil metros quadrados.

REGIÃO DO G L Ó R I A

Na parte Oeste de Belo Horizonte, além do Anel


Rodoviário, situam-se diversos bairros homogêneos
conhecidos como Região do Glória. São os bairros Glória,
Novo Glória, Pindorama, Coqueiral, Filadélfia, Coqueiros,
Ressaquinha, São Salvador, Maria Emília, Nova Belém,
São Sebastião, Pio X I I , Dom Bosco, Ipanema, Cicobe,
Álvaro Camargo, Frei Eustáquio, Inconfidência e
Patrocínio.

Esses bairros nasceram de loteamentos náb aprovados


e sem infra-estrutura que, no entanto, povoaram-se
rapidamente. Diversas associações comunitárias representam
seus interesses, com destaque para a do Glória, que entrou há
dois anos no projeto de Melhorias Urbanas, desenvolvendo-o
simultaneamente aos de Barraca de Abastecimento e
Habitação Popular.

Em pouco tempo, a Associação de Amigos do Glória


t o m o u a dianteira em todos os projetos que desenvolve,
pelo grande prestígio e capacidade gerencial de sua
diretoria, que,por sua própria iniciativa, abriu e regularizou
12 mil metros lineares de ruas, estendeu 10.600 metros de
meios-fios e calçou nada menos que 35 mil metros
quadrados de ruas. Foram utilizadas três turmas de
calceteiros profissionais, contratados pela Associação com
recursos recolhidos na comunidade. Oito obras de drenagem
de águas pluviais foram realizadas, sendo de grande porte a
Pedreira Prado Lopes: o alargamento dessa canalização de u m trecho do córrego dos Coqueiros. Estão
rua implicaria muitos remanejamentos. em implantação duas praças, que ocupam uma área total de
1.700 m2.
\
O trabalho desenvolvido no Glória, embora se beneficie Com a COPASA e a C E M I G , o relacionamento do
das vantagens que os bairros têm sobre, as favelas, não perde a PRODECOM já atingiu apreciável dinamismo, logrando
primazia da eficiência e da rapidez. O aprendizado que incluir quase todas as áreas onde atua nos planos imediatos
propiciou trouxe algumas evidências de interesse para a de trabalho dessas empresas. A COPASA atendeu, com 1.060
equipe de Melhorias Urbanas: ligações domiciliares, as favelas do Cafezal e Vila Cemig; com
abastecimento de água através de chafarizes, o Cafezal, Vila
— Primeiro: não se podia estar na dependência de das Antenas e Vila Marçola; e, com esgotos, o Cafezal,
maquinas emprestadas, uma vez que ficava d i f í c i l conciliar Conceição e Vila Cemig.
o cronograma de obras com a disponibilidade dos
equipamentos. O problema f o i resolvido pela patrulha
motomecanizada operada pelo DER para atender o
PRODECOM.

— Segundo: as pedreiras municipais não se mostraram


capazes de satisfazer adequadamente a demanda e as
especificações dos projetos, passando-se a recorrer a
fornecedores particulares para não ser sacrificada a
comunidade.

— Terceiro: os trabalhos de colocação de meios-fios


e de calçamento não podem ser confiados apenas a
voluntários da comunidade, por exigirem um mínino de
especialização. Daí a contratação de turmas profissionais
de calceteiros.

O T R A B A L H O DE NEGOCIAÇÃO
INTERINSTITUCIONAL

Além de atuar de maneira particularmente densa em


Vila Cemig: COPASA atende com rapidez
termos de obras de engenharia, a equipe de Melhorias na urbanização de favelas.
Urbanas desenvolve intenso trabalho de negociação, seja com
órgãos e empresas públicas estaduais e municipais, seja com
particulares e com empresas privadas, para que a comunidade A CEMIG propiciou iluminação pública ao Cafezal e
possa alcançar seus objetivos. à Vila Cemig, fez 467 ligações domiciliares no Cafezal e
estendeu a rede no interior da Vila de Conceição.

Quarteirão fechado no Glória: lazer e


esporte para população.
A colaboração da Prefeitura Municipal de Belo Mesmo evitando estabelecer conflitos e perturbar a
Horizonte também f o i decisiva, cedendo máquinas para relativa harmonia das favelas, a intervenção do Programa
terraplenar áreas e caminhões para transportar terra e altera a paisagem e o equilíbrio de forças nessas
remover lixo nos mais diferentes pontos da periferia, em comunidades, ao revigorar associações comunitárias que
jdezenas de projetos. Nas comunidades que o solicitaram, vinham atuando com certa timidez. Esses distúrbios no poder
instalou caçambas e incluiu as ruas calçadas pelo Programa informal, raramente explicitados para os técnicos, podem ser
nos roteiros dos caminhões de coleta de lixo. Encontram-se detectados ao sobrevirem situações como sonegação de
em bom estágio as negociações junto à Superintendência informações, retardamento intencional das atividades e
de Limpeza Urbana (SLU), para a criação de sistemas até mesmo a paralisação de obras.
próprios de coleta de lixo em favelas.
Fenômenos desse tipo já foram observados
Merece destaque ainda a participação do DER e do particularmente nas duas favelas mais trapalhadas do A l t o da
P L A M B E L . 0 primeiro opera uma patrulha moto- Serra — Cafezal e Fátima — onde as lideranças encontram
mecanizada, composta de duas moto niveladoras, um trator dificuldade para obter o apoio de todas as forças atuantes na
de esteiras e um rolo-compactador, colocados diretamente comunidade. A segmentação do poder informal é tão
sob as ordens do PRODECOM, com os operadores evidente que, às vezes, torna-se difícil até mesmo concilar
e equipe de manutenção. O segundo franqueou as consultas os interesses da comunidade com os de suas associações.
em seu material aerofotogramétrico e geológico, oferecendo
parecer sobre projetos da sua competência. Exatamente nessas comunidades, os conflitos de
interesse chegam ao ponto de as associações solicitarem ao
Com outros organismos, todavia, o relacionamento PRODECOM que exerça um novo papel: o de mediador,
ainda não atingiu o f l u x o ideal. Para evitar desgastes, a enviando sempre u m técnico às reuniões comunitárias para
equipe de Melhorias Urbanas começou a incorporar algumas moderar os debates e parlamentar com as forças
restrições à sua programação de trabalho, evitando estimular divergentes no sentido de solucionar impasses. Essas reuniões
em demasia a demanda comunitária por certos bens e mostram sinais evidentes de excessiva concentração de
serviços, aos quais aqueles organismos não se mostravam decisões nas mãos de alguns dirigentes de associações,
capazes de responder com agilidade. resultando no distanciamento progressivo entre estas e as
comunidades que representam, e ocorrendo até a
EFEITOS SOBRE A C O M U N I D A D E E superposição de interesses particulares às conveniências
SOBRE AS L I D E R A N Ç A S coletivas. Aliás, existe estreita correlação entre a seriedade da
liderança real e a eficiência na execução dos projetos.
A intervenção do PRODECOM nas comunidades
periféricas, dentro da Área de Melhorias Urbanas, é 0 papel de administrar conflitos, que se torna cada vez
profunda e diária, e precisa ser compreendida pelos mais intrínseco ao Programa, está previsto na filosofia que
moradores para obter sua participação ou pelo menos sua o norteia: a do planejamento participativo. Além de manter
aquiescência. A relutância de grupos informais de poder nas neutralidade quanto às disputas internas, o técnico procura
favelas, divergentes ou mesmo antagônicos à Associação revestir sua atuação de outros cuidados: estimular a revisão
Comunitária que empreende as obras, não pode ser ignorada democrática dos objetivos da entidade, não assumir uma
o u subestimada, sob pena de comprometer a ação o u postura paternalista, nem a tutela ideológica da comunidade.
limitar o seu sucesso. Não raro, a falta de u m contato mais Sua ação se pauta por um apurado sentido de produto,
profundo com a comunidade e a obstrução dos canais de defendendo a realização da melhoria proposta, desde o
manifestação para os descontentes tem redundado no atraso momento em que tenha sido decidida pela maioria dos
das obras, criando impasses de lenta superação. participantes.

Na verdade, é preciso
entender que u m programa de
melhorias urbanas não
encontra apenas adeptos na
comunidade. Tem também
adversários internos,
representados por minorias que
não enunciam claramente seus.
interesses, temendo, na
presença do Estado, uma
ameaça ao desembaraço com
que se movimentam.

Comunidades convidam Prodecom para


mediar conflitos internos.
Apesar das dificuldades, é grande o prestígio alcançado
junto à comunidade pelos dirigentes de associações que MELHORIAS URBANAS
realizam melhorias urbanas, e isto não apenas por se PRODECOM
mostrarem capazes de propor e concretizar obras destinadas ATÉ 31.03.82
a melhorar a qualidade da vida na favela ou no bairro
periférico. Com a elevação da taxa de desemprego, a TIPOS DE SERVIÇOS INTERIOR CAPITAL TOTAL
habilitação da Associação Comunitária como empregadora
NÚMERO DE
de mão-de-obra, ainda que de maneira informal e ASSOCIAÇÕES 39 21 60
temporária, tornou-a hoje muito mais benquista e respeitada. REGULARIZAÇÃO E
A possibilidade de prestar serviço remunerado à comunidade ABERTURA DE RUAS _ 40.473 40.473

atrai um número crescente de participantes às reuniões. CALÇAMENTO (m2) - 87.368 87.368

ENCASCALHAMENTO (m2) - 5.550 5.550


O reconhecimento público à liderança, dentro dessa MEIOS-FIOS (rt>2) - 36.849 36.849
vigorosa disposição pró-melhoramentos despertada pelo
-
Bueiros
PRODECOM, ultrapassa as fronteiras das comunidades e (unidades) 143 143
chega aos partidos políticos, que cada vez mais se apercebem 2.722m
UnCIIMUCIVl

-
do potencial desses líderes em termos de rendimento Escadas
eleitoral. É perfeitamente previsível que os próximos pleitos Sarjetas, 2.860 m 2.860m
Canaletas
mostrem candidatos oriundos de associações comunitárias,
AGUA
disputando cargos de vereança pelas mais variadas siglas, (Lig. Domic.) 1.060 1.060C)
apoiados nos anos de trabalho voluntário prestado à ESGOTO
comunidade. (Lig. Domic.) 605 605

LUZ (Lig. Domic.) - 467 467

COLETA DE LIXO - 1.525 1.525 (")

PRAÇAS (Unidades) - 7 7 (7.300 m2)

MUROS DE ARRIMO - 40 40 ( 638 m3)

SIST.COMUNITÁRIO DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA 21 4 25

PERFURAÇÕES DE
FOSSAS (Projetos) 5 4 9

OUTROS (Projetos) A 1 5

NÚMEROS DE PESSOAS
BENEFICIADAS 41.129 354.935 396.064

TOTAL DE
INVESTIMENTOS
Cr$ MARÇO/82 118.559.876.81 857.764.195,56 976.324.072,37

FONTE: PRODECOM
(*) Além das ligações domiciliares, foram rebaixados cerca de 4.300 m de rede, estando
projetados ou em construção mais 2 chafarizes
(**) As obras de urbanização exigem, em geral, um trabalho preliminar de limpeza das
Muitos I/deres comunitários pretendem áreas que não têm coleta de lixo. O dado acima se refere ao número de caminhões
atuar no âmbito da política. de lixo retirados.

32
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS
O objetivo da Área de Serviços Comunitários é
promover condições para o desenvolvimento de ações sócio- Na fase de implantação do Programa, experimentou-se
educativo-culturais e produtivas, que contribuam para um projeto de praças polivalentes, que aproveitaria terrenos
melhorar o nível de vida, saúde e renda de comunidades de domínio comunitário para a construção de equipamentos
carentes, permitindo que se tornem, tanto quanto possível, de lazer e esportes. De acordo com plantas preparadas pela
independentes de assistência externa. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, a comunidade se
incumbiria de plantar jardins, instalar playground, área
0 meio físico para a realização dessas ações se traduz coberta para promoções, quadra poliesportiva e vestiários.
em edificações e benfeitorias para atividades múltiplas,
dimensionadas consoante o desejo manifestado pela Houve duas solicitações neste sentido, dos bairros
comunidade. A construção fica a cargo da população A l í p i o de Melo e Ribeiro de Abreu. Apesar de serem ambos
beneficiária, com recursos financeiros e apoio técnico do conjuntos habitacionais - e por isso mesmo disporem de
PRODECOM, segundo projetos arquitetônicos elaborados terrenos de uso comunitário - esses bairros diferem muito
para cada comunidade específica. entre si. O Alípio de Melo é um conjunto de grande porte na
parte Oeste da Capital, inteiramente habitado por famílias
Instalada em meados de 1980, a Área de Serviços de renda média, que se mostraram capazes de custear uma
Comunitários f o i a que mais cresceu dentre as linhas de série de melhorias realizadas por sua Associação Comunitária.
atuação do Programa de Desenvolvimento de Comunidades, O Ribeiro de Abreu, p r ó x i m o a Santa Luzia, é um conjunto
principalmente durante o ano de 1981, quando os projetos pequeno, disperso e carente, onde o problema básico é o
aumentaram de 23 para 260. Apesar de contar com equipe abastecimento de água e o único benefício urbano, além
reduzida, pôde expandir-se de maneira particularmente da iluminação, é a escola de 1? grau.
expressiva no interior, onde estão localizados quase 80%
dos projetos.

Recursos da ordem de C r $ 120 milhões foram


liberados para obras destinadas a oferecer os mais
diversificados serviços, como creches, lavanderias coletivas,
sedes de associações, salões e salas multifuncionais, cursos
profissionalizantes ou artesanais, postos médico-
odontológicos, bibliotecas, cantinas e oficinas de produção.
Estima-se em quase 500 mil pessoas o potencial de
beneficiários diretos e indiretos desses investimentos.

A área de Serviços Comunitários articula-se com as


demais do PRODECOM em diversos níveis: com a de Nutrição
e Abastecimento, estuda a implantação de projetos de
barracas de abastecimento na Região Metropolitana de Belo
Horizonte e os de hortas e pomares comunitários no interior;
com a de Melhorias Urbanas, realiza obras integradas de
Alípio de Melo é um conjunto capaz de
urbanização e serviços em seis comunidades belorizontinas; resolver seus problemas.
com a de Habitação Popular, proporciona o local onde a
entidade comunitária instalará o seu escritório para a
montagem dos processos. Como se verá mais adiante, a área O primeiro bairro dispõe de área superior a 20 mil
de Serviços Comunitários se encarrega de proporcionar metros quadrados, onde foram implantados um campo de
o próprio meio físico onde as comunidades se desenvolvem. futebol de dimensões oficiais e u m vestiário, com o apoio

Crianças de Santa Maria do Itabira


esperam a creche.
financeiro do PRODECOM. A área do Ribeiro de Abreu é
menor: um triângulo de 1.300 m2, para o qual foram
projetados uma quadra podesportiva, jardim pergolado,
vestiários, sala para a Associação e pequena área coberta
para ginástica. O projeto incluía ainda um estacionamento
estratégico para o caminhão-biblioteca da Secretaria da
Educação, caixa de correio, telefone público e a
arborização das vias principais.

A concepção do projeto de praças polivalentes estava


voltada essencialmente para lazer e esportes, contemplando
também aspectos de paisagismo. Seria uma área livre, ponto
de encontro onde a comunidade pudesse descansar,
manifestar suas preferências culturais e aprimorar o físico.
Na prática, porém, encontrou-se uma barreira física: a
primeira preocupação das associações comunitárias f o i cercar
ou murar a área, de modo a disciplinar o seu uso e obter
pequena renda, mediante o aluguel das quadras esportivas.
Não f o i possível recrutar lideranças motivadas para criar
equipamentos de livre utilização, pelo menos até que se
consolidasse o patrimônio da própria Associação. Praça polivalente: as associações se
preocupam em cercar a área.
Enquanto tentava essa experiência - que emitiu
réplicas no bairro Jardim Industrial (Contagem) e no
Morro do Carapina (Governador Valadares) — o PRODECOM
recebia uma vasta demanda de sedes próprias
de associações, salões e salas para cursos e serviços, dentre
os quais a solicitação de apoio para a construção de creches
f o i uma constante.

Para atender à pressão dessa demanda, modificou-se


a concepção das praças polivalentes e chegou-se a um novo
t i p o de projeto para populações periféricas: as áreas de
serviços comunitários, mais dirigidas para a oferta dos
serviços requeridos pela comunidade. A construção de
praças públicas passou à competência do Setor de Melhorias
Urbanas. As praças poliesportivas e os demais equipamentos
de lazer continuaram sendo atendidos pela área de Serviços
Comunitários. Itabira: ASC tem excelente projeto de
engenharia
CARACTERÍSTICAS

Enquanto na área de Melhorias Urbanas a principal Não é preciso que as edificações e benfeitorias
participação extra-f inanceira do PRODECOM consiste num estejam geograficamente concentradas, o que exigiria a
esforço de engenharia viária e drenagem, a de Serviços disponibilidade de grandes áreas de d o m í n i o comunitário.
Comunitários se empenha em buscar soluções arquitetônicas A variável territorial e, mais ainda, a própria natureza dos
simples e funcionais, a partir de u m amplo processo de diversos serviços, sugerem a desconcentração espacial:
discussão com os grupos interessados em determinados uma creche e u m posto de saúde não conviveriam
tipos de serviços. harmonicamente com uma oficina de serralheria ou com uma
lavanderia coletiva, se compartilhassem o mesmo espaço
Não há dois projetos iguais, tampouco duas plantas estreito.
semelhantes. Não existe a intenção nem a necessidade de se
criar um "padrão P R O D E C O M " na oferta de serviços à Uma área de serviços comunitários ideal, bem
comunidade. Pelo contrário, procura-se estimular a dimensionada, pressuporia, numa creche, o espaço de
multifuncionalidade das áreas, sempre atendendo a anseios recreação, uma sede com salão para promoções e salas para
locais previamente identificados. Uma característica cursos; uma lavanderia coletiva com os respectivos
fundamental das áreas de serviços comunitários é a sua quaradouros e área coberta para passar roupa; uma horta
diversidade, não só no que diz respeito à disponibilidade de comunitária ou bar u c a de abastecimento; quadra
terrenos, mas também à variada gama de entidades que p^liesportiva e vestiários. Mesmo dividindo-a com o melhor
recorrem a esta linha. aproveitamento possível segundo a conveniência dos diversos
tipos de usuários, seria preciso uma área mínima de três mil
metros quadrados.
Espaço para esporte e lazer não é problema
para comunidades rurais.

