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Topografia Pratica PDF
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Todos os direitos reservados pelo autor. Reprodução permitida apenas para uso interno na FURB.
SUMÁRIO
5. LEVANTAMENTO DE DETALHES..............................................................................................25
5.1. A precisão das medidas.............................................................................................................25
5.2. Cadastro dos detalhes................................................................................................................26
5.3. Levantamento de detalhes - Métodos........................................................................................26
5.3.1. Levantamento de detalhes por prolongamento de lados ....................................................27
5.3.2. Levantamento de detalhes por coordenadas retangulares ..................................................28
5.3.3. Levantamento de detalhes por irradiação...........................................................................31
5.3.4. Levantamento de detalhes por interseção de visadas.........................................................34
9. TAQUEOMETRIA ESTADIMÉTRICA..........................................................................................63
9.1. Aparelhos utilizados.................................................................................................................63
9.2. Elementos da taqueometria estadimétrica .................................................................................64
9.3. Técnica de operação..................................................................................................................65
9.3.1. Procedimento de campo .....................................................................................................65
9.3.2. Anotação de caderneta .......................................................................................................66
9.3.3. Cálculo da Planilha de Taqueometria ................................................................................68
9.4. Precisão da taqueometria estadimétrica ....................................................................................69
9.5. Erros da taqueometria estadimétrica .........................................................................................70
9.5.1. Erros de leitura dos fios .....................................................................................................70
9.5.2. Falta de verticalidade da mira ............................................................................................70
9.5.3. Erros decorrentes da temperatura.......................................................................................70
ÍNDICE REMISSIVO.................................................................................................................................71
1.1. CONCEITOS
Define-se como alinhamento a reta que une dois pontos dados no terreno. Embora o ali-
nhamento seja sinuoso em relação à superfície do terreno (perfil), projeta-se sobre planos horizontais co-
mo uma linha reta (Figura 1.1).
1.2.1. Piquetes
São pequenas estacas feitas normalmente de madeira de boa qualidade, com dimensões da
ordem de 20 cm. ou mais de comprimento e seção retangular ou circular de cerca de 5 cm., apresentando
a extremidade inferior afinada para permitir-lhe a cravação no solo (figura 1.2).
São utilizados para a materialização de pontos no terreno. Os pontos são normalmente ex-
tremidades de alinhamentos. Aconselha-se que o piquete seja cravado quase que inteiramente no solo,
restando cerca de 2 a 3 cm. acima da superfície, com isso proporcionando-lhe maior rigidez e invariabili-
dade de posição.
Após cravar o piquete, é necessária assinalar no seu topo a posição exata do ponto; para
isso se crava uma taxa de cobre ou latão (materiais mais resistentes à oxidação) aproximadamente no cen-
tro..
1.2.3. Balizas
São hastes retas de madeira ou metálicas, com comprimento padrão de 2m e seção circu-
lar em torno de 2cm de diâmetro, apresentando a ponta inferior afinada para permitir sua cravação no solo
(Figura 1.3).
São usadas na materialização temporária de pontos e alinhamentos. São pintadas alterna-
damente em vermelho e branco, a intervalos de 0,50m. A razão do uso dessas duas cores é facilitar a visu-
alização à distância: A cor branca contrasta com fundos escuros, como o verde da vegetação, solos escu-
ros, e a vermelha contrasta com fundos claros, como a areia, nuvens etc.
4. Um segundo operador (O2) se posiciona com uma terceira baliza (m) à distância dese-
jada da extrema A, e, mantendo a baliza vertical, suspensa a poucos centímetros do solo e presa somente
pelas pontas dos dedos polegar e indicador, para que fique vertical por ação do peso próprio, se deslocará
num ou noutro sentido, transversalmente ao alinhamento, segundo orientação do primeiro operador. O
primeiro operador, para bem alinhar, deve deslocar o olho à direita e à esquerda das balizas, alternada-
mente, para comprovar o alinhamento correto em ambos os lados. Obtido o alinhamento, o segundo ope-
rador simplesmente solta a baliza, que irá cair em direção vertical e cravar-se levemente no solo, onde
deverá ser fixada e aprumada com auxílio de um nível de mão.
5. Procedimento idêntico ao referido no parágrafo anterior será usado para alinhar outras
balizas intermediárias (n, o, p...) , tantas quanto forem necessárias.
2.1.1. Trenas
Trenas são fitas de espessura reduzida, largura da ordem de 1 cm. e comprimentos variáveis
de 10, 20, 30, 50 ou 100 m., as quais apresentam uma ou ambas as faces graduadas em unidades de compri-
mento, normalmente metros, centímetros e milímetros. Algumas trenas apresentam também graduação no
sistema inglês (polegadas e pés).
Na Figura 2.1 apresentamos uma trena comum em fibra de vidro (fiberglass), juntamente
com detalhe de uma parte da fita onde se pode ver a de graduação da mesma.
veis de oxidação (enferrujam), não permitem dobras, são pesadas, sofrem dilatação térmica, e, por serem fi-
nas lâminas de aço, podem provocar cortes nas mãos de operador menos cuidadoso. Embora sejam ampla-
mente usadas em modelos de bolso, com comprimentos de 1 a 5 m., podem ser encontradas comercialmente
nas versões de 10 a 50m para uso em topometria.
Já as trenas de invar são de aparência semelhante às de aço, com a diferença que o material
constituinte é invar, uma liga de ferro (64%) e níquel (36%), com adição de outros materiais, normalmente
carbono e cromo, cujo nome deriva da invariância de volume quando aquecida, pois apresenta a propriedade
de baixíssimo e controlado coeficiante de diltatação térmica1. As trenas de invar são utilizadas em medições
de alta precisão (melhor que 1/10.000).
As trenas de fibra de vidro (Figura 2.1) são atualmente as mais utilizadas, e consistem em
fitas de material plástico flexível que contém fundidos internamente, na direção longitudinal, milhares de
fios de fibra de vidro, os quais conferem à trena resistência à tração e invariabilidade de comprimento. Na
verdade as trenas de fibra de vidro são uma evolução das trenas de lona, em que os materiais constituintes
foram substituídos por versões mais modernas e mais eficientes: plástico em lugar da lona, e fibra de vidro
em lugar do aço. Apresentam como vantagens inegáveis o baixo peso, a facilidade de manutenção - são lavá-
veis e imunes à oxidação - o baixíssimo coeficiente de dilatação térmica e a grande durabilidade. Porém a-
presentam algumas desvantagens em relação às trenas de aço: são menos resistentes à tração e apresentam
uma certa elasticidade (veja mais sobre o erro de elasticidade no item 2.4.6).
