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FÍSICA

Prof. SÉRGIO GOUVEIA PROMILITARES  AFA/EFOMM/EN  MÓDULO 1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ______________________________________________________________ 3
2. A DESCRIÇÃO DE ALGUNS EXPERIMENTOS ______________________________________ 3
3. LEI DE COULOMB ___________________________________________________________ 5
4. A GRANDEZA CARGA ELÉTRICA (Q) _____________________________________________ 7
5. A FÓRMULA DE COULOMB ___________________________________________________ 8
6. UNIDADE SI ________________________________________________________________ 9
7. UMA TEORIA PARA OS FENÔMENOS DESCRITOS NO ITEM 2 ________________________ 9
EXERCÍCIOS DE COMBATE _____________________________________________________ 13
GABARITO__________________________________________________________________ 15

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CARGA ELÉTRICA

1. INTRODUÇÃO
Se atritarmos um pente de plástico com um pedaço de flanela verificaremos que o pente se torna capaz de atrair objetos leves
como fios de cabelo ou pedacinhos de papel. Costumamos dizer que o pente se “eletrizou” ou que “adquiriu eletricidade”.

A palavra eletricidade origina-se da palavra grega “elektron”, cujo significado é âmbar. O âmbar é uma resina fóssil amarela. No
século VI antes de Cristo o filósofo grego Tales, da cidade de Mileto, observou que ao atritar o âmbar com o tecido de sua roupa, ele
se tornava capaz de atrair corpos leves. Adquirir eletricidade significa adquirir a mesma capacidade do âmbar (elektron) quando
atritado.

Na verdade todo e qualquer corpo, quando atritado com outro, adquire esta propriedade. Passaremos a dizer que o corpo adquiriu
carga elétrica.

2. A DESCRIÇÃO DE ALGUNS EXPERIMENTOS


EXPERIMENTO 1
Suponha que dispomos de duas réguas, uma de vidro (V) e outra de plástico (P). Atritamos uma contra a outra e depois as
aproximamos. Verificaremos que após terem sido atritados as réguas se atraem.

Repetindo o experimento com vários outros materiais verificaremos que: Dois corpos atritados um com o outros, após atritados, se
atraem.

EXPERIMENTO 2
Atritemos um pedaço de vidro com lã. Aproximemos o pedaço de vidro de um pedacinho de metal (uma bolinha de papel de
alumínio) suspensas por um fio de linha de costura. A bolinha será atraída.

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Repetindo o experimento com outros materiais verificaremos que todo corpo que foi atritado se torna capaz de atrair objetos leves
e que não foram atritados.

EXPERIMENTO 3
Se, no experimento 2, permitirmos que a bolinha metálica toque o pedaço de vidro verificaremos que após o contato a bolinha é
repelida pelo vidro.

a)

b)

c)

Se, no entanto usarmos o mesmo pedaço de vidro (que foi previamente atritado com lã) e uma bolinha de cortiça seca,
verificaremos que a bolinha de cortiça permanecerá colada ao vidro durante algum tempo até que se solte dele.

Os diversos materiais se comportam ou de forma semelhante â bolinha metálica ou de forma semelhante à bolinha de cortiça seca.
Chamaremos condutores aos que se comportam como a bolinha metálica e isolantes aos que se comportam como a bolinha de
cortiça.

EXPERIMENTO 4
Vamos agora tomar duas bolinhas de vidro e duas bolinhas de plástico. Atritemos as de plástico com seda e as de vidro com lã.
Coloquemos-nas em presença como indicado abaixo:

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(1)

(2)

(3)

Experimentado com outros materiais verificaremos que ou se comportam como o vidro – e diremos que adquiriram carga elétrica
positiva (+), ou se comportam como o plástico – e diremos que adquiriram carga negativa (-).

O experimento 4, pode ser resumido com as figuras:

(1)

(2)

(3)

Concluímos que:

 Na natureza há duas espécies de carga elétrica;


 Cargas de mesma espécie repelem-se, cargas de espécies diferentes atraem-se.

Chamaremos a um objeto que não manifesta ações elétricas.


As conclusões acima são conhecidas como leis de Du Fay (1698 – 1739)

3. LEI DE COULOMB
Coloquemos duas esferas pequenas, com cargas elétricas, a uma distância r uma da outra e façamos a medica da força com que
interagem.

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Fazendo com que apenas r varie e medindo os sucessivos valores de orça obtemos uma tabela como a que segue.

Observe que:

2 2
r r F F
25F x    16F     F . r²   .  4r  ²   5r  ²
 5 4 16 25

O que é o mesmo que dizer:

Força x quadrado da distância = constante

Pode-se repetir o experimento com outros corpos carregados com cargas de mesma espécie ou de espécies diferentes, não importa,
o resultado é o mesmo:

Corpos carregados, de pequenas dimensões, interagem com uma força proporcional ao inverso do quadrado da distância entre eles.

