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ADOLESCÊNCIA, MORAL E ÉTICA.

O conceito adolescência pode ser descrito por diversas teorias, por exemplo, como uma
fase do desenvolvimento biológico iniciando-se com a puberdade até o amadurecimento sexual
ou reprodutivo; desenvolvimento psicológico observando-se padrões cognitivo emocionais
infantis até as características da fase adulta; período de desvinculação social econômica para
outra fase de relativa autonomia. Adolescência refere-se a um período de transição e seus
respectivos desafios do desenvolvimento humano, mudanças fisiológicas, amadurecimento
sexual, integração com grupos fora da família, estabelecimento de novos comportamentos e a
busca de uma nova identidade, agora individual. O indivíduo testando suas habilidades sociais,
capacidades e suas potencialidades para viver em grupos sociais diferentes dos de origem, rumo
a maturidade. (QUINTANA; ROSSI; VELHO, 2014)
Maturidade refere-se ao amadurecimento das estruturas psíquicas e cognitivas através
das relações da pessoa com meio social, gradativa e ininterruptamente da infância e
adolescência chegando a fase adulta, durante o desenvolvimento. Para alcançar este estado
porém é necessário o conhecimento de que durante este andamento estes sujeitos
simultaneamente passarão pelas avaliações morais, éticas e sociais por meio do processo de
aprendizagem social. “Maturidade psíquica seria um estado ideal final no processo evolutivo
humano, a convergência e a integração de todos os aspectos em uma personalidade estruturada
e definida”. (QUINTANA; ROSSI; VELHO, 2014, p.79.)
Teorias do desenvolvimento fundamentadas e produzidas por pesquisadores como o
psicólogo americano Lawrence Kohlberg (1927-1987) com sua Teoria do Desenvolvimento
Moral baseado na justiça e nas competências morais em cada idade, desde a infância, e Carol
Gilligan, nascida em 1936, filósofa e psicóloga que desenvolveu Teoria do juízo moral baseada
na ética, virtudes e cuidados e incluiu na sua pesquisa adolescentes do sexo feminino,
acompanhando-os até a idade adulta; estes autores demonstraram que existem estágios do
desenvolvimento moral das pessoas baseados em seus estudos sobre a infância e adolescência
e que estes estágios dependem da idade do indivíduo. (FORMIGA, 2012).
Se o processo de desenvolvimento for acompanhamento de adultos interessados podem
levar a um sujeito adolescente com bom entendimento, avaliação e critérios dos conceitos
morais, levando-os a realizarem boas opções e a administrarem suas ações pessoais e as
consequências destas. Possibilitar que os adolescentes participarem das escolhas para sua vida
de maneira autônoma e independente, em todos os estágios do desenvolvimento, não seria
somente ensinar e dar exemplos, é também explicar e demonstrar consequências e resultados
dos comportamentos para que estes possam avaliar suas experiências também em relação ao
outro. A socialização moral e ética deveria abranger o papel dos valores morais e das ações
corretas dentro daquele grupo social, para que todos sejam beneficiados coletivamente
(FORMIGA, 2012).
Surgem os grupos de controle responsáveis por organizar os conceitos, regras e padrões
de conduta moral e ética e de comunicá-las aos outros indivíduos deste grupo, são: família,
instituições religiosas e escolas, por exemplo. Quando estes agentes estão incongruentes estas
instituições de controle podem ser responsáveis pelo surgimento de um estado mental confuso
e pelo sentimento anormal de pertencimentos destes jovens e consequentemente do surgimento
de condutas desviantes. O adolescente não se sente mais integrado ao seu grupo social, sentem-
se abandonado por este mas também pode ocorrer que discorde das normais sociais vigentes;
existe a associação entre socialização e ética, sentimento anômico, ou de não pertencimento e
condutas sociais desviantes. Segundo Formiga, “condutas desviantes referem-se a um conjunto
de transgressões, somente aceitas como tal, ao se considerar um determinado contexto
sociocultural”, (Formiga, 2012), comportamentos em desacordo com os códigos, preceitos
morais e éticos que podem atingir a outras pessoas da comunidade, interferir no bem-estar
destas e cercear seus direitos transformando-se em condutas antissociais. (FORMIGA, 2012).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FORMIGA. S. Nilton. Socialização ética, sentimentos anômicos e condutas desviantes:


verificação de um modelo teórico em jovens. Salud & Sociedad. V. 3 . No. 1. Págs. 032 –
048. Janeiro/abril. 2012 . ISSN 0718-7475. Antofagasta (cidade) Chile. 2012. Acesso em 09 de
maio de 2018. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S071874752012000100003

QUINTANA. Manuel. Alberto. ROSSI. Garcia. Álvaro. VELHO. A.C. Maria Teresa.
Adolescência, autonomia e pesquisa em seres humanos. Revista. Bioética. (Impr.). 2014; 22
(1): págs. 76-84. Acesso em 10 de Maio de 2018. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/bioet/v22n1/a09v22n1.pdf

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