1
O invar foi inventado em 1896 pelo suíço Charles Edouard Guillaume, agraciado com o Prêmio Nobel em Física no ano de
1920. Atualmente são desenvolvidas variações de invar com adição de diferentes materiais que lhe conferem propriedades
especiais de acordo com a utilização.
rador está posicionado ou do qual ele parte, e ponto visado é aquele para o qual ele se dirige durante a medi-
ção.
mão, essa sensação de força é um pouco subjetiva e pode sofrer influência de fatores como o nível de cansa-
ço ou de exaltação
2+ 2− 2
β = arccos L1 L2 C
2 ⋅ L1 ⋅ L2
Ao executar o procedimento descrito, tome o máximo cuidado no alinhamento das balizas,
pois desvios de poucos milímetros podem provocar erros muito grandes na determinação do ângulo. As dis-
tâncias L1 e L2 têm suas dimensões limitadas por certos fatores, como a existência ou não de obstáculos, o
comprimento da trena utilizada, mas, teoricamente, a precisão da medida será tanto maior quanto maiores
forem tais distâncias. Na prática, costuma-se adotar comprimentos de 5 a 10m.
3. Com o compasso ainda centrado em B, porém agora com abertura L2, trace um segundo
arco de círculo ( 3 ), na direção aproximada da linha BC.
4. Mude o centro do compasso para M1 e, usando abertura C, e trace o terceiro arco de cír-
culo ( 4 ), de tal forma que intercepte o segundo arco ( 3 ). A interseção é o ponto M2, que corresponde à po-
sição ocupada no terreno pela baliza M2 da Figura 3.1.
5. Trace uma linha unindo B a M2, e prolongue-a. Marque sobre esta linha a partir de B a
distância BC, obtendo assim a posição do vértice C da poligonal ( 5 ).
6. Repita o procedimento para lançar os outros ângulos da poligonal.
2
AutoCAD é marca registrada da Autodesk, Inc.
2. Em uma folha de papel auxiliar você vai executar uma regra de três gráfica para determi-
nar os valores das correções em cada um dos vértices da poligonal. Para isso, desenhe inicialmente a poligo-
nal retificada ABCDA' (veja na Figura 3.5). A poligonal retificada consiste em marcar todos os lados do
polígono seqüencialmente, na ordem de caminhamento, sobre uma linha reta. Não é necessário usar a mes-
ma escala da planta na poligonal retificada, sendo conveniente usar uma escala menor.
baliza N. Por último, o operador posiciona uma terceira baliza na marca de 7m e estica convenientemente a
trena nos dois lados, obtendo a posição do ponto O.
3. A linha MO é a perpendicular desejada. Se necessário, poderá ser prolongada por baliza-
mento.
4.1. BÚSSOLAS
As bússolas são instrumentos destinados à medição de azimutes magnéticos. Normalmente
são constituídas por uma agulha fortemente imantada apoiada sobre um pivô vertical que lhe permite girar
com um mínimo de atrito, um conjunto de pínulas que lhe permite orientar segundo uma direção, e um lim-
bo graduado para a leitura dos ângulos.
Limbo é um círculo dividido em unidades angulares; o exemplo mais comum é o transferi-
dor.
As bússolas podem apresentar o limbo graduado para determinação de azimutes ou de ru-
mos, chamando-se, respectivamente, bússolas azimutais e bússolas de rumos.
Quanto à natureza de construção, podem ser divididas em dois grupos: bússolas de limbo
fixo e bússolas de limbo móvel.
não funciona por gravidade (pêndulo), e deve ser ajustado manualmente observando-se a horizontalidade do
nível cilíndrico; sua escala é graduada a intervalos de 1º.
Para a medir inclinações, mantenha a bússola na posição vertical (o limbo vertical) e aponte
as pínulas na direção cujo ângulo queira medir. Em seguida, mantendo a posição da bússola, ajuste a hori-
zontalidade do nível cilíndrico, por rotação da alavanca localizada na parte inferior do aparelho. Por fim, leia
o ângulo de inclinação na escala do clinômetro. Na bússola WEB não é necessário ajustar o nível cilíndrico,
pois o pêndulo assume esta função.
tente tomar as medidas nos outros alinhamentos da poligonal, até encontrar um isento da influência de cam-
pos magnéticos interferentes.
ximidades, minerais com teor de ferro no solo. Os campos magnéticos móveis são facilmente detectáveis,
pois seus efeitos sobre a agulha variam com o movimento da fonte. Já a influência de campos magnéticos
fixos requer mais cuidado na sua verificação; uma das maneiras de comprovar sua existência consiste em
medir os azimute recíprocos do alinhamento e verificando se diferem entre si em 180º, conforme já comen-
tado no item 4.2.
5. LEVANTAMENTO DE DETALHES
O termo detalhes é usado na Topografia para denominar acidentes naturais e artificiais exis-
tentes no terreno - dentro ou fora da poligonal de exploração - e que interessam ao levantamento. Exemplos
de detalhes são edificações em geral, ruas, cercas, muros, árvores, cursos d'água, elevações etc.
Por um motivo ou por outro pode haver necessidade de serem representados na planta topo-
gráfica os detalhes existentes no terreno, em suas posições e formas corretas. Ao arquiteto ou ao engenheiro
que projeta uma edificação sobre uma planta topográfica é necessária tal informação; por exemplo, árvores
existentes podem ser aproveitadas como elemento paisagístico. Em projetos de urbanismo, a importância
ainda é maior.
Evidentemente, para que cada detalhe seja lançado na planta topográfica em sua posição e
forma correta, é necessário que se façam algumas medições no campo. Dividiremos esta operação em duas
etapas: o cadastro, que trataremos no item 5.1, e o levantamento de detalhes propriamente dito, que trata-
remos no item 5.3.
O cadastro se preocupa com a medição das dimensões físicas do detalhe, com sua forma, ou
seja, determina-se como ele é. Já o levantamento de detalhes se preocupa com a posição ocupada pelo deta-
lhe em relação à poligonal de exploração, ou seja, onde ele está.
5. Encontrado o ponto que satisfaz ao alinhamento das duas direções, a baliza será cravada
no solo e aprumada. Obtém-se assim a posição do ponto 1.