A constante K da expressão (1) depende do meio material entre os dois pequenos corpos.

Corpos carregados de dimensões pequenas, isto é, muito menores que a distância r entre eles serão doravante denominados
“cargas pontuais” (pontos com cargas) tal é a Lei de Coulomb:

“A força entre duas cargas pontuais, num mesmo meio, é proporcional ao inverso do quadrado da distância r entre elas”.

As forças têm a direção da reta que une as cargas e têm mesmo módulo F e sentidos opostos.

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4. A GRANDEZA CARGA ELÉTRICA (Q)


Chamaremos carga elétrica de um corpo ao seu poder de exercer força (atrativa ou repulsiva) sobre um outro corpo.

Para definir a grandeza carga, necessitamos de um critério de igualdade e de um critério de multiplicidade.

Tais critérios, que são arbitrariamente tomados, são os seguintes:

• Critério de igualdade

Dadas duas cargas qA e qB diremos que são iguais se, à mesma distância, exercerem sobre uma terceira carga qC, forças de mesmo
módulo.

• Critério de multiplicidade

Se FAC  nFBC , então qA  nqB

O critério de multiplicidade acima define carga como uma grandeza proporcional à força que produz.

Com efeito:

FAC q
 n, e A  n
FBC qB

Logo:

FAC qA FAC FBC


    c te
FBC qB qA qB

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5. A FÓRMULA DE COULOMB

F12  -F21
F12  - F21  F

F12  q1  F  q1
F21  q2  F  q2
1 1
F 2
F  2
r r

q1q2
Logo: F 
r2

q1q2
F  cons tante x
depende do meio r2

q1q2
F  Kmeio
r2

Quando o meio é o vácuo a constante Km é representada por Kc. O valor de Km para vácuo e
para o ar é praticamente o mesmo. Para o vácuo ou ar escreveremos a fórmula de Coulomb

na forma .

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6. UNIDADE SI
A unidade de força no SI é o Newton, símbolo N. 1 N é equivalente ao peso de cerca de 100 g.

A unidade de carga no SI é o coulomb, símbolo C.

Nm2
A constante K0 tem valor K0  9,0  109 .
c2

O coulomb será definido mais tarde.

EXERCÍCIO:
Duas cargas iguais a 1 C distam 1 m no vácuo. Qual a força com que interagem?

RESOLUÇÃO:
q1 q2
F  K0
r2

1 1
F  9  109
12

F  9 109 N

5
Esta força é imensa, é aproximadamente igual ao peso de 9 . 10 toneladas!

Conclui-se que o coulomb é uma carga extremamente elevada!

7. UMA TEORIA PARA OS FENÔMENOS DESCRITOS NO ITEM 2


Admitiremos o seguinte princípio como verdadeiro:

“Carga elétrica não se cria, nem se destrói”

Conhecido como princípio da conservação da carga elétrica é um dos mais bem fundamentados em Física.

Admitiremos que a matéria é constituída por partículas muito pequenas que denominaremos átomos. Os átomos, por sua vez, são
basicamente constituídos por três tipos de partículas, os prótons, os elétrons, e os nêutrons.

Os prótons têm carga elétrica positiva, os elétrons têm carga elétrica negativa de mesmo módulo que a dos prótons, os nêutrons
não têm carga elétrica.

Carga do próton: p  1,6 10-19 C


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Carga do elétron: e  1,6  10-19 C

Os prótons e os nêutrons têm massas quase iguais e imensamente maiores que a massa de elétron.

mp  1,67  1027 kg
mn  1,67  1027 kg mp  1840 me
me  9,11  1031 kg

Os prótons e os nêutrons estão concentrados em um pequeno volume denominado núcleo do átomo. Admitiremos que os elétrons
giram em torno do núcleo, a distâncias muito maiores que o diâmetro do núcleo.

Quando em seu estado normal o átomo é neutro, tem o mesmo número de prótons e de elétrons.

Observe que se duas cargas iguais, uma positiva e outra negativa estiverem muito próximas não exercerão força resultante sobre
uma terceira carga:

A figura abaixo ilustra o modelo atômico descrito acima:

Admitiremos que os prótons são praticamente irremovíveis do núcleo e que os elétrons, possuindo grande mobilidade, podem ser
removidos de um átomo com certa facilidade.

Com estas ideias vamos interpretar o EXPERIMENTO 1:


Quando atritamos um corpo contra outro, um dos corpos retira elétrons do outro e fica com carga negativa, deixando o outro com
falta de elétrons, ou seja, com carga positiva:

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Vamos agora ao EXPERIMENTO 2 (indução eletrostática)

F1  F2 , pois as cargas negativas estão mais próximas, o que resulta em atração.

