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EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) ...

PROCESSO: ...

...., já qualificada nos autos em epígrafe,


vem a presença de Vossa Excelência, por seus
procuradores, apresentar

CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO

interposto, na forma do artigo 42, § 2º da


Lei nº 9.099/95, requerendo a remessa dos autos para a
superior instância para a manutenção da respeitável
sentença recorrida.

Termos em que pede e aguarda deferimento.

Cuiabá-MT, 08 de março de 2018.

.......

CONTRARRAZÕES DO RECURSO INOMINADO


PROCESSO: .....

.....º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ/MT.

Recorrente:......
Recorrida: .....

EGRÉGIO COLÉGIO RECURSAL

COLENDA TURMA

ÍNCLITOS JULGADORES

Merece ser mantida integralmente a


respeitável sentença recorrida, em razão da correta
apreciação das questões de fato e de direito, conforme
restará demonstrado ao final.

DA TEMPESTIVIDADE

De acordo com o disposto no art. 42, § 2º, da


Lei nº 9.099/95, o Recurso Inominado deverá ser
respondido no prazo de 10 dias a contar da intimação
do recorrido. Assim sendo, considerando que a
Recorrida teve ciência da decisão no dia 26/02/2018,
verifica-se que as contrarrazões são tempestivas.

1. BREVE RELATO DOS FATOS

.......

2. DO DIREITO
Merece ser mantida em todos os seus termos a
respeitável sentença uma vez que a recorrente ofendeu
norma preexistente; causou dano a recorrida; e assim
existindo o nexo de casualidade entre um e outro como
demostrando na exordial.

E sendo assim desmerecem acolhimento os


argumentos da Recorrente, conforme restará comprovada
neste recurso, devendo, por tal motivo, ser negado
provimento do Recurso Inominado.

2.1. Das contrarrazões

A Recorrente, nas razões de seu recurso,


salienta e defende que a sentença combatida merece
reparo, quando, em síntese, sustenta que:

 DÉBITO REGULAR - COMPLETA DESCARACTERIZAÇÃO DOS


DANOS MORAIS - AUSÊNCIA DE NEGATIVAÇÃO – MERA
COBRANÇA – MERO ABORRECIMENTO.
 DA INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL – TOTAL AUSÊNCIA DE
PROVAS NOS AUTOS QUE DEMONSTREM O DANO SOFRIDO –
MERO DESCONFORTO INCAPAZ DE JUSTIFICAR UMA
INDENIZAÇÃO.
 VALOR EXAGERADO DA INDENIZAÇÃO FIXADA NO JUIZO A
QUO – NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE.
Bom, o fato danoso consubstancia-se em
qualquer forma de conduta comissiva ou omissiva
atribuída a requerida. Por sua vez, o nexo causal
representa a relação de causa e efeito entre o fato
verificado e o dano (prejuízo) decorrente da conduta
da empresa Recorrida.

Portanto, ante a demonstração e


enquadramento da responsabilidade objetiva que embasa
o litígio, verifica-se que a empresa Recorrida é
legitimada para a causa, por ato ilícito praticado no
atributo de suas funções, devendo responder de forma
objetiva e sem necessidade de demonstração de sua
culpa pelos danos causados, seja por determinação da
lei (CDC), seja por determinação da atividade
corriqueira desempenhada (Código Civil).

Uma vez traçada a responsabilidade da


Requerida pelo evento danoso, e sendo relação de
consumo, o próprio CDC, em seu artigo 14, diz que o
fornecedor possui RESPONSABILIDADE OBJETIVA, frente
aos riscos e danos ocasionados pelos atos que pratica,
afastando a necessidade de comprovação isolada de
eventual culpa ou dolo, ou mesmo de seus
representantes legais

Como já abordado fielmente na exordial, é


possível verificar a responsabilidade civil da
Requerida diante da ocorrência de danos de ordem
moral, em face da cobrança de uma MULTA ARBITRÁRIA E
INDEVIDA, e, em especial, da ameaça da inclusão do
nome da Requerente perante os órgãos de proteção ao
crédito.
O ilícito praticado pela recorrente, e
seu descaso, ultrapassaram o limite do razoavelmente
tolerável, impondo o consumidor prejuízos, transtornos
e angustias que jamais podia esperar de relação de
consumo de estilo, que deveria ser regrada pela
segurança e organização da fornecedora de serviços
públicos, e agora é obrigada a buscar seus diretos
judicialmente.