Um imóvel com essa dimensão só poderá ser obtido janelas, grades), marcenaria (móveis e utensílios), tapeçaria
com certa facilidade nos povoados rurais o u nos conjuntos e tecelagem, artesanato, cerâmica, fabricação de tijolos de
habitacionais recentes, que tenham reservado espaço físico cimento, industrialização caseira de alimentos e outros.
para a organização comunitária. Nas favelas belorizontinas, Também os salões de festas e as quadras poliesportivas
a concentração de um projeto de serviços está fora de podem ser cedidos por aluguel, de modo a criar receita para
cogitação devido às limitações geográficas e mesmo a Associação.
geológicas, o que conduz a uma única alternativa: localizar
os serviços isoladamente, nos pontos disponíveis. A Dentre os serviços deficitários, as creches e os pré-
experiência do PRODECOM demonstrou que dificilmente escolares constituem responsabilidade financeira
se cria a oportunidade de utilização do espaço ideal, como especialmente pesada, ainda que se beneficiem das parcelas
aconselharia o rigor técnico dos projetos convencionais. de custeio propiciadas por convênios com a L B A , o
Trata-se, aqui, de aproveitar as áreas existentes da maneira S E R V A S , a FEBEM, a Secretaria da Educação, dentre
mais criativa possível. outros. Também alguns postos médico -odontológicos,
que funcionam com profissionais voluntários ou cedidos
A oferta de serviços e o desenvolvimento de atividades pelos órgãos de saúde e faculdades de ensino superior,
são progressivos, implantando-se paulatinamente, à medida podem onerar as associações com o pagamento de
que as necessidades sejam colocadas numa escala de atendentes, compra de medicamentos, materiais e taxas de
prioridades e que haja voluntariado disposto a assumir a água e luz. A solução para este problema tem sido buscada
responsabilidade pelo funcionamento. Tudo isto é feito no pelo PRODECOM em conjunto com as Secretarias
ritmo próprio da comunidade, dependendo do dinamismo Municipal e Estadual de Saúde. As lavanderias coletivas,
da Associação e da resposta da população em termos de que usualmente recolhem uma taxa apenas simbólica
envolvimento. das usuárias, também costumam representar uma despesa
elevada de água e luz.
Do ponto de vista da manutenção, as atividades que
podem ser abrigadas dentro de uma Área de Serviços A área de Serviços Comunitários ideal, tal como acima
Comunitários se dividem em dois tipos: as que geram ônus delineada, seria aquela que encontrasse um ponto de
e as que geram renda. Dentre os serviços capazes de produzir equilíbrio entre a receita dos serviços produzidos e a despesa
excedentes financeiros, podem-se alinhar os de barracas de geral de manutenção, administrando com parcimônia os
abastecimento comunitário e os de oficina de produção. As recursos provenientes de convênios e subvenções. As noções
barracas estão suficientemente descritas na área de de contabilidade e administração financeira, que a
Nutrição e Abastecimento e beneficiam-se da assistência diretoria precisa ter para operar a área, são oferecidas em
permanente do Programa. As oficinas de produção podem cursos de treinamento gerencial que o Programa solicita
oferecer à comunidade e ao mercado circunvizinho diversos periodicamente ao Centro de Acompanhamento Gerencial
tipos de produto, como os de serralheria (portas, caixilhos, (CEAG-MG).

36
METODOLOGIA Muitas das comunidades já dispõem do projeto técnico
e trazem o cálculo dos custos. A equipe de Serviços
Os projetos da área de Serviços Comunitários, bem Comunitários examina a planta, discute com a liderança
como os dos demais setores, começam com o envio de as modificações que se fizerem necessárias, confere e
solicitações de financiamento a fundo perdido do atualiza os preços dos materiais. Nessa fase também é
PRODECOM. No impresso, pedem-se informações sucintas hierarquizada a demanda, de acordo com a capacidade
sobre a comunidade, a entidade comunitária e suas de realização da comunidade.
realizações e, também, uma descrição mais detalhada do
projeto que se pretende executar. A equipe se reúne para Se a comunidade não conta com projeto arquitetônico,
avaliar as propostas, devolvendo aquelas que não se a equipe do PRODECOM se prontifica a desenvolvê-lo a
enquadram no espírito do Programa. partir do dimensionamento real da demanda, mediante

A o ser feita a seleção em


escrutínio prévio, as
comunidades são convidadas a
mandar representantes a uma
entrevista com a equipe de
Serviços Comunitários, durante
a qual se procura traçar o
histórico da comunidade e o
seu quadro carencial. A o
mesmo tempo, tenta-se
averiguar a solidez, a
idoneidade e a
representatividade das
lideranças, mediante o relato
de suas experiências anteriores
de trabalho comunitário e a
análise do seu comportamento
durante a entrevista.

Lavanderia coletiva em Turmalina: conforto


e asseio no serviço.

Passando pelo crivo da entrevista, são aprovadas


proposições de associações legitimamente comunitárias
— que são a clientela ideal do Programa — e as dos
sindicatos de trabalhadores rurais e uniões operárias, que
representam classes nitidamente carentes. Também são
aprovados projetos para entidades beneficentes e
assistenciais, principalmente do interior, a partir do momento
em que comprovam seus bons serviços à comunidade. Quase
sempre se trata de entidades de promoção humana e social
muito bem organizadas, bastante afeitas ao manejo de verbas
públicas e em condições de realizar o projeto tal como o
propuseram.

Salão de passar roupa em Montes Claros:


muitas lavadeiras não têm luz em casa.
levantamentos e pesquisas promovidos pela liderança. . Dimensionamento correto da demanda: conferindo,
Tais levantamentos, mesmo que careçam de rigor se possível no local, a necessidade de serviços e a
estatístico, servem de base para as dimensões da creche e clientela das atividades propostas, evita-se projetar
da lavanderia coletiva, por exemplo. prédios exageradamente grandes, cujo custo de
manutenção sequer pode ser imaginado por uma
comunidade de recursos modestos, ou, pelo
contrário, atender com acanhamento a uma
comunidade de significativo potencial.

A liberação de recursos é feita em pequeno número de


parcelas — normalmente duas ou três — sendo a primeira mais
vultosa, para que a Associação tenha a oportunidade de
adquirir o máximo de material que seja capaz de estocar,
prevenindo os efeitos corrosivos da inflação. Adquirido o
material e aplicado na obra, a Associação presta contas,
mediante o envio das notas fiscais, e solicita a liberação de
nova parcela, até o final da construção.

Após esta etapa, a comunidade passa a dispor de um


patrimônio seu, com instalações adequadas para desenvolver-
se. Estaria concluída, então, a participação do PRODECOM.
Serralheria da Vila Cemig já atende outras
obras do Prodecom. Mas não é o que vem ocorrendo. Depois de terminada a obra,
principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte,
as associações não se desligam do Programa. O prédio só não
basta. É preciso equipá-lo, mobiliá-lo, treinar monitores para
Três cuidados elementares são tomados antes de se os diversos cursos, conseguir médico ou dentista, capacitar
iniciar o projeto: a diretoria para a administração - enfim, fazer a área
funcionar. Como o PRODECOM deu resposta pronta e
. Verificação do envolvimento e do caráter eficiente na concretização de seus anseios, a comunidade
comunitário da iniciativa: como o PRODECOM é um continua a recorrer ao Programa como mediador de suas
programa participativo, torna-se crucial prevenir o solicitações, até obter resposta positiva também nos outros
fracasso da atividade em conseqüência do possível Sistemas Operacionais e órgãos de apoio.
isolamento da entidade e, também, evitar que se faça
u m investimento público para beneficiar grupos
particulares o u clubes fechados. Ademais, ao final da obra, a equipe do Programa
já está bastante envolvida com os movimentos próprios
. Verificação da propriedade do terreno: muitas vezes, da comunidade, e se dispõe a atuar interinstitucionalmente
no afã de realizar obras com o apoio do Programa, para assegurar o funcionamento dos serviços que ajudou
associações que não possuem imóvel recorrem ao a definir e a instalar. Começa, então, um trabalho de
aluguel, empréstimo o u cessão temporária de negociação com outras instituições, que leva á
terrenos, que implicam na reversão legal das mobilização dos diversos Sistemas Operacionais do Estado
benfeitorias ao proprietário, f i n d o o prazo. e das entidades assistenciais da União e dos municípios.

Posto Médico da Vila Cemig é bem Biblioteca comunitária no orfanato de Pinheiro


movimentado. Grosso (Barbacena).

38
DESEMPENHO D A Á R E A
O conhecimento dos projetos interioranos é um tanto
A área de Serviços Comunitários ocupa o primeiro empírico, por depender da qualidade de avaliações
lugar em número de projetos e o segundo em montante de heterogêneas e relatos verbais ou telefônicos de diversas fontes.
aplicações no PRODECOM. Foram aprovados 260 projetos O acervo de experiências da Área de Serviços Comunitários
até 31/12/81 e contratado um desembolso superior a está mais consolidado no que se refere à Região
C r $ 150 milhões. Metropolitana. No caso, pode-se afirmar que a maioria das
comunidades iniciou o seu processo de desenvolvimento
Em menos de ano e meio de existência desse setor, concretamente a partir da entrada do PRODECOM. Até
35 projetos foram concluídos, todos eles funcionando com então, a construção de sede própria e de instalações para
regularidade e de maneira satisfatória, apesar de alguns os diversos serviços era anseio alimentado pelas lideranças
enfrentarem as dificuldades próprias de todo início de como um sonho inviável pela falta de recursos.
funcionamento. Poucos se referem a áreas completas, tais
como são concebidas pelo Programa. A maioria é para sedes No interior, estão localizados quase 80 por cento dos
próprias e salas multifuncionais, ou tratam apenas da projetos da Área de Serviços Comunitários: 206, contra 54
construção de unidades isoladas, de que a entidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dos 206
necessitava para ampliar seus serviços. São muitos os casos projetos no interior, 140 demandaram sedes e salas
de reforma, ampliação e adequação de prédios antigos. multifuncionais. Na RMBH esse f o i também o item

Das áreas consideradas


típicas, ou seja, as que
começaram da estaca zero em
comunidades nunca antes
assistidas pelo Poder Público,
quase todas estão localizadas
na RMBH. A mais completa é
a da Vila Cemig, no Barreiro,
onde a comunidade construiu
sede, creche, posto médico-
odontológico, barraca de
abastecimento, quadra
esportiva e oficina de
serralheria, paralelamente a
intenso trabalho de melhorias
urbanas.

Hospital de Sabinópolis: ajuda do Prodecom


para ampliar enfermarias.
As fronteiras geográficas da RMBH coincidem com os
limites da atuação direta da equipe de Serviços Comunitários.
O trabalho nas favelas e bairros periféricos, bem como as
reuniões deliberativas das associações comunitárias, são
acompanhados pela equipe com uma freqüência considerada
satisfatória: não tanta que perturbasse a vida própria da
comunidade e a autonomia da liderança, nem tão pouca que
pudesse negligenciar na assistência técnica e desamparar as
obras.

No interior, o acompanhamento é feito pelos


organismos públicos ou semi-públicos instalados em cada
região, como os CEAPS da Secretaria do Trabalho, a LBA-
P R O N A V , a extensão rural da E M A T E R , o SERVAS,
FEBEM, C O D E V A L E . Outras entidades de cunho privado,
bem organizadas e possuidoras de larga experiência nesse
tipo de trabalho, atuam com muita eficiência no interior,
dispondo inclusive de pessoal técnico capaz de preparar
relatórios de acompanhamento bastante informativos.
Dentre estas, podem-se mencionara APRISCO, mantida Quadras esportivas recebem prioridade nos
bairros periféricos.
pelo Fundo Cristão para Crianças, a Cooperativa de
Artesãos de Diamantina, a Fundação Caio Martins, o principal, com 36 dentre os 54 projetos, destacando-se,
Movimento Social de Promoção Humana de Pouso Alegre ainda, os de áreas de lazer/recreação, num total de 18, e
e a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. os de creches, em número de 14.

39
O interesse prioritário
por sedes próprias demonstra
que havia um forte ponto de
estrangulamento a impedir que
comunidades mobilizadas
atingissem seus objetivos.
Inúmeras reuniões
comunitárias realizadas ao
relento foram dispersadas pela
chuva ou prejudicadas pela
inclemência do sol. Muitos
cursos oferecidos
gratuitamente deixaram de ser
dados por falta de local
apropriado. Também o
voluntariado de médicos,
dentistas e acadêmicos vinha
se retraindo por não encontrar
uma saleta disponível em
algum ponto da comunidade a
que desejavam atender.
Comunidades rurais não têm onde se reunir.

Até o surgimento da área de Serviços Comunitários, . Áreas de Lazer e Esportes: 39 pedidos foram para
o único instrumento à disposição do Governo para satisfazer quadras poliesportivas, áreas de recreação,
esse tipo de solicitação era o Fundo de Apoio ao playgrounds, parques infantis, e t c , atendendo a u m
Desenvolvimento Social, administrado pela Caixa Econômica déficit elevado não só na R M B H , como também nas
Federal. O FAS vem sendo utilizado pela Secretaria do mais remotas regiões do Estado.
Trabalho, Ação Social e Desportos com excelente
aproveitamento, dentro das suas limitações de prazo, . Creches: 34 propostas foram para a construção,
destinação e volume de recursos. reforma ou ampliação de creches, algumas delas com
berçário e área de recreação. Boa parte das creches já
Inúmeras associações não contempladas por esse existentes contava com auxílio de manutenção da
importante fundo de apoio estavam adiando seus objetivos LBA, do PRONAV, do SERVAS o u da FEBEM.
sociais, enquanto não conseguiam arrecadar recursos
suficientes para a construção da sede própria. Atividade . Postos de Saúde: Estes postos, que podem ser
morosa e por vezes ingrata, a coleta de doações e a médico-odontológicos nos grandes centros ou postos
promoção de festas, barraquinhas, quermesses e leilões rurais de vacinação, pequenos socorros, cursos pré-
oneravam em excesso as comunidades carentes. Além natais e exame ambulatorial, são em número de 32
dessas fontes internas, restava-lhes tentar a ajuda externa em todo o Estado.
de grandes empresas, disputar auxílios internacionais de
caráter religioso e as esporádicas subvenções de deputados. . Oficinas de Produção: São 27 os projetos de oficina
de produção, dentre serralherias, marcenarias,
A o suplementar, ou mesmo substituir, essas escassas tecelagem, confecção de tijolos de concreto, fábrica
fontes de recursos com um programa abrangente de apoio de sapatos, produção de tapetes arraiolos, etc.
técnico e material, o PRODECOM se alia à Secretaria do
Trabalho no esforço para despertar o potencial de . Lavanderias Coletivas: Isoladamente o u dentro de
mobilização latente em cada comunidade. projetos mais complexos, as lavanderias se espalham
pelo interior, melhorando as condições de trabalho
LINHAS DE A T U A Ç Ã O de mulheres que lavavam roupa em córregos, sem
condições de higiene, salubridade e conforto.
Os principais serviços escolhidos pela comunidade, Algumas dessas lavanderias são servidas por sistemas
por ordem de preferência, são os seguintes: engenhosos de captação e adução de água criados
pela comunidade.
. Sede Própria e Salas Multifuncionais: 176 dos 260
pedidos foram para sede própria que, variando de . Bibliotecas: Algumas entidades consorciadas ao
comunidade e de dimensões, consistem em um salão PRODECOM, principalmente educandários
para festividades, promoções culturais e reuniões, construídose mantidos pela comunidade, solicitaram
com salas para a diretoria, sanitários/vestiários e recursos para a construção o u reforma de
salas para cursos diversos, como tapeçaria, artesanato instalações para biblioteca. A comunidade participa
em cerâmica, corte e costura, datilografia, dança, amplamente com doação de livros, móveis e estantes.
teatro, etc.
. Apoio a Hospitais Comunitários: Diversos hospitais . Centro de Socialização Infantil: A Secretaria da
de pequenos municípios são mantidos pela Prefeitura Educação, utilizando recursos do Programa de Ações Sócio-
e por beneméritos locais, mas há casos de reforma e Educativo-Culturais (PRODASEC), liberados pelo
ampliação que a comunidade não pode empreender, M.niaulrio da Educação e Cultura, dará início brevemente, na
por falta de recursos. Assim, o Programa tem periferia de Belo Horizonte, a um trabalho de socialização
contribuído com substancial parcela dos meios para a faixa etária do pré-escolar, em comunidades
necessários para a aquisição do material. associadas ao PRODECOM.

Outros projetos que compareceram em menor número PROBLEMAS


na pauta de aprovações da Área de Serviços Comunitários
f o r a m : distribuição de filtros para água, padaria comunitária, Na fase de exame para aprovação, o principal problema
reequipamento de banda de música, restauração de bens da equipe de Serviços Comunitários consiste em discernir,
culturais, dentre outros. durante a entrevista com os interessados, se o projeto é
realmente de caráter comunitário e participativo. Algumas
associações resolvem essa questão de confiabilidade
simplesmente levando 30 o u 40 pessoas à entrevista, o u
convidando a equipe para uma reunião na comunidade com
grande número de interessados.

Outra preocupação muito séria é a questão da


propriedade do terreno onde se pretende localizar a obra.
Houve casos em que os recursos foram repassados à conta da
entidade, com base em promessas de doação de terrenos,
que depois não se efetivaram. Sem alternativas, a comunidade
fica com o dinheiro parado no banco o u procura obter a
cessão temporária de lotes, mesmo arriscando-se a ver
revertidas para o proprietário, no f i m do prazo, as
benfeitorias realizadas. Atualmente, a equipe não autoriza
qualquer liberação sem que haja um documento legal
garantindo que a Associação não está ameaçada de perder
o f r u t o do seu esforço.

A participação da comunidade na construção pode ser


através de mão-de-obra ou de doação de dinheiro e materiais.
Há comunidades que encaram com boa disposição a proposta
dos mutirões domingueiros. Outras, porém, consideram o
assunto com estranheza, dependendo das condições culturais
do local.