6. Repete-se o procedimento para o ponto 2.
7. Determinados e marcados os pontos de interseção, tomam-se as medidas dos lados sobre o
alinhamento, registrando-as na caderneta, conforme Figura 5.2. As distâncias transversas ao alinhamento não
são necessárias, mas podem também ser tomadas.
Feitas as medidas sobre cada alinhamento, convém verificar se o somatório delas confere
com a medida do total alinhamento. No exemplo da Figura 5.2, a soma dos trechos A1, 12 e 2B não deve
diferir do comprimento da linha AB além do limite de erro admitido.
Observe que a rua sinuosa identificada como travessa não pôde ser levantada por este méto-
do, já que não tem lados retos a prolongar. Foram determinadas apenas as interseções com a poligonal de
exploração, o que sem dúvida é insuficiente para poder representá-la corretamente na planta topográfica. Em
face desta limitação, este método de levantamento de detalhes seria inviável no caso em exemplo, ou ao me-
nos deveria ser complementado o levantamento da travessa por um dos outros métodos descritos adiante.
Completado o levantamento, o detalhe pode ser imediatamente reproduzido na planta topo-
gráfica, da seguinte forma:
1. Desenhe inicialmente a poligonal de exploração.
2. Com auxílio de escala, lance as distâncias medidas (A1, 12 etc) sobre os respectivos ali-
nhamentos, obtendo-se na planta as posições dos pontos de interseção (1, 2 etc). No caso de fazer o desenho
em aplicativo de projeto, a exemplo do AutoCAD®, os pontos podem ser lançados de forma semelhante indi-
cando-se os deslocamentos sobre o alinhamento.
3. Identificadas todas as interseções sobre os alinhamentos, trace linhas auxiliares suaves u-
nindo cada ponto ao correspondente do lado oposto da poligonal, identificando assim os prolongamentos de
lados definidos no campo. Para que não hajam erros de interpretação, é muito importante que ao desenhar
você tenha em mãos o croqui de caderneta, e que este tenha sido elaborado de forma clara.
4. Com base nos traços auxiliares obtidos no passo 3 e com base nas medidas do cadastro,
complete o desenho dos detalhes.
5. Verifique se a posição, tamanho e forma de cada detalhe é coerente. No caso do prédio,
confira se suas dimensões tomadas da planta conferem com os dados do cadastro.
Embora de princípio simples, este método de levantamento esbarra numa dificuldade prática
de execução: Como determinar a posição do ponto O, que é a interseção do alinhamento AB com a perpen-
dicular a ele que contém o ponto P?
Para resolver este problema foi desenvolvido o prisma reto, do qual reproduzimos um mo-
delo na Figura 5.4. Este aparelho é constituído basicamente de 2 prismas retos (prisma S e prisma I ) super-
postos verticalmente e montados numa base em cuja parte inferior pode ser fixada uma haste. Abaixo dos
prismas há dispositivo articulado que permite à haste posicionar-se na vertical por ação do peso próprio
quando o aparelho for mantido suspenso através dessa articulação.
Prisma reto é aquele que provoca refração da luz em ângulo de 90º. Existem modelos de prismas oblíquos, nos
quais a refração acontece em ângulo diferente do reto, e que são usados para levantamento de detalhes por coor-
denadas oblíquas, uma variação do método aqui apresentado.
Assim, segurando-se o prisma alinhado pelo dispositivo articulado e alinhado à sua visão,
você verá no prisma superior (S) a imagem do que se encontra perpendicularmente à sua esquerda, e no
prisma inferior (I) a imagem do que se encontra perpendicularmente à sua direita (Figura 5.4).
ficar a medida das distâncias, fazendo-a indiretamente por taqueometria estadimétrica, assunto este que será
tratado no capítulo 9. Dispondo de uma estação total eletrônica, fica mais fácil ainda.
Conforme já comentamos no método de coordenadas retangulares, é muito importante que,
antes de iniciar o levantamento, se analise cuidadosamente as características e peculiaridades do terreno e
dos detalhes a levantar, com vistas a definir previamente quantos pontos serão levantados e sobre quais vérti-
ces da poligonal. Buscam-se as melhores alternativas, que impliquem no mínimo de trabalho de campo, sem
prejuízo à precisão.
Na Figura 5.8 reproduzimos um exemplo de levantamento de detalhes por irradiação. Obser-
ve que na ilustração de todos os métodos usamos o mesmo terreno como exemplo, e o fizemos proposital-
mente para que você possa melhor comparar os diferentes métodos.
O lançamento na planta dos detalhes levantados por este método segue o procedimento nor-
mal do desenho de pontos ou gráficos por coordenadas polares. Descreveremos a seguir o processo de dese-
nho à mão.
1. Desenhe inicialmente a poligonal de exploração, na escala definida para a planta.
2. Com um transferidor centrado em A e origem na linha AB, marque na planta os ângulos
dos pontos visados 2, 1, 3 e 4. Você pode marcar todos os ângulos de uma só vez para acelerar o processo,
mas, neste caso, convém identificar em cada marca o número do respectivo ponto visado.
Se os ângulos foram medidos com um teodolito não repetidor, conforme comentado parágra-
fos atrás, então, em lugar de orientar a origem do transferidor na direção do alinhamento AB, oriente a marca
do ângulo n de partida, conforme anotado na caderneta.
3. Troque o transferidor por uma régua ou esquadro e trace linhas auxiliares finas unindo o
vértice A a cada uma das marcas de ângulos obtidas no passo 2, e prolongue tais linhas a uma distância con-
veniente de acordo com a distância do respectivo ponto de detalhe. Para isso é necessário ter em mãos o cro-
qui de caderneta.
4.Troque a régua por uma escala e, sobre as linhas traçadas no passo 2 e a partir do vértice
A, marque as respectivas distâncias dos pontos visados. Obtém-se assim a posição dos pontos dos detalhes.
5. Complete o desenho dos detalhes com base nos dados do cadastro, por último conferindo
se suas posições, medidas e formas são coerentes e precisas.
O lançamento à mão na planta de pontos levantados por coordenadas polares é muito mais
rápido se você dispuser de um coordenatógrafo polar. Este aparelho, reproduzido na Figura 5.9, é composto
basicamente de um transferidor de boa precisão em cuja origem existe uma abertura com dispositivos de fi-
xação, à qual se encaixa uma escala. Acompanha o aparelho um jogo de escalas, de forma que você pode
acoplar no círculo graduado a mesma escala usada para o desenho da planta.
Lembre que o AutoCAD considera ângulos positivos no sentido anti-horário (sentido usado na Matemática), por
isso você deve digitar o sinal de menos se o ângulo foi medido no sentido horário, conforme o presente exemplo.
