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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Língua Por t ugue sa

LÍ N GUA PORTUGUESA
M ódulo I I I

CU RSO A D I STÂ N CI A 1
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO
Língua Por t ugue sa

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SUM ÁRI O: LÍ N GUA PORTUGUESA

APRESEN TAÇÃO ............................................................................ 9

ORI EN TAÇÕES PARA ESTUD O ...................................................... 1 1

UNI DADE I
Or t ogr a fia e a s Re for m a s Or t ogr á fica s ......................................... 1 5
1. A ortografia ........................................................................................................ 15
2. Cronologia das reformas ortográficas na língua portuguesa .................................. 15
ATIVIDADE I ............................................................................................................ 18

UNI DADE I I
A Últ im a Re for m a Or t ogr á fica ...................................................... 1 9
1. A norma ortográfica é uma invenção necessária ................................................... 19
2. Mudanças no alfabeto ......................................................................................... 19
3. Uso do trema ...................................................................................................... 19
4. Mudanças nas regras de acentuação .................................................................... 20
5. Resumo das Regras de Acentuação ....................................................................... 24
ATIVIDADE II ........................................................................................................... 26

UNI DADE I I I
Gr a m á t ica da Língua Por t ugue sa .................................................. 2 9
1. Pontuação ........................................................................................................... 29
2. Divisão e emprego dos sinais de pontuação: ........................................................ 29
2.1. Ponto ( . ) ......................................................................................................... 29
2.2. DOIS-PONTOS ( : ).......................................................................................... 29
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2.3. RETICÊNCIAS ( ... )........................................................................................... 29


2.4.- PARÊNTESES ( ( ) ) ......................................................................................... 30
2.5.- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) ....................................................................... 30
2.6.- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )................................................................... 31
2.7.- VÍRGULA ( , ) .................................................................................................. 31
2.8. PONTO -E-VÍRGULA ( ; ) ................................................................................... 34
2.9. TRAVESSÃO ( - )............................................................................................... 34
2.10. ASPAS ( “ “ )................................................................................................... 35
ATIVIDADE III .......................................................................................................... 36

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UNI DADE I V
Sinais Gráficos ............................................................................. 4 3
1. Til ....................................................................................................................... 43
2. Apóstrofo ............................................................................................................ 43
3. Hífen .................................................................................................................. 43
3.1. Hifens e Prefixos................................................................................................ 43
3.2. Prefixos seguidos de hífen antes de... ................................................................. 45
3.3. Prefixos nunca seguidos de hífen: ....................................................................... 47
3.4. “Não” como prefixo ......................................................................................... 50
3.5. Hífen e “extra” .................................................................................................. 50
3.6. Hífen e “mirim” ................................................................................................ 50
3.7. Hífen e “geral” ................................................................................................. 51
3.8. Hífen e “abaixo-assinado” ................................................................................ 51
3.9. Dia a dia/ dia-a-dia ........................................................................................ 51
4. Acento agudo ..................................................................................................... 51
5. Acento circunflexo ................................................................................................ 51
6- Acento grave....................................................................................................... 52
7- Cedilha .............................................................................................................. 52
ATIVIDADE IV .......................................................................................................... 53

UNI DADE V
Abreviat uras ................................................................................ 5 5
1. Lista geral de abreviaturas................................................................................... 56
2. Abreviatura para formas de tratamento ................................................................ 62
3. Abreviatura para os nomes dos meses.................................................................. 65
4. Abreviatura para vias e lugares públicos............................................................... 65
ATIVIDADE V ........................................................................................................... 68
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Unidade VI
Com o Ela bor a r Re sum os .............................................................. 6 9
ATIVIDADE VI .......................................................................................................... 71

UNI DADE VI I
Concordância N om inal .................................................................. 7 3
1. Na oração .......................................................................................................... 73
2. Observemos apenas a estrutura do sujeito ............................................................ 73
3. Regras gerais de concordância nominal ................................................................ 73

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3.1. Observemos os elementos em destaque na frase................................................ 73


3.2. Observe agora os termos grifados .................................................................... 74
4. Regras especiais .................................................................................................. 74
4.1. O adjetivo refere a mais de um substantivo de gênero e número diferentes ......... 74
4.2. Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, com o mais próximo.74
4.3. As expressões UM E OUTRO e NEM UM NEM OUTRO pedem substantivo sin-
gular. ...................................................................................................................... 75
4.4. Dois ou mais adjetivos...................................................................................... 75
4.5. Sendo sinônimos os substantivos, o adjetivo concorda com o mais próximo. ....... 75
4.6. Numerais ordinais ............................................................................................ 75
4.7. Os pronomes adjetivos MESMO, PRÓPRIO, e o adjetivo SÓ .............................. 75
4.8. As palavras MEIO e BASTANTE......................................................................... 76
4.9. O adjetivo ANEXO ........................................................................................... 76
4.10. Os adjetivos QUITE e CONFORME................................................................. 76
4.11. A palavra ALERTA........................................................................................... 77
4.12. Os adjetivos regidos de preposição ................................................................ 77
5. Concordância do predicativo com o sujeito .......................................................... 77
5.1. O predicado .................................................................................................... 77
5.2. Sujeito composto .............................................................................................. 77
5.3. Sujeito constituídopor substantivos ..................................................................... 77
5.4. O sujeito com pronome de tratamento .............................................................. 78
5.5. O predicativo ................................................................................................... 78
6. Concordância do predicativo com o objeto .......................................................... 78
6.1. O predicativo concorda em gênero e número com o objeto quando este for sim-
ples. ....................................................................................................................... 78
6.2. Objeto é composto e constituído por elementos do mesmo gênero ..................... 79
6.3. Objeto composto e formado de elementos de gêneros diferentes........................ 79
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ATIVIDADE VII ......................................................................................................... 80

UNI DADE VI I I
Concordâ ncia Verba l .................................................................... 8 5
1. Regras gerais ...................................................................................................... 85
1.1. Com um só sujeito ........................................................................................... 85
1.2. Com mais de um sujeito ................................................................................... 85
2. Casos particulares ............................................................................................... 86
2.1. Com sujeito simples ......................................................................................... 86

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2.1.1. O sujeito é uma expressão partitiva................................................................ 86


2.1.2. O sujeito denota quantidade aproximada ...................................................... 86
2.1.3. O sujeito é um pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido plural ....... 87
2.1.4. O sujeito é o pronome relativo QUE.............................................................. 87
2.1.5. O sujeito é o pronome relativo QUEM ........................................................... 88
2.1.6. O sujeito é o plural aparente ......................................................................... 88
2.1.7. O sujeito é indeterminado ............................................................................. 88
2.1.8. Concordância do verbo SER........................................................................... 89
2.1.8.1. Com o predicativo ..................................................................................... 89
2.1.8.2. Quando o sujeito for nome de pessoa ou pronome pessoal ......................... 90
2.1.8.3. Quando o sujeito é uma expressão numérica considerada na totalidade....... 90
2.1.8.4. Nas frases com a locução invariável é que .................................................. 90
2.2. Com sujeito composto ...................................................................................... 90
2.2.1. Concordância com o núcleo do sujeito mais próximo ...................................... 90
2.2.2. Sujeito composto resumido por um pronome indefinido .................................. 91
2.2.3. Sujeito composto representante da mesma pessoa ou coisa............................. 91
2.2.4. Sujeito composto ligado por OU e por NEM .................................................. 91
2.2.5. A expressão UM E OUTRO ............................................................................ 92
2.2.6. Sujeito composto ligado por COM ................................................................. 92
2.2.7. Sujeito composto ligado por conjunção comparativa ...................................... 93
ATIVIDADE VIII ........................................................................................................ 94

UNI DADE I X
Com unica çã o N ã o- Ve r ba l e m Sa la de Aula .................................... 9 7
1. O corpo fala ....................................................................................................... 98
2. A dança das mãos .............................................................................................. 98
3. Postura física ....................................................................................................... 98
Língua Por t ugue sa

4. Diferentes expressões faciais................................................................................. 99


5. O olhar .............................................................................................................. 99
6. Pausas e silêncios ................................................................................................ 99
7. A fala ............................................................................................................... 100
8. Linguagem culta e linguagem coloquial ............................................................. 100
9. A comunicação verbal e não-verbal ................................................................... 101
9.1. Esquema da Comunicação de R. Jakobson: ..................................................... 101
10. Elementos da Comunicação ............................................................................. 102
11. Os ruídos de comunicação na linguagem verbal ............................................... 102

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11.1 Recomendações para evitar a ocorrência de “ruídos de comunicação” ............. 102


12. Os elementos da comunicação na linguagem não - verbal ............................... 102
ATIVIDADE IX ........................................................................................................ 104

UNI DADE X
Le it u r a e I n t e r pr e t a çã o de Te x t os .............................................. 1 0 9
1. A leitura de um texto ......................................................................................... 109
2. A avaliação de um texto .................................................................................... 109
3. Organização do texto e idéia central .................................................................. 110
4. OS TIPOS DE TEXTO ......................................................................................... 111
4.1. Descrição ....................................................................................................... 111
4.1.1. A organização da descrição ........................................................................ 112
4.2. Narração ....................................................................................................... 113
4.2.1. Os 10 Pecados Mortais de uma Narrativa .................................................... 115
4.3. Dissertação .................................................................................................... 118
4.3.1. Passos para escrever o texto dissertativo........................................................ 119
4.3.1.1. Introdução ............................................................................................... 119
4.3.1.2. Desenvolvimento ...................................................................................... 119
4.3.1.3. Conclusão................................................................................................ 119
4.3.2. Procedimentos Básicos para construir um texto dissertativo ............................. 120
4.3.3. Orientação para Elaborar uma Dissertação .................................................. 120
4.3.4. Modelos ..................................................................................................... 122
ATIVIDADE X ......................................................................................................... 127

RESPOSTAS D AS ATI VI D AD ES .................................................... 1 3 3

REFERÊN CI AS BI BLI OGRÁFI CAS ................................................ 1 4 7


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APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO

Seja bem vindo ao Programa de Ensino a Distância para Formação,


Capacitação e/ ou Reciclagem de Recursos Humanos da Área de Trânsito.
Este Programa foi elaborado especialmente para você, que pretende
ser uma pessoa capacitada na área de trânsito.
Ao elaborarmos este Programa de Ensino a Distância, bem como o
material didático a ser usado, tivemos o cuidado e a seriedade de fazê-lo
atendendo às suas necessidades e, acreditamos que você poderá ter sucesso
se, efetivamente, estudar e seguir as orientações apresentadas aqui.
Cada um dos Cursos a Distância possui várias disciplinas, este mate-
rial que você está recebendo é da disciplina de Noções de Administrração
Geral, que trará conteúdos sobre as formas de administrar uma empresa.
Antes de iniciar esta disciplina, leia todas as informações sobre o Pro-
grama de Ensino a Distância para Formação, Capacitação e/ ou Reciclagem
de Recursos Humanos da Área de Trânsito, em especial as Orientações para
Estudo, que se encontra nas páginas seguintes.
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ORIENTAÇÕES
ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
PARA ESTUDO
Le ia com a t e nçã o !

Neste Curso você será capaz de aprender, assimilando por si só todos


os conteúdos necessários à sua formação.
.
Lembre-se!
Como vocêira estudar sozinho, antesdeiniciar osseusestudos, pro-
curetomar todasasprovidênciasdescritasabaixo.

Horário
Escolha de preferência, sempre o mesmo horário
para estudar e na medida do possível, isto deve ser feito de
segunda-feira a sábado.

A m b i en t e
Escolha o local para estudar que seja do seu agrado, mas lembre-se:
televisão deve estar sempre desligada;
rádio, aparelho de som, etc, também sempre desligados;
não atenda ao telefone, campainha, etc;
alimente-se antes de iniciar seus estudos, mas sem exageros,
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você precisa de concentração máxima para estudar;


vá ao banheiro antes de iniciar os estudos.

M a ter i a l p ed a g ó g i co
Feito isso, leve para o local escolhido de estudo:
a apostila, lápis, caneta, borracha, régua;
dicionário, enciclopédia, livros que possam auxiliá-lo, etc.;
não esqueça de levar também o Código de Trânsito Brasileiro.

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Atenção!
Para estudar prefira osCódigosdeTrânsito quecontenhamseus
Anexosbemcomo asResoluçõesdo Conselho Nacional deTrânsito -
CONTRAN.

Co m o est u d a r
1) Faça uma leitura global de cada unidade para se familiarizar com
o vocabulário (palavras, expressões, etc.) e conteúdos (matéria a
ser estudada).
2) Faça uma segunda leitura, bem mais detalhada, sublinhando con-
ceitos, definições e palavras que não são do seu
entendimento e anote-as ao lado da página.
3) As palavras ou expressões de difícil entendimento
devem ser anotados em uma folha e, com o auxí-
lio de um dicionário ou enciclopédia, procure
seus significados. Desta forma, você estará cons-
truindo um amplo vocabulário que irá auxiliá-lo em seus estudos.
4) Após a segunda leitura, você deverá ter entendido conceitos, defi-
nições, palavras e expressões.
5) Isto feito, você com certeza terá compreendido melhor os textos,
as definições e os conceitos. Enfim, você já iniciou o seu próprio
processo de aprendizagem.
6) Antes de avançar para a próxima unidade, resolva as atividades
propostas, sempre com bastante atenção. Certamente, você não
terá dúvidas.
7) Para conferir as respostas dos exercícios, há uma folha de respos-
Língua Por t ugue sa

tas ao final da apostila.


8) Confira as respostas; se houver algum erro, refaça com atenção e
lembre-se de que só estudando com muita atenção é que você
conseguirá sucesso em seus estudos e em sua vida profissional.

Atenção!
Estudeno mínimo quatro horaspor dia, desegunda a sábado, com
umintervalo devinteminutos a cada duas horas.

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UN I DADE I
Ort ogra fia e a s Reform a s Ort ográ fica s

1 . A o r to g r a f i a
A ortografia é uma convenção social. No Brasil a Academia Brasileira
de Letras instituiu pela primeira vez, em 1943, o Pequeno Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa. Observamos, portanto, que as grafias
usadas e tidas como certas há menos de cem anos eram outras, sendo hoje
consideradas inaceitáveis. Isto é, a convenção mudou. Outras línguas, como
o francês e o espanhol, tinham normas ortográficas no século XVIII, mas no
caso do português uma convenção ortográfica a ser adotada por todos os
usuários do idioma demorou muito. Hoje ainda existem algumas pequenas
diferenças no modo como se escrevem certas palavras no Brasil e nos demais
países em que o português é a língua oficial (escrevemos ator e em Portugal
escreve-se actor, por exemplo).
Após várias tentativas de se unificar a ortografia da língua portuguesa,
a partir de 1º de janeiro de 2009 passou a vigorar no Brasil e em todos os
países da Comunidade de países de Língua Portuguesa, o período de
transição para as novas regras ortográficas que se finaliza em 31 de
dezembro de 2012.
Algumas modificações foram feitas no sentido de promover a união e
proximidade dos países que tem o português como língua oficial: Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste,
Brasil e Portugal.
No entanto, não é necessário que haja aversão às alterações, pois
são simples e fáceis de serem apreendidas. Além disso, há um prazo de
adaptação para ocorra todo processo de mudança.
A Academia Brasileira de Letras dispõe de um link para quem tiver
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dúvidas sobre o acordo. É só acessar www.academia.org.br e procurar o


serviço “ABL Responde” à direita na página. No entanto, não há prazo para
que as repostas sejam enviadas, já que cada pergunta passará por análise da
comissão de lexicografia e lexicologia.

2 . Cr o n o l o g i a d a s r ef o r m a s o r to g r á f i ca s n a l ín g u a
p o r t u g u esa
A seguir apresentamos uma cronologia das reformas ortográficas
ocorridas na língua portuguesa.

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- 1911 - Reforma Ortográfica de 1911, a primeira reforma orto-


gráfica em Portugal foi profunda e modificou completamente o
aspecto da língua escrita, aproximando-o muito do atual, fazendo
desaparecer muitas consoantes dobradas, os grupos ph, th, rh,
etc.
- 1931 - Primeiro Acordo Ortográfico por iniciativa da Academia
Brasileira de Letras e aprovado pela Academia das Ciências de Lis-
boa, em Portugal. Os estudos para estabelecer este acordo tive-
ram início em 1924 onde a Academia das Ciências de Lisboa e a
Academia Brasileira de Letras começaram a procurar uma orto-
grafia comum, firmando-se um acordo preliminar em 1931 que
praticamente adaptava a ortografia portuguesa de 1911, inician-
do-se assim um longo processo de convergência das ortografias
dos dois países.
- 1945 - Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945 ou Acor-
do Ortográfico de 1945, adaptado em Portugal, mas não no Bra-
sil. Contudo, os vocabulários que se publicaram, em 1940 Acade-
mia das Ciências de Lisboa e 1943 Academia Brasileira de Letras,
continham ainda algumas divergências. Por isso, houve, ainda em
1943, em Lisboa, uma convenção ortográfica, que deu origem ao
Acordo O rtográfico de 1945
1945. Este acordo tornou-se lei em
Portugal por decreto ainda em 1945, mas no Brasil não foi ratifi-
cado pelo Congresso; e, por isso, os brasileiros continuaram a re-
gular-se pela ortografia do Formulário O rtográfico de 19431943.
- 1971 - Lei n.º 5765 de 18 de Dezembro, no Brasil, suprimiu o
acento circunflexo na distinção dos homógrafos, responsável por
70% das divergências ortográficas com Portugal, e os acentos que
marcavam a sílaba subtônica nos vocábulos derivados com o sufi-
xo -mente ou iniciados por -z.
- 1973 - Decreto-Lei n.º 32/ 73 de 6 de Fevereiro, em Portugal, su-
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primiram-se os acentos que marcavam a sílaba subtônica nos vo-


cábulos derivados com o sufixo -mente ou iniciados por -z-, como
já se havia feito no Brasil.
- 1975 - A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasilei-
ra de Letras elaboraram um projeto de acordo que não foi apro-
vado oficialmente em parte devido ao período de convulsão políti-
ca que se vivia em Portugal.
- 1986 - o presidente José Sarney do Brasil tentou resolver o assun-
to e promoveu um encontro dos sete países de língua portuguesa
no Rio de Janeiro. Da reunião de representantes dos, na época,

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sete países de língua portuguesa (CPLP) no Rio de Janeiro resulta-


ram as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Por-
tuguesa de 1945, renegociadas em 1975 e consolidadas em
1986, que nunca chegaram a ser implementadas.
- 1990 - De nova reunião, desta vez em Lisboa, resulta um novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, previsto para entrar
em vigor em 1 de Janeiro de 1994.
- 1998 - Na cidade da Praia, Cabo Verde, foi assinado um Protoco-
lo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que
retirou do texto original a data para a sua entrada em vigor.
- 2004 - Em São Tomé e Príncipe foi aprovado um Segundo Proto-
colo Modificativo ao Acordo Ortográfico prevendo que, em lugar
da ratificação por todos os países, fosse suficiente que três mem-
bros ratificassem o Acordo Ortográfico de 1990 para que este
entrasse em vigor nesses países.
- 2008 - Presidente Luís Inácio Lula da Silva, do Brasil, assina em 29
de Setembro, as mudanças da ortografia da língua portuguesa no
Brasil, que passaram a valer a partir de 1 de janeiro de 2009.

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ATI VI D AD E I

01) Responda
a) Qual a finalidade básica das Reformas Ortográficas da Língua Portu-
guesa?

b) Como devemos receber as alterações sugeridas pelas Reformas Orto-


gráficas?

03) Como podemos caracterizar a ortografia? Como ela ocorreu no


Brasil?

04) Como se iniciou a ortografia em outros países?


Língua Por t ugue sa

05) Qual é o período de transição para as novas regras ortográficas


Língua Portuguesa propostas em 2008?

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UN I DADE I I
A Últ im a Reform a Ort ográ fica

1 . A n o r m a o r to g r á f i ca é u m a i n ven çã o n ecessá r i a
Por ser uma convenção que contém não só regras como irregularida-
des, muitas pessoas imaginam que a ortografia é um acidente histórico des-
necessário, que apenas serve para dificultar a tarefa de quem escreve.
As alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de de-
zembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste se
apresentam a seguir, segundo o Guia Prático da Nova Ortografia Michaelis:

2 . M u d a n ça s n o a l f a b eto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maio-
ria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por
exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro),
kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados): show,
playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser,
Kafka, kafkiano.

3 . Uso d o tr em a
Língua Por t ugue sa

Não se usa mais o trema (¨ ), sinal colocado sobre a letra u para indi-
car que ela deve ser pronunciada nos grupos guegue, gui
gui, que
que, qui
qui.
Como era Como fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente

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eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo

Atenção
O trema permaneceapenas nas palavras estrangeiras eemsuas deri-
vadas. Exemplos: Müller, mülleriano.

4 . M u d a n ça s n a s r eg r a s d e a cen tu a çã o
I. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das pala-
vras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sí-
laba).
Como era Como fica
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
Língua Por t ugue sa

andróide andróide
apóia (verbo apoiar) apóia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia

2 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estréia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia

Atenção
essa regra éválida somentepara palavras paroxítonas. Assim, conti-
nuama ser acentuadas as palavras oxítonas eos monossílabos tôni-
cos terminados em éis e ói(s)
ói(s).
Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóisetc.

II. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u


Língua Por t ugue sa

tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente.

Como era Como fica


Baiúca baiuca
Bocaiúva Bocaiuva*
Cauíla cauila**
Feiúra feiura
* bocaiuva = certo tipo de palmeira
**cauila = avarento
CU RSO A D I STÂ N CI A 2 1
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Atenção
1) sea palavra for oxítona eo i ou o u estiverememposição final
(ou seguidos des), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús,
Piauí;
2) seo i ou o u foremprecedidos deditongo crescente, o acento per-
manece. Exemplos: guaíba, Guaíra.

III. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e


ôo(s).

Como era Como fica


Abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos
zôo zoo
Língua Por t ugue sa

IV. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ para,
péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/ pelo(s), pólo(s)/ polo(s) e pêra/ pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo
pólo. Ele gosta de jogar polo
polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra
pêra. Comi uma pera
pera.

2 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Atenção!
Algunsacentospermanecem!

Permanece o acento diferencial em pôde/ pode.


Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3.ª pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3.ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode
pode.

Permanece o acento diferencial em pôr/ por.


Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos ver-


bos ter e vir
vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, con-
vir, intervir, advir etc.).
Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
Língua Por t ugue sa

É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras


forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara.
Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

V. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu)


arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do ver-
bo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir.

CU RSO A D I STÂ N CI A 2 3
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

VI. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar guar,


quar e quir
quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxa-
guar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúnci-
as em algumas formas do presente do indicativo, do presente do
subjuntivo e também do imperativo.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem
ser acentuadas.
Exemplos:
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam;
enxágue, enxágues, enxáguem.
• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem;
delínqua, delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser
acentuadas.
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada
mais fortemente que as outras):
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam;
enxague, enxagues, enxaguem.
• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delin-
qua, delinquas, delinquam.

Atenção
No Brasil, a pronúncia mais correnteéa primeira, aquela coma ei
tônicos.
Língua Por t ugue sa

5 . Resu m o d a s Reg r a s d e A cen tu a çã o

2 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ACEN TUAM - SE AS PRO PARO XÍ TO N AS,


REG RA DO S HI ATO S
I N CLUSI VE AS TERM I N ADAS EM

-IA :far-m á-ci-a ,m e-m ó-ri-a; V + i( s) /u( s) tônicos


-IO :ar-m á-ri-o ,re-ló-gi-o; + não seguido pornh
-IE :sé-ri-e ,in-tem -pé-ri-e;
-E A :ró-se-a ,á-re-a; sa í da;
-E O :pá-re-o ,e-té-re-o; sa ís te;
-O A :nó-do-a ,né-vo-a; sa ú de;
-U A :tá-bu-a ,ré-gu-a; bala ús tre;
-U E :tê-nu-e ,en-xá-gue
ACEN TUAM - SE AS PARO XÍ TO N AS
ACEN TO S DI FEREN CI AI S
TERM I N ADAS EM

-U M ( U N S ) :ál-bum ,ál-buns;
-X :cá-lix ,Fé-lix;
-I( S ) :jú-ri,lá-pis; pode hoje x pôde ontem ;
-R :re-vól-ver,pu-lô-ver; vou pôrx porbaixo ;
-U S :bô-nus ,ló-tus; ele vem x eles vêm ;
-N :hí-fen ,é-den; ele tem x eles têm ;
-Ã O ( S ) /Ã ( S ) :ór-gão ,ór-gãos ; e seus com postos:;
-O M ,O N ( S ) :rádom ,prótons ; convém x convêm ;
-L :a-m á-vel,lou-vá-vel; contém x contêm etc.
-E I( S ) :pô-nei,vô-lei;
-P S :bí-ceps ,fór-ceps
ACEN TUAM - SE AS O XÍ TO N AS
TERM I N ADAS EM

-Á ( S ) :pá ,a-trás;
-É ( S ) :fé,a-tra-vés;
-Ê( S ) :vê,vo-cês;
-Ó ( S ) :pó,ci-pó;
-Ô ( S ) :a-vô ,com -pôs ;
-É M ,É N S com m ais de um a sílaba:ar-
Língua Por t ugue sa

m a-zéns,tam -bém ;
-Ú ( S ) e Í( S ) precedidos de
ditongos:tui-ui-ú,P i-au-í;
-É IS :pas-téis ,to-néis;
-É U ( S ) :céu ,cha-péus;
-Ó I( S ) :m ói,he-róis

CU RSO A D I STÂ N CI A 2 5
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E I I

01) Responda
Quais são as alterações referentes à mudança do alfabeto no acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de de-
zembro de 1990?