Lembrando que a Recorrida tentou por


diversas formas tentar resolver o litigio
extrajudicialmente com a Recorrente, porém sem êxito,
a Recorrente não achou que estava errada e ainda
ameaçou a Recorrida em colocar seu nome no SERASA, e
diante disso, para se prevenir e garantir seus
direitos a Recorrida entrou com a devida ação.
Totalmente triste e desapontada, depois de anos como
cliente para ser tratada com tanto descaso, uma vez
que é obrigação da recorrida em conduzir-se de forma a
atender as expectativas do consumidor, na prestação do
serviço, concretizando todas as providências
necessárias a resguardar sua integridade, física e
moral.

O dano moral pleiteado encontra-se


lastreado pela quebra da expectativa e segurança
depositados nos negócios jurídicos de estilo, jamais
esperando a recorrente que a recorrida fosse
desidiosa, a ponto de lhe acarretar gravames
indevidos.

Está presente inegavelmente, o dano moral,


pela cobrança de uma dívida incabível a ameaça da
inclusão do nome da Recorrente junto aos cadastros de
proteção ao crédito.

Resta evidenciada a existência do dano e do


nexo causal, cabendo à recorrida responder por sua
desídia no trato da relação de consumo, indenizando a
recorrente.

No que tange à prova do dano moral, mais uma


vez, por se tratar de lesão imaterial, desnecessária a
demonstração do prejuízo, na medida em que possui
natureza compensatória, minimizando de forma indireta
as consequências da conduta indevida, decorrendo o
dano do próprio fato verificado, mormente porque as
condutas ilícitas da recorrida fazem presumir os
prejuízos alegados, sendo denominado dano moral puro e
direito que desnecessita demonstração externa.

Ressalta-se que a Recorrente não tem de


jeito nenhum a intenção de se enriquecer ilicitamente,
uma vez que seis mil reais deferido pela magistrada
não a fará rica. Talvez a recorrida não entenda, pois
talvez seu tempo não seja tão precioso, mas a
recorrente trabalha o dia inteiro e estuda a noite,
não tem tempo para discutir, a única intenção era
diminuir gastos e não chegar em casa e ter mais dor de
cabeça. Porém, a Recorrida parece que não se importa
com seus clientes, só pensam em vender e ganhar
dinheiro. Esses transtornos suportados pela recorrida,
diante das inúmeras vezes que efetuou reclamações
perante a recorrente, no intuito de buscar solução
para o problema, configura direito de ser indenizada.
A magistrada entendeu perfeitamente que o tempo de
ninguém pode ser desconsiderado.

O nexo de causalidade, fica evidenciado


quando, em razão de um modo de conduta da recorrente,
a recorrida é cobrada por uma dívida que desconhece
por absoluto. Além disso, como afirmado alhures,
irrefutável a falha na prestação do serviço ante à
ameaça descabida de inserir o nome da recorrida nos
órgãos de restrições, maiormente quando sequer sabia
desse ônus, a multa de fidelidade.

Ressalta-se que como mesmo disse a recorrida


em seu recurso, a fidelidade é uma opção, e no caso
exposto a recorrente não teve acesso a essa informação
e muito menos aceitou essa fidelidade, uma vez que a
intenção da recorrida era apenas cancelar os serviços
e só continuou com os serviços em consideração e por
oferta de mensalidade mais baixa.

Nesses termos, configurada a existência


dos pressupostos essenciais à responsabilidade civil:
conduta lesiva, nexo causal e dano, a justificar o
pedido de indenização moral sim.

3. Do requerimento

Nessas condições, pede a Recorrida que esse


Egrégio Tribunal de Justiça, por uma de suas Turmas
Julgadoras, receba estas Contrarrazões e, à luz dos
argumentos nelas invocados, NEGUE PROVIMENTO AO
RECURSO INOMINADO.

Termos em que pede e aguarda deferimento.

Cuiabá-MT, 08 de março de 2018.

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