3. Use o comando Point e lance um ponto no final do arco assim obtido, depois apague o ar-
co.
Repita o procedimento para os demais pontos.
Note a obrigatoriedade de se levantar cada ponto a partir de, no mínimo, 2 vértices distintos
da poligonal, sem o que não haveria interseção de visadas.
Os pontos 5, 8 e 9 foram tomados junto ao meio-fio da travessa, nos mesmos locais em que
se procedeu à medida da largura da rua no cadastro.
O fato deste método basear-se exclusivamente na medição de ângulos traz algumas vanta-
gens e algumas desvantagens. São desvantagens:
- é necessário dispor de um teodolito ou de outro tipo de goniômetro de boa precisão;
- os erros angulares - das medidas tomadas no campo somados aos erros gráficos durante o
lançamento na planta topográfica - provocam um erro de posição que se acentua com a distância do ponto
visado e se acentua ainda com o ângulo de interseção das 2 linhas, podendo atingir proporções muito gran-
des.
São vantagens:
- todas as medidas são tomadas por um único operador; assim sendo, é uma opção muito útil
no caso não se dispor de um ajudante, ou de ser este incapaz de auxiliar na medida de distâncias a trena ou
por taqueometria;
- sendo os pontos de detalhes perfeitamente visíveis, não há necessidade de que alguém se
dirija até ele; assim sendo, é o único método de levantamento de detalhes que se aplica ao levantamento de
pontos inacessíveis, como detalhes existentes sobre elevações de encostas íngremes ou situados no lado o-
posto de rios não vadeáveis.
O desenho em planta dos pontos levantados pelo método de interseção de visadas não apre-
senta nenhuma dificuldade adicional. O procedimento é semelhante ao descrito para o método de irradiação,
com a diferença de que as posições dos pontos não serão determinadas pela distância e sim pelo ponto de
interseção das linhas das respectivas visadas. Mais uma vez é absolutamente necessário que o desenhista te-
nha em mãos um croqui de caderneta perfeitamente claro a fim de que nele possa identificar quais são as li-
nhas cuja interseção determina a posição de cada ponto.
6.1. NOMENCLATURA
6.2. DISPLAY
o ponto estação observando três condições simultâneas: altura adequada, horizontalidade aproximada e cen-
tralização vertical aproximada.
Instalado o teodolito, fixe firmemente as pontas do tripé no solo, para dar estabilidade ao
conjunto, evitando escorregamento lateral ou afundamento durante o manuseio posterior.
A altura adequada é tal que a luneta fique a poucos centímetros abaixo do seu olho, para que
você não tenha que se curvar ao fazer visadas, ou, pior que isso, elevar-se nas pontas dos pés, o que seria ex-
tremamente cansativo. Para ajustar a altura e a horizontalidade inicial do aparelho, solte os parafusos das ex-
tensões do tripé, estenda ou recolha adequadamente cada uma delas, e depois fixe novamente os parafusos,
usando apenas a força necessária.
A horizontalidade aproximada da mesa do tripé é estimada a olho, pois ajustes posteriores se-
rão feitos com os parafusos nivelantes. Mas não deixe a mesa excessivamente desnivelada porque dificultará
o procedimento descrito no item 6.5.2.
A centralização vertical aproximada pode ser observada pelo fio de prumo. Mantenha-o den-
tro de um raio máximo de um palmo em relação ao ponto estação.
Para confirmar o nivelamento, gire mais 90° na mesma direção. Se necessário algum peque-
no ajuste, faça-o movendo os parafusos A e B.
Se você continuar repetindo o procedimento descrito no parágrafo anterior, e a cada giro de 90° persistir desajuste
da bolha, então o nível está com defeito e precisa ser verificado e retificado. Informações sobre os procedimentos
de verificação e retificação de níveis você poderá obter em Topografia – Módulo 6.
6.10. CONFIGURAÇÃO
Somente altere a configuração do teodolito se realmente necessário, pois ele foi setado com uma configuração pa-
drão.
1. Inicie com o teodolito desligado.
2. Para acessar a página 1 da configuração, mantenha a tecla [R/L] pressionada enquanto liga o aparelho. Para
acessar a página 2, mantenha a tecla [V/%] pressionada enquanto liga. O display entrará no modo configuração,
conforme reproduzido na Figura 6.11.
3. Altere os parâmetros desejados, selecionando valor 0 (zero) ou 1 (um) para os respectivos dígitos, conforme ta-
belas fornecidas a seguir. Observe que em cada página existem 7 dígitos de configuração, sendo que o mais à es-
querda é o dígito 7, e o mais à direita é o dígito 1. Use as teclas [ Î] e [Í ] para mover a seleção de dígito para a
direita e esquerda, e a tecla [ Ï ] para alterar seu valor.
4. Pressione a tecla [0 SET] para gravar a configuração, e desligue o aparelho, pressionando a tecla [POWER].
No exemplo da Figura 6.11, é reproduzida a PÁGINA 1 de configuração para o modelo DT-104 conforme padrão
por nós adotado e gravado no aparelho, significando (lembre que o dígito 1 é o mais à direita): menor unidade de
ângulo = 10”; ângulo vertical contado da horizontal; auto power off = ligado; tempo para desligamento automático =
10 minutos; unidade de ângulos = graus; buzzer = desligado; e unidade de ângulos = graus/grados.
CONFIGURAÇÃO - PÁGINA 1
Ligue pressionando [R/L] + [POWER]
DÍGITO CONFIGURAÇÃO valor 0 valor 1
1 Menor unidade de ângulo, ou seja, a menor variação angular 20”-DT-104 10”- DT-104
a ser mostrada (não confunda com precisão) 10”- DT-102 5”- DT-103
10”- DT-103 5”- DT-102
2 Define ponto zero do limbo vertical na horizontal ou no zênite. Vertical rela- Vertical zeni-
Não tem efeito se o ângulo vertical estiver configurado para tivo ao hori- tal
inclinações (dígito 2 da página 2). zonte
3 Auto Power Off (desligar automaticamente depois de um certo Auto Não
tempo sem uso). O intervalo de tempo é definido no dígito 4.
4 Intervalo de tempo para Auto Power Off 10 minutos 30 minutos
5 Unidade de ângulos horizontais e verticais. Somente tem Graus Grados
efeito se configurado dígito 7 com valor 0.