02) Explique
Como ficou convencionado o uso de trema na Língua Portuguesa?

03) Em cada sequência abaixo, apenas uma palavra não deve


receber acento gráfico. Sublinhe-a e explique por que ela
não deve ser acentuada:
a) Ruína – Egoísmo – Saúva – Genuíno – Feiúra.

b) Baiúca – Saúde –Faísca – Piauí – Juízes.


Língua Por t ugue sa

04) Coloque CERTO ou ERRADO sobre a acentuação das pala-


vras oxítonas:
a) ( ) vatapá – lilás – maçã – elã
b) ( ) pontapé – revés – glacê – torquês
c) ( ) qüiproquó – retrós – bangalô – robôs
d) ( ) alguém – parabéns – além – vinténs
e) ( ) jabutí – cajú – partí-la – obús
2 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

05) Coloque CERTO ou ERRADO sobre acentuação das


monossílabas tônicas:
a) ( ) lá – Pã – trás – dá-lo
b) ( ) pé – rés – lê – mês
c) ( ) ví-o – pús – trém – lís
d) ( ) saci – jacú – jacaré – socó
e) ( ) desdém – outrém – harém – neném

06) Coloque CERTO ou ERRADO sobre a acentuação das pala-


vras paroxítonas:
a) ( ) rubrica – recorde – batavo – item
b) ( ) fóssil – hímen – próton – projéteis
c) ( ) caráter – ônix – bíceps – álbum
d) ( ) vírus – biquini – jóquei – maquinária
e) ( ) águia – barbárie – adágio – tênue

07) Coloque CERTO ou ERRADO sobre a acentuação de ditongos


e hiatos:
a) ( ) azaléia – sequóia – troféu – méis
b) ( ) alcoóis – sandéu – mundéu – jôio
c) ( ) anéizinhos – heróico – protéico – broquéu
d) ( ) enjôo – entretêem – revêem – corôo
e) ( ) baiúca – beduíno – uísque – balaústre Língua Por t ugue sa

0 8 ) A r eg r a a tu a l p a r a a cen tu a çã o n o p o r tu g u ês d o Br a si l
m a n d a a cen tu a r to d o s o s d i to n g o s a b er to s “ éu ” , “ éi ” ,
“ ó i ” (co m o ‘ a ssem b l éi aa’’ , ‘ céu ’ o u ‘‘d
d ó i ’ ). Pel o n o vo
Pel
a co r d o , p a l a vr a s d esse ti p o p a ssa m a ser escr i ta s:
a) ( ) Assembléia, dói, céu
b) ( ) Assembléia, doi, ceu
c) ( ) Assembléia, dói, ceu
d) ( ) Assembleia, dói, céu
e) ( ) Assembleia, doi, céu

CU RSO A D I STÂ N CI A 2 7
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

09) Pela nova regra, apenas uma dessas palavras pode ser assi-
nalada com acento circunflexo. Qual delas?
a) ( ) Vôo
b) ( ) Crêem
c) ( ) Enjôo
d) ( ) Pôde
e) ( ) Lêem

10) Qual das alternativas abaixo apresenta todas as palavras


grafadas corretamente:
a) ( ) bússola, império, platéia, cajú, Panamá
b) ( ) bussola, imperio, plateia, caju, Panama
c) ( ) bússola, imperio, plateia, caju, Panamá
d) ( ) bússola, império, plateia, caju, Panamá
e) ( ) bussola, imperio, plateia, cajú, Panamá.
Língua Por t ugue sa

2 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

UN I D AD E I I I
Gra m á t ica da Língua Port uguesa

1. Po n t u a çã o
Po
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua es-
crita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada.
Exemplos: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...

2 . Di vi sã o e em p r eg o d o s si n a i s d e p o n tu a çã o :
2.1. Ponto ( . )
Ponto
a) indicar o final de uma frase declarativa.
Ex.: Lembro-me muito bem dele.
b) separar períodos entre si.
Ex.: Fica comigo. Não vá embora.
c) nas abreviaturas
Ex.: Av.; V. Ex.ª

IS-- PO N T
2.2. DO IS OS ( : )
TO
a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
Parta agora.
b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüên-
cia de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
Língua Por t ugue sa

c) antes de citação
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno
posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

2 .3 . RETICÊN CIAS ( ... )


a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.

CU RSO A D I STÂ N CI A 2 9
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.


Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de
sugerir prolongamento de idéia.
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas fa-
ces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)
d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.
Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros-
Raimundo Fagner)

2.4.- PARÊN TESES ( (


PARÊN ) )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas
humanas.
“Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na vés-
pera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “(O milagre
das chuvas no nordeste - Graça Aranha)

Dica:
Os parênteses tambémpodemsubstituir a vírgula ou o travessão.

2.5.- PO N TO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativo
Língua Por t ugue sa

Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Cam-


pos)
b) Após imperativo
Ex.: Cale-se!
c) Após interjeição
Ex.: Ufa! Ai!
d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional
Ex.: Que pena!

3 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2.6.- PO N TO DE IN TERRO GAÇÃO ( ? )


a) Em perguntas diretas
Ex.: Como você se chama?
b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação
Ex.: - Quem ganhou na loteria?
- Você. - Eu?!

2.7.- VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de
nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mes-
ma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.
Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

Dica:
Podemosconcluir que, quando há uma relação sintática entretermos
deoração, não sepodesepará-lospor meio da vírgula.

Não se separam por vírgula:


a) predicado de sujeito;
b) objeto de verbo;
c) adjunto adnominal de nome;
d) complemento nominal de nome;
e) predicativo do objeto do objeto;
f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não
seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
Língua Por t ugue sa

A vírgula no interior da oração


É utilizada nas seguintes situações:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.
A educação,, meus amigos, é fundamental para o progresso do
país.
b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, es-
teve aqui ontem.
c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.

CU RSO A D I STÂ N CI A 3 1
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.


As pessoas,, muitas vezes, são falsas.
d) separar elementos de uma enumeração.
Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.
Ex.: Amanhã,, ou melhor
melhor,, depois de amanhã podemos nos encontrar
para acertar a viagem.
f) separar conjunções intercaladas.
Ex.: Não havia,, porém, motivo para tanta raiva.
g) separar o complemento pleonástico antecipado.
Ex.: A mim, nada me importa.
h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.
Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
i) separar termos coordenados assindéticos.
Ex.: “Lua, lua, lua, lua,
j) por um momento meu canto contigo compactua...” (Caetano
Veloso)
k) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir).

Dicas:
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam
o uso da vírgula. Ex.: Conversaramsobrefutebol, religião epolítica.
Língua Por t ugue sa

Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei


para Bahia ou Ceará.
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finali-
dade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório,, nem ao enterro,, nem à missa de sétimo
dia.

A vírgula entre orações


É utilizada nas seguintes situações:

3 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.


Ex.: Meu pai,, de quem guardo amargas lembranças, mora no
Rio de Janeiro.
b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto
as iniciadas pela conjunção e ).
Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estu-
dou muito, mas não foi aprovado no exame.

Atenção!
Há três casos emqueseusa a vírgula antes da conjunção e:
1) quando asoraçõescoordenadastiveremsujeitosdiferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos,, eos pobres, cada vez mais
pobres.
2) quando a conjunção evier repetida coma finalidadededar ênfase
(polissíndeto).
Ex.: E chora,, e ri,, e grita,, e pula de alegria.
3) quando a conjunção eassumir valores distintos quenão seja da
adição(adversidade, conseqüência, por exemplo)
Ex.: Coitada! Estudou muito,, eainda assimnão foi aprovada.

c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzi-


das), principalmente se estiverem antepostas à oração principal.
Ex.: “ No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda
mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho.”( O selvagem - José de
Alencar)
Língua Por t ugue sa

d) separar as orações intercaladas. Ex.: “- Senhor,, disse o velho, te-


nho grandes contentamentos em a estar plantando...”
Dicas:
Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo traves-
são.
Ex.: “Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a
estar plantando...”
e) separar as orações substantivas antepostas à principal.
Ex.: Q uanto custa viver
viver,, realmente não sei.
CU RSO A D I STÂ N CI A 3 3
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2 .8 . PO N TO-E
TO E-- VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de
uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. (cap. V das penalidades
Direito Administrativo).
b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coorde-
nadas nas quais já tenham utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude
apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da
vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transfor-
mando em opressora asma cardíaca;; os lábios grossos, o inferior um tanto
tenso (...) “ (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

2.9. TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem
Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibióti-
Língua Por t ugue sa

co e estará bom
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Dicas:
Tambémpodeser usadoemsubstituiçãoà virgula emexpressõesou fra-
ses explicativas. Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.

3 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2.10. ASPAS ( “ “ )
ASPAS
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gíri-
as, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões popula-
res.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”
“chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “ feedback
feedback”” do serviço
a mim requerido.
b) indicar uma citação textual
Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com
todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de
Q ueirós)

Dicas
Se, dentro deumtrecho já destacado por aspas, sefizer necessário a
utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‘ ‘ )

Recursos alternativos para pontuação:


Parágrafo ( § )
Chave ( { } )
Colchete ( [ ] )
Barra ( / )
Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 3 5
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E I I I

01) Reescreva as orações, pontuando adequadamente e fazendo


pequenas modificações, quando necessário:
a) Maria Rita menina pobre do interior chegou a São Paulo assustada

b) O encanador sorriu e disse se a senhora quiser eu posso trocar tam-


bém a torneira dona

c) Quando tudo vai mal nós devemos parar e pensar onde é que
estamos errando desta maneira podemos começar a melhorar isto é a
progredir.

d) Socorro alguém me ajude

e) Ao voltar para casa encontrei um ambiente assustador móveis revira-


dos roupas jogadas pelo chão lâmpadas quebradas e torneiras abertas
Língua Por t ugue sa

f) De MPB eu gosto mas de música sertaneja

g) Não critique seu filho homem de Deus dê o apoio que ele necessita e
tudo terminará bem se você não apoiá-lo quem irá fazê-lo

3 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

h) Os nossos sonhos não são inatingíveis a nossa vontade deve torná-


los realidade

i) O computador que é uma invenção deste século torna a nossa vida


cada dia mais fácil

j) Eu venderei todas as minhas terras mesmo que antes disso a lavoura


se recupere

k) Naquele instante quando ninguém mais esperava de longe avistamos


uma figura estranha que se aproximava quando chegou bem perto ele
perguntou o que fazem aqui neste fim-de-mundo e nós respondemos
graças a Deus o senhor apareceu estamos perdidos nesta mata há dias

l) Quando lhe disserem para desistir persista quando conseguir a vitória


divida com seus amigos a sua alegria
Língua Por t ugue sa

m) Quanta burocracia levei dois meses para tirar um documento de


identidade

CU RSO A D I STÂ N CI A 3 7
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

n) Você tem duas opções desiste da carreira ou do casamento

o) O presidente pode se tiver interesse colocar na cadeia os corruptos


ou seja aqueles que só fazem mal ao país

02) Assinale a opção em que a supressão das vírgulas alteraria


o sentido do anunciado:
a) ( ) os países menos desenvolvidos vêm buscando, ultimamente, soluções
para seus problemas no acervo cultural dos mais avançados;
b) ( ) alguns pesquisadores, que se encontram comprometidos com as cul-
turas dos países avançados, acabam se tornando menos criativos;
c) ( ) torna-se, portanto, imperativa uma revisão modelo presente do pro-
cesso de desenvolvimento tecnológico;
d) ( ) a atividade científica, nos países desenvolvidos, é tão natural quanto
qualquer outra atividade econômica;
e) ( ) por duas razões diferentes podem surgir, da interação de uma comu-
nidade com outra, mecanismos de dependência.

03) Assinale a opção em que está corretamente indicada a or-


dem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacu-
nas da frase abaixo:
Língua Por t ugue sa

“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser con-
sideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho oferece
___ a outra é o valor prático que possa ter.
a) ( ) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
b) ( ) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
c) ( ) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
d) ( ) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
e) ( ) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.

3 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

04) Assinale o exemplo em que há emprego incorreto da vírgula:


a) ( ) como está chovendo, transferi o passeio;
b) ( ) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto;
c) ( ) ele, caso queira, poderá vir hoje;
d) ( ) não sabia, por que não estudou;
e) ( ) o livro, comprei-o por conselho do professor.

05) Assinale o trecho sem erro de pontuação:


a) ( ) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação
econômica da firma em questão;
b) ( ) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas
contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários;
c) ( ) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preen-
chimento da declaração;
d) ( ) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário
em anexo;
e) ( ) estamos remetendo em anexo, o formulário.

06) Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas:


a) ( ) ora ríamos, ora chorávamos;
b) ( ) amigos sinceros, já não os tinha;
c) ( ) a parede da casa, era branquinha branquinha;
d) ( ) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso;
e) ( ) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa.
Língua Por t ugue sa

07) Observe:
I) depois de muito pedir ( ) obteve o que desejava;
II) se fosse em outras circunstâncias ( ) teria dado tudo certo;
III) exigiam-me o que eu nunca tivera ( ) uma boa educação;
IV) fez primeiramente seus deveres ( ) depois foi brincar;
Assinale a alternativa que preencha mais adequadamente os parênteses:

CU RSO A D I STÂ N CI A 3 9
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

a) ( ) (;) (,) (:) (;);


b) ( ) (,) (;) (:) (;);
c) ( ) (,) (,) (:) (;);
d) ( ) (?) (,) (,) (:);
e) ( ) (,) (;) (.) (;).

08) Assinale o item em que as vírgulas estão empregadas corre-


tamente:
I - Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno embrulho
e entregou ao homem.
II - A sua fisionomia estava serena, o seu aspecto tranqüilo.
III - E o farmacêutico, sentindo-se aliviado do seu gesto, sentira-se feliz
diante de suas lembranças.
IV - Quando, vi que não servia, dei às formigas, e nenhuma morreu.
a) ( ) I - IV;
b) ( ) II - III;
c) ( ) II - IV;
d) ( ) I - II;
e) ( ) I - III.

09) A frase: “ O assunto desta reunião - voltou a afirmar o presi-


dente - é sigiloso” .
Qual das alternativas apresenta as possibilidades corretas dentre as nu-
meradas de I a V?
I - O assunto desta reunião (voltou a afirmar o presidente ...) é sigiloso.
Língua Por t ugue sa

II - O assunto desta reunião (voltou a afirmar o presidente) é sigiloso.


III - O assunto desta reunião, voltou a afirmar o presidente, é sigiloso.
V - O assunto desta reunião: voltou a afirmar o presidente: é sigiloso.
a) ( ) I, II, III, IV, V;
b) ( ) II, IV;
c) ( ) I, III, V;
d) ( ) I, IV, V;
e) ( ) II, IV, V.

4 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

10) Em seguida vai um pequeno trecho de Machado de Assis,


pontuado de diversos modos. Só uma vez a pontuação esta-
rá de acordo com as normas gramaticais. Assinale-a:
a) ( ) homem gordo, não faz revolução. O abdômem, é naturalmente ami-
go da ordem. O estômago pode destruir, um império: mas há de ser
antes do jantar;
b) ( ) homem gordo não faz revolução. O abdômen é naturalmente amigo
da ordem; o estômago pode destruir um império: mas há de ser antes
do jantar;
c) ( ) homem gordo não faz revolucão, o abdômen é, naturalmente, ami-
go da ordem. O estômago, pode destruir um império: mas há de ser
antes do jantar;
d) ( ) homem gordo não faz revolução: o abdômen e naturalmente, amigo
da ordem. O estômago pode destruir um império: mas há de ser an-
tes do jantar;
e) ( ) homem gordo não faz revolução: o abdômen é naturalmente amigo
da ordem. O estômago pode destruir um império mas há de ser, an-
tes do jantar.

11) Assinale a opção em que está corretamente indicada a or-


dem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacu-
nas da frase abaixo:
“Como amanhã será o nosso grande dia ___ duas coisas serão impor-
tantes ___ uma é a tranqüilidade ___ a outra é a observação minuciosa
do que esta sendo solicitado”.
a) ( ) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula;
b) ( ) vírgula, vírgula,vírgula;
c) ( ) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
Língua Por t ugue sa

d) ( ) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;


e) ( ) ponto e vírgula, dois pontos, vírgula.

CU RSO A D I STÂ N CI A 4 1
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

12) Em relação à pontuação, assinale a opção correta


correta.
a) ( ) O Programa Sociedade da Informação foi concebido, pelo Ministé-
rio da Ciência e Tecnologia para preparar a nova geração de redes, e
viabilizar, assim, um novo estágio de evolução da Internet e suas apli-
cações no país.
b) ( ) Constitui um conjunto de iniciativas que prevê ações dos governos
federal, estaduais, municipais, junto com a iniciativa privada, tanto na
capacitação de pessoal para pesquisa, e desenvolvimento quanto na
garantia de serviços avançados de comunicação e informação.
c) ( ) Faz parte do Plano Plurianual 2000-2004, com investimentos previs-
tos de R$ 3,4 bilhões, e tem o objetivo de colocar o país em condi-
ções de operar a Internet com todos os requisitos técnicos; já existen-
tes nos países mais avançados, tanto no que diz respeito à velocidade
de transmissão de dados, quanto a novos serviços e aplicações.
d) ( ) Sua meta é criar, nos próximos quatro anos as bases para que au-
mente substancialmente a participação da economia da informação
no Produto Interno Bruto (PIB) – hoje estimada em dez por cento, tor-
nando as empresas mais competitivas no mercado internacional.
e) ( ) Estão sendo feitas articulações e firmadas parcerias que envolvem o
governo, a iniciativa privada e o terceiro setor (entidades que prestam
serviços à sociedade, sem objetivar lucro). A indústria e as empresas
brasileiras deverão ser os setores mais beneficiados da sociedade.
Língua Por t ugue sa

4 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

UN I D AD E I V
Sina is Grá ficos

Sinais gráficos ou diacríticos são certos sinais que se juntam às letras,


geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pro-
núncia das palavras.

1. Til
Indica nasalidade.
Exemplos: maçã, Irã, órgão...

2 . A p ó st r o f o
Indica a supressão de uma vogal. Podem existir em palavras compos-
tas, expressões e poesias.
Exemplos: caixa-d’água, pau-d’água, etc

3 . H íf en
As regras de emprego do hífen são numerosíssimas e das mais
complicadas da Língua Portuguesa. E com várias exceções, incoerências e
omissões. Indispensável, por isso, o recurso constante a um dicionário, a um
manual de redação ou a um guia ortográfico. A PUC RS lançou um manual
de redação sintetizando o emprego do hífen. Observe:
Com hífen Sem hífen
Co-proprietário coabitar
Pré-vestibular preestabelecimento
Pós-escrito Poscéfalo
Língua Por t ugue sa

Pró-aliado Procônsul
Bem-me-quer benquisto
Extra-oficial extraordinário
Sobre-saia sobresselente

3 .1 . H i f en s e Pr ef i xo s
O emprego do hífen com prefixos apresenta três situações distintas:
1. Prefixos e elementos prefixados sempre seguidos de hífen.

CU RSO A D I STÂ N CI A 4 3
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Prefixos Exemplos
Além- além-túmulo; além-fronteiras; além-mundo
Aquém- aquém-fronteiras; aquém-mar
Bem- bem-aventurado; bem-querer;bem-apresentado
Co(m)- co-autor; co-educação; co-produção
Ex- ex-aluno; ex-prefeito; ex-diretor
Grã- grã-cruz; grã-fino; grã-ducado
Grão- grão-mestre; grão-duque; grão-rabino
Pós- pós-datar; pós-escrito; pós-guerra
Pré- pré-alfabetizado; pré-datado; pré-história
Pró- pró-reitor; pró-americano;pró-britânico
Recém- recém-chegado; recém-nascido; recém-fabricado
Sem- sem-vergonha; sem-fim; sem-amor
Vice- vice-diretor; vice-reitor; vice-prefeito

O bservações:
a. O prefixo “ bem” exige hífen quando o vocábulo que segue é
morfologicamente individualizado, isto é, quando tem vida autônoma na lín-
gua.
Formas com hífen: Formas sem hífen:
Bem-estar Benfazejo
Bem-me-quer Benquisto
Bem-vindo Benquerença
b. Os prefixos “pós”, “pré” e “pró” escrevem-se com hífen em pala-
vras tônicas (acentuadas graficamente). Quando estas são átonas (não
Língua Por t ugue sa

acentuadas graficamente - “pos”, “pre” e “pro”), ligam-se diretamente aos


elementos seguintes:
Tônicos (com hífen): Átonos (sem hífen):
Pós-natal Poscéfalo
Pós-escrito Posfácio
Pós-datar Pospor
Pré-nupcial Predeterminar
Pré-colonial Predizer

4 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Pré-vestibular Prefixo
Pró-aliado Procônsul
Pró-governo Procriar
Pró-britânico Promagistrado
A grafia correta de várias formas que empregam esses prefixos ofere-
ce dúvidas, uma vez que se desconhece freqüentemente sua tonicidade. Por
isso, muitas vezes é melhor consultar um dicionário.
c. Segundo alguns autores, o prefixo “co” exige hífen quando significa
“a par”, “juntamente”. A regra, no entanto, não se aplica facilmente e de for-
ma coerente, razão por que, em caso de dúvida, é sempre melhor consultar
um dicionário.
Com hífen: Sem hífen:
Co-administrador Coabitar
Co-avalista Coirmão
Co-fiador Coocupante
Co-redator Coadjutor
Co-estrelado Colateral

2 . Pr ef i xo s seg u i d o s d e h íf en a n tes d e...


3 ..2

Pr ef i xo s A n t es d e Exem p l o s co m h í f en Exem p l o s sem h í f en


Vo-
HRS B
gal
AB- X ab- rogar abjurar
AD- X ad- renal advérbio; adjunto
Língua Por t ugue sa

ANTE- X X X ante- histórico; ante- solar antecâmera; antediluviano


ANTI- X X X anti- herói; anti- social antiaéreo; anticristo
ARQ UI- X X X arqui- rival arquiinimigo
AUTO - X X X X auto- estima; auto- retrato autobiografia; autocontrole
CIRCUM- X X circum- adjacente circunscrever
CO NTRA- X X X X contra- ataque; contra- senso contracheque
ENTRE- X entre- hostil entrelinhas
extra- oficial; extra-
EXTRA- X X X X extraconjugal
regimental

CU RSO A D I STÂ N CI A 4 5
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Pr ef i xo s A n t es d e Exem p l o s co m h í f en Exem p l o s sem h í f en


Vo-
HRS B
gal
hiper- humano; hiper-
HIPER- X X hipermercado
raivoso
INFRA- X X X X infra- estrutura infracitado
INTER- X X inter- humano; inter- regional intercolegial
INTRA- X X X X intra- ocular; intra- regional intramuscular
mal- educado; mal-
MAL- X X malcheiroso
humorado
neo- humanista; neo-
NEO - X X X X neoclássico
republicano
O B- X ob- rogar obdentado
PAN- X X pan- americano pandemônio
PRO TO - X X X X proto- história protoplasma
pseudo- herói; pseudo-
PSEUDO - X X X X pseudopoeta
sábio
SEMI- X X X X semi- selvagem semifinal
SO B- X sob- roda sobpor
SO BRE- X X X sobre- humano; sobre- saia sobrecapa
SUB- X X sub- ramo; sub- bibliotecário subchefe
super- homem; super-
SUPER- X X supermercado
requintado
SUPRA- X X X X supra- hepático supracitado
ULTRA- X X X X ultra- humano; ultra- som ultranatural
Língua Por t ugue sa

Observações
extra
a. Com o prefixo “e extraordinário
xtra”, a única exceção é “extraordinário”, que
seescrevesemhífen.
sobre”, escrevem-se sem hífen: sobressair, so-
b. Com o prefixo “sobre
bressaltar, sobressalto, sobressalente
sobressalente.
c. Na tabela anterior, existemprefixos queapresentama seguinte
regularidade: escrevem-secomhífen antesdeH, Vogal, R eS
(H.O.R.A.S.).