Deve-se esclarecer que, no caso das áreas de serviços


comunitários, o mutirão é legítimo, porque se trata de
tíarragem Santa Lúcia: atendimento dentário construir um bem coletivo que será imediatamente
tem dez equipamentos. incorporado ao patrimônio da comunidade pelo grupo que

. Parques Infantis:
O Programa Nacional de
Voluntariado (PRONAV) está
iniciando, com apoio técnico e
financeiro do PRODECOM, um
trabalho ligado às creches e ao
desenvolvimento psicomotor
infantil: os parques infantis.
Nova concepção de brinquedo,
que aglutina escorregadores,
escadas, balanços, obstáculos
e labirintos, estes parques
utilizam apenas materiais
facilmente disponíveis em
qualquer comunidade: madeira
roliça, cordas e pneus. Se
alguma peça se estraga, torna-
se fácil substituí-la no próprio
Parque Infantil: diversões para
desenvolvimento psicomotor.
trabalhou. A o contrário das obras de calçamento e drenagem Outra preocupação fundamental da equipe é garantir
realizadas dentro da linha de Melhorias Urbanas, nas áreas que os serviços, uma vez instalados, funcionem de fato. A o
de serviços comunitários não se justifica o pagamento de ser recebida a proposta de uma creche, indaga-se a liderança
mão-de-obra com recursos do Programa. Obra viária não sobre as alternativas de que dispõe para fazê-la funcionar.
vem a tornar-se um bem comunitário, mas um bem público Antes de liberar recursos para a construção de posto de
de livre utilização. Tratados genericamente como " m u t i r ã o " , saúde, pergunta-se à comunidade se já conta com médico e
os modos-de-fazer comunitários seriam melhor conceituados dentista, ou como pretende consegui-los. Se necessário, o
como "participação pelo trabalho", seja ele gratuito ou PRODECOM auxilia a comunidade, consultando as
remunerado. Secretarias de Saúde do Estado ou dos municípios,
Faculdades o u Hospitais sobre a possibilidade de
De qualquer modo, parece certo que os mutirões, atendimento. A aprovação do projeto depende de resposta
mesmo quando realizados com entusiasmo na limpeza do positiva.
terreno, abertura de cavas e concretagem do alicerce, vão
minguando progressivamente em freqüência e vigor, após as
primeiras semanas.

Um dos motivos dessa desmobilização seria a alta taxa


de desemprego, que concentra a atenção dos trabalhadores
na procura de ocupação remunerada. Por isso,
de maneira crescente, as associações comunitárias tentam
obter autorização do PRODECOM para empregar parte dos
recursos em pagamento de mão-de-obra. Isso acontece
particularmente nas favelas belorizontinas, mas tem
ocorrido, com menor intensidade, também no interior. Esses
pedidos, fundamentados no argumento de que a obra está
caminhando muito devagar, pelo esvaziamento dos mutirões
e a retração do voluntariado, têm por objetivo absorver dois
ou três chefes de família desempregados, durante os dias
úteis.

Tais solicitações são estudadas caso a caso pelos


técnicos da área de Serviços Comunitários, resultando na
liberação de alguns termos aditivos para comunidades
notoriamente carentes, com a concessão de ajuda de custo Sociedades Vicentinas são mais atuantes nas
para trabalhadores permanentes e o pagamento de mão-de- áreas de maior carência.
obra especializada quando a obra assim o exige.
Mutirão na Vila Cemig: grande fonte de energia
para melhorar a favela.
ENTIDADES BENEFICIADAS

As associações comunitárias que nascem da livre


adesão dos moradores não demonstram ter, no interior, a
mesma presença marcante e autônoma que exibem na
periferia de Belo Horizonte. 0 trabalho social e comunitário
desenvolvido com o apoio do PRODECOM nas cidades do
interior, povoados e lugarejos remotos, é conduzido em
grande parcela (57%) por entidades beneficentes e
assistenciais, dentre as quais merecem destaque as ações
sociais de paróquia e as conferências vicentinas.

Através dos dados dos projetos e da observação nas


reuniões comunitárias, fica claro que determinados tipos de
entidades têm demandas típicas. Dentre a variadíssima gama
de entidades que recorrem ao PRODECOM, dentro da linha
de Serviços Comunitários, podem-se identificar três tipos
básicos:

. Entidades Beneficentes, Assistencialistas e de


Cunho Religioso (sociedades e grêmios beneficentes,
conferências e conselhos vicentinos, ações sociais de
paróquia, escolas missionárias e profissionalizantes
da comunidade, internatos o u semi-internatos para
menores desassistidos, lojas maçónicas, associações
de proteção à maternidade, infância e velhice, e t c ) .

. Associações Comunitárias (entidades comunitárias


pró-melhoramentos de bairros, vilas, povoados e
lugarejos, conselhos comunitários pró-
desenvolvimento, associações de amigos do bairro,
etc).

. Órgãos de Classe de Trabalhadores (sindicatos de


trabalhadores rurais, uniões operárias e centros de
Poucas entidades comunitárias dispõem de
artesãos).
sede própria.

Há certa relação entre a escolha dos serviços


pretendidos pela comunidade e o t i p o de entidade que a
representa. As beneficentes, assistenciais e religiosas, que
são maioria no interior, requerem creches, postos médico-
odontológicos, salas de costura, cantinas, apoio a hospitais
comunitários, lavanderias coletivas, etc.

As associações comunitárias, por sua vez, mostram uma


preocupação mais nítida com participação e envolvimento
do que com caridade. Sua mobilização é crescente no
decorrer dos trabalhos e aspiram à melhoria da vida local,
através de oficinas de produção, salas para cursos
profissionalizantes, quadras poliesportivas, áreas de lazer
e esporte, barracas de abastecimento, salões para encontros
e promoções culturais, etc.

Os sindicatos rurais e similares, com atuação voltada


Centro Comunitário Rural em Barra do Cedro
(Teófilo Otoni).
essencialmente para favorecer as classes trabalhadoras que
representam, preferem áreas multifuncionais onde promovam
encontros, ativ.uades ligadas à produção, serviços de saúde e
outros.

43
Essa divisão não é rígida. Inúmeras atividades interessado em oficina de produção e com o grupo feminino
comparecem na pauta de interesse dos diversos tipos de mobilizado em favor de uma creche. O trabalho ali f o i
associação, como creche, lavanderia coletiva e posto de perfeito, configurando uma das mais ricas experiências da
saúde, dependendo tão-somente da necessidade local e da área u i Serviços Comunitários. Longe de constituir um
oportunidade do projeto. desafio, aquela comunidade sempre respondeu com
dinamismo, chegando a antecipar os passos necessários à
Seria válido classificar as entidades também como obtenção dos seus objetivos.
urbanas o u rurais, diferenciando sua preferência segundo
critérios geográficos e sócio-econômicos. A Área de
Por outro lado, várias comunidades têm se
Serviços Comunitários urbana, típica, seria aquela instalada
constituído em testes difíceis para o PRODECOM. Algumas
por uma associação pró-melhoramentos de bairro periférico
lideranças não têm o necessário carisma para manter coesa
ou favela; nos povoados isolados, seria o centro comunitário
a comunidade; outras sofrem o antagonismo desmobilizador
rural. Cada qual tem concepção e desígnios próprios,
de grupos que não as apoiam e a interferência de elementos
evidenciando características variadas no que se refere à
estranhos à comunidade, adversários das transformações que
preparação das crianças para a vida em sociedade, campanhas
se pretende realizar. A oposição e os desentendimentos
sanitárias, absorção de mão-de-obra ociosa, disponibilidade
estimulam a equipe a conduzir com maior dedicação o
de terrenos e vocação econômica do local.
trabalho, para conquistar, com melhorias concretas, a
simpatia da população.
Um posto de vacinação, por exemplo, que comparece
como prioridade nas comunidades rurais, não chega a
preocupar as lideranças faveladas de Belo Horizonte, onde A penetração do trabalho de desenvolvimento de
esse tipo de assistência é mais abundante e acessível. Por sua comunidades é tanto mais intensa quanto maior for a
vez, a obtenção de terrenos não é um problema muito grave permeabilidade do grupo dirigente que o produz às sugestões
no meio rural, mas comparece como fator crítico na e críticas manifestadas pelas diferentes forças locais. Há
periferia dos grandes centros. Uma atividade tipicamente associações antigas ou recentes, cuja atuação se mostrava
urbana da Área de Serviços Comunitários seria a oficina de acanhada e restrita a uma relação de vizinhança, e hoje
serralheria, ao passo que um campo de demonstração de mudaram de patamar em suas aspirações e em sua
técnicas agrícolas modernas seria próprio de u m centro abrangência. Lideranças por assim dizer "amadoras"
comunitário rural. atingiram notável grau de amadurecimento após meses a
fio de trabalho sério e responsável junto ao Programa.

Dentre as muitas lideranças que o PRODECOM


acompanha de perto, uma das mais interessantes é a da Vila
Cemig, que tem demonstrado uma força nitidamente
empreendedora no sentido de melhorar a favela e as
condições de vida local. A equipe do Programa participou
de várias reuniões gerais para definir a prioridade das obras,
e de reuriiões específicas com o grupo masculino
Crianças do Água Branca estão satisfeitas com
a nova creche.
Vila Cemig, Fátima e a maioria das comunidades Algumas dispõem de instalações para costura industrial,
periféricas da Capital intensificaram o seu processo de artesanato, industrialização caseira de alimentos (compotas,
organização sobretudo a partir de julho de 1979, com a doces, e t c ) . Para as que não as têm e as desejam, o
criação do PRODECOM. Há comunidades em Belo PRODECOM está levantando a demanda por outras oficinas
Horizonte, porém, que já vinham realizando profundo e de produção. Sua participação em seminário de creches
f r u t í f e r o trabalho de organização e envolvimento: as promovido pelo Programa f o i providencial para alertar outras
comunidades de base, cuja experiência em muito contribuiu comunidades sobre as tarefas e os custos de manutenção
para a compreensão do processo de desenvolvimento desse serviço.
comunitário.
A aproximação com as comunidades de base e com
As comunidades de base são em número de quatorze, iniciativas particulares bem sucedidas, como o Salão do
embora apenas cinco tenham recorrido ao Programa, em Encontro, em Betim, veio preencher importantes lacunas no
projetos de creche e de oficina de produção. aprendizado da equipe de Serviços Comunitários, instruindo-
a para solucionar dúvidas operacionais que os grupos pró-
creche e pró-of icina de produção desejam esclarecer antes
Essas comunidades formam um cinturão periférico de iniciar a obra. Graças à divulgação desses exemplos de
bastante unido e montaram um esquema auto-suficiente de auto-suf ¡ciencia e auto-gestão, as entidades comunitárias
manutenção de suas creches, tendo em vista a ajuda ligadas ao PRODECOM estão se preocupando, antes da
insatisfatória que recebem. Fazem festas e promoções em construção, em criar condições para o funcionamento
rodízio, dividindo a arrecadação pelas quatorze. Cada semana autônomo e a manutenção dos projetos.
uma delas faz as compras na CEASA para si e para as demais,
um sistema autônomo que funciona desembaraçadamente.

Salão do Encontro em Betim: meninos


engajados no esforço produtivo.

45
PARTICIPAÇÃO I N T E R I N S T I T U C I O N A L O SERVAS - Serviço Voluntário de Assistência
Social — assume a responsabilidade pelo
Sem o respaldo técnico e a participação de dezenas funcionamento das creches construídas através do
de instituições estaduais, federais e privadas, os objetivos Programa, encarregando-se de treinar as futuras
da área de Serviços Comunitários estariam comprometidos. monitoras, recrutadas na comunidade. Esse
Sua presença, em muitos casos anterior à existência do treinamento tem uma duração mínima de seis meses
Programa, veio abrir cam nho para os benefícios que
;

e engloba todas as atividades de assistência à faixa


proporciona, através principalmente do seu trabalho prévio etária de zero a seis anos. O SERVAS coloca uma
de envolvimento e promoção social. assistente social em cada creche até que as monitoras
estejam aptas a prosseguir sozinhas.
Tais instituições são sobretudo órgãos, fundações e
empresas dos diversos Sistemas Operacionais do Estado, mas A participação da L B A — Legião Brasileira de
o apoio às comunidades carentes advém, com muito Assistência — é principalmente financeira e abrange
empenho, também do Governo Federal, através dos grande número de áreas de serviços comunitários.
ministérios da Educação e do Interior, de organizações de Ajuda a equipar creches e oficinas de produção
caráter privado, de empresas públicas do porte da Companhia femininas (máquinas de costura, teares, e t c ) , custeia
Vale do Rio Doce e Florestal Acesita, e mesmo de fundos treinamentos e oferece auxilio de manutenção
internacionais de auxílio, como a Charitas, a Deutsche mediante convênios com as creches, fixando uma
Friedensdorf, o Latinamerikanzentrum, a agência GTZ do quantia mensal por criança assistida. No interior,
Governo Alemão e outros. encaminha e acompanha projetos do PRODECOM.

Sobre a contribuição das organizações privadas, A atuação preponderante do PRONAV - Programa


empresas públicas e entidades internacionais não há, Nacional de Voluntariado — refere-se ao trabalho de
infelizmente, informações sistematizadas que permitam mobilização das comunidades do interior,
graduar o seu mérito. Pode-se afirmar, porém, com justiça, encaminhando projetos ao PRODECOM e
que sua participação f o i decisiva para inúmeros projetos, em acompanhando a sua execução. Além disso, associa-se
itens como doação de terrenos e equipamentos, oferta de à LBA e ao SERVAS para implantar, através do
treinamentos e cessão de mão-de-obra dos seus quadros Programa, os projetos de parques infantis, que visam
profissionais. complementar o desenvolvimento psicomotor das
crianças das creches, através de atividades de lazer.
Quanto à participação integrada dos organismos
federais e daqueles pertencentes aos diversos Sistemas
Operacionais do Estado, todavia, o contato é bastante
intenso e abundante o intercâmbio de experiências e
informações, permitindo uma análise sucinta da sua atuação,
no que se refere às relações com o PRODECOM.
Itamarandiba: presença dos órgãos assistenciais
no Jequitinhonha.
A EMATER - Empresa Mineira de Assistência . A SETAS é a Pasta que mais se articula com a área de
Técnica e Extensão Rural, vinculada à Secretaria de Serviços Comunitários, atuando no envolvimento e
Estado da Agricultura - desenvolve excelente discussão de projetos afins ao PRODECOM,
trabalho de suporte e acompanhamento às obras do especialmente no que diz respeito a creches, parques
PRODECOM. Morando em regiões remotas e infantis, áreas esportivas e de lazer, distribuição de
desassistidas, os extensionistas se lançam ao trabalho filtros, etc.
pioneiro de organizar comunidades rurais e
encaminhar ao Programa projetos de inestimável . As secretarias Estadual e Municipal de Saúde se
valor para aquelas populações. Graças ao paciente responsabilizam pelo equipamento dos postos
e frutífero trabalho da E M A T E R , o PRODECOM médico-odontológicos urbanos e dos postos de
pôde penetrar em localidades ignoradas até pela saúde do interior. Oferecem o treinamento a jovens
cartografia oficial. da comunidade para se tornarem assistentes de
médicos e dentistas, contratam profissionais para
Os CEAPS - Consórcio de Entidades de Assistência atender às comunidades e preparam, em seus centros
e Promoçáb Social — são ligados á Secretaria do regionais de Saúde, parteiras leigas e atendentes.
Trabalho, Ação Social e Desportos, * lidam
diretamente com comunidades carentes do interior . A Secretaria de Estado da Educação está iniciando,
do Estado. Dentre os CEAPS com melhor trabalho com recursos do Programa de Desenvolvimento de
na preparação, encaminhamento e acompanhamento Ações Socio-Educativo-Curturais, do Ministério da
de projetos do PRODECOM, destacam-se os de Educação e Cultura ( P R O D A S E C - M E C ) , o trabalho
Formiga, Teófilo Otoni e Araçuaí. dos centros de socialização infantil, mediante o
treinamento de monitores e equipamentos de salas
Também ligada á Secretaria do Trabalho, Ação Social especiais para melhor desenvolvimento psicológico e
e Desportos, a FEBEM - Fundação Estadual de Bem- motor das crianças da periferia de Belo Horizonte.
Estar do Menor - proporciona recursos na fase de Várias das comunidades assistidas pelo PRODECOM
funcionamento das creches e auxilia inúmeros receberão os benefícios dessa iniciativa.
educanda rias, orfanatos e internatos atendidos pelo
PRODECOM. Além desses trabalhos, todos os órgãos aqui descritos
enviam representantes aos seminários promovidos pelo
PRODECOM para as comunidades que atende. Contribuem
com a sua experiência para esclarecer dúvidas sobre
problemas específicos, como, por exemplo, instalação e
manutenção de creches, parques infantis e oficinas de
produção.

S E R V I Ç O S C O M U N I T Á R I O S

P R O D E C O M

ATÉ 3 1 0 3 82

T I R O I 0 E 9 R O J E T O í
TOTAL DO
DISTRIBUIÇÃO N Ú M E R O O E PESSOAS
A R E U D E SERVIÇOS LAVANOIRIAX APOIO A HOSPITAIS BIBLIOTECAS APOIO AO FILTROS OUTROS INVESTIMENTO
OEOGRAFICA ASSOCIAÇÕES BENEFICIADAS
COMUNITARtOS COMUNITÁRIAS COMUNITÁRIOS COMUNITÁRIAS ARTESANATO C , $ DE MAftÇO*Z

iNTER'<1«Í I M 179 08 05 01 01 0« 01 »49 » 9 8S4.Í0 330 M 3

CAPITfii Ü3I 27 01 0) 0? 1 3 3 i B i icc.ee

TOTAL 130 »• 0* OS 01 01 04 03 7S2.3M.M4.tt WS 771

FfiNif P«U:;)ECOW
O objetivo da Área de Habitação Popular do A especulação imobiliária não se reduz apenas aos
PROOECOM é oferecer ás associações comunitárias, por agentes de corretagem, ás firmas semi-legalizadas de vendas e
meio de legítimo mecanismo participativo, um instrumento às incorporadoras. Também o cidadão comum, que possui
de satisfação de uma das maiores aspirações das alguma reserva monetária para aplicar a médio e longo
comunidades: a aquisição da casa própria pela população prazos, acossado pela inflação e sem confiança nos papéis do
de baixa renda, facilitandolhe o acesso ao Sistema mercado de capitais, prefere fazer investimentos imobiliários
Financeiro da Habitação. na periferia, à espera de valorização.

Entende-se por população de baixa renda aquela Tal valorização advém com pesados ônus para o Poder
formada por famílias cuja renda mensal não ultrapasse três Público, que fica obrigado a estender infra-estrutura urbana a
salários mínimos regionais. Por melhoria habitacional ruas desertas, para servir a bairros de população com escasso
entende-se não somente a mudança da família para uma potencial de retribuição em termos de impostos. A
casa nova, erguida segundo sólidos padrões construtivos, arrecadação municipal é tradicionalmente deficitária.
como acontece com os adquirentes habituais de unidades
do SFH. Aqui, o conceito de melhoria habitacional não se
prende ás tecnologias convencionais ou à produção de
novas habitações. Abrange a reforma, ampliação ou
término de casas inadequadas, a aquisição do imóvel já
ocupado pela família mediante pagamento de aluguel,
a construção em lote próprio, a compra de lote e
construção, e respeitam-se, sobretudo, as tecnologias
alternativas próprias de cada comunidade.