6 Buzzer (som de alerta) nos ângulos 0, 90, 180 e 270º Ligado Desligado
7 Unidade de ângulos graus/grados ou mil. A primeira opção é Graus ou Mil
complementada pelo dígito 5. grados
CONFIGURAÇÃO - PÁGINA 2
Ligue pressionando [V/%] + [POWER]
DÍGITO CONFIGURAÇÃO valor 0 valor 1
1 Seleciona quantas vezes pressionar a tecla [0 SET] para 2 vezes 1 vez
zerar o ângulo horizontal
2 Seleciona limbo vertical de inclinações (faixa de -90º a +90º Não Sim
com zero na horizontal)
3 Somente modelo DT-102 - seleciona saída RS-232C para Não Sim
envio de dados
4 Somente modelo DT-102 - ativa ou desativa compensador do Ativado Desativado
limbo vertical (Tilt correction)
5~7 Não usados
Observações:
1. A direção inicial da Tabela 7.3 é a direção onde deve ser zerado um teodolito repetidor,
ou anotado o ângulo de partida num teodolito não repetidor. De forma análoga, a direção final é aquela onde
deve ser lido o ângulo, ou anotado o ângulo final.
2. Para a medição de azimutes magnéticos com teodolito, é necessário acoplar a este uma
bússola, que é fornecida como acessório pelo fabricante. As bússolas de teodolito são mais simples, apresen-
tando apenas uma agulha e uma marca de índice, dispensando o limbo, uma vez que o ângulo é lido no pró-
prio teodolito.
3. Para a medição de deflexões, obtenha o prolongamento do alinhamento anterior visando o
ponto anterior e em seguida tombando a luneta.
4. Na a medição de ângulos internos, os sentidos esquerda e direita são considerados para
observador posicionado no vértice do ângulo e visando no sentido de sua bissetriz.
B C A
0° 85° 24 ' 40″ 85° 24' 40″
85° 24' 47″
85° 24' 40″ 170° 49' 20″ 85° 24' 40″
170° 49' 20″ 256° 14' 20″ 85° 25' 00″
C D B
0° 93° 54' 50″ 93° 54' 50″
93° 54' 50″ 187° 49' 50″ 93° 55' 00″ 93° 54' 50″
187° 49' 50″ 281° 44' 40″ 93° 54' 50″
281° 44' 40″ 375° 39' 20″ 93° 54' 40″
D A C
0° 90° 30' 20″ 93° 30' 20″
90° 30' 20″
90° 30' 20″ 181° 00' 40″ 90° 30' 20″
181° 00' 40″ 271° 31' 00″ 90° 30' 20″
Figura 7.3 – Anotação de caderneta para medição de ângulo interno por repetição
8. NIVELAMENTO GEOMÉTRICO
8.1. CONCEITOS
- o elipsóide de referência local, neste caso chamando-se altitude elipsoidal, também dita al-
titude geodésica ou geométrica.
Cota de um ponto é a diferença de nível entre o ponto e uma superfície de nível arbitraria-
mente escolhida., que pode estar acima ou abaixo do geóide ou do elipsóide.
O IBGE estabeleceu redes de nivelamento que cobrem quase todo o país, ao longo das quais
foram materializadas essas RNs a intervalos adequados, de forma que, estando em perímetro urbano de uma
cidade ou ao longo de rodovias antigas, você provavelmente vai encontrar alguma RN a poucos quilômetros
de distância Você encontra informações sobre a localização e a altitude das RNs oficiais no banco de dados
geodésicos, no site do IBGE – www.ibge.gov.br.
Na Figura 8.4 ilustramos a localização e detalhe da RN 1400-C do IBGE, a mais próxima do
Campus II do FURB. Localiza-se na Praça Coronel Federsen, na esquina da Rua São Paulo com a Rua Bahi-
a, Bairro Itoupava Seca, estando cravada na base da estrutura em pedra do monumento ali existente. Sua alti-
tude geoidal é 16,7549m.
Foto feita em 23/02/07, observando-se a ausência do busto em bronze do Coronel Federsen, que originalmente
ocupava o topo do monumento, e que foi furtado dias antes. Veja em detalhe a chapa de identificação.
Figura 8.4 - RN 1400-C do IBGE, Praça Cel Federsen, Blumenau (foto Dalvino)
No campus I da FURB está instalada a RN 1400-T, na base do relógio de sol localizado no
topo da escadaria principal de acesso pela Rua Antonio da Veiga. Sua altitude era 16,8327m, porém ela foi
violada e alterada sua posição, de forma que não deve mais ser utilizada.
Para fins de levantamento topográfico, você não precisa necessariamente de uma RN oficial
do IBGE. Não havendo uma próxima ao local da medição, você pode estabelecer uma ou mais referências de
nível próprias. Servem como referências de nível pontos devidamente sinalizados com chapa ou tinta em an-
tigas e sólidas estruturas de concreto (pisos, degraus de escada, muros), em grandes rochas, em troncos de
árvores antigas. Não existindo desses pontos nas imediações, então a opção é implantar uma ou mais refe-
rências de nível em concreto, na forma de grandes estacas ou blocos, pré-fabricados ou moldados in loco.
Em qualquer caso, é imprescindível se levar em conta que a referência escolhida ou criada deve permanecer
inviolada e inalterada em altura pelo tempo que se fizer necessário, o que, em alguns casos, pode representar
anos.
Evidentemente o uso de estacas de madeira é inapropriado: Além do problema da durabilida-
de, a madeira sofre considerável variação de volume (inchamento) em função da variação da umidade, o que
compromete o requisito de invariabilidade de altura.
Em nivelamentos de altíssima precisão, em que devem ser detectadas variações menores que
um décimo de milímetro, devem preferencialmente ser usadas referências de nível especiais, chamadas ben-
ch mark, as quais são constituídas por um cilindro de aço maciço envolto por outro cilindro externo, este oco,
com o vão livre preenchido de óleo. A extremidade inferior do conjunto deve ser engastada obrigatoriamente
em rocha firme, no subsolo, podendo atingir profundidades de mais de 30 metros. A extremidade superior do
cilindro interno é moldada na forma de uma calota esférica, e representa a referência de nível.
8.2.2. Mira
As miras são escalas verticais utilizadas para leitura das alturas no retículo da luneta. São
oferecidas em variadas opções de marcas e modelos, mas apresentam normalmente altura de 4 metros quan-
do totalmente abertas, e de cerca de 1 metro quando recolhidas (para transporte ou guarda). Quanto ao mate-
rial usado na sua construção, podem ser de madeira ou alumínio. Quanto ao dispositivo utilizado para a vari-
ação da altura, podem ser extensíveis, as mais comuns, neste cão usando encaixe telescópico (Figura 8.6), ou
dobráveis (dobradiças).