4 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Veja a tabela:
Pr ef i xo s A n t es d e Exem p l o s
Vogal H R S
AUTO X X X X auto- educação
CO NTRA X X X X contra- indicação
EXTRA X X X X extra- regimental
INFRA X X X X infra- estrutura
INTRA X X X X intra- ocular
NEO X X X X neo- republicano
PRO TO X X X X proto- história
PSEUDO X X X X pseudo- herói
SEMI X X X X semi- selvagem
SUPRA X X X X supra- sensível
ULTRA X X X X ultra- rápido

3 .3 . Pr ef i xo s n u n ca seg u i d o s d e h íf en :
Prefixos Exemplos
Aero- Aerotransporte
Agro- Agroindústria
Ambi- Ambidestro
Anfi- Anfiteatro
Arterio- Artérioesclerose
Astro- Astrofísica
Audio- Audiovisual
Língua Por t ugue sa

Auri- Auricular
Bi(s)- Bicentenário
Bio- Biossocial
Bronco- Broncodilatador
Cardio- Cardiovascular
Cata- Catabiótico
Centro- Centroavante
Cis- Cisandino

CU RSO A D I STÂ N CI A 4 7
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

De(s)- Desfazer
Di(s)- Distrofia
Ego- Egolatria
Eletro- Eletrocardiograma
Endo- Endovenoso
Estereo- Estereótipo
Filo- Filogenético
Fisio- Fisioterapia
Foto- Fotogravura
Gastro- Gastropulmonar
Geo- Geopolítico
Hemi- Hemiciclo
Hepta- Heptacampeão
Hetero- Heterossexual
Hexa- Hexacampeão
Hidro- Hidroginástica
Hipo- Hipoderme
Homo- Homossexual
Idio- Idioadaptação
Ido- Idolatria
In- Infeliz
Intro- Introjeção
Iso- Isométrico
Justa- Justapor
Língua Por t ugue sa

Labio- Labiodental
Linguo- Linguodental
Macro- Macroeconomia
Mega- Megassismo
Micro- Microcomputador
Mono- Monocultura
Morfo- Morfossintático
Moto- Motocasa

4 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Multi- Multiangular
Neuro- Neurocirurgião
O cto- O ctocampeão
O ni- Onipresente
O rto- O rtocentro
Para- Parapsicologia
Penta- Pentacampeão
Per- Perpassar
Peri- Pericentral
Pluri- Plurianual
Pneu- Pneumococo
Poli- Poliácido
Pos- (átono) Posfácio
Pre- (átono) Predeterminar
Pro (átono)- Proclítico
Psico- Psicomotor
Q uadri- Quadrigêmeos
Q uilo- Q uilograma
Rádio- Radioterapia
Re- Refazer
Retro- Retrovisor
Rino- Rinoceronte
Sacro- Sacrossanto
Sesqui- Sesquicentenário
Língua Por t ugue sa

Socio- Sociolingüístico
Tele- Telecomando
Termo- Termodinâmico
Tetra- Tetracampeão
Trans- Transcontinental
Traqueo- Traqueotomia
Trans- Transamazônico
Tres- Tresavô

CU RSO A D I STÂ N CI A 4 9
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Tri- Tridimensional
Turbo- Turbomotor
Uni- Unicelular
Vaso- Vasodilatador
Xanto- Xantocéfalo
Xilo- Xilogravura
Zoo- Zootecnia

3 .4 . “ N ã o ” co m o p r ef i xo
O uso de “não” como elemento de composição de vocábulos é re-
cente e extremamente útil e produtivo, já que podemos criar numerosíssimas
oposições:
optante X não-optante
fumante X não-fumante
alfabetizado X não-alfabetizado
marxista X não-marxista
Usa-se o hífen nesse caso, pois “não” é, como dissemos, elemento de
composição de vocábulo e não advérbio.

3 .5 . Hífen e “ extr a ”
“Extra” é uma redução da forma adjetiva “extraordinário”. Por essa
razão, não admite hífen. Escreva-se, pois,
• horas extras
• edição extra
Língua Por t ugue sa

3.6. Hífen e “ m i r i m ”
“ Mirim
Mirim” é palavra de origem tupi, e significa “pequeno”. É, pois, um
adjetivo e, como tal, não admite hífen.
Exemplos:
• eleitor mirim
• prefeito mirim
• governo mirim

5 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

3 .7 . H íf en e “ g er a l ”
Emprega-se hífen quando o adjetivo “geral” entra na formação de
uma palavra composta que designa cargo, função, lugar de trabalho ou ór-
gão correspondente.
Exemplos:
• Diretoria-geral
• Secretário-geral
• Secretaria-geral
• Procurador-geral
• Procuradoria-geral

3 .8 . H íf en e “ a b a i xo - a ssi n a d o ”
“ Abaixo -assinado
Abaixo-assinado
-assinado” é substantivo composto; significa petição ou re-
querimento coletivo.
“ Abaixo assinado”
assinado (sem hífen) é adjetivo; indica cada pessoa que as-
sina um abaixo-assinado.
Exemplos:
O abaixo-assinado foi encaminhado à Pró-Reitoria de Ensino de
Graduação.
Os alunos abaixo assinados requerem a Vossa Senhoria...

3 .9 . Di a a d i a / d i a - a - d i a
• “Dia a dia” (sem hífen) é advérbio, isto é, modifica um verbo; signifi-
ca “diariamente”: Ele melhora dia a dia.
• “Dia-a-dia” (com hífen) é substantivo; significa “cotidiano”: O meu
dia-a-dia é muito estressante.
Língua Por t ugue sa

4 . A cen to a g u d o
Indica vogal tônica aberta: pó, ré;

5 . A cen to ci r cu n f l exo
Indica vogal tônica fechada: astrônomo, três;

CU RSO A D I STÂ N CI A 5 1
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

6 - A cen to g r a ve
Sinal indicador de crase: à, àquele;

7 - Ced i l h a
Indica que o c tem som de ss: pança, muçulmano, moço...

Atenção!
O cedilha só éacompanhado pelas vogais a, o, u.

“A cedilha é um sinal gráfico chamado diacrítico que, quando colo-


cado logo abaixo da consoante C seguida das vogais A, O e U, funciona
como indicativo da pronúncia com som o de S, como ocorre em fumaça,
aço e açúcar. Nesse caso, o C é chamado de C cedilhado ou C-cedilha e é
considerado uma forma da letra C e não uma nova letra.
A cedilha é mais um sinal como os três acentos gráficos (agudo, gra-
ve e circunflexo), o til e o trema. Assim, por convenção, as palavras que os
trazem são listadas após as correlatas não sinalizadas. Por exemplo: maca
(cama de lona) vem antes de maça (clava), que por sua vez é seguida de
maçã (fruto da macieira).
Os vocábulos marcados apenas com acentos gráficos aparecem an-
tes daqueles cedilhados: os dicionários trazem caca (sujeira), depois cacá
(excremento) e por último caça (objeto da caça ou ação de caçar).
Língua Por t ugue sa

5 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E I V

01) Identifique a opção em que todas as palavras compostas es-


tão grafadas de acordo com as novas regras:
a) ( ) anti-higiênico – antiinflamatório – antiácido – antioxidante –
anti-colonial – antirradiação – antissocial;
b) ( ) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante –
anticolonial – antiradiação – anti-social;
c) ( ) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante –
anticolonial – antirradiação – antissocial;
d) ( ) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante –
anticolonial – antirradiação – antissocial;
e) ( ) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante –
anti-colonial – antirradiação – antissocial.

02) Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-


, quando átonos, aglutinam- se com o segundo elemento do
termo composto. Marque a alternativa em que, segundo as
novas regras, há erro de ortografia:
a) ( ) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;
b) ( ) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;
c) ( ) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;
d) ( ) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;
e) ( ) preposto – procônsul – procriação – prolação.
Língua Por t ugue sa

03) Identifique a alternativa em que todas as palavras compos-


tas estão grafadas de acordo com as novas regras:
a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia;
b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região;
c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho;
d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista;
e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem –
contra-harmônico.

CU RSO A D I STÂ N CI A 5 3
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

04) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da


frase “ Houve ______________ porque todos prestaram
_____________.”
a) ( ) compreenção – atenção;
b) ( ) compreensão – atenção;
c) ( ) compreensão – atensão;
d) ( ) compreenção – atensão;
e) ( ) compreenssão – atenção.
Língua Por t ugue sa

5 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

UN I D AD E V
Abr e via t u r a s

As abreviações utilizadas na língua revelam o ritmo acelerado da vida


moderna, que faz com que se economizem palavras e tempo, mediante uma
comunicação mais rápida, que reduz frases, expressões e palavras.
Veja os exemplos:
cinematógrafo > cinema > cine
pornográfico > pornô
telefone > fone
psicologia > psico
pneumático > pneu
professor > profe
português > portuga
japonês > japa
Florianópolis > Floripa
São Leopoldo > São Leo
A abreviação que se apresenta nesta seção denomina-se de abrevia-
tura
tura.
A abreviatura é parte da palavra escrita que indica ou resume a pa-
lavra, por meio
· da letra inicial: v. = veja
· das letras ou sílabas iniciais: of
of.. = ofício
· de letras iniciais, mediais ou finais: pq. = porque
Língua Por t ugue sa

A abreviatura caracteriza-se
· pelo ponto abreviativo: ed. = edição
· pela inicial maiúscula ou minúscula (conforme a norma ortográfi-
ca): V. Exa. = V ossa Excelência
Vossa
· pela acentuação e flexão: cód. = código - fs. = folhas

CU RSO A D I STÂ N CI A 5 5
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

1 . Li sta g er a l d e a b r evi a tu r a s
abreviatura = abr., abrev.
academia = acad.
acórdão = ac.
advocacia = adv., advoc.
agricultura = agr., agric.
agronomia = agron.
aguarda deferimento = A.D.
alqueire(s) = alq.
altitude = alt., altit.
alvará = alv.
anno Christi, no ano de Cristo, na era cristã = A.C.
ante meridiem (antes do meio dia) = a.m.
antes de Cristo = a.C.
ao ano = a/ a, a.a.
ao mês = a/ m
ao(s) cuidado(s) de = a/ c, A/ C
apartamento = ap., apart.
apêndice = ap., apênd.
aritmética = arit., aritm.
arquitetura = arq., arquit.
arroba(s) = A., arr.
artigo, artigos = art., arts.
assembléia = assem., assemb.
Língua Por t ugue sa

associação = assoc.
atenciosamente = at.te, (atte.)
atestado, à atenção de = at.
autor, autores = A., AA.
balanço = bal.
bateria = bat.
caixa(s) = cx.
capítulo, capítulos = cap., caps.

5 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

catálogo = cat.
cheque = ch.
circular = circ.
círculo = círc.
citação, citado(s) = cit.
classe(s) = cl.
código = cód.
coleção, coleções; coluna, colunas = col., cols.
com, cada, conta = c/
companhia = C.ia, Cia.
compare = cp.
conforme = cfe., cfm., conf.
confronte, confira, confere = cf., cfr.
conselho = cons.
construção = constr.
conta aberta = c/ a
contabilidade = contab.
conta-corrente, com cópia(s), combinado com = c/ c
contadoria = contad.
co-seno = cos.
crédito = créd.
débito = déb.
decreto = dec.
departamento, departamentos = dep., deps.
Língua Por t ugue sa

depois de Cristo = d.C., D.C.


desconto(s) = desc.
despesa(s), desporto(s) = desp.
deve = D.
dicionário = dic.
diploma = dipl.
divisão, divisões = div.
documento, documentos = doc., docs.

CU RSO A D I STÂ N CI A 5 7
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

dúzia(s) = dz.
edição = ed.
edifício = ed., edif.
editor, editores = E., EE.
educação = ed., educ.
elemento(s) = el.
eletronic mail (correio eletrônico) = e-mail
em mão(s) = E.M.
endereço = end.
espera deferimento = E.D.
exemplar(es), exemplo(s) = ex.
figura = fg., fig.
folha; folhas = f., fl., fol., ff., fs., fols.
ganhos e perdas = G/ P
gênero(s) = gên.
grão (peso) = gr.
grosa, grosas = gr., grs.
habitantes = hab.
haver (comercialmente) = H.
homens = h.
Honoris causa (por honra, honorariamente) = h.c.
Ibidem (no mesmo lugar) = ib., ibid.
id est (isto é) = i.e.
idem ( o mesmo, do mesmo autor) = id.
Língua Por t ugue sa

índice = ind.
inferior = inf.
informação = inf., inform.
isto é = i.é.
jurídico = jur.
lançado (comercialmente), letra(s) (comercialmente) = l.
légua, léguas = lég., légs.
limitada (comercialmente) = Lt.da, Ltda.

5 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

livro = l., liv., l°, lo.


logaritmo = log., logar.
manuscrito, manuscritos = ms., mss.
medicina = med.
medicina do trabalho = med.trab.
medicina legal = med. leg.
médico = méd.
médico-veterinário = méd. -vet.
memorando = memo., memor.
mês, meses = m.
meses de data = m/ d
meses de prazo = m/ p
meu cheque = m/ ch.
meu número = m/ nº
meu saque = m/ s
meu(s), minhas(s) = m/
minha carta, minha conta = m/ c
minha comissão = m/ com.
minha conta-corrente = m/ c/ c
minha ordem = m/ o
minha referência = m/ ref.
minha remessa = m/ rem.
mister (inglês = senhor) = Mr.
mistress (inglês = senhora) = Mrs.
Língua Por t ugue sa

monsieur (francês = senhor) = M.


município, municípios = M., MM., mun.
nome próprio = n.p.
nome, número(s) = n.
nossa carta, nossa casa, nossa conta (comercialmente) = n/ c
numeral = num.
número (gramaticalmente, isto é, número gramatical = singular, plu-
ral) = num.

CU RSO A D I STÂ N CI A 5 9
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

número = nº
obra(s) = ob.
obra(s) citadas = ob. Cit.
observação = obs.
ofício, oficial = of.
organização = org., organiz.
pacote(s) = pc.
pagamento = pg.to, pgto.
página(s) (ABNT) = p., pp., ps.
pago (adjetivo), pagou = pg.
palavra(s) = pal.
para, por, próximo (comercialmente) = p., p/
parecer = par.
peça(s) = pç.
pede deferimento = P.D.
polegada(s) = pol.
por conta = p/ c
por exemplo = p. ex.
porque = pq.
portaria = port.
problema(s) = probl.
processo, procuração = proc.
próximo futuro = p.f.
quilate(s) = ql.
Língua Por t ugue sa

receita = rec.
referência, referente = ref.
registro = rg., reg.
relatório = rel., relat.
remetente = rem.te, Remte.
reprovado (classificação escolar); réu (em linguagem forense) = R.
residência = res.
revista = rev.

6 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

rubrica = rubr.
saco, sacos = sc., scs.
São, Sul = S.
seção = seç.
secretaria, secretário, secretária = sec., secr.
século, séculos = séc., sécs.
seguinte, seguintes = seg., segs., ss.
sem data = s.d., s/ d
sem gastos = s.g.
semana(s), semelhante(s), semestre(s) = sem.
seminário = sem., semin.
série = ser.
sociedade (comercialmente) = soc.
Sociedade Anônima = S.A., S/ A
também = tb.
telefone, telegrama = tel.
tesoureiro = tes.
testamento = testº, testo.
testemunha = test.
título(s) = tít.
tonel, tonéis = ton.
tratado, tratamento = trat.
trimestral = trim., trimest., trimestr.
trimestre(s) = trim.
Língua Por t ugue sa

unidade, uniforme = un.


universidade = univ., univers.
usado, usada = us.
valor(es) = val.
veja, vide (latim = veja) = v.
volume, volumes = vol., vols.

CU RSO A D I STÂ N CI A 6 1
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2 . A b r evi a tu r a p a r a f o r m a s d e tr a ta m en to
acadêmico = Acad., Acadêm.
advogado = Adv.º, Advo.
almirante = Alm.
arcebispo = Arc.º, Arco.
bispo = B.po, Bpo.
capitão = Cap.
cardeal = Card.
comandante = Com., Com.te, Comte.
comendador = Com., Comend., Com.or, Comor.
cônego = Côn.º, Côno.
conselheiro = Cons., Consel., Conselh., Cons.º, Conso.
contador = Cont.dor, Contdor., Cont.or, Contor.
contra-almirante = C.-alm.
coronel = C.el, Cel.
deputado = Dep.
desembargador, desembargadora = Des., Des.ª, Desa.
diácono = Diác.
Digníssimo = DD.
Digno, Dom, Dona = D.
Dona = D.ª, Da.
doutor, doutores = D.r, Dr., D.rs, Drs.
doutora, doutoras = D.ra, Dra. D.ras, Dras.
Eminência = Em.ª, Ema.
Língua Por t ugue sa

Eminentíssimo = Em.mo, Emmo.


enfermeiro, enfermeira = Enf., Enf.ª, Enfa.
engenheiro, engenheira = Eng., Eng.º, Engo.
Estado-Maior = E.M., E.-M.
Excelência = Ex.ª, Exa.
Excelentíssimo, Excelentíssima = Ex.mo, Exmo. Ex.ma, Exma.
general = Gen., G.al, Gal.
ilustríssimo, Ilustríssima = Il.mo, Ilmo., Il.ma, Ilma.

6 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

madame (francês = senhora) = M.me, Mme.


major = maj.
major-brigadeiro = Maj.-Brig.
marechal = Mar., M.al,Mal.
médico = Méd.
Meritíssimo = MM.
mestre, mestra = Me, Me., Mª, Ma.
monsenhor = Mons.
Mui(to) Digno = M.D.
Nossa Senhora = N.Sª, N.Sa.
Nosso Senhor = N.S.
padre = P., P.e, Pe.
pároco = Pár.º, paro.
pastor = Pr.
Philosophiae Doctor (latim = doutor de/ em filosofia) = Ph.D.
prefeito = Pref.
presbítero = Presb.º, Presbo.
presidente = Pres., Presid.
procurador = Proc.
professor, professores = Prof., Profs.
professora, professoras = Prof.ª, Profa., Prof.as, Profas.
promotor = Prom.
provedor = Prov.
rei = R.
Língua Por t ugue sa

Reverendíssimo, Revendíssima = Rev.mo, Revmo., Rev.ma, Revma.


Reverendo = Rev., Rev.do, Revdo., Rev.º, Revo.
Reverendo Padre = R.P.
sacerdote = Sac.
Santa = S., S.ta, Sta.
Santíssimo = SS.
Santo = S., S.to, Sto.
Santo Padre = S.P.

CU RSO A D I STÂ N CI A 6 3
Versão 1 0 .1 0 .0 1
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São, Santo, Santa = S.


sargento = Sarg.
secretário, secretária = Sec., Secr.
senador = Sen.
senhor, senhores = S.r, Sr., S.rs, Srs.
senhora, senhoras = S.ra, Sra., S.ras, Sras.
senhorita, senhoritas = Sr.ta, Srta., Sr.tas, Srtas.
Sênior = S.or, Sor.
Sua Alteza = S.A.
Sua Eminência = S.Em.ª, S.Ema.
Sua Excelência = S..Ex.ª, S.Exa.
Sua Excelência Reverendíssima = S.Ex.ª Rev.ma, S. Exa. Revma.
Sua Majestade = S.M.
Sua Reverência = S. Rev.ª, S.Reva.
Sua Reverendíssima = S.Rev.ma, S. Revma.
Sua Santidade = S.S.
Sua Senhoria = S.Sª, S.Sa.
tenente = Ten., T.te, Tte.
tenente-coronel = Ten. -c.el, Ten.-cel., t.te - c.el, Tte. - cel.
tesoureiro = Tes.
testemunha = Test.
vereador = Ver.
veterinário = Vet.
vice-almirante = V. -alm.
Língua Por t ugue sa

vigário = Vig., Vig.º, Vigo.


visconde = V.de, Vde.
viscondessa = V.dessa, Vdessa.
você = V., v.
Vossa Alteza = V.A.
Vossa Eminência, Vossas Eminências = V.Em.ª, V.Ema., V.Em.as,
V.Emas.
Vossa Excelência Reverendíssima, Vossas Excelências Reverendíssimas

6 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

= V.Ex.ª Vossa Excelência, Vossas Excelências = V.Ex.ª, V.Exa., V.Ex.as, V.Exas.


Vossa Magnificência, Vossas Magnificências = V. Mag.ª, V.Maga.,
V.Mag. , V.Magas.
as

Vossa Majestade = V.M.


Vossa Revendíssima, Vossas Reverendíssimas = V. Ver.ma, V. Revma.,
V.Rev.mas, V. Revmas.
Vossa Senhoria, Vossas Senhorias = V.S.ª, V.Sa., V.S.as, V.Sas.

3 . Ab r evi a tu r a p a r a o s n o m es d o s m eses
janeiro = jan.
fevereiro = fev.
março = mar.
abril = abr.
maio = maio (De acordo com a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT)
maio = mai. (De acordo com a Academia Brasileira de Letras)
junho = jun.
julho = jul.
agosto = ago.
setembro = set.
outubro = out.
novembro = nov.
dezembro = dez.

4 . Ab r evi a tu r a p a r a vi a s e l u g a r es p ú b l i co s
Língua Por t ugue sa

Segundo as normas ortográficas, emprega-se inicial maiúscula nos


nomes de logradouros públicos (avenida, rua, praça, etc.), o que explica a
maiúscula nas abreviaturas a seguir.
Alameda = Al.
Avenida = Av.
Beco = B.
Calçada = Cal., Calç.
Distrito = D., Dt. *

CU RSO A D I STÂ N CI A 6 5
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Estrada = Est.
Galeria = Gal. *
Jardim = Jd.*
Largo = L., Lg. *
Praça = P., Pç. *
Parada = Pda. *
Parque = Pq., Prq. *
Praia = Pr. *
Rua = R.
Rodoviária = Rdv. *
Rodovia = Rod. *
Retorno = Rtn. *
Trevo = Trv. *
Travessa = T., Tv. *
Via = V. *
Viaduto = Vd. *
* Abreviaturas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT).

Saiba mais
Comoabreviar palavras

1. Escreve-se a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba,


seguida de ponto abreviativo.
2. Exemplos:
Língua Por t ugue sa

Gramática: gram.
Alemão: al.
Numeral: num.
3. O acento presente na primeira sílaba se mantém.
Exemplos:
Gênero: gên.
Crédito: créd.
Lógico: lóg.

6 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

4. Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, escrevem-se as


duas.
Exemplos:
Pessoa: pess.
Construção: constr.
Secretário: secr.
5. Inúmeras palavras não seguem essas regras.
Exemplos:
Antes de Cristo: a . C.
Apartamento: apto.
Companhia: cia.
Página: pg.

Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 6 7
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E V

01) Assinale V para verdadeiro e F para falso:


( ) uma empresa é um conjunto organizado com vistas a exercer uma ativi-
dade particular, pública ou de economia derivada.
( ) as empresas podem ser classificadas quanto aos seus objetivos, tama-
nho, estrutura, volume de trabalho e organização.
( ) o setor econômico secundário corresponde à categoria da agricultura.
( ) a categoria de empreendedor individual corresponde à microempresa.
( ) o porte das empresas correspondem a grandes, médias e pequenas.

a) ( ) V, F, F, F, V.
b) ( ) F, V, F, F, V.
c) ( ) V, F, V, V, F.
d) ( ) V, F, F, V, V.

02) Pense e escreva


Sobre as vantagens das microempresas.
Língua Por t ugue sa

03) Responda
a) Quais são as tarefas da administração de uma empresa?

6 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Unida de VI
Com o Ela bor a r Re sum os

O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade idéias ou fatos


essenciais contidos num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que
envolve habilidades como leitura competente, análise detalhada das idéias
do autor, discriminação e hierarquização dessas idéias e redação clara e ob-
jetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é
de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e
apresentação de fatos, processos, idéias, etc.
O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo
a que se destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do
autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as articula-
ções lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de valor. Dito de ou-
tro modo, trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão original,
mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais.
Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode
igualmente ser sintetizado de forma mais livre, com variantes na estrutura.
Uma maneira é iniciar com uma frase do tipo: “No texto ....., de ......, publi-
cado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona ....... tal
tema, posicionando-se .....”.
Esta forma tem a vantagem de dar ao leitor uma visão prévia e geral,
orientando, assim, a compreensão de que segue. Este tipo de síntese pode,
se for pertinente, vir acompanhada de comentários e julgamentos sobre a
posição do autor do texto e até sobre o tema desenvolvido.1
Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispen-
sáveis: buscar a essência do texto e manter-se fiel às idéias do autor. Copiar
partes do texto e fazer uma “colagem”, sob a alegação de buscar fidelidade
Língua Por t ugue sa

às idéias do autor não é permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um


processo de “ filtragem”, uma (re)elaboração de quem resume. Se for conve-
niente utilizar partes do texto original (para reforçar algum ponto de vista,
por exemplo), esses devem ser breves e estar identificados (autor e página).
Uma seqüência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a se-
guinte:
a. ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias
que forem parecendo significativas à primeira leitura;
b. identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um tex-
to opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico,

CU RSO A D I STÂ N CI A 6 9
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

um diálogo, etc.
c. identificar a idéia principal (às vezes, essa identificação demanda
seleções sucessivas, como nos concursos de beleza...);
d. identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o
modo como as idéias secundárias se ligam logicamente à princi-
pal);
e. identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos
(por exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando hou-
ver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum,
quando se perceberem subtemas);
f. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, compara-
ções e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não
devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando neces-
sário);
g. esquematizar o resultado desse processamento;
h. redigir o texto.
Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que ou-
tros, dependendo especialmente da organização e da extensão do texto ori-
ginal. Assim, um texto não muito longo e cuja estrutura seja perceptível à pri-
meira leitura, apresentará poucas dificuldades a quem resume. De todo
modo, quem domina a técnica - e esse domínio só se adquire na prática -
não encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de
texto.
Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à
memorização de textos escritos. Além disso, textos falados também são passí-
veis de resumir. Anotações de idéias significativas ouvidas no decorrer de
uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida de
um texto oral.
Língua Por t ugue sa

7 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E VI

01) Redação
Faça uma redação abordando os principais itens de como elaborar um
resumo.

Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 7 1
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO
Língua Por t ugue sa

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UN I DADE VI I
Concor dâ ncia N om ina l

1 . N a o r a çã o
“Um sorriso lento iluminava o rosto moreno.” (Graciliano Ramos)
encontramos a seguinte estrutura:
Um sorriso lento
(sujeito)
iluminava o rosto moreno
(predicado)
Nessa relação, o núcleo do predicado (verbo), elemento
determinante, concorda com o núcleo do sujeito (substantivo), elemento de-
terminado.
A esse relacionamento sujeito-verbo denominamos concordância verbal.
2 . O b ser vem o s a p en a s a estr u tu r a d o su j ei to
“Um sorriso lento”
Há entre estas três palavras uma relação específica. A palavra mais
importante é o substantivo sorriso e em torno dela giram outras classes gra-
maticais (artigo, numeral, adjetivo e pronome adjetivo). A essa relação cha-
mamos de concordância nominal.

3 . Reg r a s g er a i s d e co n co r d â n ci a n o m i n a l

3 .1 . O b ser vem o s o s el em en to s em d esta q u e n a


f r a se
Língua Por t ugue sa

“Pelos cimos da mata se escapavam aves espantadas


espantadas, remontando
às alturas num vôo desesperado.
desesperado.” (Graça Aranha)
AVES ESPANTADAS
substantivo adjetivo
feminino plural feminino plural
VÔ O DESESPERADO
substantivo adjetivo
masculino singular masculino singular

CU RSO A D I STÂ N CI A 7 3
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Concluímos que:
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que
se refere.

3 .2 . O b ser ve a g o r a o s ter m o s g r i f a d o s
“Os troncos atacados com raiva.”
“Algumas árvores pareciam resistir.”
“A dois quilômetros talvez não houvesse tanto fogo.”
“A duas léguas chegaria tanta fumaça?”
Os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos - “os”- “algumas”,
“dois”, “duas” e “tanta” concordam com o substantivo a que se referem.
Nota: quanto aos numerais, variam em gênero um, dois e as cente-
nas a partir de duzentos.

4 . Reg r a s esp eci a i s

4 .1 . O ad j eti vo r efer e a m ai s d e u m su b stan ti vo


d e g ên er o e n ú m er o d i f er en tes
O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de gênero e núme-
ro diferentes, quanto posposto, poderá concordar no masculino plural ou
com o substantivo mais próximo.
“ Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os vestidos
decotados”
“Acharia ele, porventura, a vida e o repouso íntimos.”(A. Herculano)
“Render o preito e a homenagem devida.” (C. Ribeiro)
Língua Por t ugue sa

4 .2 . A n tep o sto a o s su b sta n ti vo s, o a d j eti vo co n -


cor d a , em g er a l , com o m a i s p r óxi m o.
“Escolhestes mau lugar e hora...”(Herculano)
“Creio que me houve com a necessária intrepidez e disciplina.” (M. de
Assis)
“São de igual talhe e força.”(Herculano)
“Jorge, perdida a cor e o alento, caiu.”(Manuel Bandeira)

7 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

4.3. As exp r essões UM E O UTRO e N EM UM N EM


O U TRO p ed em su b sta n ti vo si n g u l a rr..
“Um e outro vaga-lume riscando fósforos.” (J. A. Almeida)
“Uma e outra coisa lhe desagrada.”(M.Bernardes)

4 .4 . Do i s o u m a i s a d j eti vo s
Dois ou mais adjetivos que se referem ao mesmo substantivo determi-
nado por artigo possibilitam dois tipos de concordância paralelos..
Especializou-se nas literaturas brasileira e portuguesa;
Especializou-se na literatura brasileira e na portuguesa.

4 .5 . Sen d o si n ô n i m o s o s su b sta n ti vo s, o a d j eti vo


co n co r d a co m o m a i s p r ó xi m o .
“As maldições se cumpriam no povo e gente hebréia.”(Vieira)
“O amor e a amizade verdadeira não nas bonanças, mas na adversi-
dade se conhece.”(F. de Morais)

4 .6 . N u m er a i s o r d i n a i s
Quando dois ou mais numerais ordinais do singular modificam um
mesmo substantivo, este, se posposto, pode ficar no singular ou ir para o
plural.
“Depois de bater repetidas vezes à porta do primeiro e segundo an-
dar. (Camilo)
“Os preços da segunda e terceira classe eram os mesmos de outras
partes.” (M. de Assis)
“O terceiro e quarto volumes da Monarquia Lusitana.” (Herculano)
Língua Por t ugue sa

Nota: substantivo anteposto ficará no plural.


“As cláusulas terceira, quarta e quinta...”(Rui Barbosa)

4 .7 . O s p r o n o m es a d j eti vo s M ESM O , PRÓ PRIO , e


o a d j eti vo SÓ
Os pronomes adjetivos MESMO, PRÓPRIO, e o adjetivo SÓ concor-
dam, normalmente, com o respectivo substantivo.
Vós mesmos sois os responsáveis.

CU RSO A D I STÂ N CI A 7 5
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Elas mesmas fizeram os trabalhos.


Ela própria comprou tudo.
Eles próprios se interrogavam.
Vocês permanecem sós.
Nota: quando mesmo equivale a realmente, de fato; e só, a somente,
não variam.
“Ele veio mesmo,. Só as mulheres permaneceram caladas.

4 .8 . As p a l a vr a s M EIO e BASTAN TE
BASTAN
As palavras MEIO e BASTANTE, quando adjetivos, concordam com
respectivos substantivos, ficando invariáveis quando advérbios.
Bastantes pessoas ficaram bastante insatisfeitas.
As meias palavras são sintomáticas das afirmações meio verdadeiras.
Ao meio-dia e meia (hora), saíram.
As meias garrafas estão meio vazias.

4 .9 . O a d j eti vo AN EXO
O adjetivo ANEXO concorda, normalmente, com o respectivo subs-
tantivo, o que não ocorre quando, precedido da preposição em, constitui lo-
cução adverbial.
Seguem anexas as minutas do processo.
Todas provas estavam anexas.
Os planos anexos ilustram e desenvolvem o croqui.
Mas, seguem em anexo as declarações da testemunha.
Língua Por t ugue sa

4 .1 0 . O s a d j eti vo s Q UITE e CO N FO RM E
Os adjetivos QUITE e CONFORME concordam com o respectivo
substantivo, segundo a normal geral.
Ele já está quite com o Serviço Militar.
Todas estarão quites com suas famílias.
As informações chegaram conformes com as expectativas.

7 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

4 .1 1 . A p a l a vr a A LERTA
LERTA
A palavra ALERTA (advérbio) permanece invariável, segundo a tradi-
ção gramatical.
Todos estavam alerta.
Eles, alerta, dormiam em rodízio.
4 .1 2 . O s a d j eti vo s r eg i d o s d e p r ep o si çã o
Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a pronomes
neutros indefinidos (nada, muito, algo, tanto, que, etc), normalmente, ficam
no masculino singular.
Isto não tem nada de misterioso.
“Ela tem algo de sedutor.”
“ Vocês têm um quê de diferente.”
Nota: por atração, esses adjetivos podem concordar com o substan-
tivo.
Os edifícios da cidade nada tinha de gigantes.

5 . Co n co r d â n ci a d o p r ed i ca ti vo co m o su j ei to

5 .1 . O p r ed i ca d o
O predicativo concorda em gênero e número com o respectivo sujeito..
“A vida é uma longa espera.”(Sartre)
A família e a fortuna seriam concorrentes.

5 .2 . Su j ei to co m p o sto
Quando o sujeito é composto e constituído por substantivos do mes-
Língua Por t ugue sa

mo gênero, o predicativo concordará no plural e no gênero deles.


O rio e o deserto estavam sonolentos.
A família e a fortuna seriam concorrentes.

5 .3 . Su j ei to co n sti tu íd o p o r su b sta n ti vo s
Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos de gêneros
diversos, o predicativo concordará no masculino plural.
O tempo e a vida passeiam discretos pelos ponteiros do relógio.

CU RSO A D I STÂ N CI A 7 7
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

A casa e o dono eram silenciosos e recolhidos.


Nota: Embora mais rara, é possível a concordância com o núcleo
mais próximo, o que só ocorre com o predicativo anteposto.
Exemplo: “Era deserta a vida, a casa, o templo.”
(Gonçalves Dias)

5 .4 . O su j ei to co m p r o n o m e d e tr a ta m en to
Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a con-
cordância efetua-se com o sexo da pessoa a quem nos referimos.
Vossa Excelência ficará satisfeito. (homem)
Vossa Alteza foi bondosa. (mulher)
Sua Senhoria mostrou-se muito generoso. (homem)

5 .5 . O p r ed i ca ti vo
O predicativo aparece, às vezes, na forma de masculino singular nas
expressões é bom, é necessário, é preciso, etc., embora o sujeito seja subs-
tantivo feminino ou plural, mas não determinado pelo artigo.
É necessário muita cautela.
Água é bom para a composição celular.
Surpresa é preciso, de vem em quando.
É proibido entrada de pessoas estranhas.
Mas
A cautela é necessária.
É proibida a entrada de pessoas estranhas.
Língua Por t ugue sa

6 . Co n co r d â n ci a d o p r ed i ca ti vo co m o o b j eto

6 .1 . O p r ed i ca ti vo co n co r d a em g ên er o e n ú m er o
co m o o b j eto q u a n d o este f o r si m p l es.
Encontramo-lo satisfeito.
“Olhou para as suas terras e viu-as incultas e maninhas.”(Clarice
Lispector)

7 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

6 .2 . O b j eto é co m p o sto e co n sti tu íd o p o r el em en -


to s d o m esm o g ên er o
Quando o objeto é composto e constituído por elementos do mesmo
gênero, o adjetivo flexiona-se no plural e no gênero dos objetos.
Imaginaste eternas a vida e a fantasia.
Achamos carinhosos o pai e o irmão dela.
Encontrei confusos o turista e o velho cicerone.

6 .3 . O b j eto co m p o sto e f o r m a d o d e el em en to s d e
g ên er o s d i f er en tes
Sendo o objeto composto e formado de elementos de gêneros dife-
rentes, o adjetivo predicativo concordará no masculino plural.
Achei muito simpático o sultão e suas esposas.
Pensei encontrar mudados a professora Balbina e seu colégio.

Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 7 9
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E VI I

a) Fa ça a Co n co r d â n ci a Co r r eta r a su r a n d o o ver b o i n co r -
r eto , q u a n to à co n co r d â n ci a n a m i n a l :
01. Tenho [bastante / bastantes] razões para julgá-lo.
02. Viveram situações [bastante / bastantes] tensas.
03. Estavam [bastante / bastantes] preocupados.
04. Acolheu-me com palavras [meio / meias] tortas.
05. Os processos estão [incluso / inclusos] na pasta.
06. Estas casas custam [caras / caro].
07. Seguem [anexa / anexas] as faturas.
08. É [proibido / proibida] conversas no recinto.
09. Vocês estão [quite / quites] com a mensalidade?
10. Hoje temos [menas / menos] lições.
11. Água é [boa / bom] para rejuvenescer.
12. Ela caiu e ficou [meio / meia] tonta.
13. Elas estão [alerta / alertas].
14. As duplicatas [anexa / anexas] já foram resgatadas.
15. Quando cheguei era meio-dia e [meia / meio].
16. A lealdade é [necessária / necessário].
17. A decisão me custou muito [caro / cara].
18. As meninas me disseram [obrigada / obrigadas].
19. A porta ficou [meia / meio] aberta.
20. Em [anexo / anexos] vão os documentos.
Língua Por t ugue sa

21. É [permitido / permitida] entrada de crianças.


22. [Salvo / Salvos] os doentes, os demais partiram.
23. As camisas estão [caro / caras].
24. Seu pai já está [quite / quites] com o meu?
25. Escolhemos as cores mais vivas [possível / possíveis].
26. É [necessário / necessária] muita fé.
27. É [necessário / necessária] a ação da polícia.

8 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

28. A maçã é [boa / bom] para os dentes.


29. [Excetos / Exceto] os dois menores, todos entram.
30. A sala tinha [bastante / bastantes] carteiras.
31. Eram moças [bastante / bastantes] competentes.
32. Suas opiniões são [bastante / bastantes] discutidas.
33. João ficara a [sós / só].
34. É [proibido / proibida] a entrada neste recinto.
35. Bebida alcoólica não é [boa / bom] para o fígado.
36. Maçã é [bom / boa] para os dentes.
37. É [proibida / proibido] a permanência de veículos.
38. V. Exa. está [enganada / enganado], senhor vereador.
39. Está [incluso / inclusa] a comissão.
40. Tenho uma colega que é [meia / meio] ingênua.
41. Ela apareceu [meio / meia] nua.
42. Manuel está [meio / meia] gripado.
43. As crianças ficaram [meia / meio] gripadas.
44. Nunca fui pessoa de [meio / meia] palavra.
45. A casa estava [meia / meio] velha.
46. Quero [meio / meia] porção de fritas.
47. Vocês [só / sós] fizeram isso?
48. Fiquem [alerta / alertas] rapazes.
49. Esperava [menas / menos] pergunta na prova.
50. As certidões [anexa / anexas] devem ser seladas.
51. Mãe e filho moravam [junto / juntos].
Língua Por t ugue sa

52. As viagens ao nordeste estão [caro / caras].


53. Segue [anexo / anexa] a biografia que pediu.
54. Está [inclusas / inclusa] na nota a taxa de serviços.
55. Estou [quite / quites] com as crianças.
56. Procure comer [bastantes / bastante] frutos.
57. Os militares estão [alerta / alertas].
58. Muito [obrigada / obrigadas] disseram elas.
59. Pedro e Maria viajaram [sós / só].

CU RSO A D I STÂ N CI A 8 1
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

60. Os rapazes disseram somente muito [obrigados / obrigado].


61. A lista vai [anexo / anexa] ao pacote.
62. É [necessário / necessária] a virtude dos bons.
63. Todos estão [salvos / salvo], exceto o barqueiro.
64. As janelas estavam [meio / meia] fechadas.
65. [Só / Sós] os dois enfrentaram a fera.
66. Examinamos [bastante / bastantes] planos.
67. Água de melissa é muito [bom / boa].
68. Para trabalho caseiro é [bom / boa] uma empregada.
69. Não é [permitido / permitida] a entrada de crianças.
70. Eles ficaram [sós / só] depois do baile.
71. Os cheques estão [anexo / anexos] aos documentos?
72. Examinamos [bastantes / bastante] projetos.
73. Os quadros eram os mais clássicos [possível / possíveis].
74. Os documentos vão [incluso / inclusos] na carta.
75. Seguem [anexas / anexos] três certidões.
76. Para quem esta entrada é [proibido / proibida]?
77. Coalhada é [boa / bom] para a saúde.
78. A coalhada dessa padaria é [bom / boa].
79. Maria passeou [sós / só] pelo bosque.
80. [Só / Sós] ela faria as lições.
81. Mais amor [menas / menos] confiança.
82. Hoje temos [menos / menas] lições.
83. O governo destinou [bastante / bastantes] recursos.
Língua Por t ugue sa

84. Eles faltaram [bastantes / bastante] vezes.


85. Tenho [bastantes / bastante] razões para ajudá-lo.
86. Seguem [inclusa / inclusas] a carta e a procuração.
87. As mordomias custam [cara / caro].
88. Esta viagem sairá [caro / cara].
89. As peras custam [cara / caro].
90. Aquelas mercadorias custaram [caro / cara].
91. Os mamões custaram muito [caros / caro].

8 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

92. As mercadorias eram [barata / barato].


93. Os mamões ficaram [caros / caro].
94. Não tinham [bastante / bastantes] motivos para faltar.
95. As crianças estavam [bastante / bastantes] crescidas.
96. O governo destinou [bastantes/ bastante] recursos.
97. Suas opiniões são [bastante / bastantes] discutidas.
98. Esta aveia é [boa / bom] para a saúde.
99. Pimenta é [boa / bom] para tempero.
100. É [proibido / proibida] a caça nesta reserva.
101. É [proibida / proibido] entrada.
102. A pimenta é [bom / boa] para tempero.
103. Água tônica é [bom / boa] para o estômago.
104. As crianças viajarão [junto / juntas] a mim.
105. Elas sempre chegam [junto / juntas].
106. Elas nunca saíram [juntas / junto].
107. A filha e o pai chegaram [junto / juntos].
108. Os fortes sentimentos vêm [junto / juntos].
109. Os alunos [mesmo / mesmos] darão à redação final.
110. Ela não sabia disso [mesmo / mesma].
111. Elas [mesmo / mesmas] fizeram a festa.
112. [Anexo / Anexos] estavam os documentos.
113. Estou [quite / quites] com a tesouraria.
114. Eles estão [quite / quites] com a mensalidade.
115 Ela está [quite / quites] com você?
Língua Por t ugue sa

116. A menina me disse [obrigado / obrigada].


117. Os computadores custam [caros / caro].
118. Permitam-me que eu as deixe [só / sós].
119. Eles ficaram [só / sós] depois do baile.
120. Agora é meio-dia e [meio / meia].
121. Bebida alcoólica não é [permitida / permitido].
122. Os guardas estavam [alertas / alerta].
123. Meu filho emagrecia a [olhos vistos / olho visto].

CU RSO A D I STÂ N CI A 8 3
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

124. Vai [anexo / anexa] a declaração solicitada.


125. As certidões [anexos / anexas] devem ser seladas.
126. [Anexo / Anexos] seguem os formulários.
127. Os juros estão o mais elevado [possível / possíveis].
128. Enfrento problemas o mais difíceis [possível / possíveis].
129. Enfrento problemas os mais difíceis [possível / possíveis].
130. Visitamos os mais belos museus [possível / possíveis].
131. Nós [mesmo / mesmos] edificaremos a casa.
132. Eles são [mesmos / mesmo] responsáveis.
133. Ela [mesma / mesmo] agradeceu.
134. Tudo depende delas [mesmas / mesmo].
Língua Por t ugue sa

8 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

UN I D AD E VI I I
Concor dâ ncia Ve r ba l

Concordância verbal na oração – teoria (Celso Cunha).


A solidariedade entre o verbo e o sujeito que ele faz viver no tempo,
exterioriza-se na CONCORDÂNCIA, isto é, na variabilidade do verbo para
conformar-se ao número e à pessoa do sujeito.
A CONCORDÂNCIA evita a repetição do sujeito, que pode ser indi-
cado pela flexão verbal a ele ajustada:
Eu trabalhei no duro, sei o que é cortar seringa. (PEREGRINO
JÚNIO R)

1 . Reg r a s g er a i s
1 .1 . Com u m só su j ei to
O verbo concorda em número e pessoa com o seu sujeito, venha ele
claro ou subentendido:
Eu faço versos como quem morre. (M. BANDEIRA)
Fiz tantos versos a Teresinha... (M. BANDEIRA)

1.2. Com m ai s d e u m su j ei to
O verbo que tem um SUJEITO COMPOSTO vai para o plural e,
quanto à pessoa, irá:
a) para a 1ª pessoa do plural, se entre os núcleos do sujeito figurar
um da 1ª pessoa:
O velho e eu vivíamos no plano do absoluto. (G. AMADO)
Língua Por t ugue sa

b) para a 2ª pessoa do plural, se, não existindo sujeito da 1ª pessoa,


houver um da 2ª:
Tu e Túlia estais bons. (J. RIBEIRO)
c) para a 3ª pessoa do plural, se os núcleos do sujeito forem da 3ª
pessoa:
Gemiam o vento e o mar. (J. L. DO REGO)
O bservação:
Na linguagem corrente, evitam-se as formas do sujeito composto que
levam o verbo à 2ª pessoa do plural em virtude do desuso do tratamento

CU RSO A D I STÂ N CI A 8 5
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

vós, e, também, da substituição do tratamento tu por você, na maior parte


do país.
Em lugar da 2ª pessoa do plural, encontramos o verbo na 3ª pessoa
do plural. Assim:
Em que língua tu e ele falavam? (R. FONSECA)

2 . Ca so s p a r ti cu l a r es

2 .1 . Co m su j ei to si m p l es

2 .1 .1 . O su j ei to é u m a exp r essã o p a r ti ti va
Quando o sujeito é constituído por uma expressão partitiva (como:
parte de, uma porção de, o grosso de, o resto de, metade de e equivalentes)
e um substantivo ou pronome plural, o verbo pode ir para o singular ou para
o plural:
Para meu desapontamento, a maioria dos nomes adotados não dis-
punha de telefone, ou eram casas comerciais, que não queriam conversa.
(C. D. DE ANDRADE)

2 .1 .2 . O su j ei to d en o ta q u a n ti d a d e a p r o xi m a d a
Quando o sujeito, indicador de quantidade aproximada, é formado
de um número plural precedido das expressões cerca de, mais de, menos de,
perto de e sinônimos, o verbo vai normalmente para o plural:
Cerca de quinhentas pessoas visitaram o maestro na casa do Enge-
nho Velho. (M. BANDEIRA)
O bservação:
Língua Por t ugue sa

Enquanto o sujeito de que participa a expressão menos de dois leva o


verbo ao plural, o sujeito formado pelas expressões mais de um ou mais que
um, seguidas de substantivo, deixa o verbo no singular, a menos que haja
idéia de reciprocidade, ou as referidas expressões venham repetidas:
Menos de dois convidados chegaram atrasados.
Mais de um convidado chegou com atraso.
Mais de um orador se criticaram mutuamente na ocasião.
Mais de um velho, mais de uma criança não puderam fugir a tempo.

8 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2 .1 .3 . O su j ei to é u m p r o n o m e i n ter r o g a ti vo , d e-
m o n str a ti vo o u i n d ef i n i d o p l u r a l
O sujeito é um pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido
plural, seguido de DE (ou DENTRE ) NÓS (ou VÓS )
a. Se o sujeito é formado por algum dos pronomes interrogativos
quais? quantos?, dos demonstrativos estes, esses, aqueles ou dos
indefinidos no plural alguns, muitos, poucos, quaisquer, vários),
seguido de uma das expressões de nós, de vós, dentre nós ou den-
tre vós, o verbo pode ficar na 3ª pessoa do plural ou concordar
com o pronome pessoal que designa o todo:
Estou falando, portanto, com aqueles dentre vós que trabalham na
construção em frente de minha janela. (R. BRAGA)
Quantos dentre vós que me ouvis não tereis tomado parte em roma-
gens a Aparecida? (A. ARINOS)
Muitos de vós, que hoje freqüentais os cursos superiores, fostes meus
discípulos e me honrastes com o título de mestre. (C. DE LAET)
b. Se o interrogativo ou o indefinido estiver no singular, também no
singular deverá ficar o verbo:
Qual de nós poderia gabar-se de conhecer espinafre? (C .D. DE
ANDRADE)
João da Silva — Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome. (R.
BRAGA)

2 .1 .4 . O su j ei to é o p r on om e r el ati vo Q UE
1. O verbo que tem como sujeito o pronome relativo que concorda
em número e pessoa com o antecedente deste pronome:
Fui eu que te vesti do meu sudário... (C. ALVES)
Língua Por t ugue sa

2. Se o antecedente do relativo que é um demonstrativo que serve de


predicativo ou aposto de um pronome pessoal sujeito, o verbo do relativo
pode:
a) concordar com este pronome pessoal, principalmente quando o
antecedente é expresso pelos pronomes demonstrativos o (a, os, as):
Não somos nós os que vamos chamar esses leais companheiros de
além-mundo. (R. BARBOSA)
b) ir para a 3ª pessoa, em concordância com o demonstrativo, se
não há interesse em acentuar a íntima relação entre o predicativo e o sujeito:
Eu sou aquele que veio do imenso rio. (M. DE ANDRADE)
CU RSO A D I STÂ N CI A 8 7
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

3. Quando o relativo que vem antecedido das expressões um dos,


uma das (+ SUBSTANTIVO), o verbo de que ele é sujeito vai para a 3ª pes-
soa do plural ou, mais raramente, para a 3ª pessoa do singular:
A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. (M.
DE ASSIS)
4. Depois de um dos que (= um daqueles que) o verbo vai normal-
mente para a 3ª pessoa do plural:
Naqueles dias a meninada do colégio interessava-se vivamente pelos
concursos e eu era um dos que não perdiam o bate-boca das argüições. (M.
BANDEIRA).