Não se trata apenas de promover os financiamentos,


mas de transformá-los em instrumento de participação,
aproveitando o potencial das associações comunitárias e
envolvendo as famílias beneficiárias em todas as etapas da
construção. Assim, fica garantido a cada família o direito
de organizar o seu próprio espaço habitacional e, a cada
comunidade, a prerrogativa de definir sua própria paisagem
urbana.
Rarefação demográfica impõe «lios custos
de serviços.
Para participar desse esforço, foi convocada, em
primeiro lugar, a Caixa Económica do Estado de Minas
Gerais, por meio da qual se construíram 15 mil casas nos
primeiros 10 meses do Programa. Mais recentemente, Sem qualquer medida efetiva de controle, continua-se
procurada pelo PRODECOM, a Caixa Econômica Federal vendendo terrenos baratos em loteamentos irregulares, onde
formalizou sua intenção de apoiar, com financiamento, a o único benefício visível é a incursão de um trator,
construção de mais 20 mil unidades, dentro do seu "urbanizando" glebas de cerrado ralo. O trabalhador de baixa
Programa de Casas Econômicas. Essa adesão permitirá ao renda tem se mostrado capaz de adquirir, com sacrifícios, seu
PRODECOM atingir a meta de 50 mil habitações até o lote próprio na periferia, pagando em prestações, mas
final do atual Governo, contribuindo expressivamente dificilmente consegue reunir poupança suficiente para
para atenuar o déficit habitacional de Minas, que se construir sua moradia. Sem acesso ao crédito habitacional,
mostrava insolúvel nas camadas de baixa renda. apesar de proprietário, ele continua morando na favela ou
pagando aluguel em cortiços suburbanos.
T R E Z E N T O S M I L LOTES BALDIOS
O resultado do oportunismo de uns e da carência de
Do ponto de vista dos assentamentos humanos, a outros pode ser medido em números: 170 mil lotes baldios
periferia das cidades grandes e médias de Minas tem como só em Belo Horizonte (dados da Prefeitura da Capital).
característica a rarefação habitacional e a quase inexistência Dentro do aglomerado urbano, que extravasa os limites
de infra-estrutura de serviços urbanos. A densidade da municipais, certamente ultrapassarão os 3 0 0 mil, quantidade
ocupação diminui â medida que se afasta dos centros de bastante para alojar 1,5 milhão de habitantes.
consumo. Se levados em conta os padrões europeus, nossas
cidades seriam excessivamente desconcentradas, impondo um Esses lotes vages são responsáveis pelo encarecimento
custo muito efevado de urbanização e serviços. da oferta e da manutenção dos serviços urbanos, e se tornam
depósitos de lixo, criatórios de ratos e insetos e esconderijo
Esic fenômeno centrífugo de pulverização demográfica de marginais. Além disso, ocultam outro aspecto negativo:
pode ser atribuído tanto à proliferação dos loteamentos não contribuem nar» jmenizar o déficit habitacional.
clandestinos quanto à reserva patrimonial livremente
realizada por qualquer tipo de investidor.
Venda de lotes em carros estacionados: sem
controle.

OS PLANOS HABITACIONAIS E A R E A L I D A D E Por sua vez, o aparato burocrático que envolve os


financiamentos habitacionais merece um estudo à parte.
Se, por um lado, as administrações públicas não A o longo dos anos, a experiência jurídica hipotecária f o i
conseguiram legislar eficazmente contra a especulação agregando mais e mais exigências aos candidatos: certidão
imobiliária, também os planos habitacionais de envergadura negativa de ônus do vendedor, prova de d o m í n i o
nacional se esqueceram de considerar o capital social quinzenário, ressalvas a homônimos, plantas, croquis,
investido pelas famílias de baixa renda ao longo do tempo, formais de partilha — uma impressionante massa de
ou seja, seus terrenos, edificações não concluídas e demais informações cadastrais sobre o mutuário e o imóvel.
benfeitorias. Assim, as medidas adotadas pelo Governo para
atenuação do problema de moradia na base da pirâmide Sobre o financiamento também recrudesceram os
social não conseguiram atingir o objetivo. percentuais de desconto: taxa de administração, taxa de
inscrição e expediente, taxa de despachante, seguros,
Os programas convencionais se ocupam da abertura de despesas operacionais, comissões de fiscalização, custas
novas fronteiras urbanas, criando conjuntos geográficos cartonais de registro, alvarás, baixa e habite-se, IAPAS,
homogêneos, que impõem outros custos de infra-estrutura a CREA, IOF, etc.
serem repassados para o comprador o u para a comunidade
como um todo. A produção de novas habitações por esse Em resumo, a superposição desses três tipos de
processo formal (lote + construção + lucro do construtor entrave — custo excessivo da habitação formal, exigências
+ urbanização e serviços) implica num custo m u i t o além burocráticas e pesadas despesas de tramitação de papéis —
da capacidade de pagamento de imensa parcela da população. fez distanciar cada vez mais a população de baixa renda do
acesso aos sistemas tradicionais de habitação.

Por isso, até hoje, ainda não se conseguiu, através


dos sistemas de poupança e financiamento tradicionais,
cobrir o déficit quantitativo e qualitativo de moradias.

R1
Conjunto habitacional homogênio: fora do
alcance da família de baixa renda.
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS

CONCEPÇÃO DO PROGRAMA DE H A B I T A Ç Ã O Na reunião inaugural de trabalho do Conselho


POPULAR Deliberativo do PRODECOM (06/09/79), aprovou-se u m
projeto de melhorias habitacionais em Pouso Alegre, no
Um programa abrangente para atender à população- qual, atendendo a solicitação do Movimento Social de
alvo do PRODECOM, em todo o Estado, teria que encontrar Promoção Humana, o Programa participaria financeiramente
caminhos inteiramente novos, que passassem pela redução com C r $ 220 mil. A comunidade entraria com materiais e
dos custos, pela simplificação da burocracia, e que, de mão-de-obra para fazer 50 ligações de água, 50 de esgotos,
preferência, desembocassem no aproveitamento dos reboco interno e externo em 25 habitações e pisos
milhares de lotes ociosos da periferia. cimentados em outras dez.

Além do mais, o
problema de moradia está
listado como fundamental em
todas as pesquisas e
levantamentos socio-
económicos realizados nos
últimos anos nas comunidades
carentes, seja em favelas ou
bairros periféricos, quer na
Capital, quer no interior.
Assim, bem cedo a casa própria
teve que se incorporar às
preocupações da equipe do
Programa.
O Programa procurou viabilizar esta cena: aa
tapera para uma habitação segura, um salto
de qualidade no padrão de moradia.

Primeiro, de maneira t í m i d a , apoiaram-se iniciativas Naquele caso, a comunidade era composta de famílias
comunitárias voltadas para a melhoria de moradias. A idéia de desabrigados e migrantes assistidos por uma entidade
de conciliar desenvolvimento de comunidades, habitação e o assistencial m u i t o bem equipada para atendê-los. A operosa
objetivo de participação do Programa já se mostrava com Irmã Esther Parreira, diretora do MSPH, já dispunha de larga
bastante clareza, mas algum tempo f o i necessário para que o experiência no manejo de verbas públicas, administrando
embrião tomasse forma, como se verá. recursos de várias fontes, estritamente dentro de sua
destinação. O projeto f o i executado com tanto proveito que
o Conselho Deliberativo aprovou um sucedâneo, dez meses
depois, para beneficiar outras famílias.

52
Financiamentos permitiram término de
construção de casas eternamente em obras.

Esse t i p o de projeto emitiu réplicas no Triângulo Em Araçuaí, o pedido de verba para melhorias
Mineiro e no Vale do Jequitinhonha, com algumas variações. habitacionais teve o objetivo de atender famílias que ficaram
Em Monte Carmelo, nasceu o Conjunto Santo Agostinho, desabrigadas após as devastadoras enchentes de 79, e que
f r u t o do bom entendimento entre a Prefeitura Municipal e a não tinham sido contempladas no socorro governamental aos
diretoria do Grupo Santo Agostinho, com apoio financeiro flagelados. 0 esforço ali era conjugado entre a Prefeitura, a
do PRODECOM. A comunidade beneficiada era constituída Paróquia, o CEAPS e outras entidades, e coordenado por um
por trabalhadores rurais e migrantes que se deslocaram da voluntário da comunidade, o sapateiro Luiz Gonzaga da
área inundada pela hidrelétrica de Emborcação, f ixando-se Silva. No entanto, o projeto não chegou a ser executado
em casebres precários ao redor da cidade. conforme o previsto. Quando os recursos aportaram à
agência local da MinasCaixa, já estava em marcha o Programa
Lagoa Grande, uma comunidade rural de Minas Novas, de Habitação Popular, que contemplou Araçuaí com 112
tem uma história um pouco diferente. Seus moradores financiamentos, muitos deles concentrados na Vila Magnólia,
vinham sendo trabalhados por uma extensionista da um bairro novo, na parte alta da cidade. 0 dinheiro f o i
E M A T E R , e estavam reunidos sob a liderança de Rosa utilizado para cobrir as despesas dos processos.
Fernandes Barbosa, dona da única pensão do lugar, e de sua
filha Conceição, atendente no Posto de Saúde local. Foram Todos esses projetos apresentavam características
solicitados recursos para fazer vedação, reboco, piso e análogas, ou seja, eram financiamentos a fundo perdido,
pintura em dezenas de casas, que tinham necessidade urgente tinham finalidade paliativa e estavam marcados por
dessas melhorias, diante da grande incidência do inseto profundos vínculos assistenciais. A imagem do PRODECOM,
" b a r b e i r o " nos últimos tempos. O aumento incomum dessa até então, era a de um*programa financiador de mutirões, de
ameaça f o i atribuído aos desmatamentos para implantação modo que as obras foram executadas exclusivamente pelos
de amplos projetos de ref lorestamento. Os distúrbios próprios beneficiários, com alguma ajuda voluntária da
causados no ecossistema teriam provocado a migração em comunidade.
massa do inseto transmissor da doença de Chagas, que se
esconde nas frestas das paredes.
Logo ficou visível que
não era esse o caminho: nem o
PRODECOM tem finalidades
assistencialistas, nem o Tesouro
do Estado estaria em condições
de arcar com a despesa
representada pela melhoria de
todas as sub-habitações
existentes no território
mineiro. Tampouco seria
possível encontrar, em número
suficiente, entidades capazes de
gerenciar um programa de
âmbito estadual.

Sabinópolis: a casa custou Cr$ 100 mil para


uma família desabrigada.
0 PROGRAMA PRODECOM/MINASCAIXA

O reforço técnico representado pelo ingresso de


especialistas em habitação na equipe do PRODECOM fez
avançar muito a reflexão sobre a temática habitacional.
Identificou-se uma modalidade de empréstimos do B N H ,

rr llll
configurada na linha F I C A M (Financiamentos para
Construção, Aquisição e Melhoria ), que permanecia
latente na Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais,
por dificuldades operacionais. Se ativada, essa linha
permitiria atender o trabalhador de baixa renda na
construção em seu próprio terreno, cobrindo também os
casos de aquisição, ampliação, término de construção e
melhorias. Contava, ainda, com prazos dilatados de
amortização, até 25 anos, e oferecia juros baixos para a
faixa até 500 UPCs.
Nas cidades antigas, as reformas respeitam
Dois tipos de obstáculo se interpunham à sua arquitetura típica.
utilização: o excesso de exigências burocráticas, incompatível
com a realidade dos prováveis usuários, e as despesas
operacionais de cada processo, que tornariam a operação
deficitária dentro do aparato institucional da MinasCaixa. Nesse ponto de estrangulamento é que interviria o
Pelo elevado alcance social da medida, o obstáculo da PRODECOM, treinando e habilitando membros das
burocracia poderia ser diminuído na mesa de negociações associações comunitárias para que esclarecessem e
com os chefes de carteira da instituição financeira, os selecionassem os candidatos e trabalhassem na elaboração
tabeliões e demais autoridades, aproveitando as diretrizes dos processos, repassando-os à Caixa apenas para conferência
emanadas do Ministério da Desburocratização. e liberação. Sem precisar de aumentar o quadro de pessoal,
a operação F I C A M se tornaria financeiramente viável para
O segundo entrave, de natureza administrativa, a MinasCaixa. As despesas de montagem dos processos
poderia ser superado com o aproveitamento do potencial seriam cobertas pelo PRODECOM, com um aporte de
das associações comunitárias. Atuando nos moldes CrS 1 mil {depois C r $ 2 mil) por processo à entidade
tradicionais, seria desvantajoso para a Caixa operar com comunitária, suficientes para custear o serviço de escritório
pequenos empréstimos, que retribuem pouco em termos instalado para o Programa.
de juros. Como agente financeiro, esse estabelecimento toma
emprestado ao BNH à taxa de x% ao ano, e reempresta a
x + 1%. Esse diferencial seria o lucro do agente. No entanto,
para administrar e fiscalizar milhares de processos e obras
de pequeno vulto, a Caixa dispenderia muito mais com a
tramitação interna e com o pessoal de campo.

54
F U N C I O N A M E N T O E A P R E N D I Z A D O DO
PROGRAMA

De início, houve conflitos de ordem funcional e


burocrática : as associações estavam aprendendo a trabalhar,
mas persistiam certas falhas nos processos, ainda que fossem
por motivos prosaicos, como a dificuldade de se encontar
bons datilógrafos. Por outro lado, houve descompasso de
ritmo entre o PRODECOM e a MinasCaixa, dificultando o
f l u x o dos processos. Foi preciso sensibilizar gerentes e
prefeitos do interior, aperfeiçoar os treinamentos, oferecer
apoio logístico, produzir impressos, etc.

No processo de marchas e contramarchas, a equipe do


PRODECOM se empenhou em desembaraçar processos,
discutindo as dúvidas caso por caso. Houve ocasiões
MinasCaixa liberou 15 mil financiamentos também, em que a larga experiência da Caixa prevaleceu,
FICAM em dez meses. contribuindo para acertar o rumo do programa. No.
princípio, os financiamentos eram liberados com a
exigência de apenas três documentos: identidade,
Simplificando os procedimentos, o empréstimo seria comprovante de renda e escritura do terreno. Logo
liberado em três parcelas: primeira de 40% (menos despesas) surgiram hipóteses em que o procedimento liberal acabaria
e as duas restantes de 30% cada, após vistoria realizada na por gerar financiamentos ilegais.
obra pela própria Associação Comunitária. Reforçando ainda
mais a confiança na Associação como legítima interlocutora 0 raciocínio desenvolvido pela Caixa demonstrou
da comunidade, ser-lhe-ia delegada a competência para que, se de um lado, tais solicitações restabeleciam meandros
atestar a renda mensal do candidato, quando não proveniente do caminho burocrático a ser percorrido, de outra parte
de emprego formal. aumentavam a segurança do próprio usuário, resguardando-o
de possíveis questionamentos judiciais sobre a legitimidade
Assim concebido, o Programa Habitacional da sua propriedade. Constatada a falha, reabilitaram-se
P R O D E C O M / M I N A S C A I X A f o i levado à mesa de algumas das exigências que haviam caído.
negociações, onde recebeu seus contornos finais. Embora
aquela instituição estivesse estruturada para fazer u m A implantação do programa no interior também f o i
atendimento formalizado, sensibizou-se, criou alternativas trabalhosa e envolveu 65 agências da MinasCaixa e 148
e assumiu o seu papel de banco social do Estado, colocando o entidades comunitárias. Para resolver casos polêmicos, essas
programa em marcha. Os ajustes secundários foram deixados agências se reportavam à Administração Central. As
para a etapa de plena operação, mas continuaram as gestões entidades, por sua vez, dirigiam-se ao grupo de Habitação
para conquistar outras concessões que tornassem o programa Popular do PRODECOM. As instruções específicas sobre o
ainda mais favorável para o mutuário de baixa renda. Programa P R O D E C O M / M I N A S C A I X A demoravam a chegar

Associações do interior vieram fazer


treinamento em Belo Horizonte.
e a ser assimiladas nas agências mais distanciadas. Embora se De sua parte, alguns presidentes de associações se
tenha procurado evitar, o f l u x o dos processos começou a viram na incômoda situação de receber a culpa pela
sofrer contrações, à espera de instruções superiores. Em interrupção das liberações, por parte de mutuários
contrapartida, vieram do interior os melhores exemplos de descontentes. Mais de uma entidade solicitou desligamento
dedicação ao Programa, por parte de funcionários que do programa, fato que ilustra bem o dano causado aos
fizeram o treinamento em Belo Horizonte. Apesar disso, seus princípios participativos.
constatou-se que, no interior, uma fração dos
financiamentos destinou-se a atender estratos de renda mais Essas dificuldades aconselhavam uma avaliação
elevada do que seria ideal. completa. Portanto, o programa f o i efetivamente paralisado
em 30 de julho, liberando-se apenas os casos pendentes, e
Nesse aspecto, há que se considerar também o só voltou a funcionar num r i t m o considerado insatisfatório,
diferencial no poder aquisitivo de comunidades isto é, com o reinvestimento de parte das cotas que a
geograficamente distintas. 0 cidadão classificado como MinasCaixa recebesse como reembolso do B N H . No final do
de baixa renda no bairro belorizontino do Glória teria ano, novo alento lhe f o i injetado com a assinatura de
um status algo invejável no Vale do Jequitinhonha. Na convênio para mais 12 mil financiamentos, graças a gestões
zona rural é grande o número de trabalhadores que recebem diretamente realizadas pelo Governador do Estado junto ao
meio salário m í n i m o e, no entanto, sobrevivem, tornando-se Ministério do Interior e à presidência do B N H .
até candidatos ao programa habitacional. Se preenchem os
requisitos do Programa, não há motivo para preteri-los,
embora dirigentes de associações comunitárias considerem
muito trabalhoso trazer o programa ao nível da população
de renda extremamente baixa.

Reflexos negativos foram sentidos por volta de abril


de 8 1 , com a suspensão temporária das liberações da linha
F I C A M , enquanto a MinasCaixa tentava obter, junto ao B N H ,
o reembolso dos vultosos recursos que empregara para
bancar o Programa. Essa medida, embora justificável sob a
ótica bancária, trouxe desgaste para a imagem da Caixa, do
PRODECOM e das próprias entidades comunitárias.

Boa parte dos mutuários


— principalmente pedreiros e
serventes — deixa o emprego
para se dedicar à sua própria
obra, no exercício legítimo da
autoconstrução, que é uma das
características do programa.
Eles viveram semanas de
apreensão, temendo que
passasse o tempo da estiagem e
chegassem as chuvas,
surpreendendo-os ainda na
etapa de alvenaria.
Tradicionalmente, o
proprietário de baixa renda não
constrói na época das águas,
para não ter prejuízos e
atrasos na obra.

Autoconstrução: pedreiros aproveitem


estiagem para fazer alvenaria.
RESULTADOS E PERSPECTIVAS DO PROGRAMA

Mesmo enfrentando muitas dificuldades, como se


mostrou, o Programa chegou a resultados compensadores e
provou ser uma proposta atualmente viável para atender ao
segmento de baixa renda. Foram concedidos 15 mil
empréstimos, beneficiando diretamente 80 mil pessoas. O
montante de recursos captados j u n t o ao BNH e trazidos para
girar dentro de Minas f o i da ordem de C r $ 7 bilhões,
contra um desembolso de apenas Cr$ 15 milhões do
PRODECOM.