Elas normalmente apresentam escala com graduação dos decímetros, e marcas de centímetro
em cores alternadas preto/branco ou vermelho/branco. A leitura dos milímetros deve ser feita por estimativa
visual, dentro da marca de centímetro, admitindo-se um erro máximo de ± 0,5mm na estimativa.
Na Figura 8.6 reproduzimos, à esquerda, 2 miras telescópicas de fabricação da Desetec, no
centro, detalhes de diferentes modelos de graduação, e à direita, a interpretação da graduação. Observe que
algumas miras têm graduação invertida, destinando-se elas a aparelhos dotados de luneta de imagem inverti-
da (luneta astronômica)
As miras destinadas a nivelamentos geodésicos de alta precisão normalmente apresentam es-
cala graduada em invar, para minimizar os efeitos da dilatação térmica, e são inteiriças, para evitar o erro de
índice nos encaixes.
PV RÉ VANTE CI COTA
A 1.072 11.072 10.000
B 1.026 10.046
Suponha que você esteja efetuando levantamento planialtimétrico do terreno ilustrado naque-
le croqui. Para o levantamento altimétrico, é necessário inicialmente determinar cotas (ou altitudes) de todos
os vértices da poligonal de exploração (A, B, C e D), pois, de posse dessas cotas, você poderá posteriormente
efetuar levantamento altimétrico do terreno vizinho a cada ponto, como veremos no Capítulo 9.
Suponha que você tenha optado por utilizar cotas. Então o passo seguinte é materializar uma
ou mais referências de nível em local próximo Você constata que a casa existente no terreno possui uma es-
cada em concreto, na parte frontal que dá para a Rua Bahia, verifica que a escada é sólida, então decide mar-
car com tinta permanente um ponto sobre o último degrau, e assim materializa sua referência de nível (RN).
O passo seguinte é atribuir uma cota para a RN estabelecida. As cotas são arbitrárias, então
você poderia escolher uma cota qualquer, inclusive 0 (zero). Mas você constata que existem pontos no terre-
no em nível mais baixo do que a RN, então atribuir cota zero a ela implicaria no surgimento de cotas negati-
vas, e isso acabaria provocando transtorno nos cálculos. Se você atribuísse cota de 1 metro, ainda poderia ter
esse inconveniente, então decide arbitrar cota 10.000mm para a RN.
Você prepara a anotação sua caderneta conforme Figura 8.8, fazendo o croqui do terreno, ti-
tulando as colunas e já anotando na primeira linha o ponto visado RN e sua cota 10.000.
A seguir você analisa a topografia do terreno para decidir a forma mais rápida e cômoda de
conduzir o nivelamento, evidentemente sem prejuízo à precisão.
A forma mais cômoda seria efetuar o nivelamento a partir de um ponto central irradiado, ou
seja, você instalaria o nível em um ponto qualquer, localizado na parte central do terreno, tal que a distância
dele a todos os pontos visados fosse aproximadamente igual, e de lá faria uma leitura de ré na RN e as 4 van-
tes (em A, B, C e D), isso sem mover o aparelho da posição. Mas constata que isso não é possível, pois, da
parte central do terreno, não seria visíveis a RN e o ponto A, escondidos pela casa.
Não havendo a possibilidade do procedimento descrito no parágrafo anterior, você opta então
por efetuar o nivelamento pelo método de circuito fechado, que consiste em iniciar num ponto de partida
(RN), onde se faz a primeira leitura de ré, conduzir o nivelamento ponto a ponto, ao final retornando ao pon-
to de partida (RN), onde é feita a última leitura de vante. Este método apresenta a vantagem adicional de
detectar o erro havido durante o percurso, conforme veremos adiante.
Nos passos seguintes, deixaremos de entrar em detalhes sobre os procedimentos de leitura na
mira, que foram suficientemente descritos no item 8.3.
Então você inicia o nivelamento instalando o aparelho em qualquer ponto entre RN e A, ob-
servando sempre distâncias de visadas iguais. O auxiliar posiciona a mira sobre a RN, você aponta a luneta e
faz leitura de 1.223mm, que anota na coluna RÉ do RN. Você sinaliza para o auxiliar, para que ele mova a
mira e a posicione sobre o piquete A (a mira deve ser apoiada sobre o piquete, e não ao lado dele). Você di-
reciona a luneta para a mira, e lê 2.434mm, que anota na coluna VANTE do ponto A.
O auxiliar continua posicionado em A, e você muda o nível para alguma posição entre A e B.
Você não precisa posicionar o aparelho sobre a linha a nivelar, apenas deve escolher um local apropriado e
que esteja aproximadamente eqüidistante tanto de A como de B. Instalado o nível, você direciona a luneta
para a mira em A e lê uma ré de 2.788mm, que anota na coluna RÉ do ponto A. O auxiliar muda a mira para
o ponto B, e você lê nele a vante de 408mm, que anota na caderneta como VANTE em B.
A operação prossegue da forma descrita entre B e C, depois entre C e D, depois entre D e a
RN, conforme respectivas medidas anotadas na caderneta. Lida a última vante, o nivelamento está completo,
e você deve então verificar o erro de fechamento, pois, se algo sucedeu errado, você está no local com o apa-
relho e o auxiliar, prontos para repetir o nivelamento.
A condição de fechamento para uma Planilha de Nivelamento em circuito fechado é que o
somatório das rés seja igual ao somatório das vantes de mudança.
∑ RÉS = ∑ VANTES DE MUDANÇA
É chamada vante de mudança àquela utilizada para a mudança de posição do aparelho, ou
seja, a leitura de vante feita sobre o ponto que em seguida é utilizado para a leitura de ré, na posição seguinte
do aparelho. Se você fez mais de uma vante (com o aparelho no mesmo local), então somente uma delas, em
princípio a última, é a vante de mudança, as demais são chamadas vantes intermediárias. Como você so-
mente fez uma vante em cada mudança do aparelho, todas elas são de mudança.
Somando-se então as 2 colunas, conforme Figura 8.8, você constata que houve um erro de
fechamento de 2mm, e considera satisfatório, dando o trabalho de campo por encerrado.