2 .1 .5 . O su j ei to é o p r on om e r el a ti vo Q UEM
1. O pronome relativo quem constrói-se, de regra, com o verbo na
3ª pessoa do singular:
Mas não sou eu quem está em jogo. (É. VERÍSSIMO)
2. Não faltam, porém, exemplos de bons autores em que o verbo
concorda com o pronome pessoal, sujeito da oração anterior:
És tu quem dás frescor à mansa brisa... (G. DIAS)

2 .1 .6 . O su j ei to é o p l u r a l a p a r en te
Os nomes de lugar, e também os títulos de obras, que têm forma de
plural são tratados como singular, se não vierem acompanhados de artigo:
Três Caminhos é um livro ótimo. (C. D. DE ANDRADE)
Quando precedido de artigo, o verbo assume normalmente a forma
plural:
As Memórias Póstumas de Brás Cubas lhe davam uma outra dimen-
são. (T. M. MOREIRA)
Língua Por t ugue sa

2 .1 .7 . O su j ei to é i n d eter m i n a d o
Nas orações de sujeito indeterminado, já o dissemos, o verbo vai
para a 3ª pessoa do plural:
Anunciaram que você morreu. (M. BANDEIRA)
Se, no entanto, a indeterminação do sujeito for indicada pelo prono-
me se, o verbo fica na 3ª pessoa do singular:
Constrói-se, produz-se para o momento. (G. ARANHA)

8 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2 .1 .8 . Co n co r d â n ci a d o ver b o SER

2 .1 .8 .1 . Co m o p r ed i ca ti vo
Em alguns casos o verbo ser concorda com o predicativo. Assim:
1º) Nas orações começadas pelos pronomes interrogativos substanti-
vos que? e quem?:
Que são religiões, sistemas filosóficos, escolas científicas, credos ar-
tísticos ou literários? (A. PEIXOTO)
Pouco importa saber à nossa história quem eram os convidados. (M.
DE ASSIS)
2º) Quando o sujeito do verbo ser é um dos pronomes isto, isso,
aquilo, tudo ou o (= aquilo) e o predicativo vem expresso por um substanti-
vo no plural:
Tudo isso eram pensamentos, suposições, das quais não resultava a
verdade. (L. JARDIM)
O que tinha mais saída porém eram os artigos religiosos. (C.
LISPECTO R)
Mas, neste caso, também não é raro aparecer o verbo no singular,
em concordância com o pronome demonstrativo ou com o indefinido:
Tudo é flores no presente. (G. DIAS)
3º) Quando o sujeito é uma expressão de sentido coletivo como o
resto, o mais:
O resto eram bastiões em trevas. (C. LISPECTOR)
O mais são casas esparsas. (C. D. DE ANDRADE)
4º) Nas orações impessoais:
Eram quase duas horas e a praia estava completamente deserta. (V.
Língua Por t ugue sa

DE MORAIS)
Deviam ser oito horas e eu vim descendo a pé péla borda do cais. (L.
BARRETO )
O bservação:
Empregados com referência às horas do dia, os verbos dar, bater,
soar e sinônimos concordam com o número que indica as horas:
Seis horas, todos à mesa. (M. DE ASSIS)
Quando há o sujeito relógio (ou sino, sineta, etc.), o verbo natural-
mente concorda com ele:

CU RSO A D I STÂ N CI A 8 9
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

O relógio da Sé batia 2 longas, 9 lentas badaladas. (J. A.


GUIMARAENS)

2 .1 .8 .2 . Q u a n d o o su j ei to f o r n o m e d e p esso a o u
p r o n o m e p esso a l
Se o sujeito for nome de pessoa ou pronome pessoal, o verbo nor-
malmente concorda com ele, qualquer que seja o número do predicativo:
Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes. (A. F.
DE CASTILHO)

2 .1 .8 .3 . Q u a n d o o su j ei to é u m a exp r essã o n u -
m ér i ca co n si d er a d a n a to ta l i d a d e
Quando o sujeito é constituído de uma expressão numérica que se
considera em sua totalidade, o verbo ser fica no singular:
Oito anos sempre é alguma coisa. (C. D. DE ANDRADE)

2 .1 .8 .4 . N a s f r a ses co m a l o cu çã o i n va r i á vel é
que
Nas frases em que ocorre a locução invariável é que, o verbo concor-
da com o substantivo ou pronome que a precede pois são eles efetivamente
o seu sujeito:
Boi é que anda certo no seu silêncio, n sua ruminação. (A. DOURADO)
Só os meus mortos é que ouvirão as palavras que não chego a arti-
cular. (A. F. SCHMIDT)

2 .2 . Co m su j ei to co m p o sto
Língua Por t ugue sa

2 .2 .1 . Co n co r d â n ci a co m o n ú cl eo d o su j ei to
m a i s p r ó xi m o
Vimos que o adjetivo que modifica vários substantivos pode, em cer-
tos casos, concordar com o substantivo mais próximo. Também o verbo que
tem um sujeito composto pode concordar com o núcleo do sujeito mais
próximo:
a) quando o sujeito vem depois dele:
Em tudo reina a desolação, a pobreza extrema, abandono. (A. F.
SCHMIDT)
9 0 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

b) quando os núcleos do sujeito são sinônimos ou quase sinônimos:


A música e a sonoridade da sua arte sempre nos diz alguma cousa
daquele mistério. (J. RIBEIRO)
c) quando há uma enumeração gradativa:
A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risa-
das, ora castigos. (M. LOBATO)

2 .2 .2 . Su j ei to co m p o sto r esu m i d o p o r u m p r o n o -
m e i n d ef i n i d o
Quando os núcleos do sujeito são resumidos por um pronome indefi-
nido (como tudo, nada, ninguém), o verbo fica no singular, em concordân-
cia com esse pronome:
O pasto, as várzeas, a caatinga, o marmeleiral esquelético, era tudo
de um cinzento de borralho. (R. DE QUEIRÓS)
A mesma concordância se faz quando o pronome anuncia o sujeito
composto:
E não só dos homens se arreceava — tudo temia: o sol do verão, o
frio do inverno, os frutos que ela colhia, as flores com que se enfeitava. (C.
NETTO)

2 .2 .3 . Su j ei to co m p o sto r ep r esen ta n te d a m esm a


p esso a o u co i sa
1. Quando os núcleos do sujeito, por palavras diferentes, represen-
tam uma só pessoa ou uma só coisa, o verbo fica naturalmente no singular:
Esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação da consciência a si
própria, nunca mais me esqueceu. (M. DE ASSIS)
Língua Por t ugue sa

2 .2 .4 . Su j ei to com p osto l i g a d o p or O U e p or N EM
Quando o sujeito composto é formado de substantivos no singular
ligados pelas conjunções ou ou nem, o verbo costuma ir:
a) para o plural, se o fato expresso pelo verbo pode ser atribuído a
todos os núcleos:
O mal ou o bem dali teriam de vir. (D. S. DE QUEIRÓS)
b) para o singular, se o fato expresso pelo verbo só pode ser atribuído
a um dos núcleos do sujeito, isto é, se há idéia alternativa:
Fui devagar, mas o pé ou o espelho traiu-me. (M. DE ASSIS)
CU RSO A D I STÂ N CI A 9 1
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2. Se os núcleos do sujeito ligados por ou ou por nem não são da


mesma pessoa, isto é, se entre eles há algum expresso por pronomes da 1.ª
ou da 2.ª pessoa, o verbo irá para o plural e para a pessoa que tiver prece-
dência.
Ou ela ou eu houvemos de abandonar para sempre esta casa; e isto
hoje mesmo. (B. GUIMARÃES)
3. As expressões um ou outro e nem um nem outro, empregadas
como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem normalmen-
te o verbo no singular:
Só um ou outro menino usava sapatos; a maioria, de tamancos ou
descalça. (G. AMADO)
Nem um nem outro havia idealizado previamente este encontro. (T.
DA SILVEIRA)

2 .2 .5 . A exp r essã o UM E O UTRO


A expressão um e outro, no entanto, pode levar o verbo ao plural ou,
com menos freqüência, ao singular:
Um e outro tinham a sola rota. (M. DE ASSIS)
Um e outro é sagaz e pressentido. (A. F. DE CASTILHO)

2 .2 .6 . Su j ei to co m p o sto l i g a d o p o r CO M
Quando os núcleos do sujeito vêm unidos pela partícula com, o ver-
bo pode usar-se no plural ou em concordância com o primeiro núcleo do
sujeito.
Assim, o verbo irá normalmente:
a) para o plural, quando os núcleos do sujeito estão em pé de igual-
dade, e a partícula com os enlaça como se fosse a conjunção e:
Língua Por t ugue sa

Garcilaso com Boscán e Petrarca são os poetas favoritos do grande


épico. (J. RIBEIRO)
b) para o número do primeiro núcleo do sujeito, quando pretende-
mos realçá-lo em detrimento do segundo, reduzido à condição de adjunto
adverbial de companhia:
A Princesa Sereníssima, com o augusto esposo, chegou pontual às
duas horas, acedendo ao convite que recebeu primeiro que ninguém. (R.
PO MPÉIA)

9 2 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

2 .2 .7 . Su j ei to co m p o sto l i g a d o p o r co n j u n çã o
co m p a r a t i va
Quando os núcleos do sujeito estão unidos por uma das conjunções
comparativas como, assim como, bem como e equivalentes, a concordância
depende da interpretação que dermos ao conjunto:
Assim, o verbo concordará:
a) Com o primeiro núcleo do sujeito, se quisermos destacá-lo:
O dólar, como a girafa, não existe. (C. D. DE ANDRADE)
Neste caso, a conjunção conserva pleno o seu valor comparativo; e
o segundo termo vem enunciado entre pausas, que se marcam, na escrita,
por vírgulas.
b) Com os dois núcleos do sujeito englobadamente (isto é: o verbo
irá para o plural), se os considerarmos termos que se adicionam, que se re-
forçam, interpretação que normalmente damos, por exemplo, a estruturas
correlativas do tipo tanto... como:
É um homem excelente, e tanto Emília como Francisquinha o esti-
mam muito, a seu modo. (C. DOS ANJOS)
Entre os núcleos do sujeito não há pausa; logo, não devem ser sepa-
rados, na escrita, por vírgula.
De modo semelhante se comportam os núcleos do sujeito ligados por
uma série aditiva enfática (não só... mas [senão ou como] também):
Não só cristãos como também infiéis circulam nas catacumbas dos
“sub-ways”. (É. VERÍSSIMO)

Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 9 3
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E VI I I

a) Fa ça a Co n co r d â n ci a Co r r eta r a su r a n d o o ver b o i n co r -
r eto , q u a n to à co n co r d â n ci a ver b a l :
01. O pessoal não [gostaram / gostou] da festa.
02. A turma [gostou / gostaram] da aula de ontem.
03. Metade dos alunos [fez / fizeram] o trabalho.
04. Um bloco de foliões [animavam / animava] a festa.
05. Uma porção de índios [surgiram / surgiu] do nada.
06. Um bando de pulhas [saqueou / saquearam] as casas.
07. A maior parte dos recursos se [esgotou / esgotaram].
08. O povo [aclamou / aclamaram] o candidato.
09. A multidão [invadiu / invadiram] o campo.
10. Os Estados Unidos [é / são] um país rico.
11. Minas Gerais [são / é] um belo estado.
12. Os Andes [fica / ficam] na América do Sul.
13. A maior parte dos carros [tinham / tinha] defeitos.
14. O bando [fuçava / fuçavam] a casa deserta.
15. A maioria [está / estão] contra o aumento do pão.
16. O Amazonas [correm / corre] para o mar.
17. Os Lusíadas [tornaram / tornou] Camões imortal.
18. Os Imigrantes [agradou / agradaram] os telespectadores.
19. Os Três Mosqueteiros [são / é] de Alexandre Dumas.
20. Vossa Excelência [agiu / agistes] com moderação.
Língua Por t ugue sa

21. Vossa Senhoria [está / estais] melhor agora?


22. Vossa Senhoria me [entendeu / entendestes] mal.
23. Vossa Excelência se [enganaste / enganou].
24. Vossa Senhoria [continuais / continua] zangado comigo?
25. Os cardumes [subiam / subia] o rio.
26. Metade das laranjas [estava / estavam] podre(s).
27. A multidão [vociferava / vociferavam] ameaças.
28. Uma equipe de policiais [prendeu / prenderam] os ladrões.
9 4 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

29. [Chegava / Chegavam] à multidão de passageiros.


30. Mais de mil pessoas [acertaram / acertou] na loteria.
31. Mais de um avião [caíram / caiu] este mês.
32. Mais de um jogador se [xingava / xingavam].
33. Mais de um funcionário [foram / foi] exonerado(s).
34. Mais de um político se [desacatou / desacataram].
35. Minhas férias [é / são] um período de descanso.
36. Frases [é / são] o sujeito da oração.
37. Lágrimas [é / são] coisa que ele não tem
38. Itens nuca [teve / tiveram] acento gráfico.
39. Nenhum de nós [sabíamos / sabia] disso.
40. Alguns de nós [viveremos / viverá] até lá.
41. Quais de vocês me [faria / fariam] esse favor.
42. Nenhuma de nós a [viu / vimos].
43. Somos nós quem [levamos / leva] o prejuízo.
44. Foram eles quem [escreveu / escreveram].
45 Fomos nós que [pichou / pichamos] o muro.
46. Fui eu que [espalhei / espalhou] os boatos.
47. Fui eu quem [enviei / enviou].
48. Montes Carlos [ficam / fica] em Minas Gerais.
49. Minas Gerais [possuem / possui] grandes jazidas.
50. Vassouras [são / é] uma cidade fluminense.
51. Cravinhos [é / são] uma cidade limpa.
52. Quantos de nós [sabemos / sabe] a verdade?
Língua Por t ugue sa

53. Alguém dentre vós [sois / é] culpado(s).


54. Quais de nós [viajará / viajaremos] contigo?
55. Qual de vocês me [faria / fariam] esse favor.
56. Algum deles [viverão / viverá] até lá.
57. Qual de nós [agimos / agiu] com justiça?
58. Perto de mil crianças [está / estão] desaparecida(s).
59. [Devem / Deve] ter fugido mais de vinte presos.
60. Sou eu que [duvido / duvida].

CU RSO A D I STÂ N CI A 9 5
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

61. Fui eu que [preparou / preparei] o almoço.


62. Fomos nós que [pichamos / pichou] o muro.
63. Sou eu quem [paga / pago].
64. Foste tu que [saíste / saiu].
65. Foste vós quem [falou / falastes].
66. Eram elas quem [fazia / faziam] a limpeza.
67. Paulo é um dos que mais [estuda / estudam].
68. Ele foi um dos que mais [falaram / falou].
69. Mais de um aceno [avisou-me / avisaram-me] do perigo.
70. [Haja / Hajam] vista as últimas composições do autor.
71. [Haja / Hajam] vista os últimos acontecimentos.
72. [Haja / Hajam] vista aos últimos acontecimentos.
73. Vossa Alteza não [tendes / tem] vergonha?
74. Uma quadrilha [assaltaram / assaltou] o banco.
75. Férias [faz / fazem] bem.
76. Mais de dois atletas [ganharam / ganhou] medalhas.
77. Mais de um aluno [agrediu-se / agrediram-se].
78. Mais de um aluno, mais de um professor [faltou / faltaram].
Língua Por t ugue sa

9 6 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

UN I D AD E I X
Com unica çã o N ã o- Ve r ba l e m Sa la de Aula

As salas de aulas são espaços de comunicação. Podemos dizer que,


segundo (Parejo, 1995) as palavras e as não-palavras (silêncios, ausências,
sons articulados ou não) orientam as relações entre os indivíduos e permitem
uma constelação de mensagens que são postas de forma consciente ou in-
consciente.
Os recursos gramaticais não abrangem, entretanto, todas as expres-
sões nos processos de comunicação. A comunicação verbal é sempre acom-
panhada por atos sociais de caráter não-verbal que podem ser representa-
das por atos simbólicos de um ritual, cerimônias, entonação da voz, gestos,
postura, toque, etc.
O significado de uma mensagem não está em um movimento isola-
do, da cabeça ou das mãos, mas está inserido em um contexto geral. Os se-
res humanos são maravilhosamente sensíveis aos sinais corporais alheios e
os movimentos isolados quase sempre podem, ser tomados como o signifi-
cado integral da mensagem e ter uma interpretação equivocada.
Santos e Mortimer em seu estudo sobre comunicação não verbal em
sala de aula citam diversos autores que indicam que é impossível não se co-
municar por meio do corpo. O corpo é uma mensagem e o comportamento
não-verbal é extremamente dialógico. As expressões do rosto, as atitudes, os
gestos e o movimento corporal podem atuar como emblemas, ilustradores,
demonstradores de afeto ou como reguladores e adaptadores da interação.
Em muitos momentos o comportamento não-verbal contradiz o que se está
querendo dizer em vez de o enfatizar. Há certas emoções que muitas vezes
não se consegue ocultar, justamente aquelas que escapam ao controle cons-
ciente, tais como rubor ou a perspiração, sinais denunciadores de uma gran-
de variedade de estados emotivos: dor, ansiedade, vergonha, medo, cons-
Língua Por t ugue sa

trangimento, etc.
Esse conjunto de comportamentos não-verbais evidenciados desde os
primeiros encontros em aula afeta, em maior ou menor grau, o resto do sis-
tema comunicativo. Isto se refere aos comportamentos não-verbais
adotados pelos alunos e pelo professor na dinâmica interativa. As reações-
respostas e o diálogo corporal entre o professor e os alunos podem ser per-
cebidos nas posturas assumidas de um em relação aos outros e na
recorrência de posturas e gestos utilizados pelo professor, que rapidamente
os estudantes passam a reconhecer e aos quais reagem com presteza.

CU RSO A D I STÂ N CI A 9 7
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

1. O cor p o fal a
Os elementos da comunicação não-verbal tem suas características
calcadas nas interações, na formalidade ou informalidade das atividades; na
natureza conceitual ou experimental das explicações, ou seja, elas ocorrem
de acordo com as estratégias utilizadas em sala de aula.
Esses gestos englobam a cabeça, as pernas, as mãos, as posturas físi-
cas, as expressões faciais, o olhar, etc. O corpo, ao se movimentar, executa
gestos comunicativos e é preciso ter em mente que o todo é que fala.

2 . A d a n ça d a s m ã o s
Especialistas discutem que cada indivíduo tem seu próprio estilo
gestual e, em parte, esse estilo reflete sua cultura. Assim, os gestos
emblemáticos (que possuem um significado preestabelecido), como acenar
as mãos dando adeus, ou esfregar os dedos polegar e indicador se referindo
a dinheiro, etc.; podem ter significados diferentes em diferentes culturas.
Nessa direção, Parejo (1995) também apresenta um conjunto de
exemplos onde gesticulação pode significar precisão, firmeza, agressividade,
dominação, compreensão e outras tantas significações. Um mesmo gesto
pode ter diferentes significados e exercer várias funções, dependendo do
contexto da interação. Assim, é necessário relativizar as classificações e
contextualizar o comportamento gestual das pessoas.
Nós, ocidentais, estamos mais acostumados a observar as expressões
da cabeça (sorriso, olhar, etc.) do que do restante do corpo das pessoas.
Quando alguém gesticula, temos apenas uma consciência periférica do fato.
Percebe-se um pouco a dança das mãos do próximo e, em geral, observa-se
muito mais o rosto do que as mãos.

3. Po stu r a f ísi ca
Po
Língua Por t ugue sa

Os estudos e descobertas referentes à cinética corporal sobre as po-


ses, mostram que cada pessoa adota uma série de posições: uma para falar,
outra para ouvir, havendo mesmo diferenças na posição do falante enquan-
to pergunta, enquanto dá ordens, enquanto explica, etc.
Por outro lado, as posturas estão relacionadas à intimidade ou for-
malidade das situações e com o sexo das pessoas envolvidas na interação.
Certamente, dos diferentes comportamentos não-verbais, a postura é
o elemento mais fácil de ser observado. Nas interações em aula, podemos
citar como exemplo o professor adotar a postura de esperar que os alunos
façam silêncio. Normalmente adota-se a postura na qual o professor cruza

9 8 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

os braços, levanta o rosto, abre e expande o tórax e permanece imóvel o


tempo necessário para que os alunos percebam que ele está à espera de
atenção.

4 . Di f er en tes exp r essõ es f a ci a i s


Do ponto de vista anatômico, as pessoas podem produzir mais de mil
expressões faciais. Os músculos do rosto são tão versáteis que, teoricamente,
todas as mil possibilidades do comportamento facial levariam não menos do
que duas horas para ser demonstradas. No entanto, só algumas têm um sig-
nificado efetivo e inequívoco.
Essas expressões, isoladamente, não são facilmente identificáveis, mas
os meneios de cabeça ajudam a compor e caracterizar a expressividade das
interações. Tais meneios podem ser afirmativos, negativos, reticentes, etc.
O uso de estereótipos no discurso do professor é acompanhado por
expressões faciais como por exemplo diferentes nuanças de afirmação, ca-
racterizadas pelo aceno afirmativo da cabeça e elevação das sobrancelhas.
Podem também expressar interrogação através do aceno negativo de cabe-
ça.
As expressões que denotam incômodo ou náusea são caracterizadas
pela contração das sobrancelhas e dos lábios; as que denotam indefinição
ou incerteza são marcadas pela elevação das sobrancelhas e tombamento
da cabeça para o lado. Na expressão de humildade, a professor tomba a ca-
beça e levanta e encolhe os ombros.

5. O ol h ar
O ato de fixar o olhar, o fingir não ter visto, olhar e negar-se a reco-
nhecer, são formas com as quais os olhos fazem contato. Curvar-se timida-
mente, interrogar, sondar, escolher ou recuar, são outros exemplos das for-
mas de olhar durante uma interação. Assim, o comportamento ocular é tal-
Língua Por t ugue sa

vez a forma mais sutil da linguagem física.

6. Pa u sa s e si l ên ci o s
Pa
Como vimos anteriormente, as interações não são compostas apenas
pela comunicação verbal com toda a expressividade possível, ou pela expres-
são gestual e motora, mas também pelas pausas e silêncios constitutivos dos
enunciados.
Em um breve contexto histórico, Peter Burke apresenta-nos diferentes
variedades de silêncio na Europa do século XIX.

CU RSO A D I STÂ N CI A 9 9
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

A abordagem histórica social do silêncio na Europa moderna, elabo-


rada pelo autor, nos revela diferentes usos, funções e estratégias do silêncio:
“regras de silêncio”;
“locais ou regiões de silêncio”;
“silêncios estratégicos”;
“conspirações de silêncio”;
“o silêncio sagrado”;
“o silêncio de prudência”, etc.
O silêncio é visto como um fenômeno cultural e com diferentes
valorações e características. De forma que “um reconhecimento de quando
não falar, pode ser tão fundamental para a produção de comportamento
culturalmente aceitável quanto um conhecimento do que dizer” ou, de uma
forma mais contundente, o silêncio em si pode significar um ato comunicati-
vo.
O silêncio pode vir acompanhado pelos gestos adequados ou por ex-
pressões faciais indicando um ato caloroso ou frio, íntimo ou contido, edu-
cado ou agressivo. Assim, é necessário sintonizar os ouvidos em relação às
variedades de silêncios, considerando os seus diferentes usos, funções e suas
estratégias.

7. A fal a
É a maneira que cada componente da sociedade emprega a língua
falada de forma particular e pessoal. A fala é a faculdade que o indivíduo
tem para expressar suas idéias, emoções e experiências.
O espaço geográfico, os fatores sociais, profissionais e situacionais
são determinantes para o uso da língua. Existem variantes de um lugar para
outro, de uma classe social para outra, e ainda, utilizamos a língua de acor-
do com o local em que estamos. Isso, há algum tempo era considerado
Língua Por t ugue sa

erro, mas hoje trabalhamos com a idéia de variantes linguísticas.

8 . Li n g u a g em cu l ta e l i n g u a g em co l o q u i a l
As estruturas gramaticais não são rigorosas quando conversamos
com amigos e familiares. Essa descontração linguística é chamada de lin-
guagem coloquial. É uma linguagem livre de preconceitos, varia bastante e
não obedece às normas ditadas pela gramática.
A linguagem culta respeita o uso das normas gramaticais e é comum
fazer a relação do uso da linguagem culta com o nível de cultura e
escolarização do falante.
100 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

A linguagem pode ser ainda profissional, técnica-científica, burocráti-


ca, publicitária ou vulgar.

9 . A co m u n i ca çã o ver b a l e n ã o - ver b a l
A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e
respostas provocadas, através de um sistema completa ou parcialmente
compartilhado. É todo o processo de transmissão e de troca de mensagens
entre seres humanos.

9 .1 . Esq u em a d a Co m u n i ca çã o d e R. Ja k o b so n :

Contexto

Emissor Mensagem Receptor

Contato

Código

Para se estabelecer uma comunicação, é necessário um conjunto de


elementos constituídos por:
um emissor (ou destinador), que produz e emite uma determinada
Língua Por t ugue sa

mensagem; um receptor (ou destinatário) que recebe a mensagem.


Para que a comunicação se processe efetivamente entre estes dois
elementos, o emissor e o receptor, a mensagem tem que ser realmente rece-
bida e decodificada pelo receptor. Para tornar isso possível, é necessário que
o emissor e o receptor estejam dentro do mesmo contexto (devem ambos
conhecer os referentes situacionais), devem utilizar um mesmo código (con-
junto estruturado de signos) e estabelecerem um efetivo contato através de
um canal de comunicação. Se qualquer um destes elementos ou fatores fa-
lhar, ocorre uma situação de ruído na comunicação, entendido como todo
o fenômeno que perturba de alguma forma a transmissão da mensagem e a
sua perfeita recepção ou decodificação por parte do receptor.
CU RSO A D I STÂ N CI A 101
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

1 0 . El em en to s d a Co m u n i ca çã o
São apresentados a seguir, os elementos necessários para a ocor-
rência dos processos comunicativos:
- Codificar
Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da
comunicação ou elaborar um sistema de signos.
- Decodificar
Decodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do
repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa.
- Feedback
eedback: corresponde à informação que o emissor consegue ob-
ter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

1 1 . O s r u íd o s d e co m u n i ca çã o n a l i n g u a g em ver b a l
As dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm
graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das pala-
vras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e
que lhe permite decifrar e interpretar as palavras). Esse fator pode se consti-
tuir em um fator negativo nos processos comunicativos.