Determinação do Governador do Estado à SEPLAN-


MG e à presidência da MinasCaixa, firmada em presença de
cerca de oitenta presidentes de associações, assegura mais 12
mil casas dentro do Programa, até o final da atual
Casa pronta: menos de Cr$ 200 mil entre
Administração. Espera-se, assim, atender à demanda que lote e construção.
ficou contida nos arquivos das entidades comunitárias.

No início de 8 2 , começou a ser montado o Programa


de Casas Econômicas da Caixa Federal, implantado em Minas ESTUDO DE CASO: SÃO DOMINGOS DO PRATA
com tecnologia do PRODECOM, que vai investir C r $ 18
bilhões dentro do Estado, beneficiando, no m í n i m o , a 20 A tônica do programa é o aproveitamento dos lotes já
mil novas famílias. Quarenta e três cidades do interior estão existentes no mercado, espalhados pela periferia dos grandes
listadas para a primeira etapa do programa, que difere do e médios centros. Entretanto, houve alguns casos em que as
mantido com a MinasCaixa ao elevar de 500 para 650 UPCs obras financiadas se concentraram num mesmo ponto,
o teto do empréstimo. assemelhando-se aos conjuntos tradicionais.

O aspecto qualitativo dessas obras, porém, é diferente,


pois desde o início o mutuário escolheu o lote, opinou na
planta, decidiu sobre a laje e a fachada. Ele e sua família
participaram de alguma forma do esforço da construção.
Há casos de loteamentos novos gerados pelas prefeituras para
atendimento ao programa, mas não se caracteriza o conjunto,
pois os financiamentos são sempre feitos individualmente.

Vista geral da Cerâmica: um novo bairro


surgiu do matagal.
Dentro dos aspectos de participação e economia de
custos que norteiam o programa, destaca-se o trabalho
desenvolvido pelas Obras Sociais São Domingos de Gusmão,
sob a liderança da freira Mônica Léclercq. Essa religiosa de
origem francesa fixou-se em São Domingos do Prata para
trabalhar com a pobreza rural e urbana da região. Associou-
se ao PRODECOM num p ojeto de hortas e pomares caseiros,
r

conduzido com sucesso.

Logo que ficou a par do Programa de Habitação


Popular, a Irmã percebeu que estava diante de uma boa
oportunidade para centenas de famílias assistidas pelas Obras,
que moravam em condições infra-humanas nos diferentes
pontos do município. Fez um contrato para cem
financiamentos e passou imediatamente a cadastrar as
famílias necessitadas, que estivessem em condições de
assumir o encargo. Das selecionadas, 20 estavam em
povoados rurais, 26 em diversos locais da cidade e 54 se
instalaram no Bairro Cerâmica, em lotes próprios ou na nova
quadra aberta pela religiosa.
Irmã Mônica montou
A quadra inteira fora adquirida com recursos próprios excelente sistema da
das Obras, oriundos de uma doação internacional. Numa economia de custos.
manhã de domingo, 15 homens enfrentaram o matagal e
limparam toda a área, em mutirão. Um topógrafo voluntário
remanejou a gleba, aproveitando melhor os espaços, e obteve
33 lotes. A etapa seguinte consistiu em obter da Prefeitura o
empréstimo de uma pá-carregadeira e um operador, para abrir Os lotes da nova quadra foram repassados ao preço de
as ruas e fazer os desaterros necessários às construções. C r $ 30 a C r $ 40 mil a unidade. As plantas econômicas
oferecidas pelo PRODECOM foram discutidas com cada
Simultaneamente, a Irmã instalou uma fábrica de interessado, procurando-se a melhor alternativa e incluindo
tijolos de cimento em terreno cedido pela Igreja, ao lado detalhes solicitados, como varandas, beirais e porões
da capela do Bairro Cerâmica. Contratando auxiliares aproveitáveis. A forma de composição de mão-de-obra variou
entre os meninos do lugar e conseguindo descontos especiais da autoconstrução até formas mistas de consórcio, ajuda
para grandes compras de cimento, o fabricante pôde oferecer mútua e mutirão. Toda a mão-de-obra estava disponível entre
o melhor preço da região: C r $ 12 m i l o milheiro, contra os próprios beneficiários: pedreiros, serventes, pintores,
Cr$ 16 e C r $ 18 mil cobrados pelos revendedores da cidade. eletricistas, bombeiros e lajistas. Cada trabalhador participou
na etapa em que sua habilidade era necessária. A t é mesmo
Irmã Mônica tez construir u m depósito fechado de os filhos pequenos foram engajados no esforço comunitário,
material de construção, hoje chamado " A l m o x a r i f a d o baldeando água, carregando areia ou empilhando tijolos.
das Obras", que lhe permitiu fazer apreciáveis economias
de escala na compra por atacado de tubos de PVC, pias, Mesmo com tal sistema de economia de custos, é
marcos, portas, janelas, material hidráulico e elétrico, etc. surpreendente que a comunidade tenha logrado construir
casas sólidas de tijolos, com laje e três quartos, por menos de
A o mesmo tempo, o escritório instalado na Igreja Cr$ 200 mil, incluindo o preço do lote.
funcionava à plena capacidade, montando os processos e
orientando as famílias. Muitos dos pretendentes não tinham
condições de administrar sua própria construção, de maneira
que a entidade obrigou-se a assumir essa tarefa. Alguns
eram analfabetos, outros peões que trabalhavam fora da
cidade e só vinham nos fins-de-semana, e a outros, ainda,
faltava iniciativa ou capacidade. Em todos esses casos, a
entidade recebeu o dinheiro dos financiamentos, administrou
a construção, cuidou de tudo e depois prestou contas a cada
chefe de família.

Marido e mulher pintam a casa: mais economia


de mão-de-obra.
Não há limites de criatividade na escolha de
fachadas.

O telhado de quatro águas, com telhas curvas de barro,


é típico do interior de Minas. Embora aumente o custo da
obra, devido ao maior consumo de madeira e de telhas,
parece ter a preferência de parte da população rural. No
resto do Brasil, já se t o r n o u conhecido como "telhado
m i n e i r o " , demonstrando sua identificação com a cultura
deste Estado.

Estudo recente do Centro Tecnológico de Minas


Gerais, sobre os efeitos em cadeia causados pela substituição
de tecnologias, ilustra adequadamente como é delicada a
questão do respeito às formas tradicionais de construir. O
estudo evidencia a estreita vinculação existente entre o
fogão de lenha e a cobertura de palha trançada o u
superposta, uma harmonia que escapa à compreensão dos
arquitetos urbanos.

O fogão de lenha gera calor e fumaça, que expulsa os


Tijolos feitos no adro da capela custaram o insetos, aumentando a durabilidade do t e t o . Por sua vez, o
menor preço da cidade. teto vegetal conserva mais fresca a temperatura no interior da

TECNOLOGIA NÃO É P R I V I L É G I O

O conceito de melhoria habitacional, conforme é


compreendido pelo PRODECOM, não se prende aos padrões
vigentes no Sistema Financeiro de Habitação. Por exemplo,
se uma família morava num barracão de taquara e chão
batido, pagando C r $ 1.500,00 de aluguel, e passou a ocupar
uma casa própria de adobe e telhado de zinco, pagando CrS
1.000,00 de prestação, entende-se que houve melhoria.

O respeito aos aspectos culturais da habitação vai mais


longe: em áreas desprovidas de rede pública de esgotos, não
se pode exigir que o mutuário inclua os sanitários na planta
da casa, quando está habituado com instalações externas. Da
mesma forma, embora o Programa ofereça inúmeras O telhado de quatro águas è típico do interior
alternativas de plantas econômicas, não se impede a família de Minas.
de optar pela fachada de sua preferência, pela varanda que
deseja e pelo t i p o de cobertura que julga mais estética ou
que esteja disponível na região.

59
casa, permitindo um padrão construtivo com pé-direito mais P E R F I L A T U A L DO P R O G R A M A
baixo. Se o fogão de lenha for substituído por outro a gás, o
teto apodrece rapidamente e ocorre invasão de insetos. Se a Depois de sucessivos aperfeiçoamentos, o Programa de
cobertura vegetal for substituída por cimento-amianto, Habitação Popular do PRODECOM passou a mostrar as
cerâmica o u metálicos, o calor pode tornar a moradia seguintes características:
inabitável.
Pela primeira vez, um programa de Governo colocou
Estudo análogo sobre o balanço energético das o crédito habitacional ao alcance do segmento de
construções, ou seja, medição da quantidade de energia baixa renda, representado pela população que ganha
dispendida para produzir e transportar os materiais de até três salários mínimos. A o contrário dos outros
construção até o local da obra, revelou que o tijolo de programas, que exigem renda mínima, este coloca o
cimento é a tecnologia mais apropriada para a Região limite de uma renda máxima.
Metropolitana de Belo Horizonte. As fontes de cimento
estão próximas, consome-se menos energia para fabricar os Não se trata apenas de promover os financiamentos
tijolos e economiza-se tempo na construção. habitacionais, mas de transformá-los num
instrumento de participação. Diversamente dos
Embora a admissão de financiamentos para casa de sistemas tradicionais que sorteiam casas prontas
adobe possa despertar preconceitos e encontrar resistência entre os mutuários, neste programa as famílias
junto à burocracia do setor habitacional, não é possível são levadas a participar da construção em todas as
condená-las do ponto de vista da segurança da edificação. O suas etapas.
adobe nada mais é do que um tijolo de barro não cozido, em
cuja composição entram matérias orgânicas, como estrume O agente promotor é a Associação Comunitária,
bovino, palha e bagaço de cana, que diminuem o seu peso legítima interlocutora da comunidade, que seleciona
e dão rigidez estrutural. Paredes de adobe podem desafiar as famílias segundo critérios próprios, compõe os
as décadas e os temporais. Não há por que vincular esse processos enviados ao agente financeiro, vistoria as
material à idéia de miséria, só pelo fato de poder ser obras e postula a liberação de parcelas.
facilmente fabricado pelo próprio usuário.
Os financiamentos são individuais, aproveitando o
Os financiamentos habitacionais através do capital investido pelas famílias ao longo do tempo:
PRODECOM respeitam as tecnologias locais de construção: seus terrenos, casas velhas, inadequadas ou não
não há materiais pré-fixados. Na Região Metropolitana, concluídas.
haverá casas de tijolos de cimento com cobertura de laje sem
telhado; no Vale do Jequitinhonha, casas de adobe (ou solo- O regime da obra é de administração própria, em
cimento) com cobertura de quatro águas e, nos arredores contraposição ao sistema de empreitada. A
dos centros produtores, casas com telhados de cimento- avaliação da qualidade do padrão construtivo fica
amianto. a cargo do próprio morador, reduzindo a
importância dos critérios tradicionais de aferição
da qualidade das obras.

As associações podem financiar até 500 UPCs pela


MinasCaixa e até 650 pela Caixa Econômica
Federal, mantendo médias de 350 UPCs e 400
UPCs, respectivamente.
Bairro G fória: escritório do Programa
Habitacional funcionou sem parar.
O programa respeita a cultura mineira no que se Para completar o quadro de beneficios e aperfeiçoar
refere às tecnologias próprias de construção: não o Programa de Habitação Popular, duas medidas estão
impõe estilos arquitetônicos, nem fachadas sendo tomadas pelo PRODECOM:
idênticas, não fixa materiais ou exige locações
padronizadas de obra. Fica a critério da própria Orçamento Quantitativo com Alternativas de
comunidade a definição da paisagem urbana do Materiais: consiste em listar, para o usuário, três
local onde vive. opções de acabamento para sua casa, em função da
renda e do tamanho da moradia. Por exemplo, se a
Entre outras, podem-se relacionar as seguintes família é grande e tem renda restrita, tornar-se
vantagens do programa sobre os financiamentos conveniente fazer a opção por um acabamento
tradicionais: rústico numa casa maior. Se pequena, com renda
- juros de 1 % a 6% ao ano, fixados pelo BNH melhor, poderá optar por uma casa menor, com
para empréstimos de até 650 UPCs; padrão de acabamento mais alto. O trabalho do
- isenção de Imposto de Transferência de Bens PRODECOM consiste em preparar relações de
Imóveis (IT6!>, garantida pela Lei Estadual materiais para a família fazer a escolha adequada
8.121/81; entre diversos tipos de tijolos, telhas e acabamento.
- redução das custas cartonais para menos de um
sexto do valor anterior, assegurada pela Lei Tecnologias Alternativas: estão sendo acompanhados
Estadual 8.028/81; com grande interesse os progressos realizados pelo
- os agentes promotores (PRODECOM e Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC) no
associações) nada recebem do beneficiário. Ao campo dos novos materiais de construção, dentre os
contrário, o PRODECOM ainda custeia a quais o solo-cimento é visto como tecnologia
montagem dos processos; particularmente atraente. A matéria-prima básica
- assistência técnica do PRODECOM, que oferece para as casas de solo-cimento é a própria terra,
diversos modelos de plantas económicas, misturada com quantidade reduzida de cimento,
previamente registradas no CREA; que fornece uma liga estável e duradoura. Fixam-
- licença de construção (alvará) e aprovação se estacas no prumo e por elas correm as fôrmas,
municipal (habite-se) para todas as obras dentro das quais a mistura de solo-cimento é
construídas, melhoradas ou terminadas dentro do compactada manualmente. Sobre as estacas a pó ia-
Programa. Muitos municípios já votaram leis se o teto; portas e janelas sao inseridas nas fôrmas.
nesse sentido. As paredes de solo-cimento não exigem reboco e
podem receber pintura diretamente. Outra
Encontram-se em proposição e negociação os se- alternativa é um novo tipo de adobe, no qual a
guintes benefícios: matéria orgânica estrutural é substituída pelo
cimento em traço econômico, obtendo-se uma liga
- Aprovação da lei federal proposta pelo mais nobre. Os tijolos de adobe seriam fabricados
deputado Vivaldo Frota, que declara em prensas manuais de fácil manejo, produzidas pelo
impenhorável o imóvel financiado pelo MOBRAL e doadas ao PRODECOM para que se
Sistema Financeiro de Habitação, exceto pelo possa testar o novo material em escala razoável.
próprio agente financeiro e só no caso de falta
de pagamento. Essa Lei protegerá a família de
ficar desabrigada, caso o mutuário seja
condenado à penhora de bens.
- Isenção de contribuição previdência ria para as
obras populares até 60 metros quadrados.
Trata-se de reabilitar este critério,
simplificando a
obtenção do Certificado de Quitação
(CQ-IAPAS)
- Dispensa automática e gratuita de responsável
técnico (RT) para as obras dentro do
Programa, junto ao CREA. Essa entidade de
classe, que congrega engenheiros e arquitetos,
está propensa a conceder o benefício,
deixando de fazer receita sobre casas para a
população de baixa renda.

61
CETEC pesquisa solo-cimento para reduzir
custo da habitação.

HABITAÇÃO POPULAR
PRODECOM
ATÉ 31.03.82

TOTAL DE
DISTRIBUIÇÃO NÚMERO DE CASAS INVESTIMENTOS PESSOAS
GEOGRÁFICA ASSOCIAÇÕES CONSTRUIDAS Cr S DE MARÇO/82 BENEFICIADAS

INTERIOR 93 12.975 5.828.966.528,39 76.198

CAPITAL 30 2.025 3.091.819.748,54 26.750

TOTAL 123 15.000 8.920.786.276,93 102.948

FONTE: PRODECOM
L E G A L I Z A Ç Ã O DE T E R R A S URBANAS 0 PROCESSO DE OCUPAÇÃO

0 acelerado processo de favelamento da periferia A favela é o primeiro espaço receptor do contingente


de Belo Horizonte, ocorrido nos anos de maior crescimento migratório que não dispõe de poupança para adquirir uma
económico e industrial de Minas, tem origem na migração habitação formal e, por isso mesmo, procura instalar-se
campo-cidade, causada pelo menos por dois fatores próximo ao mercado de trabalho ao menor custo possível.
convergentes: a mecanização crescente da lavoura, que
compromete a sobrevivência do pequeno produtor rural, e Tal custo é variável segundo parâmetros muito
os atrativos que a cidade oferece, em termos de trabalho, estreitos. Dependendo da urgência, da vanguarda familiar
conforto e benefícios urbanos. que precedeu a migração e da ajuda proporcionada por
parentes ou vizinhos que se mudaram anteriormente, uma
As deficiências do modelo de desenvolvimento, a família pode levantar uma moradia da noite para o dia a um
farta de políticas agrárias consistentes e equânimes e o custo praticamente nulo, com materiais provisórios obtidos
privilegiamento ostensivo para grandes projetos agrícolas em qualquer ponto da cidade.
- que receberam todos os incentivos até anos recentes -
conduziram número incontável de comunidades rurais à Por outro lado, a instalação numa área favelada mais
estagnação econômica, transformando-as em expulsoras de antiga hoje depende, não raro, de transações imobiliárias de
mão-de-obra. certo vulto com especuladores locais, que se apropriam das
áreas restantes. £ cada vez mais comum o aluguel de barracos
Principalmente nas áreas mais deprimidas, onde não há em favelas tradicionais.
estrutura de comercialização e o acesso ao crédito e às
técnicas agrícolas modernas é difícil, o homem do campo A valorização dos espaços e a especulação que se
prefere migrar para a periferia dos grandes centros, em busca verificam internamente à favela têm representado um
de melhores oportunidades de trabalho para si e para sua desestímulo drástico á localização de novas famílias, que
família. Concorrem, ainda, para essa decisão, os fatores de buscam a redução máxima dos custos da habitação. Essa
atração que a cidade apresenta, como maior oferta de escolas, redução é u n t o mais ilusória na medida em que os favelados
assistência médico-hospitalar, transportes, lazer e benefícios arcam com um ônus maior pelos serviços urbanos básicos,
urbanos básicos. notadamente água e luz. Na Favela do Cafezal, por exemplo,
antes da implantação dos serviços domiciliares de água e luz,
pagavam-se Cr$ 500,00 por um bico de luz (gambiarra),
quando a taxa mínima da CEMIG era inferior a C r $ 100,00,
na mesma época. Da mesma forma, a água obtida longe e
transportada em latas sempre custou mais caro que a
fornecida diretamente pela COPASA.

Comunidades rurais se tornarem


expulsoras de mSo-d&obra...

e as favelas urbanas jé nao têm como


crescer.
Venda e aluguel de barracos são práticas
comuqs na favela.