NIVELAMENTO GEOMÉRICO CROQUI
PV RÉ VANTE CI COTA
RN 1.223 10.000
A 2.434
A 3.788
B 125
B 210
C 1.841
C 1246
D 2.780
D 2.103
RN 1.388
∑ 8.570 8.568
Observações:
1. O somatório das rés compensadas é necessariamente igual ao somatório das vantes de mu-
dança, caso contrário não teria havido a compensação total do erro.
2. No cálculo da planilha, usam-se as fórmulas já fornecidas no item 8.3, evidentemente u-
sando-se os valores das rés compensadas:
CI = COTAPONTO RÉ + RÉ
COTA = CI – VANTE
Erro de índice da mira: Ocorre quando o zero da escala da mira não coincide rigorosamen-
te com a base da mira. Também pode ter origem já no processo de fabricação, ou por dano provocado duran-
te o uso. A característica do erro de índice é que provoca um erro constante na leitura de mira, de forma que
se compensa naturalmente num par de leituras ré-vante.
9. TAQUEOMETRIA ESTADIMÉTRICA
Taqueometria é a parte da Topografia que trata da medida indireta de distâncias e diferenças
de nível.
A taqueometria estadimétrica, que trataremos neste capítulo, é uma modalidade de medida
indireta em que se faz uso de aparelho com luneta dotada de fios estadimétricos (estádia) e mira. O aparelho
é, em princípio, um teodolito, mas nada impede que você utilize um nível, desde que sua luneta tenha grava-
dos os fios estadimétricos no retículo, e a maioria deles os tem. O problema do uso de níveis com esse fim é
que estes não dispõem de rotação vertical na luneta, de forma que seu uso ficaria limitado a terrenos planos.
Embora uma técnica bastante antiga e que está sendo substituída por aparelhos de tecnologia
mais recente, mais precisos e mais eficientes, como a estação total eletrônica, a taqueometria estadimétrica é
ainda utilizada por uma razão muito simples, o custo do equipamento: Um bom teodolito pode ser comprado
por cerca 2 mil dólares, enquanto uma estação total eletrônica não custa menos de 10 mil dólares.
A taqueometria estadimétrica tem um erro considerável na medida das distâncias e das dife-
renças de nível, conforme veremos no item 9.4. Por esta razão, limita-se seu uso ao levantamento de detalhes
(planimetria) e de pontos cotados (planialtimetria). Desaconselhamos totalmente seu uso na medição da poli-
gonal de exploração, pois esta é a linha base do levantamento topográfico e deve ser medida com esmero e
com técnicas mais acuradas.
SÍMBOLO DESCRIÇÃO
S Leitura de mira no fio Superior do retículo (lida)
M Leitura de mira no fio Médio (lida)
I Leitura de mira no fio Inferior (lida)
G Número Gerador (calculado) = altura de mira compreendida entre S e I.
Z Ângulo vertical Zenital da luneta (lido - 0° no zênite) – Z € [ 0° ; 360°[
i Ângulo vertical de inclinação da luneta (lido - 0° horizontal) – i € [ -90° ; 90° ]
COTAPE Cota do ponto estação (dada) – obtida de nivelamento da poligonal
COTAPV Cota do ponto visado (calculada)
AI Altura do Instrumento (medida) – medida diretamente com trena
CI Cota do Instrumento (calculada) – CI = COTAPE + AI
∆H Diferença de nível (calculada). É a distância vertical entre CI e M. Dependen-
do de î, pode ser posiitiva, nula ou negativa (no exemplo é negativa).
D Distância horizontal entre o PE e o PV (calculada).
Tabela 9.1 – Descrição dos símbolos usados
3. ∆H pode ser positiva (luneta aponta para cima), nula (luneta horizontal) ou negativa (lune-
ta aponta para baixo), ou seja, tem o mesmo sinal do ângulo i. Se seu teodolito usa ângulo vertical zenital
(Z), e sendo Z maior que 180° (luneta na posição invertida), atente que o sinal de ∆H deve ser invertido.
4. No cálculo da COTAPV, use ∆H com o respectivo sinal.
corra, refaça a leitura. Observe que o cálculo da média pode ser feito de forma rápida e sem uso de calcula-
dora, mas isso porque I é inteiro (milhar), caso contrário não seria possível.
6. Sinalize para o auxiliar para que se dirija ao próximo ponto (no caso o ponto 2). Enquanto
ele o faz, você tem tempo para terminar a coleta e registro dos dados do ponto 1.
7. Leia e anote os ângulos horizontal (AH) e vertical (AV).
8. Aponte a luneta para o ponto 2 e repita o procedimento a partir do passo 3.
9. Levante todos os demais pontos, até o de número 5.
10. Posicione o teodolito nos demais vértices da poligonal e repita o procedimento desde o
passo 1.
Importante:
No caso de levantamento de detalhes que se estendem acima do solo (prédios, árvores, mu-
ros) acontece um problema de excentricidade da mira em relação à posição do ponto, pois a mira tem que ser
posicionada ao lado ou então na frente do ponto a levantar (não há como posicionar a mira no centro diame-
tral do tronco da árvore, por exemplo). Assim sendo, se você posicionar na frente, não haverá erro angular
mas haverá erro para menor na distância, e se posicionar ao lado, não haverá erro na distância mas haverá
erro no ângulo. A solução desse impasse é simples:
- posiciona-se a face graduada da mira (escala) lateralmente ao ponto, com um deslocamento
perpendicular à linha teodolito-mira, pois assim não haverá erro na distância;
- lêem-se os 3 fios e anota-se o ângulo vertical da luneta;
- retira-se a mira do local (não há mais necessidade dela), em seguida aciona-se o parafuso
de chamada horizontal da alidade fazendo com que o eixo óptico da luneta coincida em direção com o ponto
levantado (centro do tronco da árvore, canto da casa etc), e somente depois disso se lê e registra o ângulo
horizontal (AH).