1 1 .1 Reco m en d a çõ es p a r a evi ta r a o co r r ên ci a d e
“ r u íd o s d e co m u n i ca çã o ”
a) Planeje cuidadosamente sua comunicação;
b) Antes de fazer uma comunicação, decida qual é o meio mais ade-
quado para o caso;
c) Quando se usa a voz, procure falar claro e pausadamente;
d) Evite comunicar-se sob estados de tensão emocional;
e) Quando possível, use a linguagem do receptor;
f) Aborde um assunto de cada vez;
Língua Por t ugue sa

g) Sempre que possível, use exemplos práticos do cotidiano do re-


ceptor;
h) Não interrompa seu interlocutor;
i) Ao concluir sua comunicação, verifique se foi compreendido.

1 2 . O s el em en to s d a co m u n i ca çã o n a l i n g u a g em n ã o
- ver b a l
As pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos
faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importan-
tes: são os elementos não verbais da comunicação.
102 CU RSO A D I STÂ N CI A
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam


muito de uma cultura para outra e de época para época.
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento
não-verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo pro-
positado.
Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções
específicas de regular e encadear as interações sociais e de expressar emo-
ções e atitudes interpessoais.
a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas
a partir da sua expressão fisionômica. Por vezes os rostos transmi-
tem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas tentam
inibir a expressão emocional.
b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante
na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido como prova
de interesse, mas noutro contesto pode significar ameaça, provo-
cação.
Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto
pode transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.
c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão
de mensagens.
d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem
fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial para se de-
tectar determinados estados emocionais.
Ex.: inferiores hierárquicos adotam posturas atenciosas e mais rígi-
das do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se
descontraídos.
e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, ve-
locidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de co-
municação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais
Língua Por t ugue sa

claras do que uma voz agitada.


f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o
tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através do vestuário,
penteado, maquiagem, apetrechos pessoais, postura, gestos,
modo de falar, etc, as pessoas criam uma projeção de como são e
de como gostariam de ser tratadas. As relações interpessoais se-
rão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projeção
particular e se os outros respeitarem essa projeção.

CU RSO A D I STÂ N CI A 103


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

ATI VI D AD E I X

01) Responda
a) O que indicam Santos e Mortimer, em seu estudo sobre comunicação
não verbal em sala de aula?
Língua Por t ugue sa

104 CU RSO A D I STÂ N CI A


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

b) O que são os elementos da comunicação não verbal?

c) O que podemos dizer dos movimentos das mãos?

d) Segundo Parejo, a gesticulação pode significar o que?

Língua Por t ugue sa

e) O que os estudos mostram sobre a cinética corporal?

CU RSO A D I STÂ N CI A 105


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

02) Pense e escreva


a) Sobre as diferentes expressões faciais

b) Sobre o olhar como forma de linguagem física.

c) Sobre pausas e silêncios


Língua Por t ugue sa

106 CU RSO A D I STÂ N CI A


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

03) Diferencie
Linguagem culta e linguagem coloquial

04) Explique
O esquema da comunicação de R. Jakobson:
Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 107


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

05) Cite e explique


Os elementos da comunicação

06) Responda
Quais são as recomendações para evitar a ocorrência de “ruídos de co-
municação” ?
Língua Por t ugue sa

108 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

UN I D AD E X
Le it ur a e I nt e r pr e t a çã o de Te x t os

1. A l ei tu r a de u m texto
Quando se faz a leitura de um texto, a tendência é adotar um proce-
dimento para tirar o maior rendimento possível desta ação. Uma leitura
proveitosa pressupõe, além do conhecimento lingüístico propriamente dito,
um repertório de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar
de conhecimento de mundo. Como ilustração, podemos observar a questão
seguinte, extraída de um vestibular da UNICAMP:
“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de
sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do
Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e
vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda
os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou au-
torização dos pais.” (Folha Sudeste, 6/ 6/ 92).
É o conhecimento lingüístico que nos permite reconhecer a
ambiguidade do texto em questão (pela posição em que se situa, a expressão
sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação de que
com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios
ou motéis).
Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa inter-
pretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É
muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão
proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de fre-
qüentarem motéis.

2. A aval i ação d e u m texto


Língua Por t ugue sa

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: a


leitura informativa e de reconhecimento e a leitura interpretativa.
A leitura informativa e de reconhecimento primeira deve ser feita com
cuidado por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e
se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação, grife pa-
lavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-central
de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções
de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE,
etc, pois fazem diferença na escolha adequada.

CU RSO A D I STÂ N CI A 109


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase
anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.
Savioli nos dá uma boa medida para avaliar se o texto foi bem com-
preendido. Após a leitura é só responder a três questões básicas:
I Qual é a questão de que o texto está tratando?
Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a dis-
tinguir as questões secundárias da principal, isto é, aquela em tor-
no da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do
que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e
confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou
de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o
que está diante de seus olhos.
I I Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão?
Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião
de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá difi-
culdade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é
um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar
a opinião dada?
Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo
autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade.
Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma
de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o
desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto signifi-
ca acompanhar com atenção o seu percurso e os seus argumen-
tos.

3 . O r g a n i za çã o d o texto e i d éi a cen tr a l
Língua Por t ugue sa

Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e or-


ganizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argu-
mentação e/ ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
- Declaração inicial;
- Definição;
- Divisão;
- Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diver-

110 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

sos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mu-


dança de linha e um espaçamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja,
a idéia central extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos
um caminho que nos levará à compreensão do texto.

4. O S TIPO S DE TEXTO
Basicamente existem três tipos de texto:
- Texto narrativo;
- Texto descritivo;
- Texto dissertativo.
Cada um desses textos possui características próprias de construção.

4 .1 . Descr i çã o
Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A des-
crição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o
objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o
substantivo e o adjetivo.
O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fa-
zendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracte-
rização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos
no texto.
A descrição é um texto, literário ou não, em que predominam verbos
de estado e adjetivos que caracterizam pessoas, ambientes e objetos. É muito
raro encontrarmos um texto exclusivamente descritivo. Quase sempre a des-
crição vem mesclada a outras modalidades, caracterizando uma persona-
Língua Por t ugue sa

gem, detalhando um cenário, um ambiente ou paisagem, dentro de um ro-


mance, conto, crônica ou novela.
Assim, a descrição pura geralmente aparece como parte de um rela-
tório técnico, como no caso da descrição de peças de máquinas, órgãos do
corpo humano, funcionamento de determinados aparelhos (descrição de
processo).
Dessa maneira, na prática, seja literária ou técnico-científica, a des-
crição é sempre um fragmento, é um parágrafo dentro de uma narração, é
parte de um relatório, de uma pesquisa, de dissertações em geral.

CU RSO A D I STÂ N CI A 111


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

4 .1 .1 . A o r g a n i za çã o d a d escr i çã o
No processo de composição de uma redação descritiva, o emissor
seleciona os elementos organiza para levar o receptor a formar ou conhecer
a imagem do objetivo descrito, isto é, a concebê-lo sensorial ou
perceptualmente.
A descrição é fundamentalmente espacial. Eventualmente pode apa-
recer um índice temporal, porém sua função é meramente circunstancial,
serve apenas para precisar o registro descritivo.
Observe como Vinícius de Morais descreve a casa materna,
priorizando o espaço, mas situando-a num tempo subjetivo que só existe nas
impressões interiorizadas da lembrança do observador:
A casa materna
Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna. As
grades do portão têm uma velha ferrugem e trinco se oculta num lugar que
só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece mais verde e úmido que
os demais, com suas plantas, tinhorões a samambaias que a mão filial, fiel
a um gesto de infância, desfolha ao longo da haste.
É sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as
mãos filiais se pousam sobre a mesa farta de almoço, repetindo uma antiga
imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e um dorido repouso em
suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual ainda escorrega o fantas-
ma da cachorrinha preta, guarda as mesmas manchas e o mesmo taco solto
de outras primaveras. As coisas vivem como em prece, nos mesmos lugares
onde as situaram as mãos maternas quando eram moças e lisas. Rostos ir-
mãos se olham dos porta-retratos, a se amarem e compreenderem
mudamente. O piano fechado, com uma longa tira de flanela sobre as teclas,
repete ainda passadas valsas, de quando as mãos maternas careciam sonhar.
A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas que o
olhar filial admirava ao tempo que tudo era belo: o licoreiro magro, a ban-
Língua Por t ugue sa

deja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor à escuta de cujo teto à noite
pende uma luz morta, com negras aberturas para quartos cheios de som-
bras. Na estante, junto à escada, há um tesouro da juventude com o dorso
puído de tato e de tempo. Foi ali que o olhar filial primeiro viu a forma gráfi-
ca de algo que passaria a ser para ele a forma suprema de beleza: o verso.
Na escada há o degrau que estala e anuncia aos ouvidos maternos a
presença dos passos filiais. Pois a casa materna se divide em dois mundos: o
térreo, onde se processa a vida presente, e o de cima, onde vive a memória.
Embaixo há sempre coisas fabulosas na geladeira e no armário da copa:
roquefort amassado, ovos frescos, mangas espadas, untuosas compotas,
bolos de chocolate, biscoito de araruta – pois não há lugar mais ´ propício
112 CU RSO A D I STÂ N CI A
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do que a casa materna para uma boa ceia noturna . E porque é uma casa
velha, há sempre uma barata que aparece e é morta com uma repugnância
que vem de longe. Em cima ficaram guardados antigos, os livros que lem-
bram a infância, o pequeno oratório em frente ao qual ninguém, a não ser a
figura materna, sabe por que queima, às vezes, uma vela votiva. E a cama
onde a figura paterna repousava de sua agitação diurna. Hoje, vazia.
A imagem paterna persiste no interior da casa materna. Seu violão
dorme encostado junto à vitrola. Seu corpo como se marca ainda na velha
poltrona da sala e como se pode ouvir ainda o brando ronco de sua sesta
dominical. Ausente para sempre da casa, a figura paterna parece mergulhá-
la docemente na eternidade, enquanto as mãos maternas se faziam mais len-
tas e mãos filiais mais unidas em torno da grande mesa, onde já vibram tam-
bém vozes infantis. (Vinícius de Morais)

4 . 2 . N a r r a çã o
Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um
texto inserindo episódios, acontecimentos.
A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica,
enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predomi-
nantes num texto narrativo.
O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elemen-
tos a uma série de perguntas:
Quem participa nos acontecimentos? (personagens);
O que acontece? (enredo);
Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).
Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? - Fato narrado;
Quem? – personagem principal e o anti-herói;
Língua Por t ugue sa

Como? – o modo que os fatos aconteceram;


Quando? – o tempo dos acontecimentos;
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
Por quê? – a razão, motivo do fato;
Por isso: - a conseqüência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o
elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver
as personagens.
Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.
CU RSO A D I STÂ N CI A 113
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

A seguir um exemplo de texto narrativo:


Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão
Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo,
vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a
nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de
gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá
pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras,
botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã mili-
tar azul, com gola vermelha e botões de metal.
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)
A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que
chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto
de vista ou foco narrativo.
Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é
narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
Exemplo:
Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava.
Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:
- Compadre por que tanta tristeza?
Ele me respondeu:
- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou
tão triste.
Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão
triste nos encontramos. Terá sido o destino?
Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o
fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.
Exemplo:
Língua Por t ugue sa

O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem pa-


rar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando
de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era conside-
rado o melhor batedor do time.
Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição.
O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da
torcida.
Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente
apontou para o centro do campo e encerrou a partida.

114 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

4 .2 .1 . O s 1 0 Peca d o s M o r ta i s d e u m a N a r r a ti va
Peca
sobre Redação Por Equipe Aprovação Vest
aprovacaovest@algosobre.com.br
Sempre que acabamos de escrever um texto narrativo, lá vem a mes-
ma pergunta nos atormentando: será que ficou bom? Ao recebermos de vol-
ta nossa redação corrigida, vemos que falhamos em alguns aspectos, que
poderíamos evitar alguns erros. Este artigo foi escrito pensando nisso: como
evitar os “pecados” mais freqüentes da narrativa? Pois bem, vamos dividir os
tais “pecados” em dez tipos mais freqüentes e tentar não cometê-los.
a. Uso e mau uso das palavras
Você sabe muito bem que as palavras funcionam como matéria-pri-
ma para a construção de qualquer texto. No entanto, elas também são
como uma faca de dois gumes, fique atento.
Um defeito que um bom texto jamais deverá apresentar é a repetição
de palavras sem fins estilísticos. Claro que não estamos falando de repetições
intencionais como as anáforas, por exemplo, mas daquele tipo que desgasta
a narrativa e empobrece, inclusive, seus significados. Veja o exemplo:
“A menina esteve sentada ali durante toda a tarde. Coitada da meni-
na, não sabia que a consulta duraria tanto e que sua mãe ficaria, então, pre-
ocupada. A menina pediu para telefonar e falou com a mãe, explicando-lhe
a demora.”
Dica
Dica:: procure substituir os nomes por pronomes quando perceber
que você repetiu muito a mesma palavra.
b. Uso de clichês
Nada mais devastador do que o clichê, entendendo-se como clichê
as repetições de expressões, idéias ou palavras que, pelo uso constante e po-
pularizado, nada mais significam.
Exclua de sua redação narrativa as expressões:
Língua Por t ugue sa

“ lindo dia de sol”, “abraço cheio de emoção”, “ beijo doce”, “ao pôr-
do-sol”, “ faces rosadas”, “inocente criança”, “Num belo domingo de Prima-
vera...”, “ família unida”, “uma grande salva de palmas”, “paixão intensa”.
Estes são apenas alguns exemplos, claro. E depende da sensibilidade
de cada um para captar os desgastes que as palavras e expressões possuem.
c. Falta de coerência interna
Outro aspecto também muito desgastante: levando-se em conta que
uma narrativa é uma sucessão de acontecimentos que ocorrem em tempo e
espaço determinados, que envolvem ações feitas e recebidas pelas persona-
gens, é interessante que jamais percamos a coerência interna.
CU RSO A D I STÂ N CI A 115
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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Precisamos ter atenção na construção do texto narrativo, a fim de


que ele, que é como se fosse um tapete num tear, não perca suas qualidades
de completude. Deixar pelo caminho situações mal desenvolvidas, circuns-
tâncias mal nomeadas ou esclarecidas dão sempre a idéia de desatenção,
pressa ou falta de cuidado com a tessitura do texto. Ele deve sempre parecer
um todo verossímil, capaz de convencer quem o leia. Imitação da vida ou
ultra-realidade, o texto não pode, a não ser por escolha do autor, como esti-
lo, parecer frágil em alguns aspectos, sem resistência de continuidade.
Mesmo que o tempo seja “cortado” e nele se insiram os flashback,
não permita que ele se fragmente e esses fragmentos esgarcem a compreen-
são do que você imprimiu à sua história.
Dica: lembre-se de que a narrativa é como uma vida, um trecho
dela: há circunstâncias que, se retiradas, fazem-na tornar-se = incompleta
ou superficial.
d. Ausência de características das personagens
Quando construímos a personagem ou personagens, sabemos que
elas devem parecer verdadeiras, criaturas assemelhadas que são aos huma-
nos. Mesmo numa fábula ou num apólogo, em que animais ou coisas são
personificados, há uma tendência de caracterizá-las como criaturas do mun-
do real.
Uma personagem, sobretudo a protagonista, deve ter traços fortes,
típicos, particulares. Se você criá-las sem características específicas, não há
como ressaltar- lhe os atos e tomá-los significativos na seqüência da narra-
ção.
Dica: uma boa personagem tem um cacoete qualquer; uma cor de
olhos, tiques, manias, gestos (passar a mão no cabelo, estalar os dedos ou
balançar a cabeça de um lado para o outro.)
e. Ausência de características espaciais
Outro problema que é muito complicado para quem escreve é a ca-
Língua Por t ugue sa

racterização do espaço onde ocorrem as ações. Muitas vezes, ele sequer


existe, como no trecho abaixo:
“Enquanto lá fora chovia intensamente, as crianças pulavam aos
berros sobre o sofá da sala.”
Quando o corretor lê isso, sem mais nenhuma indicação posterior, o
que pode imaginar é um sofá no meio do nada e três crianças pulando so-
bre ele... uma janela dependurada e lá fora a chuva intensa...
Este aspecto é tão importante que, freqüentemente, revela estados de
espírito, características psicológicas e intelectuais das personagens.

116 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Dica: não seja excessivamente minucioso, aborde aspectos. Por


exemplo: numa narrativa de terror ou suspense, em que uma determinada
cena vai se desenvolver no sótão ; ou no porão, é imprescindível que você,
em dado momento, indique - e descreva - os caminhos que conduzem a tais
lugares.
f. Uso reiterado de adjetivos
Imagine se você lesse um início de narrativa assim:
“Numa linda, perfeita, maravilhosa, fantástica e ensolarada manhã de
primavera brasileira, aquela extraordinária jovem de cabelos longos, negros
e volumosos abriu a ampla janela para o belíssimo e perfeito jardim...”
Diga a verdade: você agüentaria ler o resto? É evidente que, ao des-
crever uma personagem ou o ambiente em que ela se encontra, precisare-
mos da ajuda de adjetivos; mas saiba priorizá-los no uso, evitando abundân-
cia desnecessária.
Uso ampliado de adjetivos também desgasta (como no exemplo aci-
ma) o texto, banaliza-o e nada acrescenta a ele senão um certo
pernosticismo que todos queremos evitar.
g. Escrita circular
Qual é o tamanho correto que se deva dar a um texto narrativo no
vestibular? Rigorosamente, não há tamanho exato para nenhum tipo de tex-
to, muito menos os narrativos.
Mas convém não ultrapassar 40 ou 50 linhas para que não incorra-
mos num erro muito significativo: escrever “circularmente”, ou seja, repetir,
infinitamente repetir, ao redor do mesmo tema, a mesma história ou argu-
mentos como uma espécie de bêbado que fala sempre a mesma coisa.
Escrever circularmente é como andar em círculos, sem que possamos
sair do lugar, investindo em algo que é importante para qualquer narrativa:
as ações novas que se encadeiam, a peripécia dos acontecimentos, a se-
qüência que nos permita um bom fecho.
Língua Por t ugue sa

Dica: antes de começar a escrever, faça um breve roteiro (não é um


resumo) sobre como quer que a história se desenvolva. Ajuda muito e nos
auxilia a não nos perdermos em descaminhos.
h. Começo, meio e fim...
Um bom texto narrativo deve seguir esta seqüência: começo, meio e
fim? Nem sempre. Muita gente, quando escreve, imagina que, para ser com-
preendido, é preciso ser didático. Errado, pecado mortal.
Não acredite nisso. Uma outra pergunta que se faz muito ao intentar
um texto narrativo é se ele pode terminar em “aberto”, ou seja, apenas com

CU RSO A D I STÂ N CI A 117


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

a sugestão de fecho, aceitando a interferência, a interação com o leitor que


pode, de acordo com suas vivências e experiências, “ fechá-lo” à sua manei-
ra. Isso é uma boa dica, acredite, para fazer melhor o seu texto.
Experimente, por exemplo, começá-lo pelo clímax, assim você rompe
o lugar comum e chama mais a atenção do seu corretor, que tal?
i. Esquecendo uma personagem
Antes de começar o seu texto, lembre-se de ler com atenção todas as
recomendações do enunciado e não se esquecer de qualquer recomenda-
ção. Sobretudo quando se trata de criar um determinado tipo de persona-
gem. Se o enunciado pedir a você que crie um detetive, uma mulher que lê
mãos, um homem misterioso de chapéu, tais pedidos, certamente, fazem
parte fundamental do que se pretende da narrativa.
Pior do que isso é começar a narrar e, após citar uma personagem,
esquecê-la, deixá-la de lado, não trazê-la ao fio da história para que se de-
senvolva plenamente.
“Esquecer” uma personagem é ato narrativo imperdoável.
j. Esquecendo uma ação
Por fim, nada pior que esquecer uma ação exigida pelo enunciado.
Quando ele pede um determinado componente acional,melhor pres-
tar muita atenção e dar um contorno de relevância a isso. Normalmente, o
enunciado destaca o que pede como imprescindível.
E antes de passar a limpo a redação, vá ao rol de exigências e confira
se cumpriu todos os itens.
Há duas coisas que dão nota zero na hora de elaborar o texto: fugir
do modal, trocá-lo (pede-se, por exemplo, uma narração e você faz uma
dissertação..). A outra é esquecer os itens do enunciado, descumpri-los ou
relegar exigências fundamentais a circunstâncias secundárias.
Língua Por t ugue sa

4 .3 . Di sser ta çã o
Dissertação é um trabalho baseado em estudo teórico de natureza
reflexiva, que consiste na ordenação de idéias sobre um determinado tema. A
característica básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico. Dissertar é
debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. É
desenvolver um raciocínio, desenvolver argumentos que fundamentem posi-
ções. É polemizar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos
nossos. É estabelecer relações de causa e consequência, é dar exemplos, é
tirar conclusões, é apresentar um texto com organização lógica das idéias.
Basicamente um texto em que o autor mostra as suas ideias.

118 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Dissertar é, por meio da organização de palavras, frases e textos,


apresentar idéias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos.
Neste momento temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o
que pensamos utilizando-se da fundamentação, justificação, explicação, per-
suasão e de provas.
A elaboração de textos dissertativos requer domínio da modalidade
escrita da língua, desde a questão ortográfica ao uso de um vocabulário
preciso e de construções sintáticas organizadas, além de conhecimento do
assunto que se vai abordar e posição crítica (pessoal) diante desse assunto.
A atividade dissertadora desenvolve o gosto de pensar e escrever o
que pensa, de questionar o mundo, de procurar entender e transformar a re-
alidade.

4 .3 .1 . Pa sso s p a r a escr ever o te


Pa xto d i sser ta ti vo
texto
O texto deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que o
escritor se propôs a alcançar.
Há uma estrutura consagrada para a organização desse tipo de texto.
Consiste em organizar o material obtido em três partes: a introdução,
o desenvolvimento e a conclusão.

4 . 3 . 1 . 1 . I n t r o d u çã o
A introdução deve apresentar de maneira clara o assunto que será
tratado e delimitar as questões, referentes ao assunto, que serão abordadas.
Neste momento pode-se formular uma tese, que deverá ser discutida e pro-
vada no texto, propor uma pergunta, cuja resposta deverá constar no desen-
volvimento e explicitada na conclusão.

4 .3 .1 .2 . Desen vo l vi m en to
Língua Por t ugue sa

É a parte do texto em que as idéias, pontos de vista, conceitos, infor-


mações de que dispõe serão desenvolvidas; desenroladas e avaliadas pro-
gressivamente.

4 . 3 . 1 . 3 . Co n cl u sã o
Conclusão é o momento final do texto, este deverá apresentar um re-
sumo forte de tudo o que já foi dito. A conclusão deve expor uma avaliação
final do assunto discutido.

CU RSO A D I STÂ N CI A 119


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Cada uma dessa partes se relaciona umas com as outras, seja prepa-
rando-as ou retomando-as, portanto, não são isoladas.
A produção de textos dissertativos está ligada à capacidade
argumentativa daquele que se dispõe a essa construção.
É importante destacar que a obtenção de informações, referentes aos
diversos assuntos seja por intermédio da leitura, de conversas, de viagens,
de experiências do dia-a-dia e dos mais variados veículos de informação po-
dem sanar a carência de informações e consequentemente darem suporte
ao produzir um texto.

4 .3 .2 . Pr o ced i m en to s Bá si co s p a r a co n str u i r u m
texto d i sser ta ti vo
a) Interpretação do tema
Devemos interpretar cuidadosamente o tema proposto, pois a fuga
total a este implica zerar a prova de redação;
b) Levantamento de idéias
A melhor maneira de levantar idéias sobre o tema é a auto-indaga-
ção;
c) Construção do rascunho
Construa o rascunho sem se preocupar com a forma. Priorize, nesta
etapa, o conteúdo;
d) Pequeno intervalo
Suspenda a atividade redacional por alguns instantes e ocupe-se com
outras provas, para que possa desviar um pouco a atenção do texto; evitan-
do, assim, que determinados erros passem despercebidos;
e) Revisão e acabamento
Faça uma cuidadosa revisão do rascunho e as devidas correções;
Língua Por t ugue sa

f) Versão definitiva
Agora passe a limpo para a versão definitiva, com calma e muito cui-
dado!
g) Elaboração do título
O título deve ser urna frase curta condizente com a essência do tema.