O espaço preferencial para o florescimento de favelas


tem sido às terras públicas, mesmo as mais íngremes ou
alagadiças. O Poder Público sempre se mostrou tolerante para
com a ocupação de terras devolutas de seu domínio, mesmo
porque não consegue assegurar uma oferta satisfatória de
lotes urbanizados a preços compatíveis com a realidade
econômica dos migrantes. Além do mais, a maior parte das
áreas invadidas não se prestava à formação de loteamentos
convencionais, por uma série de inconvenientes.

Temporariamente a salvo da ameaça de expulsão —


desde que não ocupassem áreas destinadas a obras viárias
imediatas — os primeiros favelados procuraram consolidar sua
presença, dentro de suas possibilidades, mediante
investimentos permanentes de melhoria habitacional. Para
fortalecer sua posição, agruparam-se e definiram certa
organização do espaço e um sistema viário que, mesmo
precário,fosse respeitado por conveniência tácita.

Outro tipo de ocupação clandestina, que guarda tênue


vantagem sobre os assentamentos favelados, são os
loteamentos irregulares povoados por um segmento de renda
que se mostrou capaz de adquiri-los e habitá-los, embora
em desacordo com o Código de Obras e Posturas Municipais.
Essas comunidades também estão sacrificadas pelo não-
reconhecimento municipal.

A estratégia de ocupação consiste em


levantar um barraco de tábuas da noite
para o dia. 65
Embora não existam oficialmente no cadastro técnico
das prefeituras da Região Metropolitana, as favelas e
loteamentos clandestinos se integraram à paisagem urbana
de maneira tão visível que não podem mais ser ignorados. A
escala que atingiram, a capacidade de reivindicação que
desenvolveram e sua própria organização enquanto
comunidades tornaram oportuna a sua consolidação
definitiva. Essa consolidação, que só se tornará efetiva após a
legalização das terras ocupadas, é a preocupação básica da
equipe que trabalha na mais recente das cinco linhas de
atuação do PRODECOM.

O Programa de Legalização de Terras Urbanas surge


como segmento natural da intervenção que vem sendo
praticada em diversas comunidades periféricas desde 1979,
e se destina a criar as condições físicas e legais para a fixação
das famílias migrantes que se ambientaram nas favelas.

O DIREITO A T E R R A

Sem entrar no mérito do modelo de


desenvolvimento e das políticas salariais, reconhece-se como Com o tempo, o favelado constrói em
inalienável o direito à posse da terra e à moradia condigna alvenaria e consolida a ocupação.

para os favelados, nos termos em que tem sido reivindicado


por suas lideranças e defendido pelos segmentos mais atentos
da sociedade civil, com destaque para a ação pastoral da
Igreja. CONCEPÇÃO DO PROGRAMA DE L E G A L I Z A Ç Ã O
DE T E R R A S URBANAS
Alguns argumentos podem ser alinhados em favor
desse direito: em primeiro lugar, o favelado cria seu próprio A reivindicação organizada e amadurecida pela posse
espaço, ou seja, para instalá-lo não é preciso qualquer da terra, que emergiu como prioridade nos sucessivos
investimento prévio do Poder Público. Em segundo lugar, os congressos e reuniões de favelados de Belo Horizonte,
processos de favelamento ocorrem com maior freqüência repercutiu favoravelmente nas mais altas esferas de poder do
em áreas de declividade superior a 30%, ou seja, fora do Estado, resultando na decisão política de atendê-la. Por estar
gabarito estabelecido pela Lei 6.766 para loteamentos na vanguarda das relações do Estado com a população
formais. Em terceiro lugar, por muito dispendioso que possa carente, coube ao PRODECOM a tarefa de discutir com as
ser o processo de urbanização, a remoção implicaria em ônus lideranças faveladas e junto a elas elaborar uma proposta
sociais bem mais graves que os financeiros, ao gerar focos de exeqüível de legalização.
tensão num ambiente que se deseja tornar cada vez mais
acolhedor. Examinadas as peculiaridades dos processos de
ocupação, identificaram-se dois obstáculos a serem
O favelado reivindica o espaço que ocupa pela superados: o da viabilidade operacional e o das fontes de
própria utilidade funcional que esse espaço tem para ele: recursos que pudessem atender, num primeiro momento, as
está perto do mercado de trabalho e dos benefícios urbanos onze áreas faveladas onde o Programa já trabalha em
básicos, e permite a continuidade das relações de parentesco urbanização. Numa segunda etapa, seriam contempladas
e vizinhança cultivadas desde a região de origem. novas áreas faveladas, abrindo-se também uma linha para
assessorar técnica e financeiramente as comunidades
O Poder Público, em todos os níveis, tem acatado cada organizadas de loteamentos clandestinos, promovendo-se as
vez mais o consenso que se f o r m o u em torno do assunto, condições necessárias para a sua regularização.
desestimulando a política tradicional de remoções e
investindo, dentro da sua capacidade, em programas de Para as amplas discussões que se promoveram, foram
urbanização de favelas. Ressalvam-se, é claro, avaliação diversa convidadas as lideranças de pelo menos trinta favelas
de áreas sujeitas a inundações, terrenos que apresentam belorizontinas, representativas de todos os tipos conhecidos
riscos evidentes de estabilidade das construções e a desses assentamentos: favelas de área central, de área
necessidade de desapropriação em razão de obras públicas industrial, de terras públicas, de terrenos particulares, de
e viárias de comprovada importância. encosta, de morro, de áreas inundáveis, etc. A discussão f o i
estendida a outros segmentos da sociedade civil,
incorporando principalmente os pontos de vista sociais da
Igreja e a contribuição dos urbanistas.
Lideranças de trinta favelas discutiram o
programa de legalização.

Para a captação de recursos, houve uma proposta O problema de recursos f o i resolvido com a decisão
inicial de se vincularem as atividades de legalização ao governamental de alocar C r $ 300 milhões do Tesouro do
Programa de Habitação Popular encetado com sucesso pelo Estado na continuidade do Programa de Melhorias Urbanas.
PRODECOM. Em linhas gerais, essa proposta se traduziria no Essa deliberação, tomada na reunião geral de abril de 82,
cadastramento de famílias necessitadas de melhoria significa, na prática, que o PRODECOM continua assumindo
habitacional e na composição de financiamentos individuais as despesas referentes ao processo de legalização, que exige
da linha F I C A M , do B N H , destinando-se uma parte do todo um investimento prévio em urbanização. Reforçando os
volume de empréstimos para o custeio das obras de contornos institucionais, detectou-se uma disposição
urbanização, descongestionamento e titulação. A idéia de altamente favorável, por parte da Prefeitura Municipal de
repassar para a população, via financiamento, o custo da Belo Horizonte, em participar das diversas fases do Programa.
consolidação, cedeu lugar a uma alternativa mais vantajosa
para as comunidades. A operacionalização apresenta outros níveis de
dificuldade. A equipe incumbida, desde o primeiro momento,
dos estudos sobre legalização, integrada por técnicos do
PRODECOM e do P L A M B E L , constatou a total inexistência
de leis e mecanismos jurídicos pertinentes à matéria. Em
muitos casos, a legislação chega mesmo a inibir a aplicação de
programas dessa natureza.

Procurou-se, então, um ponto de partida na legislação


disponível, com a ampliação do conceito de terras devolutas
constante da Lei 7.373, que atribui à Fundação Rural
Mineira (Ruralminas), órgão do Sistema Operacional de
Agricultura, a competência para titular terras no Estado de
Mina*; Gerais. A ..... o Estado publicaria editais sobre as
te..as faveladas e, decorrido o prazo de 30 dias, não
sobrevindo reclamações de direito de posse, a Ruralminas
teria condição legal de titular aquelas terras.

Governo vem desestimulando cada vez mais


a prática do desfavelamento.

67
Paralelamente, estão sendo providenciadas as Por tudo isso, o trabalho de legalização deve ser
modificações indispensáveis na Lei de Uso do Solo de Belo precedido pelo de Melhorias Urbanas, que compreende
Horizonte, consistindo principalmente em se criar uma zona abertura de ruas, colocação de meios-fios, canaletas,
de urbanização especial para as favelas, onde se prevê a sua cc!çó...ento, obras de drenagem, instalação de água, luz
consolidação. Pensa-se na criação de zonas de expansão e esgoto, coleta de lixo, construção de muros de arrimo,
ordenada para as favelas de maior densidade demográfica, equipamentos comunitários de lazer e serviços, etc. Essas
não só para assegurar os descongestionamentos necessários melhorias seriam acompanhadas pelos descongestionamentos
e a localização de equipamentos comunitários, mas também indispensáveis ao sistema viário e à proteção das famílias
para evitar a formação de guetos de pobreza com limites contra os perigos de desmoronamento de encostas.
intransponíveis.
Posteriormente, estariam criadas as condições para a
O objetivo geral do Programa de Legalização de Terras extensão do Programa de Habitação Popular, compreendido
Urbanas é a melhoria da qualidade de vida do homem e, por como adequação das moradias às necessidades da família, em
isso mesmo, transcende a simples titulação das áreas hoje termos de espaço habitacional, segurança da edificação,
ocupadas, com a doação ou venda simbólica da terra ao salubridade e higiene.
favelado. Isolada de um contexto de melhorias gerais, essa
seria uma ação inócua, pois não alteraria em absoluto a
qualidade de vida das famílias. A simples escritura colocaria
o favelado em posição de igualdade com o proprietário
legítimo de periferia, que também mora em condições
precárias e não tem acesso aos benefícios urbanos básicos.

Ocupação recente na área central,


evidentemente, não tem futuro.
Favela do Cafezal já apresenta um
sistema viário bem definido.

PROJETOS-PILOTO NA V I L A CEMIG A tarefa que ora se realiza é a de medição e


• E NO C A F E Z A L individualização das posses, segundo a situação já existente.
Esse trabalho de campo vem sendo realizado pela Ruralminas
Dentro dessa nova linha do PRODECOM, estão sendo e terá continuidade com a preparação das plantas gerais das
desenvolvidos dois projetos-piloto: um para a Vila Cemig, favelas e dos croquis de localização de cada moradia, que
beneficiando aproximadamente 1.200 famílias, e outro para acompanham os memoriais e os títulos de propriedade. A
a Vila Senhora Santana do Cafezal, com cerca de 800 legalização consistirá na formação de um loteamento a
famílias. Estima-se em 12 mil o número de pessoas posteriori, com o mínimo possível de transtornos para a
diretamente favorecidas por essas duas iniciativas. vida das favelas.

A Vila Cemig, por suas excepcionais condições O custo da legalização é estimado em C r $ 6 mil por
geográficas e pela atuação da sua liderança, tem respondido t í t u l o já registrado em cartório, a preços de maio de 1982.
da maneira mais positiva aos estímulos do Programa. O Corresponde ao serviço de medição executado pela equipe da
Cafezal poderá constituir um teste mais d i f í c i l , pela Ruralminas, emissão dos títulos e registro imobiliário. Para
conformação topográfica desfavorável, agravada pela falta as famílias faveladas esse custo cairá para cerca de
de terrenos para os descongestionamentos. O aprendizado Cr$ 3.800,00, considerando-se a parcela coberta pelo
dessas experiências servirá de parâmetro para sua PRODECOM e alguns subsídios que serão captados dentro
reaplicação em outras áreas. das próprias favelas. Por sugestão das lideranças, será
estabelecido um sistema de custo diferenciado, pelo qual os
A escolha recaiu nessas duas favelas em função de comerciantes locais, por exemplo, pagam um pouco mais do
outro critério de grande precedência: o trabalho de Melhorias que as famílias.
Urbanas é o mais adiantado, resultando que o sistema viário
está consideravelmente definido. A delimitação dos espaços Paralelamente, o PRODECOM realiza o cadastramento
viários é fundamental para a aprovação do novo loteamento das necessidades habitacionais nas duas favelas, a f i m de
pela Prefeitura de Belo Horizonte e para sua inserção na orientar posteriormente programas de melhoria habitacional,
malha urbana. através das linhas de financiamento dos programas sociais do
BNH. Se a proposta global de financiamentos para todas as
famílias afigura-se ainda como prematura, a viabilidade de
financiamentos individuais para uma parcela razoável delas
já se mostra bem atual.

A linha de Legalização de Terras Urbanas já contabiliza


alguma experiência concreta no interior, em conseqüência do
profícuo trabalho desenvolvido pela Ruralminas. Não se trata
dos projetos de Legalização de Terras 0 evo lutas Rurais para
posseiros, descritos na linha de Nutrição e Abastecimento,
mas sim de assentamentos urbanos em terras ociosas, doadas
verbalmente por antigos ocupantes aos santos ou à Igreja.
Essas terras, cuja origem é desconhecida pelos registros
imobiliários, são conhecidas como "terras do padre" e foram
ocupadas pacificamente devido á própria necessidade de
crescimento dos povoados e distritos.
Ruralminas está equipada para atenow
Guardando poucas semelhanças com os complexos qualquer demanda de legalização.
problemas dos assentamentos favelados da RMBH, os
projetos para o interior se implantam sem percalços, estando
atualmente em fase de contato, de projeto ou de execução. PARTICIPAÇÃO I N T E R I N S T I T U C I O N A L
Dentre os municípios beneficiados pelo PRODECOM com
legalização de terras urbanas, podem-se mencionar os de
Além dos órgãos mobilizados pelo PRODECOM nas
Araxá (Chapadinha), Diamantina, Fortuna de Minas,
numerosas atividades da linha de Melhorias Urbanas, o
Ja paraíba, Nova Módica, Par ao peba. Passa Vinte e
Programa de Legalização conta com a estreita colaboração
Presidente KuPitschek.
do PLAMBEL e da Ruralminas, além da participação da
Prefeitura de Belo Horizonte.

O PLAMBEL (Superintendência de Desenvolvimento


da Região Metropolitana de Belo Horizonte) está oferecendo
suporte a nível de legislação e normatização das medidas
adotadas, e coloca à disposição do PRODECOM seus
atualizados serviços de cartografia e aerofotogrametna,
úteis para a elaboração das plantas gerais e para a
compreensão do processo histórico de ocupação das favelas.

A Ruralminas (Fundação Rural Mineira), que é o órgão


setorial competente para legalizar terras devolutas no Estado
de Minas Gerais, tem se mostrado inteiramente capaz de
desenvolver os levantamentos de campo e serviços de
escritório necessários à legalização.

70
E N V O L V I M E N T O DA C O M U N I D A D E Finalmente, vale lembrar que um programa dessa
natureza, por si só, não vai resolver o problema do
A participação da comunidade, mobilizada pelas assentamento favelado em Belo Horizonte, mas somar-se a
lideranças e organizada através das associações comunitárias, um esforço maior de Governo, do qual fazem parte todos os
é a própria razão do sucesso do PRODECOM no contato demais programas especiais preconizados pelo 111 Plano
com as lávelas A discussão do processo de legalização deve Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social. Estratégias
envolver toda a comunidade, porque atinge muito de perto como a do PRODECOM e do Programa de Cidades-Dique,
cada tamília. que procuram fomentar a organização e atender anseios de
comunidades periféricas, têm sua vanguarda nos programas
A importância da liderança formalizada na de desenvolvimento rural integrado, instrumentos da
administração dos conflitos inerentes ao processo de política de fixação do homem do campo.
individualização de posses pode ser visualizada na questão
dos limites, que atualmente são difusos e incertos. Há casos Os programas especiais para o meio rural são o
de acordos territoriais tácitos entre vizinhos, mesmo sem a PRODEMATA, para a Zona da Mata; o MG—II, para
existência de cercas, mas a frágil definição de limites pela 102 municípios predominantemente agrícolas; o
localização de um arbusto ou pela posição de um barranco, PLANO ROESTE I I , para o Noroeste do Estado; o
por exemplo, é capaz de gerar disputas inamistosas e erros PRODEVALE, para o Vale do Jequitinhonha. Em fase de
de interpretação. negociação está o Programa de Desenvolvimento Rural
Integrado Alto Rio Grande, que cobrirá boa parte do Meio
Um ponto polémico do processo de urbanização/ Sul do Estado. Além destes, o Estado participa, com o
legalização é o descongestionamento. Correntes de opinião, Governo Federal, do Projeto Sertanejo, do POLOCENTRO,
principalmente entre arquitetos e urbanistas, defendem o do Programa para a Região Geoeconômica de Brasília e do
estabelecimento de um espaço vital mínimo para os Programa de Recursos Hídricos.
favelados, sem levar em conta os transtornos e os elevados
custos de relocalização de moradias, e sem considerar, Esses programas, que se ocupam em melhorar em
também, que poucas favelas dispõem de áreas contíguas todos os aspectos a vida do agricultor nas mais remotas
para ocupação. Contrapondo-se às divagações académicas, a regiões do Estado, acrescentam aos seus objetivos sociais
experiência do PRODECOM indica que seria mais razoável os de geração de empregos e elevação do nível de renda,
e sensato consolidar a ocupação já existente, promovendo as absorvendo, para isso, investimentos superiores a 600
melhorias oportunas e possíveis, do que caminhar para uma milhões de dólares, oriundos do Tesouro Estadual, do
intervenção demasiado profunda no panorama das favelas. Governo Federal e de bancos internacionais de fomento.