PLANILHA DE TAQUEOMETRIA
PE PV AH AV i FIOS G D ∆H COTA
mm mm m mm mm
A B 0°
AI=1.612 1.226
1 26° 03' 05° 30' 1.113 226 22,39 2.156 11.444
1.000
COTA = 1.112
8.789 2 62° 40' 07° 10' 1.061 112 11,03 1.386 10.726
1.000
2.256
3 78° 27' 05° 22' 2.128 256 25,38 2.384 10.657
2.000
1.052
4 213° 55' - 04° 35' 1.026 52 5,17 - 414 8.961
1.000
1.143
5 180° 00' - 02° 28' 1.072 143 14,27 - 615 8.714
1.000
B C 0°
AI=1.450 1.186
6 31° 16' 15° 12' 1.093 186 17,32 4.706 17.514
C=12.451 1.000
C D 0°
AI=1.575 1.179
7 48° 04' 00° 00' 1.090 179 17,90 0 11.305
1.000
COTA = 1.202
10.820 8 71° 43' 02° 28' 1.101 202 20,16 869 12.163
1.000
1.268
9 102° 35' 03° 57' 1.134 268 26,68 1.842 13.103
1.000
1.366
10 43° 00' 00° 45' 1.183 366 36,59 479 11.691
1.000
1.271
11 73° 17' 02° 48' 1.135 271 27,04 1.322 12.582
1.000
1.248
12 97° 01' 03° 58' 1.124 248 24,68 1.711 12.982
1.000
D A 0°
AI=1.610 2.330
13 353° 22' 00° 45' 2.165 330 32,99 432 9.162
2.000
COTA = 2.304
9.285 14 357° 12' 01° 02' 2.152 304 30,39 548 9.291
2.000
1.320
15 33° 52' 03° 47' 1.160 320 31,86 2.107 11.842
1.000
2.230
16 350° 45' 01° 36' 2.115 230 22,98 642 9.422
2.000
2.245
17 357° 49' 01° 18' 2.123 245 24,49 556 9.328
2.000
2.253
18 17° 39' 03° 45' 2.126 253 25,19 1.651 10.420
2.000
1.359
19 56° 43' 02° 37' 1.180 359 35,83 1.637 11.352
1.000
1.073
20 207° 33' -06° 00' 1.037 73 7,22 - 759 9.099
1.000
1.160
21 236° 56' -02° 48' 1.080 160 15,96 -781 9.034
1.000
PRECISÃO
ITEM DESCRIÇÃO
I QUALQUER I INTEIRO
S Leitura fio Superior ± 0,5mm ± 0,5mm
I Leitura fio Inferior ± 0,5mm 0
G Número Gerador (G = S – I) ± 1,0mm ± 0,5mm
D Distância (D = 100 G cos2 i) ± 10cm ± 5cm
∆H Desnível (∆H = 50 G sen ( 2 i )) para i = 20° ± 3,2cm ± 1,6cm
Tabela 9.3 – Precisão da taqueometria estadimétrica
ÍNDICE REMISSIVO
Alinhamento................................................................. 1 Erro
Materialização no terreno......................................... 1 de atração magnética local .....................................23
Altitude ................................................................ 51, 57 de colimação...........................................................60
Ângulo de dilatação da trena ...............................................12
Azimute.................................................................. 47 de distensão da trena ..............................................13
Deflexão ................................................................. 47 de elasticidade da trena...........................................12
Demarcação a trena ................................................ 17 de equilíbrio da agulha ...........................................24
duplo ...................................................................... 48 de excentricidade do pivô.......................................24
interno .................................................................... 47 de fechamento de poligonal....................................16
Medição a trena...................................................... 14 de graduação da mira..............................................61
Rumo...................................................................... 47 de índice da mira ....................................................62
simples ................................................................... 48 de leitura nos fios ...................................................70
Ângulo vertical de paralaxe .........................................................9, 24
de inclinação .......................................................... 64 de reverberação ......................................................70
zenital..................................................................... 64 de verticalidade da baliza .......................................12
Ângulos horizontais de verticalidade da mira ...................................61, 70
Métodos de medida ................................................ 48 de verticalidade do eixo principal...........................60
Processos de medida .............................................. 47 devido à cuvatura da Terra .....................................61
Atração local .............................................................. 23 devido à refação atmosférica ..................................70
Azimute................................................................ 19, 47 devido à refração atmosférica.................................61
geográfico ou verdadeiro........................................ 19 devido à temperatura ..............................................70
magnético ............................................................... 19 do nivelamento geométrico ....................................60
Azimute recíproco.................. Consulte Contra-azimute na determinação de azimutes..................................23
Baliza ..................................................................... 2, 12 Estaca .......................................... Consulte Testemunha
Barriga .............................................Consulte Catenária Estádia ........................................................................63
Baterias ...................................................................... 43 Excentricidade do pivô...............................................24
Bench mark ................................................................ 53 Fio de prumo ..............................................................39
Bússola....................................................................... 19 Fios estadimétricos.....................................................63
de limbo fixo .......................................................... 19 Geóide ..................................................................51, 61
de limbo móvel....................................................... 21 Invar .............................................................................7
Equilíbrio da agulha ............................................... 24 Irradiação....................................................................31
Excentricidade do pivô........................................... 24 Levantamento .............................................................14
Sensibilidade .......................................................... 23 Levantamento de detalhes ..........................................25
Cadastro dos detalhes................................................. 26 Cadastro..................................................................26
Caderneta de campo ....................... 7, 10, 15, 23, 49, 66 Métodos..................................................................26
Catenária .................................................................... 11 por bipolares...........................................................34
Clinômero .................................................................. 20 por coordenadas polares .........................................31
Compensação gráfica de poligonal ............................ 16 por coordenadas retangulares .................................28
Contra-azimute........................................................... 21 por interseção de visadas........................................34
Coordenadas polares .................................................. 31 por irradiação..........................................................31
Coordenadas retangulares .......................................... 28 por prolongamento de lados ...................................27
Coordenatógrafo polar ............................................... 33 Precisão ..................................................................25
Cota...................................................................... 51, 57 Limbo .........................................................................19
Croqui .......................................................................... 7 Locação .......................................Consulte Demarcação
CST/berger................................................................. 54 Luneta.........................................................................41
Deflexão..................................................................... 47 Mapgeo2004...............................................................57
Demarcação................................................................ 14 Materialização .............................Consulte Demarcação
Desvio do alinhamento............................................... 11 Medição
Detalhes ..................................................................... 25 a trena .......................................................................6
Dilatação térmica ....................................................... 12 de alinhamentos........................................................6
Distensão.................................................................... 13 de ângulos horizontais ............................................41
Elipsóide .................................................................... 52 Medição ou levantamento ..........................................14
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS
1) ESPARTEL, Lelis. Curso de Topografia. Rio de Janeiro: Globo, 1987.
2) IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Especificações e normas para levantamentos
geodésicos em território brasileiro - , 1983.
3) IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Padronização de marcos geodésicos, 2006.
4) LOCH, Carlos; CORDINI, Jucilei. Topografia contemporânea : planimetria. Florianopolis : Ed.
da UFSC, 1995.