4 .3 .3 . O r i en ta çã o p a r a El a b o r a r u m a Di sser ta çã o
· Seu texto deve apresentar tese, desenvolvimento (exposição/ argu-
mentação) e conclusão.
120 CU RSO A D I STÂ N CI A
Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

· Não se inclua na redação, não cite fatos de sua vida particular,


nem utilize o ainda na 1ª pessoa do plural.
· Seu texto pode ser expositivo ou argumentativo (ou ainda
expositivo e argumentativo). As idéias-núcleo devem ser bem de-
senvolvidas, bem fundamentadas.
· Redija na 1ª pessoa do singular ou do plural, ou fundamentadas.
Evite que seu texto expositivo ou argumentativo seja urna seqüên-
cia de afirmações vagas, sem justificativa, evidências ou
exemplificação..
· Atente para as expressões vagas ou significado amplo e sua ade-
quada contextualização. Ex.: conceitos como “certo”, “errado”,
“democracia”, “justiça”, “ liberdade”, “ felicidade” etc.
· Evite expressões como “ belo”, “ bom”, “mau”, “incrível”, “péssi-
mo”, “triste”,”pobre”, “rico” etc.; são juízos de valor sem carga in-
formativa, imprecisos e subjetivos.
· Fuja do lugar-comum, frases feitas e expressões cristalizadas: “a
pureza das crianças”, “a sabedoria dos velhos”. A palavra “coisa”,
gírias e vícios da linguagem oral devem ser evitados, bem como o
uso de “etc.” e as abreviações.
· Não se usam entre aspas palavras estrangeiras com correspon-
dência na língua portuguesa: hippie, status, dark, punk, laser,
chips etc.
· Não construa frases embromatórias. Verifique se as palavras em-
pregadas são fundamentais e informativas.
· Observe se não há repetição de idéias, falta de clareza, constru-
ções sem nexo (conjunções mal empregadas), falta de
concatenação de idéias nas frases e nos parágrafos entre si, diva-
gação ou fuga ao tema proposto.
· Caso você tenha feito uma pergunta na tese ou no corpo do tex-
Língua Por t ugue sa

to, verifique se a argumentação responde à pergunta. Se você


eventualmente encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
estar corretamente empregada desde que a argumentação res-
ponda à questão. Se o texto for vago, a interrogação será retórica
e vazia.
· Verifique se os argumentos são convincentes: fatos notórios ou
históricos, conhecimentos geográficos, cifras aproximadas, pes-
quisas e informações adquiridas através de leituras e fontes cultu-
rais diversas.

CU RSO A D I STÂ N CI A 121


Versão 1 0 .1 0 .0 1
IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

· Se considerarmos que a redação apresenta entre 20 e 30 linhas,


cada parágrafo pode ser desenvolvido entre 3 e 6 linhas. Você
deve ser flexível nesse número, em razão do tamanho da letra ou
da continuidade de raciocínio elaborado. Observe no seu texto os
parágrafos prolixos ou muito curtos, bem corno os períodos muito
fragmentados, que resultam numa construção primária.

4 .3 .4 . M o d el o s
TEMA
TEMA:: “DENÚNCIAS, ESCÂNDALOS, CASOS ILÍCITOS NA ADMI-
NISTRAÇÃO PÚBLICA, CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE... ISSO É O QUE
OCORRE NO BRASIL HOJE.”
Uma nova ordem
Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As
denúncias que se sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilíci-
tos que ocorrem em diversos níveis da administração pública exibem, de for-
ma veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem
símbolos de todos os males. As instituições normativas, que fundamentam o
sistema democrático, caem em descrédito. Os governantes, eleitos pela ex-
pressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, aca-
bam comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jo-
gado milhares de trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfa-
ção e amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto
contra o que vêem e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto
nulo, a abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma democra-
cia floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade
Língua Por t ugue sa

pública os condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de ime-


diato, que possa acender uma pequena chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes idéias, da fé e da crença,
da esperança e do futuro necessita, urgentemente da ação solidária, tanto
das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova ordem
na ética e na moral.
Carlos Apolinário, adaptado
Comentário:
O primeiro parágrafo constitui a introdução do texto (tese).

122 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

Os parágrafos segundo, terceiro e quarto constituem o desenvolvi-


mento (argumentação — exemplificação com análise e crítica).
O último parágrafo é a conclusão (perspectiva de solução).

TEMA
TEMA:: Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena
(Fernando Pessoa)
Sonhar é preciso
“Nós somos do tamanho dos nossos sonhos. Há, em cada ser huma-
no, um sebastianista louco, vislumbrando o Quinto Império; um navegador
ancorado no cais, a idealizar ‘mares nunca dantes navegados’; e um obscu-
ro D. Quixote de alma grande que, mesmo amesquinhado pelo atrito da
hora áspera do presente, investe contra seus inimigos intemporais: o
derrotismo, a indiferença e o tédio.
Sufocado pelo peso de todos os determinismos e pela dura rotina do
pão-nosso-de-cada-dia, há em cada homem um sentido épico da existência,
que se recusa a morrer, mesmo banalizado, manipulado pelos veículos de
massa e domesticado pela vida moderna.
É preciso agora resgatar esse idealista que ocultamente somos, mes-
mo que D. Sebastião não volte, ainda que nossos barcos não cheguem a
parte alguma, apesar de não existirem sequer moinhos de vento.
Senão teremos matado definitivamente o santo e o louco que são o
melhor de nós mesmos; senão teremos abdicado dos sonhos da infância e
do fogo da juventude; senão teremos demitido nossas esperanças.
O homem livre num universo sem fronteiras. O nordeste brasileiro
verde e pequenos nordestinos, ri sonhos e saudáveis, soletrando o
abecedário. Um passeio a pé pela cidade calma. Pequenos judeus, árabes e
cristãos, brincando de roda em Beirute ou na Palestina.
Língua Por t ugue sa

E os vestibulandos, todos, de um país chamado Brasil, convocados a


darem o melhor de si no curso superior que escolheram.
Utopias? Talvez sonhos irrealizáveis de algum poeta menor, mas con-
victo de que nada vale a pena, se a alma é mesquinha e pequena.”
Comentário:
A introdução encontra-se no 1°parágrafo, que faz uma espécie de
síntese do texto, funcionando como uma espécie de índice das idéias e ele-
mentos que aparecerão no desenvolvimento (sebastianista, o navegador, o
D. Quixote).

CU RSO A D I STÂ N CI A 123


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O desenvolvimento está nos cinco parágrafos seguintes, que reto-


mam e explicam cada uma das idéias e elementos apresentados no inicio.
A conclusão realiza-se no último parágrafo, reafirmando a tese de
que somos do tamanho de nossos sonhos e de nossas lutas por nossos ide-
ais, sem os quais a alma seria mesquinha e pequena (e a vida não valeria a
pena).
TEMA:: “À busca do Brasil de nossos sonhos, travar-se-á uma longa
TEMA
jornada.”
Em busca do Brasil de nossos sonhos
Utopia, talvez seja este o termo que resuma os anseios de um povo
que, há mais de quatro séculos, alimenta esperanças de ver seu país consti-
tuir-se em um Estado forte e humanitário.
Transformações drásticas e rápidas não correspondem ao caminho a
se seguir que será árduo e penoso, entretanto os júbilos alcançados serão
tão doces e temos que terão valido cada gota de sangue e suor derramado.
Muitos são os problemas (corrupção, injustiça, desigualdades...) e
suas soluções existem, só não fazem parte do plano político-econômico e
social a ser seguido, pois este não há. Generalizar chega a ser infantil e pre-
maturo, mas atualmente não se tem tido conhecimento sobre uma reforma
concreta e séria que vise à melhoria de vida da população e que não esteja
“engavetada”, ainda em “processo de viabilização”, tal como as reformas
agrária e tributária, por exemplo. A justiça no Brasil, além de paradoxal, vem
a ser ilusória.
Diversidade de solos, climas, costumes, gente, vários povos mistura-
dos em um só, tantos méritos e nenhuma vitória que não tenha sido mais do
que temporária. O amor à pátria a cada dia fica mais frágil quando deveria
se fortalecer, então o que fazer?
Lutar, não travando guerras ou impondo violência. Reivindicar direitos
e estipular deveres requer sabedoria, a liberdade de expressão foi conquista-
Língua Por t ugue sa

da com muito esforço e perseverança por brasileiros que queriam gritar e


não se calar diante da destruição lenta e contínua de seu país.
Valorizas o nosso e melhorar o Brasil depende não da vontade de
cada um, isoladamente, mas sim do desejo de todos, afinal são mais de cen-
to e trinta milhões de pessoas com interesses diversos ocupando um mesmo
país, e muitas querem vê-lo progredir, no entanto como isso será possível?
Optando por um nacionalismo extremado? Talvez. Para haver mudanças é
preciso que se queira mudar, um Estado politicamente organizado, quem
sabe, este Estado: o Brasil.
Tatiana R. Batista

124 CU RSO A D I STÂ N CI A


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Como melhorar o Brasil


“E nas terras copiosas, que lhes denegavam as promessas visionadas,
goravam seus sonhos de redenção”. Com estas palavras José Américo de
Almeida, em seu livro “A Bagaceira”, conseguiu caracterizar um Brasil que,
há quinhentos anos, mantém-se o mesmo: injusto e desigual.
Fome e miséria em meio à fartura e pujança, descontentamento e
inércia presentes em um mesmo povo. Tantas contradições advêm de um
processo histórico embasado em inserir o Brasil no contexto sócio-econômi-
co mundial como um Estado dependente economicamente, subdesenvolvido
tecnologicamente, sendo por isso frágil perante a soberania de um sem-nú-
mero de países que desde sempre deteve o controle supremo de o quê, e
como tudo deve ser direcionado.
De colônia à república, sendo monarquia ou não, a aristocracia se
mantém presente, forte e imponente, segura habilidosamente “as rédeas”
deste “carro desgovernado” chamado, anteriormente, de Terra brasilis. É es-
tranho pensar que um vasto território, em que se afirma vigorar o “governo
de todos e para todos” pertença na realidade a um restrito grupo que não
deseja alterações de qualquer tipo, por considerar a atual situação do Brasil
ideal. O ideal seria desconsiderar tais argumentos, sendo estes inválidos e
inadmissíveis, uma vez que altos níveis de desemprego, corrupção, carência
nos diversos setores públicos..., não correspondem ao que se espera para
haver uma elevação no padrão de desenvolvimento de um país.
A globalização, tão comentada em todo o mundo, só ratifica ainda
mais um processo que, aos olhos de todos, parece inevitável: a colonização
do mundo, a preponderância de uns poucos Estados politicamente organi-
zados sobre o resto do planeta. O Brasil virando colônia, principalmente,
dos Estados Unidos da América. A submissão completa.
Deste ponto de vista (que pode ser o único), a situação se apresenta
de forma grave. Alarmante, porém é a falta de soluções.
Pior, talvez seja a falta de interesse em mudanças. Já foram
Língua Por t ugue sa

privatizadas a (Companhia Vale do Rio Doce, a Siderúrgica Nacional, logo


em breve a Petrobrás e o Banco do Brasil, símbolos da soberania nacional.
Vivemos em um mesmo espaço o qual cada vez mais deixa de nos pertencer,
estamos enfraquecidos, o nacionalismo se enfraquece se a nação única dei-
xa de existir. Não se pode afirmar que uma atitude revolucionária seja o me-
lhor caminho ou o caminho certo, no entanto a passividade neurastênica da
população jamais resolverá nada. O exercício da cidadania é necessária
para implantar a verdadeira cidadania. Consciência política e senso de justi-
ça o pior obstáculo a ser contornado é a alienação, conseqüência da igno-
rância que cerca a maior parte da população, sem acesso à cultura.

CU RSO A D I STÂ N CI A 125


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

O primeiro passo já foi dado: conhecer os problemas e, mesmo que


superficialmente, pensar a respeito. Ufanismo, utopia, sonho, perseverança e
luta. A coragem precisa de esperança, o homem precisa de ambas para so-
breviver e lutar. Se o povo brasileiro é naturalmente corajoso, lutemos agora
para seguir em frente e firmar este país como soberano e forte que é.
Tatiana R. Batista

A corrupção no Brasil
Durante todo o processo de formação cultural do povo brasileiro, o
trabalho nunca foi considerado uma atividade digna, a riqueza, mesmo ilícita
era a grande nobreza e a comprovação da superioridade.
No período colonial, o trabalho para o português recém-chegado
toma-se um ato ignóbil, explorar o bugre e o negro é a maneira de se viver
numa terra nova, onde a “esperteza” de sempre tirar lucros e ganhar, mesmo
através da trapaça, é considerada uma virtude.
No império e na república oligárquica, a história se repete e sempre
está a favor de uma aristocracia, que desrespeita a condição humana, com
suas atitudes nepóticas e de extrema fraternalidade entre os iguais mineiros e
paulistas.
Nos períodos seguintes, a rede de corruptos se mostra e toma contor-
no urbanos, onde a população adquire maior intelectualidade e passa a exi-
gir um maior respeito e que pelo menos se disfarcem os roubos contra nossa
população de miseráveis e condicionados.
Já cansada pelos quinhentos anos de “ falcatruas” justificadas e pela
explosão de novas “ bombas”, a cada dia a população apercebe-se. em fim,
do maquiavelismo político e rejeita as soluções prontas e maternais da pátria
mãe gentil.
Esperamos que, nos próximos anos, a política brasileira torne-se mais
séria, rejeite o dito maquiavélico e trate o trabalho como um meio de ascen-
Língua Por t ugue sa

são e de dignificação do homem e não como um ato oprobriante (vergo-


nhoso).
Tiago Barbosa

126 CU RSO A D I STÂ N CI A


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ATI VI D AD E X

Interpretação de Texto

01) Considere o seguinte trecho:


Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção, é
quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem ope-
rou o volante Edu e o atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que ti-
veram problemas semelhantes no ano passado.

O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:


a) ( ) ao médico do Milan.
b) ( ) a Cafu.
c) ( ) ao doutor José Luiz Runco.
d) ( ) ao volante Edu.
e) ( ) ao atacante Ricardo Oliveira.

0 2 . Co n si d er e o seg u i n te d i á l o g o :
I. A: Por que você está triste?
II. B: Porque ela me deixou.
III. A: E ela fez isso por quê?
IV. B: Não sei o porquê. Tentei acabar com as causas da crise por que
passávamos.
V. A: Ah! Você se perdeu nos porquês.
Língua Por t ugue sa

Do ponto de vista gramatical, os termos sublinhados estão corretamente


empregados em:
a) ( ) IV somente.
b) ( ) I, III e V somente.
c) ( ) II e IV somente.
d) ( ) I, II, III, IV e V.
e) ( ) II e V somente.

CU RSO A D I STÂ N CI A 127


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

03. “ Você só precisa comprar a pipoca. O DVD é grátis.”


Assinale a alternativa que apresenta a forma correta para juntar os dois
períodos da propaganda acima num só.
a) ( ) Você só precisa comprar a pipoca, entretanto o DVD é grátis.
b) ( ) Você só precisa comprar a pipoca, já que o DVD é grátis.
c) ( ) Você só precisa comprar a pipoca, inclusive o DVD é grátis.
d) ( ) Você só precisa comprar a pipoca e o DVD é grátis.
e) ( ) Você só precisa comprar a pipoca, cujo DVD é grátis.

04. Das alternativas abaixo, assinale aquela que N ÃO está de


acordo com a norma culta.
a) ( ) Foi ele quem comprou o carro.
b) ( ) Alguns de nós seremos vitoriosos.
c) ( ) A maior parte das pessoas faltou ao encontro.
d) ( ) Os Estados Unidos importa muitos produtos brasileiros.
e) ( ) Cada um de nós fez o que pôde.

05. Caindo na gandaia


O ex-campeão mundial dos pesos pesados Mike Tyson se esbaldou na
noite paulistana. Em duas noites, foi ao Café Photo e ao Bahamas, ca-
sas freqüentadas por garotas de programa. Na madrugada da quinta-
feira, foi barrado com seis delas no hotel onde estava hospedado, deu
gorjeta de US$ 100 a cada uma e foi terminar a noite na boate Love
Story. Irritado com o assédio, Tyson agrediu um cinegrafista e foi levado
para a delegacia. Ele vai responder por lesões corporais, danos materi-
ais e exercício arbitrário das próprias razões. (Época, nº 391, nov.
Língua Por t ugue sa

2005.)
Segundo o texto, é correto afirmar:
a) ( ) Mike Tyson estava irritado com o assédio das garotas de programa.
b) ( ) Mike Tyson foi preso em companhia das garotas.
c) ( ) Tyson foi liberado da delegacia por demonstrar exercício arbitrário de
suas razões.
d) ( ) Mike Tyson, em duas noites, esteve em três boates e uma delegacia.
e) ( ) Mike Tyson distribuiu US$ 100 em gorjetas e se esbaldou na noite
paulistana.

128 CU RSO A D I STÂ N CI A


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06. Considere as seguintes sentenças:


I. Ele sempre falou por meias palavras.
II. É meio-dia e meio.
III. Estava meia nervosa por causa da mãe.
IV. Quero meia maçã para a sobremesa.
V. Ficaram meio revoltados com a situação.

Do ponto de vista da gramática normativa, estão corretas as sentenças:


a) ( ) III e IV somente.
b) ( ) II e V somente.
c) ( ) I, II e III somente.
d) ( ) II e IV somente.
e) ( ) I, IV e V somente.

07. ___________ fábricas ________ produtos são _________ feitos.


Assinale a alternativa cujos termos completam as lacunas de acordo
com a norma culta.
a) ( ) Existe, aonde, mal.
b) ( ) Existem, onde, mau.
c) ( ) Há, aonde, mau.
d) ( ) Há, onde, mal.
e) ( ) Há, onde, mau.
Língua Por t ugue sa

08. Considere as seguintes previsões astrológicas:


I. Tanto a Lua como Vênus _______ a semana mais propícia a negocia-
ções. (deixar)
II. Calma e tranqüilidade _______ em seus relacionamentos. (ajudar)
III. Discussões, contratempos financeiros, problemas sentimentais, nada
o ________ nesta semana. (atrapalhar)
Assinale a alternativa em que os verbos entre parênteses completam o
texto do horóscopo acima de acordo com a norma culta.

CU RSO A D I STÂ N CI A 129


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

a) ( ) deixará, ajudará, atrapalhará.


b) ( ) deixarão, ajudará, atrapalhará.
c) ( ) deixará, ajudarão, atrapalharão.
d) ( ) deixarão, ajudarão, atrapalharão.
e) ( ) deixarão, ajudarão, atrapalhará.

09. Considere o seguinte anúncio de jornal:


No próximo dia 20/ 03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de
Guarulhos a dupla sertaneja Antenor e Secundino, onde excursionaram
pela Europa, que fizeram grande sucesso se divulgando a nossa música
sertaneja.

Assinale a alternativa que reescreve o texto acima de acordo com a nor-


ma culta.
a) ( ) No próximo dia 20/ 03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de
Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, que
excursionou pela Europa, com grande sucesso na divulgação da nos-
sa música sertaneja.
b) ( ) No próximo dia 20/ 03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de
Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, onde
excursionaram pela Europa, em que fizeram grande sucesso e divul-
gando a nossa música sertaneja.
c) ( ) No próximo dia 20/ 03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de
Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, cujos
excursionaram pela Europa e fizeram grande sucesso, onde divulga-
ram a nossa música sertaneja.
Língua Por t ugue sa

d) ( ) No próximo dia 20/ 03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de


Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, os quais
excursionaram pela Europa com grande sucesso, se divulgando a
nossa música sertaneja.
e) ( ) No próximo dia 20/ 03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de
Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, que
excursionaram pela Europa, inclusive que fizeram grande sucesso,
onde divulgou a nossa música sertaneja.

130 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

10. Observe a frase: “ É um desempenho de dar água na boca:


no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desem-
barcavam na região.” Assinale a alternativa que contém
uma versão adequada desta frase, sem lhe alterar o sentido:
a) ( ) É um desempenho estimulante, pois, no verão passado, apenas dezoi-
to vôos desse tipo desembarcavam na região.
b) ( ) É um desempenho invejável o do verão passado: dezoito vôos desse
tipo desembarcavam na região.
c) ( ) Foi um desempenho fascinante, no verão passado: somente dezoito
vôos desse tipo chegavam à região.
d) ( ) No último verão, somente dezoito vôos desse tipo chegavam à re-
gião: foi um desempenho excitante.
e) ( ) No verão passado, houve um desempenho fantástico: somente dezoi-
to vôos desse tipo desembarcavam na região.

Língua Por t ugue sa

CU RSO A D I STÂ N CI A 131


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Língua Por t ugue sa

132 CU RSO A D I STÂ N CI A


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RESPOSTAS DAS ATI VI DADES

ATI VI DADE I
01) Algumas modificações são realizadas para promover a união e proximidade
dos países que tem o português como língua oficial.
02) Não é necessário que haja aversão às alterações, pois são simples e fáceis de
serem apreendidas. Além disso, há um prazo de adaptação para ocorra todo
processo de mudança.
03) A ortografia é uma convenção social. No Brasil a Academia Brasileira de Letras
instituiu pela primeira vez, em 1943, o Pequeno Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa.
04) Outras línguas, como o francês e o espanhol, tinham normas ortográficas no
século XVIII.
05) O período de transição para as novas regras ortográficas que se finaliza em 31
de dezembro de 2012.

ATI VI DADE I I
01) O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
02) O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.
03) Feiúra e Baiúca .Não se acentua mais “i” e “u” tônicos em paroxítonas quando
precedidos de ditongo.
04) a) Certo. São acentuadas as oxítonas terminadas em a(s): vatapá, lilás – e,
também, acará, ananá, gambá, sofá, aguarrás... – þObs.: Som nasal, será
assinalado com til: maçã – elã – e, também, araquã, açanã, jaçanã...
b) Certo. São acentuadas as oxítonas terminadas em e(s): pontapé, revés, glacê,
torquês – e, também, café, picolé, dendê, invés, convés, montês, pequinês...
c) Certo. São acentuadas todas as oxítonas terminadas em o(s): qüiproquó, retrós,
Língua Por t ugue sa

bangalô, robôs – e, também, avó, bobó, enxó, rondó, paletó, ilhós, após, avô,
bibelô, borderô, complôs, tarôs...
d) Certo. São acentuadas todas as oxítonas terminadas em o(s): alguém,
parabéns, além, vinténs – e, também, armazém, ninguém, também, porém...
e) Errado. – Correções: jabuti, caju, parti-la, obus. – Obs.: Não se acentuam
oxítonas terminadas em i(s), u(s).
05) a) Certo. São acentuadas todas as monossílabas tônicas terminadas em a(s): lá,
trás, dá-lo – e, também: cá, chá(s), dá(s), fá, há(s), já, má(s), pá(s), vá(s), xá(s)...
b) Certo. São acentuadas todas as monossílabas tônicas terminadas em e(s): pé,
rés, lê, mês – e, também, fé(s), sé, crê(s), dê(s), lê(s), vê(s), fé(s), ré(s), rês...

CU RSO A D I STÂ N CI A 133


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

c) Errado. – Correções: vi-o, pus, trem, lis. – Obs.: Não se acentuam


monossílabas terminados em i(s), u(s), em(ens): mi, ri, vi, si, ti, nu, mu, tu, jus,
bem, trens, quem...
d) Errado. – Correção: jacu. – Obs.: Não se acentuam as oxítonas terminadas em
i(s), u(s): gibi(s), rami(s), rubi(s), rani(s), siri(s), tupi(s), xixi(s), bantu(s), caju(s),
lundu(s), hindu(s), jaburu(s), urubu(s),urutu(s), xampu(s), obus...
e) Errado. – Correção: outrem. – Obs.: Com a terminação em, acentuam-se
apenas as oxítonas: desdém, harém, neném. – Obs.: outrem é paroxítona.
06) a) Certo. Não se acentuam as palavras paroxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s),
am, em(ens): rubrica, recorde, batavo, item – e, também, seara(s), pele(s),
coco(s), jovem(ens), cantam, vendem, partem...
b) Certo. Somente não são acentuadas as paroxítonas terminadas em a(s), e(s),
o(s), am, em(ens): fóssil, hímen, próton, projéteis...
c) Certo. Somente não são acentuadas as paroxítonas terminadas em a(s), e(s),
o(s), am, em(ens): caráter, ônix, bíceps, álbum...
d) Errado. – Correções: biquíni, maquinaria. – þObs.: bi-quí-ni é paroxítona
(acentuada) terminada em i; – ma-qui-na-ri-a é paroxítona (não acentuada)
terminada em a.
e) Certo. – Obs.: São acentuadas as palavras terminadas em ditongos crescentes,
as quais podem ser consideradas paroxítonas ou proparoxítonas, conforme
forem pronunciadas: / á-guia/ ou / á-gui-a/ – / bar-bá-rie/ ou / bar-bá-ri-e/ – / a-
dá-gio/ ou / a-dá-gi-o/ – / tê-nue/ ou / tê-nu-e/ ...
07) a) Certo. Acentuam-se os ditongos éi, ói, éu (abertos e tônicos): azaléia, sequóia,
troféu, méis (plural de mel) – e, também, fiéis, boléia, epopéia, odisséia, bói,
herói, caubói, tramóia, tipóia,céu, léu, casaréu, fogaréu, mundéu...
b) Errado. – Correções: sandeu, joio – Obs.: alcoóis (plural de álcool) – joio
(acentuam-se somente os ditongos abertos).
c) Errado. – Correções: aneizinhos, broquel (escudo, proteção) –
Obs.: 1) Os ditongos somente são acentuados quando abertos e tônicos; em
aneizinhos, a sílaba tônica é zi. 2) É comum a confusão da terminação el com
éu.
d) Errado. – Correção: entretêm (derivado do verbo ter) acentua-se o hiato ôo (dos
Língua Por t ugue sa

verbos terminados em oar e oer): enjôo, corôo – e, também, abençôo, côo,


magôo, vôo, môo, remôo, condôo-me, corrôo... e o hiato êe (dos verbos crer,
dar, ler, ver, e derivados): revêem – e, também, crêem, descrêem, dêem, lêem,
relêem, vêem, revêem, prevêem, provêem...
e) Certo. Acentua-se o hiato formado com as letras i e u (sozinhas ou seguidas de
s): bai-ú-ca – be-du-í-no – u-ís-que – ba-la-ús-tre – e, também, açaí, aí,
ateísmo, baía, baús, cafeína, ciúme, cuíca, miúdo, vascaíno... – Exceções: 1)
não se acentua o i nasalizado pelo digrafo nh: cainho, ladainha, fuinha,
picuinha, coroinha, moinho, ventoinha... 2) não se acentuam também os hiatos
naturais i-i e u-u: vadiice, mandriice, xiita, juuuna, paracuuba, sucuuba...
08) D Os ditongos abertos “ei” e “oi”, que é o caso de assembleia, não serão mais
acentuados em palavras paroxítonas – as que têm a penúltima sílaba mais

134 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

forte. Mas em palavras monossílabas terminadas em ei,eu e oi, que é o caso


de céu, dói, o acento permanece.
09) D O acento diferencial ainda permanece no verbo poder (pôde, quando usado no
passado).
10) D (proparoxítonas são acentuadas – bússola; acento permanece em palavras sem
ditongo – império; o acento não existe mais em ditongo aberto éi , em palavras
paroxítonas e, só acentuamos palavras oxítonas terminadas em a, e o, seguidas
ou não de s – caju, Panamá.