L E G A L I Z A Ç Ã O DE TERRAS URBANAS
PRODECOM
ATÉ 31.03.82

TOTAL DE
DISTRIBUIÇÃO NÚMERO DE LOTES INVESTIMENTOS PESSOAS
GEOGRÁFICA ASSOCIAÇÕES LEGALIZADOS C R $ DE MARÇO/82 BENEFICIADAS

INTERIOR 01 500 2.070.214,41 2.500

CAPITAL - - - -
TOTAL 01 500 ZOTO.214,41 2.500

FONTE : PRODECOM
Entidades Comunitárias Vinculadas
ao PRODECOM - A t é 31/03/82

RMBH
Assoe Com. do Bairro Lindéia
BELO H O R I Z O N T E
Assoe. Com. do Bairro Luar de Minas
Assoe. Com. do Bairro Palmares
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR ( X protelo*)
Assoe. Com. do Bairro Sagrada Família
Ação Social S João Bosco
Assoe. Com. do Bairro Salgado Filho
Assoe. Amigos e Morad. dos B.Coqueiroi, N.GIÔri* e flessaquinha
Assoa Com. do Bairro São Bernardo
Assoe. Amigot do Bairro Santa Mônica
Assoe. Com. do Bairro Senhor Bom Jesus
Assoe. Bem Estar das Famílias de Venda Nova
Assoe. Com. dos Bairros Itamarati, Jardim Leblon e Parque
Assoe Beneficente Vera Cruz
Copacabana
Assoe. Com. Bairro AarJo Reise Adjacências
Assoe. Com. Imperial
Assoe. Com. Bairro Bela Villa
Assoe. Com. Bairro Campo Alegre Assoe Com. dos Moradores e Amigos do Bairro N. Sra. da
Assoe. Com unir do Bairro Céu Azul e Bairros e Vilas Adjacentes Glória (AMANSGLO)
Assoe. Comunitária do Bairro Ipiranga Assoe Com. dos Moradores da Vila Sta. Rita de Cássia
Assoe. Com. Bairro Jardim Alvorada Assoe Com. dos Moradores da Vila Senhora Santana do
Assoe. Com. Bairro Jardim Leblon Cafezal.
Assoe Com. Bairro Salgado Filho Assoe Com. da Vila Itaú e Magnesita
Assoe. Com. Bairro São Gabriel Assoe. Com. da Vila N. Senhora de Fátima
Assoe. Com. Bairrq Vera Cruz Assoe. Com. da Vila São Gabriel
Assoe. Comunitária Ündéia Assoe, dos Moradores do Bairro Parque Copacabana
Assoe Com. Moraoores e Amigos do Bairro N. Sra da Glória Assoe, dos Moradores do Parque Jardim Guanabara
Assoe Com. Pró-Melhoramentos do Bairro Maria Gorette e Assoe. Pró-Melhoramentos do Bairro Jardim Filadélfia
Vilas Adjacentes Assoe. Pró-Melhoramentos da Vila Cemig
Assoe. Comunit Vila Itaü e Magnesita Caixa Escolar João Alphonsus
Assoe, de Desenv da Região do Pindorama Centro Educativo Cândida Cabral 13 projetos)
Assoe João X X I I I Centro Educativo Com. Israel Pinheiro
Assoe dos Moradores do Parque Jardim Guanabara Conselho Com. Assis Chateaubríand
Assoe. N. Sra. do Belo Ramo Conselho Desenv. Bairro Aarão Reis
Assoe. Sto. A m . de Proteção a Maternidade e a Infância Conselho Desenv. União Livre
Assoe. Unidos do Bairro Nova Vista Fundação Educacional dos Amigos de Nossa Senhora
Centro Educativo Cândida Cabral Grupo Espirita Francisco de Assis
Centro Educativo Com. Israet Pinheiro Jovens e Adultos a Serviço da Comunidade
Jovens e Adultos a Serviço da Comunidade União Comunitária Ribeiro de Abreu
Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte
Sociedade dos Amigos da Serra . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S (31 projetos)
Ação Social N Sra. Aparecida
. M E L H O R I A S URBANAS (21 projetos) Ação Social da Paróquia S.José Operário
Assoe. Beneficente dos Moradores da Vila (Cabana) Ação Social S. João Bosco
Assoe Com dos Amigos do B. N Sra. da Giona (AMANSGLO) Assoe. Benet. dos Moradores da Vila (Cabana)
Assoe. Com, Bairro Itamarati Assoe. Com. Alípio de Melo (ACAM)
Assoe Com. do Bairro Jardim Leblon Assoe Com. do Bairro Jardim Alvorada
Assoe. Com. Esperança da Vila Mariana Assoe. Com. do Conjunto Lagoa (2 projetos)
Assoe. Com Evangélica Sunamita Assoe. Com. do Parque S. João Batista
Assoe. Com, dos Moradores da Vila Senhora Santana do Assoe Com. Santa Margarida
Cafezal (2 projetos) Assoe dos Moradores do Bairro Betânia
Assoe Com SenhOf dos Passos Assoe, dos Moradores do ConL Bom Sucesso
Assoe Com da Vila Senhora de Fátima Assoe, dos Moradores do Conj. Helena Antipotf
Assoe Com da Vila São Gabriel Assoe. Moradores do Parque Jardim Guanabara
Assoe dos Moradores do Bairro Parque Copacabana Assoe. Moradores da Vila Santa Rita de Cássia
Assoe, dos Moradores da Vila Mar cola Associação de Obras Sociais
Assoe dos Moradores da Vila Santa Rita de Cássia Associação Pró-Melhoramentos do Bairro Jardim Filadélfia
Assoe dos Moradores da Vila das Antenas ligadas á Leonina Associação Unidos do Bairro Nova Vista
Assoe Ptó-Melhoramemos da Vila Cemig Centro Educativo Cândida Cabral 42 projetos)
Jovens e Adultos a Serviço da Co/nunidade (JASC)
Centro Educativo Comunitário Israel Pinheiro
Sociedade Beneficente da Vila N. Sra Conceição
Centro Espirita Tenda do Silêncio
Uniá"o Com. da Barragem Sta. Lúcia
Comité Pró-Melhoramentos do Bairro Seo Marcos
Uniáo Comunitária Prado Lopes
Conferência Particular Santa Mônica da SSVP
União Comunitária Ribeiro de Abreu (UCRAI
União Comunitária da Barragem Santa Lúcia
Conselho Particular SSVP Santo Afonso
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO (40 projetos) Grupo Espirita Francisco de Assis
Ação Com Bairro Paraíso Pequena Agência da Sagrada Família
Açáo Com. Evangélica Sunamita Sociedade Amigos da Serra
Ação Social N Senhora Perpétuo Socorro União Comunitária Ribeiro de Abreu
Ação Social São João Bosco União dos Trabalhadores da Periferia de Belo Horizonte
Assoe, de Apoio Comunit ao Conjunto Túnel de Ibiritó
Assoe. Com. do Bairro Al Ipio de Melo . L E G A L I Z A Ç Ã O DE TERRAS URBANAS (2 projetos)
Assoe. Com. do Bairro Belo Ramo Associação Pró-Melhoramentos da Vila Cemig
Assoe. Com, do Bairro Campo Alegre Associação Comunitária Moradores da Vila Sra. Santana do
Assoe. Com. do Bairro Jardim Alvorada Cafezal
BETIM VESPASIANO

H A B I T A Ç Ã O POPULAR SERVIÇOS COMUNITARIOS


Instituto Bohindra
Associação de Promoção è Maternidade. Infância e Velhice

SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Serviço de Assistência da Paróquia S5o Francisco de Assis
Associação Mineira de Amparo e Reintegração Social
CAETÉ

Interior
SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Sociedade Musical Senhora Mae de Deus
Sindicato Trabalhadores Rurais de Caeté

CONTAGEM

H A B I T A Ç Ã O POPULAR AGUAS FORMOSAS


Umáode Defesa Comunitária (UOC)
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
AssociscSo Comunitária do Bairro Jardim Laguna (ACJALA1
Sindicato Rural de Aguas Formosas

M E L H O R I A S URBANAS
AIMORÉS
Associação Pró-Melhoramentos do Bairro Novo Progresso
Assooiacao Moradores da Vila Estrela D'Alva e Sao Mateus N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aimorés
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Conjunto Habitacional Agua Branca
AIURUOCA
SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Ação Social Nossa Senhora do Perpetuo Socorro . HABITAÇÃO POPULAR
Associação Comunitária do Bairro Jardim Industrial Conferência S. Vicente de Paulo
Sociedade Evangélica Beneficente do Eldorado
União de Defesa Comunitária ALAGOA
Associação Comunitária do Bairro Jardim Industrial
Associação dos Moradores da Vila Estrela D'A Iva e Sèo Mateus . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Fundação Municipal de Saúde
IBIBITÉ
ALFENAS
H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Paroquia Nossa Senhora Aparecida de Sío Miguel . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
União Operária de Alfenas
M E L H O R I A S URBANAS
Associação Comunitária do Bairro Brasília ALMENARA

NUTfítÇÂO E ABASTECIMENTO H A B I T A Ç Ã O POPULAR


Paroquia de Nossa Senhora Aparecida de Sao Miguel
Conselho de Desenvolvimento Comunitário de Divisõpolis
*
SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
ALVARENGA
Centro Social do Distrito de Sarzedo
Assoe. Comunitária do Rosário para Desenvolvimento e , N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assistência Caixa Escolar Afonso Pacifico da Silva
Assoe' Comunitária Bem Estar Estrela do Sul
. M E L H O R I A S URBANAS
Açào Social Paroquial -- ASPA
Caixa Escolar Afonso Pacifico da Silva
Assoe Comunitária do Bairro Brasília
Assoe Comunitária do Bairro Jardim dai Rosas
Assoe. Feminina do Sol Nascente A N D R É FERNANDES

RIBEIRÃO DAS NEVES . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S


Sindicato dos Trabalhadores Rurais de André Fernandes
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assoe. Comunitária Bairro Esperança em JustinOpolis ARAÇAI

SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Auoc. Comunitária do Bairro Esperança em JustinOpolis Centro Social Desportivo de A raça (

SABARÂ ARAÇUAI

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Consórcio de Entidades de Assistência e Promoção Social
Assoe Cornun. da Vila S. José e Adjacências de G«n.Carneiro (CEAPSi
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO ARAGUARI
Associação Cidade de Sabará
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
SANTA LUZIA
Associação Beneficente Amigos de Araguari

H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Grupo de Jovens União, Amor e Paz
Conselho Municipal do Bem Estar do Menor
Sociedade Eunice Weaver
ME LHORIAS URBANAS
Irmandade Sào Joio de Deus ARAÚJOS
SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Grupo de Jovens Uniáo, Amor e Paz Í3 projetos!
Conselho Particular Vicentino
BALDIM CACHOEIRA O A PRATA

N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Associação Cidade de Baldim Centro de Desenvolvimento de Cachoeira da Preta

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Centro Social Desportivo de Baldim Centro de Desenvolvimento de Cachoeira da Prata
Conselho Municipal do Bem Estar do Menor
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Centro Social Desportivo de Baldim CAETANÓPOLIS

BAMBUÍ' . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Conselho Particular Santo Antônio de Caetano polis
, N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Associação Bambu iense de Promoção e Assistência SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Conselho Municipal do Bem Estar do Menor Conselho Particular Santo Antônio de Caetanópolís

, SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Associação Bambu iense de Promoção e Assistência CAJURI

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Rotary Club de Bambuí Conselho de Desenvolvimento Comunitário de Paraguai

BARBACENA CAMPO BELO

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . M E L H O R I A S URBANAS
Sociedade de Assistência Escolar Cultural da Mantiqueira Associação dos Amigos da Cidade de Campo Beio

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Fundação Joio X X I I I (dois projetos) Associação dos Amigos da Cidade de Campo Belo

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
BARRA LONGA Associação dos Amigos de Cidade de Campo Belo

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S CANDEIAS
Associação Comunitária de Barra Longa
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
BERILO Serviço de Obras Sociais - SOS

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR CAPINOPOLIS
Patronato Agrícola Levivelvia
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Captnópolis
BIAS FORTES
CARANGOLA
. MELHORIAS URBANAS
Conselho Particular Vicentino de Bias Fortes (2 projetos) . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Consórcio de Entidades de Assistência e Promoção Social
BOCAINA DE M I N A S
. M E L H O R I A S URBANAS
H A B I T A Ç Ã O POPULAR Consórcio de Entidades de Assistência e Promoção Social
(2 projetos)
Associação de Proteção à Maternidade e Infância
- N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
BOM DESPACHO Consórcio de Entidades de Assistência e Promoção Social
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Movimento de Jovens Cristãos Roda Viva C AR AT INGA
BOM SUCESSO . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caratinga
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
SSVP •• Conselho Particular de Bom Sucesso . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Conselho Municipal do Bem Estar do Menor
. SERVIÇOS COMUNITÁRIOS
Casa da Amizade das Senhoras dos Roiarianos CARLOS CHAGAS
BRUMADINHO SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Centro Comunitário Rural de Epaminondas Otoni
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Centro Comunitário Rural de Presidente Pena
Fraternidade do SARVAS
Conselho Comunitário Rural de São Julião

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS CARMO DO RIO CLARO


Fraternidade do SARVAS
SERVIÇOSCOMUNITARIOS
BUENO POLIS Clube das Mães de Carmo do Rio Claro

. MELHORIAS URBANAS
Centro Social Desportivo de Buenópolis

SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Centro Social Desportivo de Buenópolis
CARRANCAS COUTO MAGALHÃES DE MINAS

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Centro Social de Assistência e Saúde ao Menor Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Couto
Magalhães
CARVALHOS
CRISTAIS
H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Associação de Proteção è Maternidade e Infância . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Conselho Pan. Vicentino da Cidade de Cristais
CÁSSIA
DATAS
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Fundação Ana Melo Azevedo (FAMA) . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Assistência Social Oivino Espirito Santo
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Associação de Proteção à Maternidade e Infância DESCOBERTO

CLÁUDIO . MELHORIAS URBANAS


Assistência Social Descobartense
. MELHORIAS URBANAS
Casa de Menores São Tarcísio DIAMANTINA

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Conselho Pan. Nossa Senhora das Dores Ascenomig
Conmlho Central Metropolitano de Diamantina SSVP
CONGONHAS DO NORTE
. MELHORIAS URBANAS
H A B I T A Ç Ã O POPULAR Associação dos Moradores e Amigos de Inhaf
Fundação Municipal de Saúde de Congonhas do Norte Sociedade Protetora da Infância
Mov. Criatividade Comunitária de Rio Grande (M OCR ICO)
CONSELHEIRO PENA
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO Núcleo Local Espírito Santo
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conselheiro Pena Fundação Distrital Pró-Desenvolvimento S.João da Chapada

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
CORAÇÃO DEJESUS Ascenomig
Conselho Central Metropolitano de DiamentirtaSSVP
. MELHORIAS URBANAS Ass. dos Moradores e Amigos de Inhal
Conselho de Desenvolvimento Comunitário de S.Bento Fundação Distrital Pró-Desenvolvimento S.Joáb da Chapada
(2 projetos) Assoe. Distrital Pró-Desenvolvimento Senador Mourão
Soe. Protetora da Infância
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO União Operária Ben et. de Diamantina
Conferência S. Vicente de Paulo Soe. Benef. N. Senhora do Perpétuo Socorro

. SERVIÇOS C O M U N I T A R I O S DIONÍSIO
Conselho Desenvolvimento Comunitário de S. Bento
(2 projetos) . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Conselho Desenvolvimento Comunitário de Espigão Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dionísio
Conselho Desenvolvimento Comunitário de Ginete

DIVINÓPOLIS
CORDISLANDIA

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Conselho d» Desenvolvimento Comunitário Aliança Oivinopolitana Assist. Promocional
Lar das Meninas

CO RO ACI DOM JOAQUIM

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Associação Produtores Rurais de Encruzilhada Conferência S. Vicente de Paulo

COROMANDEL DOM SILVÉRIO

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Fundação Social Educacional do Menor Com. de Saúde de São Tomé
Sind. Rural de Dom Silvério
. MELHORIAS URBANAS
Fundação Social e Educacional do Menor DONA EUZÉBIA

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Fundação Social e Educacional do Menor Sind. Trabalhadores Rurais de D. Euzébia

. SERVIÇOS C O M U N I T A R I O S ELÓI MENDES


Fundação Social e Educacional do Menor
Santa Casa de Misericordia . H A B I T A Ç Ã O POPUl AR
Caixa Escolar Ludovico Padovani
CORONEL FABRICIANO
ENGENHEIRO NAVARRO
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Sociedade São Vicente de Paulo . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Obra Unida Santos Reis
. MELHORIAS U R 8 A N A S
Conselho Central de Cel. Fabriciano
ER V A L I A FUNILÂNDIA

- SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Soe. Sâo Vicente de Paulo Assoe. Prol. à Maternidade. Infância e Velhice de Funilándia

ESMERALDAS . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Centro Social Desportivo de Funilándia
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Fundação Caio Martins GOVERNADOR VALADARES

FELISBERTO C A L D E I R A . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Instituto Trabalho e Açáo
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR Assoe. Proteção â Maternidade e à Inf. de Gov Valadares
Associação Quinze de Agosto Assoe. Com. do Jardim Pérola
Consórcio de Entidades de Assist. e Promoção Social
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO (CE APS)
Associação Quinze de Agosto
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS Grupo Gente Nova
Associação Quinze de Agosto (2 projetos)

FELIZBURGO
GUARANESIA
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Assoe, de Proteção è Maternidade e Infância de Felizburgo
Lions Clube de Guaranesia
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Assoe de Proteção à Maternidade e Infância de Felizburgo GUARARÁ

FERROS . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Instituto Dona Silva
. M E L H O R I A S URBANAS
Assoe. Benef. da Comunidade de Cubas GUARDA—MOR

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS . MELHORIAS URBANAS


Assoe. Benel. da Com. de Cubas Conselho Desenv. Com. de Guarda-Mór

FLORESTAL . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Conselho Desenvolvimento Com. de Guarda-Mór
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR {2 projetos)
Cons. Comunitário de Desenvolvimento de Florestal

. M E L H O R I A S URBANAS
GUAXUPÉ
Cons. Comunitário de Desenvolvimento de Florestal
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Centro de Estudos e Ação Social

FORMIGA N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Centro de Estudos e Ação Social
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR Creche N. Sen hora A perecida
Consórcio de Entidades de Assitt. e Promoção Social (CE APS)
IBITURUNA
MELHORIAS URBANAS
Centro Rural de Serrinha . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Centro Rural de Cunhas Assoe. Proteção a Max e Infância de I bitu runa

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO IGARAPÉ
Sociedade São Vicente de Paulo
Associação de Assist. aos Menores de Formiga . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Soe Beneficente Padre Reinaldo Foxíus
Cons. Com. Reg. I tau na

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS IGUATAMA
Irmandade do Cortgado de Sta. Efigênia
Centro Com. Córrego Fundo do Meio M E L H O R I A S URBANAS
Obras Sociais da Paróquia Sag. Coração Jesus InsL Paroquial de Libertação e Saúde Comunitária
Soe S. Vicente de Paulo de Formiga
Centro Com. Rural de Ponte Vila
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Centro Com. Rural de Santa Luzia
Inst. Paroquial de Libertação e Saúde Comunitária
Centro Com. Rural de Padre Doutor
Conferência N. Sra. da Abadie de Porto Real de S. Francisco

F O R T U N A DE M I N A S
ITABIRA
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Caixa Escolar de Beira Córrego
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Club da Fraternidade Sag. Coração de Jesus
FRANCISCO SÁ Assoe. Amigos do Bairro Juca Rosa
Assoe Lares Major Lagee Giannetti
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Assoe. Desenvolvimento Com. de Francisco S i IT ABI RITO
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Casa da Amizade das Senhoras dos Rotarianos
Cons. Particular da SSVP
IT A G U A R A JACINTO

. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Conferência S. Pedro de AlcSrttara SSVP Conf. N. Senhora das Graças da SSVP
Casa de Dona Dórica
JAPARAIBA
SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Casa de Dona Dórica (2 projeto») . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Caixa Escolar "Cap. Ulisses Pacheco Lima" Sind. dos Trabalhadores Rurais de Ja paraíba

ITAJUBA JEQUITIBA

. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Assoe. Antigas Alunas da Providência Centro Social Detp. de Jequitiba
Assoe, de Pais e Amigos dos E xcapcíonais
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS Centro Social de Jequitiba
Assoe. Antigas Alunas da Providência Cons. Desenvolvimento Com. de Vargem Bonita