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EXPERIMENTO 3:
Bolinha Metálica

Elétrons passam da bolinha metálica para o corpo de vidro, a esfera fica com carga positiva e o vidro ainda com carga positiva,
embora menor que antes, o resultado é:

Admitimos acima que a bolinha metálica, corpo condutor, tem elétrons de imensa mobilidade, que facilmente podem se deslocar.

Bolinha de Cortiça

Na cortiça, um isolante, admitiremos uma pequena mobilidade dos elétrons e consequentemente uma dificuldade muito maior para
arrancá-los.

Elétrons + arrumam-se (1)

Os elétrons não se transferem, os corpos permanecem juntos se eventualmente alguns poucos elétrons se transferem os corpos se
separam. (2)

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1. Considere as afirmações:

i.
ii. Experimentalmente se determina que a força entre cargas é proporcional ao produto das cargas;
iii. Experimentalmente se determina que a força entre cargas é proporcional ao inverso do quadrado da distância entre elas.
iv. Experimentalmente se determina que a força entre cargas depende do meio entre elas.

É (são) verdadeira(s):

a) i.
b) ii.
c) iii.
d) ii, e iii.
e) i, ii, e iii.

2. Duas cargas distantes r interagem com força F. Dobra-se uma das cargas e divide-se a distância por 2. Qual o novo valor da força?

3. Num átomo de hidrogênio, cujo núcleo contém apenas um próton, a distância entre próton e elétron é de
o
1 A 1 angstrom  1010 m . Qual o valor da força ente o próton e o elétron?

4. A terra é um bom condutor. Quando se liga um corpo carregado à terra por meio de um fio condutor, o corpo se descarrega.
Como ocorre este fenômeno?

-6
5. Quatro partículas de +1μc(10 ) cada, ocupam os vértices de um quadrado ABCD. Qual a força resultante que age na partícula do
vértice D sendo F a força que a partícula do vértice A exerce sobre a do vértice B.

6. Considere a seguinte sequência de figuras:

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Que espécie de cargas têm os dois condutores em (4)?

7. Um triângulo equilátero de lado 1,0 m tem em seus vértices cargas de +2,0μc, +2,0μc e -1,0μc. Qual a força que age na carga de -
1,0μc?

8. Quatro cargas iguais ocupam os vértices de um retângulo. Que força resultante atuará numa quinta carga colocada na interseção
das diagonais do retângulo?

9. Quando duas esferas carregadas e condutoras se tocam, ficam, ao final, com cargas proporcionais a seus raios. Considere duas
esferas de raios 2 cm e 6 cm com cargas de 10μC e 2μC respectivamente. Tocam-se as esferas. Quais as cargas finais?

10. Três esferas com cargas 2μC, 4μC e -2μC têm raios, respectivamente de 4cm, 2cm e 6cm. Tocam-se s três. Quais as cargas finais?

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1.

I. Falsa. Define-se carga como grandeza proporcional à força.


II. Verdadeira.
III. Verdadeira.

RESPOSTA: D

2.

q1q2
F  Ko
r2

2q1q2 q1q2
F'  Ko 2
 2  Ko 4
r r2
 
2

F'  8F

Resposta: 8F

3.

e2
F  Ko
r2

e  1,6  1018 C

r  10 10

F  9  10 8

1,6  10 
19 2

10 10 2

F  2,3  1010 N
-10
Resposta: 2,3 . 10 N

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4.

A terra é condutora. Se o corpo carregado é positivo, elétrons de terra percorrem o condutor e neutralizam a carga do corpo. Se o
corpo carregado é negativo, seus elétrons em excesso passam para a terra através do fio condutor.

Resposta: D

5.

FR  F 2  F'

q2
F  Ko 2

q2 F
F'  Ko 
 
2
2 2

F  1
FR  F 2   FR  F  2  
2  2

Resposta: F  2  1 
 2

6.

Resposta: Ambos com carga positiva.

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7.

FR  F2  F2  2F2 cos60

FR  F 3

q1q2
F  Ko 2

2  106  1  106
F  9  109 
12

F  18  103  1,8  102

FR  1,8 3  102 N

Resposta: 1,8 3  10 2 N

8.

Resposta: Nulo

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9.

q'1  q'2  q1  q2

 q'1 q'2
R  R
 1 2

q'1 q'2 q'1  q'2


 
2 6 26

q'1 q'2 12
 
2 6 8

12 12
q'1  2  q'2  6.
8 8

q'1  3C q'2  9C

Resposta: 3μC e 9μC

10.

q'1 q'2 q'3


 
4 2 6

q'1  q'2  q'3  2  4   2  4C

q'1 q'2 q'3 4 4 1


    
4 2 6 4  2  6 12 3

4 2
q'1  C q'2  C q'3  2C
3 3

4 2
Resposta: C; C; 2C;
3 3

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