ATI VI DADE I I I
01) a) Maria Rita, menina pobre do interior, chegou a São Paulo assustada.
b) O encanador sorriu e disse:
- Se a senhora quiser, eu posso trocar também a torneira, dona.
c) Quando tudo vai mal, nós devemos parar e pensar onde é que estamos
errando. Desta maneira, podemos começara melhorar, isto é, a progredir.
d) Socorro, alguém me ajude! ou Socorro! Alguém me ajude!
e) Ao voltar para casa, encontrei um ambiente assustador: móveis revirados,
roupas jogadas pelo chão, lâmpadas quebradas e torneiras abertas.
f) De MPB eu gosto, mas de música sertaneja...
g) Não critique seu filho, homem de Deus! Dê o apoio que ele necessita e tudo
terminará bem. Se você não apoiá-lo, quem irá fazê-lo?
h) Os nossos sonhos não são inatingíveis. A nossa vontade deve torná-los
realidade.
i) O computador, que é uma invenção deste século, torna a nossa vida cada dia
mais fácil.
j) Eu venderei todas as minhas terras, mesmo que antes disso a lavoura se
recupere.
k) Naquele instante, quando ninguém mais esperava, de longe avistamos uma
figura estranha que se aproximava. Quando chegou bem perto, ele perguntou:
Língua Por t ugue sa

- O que fazem aqui neste fim-de-mundo?


E nós respondemos:
- Graças a Deus o senhor apareceu! Estamos perdidos nesta mata há dias.
l) Quando lhe disserem para desistir, persista; quando conseguir a vitória, divida
com seus amigos a sua alegria.
m)Quanta burocracia! Levei dois meses para tirar um documento de identidade!
n) Você tem duas opções: desiste da carreira, ou do casamento.
o) O presidente pode, se tiver interesse, colocar na cadeia os corruptos, ou seja,
aqueles que só fazem mal ao país.

CU RSO A D I STÂ N CI A 135


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

02) B
03) C
04) D
05) D
06) C
07) C
08) E
09) B
10) B
11) C
12) E

ATI VI DADE I V
01) C
02) A
03) B
04) B Substantivos derivados de verbos terminados em “-ender” se escrevem com “s”:
tender – tensão; pretender – pretensão; compreender – compreensão. Os
substantivos derivados do verbo TER devem ser escritos com “ç”: reter –
retenção; deter – detenção; obter – obtenção; ater – atenção.

ATI VI DADE V
01) a) É uma ação onde colocamos em prática os valores morais.
b) É uma ordenação, uma hierarquia de valores.
c) Ética pelo interesse próprio e ética orientada para os outros.
02) a) Na ética do interesse próprio, você proporciona algo ao outro, porque é de seu
interesse fazê-lo.
Língua Por t ugue sa

b) A ética orientada para os outros tem por objetivo básico a valorização do outro
para o benefício do todo..
c) Em termos empresariais, isto significa uma filosofia ou uma ética do serviço. É
na medida que o meu produto, a maneira de produzi-lo, e tudo o que faço em
relação a ele representarem um serviço para o mercado (ou seja, acrescenta-
rem valor), é que minha empresa poderá obter um resultado econômico válido.
Nesta perspectiva, o valor maior é a solidariedade, a profunda
interdependência humana, o crescimento do outro. Este é o objetivo. O lucro, o
benefício econômico, é um subproduto. Indispensável, sem dúvida, para a con-
tinuidade da comunidade de trabalho que é a empresa, mas que só vai existir
se as outras condições forem preenchidas..

136 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

d) A empresa assume uma série de compromissos, tanto com a sociedade em que


se insere quanto com as pessoas que a integram: a comunidade, os clientes e
os fornecedores, os aportadores de recursos públicos ou privados, o governo;
as condições de trabalho, a capacitação dos seres humanos a ela ligados, a
utilização de métodos participativos, etc.
03) – Ganância
– Relatórios distorcidos
– Inadimplência/ fraude
– Deslealdade
– Má qualidade
– Favoritismo
– Conflito de interesses
– Falsidade ideológica, etc..

ATI VI D AD E VI
01) Resposta elaborada pelo aluno.

ATI VI D AD E VI I
a) 01. Tenho bastantes (muitas) razões para julgá-lo.
02. Viveram situações bastante (muito) tensas.
03. Estavam bastante preocupados.
04. Acolheu-me com palavras meio (um tanto) tortas.
05. Os processos estão inclusos na pasta.
06. Estas casas custam caro (invariável).
07. Seguem anexas as faturas.
08. É proibido (ñ artigo) conversas no recinto.
09. Vocês estão quites com a mensalidade?
Língua Por t ugue sa

10. Hoje temos menos (sempre) lições.


11. Água é bom (ñ artigo) para rejuvenescer.
12. Ela caiu e ficou meio (um tanto) tonta.
13. Elas estão alerta (sempre).
14. As duplicatas anexas já foram resgatadas.
15. Quando cheguei era meio-dia e meia (hora).
16. A lealdade é necessária (com artigo).
17. A decisão me custou muito caro.
18. As meninas me disseram obrigadas.

CU RSO A D I STÂ N CI A 137


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

19. A porta ficou meio (um pouco) aberta.


20. Em anexo vão os documentos.
21. É permitido entrada de crianças.
22. Salvo (invariável) os doentes, os demais partiram.
23. As camisas estão caras (sem custar).
24. Seu pai já está quite com o meu?
25. Escolhemos as cores mais vivas possíveis.
26. É necessária muita fé.
27. É necessária a ação da polícia.
28. A maçã é boa para os dentes.
29. Exceto (sempre) os dois menores, todos entram.
30. A sala tinha bastantes carteiras
31. Eram moças bastante competentes.
32. Suas opiniões são bastante discutidas.
33. João ficara a sós.
34. É proibida a entrada neste recinto.
35. Bebida alcoólica não é bom para o fígado.
36. Maçã é bom para os dentes.
37. É proibida a permanência de veículos.
38. V. Exa. está enganado, senhor vereador.
39. Está inclusa a comissão.
40. Tenho uma colega que é meio ingênua.
41. Ela apareceu meio nua.
42. Manuel está meio gripado.
43. As crianças ficaram meio gripadas.
44. Nunca fui pessoa de meia (metade) palavras.
45. A casa estava meio velha.
Língua Por t ugue sa

46. Quero meia (= 44) porção de fritas.


47. Vocês só (somente) fizeram isso?
48. Fiquem alerta (sempre) rapazes.
49. Esperava menos (sempre) pergunta na prova.
50. As certidões anexas devem ser seladas.
51. Mãe e filho moravam juntos.
52. As viagens ao nordeste estão caras (sem custar).
53. Segue anexa a biografia que pediu.
54. Está inclusa na nota a taxa de serviços.

138 CU RSO A D I STÂ N CI A


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55. Estou quite com as crianças.


56. Procure comer bastantes frutos.
57. Os militares estão alerta.
58. Muito obrigadas disseram elas.
59. Pedro e Maria viajaram sós (sozinhos).
60. Os rapazes disseram somente muito obrigados
61. A lista vai anexa ao pacote.
62. É necessária a virtude dos bons
63. Todos estão salvos (salvados), exceto o barqueiro.
64. As janelas estavam meio fechadas.
65. Só (somente) os dois enfrentaram a fera.
66. Examinamos bastantes planos.
67. Água de melissa é muito bom.
68. Para trabalho caseiro é bom uma empregada.
69. Não é permitida a entrada de crianças.
70. Eles ficaram sós (sozinhos) depois do baile.
71. Os cheques estão anexos aos documentos?
72. Examinamos bastantes projetos.
73. Os quadros eram os mais clássicos possíveis.
74. Os documentos vão inclusos na carta.
75. Seguem anexas três (as) certidões.
76. Para quem esta entrada é proibida?
77. Coalhada é bom para a saúde.
78. A coalhada dessa padaria é boa.
79. Maria passeou só (somente) pelo bosque.
80. Só (= 79) ela faria as lições.
81. Mais amor menos confiança.
Língua Por t ugue sa

82. Hoje temos menos lições.


83. O governo destinou bastantes recursos.
84. Eles faltaram bastantes vezes.
85. Tenho bastantes razões para ajudá-lo.
86. Seguem inclusas a carta e a procuração.
87. As mordomias custam caro.
88. Esta viagem sairá cara.
89. As peras custam caro.
90. Aquelas mercadorias custaram caro.

CU RSO A D I STÂ N CI A 139


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

91. Os mamões custaram muito caro.


92. As mercadorias eram baratas (= 88).
93. Os mamões ficaram caros.
94. Não tinham bastantes motivos para faltar.
95. As crianças estavam bastante crescidas.
96. O governo destinou bastantes recursos.
97. Suas opiniões são bastante discutidas.
98. Esta aveia é boa para a saúde.
99. Pimenta é bom para tempero.
100. É proibida a caça nesta reserva.
101. É proibido entrada.
102. A pimenta é boa para tempero.
103. Água tônica é bom para o estômago.
104. As crianças viajarão junto a mim.
105. Elas sempre chegam juntas.
106. Elas nunca saíram juntas.
107. A filha e o pai chegaram juntos.
108. Os fortes sentimentos vêm juntos.
109. Os alunos mesmos darão à redação final.
110. Ela não sabia disso mesmo (de fato).
111. Elas mesmas fizeram a festa.
112. Anexos estavam os documentos.
113. Estou quite com a tesouraria.
114. Eles estão quites com a mensalidade.
115. Ela está quite com você?
116. A menina me disse obrigada.
117. Os computadores custam caro.
Língua Por t ugue sa

118. Permitam-me que eu as deixe sós (sozinhas).


119. Eles ficaram sós (= 118) depois do baile.
120. Agora é meio-dia e meia.
121. Bebida alcoólica não é permitido.
122. Os guardas estavam alerta.
123. Meu filho emagrecia a olhos vistos.
124. Vai anexa a declaração solicitada.
125. As certidões anexas devem ser seladas.
126. Anexos seguem os formulários.

140 CU RSO A D I STÂ N CI A


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127. Os juros estão o mais elevado possível.


128. Enfrento problemas o mais difíceis possível.
129. Enfrento problemas os mais difíceis possíveis.
130. Visitamos os mais belos museus possíveis.
131. Nós mesmos edificaremos a casa.
132. Eles são mesmo (de fato) responsáveis.
133. Ela mesma agradeceu.
134. Tudo depende delas mesmo (de fato).

ATI VI DADE VI I I
a) 01. O pessoal (coletivo) não gostou da festa.
02. A turma (= 01) gostou da aula de ontem.
03. Metade dos alunos fez ou fizeram o trabalho.
04. Um bloco de foliões animava(am) a festa.
05. Uma porção de índios surgiu(ram) do nada.
06. Um bando de pulhas saqueou(aram) as casas.
07. A maior parte dos recursos se esgotou(aram).
08. O povo (coletivo) aclamou o candidato.
09. A multidão (= 08) invadiu o campo.
10. Os Estados Unidos são um país rico.
11. Minas Gerais é um belo estado.
12. Os Andes ficam na América do Sul.
13. A maior parte dos carros tinha(m) defeitos.
14. O bando (coletivo) fuçava a casa deserta.
15. A maioria (= 14) está contra o aumento do pão.
16. O Amazonas corre para o mar.
Língua Por t ugue sa

17. O s Lusíadas tornaram Camões imortal.


18. Os Imigrantes agradou os telespectadores.
19. Os Três Mosqueteiros são de Alexandre Dumas.
20. Vossa Excelência agiu com moderação.
21. Vossa Senhoria está melhor agora?
22. Vossa Senhoria me entendeu mal.
23. Vossa Excelência se enganou.
24. Vossa Senhoria continua zangado comigo?
25. Os cardumes subiam o rio.

CU RSO A D I STÂ N CI A 141


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

26. Metade das laranjas estava(am) podre(s).


27. A multidão (coletivo) vociferava ameaças.
28. Uma equipe de policiais prendeu(ram) os ladrões.
29. Chegava à multidão (= 27) de passageiros.
30. Mais de mil pessoas acertaram na loteria.
31. Mais de um avião caiu este mês.
32. Mais de um jogador se xingavam (ação recíp.).
33. Mais de um funcionário foi exonerado.
34. Mais de um político se desacataram (ação recíp.).
35. Minhas férias é um período de descanso.
36. Frases é o sujeito da oração.
37. Lágrimas é coisa que ele não tem.
38. Itens nuca teve acento gráfico.
39. Nenhum de nós sabia disso.
40. Alguns de nós viveremos ou viverão até lá.
41. Quais de vocês me fariam esse favor.
42. Nenhuma de nós a viu.
43. Somos nós quem leva(mos) o prejuízo.
44. Foram eles quem escreveu(ram).
45. Fomos nós que pichamos o muro.
46. Fui eu que espalhei os boatos.
47. Fui eu quem enviou ou enviei.
48. Montes Carlos fica em Minas Gerais.
49. Minas Gerais possui grandes jazidas.
50. Vassouras é uma cidade fluminense.
51. Cravinhos é uma cidade limpa.
52. Quantos de nós sabem(os) a verdade?
Língua Por t ugue sa

53. Alguém dentre vós é culpado.


54. Quais de nós viajaremos ou viajarão contigo?
55. Qual de vocês me faria esse favor.
56. Algum deles viverá até lá.
57. Qual de nós agiu com justiça?
58. Perto de mil crianças estão desaparecidas.
59. Devem ter fugido mais de vinte presos.
60. Sou eu que duvido.
61. Fui eu que preparei o almoço.

142 CU RSO A D I STÂ N CI A


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

62. Fomos nós que pichamos o muro.


63. Sou eu quem paga(o).
64. Foste tu que saíste.
65. Fostes vós quem falou(astes).
66. Eram elas quem fazia(m) a limpeza.
67. Paulo é um dos que mais estuda(m).
68. Ele foi um dos que mais falou(aram).
69. Mais de um aceno avisou-me do perigo.
70. Haja(m) vista as últimas obras do autor.
71. Haja(m) vista os últimos acontecimentos.
72. Haja(am) vista aos últimos acontecimentos.
73. Vossa Alteza não tem vergonha?
74. Uma quadrilha (coletivo) assaltou o banco.
75. Férias faz bem.
76. Mais de dois atletas ganharam medalhas.
77. Mais de um aluno, mais de um professor faltaram (repetido).

ATI VI DADE I X
01) a) Santos e Mortimer em seu estudo sobre comunicação não verbal em sala de
aula indicam que é impossível não se comunicar por meio do corpo. O corpo é
uma mensagem e o comportamento não-verbal é extremamente dialógico. As
expressões do rosto, as atitudes, os gestos e o movimento corporal podem atuar
como emblemas, ilustradores, demonstradores de afeto ou como reguladores e
adaptadores da interação. Em muitos momentos o comportamento não-verbal
contradiz o que se está querendo dizer em vez de o enfatizar. Há certas emo-
ções que muitas vezes não se consegue ocultar, justamente aquelas que esca-
pam ao controle consciente, tais como rubor ou a perspiração, sinais denuncia-
dores de uma grande variedade de estados emotivos: dor, ansiedade, vergo-
nha, medo, constrangimento, etc. Esse conjunto de comportamentos não-ver-
Língua Por t ugue sa

bais evidenciados desde os primeiros encontros em aula afeta, em maior ou


menor grau, o resto do sistema comunicativo. Isto se refere aos comportamen-
tos não-verbais adotados pelos alunos e pelo professor na dinâmica interativa.
As reações-respostas e o diálogo corporal entre o professor e os alunos podem
ser percebidos nas posturas assumidas de um em relação aos outros e na
recorrência de posturas e gestos utilizados pelo professor, que rapidamente os
estudantes passam a reconhecer e aos quais reagem com presteza.
b) Os elementos da comunicação não-verbal tem suas características calcadas nas
interações, na formalidade ou informalidade das atividades; na natureza
conceitual ou experimental das explicações, ou seja, elas ocorrem de acordo
com as estratégias utilizadas em sala de aula.

CU RSO A D I STÂ N CI A 143


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IN STITU TO TECN O LÓ GICO DE TRAN SPO RTE E TRÂN SITO

c) Especialistas discutem que cada indivíduo tem seu próprio estilo gestual e, em
parte, esse estilo reflete sua cultura. Assim, os gestos emblemáticos (que possu-
em um significado preestabelecido), como acenar as mãos dando adeus, ou
esfregar os dedos polegar e indicador se referindo a dinheiro, etc.; podem ter
significados diferentes em diferentes culturas.
d) Nessa direção, Parejo (1995) também apresenta um conjunto de exemplos onde
gesticulação pode significar precisão, firmeza, agressividade, dominação, com-
preensão e outras tantas significações. Um mesmo gesto pode ter diferentes sig-
nificados e exercer várias funções, dependendo do contexto da interação. Assim,
é necessário relativizar as classificações e contextualizar o comportamento
gestual das pessoas.
e) Os estudos e descobertas referentes à cinética corporal sobre as poses, mostram
que cada pessoa adota uma série de posições: uma para falar, outra para ou-
vir, havendo mesmo diferenças na posição do falante enquanto pergunta, en-
quanto dá ordens, enquanto explica, etc.
Por outro lado, as posturas estão relacionadas à intimidade ou formalidade das
situações e com o sexo das pessoas envolvidas na interação.
02) a) Do ponto de vista anatômico, as pessoas podem produzir mais de mil expres-
sões faciais. Os músculos do rosto são tão versáteis que, teoricamente, todas as
mil possibilidades do comportamento facial levariam não menos do que duas
horas para ser demonstradas. No entanto, só algumas têm um significado efeti-
vo e inequívoco. Essas expressões, isoladamente, não são facilmente
identificáveis, mas os meneios de cabeça ajudam a compor e caracterizar a
expressividade das interações. Tais meneios podem ser afirmativos, negativos,
reticentes, etc. As expressões que denotam incômodo ou náusea são caracteri-
zadas pela contração das sobrancelhas e dos lábios; as que denotam
indefinição ou incerteza são marcadas pela elevação das sobrancelhas e tom-
bamento da cabeça para o lado. Na expressão de humildade, a professor tom-
ba a cabeça e levanta e encolhe os ombros.
b) O ato de fixar o olhar, o fingir não ter visto, olhar e negar-se a reconhecer, são
formas com as quais os olhos fazem contato. Curvar-se timidamente, interrogar,
sondar, escolher ou recuar, são outros exemplos das formas de olhar durante
uma interação. Assim, o comportamento ocular é talvez a forma mais sutil da
linguagem física.
Língua Por t ugue sa

c) Como vimos anteriormente, as interações não são compostas apenas pela co-
municação verbal com toda a expressividade possível, ou pela expressão
gestual e motora, mas também pelas pausas e silêncios constitutivos dos enun-
ciados.
Em um breve contexto histórico, Peter Burke apresenta-nos diferentes variedades
de silêncio na Europa do século XIX.
A abordagem histórica social do silêncio na Europa moderna, elaborada pelo
autor, nos revela diferentes usos, funções e estratégias do silêncio: “regras de
silêncio”; “locais ou regiões de silêncio”; “silêncios estratégicos”; “conspirações
de silêncio”; “o silêncio sagrado”; “o silêncio de prudência”, etc.
O silêncio é visto como um fenômeno cultural e com diferentes valorações e ca-
racterísticas. De forma que “um reconhecimento de quando não falar, pode ser

144 CU RSO A D I STÂ N CI A


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tão fundamental para a produção de comportamento culturalmente aceitável


quanto um conhecimento do que dizer” ou, de uma forma mais contundente, o
silêncio em si pode significar um ato comunicativo.
O silêncio pode vir acompanhado pelos gestos adequados ou por expressões
faciais indicando um ato caloroso ou frio, íntimo ou contido, educado ou agres-
sivo. Assim, é necessário sintonizar os ouvidos em relação às variedades de si-
lêncios, considerando os seus diferentes usos, funções e suas estratégias.
03) Linguagem coloquial é uma linguagem livre de preconceitos, varia bastante e
não obedece às normas ditadas pela gramática. As estruturas gramaticais não
são rigorosas quando conversamos, por exemplo, com amigos e familiares
A linguagem culta respeita o uso das normas gramaticais e é comum fazer a
relação do uso da linguagem culta com o nível de cultura e escolarização do
falante.
04) Para se estabelecer uma comunicação, é necessário um conjunto de elementos
constituídos por: um emissor (ou destinador), que produz e emite uma determi-
nada mensagem; um receptor (ou destinatário) que recebe a mensagem.
Para que a comunicação se processe efetivamente entre estes dois elementos, o
emissor e o receptor, a mensagem tem que ser realmente recebida e
decodificada pelo receptor. Para tornar isso possível, é necessário que o emissor
e o receptor estejam dentro do mesmo contexto (devem ambos conhecer os re-
ferentes situacionais), devem utilizar um mesmo código (conjunto estruturado de
signos) e estabelecerem um efetivo contato através de um canal de comunica-
ção. Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar, ocorre uma situação de
ruído na comunicação, entendido como todo o fenômeno que perturba de al-
guma forma a transmissão da mensagem e a sua perfeita recepção ou
decodificação por parte do receptor.
05) - Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou
elaborar um sistema de signos.
- Decodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (con-
junto estruturado de informação) de cada pessoa.
- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual
sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.
06) a) Planeje cuidadosamente sua comunicação;
Língua Por t ugue sa

b) Antes de fazer uma comunicação, decida qual é o meio mais adequado para o
caso;
c) Quando se usa a voz, procure falar claro e pausadamente;
d) Evite comunicar-se sob estados de tensão emocional;
e) Quando possível, use a linguagem do receptor;
f) Aborde um assunto de cada vez;
g) Sempre que possível, use exemplos práticos do cotidiano do receptor;
h) Não interrompa seu interlocutor;
i) Ao concluir sua comunicação, verifique se foi compreendido.

CU RSO A D I STÂ N CI A 145


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ATI VI DADE X
01) C
02) D
03) B
04) D
05) D
06) E
07) D
08) E
09) A
10) A
Língua Por t ugue sa

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REFERÊN CI AS BI BLI OGRÁFI CAS

01) BRASIL. Rio Grande do Sul. Manual de Redação. Disponível em: http:/ /
www.pucrs.br/ manualred/ hifen.php. Acesso em: 03.11.2010.
02) ESCOLA. Revista. Gramática da Língua Portuguesa. Disponível em:
http:/ / antigo.revistaescola.abril.com.br/ . Acesso em: 22.10.2010.
03) Letras. Portal das. Disponível em: http:/ / www.portrasdasletras.com.br/
pdtl2/ sub.php?op= gramatica/ docs/ aimportanciadapontuacao.
Acesso em: 05.11.2010.
04) LOPES. Eduardo. Revista Escola. Gramática da Língua Portuguesa. Dis-
ponível em: http:/ / antigo.revistaescola.abril.com.br/ . Acesso em:
22.10.2010.
05) MICHAELIS. Guia Prático da Nova Ortografia. Disponível em: http:/ /
www.livrariamelhoramentos.com.br/
Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf. Acesso em
22.10.2010.
06) PAREJO, José. Comunicación No Verbal y Educación: el cuerpo y la
escuela. Barcelona: Paidós, 1995.
07) SANTOS. Flávia Maria Teixeira dos. MORTIMER, Eduardo Fleury CO -
MUNICAÇÃO NÃO -VERBAL EM SALA DE AULA. Disponível em http:/
/ www.fae.ufmg.br/ abrapec/ revistas/ v1n1a2.pdf. Acesso em
11.10.2010.
08) SAVIOLI, Francisco Platão. Leitura e interpretação de textos. Disponível
em: http:/ / www.mundovestibular.com.br/ articles/ 411/ 1/ O -Aprendi-
zado-da-Leitura—Compreensao-e-Interpretacao-de-Textos/
Paacutegina1.html. Acesso em: 01.11.2010.
09) SILVA, Alexsandro da Ortografia na sala de aula / organizado por
Alexsandro da Silva, Artur Gomes de Morais e Kátia Leal Reis de Melo
Língua Por t ugue sa

. – 1.ed., 1. reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007.


10) Vestibular. Algo sobre. Disponível em: http:/ / www.algosobre.com.br/
redacao/ os-10-pecados-mortais-de-uma-narrativa.html. Acesso em
01.11.2010.

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Depósito Legal feito junto à Biblioteca Nacional sob o Registro número 240.208
Livro 425, Folha 368.

Direitos reservados. Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte.

MATERIAL APROVADO PELO

D EN ATRAN
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