JEQUITINHONHA
ITAMARANDIBA
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS Inst Educacional de Jequitinhonha
Assoe Com. Amigos de Itemarandiba
. M E L H O R I A S URBANAS
ITAMBACURI Inst. Educacional de Jequitinhonha

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Mav. Cultural Jtavm Inst. Educacional de Jequitinhonha Í3 projetos)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S Inst Educacional de Jequitinhonha (3 projetos)
Creche José Rodrigues da Silva Hospital Sao Miguel

ITAMONTE JOAIMA

H A B I T A Ç Ã O POPULAR . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Obras Sociais da Paróquia de Itemonte Augusta e Respeitável Loja Maçónica Ilha dos Vigilantes

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Melhoria e Conclusão da Casa de Caridade de Itamonte Sind. Rural de Jó*Ima

ITANHANDU . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Augusta e Respeitável Lp>a Maçónica Ilha dos Vigilantes
. H A B I T A Ç Ã O POPULAH Sind. Rural deJosJma
Assoe, dos Senhoras de S.Vicente de Paulo
JORDÂNIA
ITAOBIM
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S Conferencia N. Sra. do Desterro - SSVP (3 projetos)
Soe. de Mães de Itaobim (SOMAS) Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jordânia

ITAPEGERICA . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Conferência N. Senhora do Desterro - SSVP
. MELHORIAS URBANAS
Assoe. Com. do Bairro Sío Bom Jesus {2 projetos) JOSÉ DE MELO

ITATIAIUÇU . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Sind. Trabalhadores Rurais de José de Melo
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Assoe, da Cidade de Itatlaiuçu JUIZ DE FORA
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S . MELHORIAS U R B A N A S
Cons. de Desenvolvimento Comunitário de Unheiro Conselho Com. Distrital de Torrões

ITAÚNA . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Soe. Pró-Melhoramento da VilaSta. Terezinha
SERVIÇOSCOMUNITARIOS Soe. Pró-Melhoramento do Bairro S. Judas Tadeu
Fundação Frederico Ozanam de Itaúne
JURUAIA
ITUIUTABA
H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO Assist Social da Paróquia de Juruaia
Assoe, dos Amigos de Ituiutaba
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
JABOTIC A T U 6 A S Assist. Social da Paróquia de Juruaia
Assist. Social da Paróquia de Juruaia
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Cons. Desenvolvimento Com. Sê© José da Serra LAGAMAR

H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Obras Sociais da Paróquia da Lagamar
LAGOA D A PRATA MATEUS LEME
H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Sind. Rural de Lagoa da Prats Centro Social Rural da Comunidade de Boa Vista
SSVP de Lagoa da Prata Cons. Part. Sto.António de Mateus Leme
Soe. Beneficente de Socorro aoi Pobres Assoe. Lítero Benef. Sta Terezinha

N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO M I N A S NOVAS
Sind. Rural de Lagoa da Prata {2 projetos)
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S Conselho Comunitário de Desenvolvimento de Lagoa Grande
Soe Beneficente de Socorro aos Pobres
Soe São Vicente de Paulo {3 projetos) . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Soe de Serviços de Obras Sociais Sociedade Unidos Lemepradenses

LAJINHA MINDURI

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Assoe. Com. de Professor Sperbtn Assoe Prot à Maternidade e infância

LAVRAS MO EMA

N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Assoe. Comunitária de Lavras Conselho Particular SSVP

LIBERDADE M O N T E CARMELO

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Fundação Afto do Rio Grande Grupo Santo Agostinho

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Fundação Alto do Rio Grande Grupo Santo Agostinho

LIMA DUARTE MONTES CLAROS

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Sind. Rural de Lima Duarte GREIS

LUZ . MELHORIAS URBANAS


Conf. Vicentina S. Norberto da SSVP
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Conselho Particular de Luz SSVP N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
GREIS
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Cons. Municipal Bem Estar do Menor . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Conf. Vicentina S. Norberto
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS Lions Tropeiro
Cons. Particular de Luz SSVP
Com. Municipal Bem Estar do Menor M O R R O DO PILAR

MACHADO . HABITAÇÃO POPULAR


Fund. Mun. de Saúde de Morro do Pilar
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Creche Sinai . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Fund. Mun. de Saúde de Morro do Pilar
MANHUAÇU
MUTUM
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Fundação Espírita Rodolfo Henriques . N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Fundação Manhuacuense de Promoção Humana Sind. dos Trabalhadores Rurais

MANTENA MUZAMBINHO

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO , SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Sind Trabalhadores Rurais de Mantena Asilo S. Vicente de Paulo (2 projetos)
Creche Helena Dipa da Silva
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Centro Com. " O Bom Pastor" NANUQUE

MARIANA . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Centro Com. Rural de Vila Pereira
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS Centro Com. Rural de Jabil Passos
Obras Sociais N. Sra. da Glória de Passagem de Mariana
N O V A REZENDE
MATERLÂNDIA
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO Fundação Jo*o s 'va
;

Fundação Municipal de Saúde de Materlándia


NOVASERRANA
SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Fundação Municipal de Saúde de Materlándia MELHORIAS URBANAS
Obras da Capela de N. Sra. do Carmo de Boa Vista
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S POÇOS DE CALDAS
Conselho Particular da SSVP {2 projetos)
Assoe Pais e Mestres da Escola Estadual de Ripas . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Fundação de Assistência ao Menor
NOVO CRUZEIRO
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR Soe. Amigos do Bairro Sto. Andre e Vila Menezes
Conf. S. Vicente de Paulo
PONTE N O V A
OLIVEIRA
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. MELHORIAS URBANAS Consórcio de Ent. de Assist. e Prom. Social (OEAPS)
Assoe Com. Bairro dai Graças
POUSO A L E G R E
OURO PRETO
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS Movimento Social de Prom. Humana (3 projetos)
Benef. Padre Pedro Arbues
Assoe Com. Operária Terra de Cristo PRESIDENTE KUBITSCHEK
Sind. Trabalhadores Rurais
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
PAINS Ação Social N. Sra. das Dores - ASSE D

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR PRUDENTE DE M O R A I S
Conselho Particular SSVP
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. M E L H O R I A S URBANAS Centro Social Desportivo da Prudente da Moratt
Centro Com. Rural de Capoeirâo
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
PARA DE M I N A S Lar da Criança Maria Felisbina de Souza

. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Sind. Rural de Pará de Minas Centro Social Desportivo Prudente de Moreis
Centro Social Desportivo da Campo de Santana
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Assist. Laical para Emancipação e Madureza - SALEM RAUL SOARES

PARAGUAÇU . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Assoe, de Proteção ê Velhice
N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO Assoe Proteção è Mat. e Infância de Raul Soares
Fundação 1 8 d e Março
RIO CASCA
PASSA V I N T E
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. L E G A L I Z A Ç Ã O DE T E R R A S URBANAS
Soe. Ação Assist. e Prom. N. Sra. da Conceição
Fund Mun. de Saúde de Passa Vinte

PATROCÍNIO RIO PIRACICABA

. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Projeto de Desenvolvimento Educacional de Rk> Piracicaba
Assoe. Pais e Amigos de Excepcionais
RIO POMBA
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Mov. Social de Promoção do Adolescente
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assoe. Pais e Amigos de Excepcionais
Assoe. Cidade de Rio Pomba
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
RIO DO PRADO
Assoe. Apoio Com. do Conj. Hab. Sertãozinho
Patronato Cal. João Cândido
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Lar da Criança de Patrocínio
Assoe, aos Amigos de Pai mó polis

PAULISTAS . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assoe, dos Amigos de Pai mó polis
. MELHORIAS URBANAS
Conf. Vicentina de S. José da SSVP . SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Assoe, dos Amigos de Palmópolis (2 projetos)
PERDIGÃO
RIO PRETO
. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Irmandade N. Sra. do Rosário de Perdigão . MELHORIAS URBANAS
Assoe Prot. à Mat. e Int. de Rio Preto
PIRACEMA Assoe. Prot. á Mat. e Inf. de Rio Preto

. N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO . N U T R I Ç A O E ABASTECIMENTO
Sind. Trabalhadores Rurais de Piracema Assoe. Prot. á Mat. e Inf. de Rio Preto

PIUMHI' RUBlM

. SERVIÇOSCOMUNITARIOS . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Sind. Trabalhadores Rurais de Piumhl Irmandade S. Vicente de Pauto
Assoe. Prol. a Mat.. Infância e Adolescência de Piumhl
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Irmandades. Vicente da Paulo
SABINÓ POLIS . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Cons. Desenv. de Taruaçu
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR Assist. Social Descobartense
Comis. de Desenv. de Carlos Afves
Assoe de Prol. è Mel. e Infância

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
SAO JOSÉ DO G O I A B A L
A K O C . Prol. è Mat. e Infanda
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Obras Sociais de S. José
SALINAS Sind. Trabalhadores Rurais

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
SAO JOSÉ D A V A R G I N H A
Liga Operária Benef icentrde Salina*
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
SALTO D A D I V I S A Sind. Trabalhadores Rurais

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO SAO SEBASTIÃO DO M A R A N H Ã O


Caixa Escolar "Coronel Tino"
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Sind. Rural de S. Sebastião do Maranhão
S A N T A M A R I A DO I T A B I R A

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S SAO SEBASTIÃO DO OESTE


Atsoc. Prot. è Mat. e Infância
Conf. de S. Vicente de Paulo . MELHORIAS URBANAS
Cons. Desenv. Mun. de S. Sebastião do Oeste
S A N T A N A OO PIRAPAMA
SERVIÇOSCOMUNITARIOS
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S Cons. Desenv. Mun. de S. Sebastião do Oeste
Centro Social Desportivo de Santana de Pirapama
SAO SEBASTIÃO DO PARAÍSO
SANTO A N T Ô N I O DO AMPARO
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR Associação de S. Sebastião do Paraíso
Sind. Trabalhadores Rurais
Cons. Pan. SSVP de Sto.Antônio do Amparo SARDOA

SANTO A N T Ô N I O DO JACINTO . MELHORIAS URBANAS


Fundação Municipal de Saúde de Sardoá
. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
Sind. Trabalhadores Rurais N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
F undaçao Municipal de Saúde de Sardoá
SANTO A N T Ô N I O DO M O N T E
SETE LAGOAS
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Santa Casa de Misericórdia . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Serv. Promocional de Assist. à Família - SERPAF
SANTOS D U M O N T Assoe. Prot. e Amparo â Fam. da Com. Pan. de S. óeraldo

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. MELHORIAS URBANAS
Cons. Desenvolvimento de Sto.AnL do Patrimônio dai Conselho Com. S. Sebastião do Lontra
Paivas Cons. Desenv. Com. da Comunidade de Vargem Bonita

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
C o m Oesenv. S A n t do Património das Paivas
Cons. Oesenv. Com. da Comunidade de Vargem Bonita
Cons. Com. de S. Sebastião do Lontra
SAO DOMINGOS DO P R A T A Creche "Regina Apostolorum" Casa das Crianças

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR . SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Obras Sociais S. Domingos de Gusmão Serv. Promoc. de Assist. è Família - SERPAF
Cons. Com. S. Sebastião do Lontra
Centro Social de Caridade Espirita Setetagoana
. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Centro Espirita Cristão Silva Jardim
Obras Sociais S. Domingos de Gusmão
Cons. Comunitário do Barreiro
Sind. Trabalhadores Rurais
Centro Soe. Comunitário Sele Lago ano
Cons. Central de Sete Lagoas SSVP
. SERVIÇOSCOMUNITARIOS
Serv. Prom.de Assist. a Família - SERPAF
Obras Sociais S. Domingos de Gusmão
SI M O N ÉS IA
SAO G O N Ç A L O OO SAPUCAl'

. SERVIÇOS C O M U N I T Á R I O S . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assoe. S José do Rio Preto
Casa da Criança Centro Social

SAO JOÃO E V A N G E L I S T A T E Ó F I L O OTONI

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Consórcio Ent. AsslL e Prom. Social - CEAPS
Conf. SSVP de S. João Evangelina

SAO JOÃO NEPOMUCENO . M E L H O R I A S URBANAS


Assoe, de Prot A Velhice
M E L H O R I A S URBANAS
Cons. Oesenv. de Taruaçu . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Sind. Trabalhadores Rurais
Centro Com. Morro do RádK»
Centro Com. Palmeiras
. SERVIÇOSCOMUNITÂRIOS V I R G E M D A LAPA
Centro Com. Morro do Radio
Consórcio Ent. Assit. e Prom. Social - CEAPS , SERVIÇOSCOMUNITÂRIOS
Centro de Atend. Paroquial de Sto. Andre Aprisco - V L (Povoado de Santana)
Centro Com. Rural de Cedro Aprisco - V L (S. João de Vacaria)
Centro Com. Rural de S. Juliao
Centro Com. Morro do Radio VIRGO LANDIA

TRÊS CORAÇÕES . M E L H O R I A S URBANAS


Fund. Mun. de Saúde da Virgoténdia
. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Soe S. Vicente de Paulo . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Fundação Mun. de Saúde
. SERVIÇOSCOMUNITÂRIOS
Soe. S. Vicente de Paulo V I R G I N O POLIS

TURMALINA . H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Hospital Sad José
. SERVIÇOSCOMUNITÂRIOS
Conf. S. Vicente de Paulo . N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
CNEC - Campanha Nacional da Escolas de Comunidade
TURVO LANDIA
VISCONDE DO RIO BRANCO
. SERVIÇOS C O M U N I T A R I O S
Cons. Mov. de Assist. Social . SERVIÇOSCOMUNITÂRIOS
Conselho de Desenvolvimento da Comunidade de Piedade
UBA de Cima

. MELHORIAS URBANAS
Conselho Desenv. Com. de Ubari

UBERABA

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assoe Municipal de Uberaba

UBERLÂNDIA

. H A B I T A Ç Ã O POPULAR
Assoe, de Imprensado Triangulo Mineiro e Alto Par ana (ba

VARGINHA

. N U T R I Ç Ã O E ABASTECIMENTO
Assoe Comunitária de Varginha
E Q U I P E DO P R O D E C O M

Secretário Executivo: Dilson Cosme Ramos

AREA N O M E P PO FISSÃO ORIGEM


Coordenador: Eduardo Afonso Mendes Fonseca economista SEPLAN
Luiz Antônio Barbosa Mendes técnico abastecimento SEPLAN

is
Zélia Lima Cunha socióloga SEPLAN

Coordenador: Flávio SBliba Cunha sooólogo FJP


Ari Mendes Faria Filho estagiário Engenharia SEPLAN
Armando Vignoli Neto estagiário Engenharia Credireal
Carlos Eduardo B. Leucas estagiário Engenharia SEPLAN
Carmelo Crisafulli Neto engenhei ro< FJP
Celeste Maria Resende Cardoso psicóloga FJP
< Ederson Lavarini Vieira estagiário Engenharia SEPLAN
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m
Evandro Ramos Leão técnico rodoviário DER
rr Flávia de Paula Duque Brasil estagiária Arquitetura Plambel
D Hélio César Martins engenheiro FJP
Joio Campos Viana Filho engenheiro DER
Marco Antônio Ribeiro de Oliveira engenheiro PBH
O Maria Solange de Castro Atayde engenheira FJP
I Reinaldo Landulfo Teixeira estagiário Engenharia SEPLAN
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UJ Rommel de Figueiredo Xavier estagiário Engenharia SEPLAN
Rose Vargas dos Santos engenheira DER
Rossini de Castro Linhares engenheiro DER
Salete Maria de Avila Reis Cruz administradora SEPLAN
Sérgio Roberto Avelar Araújo engenheiro DER
Soraya Simão Melgaço estagiária Engenharia SEPLAN
Tarcísio Augusto Carneiro estagiário Engenharia SEPLAN
Vil mar Herbert de Almeida estagiário Engenharia SEPLAN

•C Coordenadora: Sandra Drummond Gosling socióloga SEPLAN


O Adriana Faria Gontijo Assunção desenhista industrial Plambel
Djalma Campolina Camargos Portela estagiário Engenharia FJP
Gisele Vieira Gonçalves estagiária Arquitetura Plambel

M
Júnia Gonçalves de Castro arquiteta Plambel

5i
Maria da Conceição Aparecida enfermeira SEPLAN
Paulo Mendes Campos Magnani estagiário Engenharia FJP
U Ronaldo Resende Ribeiro auxiliar administrativo SEPLAN
O Coordenador: Onivaldo Ramos Leão economista MinasCaixa
< cr.
Fernando Volpi engenheiro FJP
Francisco Amaro Ferreira Neto auxiliar administrativo SEPLAN
leda Ferreira Rocha socióloga Sec. Educação
< cL Mônica de Freitas Santos arquiteta MinasCaixa
Z

1 v> • Coordenador: Maurício Campolina Libánlo sociólogo SEPLAN

3
Cláudia Vial estagiária Arquitetura Plambel
UJ
X
,C Giselha Luiza da Silva assistente social SEPLAN
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O <X
111 ~7
Pedro Lúcio Gomes Gil advogado FJP
. D Rosária Maria Dias Leite arquiteta Plambel
UJ rf Valéria Monteiro Campolina estagiária Arquitetura SEPLAN
- » í Waldemiro de Souza Fonseca economista SEPLAN

111
O . Coordenador: Antônio Marcos Noronha professor SEPLAN
< «t Aloisio do Couto sociólogo SEPLAN
~
rr *oj António Haddad jornalista SEPLAN
K _l lonni Tadeu de Sá socióloga SEPLAN
Marly Moysés Silva Araújo pedagoga Sec Educação
§> Terezinha Lezieux Silva
i<
socióloga SEPLAN

i Coordenadora: Terezinha Milagre 0 . Amorim administradora SEPLAN


z o Milton Côlen Júnior datilografo SEPLAN
< cc
Rubens Geraldo Stancioli administrador SEPLAN
u. o Vitória Rita Baracho Lotti bacharel em Letras SEPLAN

o * Responsável: Nice Rosemira Naves Caldeira assistente administrativa SEPLAN


> Adalto J. VaJeriano mensageiro SEPLAN
Catarina Maria Jorge Ribeiro secretária SEPLAN
Élton Aparecido da Silva mensageiro SEPLAN
Harailton Ananias de Souza datilografo SEPLAN
UJ - João Batista Corrêa mensageiro SEPLAN
t/í z Lúcia de Fátima Ribeiro auxiliar administrativa SEPLAN
O Oswaldo Teixeira Leite auxiliar administrativo SEPLAN
< Zuleika Dias Pedrosa assistente auxiliar SEPLAN
MIMAS GERAIS
MUNICIPIOS ATENDIDOS
CExceto R M B H )

LEGENDA

• KABITAÇ&0 PO'fi-AR

• MELKORiAS URBANAS


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• LEGAÍ-JZACAO DE TERRAS URBANAS

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